Sie sind auf Seite 1von 3

É IMPOSSÍVEL A MAIORIA DOS BISPOS ENSINAR HERESIA

Em tempo de crise da Igreja, onde o episcopado desde o seu topo se mostra


negligente, ambíguo, medroso e omisso, é bom trazer à memória esse ponto da fé
católica, referido pelos teólogos citados abaixo, para que nossas paixões e desânimos
momentâneos não nos leve a proferir erros igualmente condenáveis no que diz
respeito à indefectibilidade da Igreja.

Mons. Jospeh Clifford Fenton explica que, em virtude da assistência divina prometida
e dada à Igreja, é impossível à maioria dos bispos católicos negar uma doutrina
proposta pela Igreja como uma parte da revelação divina pública:

“A doutrina proposta em qualquer período dentro da verdadeira Igreja de Deus como


uma parte da revelação divina pública deve, em virtude da assistência divina
prometida e dada à Igreja, ter sido ensinada no passado, pelo menos de modo
implícito pela maioria da ecclesia docens. Além disso, tal ensinamento nunca
poderia ter sido negado pela maioria dos autênticos mestres dentro da Igreja”. (The
Requisites for an Infallible Pontifical Definition According to the Commission of Pope
Pius IX, AER 115 (November 1946): 376–84).

Nesse precioso artigo o teólogo estava expondo e comentando as conclusões da


Comissão especial, indicada pelo Papa Pio IX, para investigar a doutrina da Imaculada
conceição e para submetessem ao Papa por escrito seus pontos de vista acerca da
possibilidade da definição.

O Cardeal Manning traz no Apêndice de sua Obra The Vatican council and its
definitions: a pastoral letter to the clergy, a declaração da Comissão especial nesse
sentido, aprovada à unanimidade, que julga como FALSA a seguinte proposição:

“Que não pode ser concluído legitimamente a partir do fato de que uma doutrina é
mantida em qualquer época, que a mesma doutrina nunca foi negada pela maioria, e
que isso foi ao menos implicitamente acreditado pelo maior número”
https://archive.org/details/TheVaticanCouncilAndItsDefinitions/page/n247

Mons. Fenton, poucos anos depois de escrever o estudo anterior, escreveu novo
artigo intitulado “Cristo Mestre e a estabilidade do Dogma Católico”, ressalta
novamente esse ponto:

“Absolutamente falando, uma vez que se estabeleceu que um ensinamento particular é


proposto aqui e agora como dogma da Igreja Católica ubique et ab omnibus, é
completamente certo que sempre foi apresentado assim na Igreja verdadeira e
Católica. Mas, do mesmo modo, uma vez que se estabeleceu que a ecclesia docens
declarou realmente tal ensinamento como dogma Católico no passado, é
completamente certo que é ensinado como dogma Católico aqui e agora por todas as
partes e por todos os membros da ecclesia docens”. (Christ the Teacher and the
Stability of Catholic Dogma, AER 125 (September 1951): 208-19).

J. M. A. Vacant também confirma o ponto teológico:

“Contemplemos agora o caso em que a Santa Sé impõe uma verdade discutida até
então à fé ou assentimento da Igreja. Imediatamente a maioria do episcopado
ensinará esta verdade como obrigatória. É a consequência das promessas de Jesus
Cristo ao corpo episcopal e a tradição interpretou assim estas promessas, posto que
sempre considerou o ensinamento dos bispos católicos como uma regra de fé”. (Le
magistère ordinaire de l’Eglise et ses organes. Paris, 1887)

Dom Vicent Gasser, secretário da Deputação da Fé durante o Concílio Vaticano I,


escreveu para os padres conciliares: "Finalmente, não separamos o Papa, ainda que
minimamente, do consentimento da Igreja, conquanto este consentimento não seja
estabelecido como condição que lhe seja antecedente ou conseqüente. Nós não seríamos
capazes de separar o Papa do consentimento da Igreja, porque esse consentimento
jamais lhe faltaria. Com efeito, uma vez que acreditamos que o Papa é infalível por meio
da assistência divina, por esta mesma razão, também acreditamos que o consentimento
da Igreja não irá faltar às suas definições, uma vez que não é possível acontecer que o
corpo episcopal esteja separado de sua cabeça, bem como não é possível que a Igreja
universal seja capaz de falhar. Pois é impossível que obscuridade geral seja difundida no
que diz respeito às verdades mais importantes que tocam a religião, como o Sínodo de
Pistóia." (Relatio do Bispo Vicent Ferrer Gasser, 11 de julho de 1870 [Vaticano I])

Nessa passagem Dom Gasser estava respondendo objeções dos galicanos. Estes
defendiam que as definições pontifícias só são infalíveis em virtude do consentimento
da maioria da Igreja que lhe antecede ou segue. Dom Gasser responde que embora o
consentimento da Igreja não seja uma condição antecedente ou consequente para a
infalibilidade da definição pontifícia, jamais o corpo dos bispos irá deixar de consentir
às definições papais, pois é impossível estar separado de sua cabeça. Segundo Dom
Gasser, de outro modo, isso seria uma forma de obscurecimento geral e isso é
impossível ocorrer, uma vez que essa é uma tese jansenista condenada como herética
pela Auctorem Fidei. Destaca-se que os jansenistas defendiam que a maioria dos
bispos ensinava heresias1, bem como a maioria dos fiéis.

