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Fundamentos de Economia - Apostila 1 - Prof.

Nilson Aguilar

1 - Introduç ão
Seja em nosso cotidiano, seja nos jornais, rá dio e televisão, deparamo-nos com inúmeras questõ es
econô micas, como:
• aumentos de preços;
• períodos de crise econô mica ou de crescimento;
• desemprego;
• setores que crescem mais do que outros;
• diferenças salariais;
• crises no balanço de pagamentos;
• vulnerabilidade externa;
• valorização ou desvalorização da taxa de câmbio;
• dívida externa;
• ociosidade em alguns setores de atividade;
• diferenças de renda entre as vá rias regiõ es do país;
• comportamento das taxas de juros;
• déficit governamental;
• elevação de impostos e tarifas públicas.
Esses temas, já rotineiros em nosso dia-a-dia, são discutidos pelos cidadãos comuns, que, com altas
doses de empirismo, têm opiniõ es formadas sobre as medidas que o Estado deve adotar. Um
estudante de Economia, de Direito ou de outra á rea pode vir a ocupar cargo de responsabilidade em
uma empresa ou na própria administração pública e necessitará de conhecimentos teóricos mais
sólidos para poder analisar os problemas econô micos que nos rodeiam diariamente.
O objetivo do estudo da Ciência Econô mica é analisar os problemas econô micos e formular
soluçõ es para resolvê-los, de forma a melhorar nossa qualidade de vida.

2 - Conceito de Economia
A palavra economia deriva do grego oikonomía (de óikos, casa; nómos, lei), que significa a
administração de uma casa, ou do Estado, e pode ser assim definida:
Os economistas estudam a forma com que os indivíduos, os diferentes coletivos, as empresas de
negócios e os governos alcançam seus objetivos no campo econô mico.
Economia é a ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem (escolhem)
empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los
entre as vá rias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. Estuda
os processos de produção, distribuição, comercialização e consumo de bens e serviços. Bem como
as variaçõ es e combinaçõ es na alocação dos fatores de produção (terra, capital, trabalho,
tecnologia), na distribuição de renda, na oferta e procura e nos preços das mercadorias. Estuda
também como as pessoas e a sociedade decidem empregar recursos escassos, que poderiam ter
utilizaçõ es alternativas, para produzir os mais variados tipos de bens.
Essa definição contém vá rios conceitos importantes, que são a base e o objeto do estudo da Ciência
Econô mica:
• escolha;
• escassez;
• necessidades;
• recursos;
• produção;

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• distribuição.
Em qualquer sociedade, os recursos produtivos ou fatores de produçã o (mão-de-obra, terra,
matérias-primas, dentre outros) são limitados. Por outro lado, as necessidades humanas são
ilimitadas e sempre se renovam, por força do próprio crescimento populacional e do contínuo
desejo de elevação do padrão de vida. Independentemente do grau de desenvolvimento do país,
nenhum deles dispõ e de todos os recursos necessá rios para satisfazer todas as necessidades da
coletividade. Tem-se então um problema de escassez: recursos limitados contrapondo-se a
necessidades humanas ilimitadas.
Em função da escassez de recursos, toda sociedade tem de escolher entre alternativas de produção e
de distribuição dos resultados da atividade produtiva entre os vá rios grupos da sociedade. Essa é a
questão central do estudo da Economia: como alocar recursos produtivos limitados para satisfazer
todas as necessidades da populaçã o.
Evidentemente, se os recursos não fossem limitados, ou seja, se não existisse escassez, não seria
necessá rio estudar questõ es como inflação, desemprego, crescimento, déficit público,
vulnerabilidade externa e outras. Mas a realidade não é assim, e a sociedade tem de tomar decisõ es
sobre a melhor utilização de seus recursos, de forma a atender ao má ximo das necessidades
humanas.

3 - Os problemas econômicos fundamentais


Questão central do estudo da economia: como alocar recursos produtivos limitados (escassos) para
satisfazer a todas as necessidades da população? Esse questionamento levou a sociedade a repensar
sobre os modelos de sistema econô mico.
Da escassez dos recursos ou fatores de produção, associada às necessidades ilimitadas do homem,
origina-se os chamados problemas econô micos fundamentais.
• o quê e quanto produzir: dada a escassez de recursos de produção, a sociedade terá de
escolher, dentro do leque de possibilidades de produção, quais produtos serão produzidos e
as respectivas quantidades a serem fabricadas;
• como produzir: a sociedade terá de escolher ainda quais recursos de produção serão
utilizados para a produção de bens e serviços, dado o nível tecnológico existente. A
concorrência entre os diferentes produtores acaba decidindo como serão produzidos os bens
e serviços. Os produtores escolherão, entre os métodos mais eficientes, aquele que tiver o
menor custo de produção possível;
• para quem produzir: a sociedade terá também de decidir como seus membros participarão
da distribuição dos resultados de sua produção. A distribuição da renda dependerá não só da
oferta e da demanda nos mercados de serviços produtivos, ou seja, da determinação dos
salá rios, das rendas da terra, dos juros e dos benefícios do capital, mas também da repartição
inicial da propriedade e da maneira como ela se transmite por herança.
O modo como as sociedades resolvem os problemas econô micos fundamentais depende da forma da
organização econô mica do país, ou seja, do sistema econô mico de cada nação.
Sua preocupação fundamental refere-se aos aspectos mensurá veis da atividade produtiva,
recorrendo para isso aos conhecimentos matemá ticos, estatísticos e econométricos. De forma geral
esse estudo pode ter por objeto a unidade de produção (empresas – objeto de estudos pertencentes à
macroeconomia), a unidade de consumo (famílias – objeto de estudos pertencentes à
microeconomia) ou então a atividade econô mica de toda a sociedade.

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4 - Divisão do estudo econômico
A aná lise econô mica, para fins metodológicos e didá ticos, é normalmente dividida em quatro á reas
de estudo:
a. Microeconomia ou teoria de formaçã o de preços: Examina a formação de preços em mercados
específicos, ou seja, como consumidores e empresas interagem no mercado e como decidem os
preços e a quantidade para satisfazer a ambos simultaneamente. Estuda o comportamento de
cada “molécula econô mica” do sistema, por meio de preços e quantidades relativas, ou seja,
estuda o comportamento das unidades de consumo representadas pelos indivíduos e pelas
famílias; as empresas, suas produçõ es e custos; a produção e o preço de diversos bens, serviços
e fatores produtivos. Para exemplificar, pode-se citar a aná lise do funcionamento de empresas.
b. Macroeconomia: Estuda/ analisa a determinação e o comportamento dos grandes agregados
nacionais, como o produto interno bruto (PIB), investimento agregado, a poupança agregada, o
nível geral de preços, entre outros. Seu enfoque é basicamente de curto prazo (ou conjuntural), e
busca explicar como a economia opera sem a necessidade de compreender o comportamento de
cada indivíduo ou empresa que dela participam. Preocupa-se com o comportamento da
economia como um todo, por meio de preços e quantidades absolutos. Faz parte dela os
movimentos globais nos preços, na produção ou no emprego. Têm como objeto de estudo as
relaçõ es entre os grandes agregados estatísticos: a renda nacional, o nível de emprego e dos
preços, o consumo, a poupança e o investimento totais.
c. Economia internacional: Analisa as relaçõ es econô micas entre residentes e não-residentes do
país, as quais envolvem transaçõ es com bens e serviços e transaçõ es financeiras.
d. Desenvolvimento econô mico: Preocupa-se com a melhoria do padrão de vida da coletividade ao
longo do tempo. O enfoque é também macroeconô mico, mas centrado em questõ es estruturais e
de longo prazo (como progresso tecnológico, estratégias de crescimento).

5 - Multidisciplinaridade da Economia
Embora a Economia tenha seu núcleo de aná lise e seu objeto bem definidos, ela tem correlação com
outras ciências. Afinal, todas estudam a mesma realidade, e evidentemente há muitos pontos de
contato, onde são estabelecidas relaçõ es entre a Economia e outras á reas do conhecimento. Outra
boa justificativa para esta relação com outras disciplinas envolve buscar mais instrumental de
trabalho.

a. Economia, Física e Biologia


O início do estudo sistemá tico da Economia coincidiu com os grandes avanços da técnica e das
ciências físicas e biológicas nos séculos XVIII e XIX. A construção do núcleo científico inicial da
Economia começou a partir das chamadas concepçõ es organicistas (biológicas) e mecanicistas
(físicas). Segundo o grupo organicista, a Economia se comportaria como um órgão vivo. Daí
utilizarem-se termos como órgãos, funçõ es, circulação e fluxos na teoria econô mica. Já para o
grupo mecanicista, as leis da Economia se comportariam como determinadas leis da Física. Daí
advém os termos está tica, dinâmica, aceleração, velocidade, forças e outros. Com o passar do
tempo, predominou uma concepção humanística, que coloca em plano superior os móveis
psicológicos da atividade humana. Afinal, a Economia repousa sobre os atos humanos, e é por
excelência uma ciência social.

b. Economia, Matemá tica e Estatística


Apesar de ser uma ciência social, a Economia é limitada pelo meio físico, dado que os recursos são
escassos, e se ocupa de quantidades físicas e das relaçõ es entre essas quantidades, como a que se

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estabelece entre a produção de bens e serviços e os fatores de produção utilizados no processo
produtivo. Daí surge a necessidade da utilização da Matemá tica e da Estatística como ferramentas
para estabelecer relaçõ es entre variá veis econô micas. A Matemá tica toma possível escrever de
forma resumida importantes conceitos e relaçõ es de Economia e permite aná lises econô micas na
forma de modelos analíticos, com poucas variá veis estratégicas, que resumem os aspectos
essenciais da questão em estudo.
Tomemos como exemplo uma importante relação econô mica: "O consumo nacional está
diretamente relacionado com a renda nacional". A expressão diz que o consumo (C) é uma função
(f) da renda nacional (RN). Ou seja, dada uma variação na renda nacional (RN), teremos uma
variação diretamente proporcional (na mesma direção) do consumo agregado (C). Como as relaçõ es
econô micas não são exatas, mas probabilísticas, recorre-se à Estatística. Em Economia tratamos de
leis probabilísticas. Na relação vista anteriormente, conhecendo o valor da renda nacional num
dado ano, não obtemos o valor exato do consumo, mas sim uma estimativa aproximada, já que o
consumo não depende só da renda nacional, mas de outros fatores (como condiçõ es de crédito,
juros, patrimô nio).
Se a Economia tivesse relaçõ es matemá ticas, tudo seria previsível. Porém, não existem no mundo
econô mico regularidades como equivalência entre massa e energia (leis de Newton). Na Economia,
o "á tomo" aprende, pensa, reage, projeta, finge. Imagine como seria a Física e a Química se o á tomo
pudesse aprender: aquelas regularidades desapareceriam. Os á tomos pensantes logo se agrupariam
em classes para defender seus interesses: teríamos uma "Física dos á tomos proletá rios", "Física dos
á tomos burgueses" e outros. Contudo, a Economia apresenta muitas regularidades, sendo que
algumas relaçõ es são inviolá veis. Por exemplo:
• o consumo nacional depende diretamente da renda nacional;
• a quantidade demandada de um bem tem uma relação inversamente proporcional com seu preço,
tudo o mais constante;
• as exportaçõ es e as importaçõ es dependem da taxa de câmbio.
A á rea da Economia que está voltada para a quantificação dos modelos chama-se Econometria, que
combina teoria econô mica, Matemá tica e Estatística.
Lembremo-nos, porém, de que a Matemá tica e a Estatística são instrumentos, ou ferramentas de
aná lise necessá rias para testar as proposiçõ es teóricas com os dados da realidade. Permitem colocar
à prova as hipóteses da teoria econô mica, mas são meios, e não fins em si mesmas. A questão da
técnica nos deve auxiliar, mas não predominar, quando tratamos de fatos econô micos, pois esses
sempre envolvem decisõ es que afetam relaçõ es humanas.

c. Economia com o Direito:


Os sujeitos da economia (indivíduos, empresas e governo) são ajustados e limitados pelas leis;
buscam maior interdependência entre as á reas; e é ligada a estrutura jurídica do sistema. E compete
à lei situar o homem, a empresa e a sociedade diante do poder político e da natureza.

d. Economia e Política
Começou com a Grécia e Roma antiga, onde os estudiosos procuravam entender a economia, a ética
e a ciência política com a finalidade de desenvolver estudos sobre a agricultura, comércio, indústria,
tributos, escravatura, organização sócio-política, moeda, valor, juros, salá rios. Mais tarde, na Idade
Média, buscou-se também estudar a organização do estado e do relacionamento entre dirigentes e
dirigidos.
No ocidente atual, a relação entre a economia e a ciência política foi acentuada a partir da grande
depressão causada pela crise da bolsa de valores de NY (1929), ocorrendo uma modificação da
estrutura do sistema capitalista.