No mesmo sentido Dom Prosper Guéranger diz:

“Em virtude das promessas de Jesus Cristo, é possível que o corpo docente de Cristo
(o Papa e os bispos definindo simultaneamente), seja infalível; porque o salvador o
prometeu. É possível que o Pontífice Romano definindo do alto de sua cátedra seja
infalível; porque o salvador o prometeu. É possível que o corpo episcopal, quando
o Papa define sozinho, adira à sentença numa infalibilidade passiva; porque o
Salvador prometeu à sua Igreja a permanência. Finalmente ele faz com que a Igreja
ensinada nunca fique sem a verdade professada, antes e depois da definição; Porque
o Salvador prometeu manter os seus fieis na verdade até a consumação dos séculos.
Não, não há, nunca houve, não pode haver definição de fé que não seja acolhida pelo
consentimento da Igreja” (Réponse aux dernières objections contre la définition de
l'infaillibilité du pontife romain, ano 1870, p. 9)

Cardeal Franzelin sobre a matéria diz:

"Segue-se então o terceiro estágio, quando por meio de um juízo solene do Magistério
autêntico ou, de outro modo, por um firme consenso estabelece-se como certo que um
dogma é revelado e a questão saneada passa em entendimento católico explícito e
em pregação eclesiástica pública. Havendo consenso manifesto e pregação

1 O principal teólogo do Sínodo condenado, Pietro Tamburini, diz claramente: "A doutrina
revelada será sempre ensinada no seio da Igreja, e a tradição será sempre uma regra infalível,
no caso em que a obscuridade espalhe-se e se estenda sobre algumas verdades até cegar o
entendimento do maior número dos pastores. Neste mesmo caso a Igreja permanece sempre
visível, católica, infalível, e depositária fiel de toda a revelação, sem deixar de ensinar até
aquela mesma verdade sobre a qual cai, digamos assim, o obscurecimento" (Resultado de las
conferencias eclesiásticas, celebradas el año de 1789, en la ciudad y diócesis de Pistoya y de
Prato, pág. 225: citado em Rochefort- Gusta, Bosquejo del jansenismo problema : los
jansenistas son jacobinos. Geografía del Jansenismo ano 1847, p. 62)
explícita e eloquente, já não pode haver dentro da Igreja lugar para dissensão ou
obscurecimento deste dogma. Com efeito, a Bula Auctorem Fidei em seu primeiro
cânon condenou como herética a proposição do Sínodo de Pistóia que afirmava: "Nos
últimos séculos, disseminou-se um obscurecimento generalizado das verdades mais
importantes concernentes à religião, que são a base da fé e dos ensinamentos morais
de Jesus Cristo". (Tractatus de divina traditione et scriptura, Roma, 1870, pp. 245-
246).

Novamente à condenação ao erro do Sínodo de Pistóia é mencionada. Portanto, a


tese em questão exige adesão da fé.

O cardeal Franzelin diz que mesmo na vacância da Sé Apostólica permanece no corpo


episcopal a infalibilidade em pregar a verdade suficientemente proposta à crença
católica:

“Certamente, permanece na Igreja não somente a indefectibilidade em crer (chamada


de infalibilidade passiva), como também a infalibilidade em proclamar a verdade que já
foi revelada e suficientemente proposta à crença católica, mesmo enquanto ela [a
Igreja] está temporariamente enlutada pelo seu cabeça visível, de modo que nem todo
corpo da Igreja na sua crença nem todo Episcopado no seu ensinamento podem
apartar-se da fé transmitida e cair em heresia, porque essa permanência do Espírito
da verdade na Igreja, reino e esposa e corpo de Cristo, está incluída na própria
promessa e instituição da indefectibilidade da Igreja para todos os dias até à
consumação do mundo”. (Theses de Ecclesia Christi, Romae 1907, p. 221-223).

Zubizarreta diz o mesmo:

"Durante a sede vacante [a Igreja] fica privada por um tempo de seu cabeça visível,
mas mantém os privilégios junto com a indefectibilidade e infalibilidade tanto passiva
ou in credendo no corpo dos fiéis, como ativa ou in docendo no corpo dos bispos,
contudo sem a faculdade de definir nenhum dogma novo ainda não declarado"
(Theologia dogmatico scholastica, vol. 1, p. 462)

Das könnte Ihnen auch gefallen