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A Economia e a política são á reas muito interligadas, tornando-se difícil estabelecer uma relação de
causalidade (causa e efeito) entre elas. A política fixa as instituiçõ es sobre as quais se
desenvolverão as atividades econô micas. Nesse sentido, a atividade econô mica se subordina à
estrutura e ao regime político do país (se é um regime democrá tico ou autoritá rio). Porém, por outro
lado, a estrutura política se encontra muitas vezes subordinada ao poder econô mico, Citemos apenas
alguns exemplos:
• política do "café com leite", antes de 1930, quando Minas Gerais e São Paulo dominavam o
cená rio político do país;
• poder econô mico dos latifundiá rios;
• poder dos oligopólios e monopólios;
• poder das corporaçõ es estatais,

e. Economia e História
Não é a principal fonte da analise econô mica, mas auxilia bastante a acompanhar as mudanças e
transformaçõ es culturais, a conhecer melhor o passado, entender o presente e antecipar o futuro.A
pesquisa histórica é extremamente útil e necessá ria para a Economia, pois facilita a compreensão do
presente e ajuda nas previsõ es. As guerras e revoluçõ es, por exemplo, alteraram o comportamento e
a evolução da Economia. Por outro lado, também os fatos econô micos afetam o desenrolar da
História. Alguns importantes períodos históricos são associados a fatores econô micos, como os
ciclos do ouro e da cana-de-açúcar no Brasil, e a Revolução Industrial, a quebra da Bolsa de Nova
York (1929), a crise do petróleo, que alteraram profundamente a história mundial. Em última
aná lise, as próprias guerras e revoluçõ es são permeadas por motivaçõ es econô micas.

f. Economia e Geografia
A Geografia não é o simples registro de acidentes geográ ficos e climá ticos. Ela nos permite avaliar
fatores muito úteis à aná lise econô mica, como as condiçõ es geoeconô micas dos mercados, a
concentração espacial dos fatores produtivos, a localização de empresas e a composição setorial da
atividade econô mica. Atualmente, algumas á reas de estudo econô mico estão relacionadas
diretamente com a Geografia, como a economia regional, a economia urbana, as teorias de
localização industrial e a demografia econô mica.
Estuda divergências ou diferenças do comportamento econô mico (instituiçõ es econô micas, formas
de organização da atividade produtiva) de país para país e as vezes de região para região em um
país.

g. Economia e Sociologia
Analisa a interação social, os comportamentos entre os grupos, sua mobilidade e estratificação
(formação de classes sociais), condiçõ es de vida, níveis de organização, e cultura da sociedade.

h. Economia com a Religiã o, Moral, Justiça e Filosofia


No período anterior à Revolução Industrial do século XVIII, que corresponde à Idade Média, a
atividade econô mica era vista como parte integrante da Filosofia, Moral e É tica. A Economia era
orientada por princípios morais e de justiça. Não existia ainda um estudo sistemá tico das leis
econô micas, predominando princípios como a lei da usura, o conceito de preço justo (discutidos,
dentre outros filósofos, por Santo Tomá s de Aquino). Ainda hoje, as encíclicas papais refletem a
aplicação da filosofia moral e cristã às relaçõ es econô micas entre homens e naçõ es.

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6 - Crescente interesse pela economia e desenvolvimento econômico:
Eventos recentes que influenciaram os estudos da economia mundial:
• Grande depressã o de 30: estudiosos da economia buscaram encontrar caminhos para a
estabilização ocorrida em virtude da quebra da bolsa de NY (1929);
• 1936: John Maynard Keynes postula a moderna teoria da aná lise econô mica, onde propunha que
as políticas econô micas adotadas não funcionavam adequadamente, e sugeria que o Estado
deveria intervir como regulador da Economia.
• 1945: 55% da capacidade industrial voltada para armamentos (na época era considerado muito
mais lucrativo e tinha grande demanda); também houve um grande despertar para o crescimento
de povos subdesenvolvidos (foi motivado principalmente pela facilitação das economias
internacionais e também pela busca do bem-estar);
• 1946: invenção do Eniac (Pensilvânia University) – equipamento pesando 30 tons, com a
capacidade de fazer cá lculos balísticos complexos.
• Década de 50 e 60: busca pelo crescimento econô mico por países subdesenvolvidos:
o Desenvolvimento econô mico = condição de bem estar (apesar de muitas vezes o bem-
estar não estar relacionado ao progresso)
o Globalização em fase acelerada no começo da década de 50.
o As naçõ es pobres sofriam com a explosão demográ fica, desequilíbrio ecológico,
exploração desequilibrada e consumo destrutivo.
• 1969: criação da primeira infra-estrutura global de comunicaçõ es e os respectivos protocolos
(ARPANET – o precursor da Internet).
• 1985: instauração da Perestroika (que significa reconstrução, reestruturação) foi, em conjunto
com a Glasnost, uma das políticas introduzidas na União Soviética por Mikhail Gorbachev, em
1985. Ganhou a conotação de “reestruturação econô mica”. (Gorbachev sentiu que a economia
da União Soviética estava decaindo, e percebeu que o sistema socialista, apesar de não ter de
ser substituído, certamente necessitava de uma reforma - uma das idéias principais era a de
reduzir a quantidade de dinheiro gasta na defesa nacional).
• Fim de 1989: queda do Muro de Berlim e reunificação das Alemanhas Oriental e Ocidental.
• 1990: operadores privados começaram a criar as suas próprias infra-estruturas, e as restriçõ es à
comercialização da Internet foram totalmente abolidas, aparecendo a World Wide Web, o
desenvolvimento dos browsers, a diminuição de custos de acesso, o aumento de conteúdos,
entre outros fatores, fizeram com que a Internet tivesse um crescimento exponencial.
• Fim de 1991: decretado o fim da URSS.
• 1992: estabelecido o Tratado da União Européia (normalmente conhecido como Tratado de
Maastricht), ou mercado único europeu (que nada mais é do que uma união aduaneira), com
uma moeda única (o euro, adotado por 13 dos 27 estados membros) e políticas agrícola, de
pescas, comercial e de transportes comuns.
• fim do século XX: surgimento da questão crucial sobre a aceleração do crescimento econô mico
das economias periféricas. Globalização acelerada principalmente depois do tremendo avanço
tecnológico das telecomunicaçõ es, dos computadores em rede e da Internet.

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7 - Os trê s principais compartimentos da Economia:


Este ponto da matéria necessita do texto complementar 1 que está no site www.aulalivre.com.br,
juntamente com o que foi passado no caderno.

8 - Funcionamento de uma economia de mercado (Fluxos Reais e Monetários):


Vamos supor um sistema econô mico, onde a economia de mercado não sofra a interferência do
governo e não tenha relaçõ es comerciais com o exterior (um tipo de Economia Fechada). Nessa
economia fechada, as unidades de consumo (famílias), são proprietá rias dos fatores de produção, e
os fornecem às unidades produtoras (empresas), no Mercado de Fatores de Produç ão. As
empresas combinam esses fatores de produção e produzem bens e serviços, fornecendo-os para as
famílias no Mercado de Bens e Serviç os.

Mercado de bens e serviços

Demanda Oferta

Famílias
Fluxo Real da Empresas

Oferta
Economia Demanda

Mercado de fatores de produção

O Fluxo Real da Economia é denominado a partir dessa movimentação de fatores de produção,


bens e serviços. No Mercado de Bens e Serviços as famílias demandam bens e serviços, enquanto as
empresas os oferecem, e no Mercado de Fatores de Produção as famílias oferecem os serviços ou
fatores de produção (que são de sua propriedade) para as empresas (as quais demandam esses
fatores de produção para depois transformá -los em produtos ou serviços).

Pagamento dos bens e serviços

Famílias
Fluxo Monetário Empresas

da Economia
Remuneração dos fatores de produção

No entanto, o Fluxo Monetário da Economia funciona paralelamente ao fluxo real da economia e


só se torna possível com a presença de moeda, que é utilizada para remunerar os fatores de
produção e para o pagamento dos bens e serviços. Nesses mercados operam as forças da oferta e da
demanda, determinando o preço. Ou seja, no mercado de bens e serviços formam-se os preços dos
bens e serviços enquanto no mercado de fatores de produção são determinados os preços dos fatores
de produção.

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9 – Definiç ão de Escassez
Escassez envolve não somente aquilo que existe em pouca quantidade disponível, mas sim, pessoas
desejando muito mais do que pode ser satisfeito com os recursos disponíveis (não confundir com
pobreza, pois até os ricos desejam mais). Resumindo, o bem para ser escasso precisa ser
primeiramente desejá vel, e a escassez é a fonte de toda escolha.
• Escassez de recursos produtivos/ ou fatores de produçã o (mo., terra, matérias-primas, etc.)
bens limitados por conta da necessidade humana de elevação do bem-estar ou do padrão de
vida humano e do excessivo crescimento populacional.
• Escolha: as pessoas são obrigadas a fazerem escolhas, quando existe escassez, pois as
pessoas devem escolher qual o uso que será realizado e qual não será realizado (custo de
oportunidade).

10 – A Utilidade e suas formas de mensuraç ão:


A evolução do estudo da teoria microeconô mica teve início basicamente com a aná lise da demanda
de bens e serviços, cujos fundamentos estão alicerçados no conceito subjetivo de utilidade. A
utilidade representa o grau de satisfação que os consumidores atribuem aos bens e serviços que
podem adquirir no mercado. Ou seja, a utilidade é a qualidade que os bens econô micos possuem de
satisfazer as necessidades humanas. Como está baseada em aspectos psicológicos ou preferências, a
utilidade difere de consumidor para consumidor (uns preferem uísque, outros, cerveja).
• Teoria do valor-utilidade: A teoria do valor-utilidade contrapõ e-se à chamada teoria do valor-
trabalho, desenvolvida pelos economistas clá ssicos (Malthus, Adam Smith, Ricardo, Marx). A
teoria do valor-utilidade pressupõe que o valor de um bem se forma por sua demanda, isto é,
pela satisfação que o bem representa para o consumidor. Ela é, portanto, subjetiva e considera
que o valor nasce da relaçã o do homem com os objetos. Representa a chamada visão
utilitarista, em que prepondera a soberania do consumidor, pilar do capitalismo.
• Teoria do valor-trabalho: A teoria do valor-trabalho considera que o valor de um bem se
forma do lado da oferta, por meio dos custos do trabalho incorporados ao bem. Os custos de
produção eram representados basicamente pelo fator mão-de-obra, em que a terra era
praticamente gratuita (abundante) e pouco significativa. Pela teoria do valor-trabalho, o valor
do bem surge da relaçã o social entre homens, dependendo do tempo produtivo (em horas) que
eles incorporam na produçã o de mercadorias. Nesse sentido, a teoria do valor-trabalho é
objetiva (depende de custos de produçã o).
A teoria do valor-utilidade veio complementar a teoria do valor-trabalho, pois não era mais possível
predizer o comportamento dos preços dos bens apenas com base nos custos da mão-de-obra (ou
mesmo custos em geral) sem considerar o lado da demanda (padrão de gostos, há bitos, renda, e
outros). Além disso, a teoria do valor-utilidade permitiu distinguir o valor de uso do valor de troca
de um bem. O valor de uso é a utilidade que ele representa para o consumidor. O valor de troca
se forma pelo preço no mercado, pelo encontro da oferta e da demanda do bem.

10.1 - Utilidade total e utilidade marginal: Ao final do século passado, alguns economistas
elaboraram o conceito de utilidade marginal e dele derivaram a curva da demanda e suas
propriedades. Com isto, tem-se que a utilidade total tende a aumentar quanto maior a quantidade
consumida do bem ou serviço. Entretanto, a utilidade marginal, que é a satisfaçã o adicional (na
margem) obtida pelo consumo de mais uma unidade do bem, é decrescente, porque o consumidor
vai perdendo a capacidade de percepçã o da utilidade proporcionada por mais uma unidade do
bem, chegando à saturaçã o.

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O chamado paradoxo da á gua e do diamante ilustra a importância do conceito de utilidade marginal.
Por que a á gua, mais necessá ria, é tão barata, e o diamante, supérfluo, tem preço tão elevado?
Ocorre que a á gua tem grande utilidade total, mas baixa utilidade marginal (é abundante), enquanto
o diamante, por ser escasso, tem grande utilidade marginal.

Utilidade Total Utilidade Marginal

U S U

Q Q
Legendas:
U – Utilidade
Q – Quantidade
S – Satisfaç ão

10.2 - Teoria Cardinal: Os economistas Gossen (1854), Jevons (1871) e Walras (1874)
acreditavam que a utilidade era uma característica mensurá vel das mercadorias, ou seja, poderia ser
medida. Acreditavam também que a utilidade era uma qualidade "aditiva", isto é, a satisfação do
consumidor era a soma das utilidades obtidas no consumo dos bens e serviços de sua cesta de
mercadorias. A Teoria Cardinal supunha que a utilidade podia ser medida cardinalmente.
Exemplificando, uma xícara de café daria ao seu consumidor 3 unidades de utilidade, ou 3 "utis".
Se, juntamente com a xícara de café, o consumidor comesse um pedaço de pão que lhe fornecesse 4
"utis", a satisfação total do consumidor seria 3 "utis" do café somadas às 4 "utis" do pão, isto é, 7
"utis". O fato de a utilidade total do consumidor do nosso exemplo ser de 7 "utis" ilustra a
propriedade aditiva da utilidade.
Basicamente, duas críticas podem ser feitas à teoria cardinal da utilidade. A primeira refere-se à
mensuração da utilidade. Por ser uma qualidade avaliada subjetivamente, pois depende da escala de
utilidade estabelecida pelo consumidor para cada bem, o que impossibilita a generalização dessa
forma de mensuração. A segunda crítica diz respeito à propriedade aditiva da utilidade. Sabemos
que existem alguns bens que, quando consumidos ao mesmo tempo, têm uma utilidade maior do
que quando consumidos isoladamente. Nesse caso, não é possível somar as utilidades de cada bem
para se obter a utilidade total. Assim, uma pessoa que come um prato de arroz com feijão, por
exemplo, está obtendo uma utilidade bem maior do que se consumisse o arroz e o feijão
separadamente.
Resumindo, a utilidade é medida em “utis”, não é influenciada pelo consumo de outros bens e a
utilidade é a somatória da utilidade medida de cada bem separadamente (p.ex., macarrão com
molho é analisado separadamente). A utilidade total da cesta de mercadorias (que é o conjunto de
diversos bens e serviços que o consumidor adquire com sua renda) seria igual à soma das
utilidades de cada bem em separado.

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10.3 - Teoria Ordinal: Os economistas Edgeworth (1881), Antonelli (1886), Fischer (1892) e
Pareto (1906) contornaram os principais problemas da teoria cardinal e deram à teoria do
comportamento do consumidor a forma que conhecemos hoje. Essa formulação é conhecida como
Teoria Ordinal do comportamento do consumidor. Inicialmente, esses economistas reconheceram
que a utilidade não é uma qualidade aditiva e passaram a estudá -la como sendo decorrente do
consumo de todos os bens simultaneamente. Dessa forma, a quantidade consumida de um bem
interfere na utilidade de outro bem. Por exemplo: geralmente, as pessoas tomam café com açúcar,
numa dada proporção, mas se for colocado muito açúcar no café, ele ficará tão ruim que não será
consumido, perdendo, conseqüentemente, sua utilidade.
Por outro lado, convencidos de que a utilidade dos bens, apesar de incontestá vel, é uma qualidade
de avaliação subjetiva, os quatro economistas abandonaram a idéia de medi-la cardinalmente,
através de "utis". Antes, reconhecendo que o consumidor prefere alguns bens e serviços a outros,
introduziram uma ordem de preferência para qualificar a utilidade. Assim, pode-se dizer que um
bem tem mais utilidade do que outros, mas não se estabelece a quantidade de utilidade
correspondente de cada um. Para a teoria ordinal, portanto, se uma pessoa prefere chá a café, o chá ,
para essa pessoa, tem mais utilidade do que o café. Mais uma vez, é importante ressaltar que a
teoria ordinal apenas ordena os bens, não lhes atribuindo nenhuma quantidade de utilidade.
Os conceitos de Teoria Ordinal e Cardinal estudados dão-nos uma idéia do esforço feito pelos
economistas para tentar encontrar os fundamentos da teoria do consumidor, isto é, os motivos que
levam uma pessoa a comprar determinados bens e em certas quantidades. Cronologicamente, surgiu
primeiro a Teoria Cardinal, que foi logo refutada e abandonada, vindo, em seguida, a Teoria
Ordinal, que se mantém até hoje como fundamento da teoria do consumidor.

11 – Tipos de Bens:
Um bem representa qualquer coisa que tenha utilidade, podendo satisfazer uma necessidade ou
suprir uma carência. Os BENS apresentam utilidade para a satisfação das necessidades, podendo ser
escassos ou abundantes.
Tipos de bens:
a) Bens Econô micos: São os bens escassos, e em decorrência disso, possuem preço.
b) Bens complementares: precisam de uma combinação com outro bem para satisfazer uma
necessidade. (café com açúcar, automóvel com gasolina, etc)
c) Bens de Giffen: ocorrem quando há uma relação direta entre o preço e a quantidade procurada,
isto é, para aumentos de preço, há aumentos de quantidade procurada (p.ex.: artigos de luxo).
d) Bens inferiores: um bem é inferior quando existe uma relação inversa entre a quantidade
procurada do bem e a renda do consumidor (ou a renda média de grupos de consumidores, em
estudos de mercado).
e) Bens Durá veis: categoria de bens que tem utilidade durante um período de tempo. Abrange os
bens de consumo durá veis e os de capital.
• Bens de capital e/ou produçã o: servem para a produção de outros bens, especialmente os
bens de consumo, tais como má quinas, equipamentos, material de transporte e instalaçõ es de
uma indústria.
• Bens de consumo durá veis: são bens que prestam serviço durante um período de tempo
relativamente longo (Ex.: má quina de lavar roupa ou automóvel).
• Bens de consumo nã o-durá veis: são bens que são usados somente uma vez (ex.: alimentos)

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f) Bens Intermediá rios: São bens manufaturados ou matérias-primas processadas que são
empregados para a produção de outros bens finais (ex.: lingote de aço que será usado para fazer
uma peça de um automóvel).
g) Bens Livres: São bens abundantes na natureza, e não possuem preço, satisfazem as necessidades
e suprem as carências sem custo algum (ex.: o ar e luz do sol).
h) Bens ordiná rios: são aqueles bens cuja curva de demanda obedece a lei de demanda (quanto
menor o preço, maior a quantidade procurada e vice-versa).
i) Bens públicos: são os bens ou serviços passíveis de serem usados por todos, não importando
quem paga por seu consumo ou utilização (justiça, saúde, educação, segurança publica,
rodovias, etc.).
j) Bens Salá rio: Conjunto de bens que em cada país constitui a cesta de consumo bá sico do
trabalhador, segundo seu padrão de vida. São formados pelos artigos de primeira necessidade
para o trabalhador e p/ a família, como os alimentos, o vestuá rio, a habitação, o transporte e os
serviços de educação e saúde (o salá rio mínimo deve ser suficiente para proporcionar essa
quantidade mínima de bens). São os bens de consumo dos trabalhadores, ou de consumo
popular.
k) Bens Substitutos: são aqueles bens cuja quantidades demandadas respectivas alteram-se em
sentido contrario, dada uma variação do preço de um deles. P.ex., o aumento do preço do café
reduz sua quantidade demandada e aumenta a quantidade demandada do chá .
l) Bens superiores: ocorrem quando se observa uma relação direta entre a quantidade procurada
do bem e a renda do consumidor (ou a renda média de grupos de consumidores, em estudos de
mercado)
m) Fatores de produçã o (FP): Também chamados de recursos de produção da economia, são
compostos pelos recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), terra, capital e
tecnologia. Cada FP tem uma remuneração específica:
Exemplos de FP e suas remunerações:
Fator de Produção: Remuneração:
Trabalho Salá rio
Capital Juros
Terra Aluguel
Tecnologia Royalty (ies)
Capacidade empresarial Lucro

12 – Introduç ão à Microeconomia:
Também chamada de “Teoria dos Preç os”, é responsá vel pela aná lise da formação de preços no
mercado, ou melhor, como a empresa e o consumidor interagem e decidem qual o preço e a
quantidade de determinado bem ou serviço em mercados específicos.
Sua preocupação é a formação de preços de B&S (p.ex. soja, automóveis) e de FP (salá rios,
aluguéis, lucros)

Divisão do Estudo Microeconô mico:


a) Aná lise da Demanda:
• Teoria do consumidor (demanda individual).
• Teoria da demanda do mercado.
b) Aná lise da Oferta (de bens e serviços):
• Oferta da firma individual
• Teoria da Produção

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• Teoria dos Custos de Produção
• Oferta de Mercado
c) Aná lise das Estruturas de Mercado:
• Oferta e Demanda (O&D) – determinam preço e quantidade de equilíbrio de um bem ou
serviço (só que o mercado é competitivo).
• Na aná lise da estrutura de mercado avaliam-se os efeitos da O&D, tanto no mercado de bens
e serviços (B&S), como no mercado de Fatores de Produção (FP).
d) Estruturas do mercado de B&S:
• Concorrência perfeita (estrutura em que ocorre a incapacidade de influenciar preços do
mercado, pois existe livre movimentação dos ofertantes e é indiferente para o comprador
comprar de um ou de outro ofertante);
• Concorrência imperfeita ou monopolista (situação em que duas ou mais empresas possuírem
controle sobre os preços, sem ficar sujeito a concorrência de substitutos perfeitos um do
outro, e os ofertantes podem influenciar a demanda e os preços);
• Monopólio (situação em que uma empresa domina a oferta de determinado bem ou serviço,
que não tem substituto);
• Oligopólio (concentração da propriedade em poucas empresas de grande porte, e estas
detêm o controle da maior parcela ofertada no mercado).
e) Estruturas do mercado de FP:
• Concorrência perfeita
• Concorrência imperfeita
• Monopsô nio (estrutura de mercado em que existe apenas uma empresa compradora de
determinada matéria-prima ou produto primá rio)
• Oligopsô nio (poucas empresas de grande porte, são as compradoras de determinada matéria-
prima ou produto primá rio)
Obs.: Aqui, a procura de FP se chama demanda derivada, porque a demanda de insumos (mo,
K) está condicionada (ou deriva) pela procura do produto final da empresa no mercado de B&S.
f) Teoria do Equilíbrio Geral:
• Leva em conta as inter-relaçõ es entre todos os mercados (usa de muita abstração,
envolvendo cá lculos complexos e diversos modelos matemá ticos).

13 – A hipótese Coeteris Paribus:


A microeconomia se vale deste recurso para analisar um mercado específico, valendo-se da hipótese
que tudo o mais permanece constante, selecionando apenas as variá veis que podem influenciar o
objeto de estudo. P.ex.: para analisar o efeito do preço sobre a procura, supomos que a renda
permanece constante (CP), ou a relação da procura e renda dos consumidores, onde o preço
permanece constante (CP).

14 – Demanda, oferta e equilíbrio de mercado:


A teoria microeconô mica evoluiu com o inicio da aná lise da demanda (procura) de bens e serviços,
a qual é fundamentada no conceito subjetivo de utilidade (a qual representa o grau de satisfação
atribuído pelos consumidores de bens e serviços).
Na junção da Teoria do Valor-Utilidade (TVU) com a Teoria do Valor-trabalho (TVT), é que o
comportamento do consumidor define a demanda de mercado. O comportamento dos preços dos

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bens precisa da TVU pois somente os custos de produção (TVT) não bastam para explicar o
comportamento, necessitando também dos gostos, há bitos, renda e etc.

14.1 - Demanda de Mercado:


A demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de certo B&S que os consumidores
desejam adquirir em um determinado período de tempo. A procura depende de variá veis que
influenciam a escolha do consumidor (o preço do bem ou serviço, o preço de outros bens, a renda e
o gosto do consumidor). Usamos o CP para analisar cada uma dessas variá veis.

14.2 - lei geral da demanda:


Possui relação inversamente proporcional entre a quantidade procurada e o preço do bem (CP), e é
representada por uma escala de procura ou curva da demanda, ou seja, a quantidade procurada de
um produto varia inversamente proporcional com relação ao seu preço(CP- renda constante).

Escala de procura
Preç o Quantidade
demandada
1,00 11.000
3,00 9.000
6,00 6.000
8,00 4.000
10,00 2.000

Curva de Procura
Função demanda: Qd=F[P]
è na equação, mostra-se que a quantidade é função do preço (ou seja, a qtde. depende do preço).
A inclinação da curva é negativamente inclinada, por conta do efeito substituição (quando o preço
do bem aumenta, o consumidor procura outro bem que satisfaça a sua necessidade) e do efeito
renda (quando aumenta o preço, a qtde demandada diminui por conta da perda de poder aquisitivo).

Na figura ao lado, a demanda está


indicada pela reta indicada pela letra D; a
quantidade procurada relacionada ao
preço Po é Qo. Caso o preço do bem
aumentasse para P1, haveria uma
diminuição na quantidade demandada, não
na demanda. Ou seja, as alteraçõ es da
quantidade demandada ocorrem ao longo
da própria curva de demanda (reta D).

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As outras variá veis que afetam a procura de um bem ou serviço são: bens inferiores (se o
consumidor ficar mais rico, irá diminuir a demanda por carne de segunda, substituindo-a por carne
de primeira), bem de consumo saciado (a demanda não é afetada pela renda, como por exemplo, o
arroz e feijão, farinha e sal), preço de outros bens (bens substitutos ou concorrentes – p.ex. aumenta
o preço da carne, aumenta a procura por peixe ou frango), e os bens complementares (p.ex.:qtde de
automóveis e o preço da gasolina ou do seguro).
Obs.: demanda é diferente de qtde. demandada: demanda é a curva ou toda a escala, e qtde.
demandada é um ponto especifico dessa curva.

14.3 - Deslocamento na curva de demanda:


Caso houvesse um aumento na renda do consumidor e os preços permanecessem constantes (CP),
haveria um aumento na qtde procurada (de D0 para D1) – ou seja, houve um aumento na demanda e
não na qtde demandada (pois o movimento da qtde demandada ocorrem ao longo da curva).

Suponhamos que agora a curva


da procura inicial (veja a figura
ao lado) fosse a reta indicada
pela letra D0. Sendo o bem
superior, caso houvesse um
aumento na renda dos
consumidores (coeteris paribus),
a curva da procura D0 iria se
deslocar para a direita, o que
estaria indicando que, aos
mesmos preços, por exemplo,
P0, o consumidor estaria
disposto a adquirir maiores
quantidades do bem, passando de
Q0 para Q2. A nova curva de
demanda é representada pela reta
D1,

15 – Oferta de Mercado:
Pode-se conceituar oferta como as vá rias quantidades que os produtores desejam oferecer ao
mercado em determinado período de tempo. Da mesma maneira que a demanda, a oferta depende
de vá rios fatores; dentre eles, de seu próprio preço, do preço (custo) dos fatores de produção e das
metas ou objetivos dos empresá rios ofertantes.
Diferentemente da função demanda, a função oferta mostra uma correlação direta entre quantidade
ofertada e nível de preços, coeteris paribus. É a chamada lei geral da oferta.
A relação direta entre a quantidade ofertada de um bem e o preço desse bem deve-se ao fato de que,
coeteris paribus, um aumento do preço de mercado estimula as empresas a elevar a produção; novas
empresas serão atraídas, aumentando a quantidade ofertada do produto.
Além do preço do bem, a oferta de um bem ou serviço é afetada pelos custos dos fatores de
produção (matérias-primas, salá rios, preço da terra), por alteraçõ es tecnológicas e pelo aumento do
número de empresas no mercado.

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Escala de oferta
Preç o Quantidade
ofertada
1,00 1.000
3,00 3.000
6,00 6.000
8,00 8.000
10,00 10.000

Curva de oferta
Função ou equação da oferta: Qo=F[P]
è Pela lei geral da oferta, a curva é diretamente proporcional entre quantidade e preços (CP), ou
positivamente inclinada, pois o aumento dos preços estimula a elevação da produção e a qtde
ofertada (e essa oferta é afetada pelos custos dos FP, por alteraçõ es tecnológicas, e pelo aumento de
empresas no mercado.

15.1 - Deslocamento na curva de oferta:


Parece claro que a relação entre a oferta e o custo dos fatores de produção seja inversamente
proporcional. Por exemplo, um aumento dos salá rios ou do custo das matérias-primas deve
provocar (coeteris paribus), uma retração da oferta do produto.
A relação entre a oferta e nível de conhecimento tecnológico é diretamente proporcional, dado que
melhorias tecnológicas promovem melhorias da produtividade no uso dos fatores de produção, e,
portanto aumento da oferta. Da mesma forma, há uma relação direta entre a oferta de um bem ou
serviço e o número de empresas ofertantes do produto no setor.
Como no caso da demanda, também devemos distinguir entre a oferta e a quantidade ofertada de
um bem. A oferta refere-se à escala (ou toda a curva), enquanto a quantidade ofertada diz respeito a
um ponto específico da curva de oferta. Assim, um aumento no preço do bem provoca um aumento
da quantidade ofertada, coeteris paribus (movimento ao longo da curva - diagrama A), enquanto
uma alteração nas outras variá veis (como nos custos de produção ou no nível tecnológico) desloca a
oferta (isto é, a curva de oferta).
Por exemplo, um aumento no custo das matérias-primas provoca uma queda na oferta: mantido o
mesmo preço P0 (isto é, coeteris paribus), as empresas são obrigadas a diminuir a produção
(diagrama B).
Por outro lado, uma diminuição no preço dos insumos, ou uma melhoria tecnológica na utilização
dos mesmos, ou ainda um aumento no número de empresas no mercado, conduz a um aumento da
oferta, dados os mesmos preços praticados, deslocando-se, desse modo, a curva de oferta para a
direita (diagrama C).

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16 – Equilíbrio de Mercado:
A interação das curvas de demanda e de oferta determina o preço e a quantidade de equilíbrio de um
bem ou serviço em um dado mercado. Ou seja, quando ocorre o cruzamento entre as curvas de
oferta e demanda, o preço de equilíbrio de mercado é estabelecido.
Observe a tabela abaixo e compare com o grá fico da próxima pá gina:
Preç o Qo Qd situaç ão
1,00 11000 1000 excesso de procura/ escassez de oferta
3,00 9000 3000 excesso de procura / escassez de oferta
6,00 6000 6000 Equilíbrio entre oferta e procura
8,00 4000 8000 excesso de oferta / escassez de procura
10,00 2000 10000 excesso de oferta / escassez de procura
Legendas: Qo – Quantidade ofertada
Qd – Quantidade demandada

R$ 6,00 é o preço de quantidade de equilíbrio, ou seja, o preço e a quantidade que atendem as


aspiraçõ es de consumidores e dos produtores simultaneamente. Existe uma tendência natural do
mercado para se chegar a uma situação de equilíbrio, e se não há obstá culos para a livre
movimentação dos preços (como p.ex., na época do Sarney com o congelamento dos preços) e se o
sistema é de concorrência pura ou perfeita.

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Na intersecção das curvas de oferta e


demanda (ponto E), teremos o preço e a
quantidade de equilíbrio, isto é, o preço
e a quantidade que atendem às
aspiraçõ es dos consumidores e dos
produtores simultaneamente.
Se a quantidade ofertada se encontrar
abaixo daquela do ponto de equilíbrio E
(o ponto A, por exemplo), teremos uma
situação de escassez do produto. Haverá
uma competição entre os consumidores,
pois as quantidades procuradas serão
maiores que as ofertadas. Formar-se-ão
filas, o que forçará a elevação dos
preços, até atingir-se o equilíbrio,
quando as filas cessarão.
Analogamente, se a quantidade ofertada se encontrar acima do ponto de equilíbrio E (o ponto B, por
exemplo), haverá um excesso ou excedente de produção, um acúmulo de estoques não programado
do produto, o que provocará uma competição entre os produtores, conduzindo a uma redução dos
preços, até que se atinja o ponto de equilíbrio.
Como se observa, quando há competição tanto de consumidores como de ofertantes, há uma
tendência natural no mercado para se chegar a uma situação de equilíbrio estacioná rio - sem filas e
sem estoques não desejados pelas empresas.
Desse modo, se não há obstá culos para a livre movimentação dos preços, ou seja, se o sistema é de
concorrência pura ou perfeita, será observada essa tendência natural de o preço e a quantidade
atingirem determinado nível desejado tanto pelos consumidores como pelos ofertantes. Para que
isso ocorra, é necessá rio que não haja interferência nem do governo nem de forças oligopólicas, que
normalmente impedem quedas de preços dos bens e serviços.

16.1 - Deslocamento das curvas de demanda e oferta


Como vimos, existem vá rios fatores que
podem provocar deslocamento das curvas
de oferta e demanda, com evidentes
mudanças do ponto de equilíbrio.
Suponhamos, por exemplo, que o mercado
do bem X (um bem normal, não inferior)
esteja em equilíbrio. O preço de equilíbrio
inicial é Po e a quantidade, Qo (ponto A).
Se, por hipótese, os consumidores obtêm
um aumento de renda real (aumento de
poder aquisitivo), coeteris paribus, a
demanda do bem X, aos mesmos preços
anteriores, será maior. Isso significa um
deslocamento da curva de demanda para a
direita, para DI. Assim, ao preço Po
teremos um excesso de demanda, que
provocará um aumento de preços até que o

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excesso de demanda acabe. O novo equilíbrio se dará ao preço PI e quantidade QI (ponto B).
Da mesma forma, um deslocamento da curva de oferta afetará a quantidade de mercado e o preço de
equilíbrio. Suponha, para exemplificar, que haja uma diminuição dos preços das matérias-primas
usadas na produção do bem X. Conseqüentemente, a curva de oferta do bem X se deslocará para a
direita, e, por raciocínio aná logo ao anterior, o preço de equilíbrio se tornará menor e a quantidade
maior.

17 - Custo de Oportunidade (CO):


Expressa a capacidade má xima de produção da sociedade, onde se decide que o uso de um bem
escasso será de uma forma, desistindo de usá -lo de outra forma, definindo então qual será o melhor
uso alternativo. O CO é definido como o valor do melhor uso alternativo desconsiderado (se as
pessoas não tivessem feito a escolha que fizeram, teriam escolhido a próxima melhor alternativa). O
conceito de CO implica também fazer trocas compensatórias. P.ex.: em 1945, 55% da capacidade
industrial mundial era voltada para armamentos – foi escolhido produzir armas ao invés de
alimentos. O C.O. também não poderia existir sem a escassez, porque não existiriam alternativas
que devessem ser desconsideradas.
Outro conceito complementar ao CO é o Trade-off, que define uma situação de escolha conflitante -
ou seja: quando uma ação para a solução de um problema acarreta inevitavelmente outros. P.ex.: um
político com uma verba destinada para construir uma fá brica ou uma central de tratamento de á gua
em uma cidade, escolhe a primeira opção, pois é mais vantajosa econô mica e lucrativamente.
Em economia sempre nos deparamos com situaçõ es conflitantes, visto que as necessidades humanas
são imensas, enquanto os recursos disponíveis são escassos (ex.: passar horas na faculdade
enquanto poderia estar fazendo outra coisa). Resumindo – o custo de uma coisa adquirida é igual ao
valor daquilo que você desistiu para obtê-la.
Exemplos de algumas Trade-offs que a sociedade atualmente enfrenta:
EFICIÊ NCIA x EQUIDADE
crescimento econô mico x distribuição na renda
implantação de uma industria x preservação ambiental

18 - Curva de Possibilidades De Produç ão (CPP):


Também chamada de curva de transformação e de curva de possibilidades de produção (CPP),
expressa a capacidade má xima de produção da sociedade, dada a escassez dos recursos. Essas
curvas mostram as trocas compensatórias (ou os CO), que as pessoas enfrentam em virtude da
escassez. Ex.: um trabalhador somente tem 4hs para produzir cadeiras ou bancos, nesse caso, a
fonte de escassez é o tempo (quanto mais tempo gasta para fazer cadeiras, menos tempo tem p/
fazer bancos).

PT Tempo cadeiras Tempo bancos


A 0hs 0 4hs 20
B 1hs 4 3hs 18
C 2hs 7 2hs 14
D 3hs 9 1hs 8
E 4hs 10 0hs 0

No ponto C, se o trabalhador escolheu 2hs para cada produto, produzirá 7 cadeiras e 14 bancos.

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• Qualquer ponto em cima da
curva significa que a
economia irá operar a plena
capacidade (ou ponto de
eficiência, ou pleno
emprego), usando todos os
fatores de produção (FP)
disponíveis.
• No ponto Y, a economia está
operando com capacidade
ociosa ou desemprego (FP
subutilizados ou ponto de
ineficiência).
• O ponto Z ultrapassa a
capacidade de produção
possível, pois a economia
dispõ e de recursos
insuficientes para obter essa
quantidade de bens (pontos
inatingíveis).
• O formato cô ncavo da CPP mostra que acréscimos iguais na produção envolvem decréscimos
proporcionais ou maiores.

• A figura ao lado mostra um


crescimento econô mico, com
um deslocamento da CPP.
Isto indica que o país está
crescendo, onde ocorre um
aumento real dos FP
(insumos), em virtude de
progresso tecnológico/
inovaçõ es, aumento da
eficiência produtiva,
investimentos de capital,
melhoria na qualificação da
mão-de-obra, etc.

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Fundamentos de Economia - Apostila 1 - Prof. Nilson Aguilar

• A figura ao lado mostra pontos na


CPP que representam ineficiência ou
ociosidade (ponto A), pontos de
eficiência ou pleno emprego dos
Fatores de Produção (ponto B) e
pontos inatingíveis, onde pode ter
ocorrido uma falha no planejamento
dos recursos disponíveis e por isso,
nunca poderão ser produzidos.

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