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Salmo 2
                           

Introdução

A nossa sociedade em 14 anos se afastou com um grande velocidade dos valores


judaicos cristãos. Hoje é considerado constrangedor e indelicado expressar qualquer
opinião que reflita algum valor moral ou qualquer referência ao cristianismo mediante os
meios de comunicação. Embora a sociedade ocidental tenha vivido em período onde os
valores judaicos cristãos tenha marcado seus valores e ideais o desejo do ser humano de
se ver livre do Deus revelado na teologia judaica cristã nunca abandonou o ser humano.

Com o avanço do cristianismo no ocidente durante a Idade média a ideia da


existência e interferência um deus pessoal permeia a sociedade. A própria ciência
moderna nasce de uma cosmovisão cristã. O modo de pensar cristão dos cientistas lhes
deu a fé nas possibilidades da ciência. Vivendo em uma concepção de que o mundo foi
criado por um Deus inteligível, os cientistas podiam progredir com confiança na
expectativa de poder descobrir coisas acerca do mundo por meio da observação
e experimentação. Esta era a sua base epistemológica. Os fundamentos filosóficos lhes
davam a certeza de que podiam desenvolver conhecimentos.

Porém, na medida em que o ocidente foi entrando na idade moderna vai


abandonando a ideia de um Deus pessoal e vai se tornado uma sociedade
antropocêntrica. O homem começa a ser o centro de todas as coisas. O modernismo
começou trazendo consigo a utopia de que poderíamos construir um mundo simétrico a
nossa capacidade de organização. A modernidade prometia que a razão, a ciência e a
tecnologia resolveria todos os nossos problemas e que a sociedade já não precisava da
ideia de um deus pessoal. Foi partindo desse pressuposto que Nietzsche cunhou a sua
célebre frase: “Deus está morto”. Entretanto “a sensibilidade monolítica do modernismo,
que aparentava possuir um potencial tão ilimitado, fragmentou-se em comunidades
diversas e competitivas. As pessoas não se entendem mais. Não há pontos de referência
em comum, não há linguagem em comum. A unidade totalitária cedeu à diversidade
caótica1”.
A modernidade falhou na utopia que ela nos prometeu. Para Bauman a consciência
pós – moderna é “um despertar maldito de um sonho colorido para um pesadelo 2.”
A consciência pós – moderna olha para o caos que o mundo moderno deixou para os
seres humanos e convive com ele considerando que toda e qualquer ordem é apenas
provisória e varia de uma pessoa a outra.
A pós-modernidade não é propriamente um movimento organizado, mas um
espírito, uma maneira de ver a realidade, uma mentalidade cuja influência se percebe na
academia, na religião, na arte, na cultura, na economia.
A base da consciência pós - moderna vem do pensamento de vários filósofos do século IX
e XX. Soren Kierkegaard (1813 – 1855), por exemplo, influenciou bastante a consciência
pós – moderna com o seu pensamento acerca de Deus e da religião.
Para Kierkegaard, embora Deus seja verdade, essa verdade existe apenas para o crente
que internamente experimenta a tensão entre ele próprio e Deus. Se uma pessoa é um
descrente, então, Deus não existe. Deus existe apenas na subjetividade. Kierkegaard diz
que a religião real não consiste em entender alguma coisa; é uma questão de sentimento,
de uma paixão anti – intelectual.
Se no modernismo houve um abandono da religião no pós – modernismo há um
retorno à religião. Porem a consciência pós – moderna incorpora sua religiosidade em
cima das ideias de subjetividade religiosa de Kierkegaard. Para o pós – moderno cada um
tem o seu próprio deus.
O pensamento existencialista tem influenciado bastante a consciência pós –
moderna. O existencialismo defendia que não há sentido nem finalidade inerente na vida,
porém embora não haja sentido pré – fabricado na vida, os indivíduos pode criá-lo para si
pelas suas próprias livres escolhas e atos deliberados. As pessoas podem criar sua
própria ordem, um sentido para sua vida que elas e somente elas determinam. Esse
1
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sentido, no entanto, não tem validade para mais ninguém. Ninguém pode providenciar um
sentido para outra pessoa. Cada um determina seu próprio significado, que deve
permanecer particular, pessoal e desligado de qualquer sorte de verdade objetiva.
Esse relativismo pós – modernista acaba por influência na ideia de moralidade. Se tudo é
relativo à moral também é relativa, ela está condicionada a um grupo social, uma etnia e
até mesmo a um sujeito. Segundo Bauman “A realidade humana é confusa e ambígua e
também as decisões morais, diversamente dos princípios filosóficos éticos e abstratos,
são ambivalentes”3.
O pensamento pós-moderno também rejeita a ideia de que existam verdades
absolutas. Toda verdade é relativa e depende do contexto social e cultural em que as
pessoas vivem. Para um pensador pós – moderno cada um percebe a verdade de sua
própria forma.
E por fim a mentalidade pós-moderna rejeita o ideal do pensamento moderno segundo o
qual a verdade pode ser alcançada através da análise racional. Jonh W. Robbins resume
esse fato nas seguintes palavras: “Os intelectuais contemporâneos são anti – intelectuais.
Os filósofos contemporâneos são anti – filosóficos” . Na tentativa de fugir das ilusões que
o modernismo criou o pós – modernismo pagão acabou correndo em direção ao caos.

Todo esse movimento da sociedade moderna e pós moderna pode ser explicado
apenas no aspecto de que Os homens estão sempre querendo fugir e rebelar-se contra
Deus, seja por negação de sua existência ou a tentativa de substituí-lo. Essa fuga e
rebelião contra Deus não é algo recente. Se nos voltarmos para as Escrituras Sagradas
perceberemos que desde a queda o homem tem se tornado um fugitivo de Deus. Um
rebelde obstinado. É exatamente sobre essa obstinação por parte do ser humano em fugir
e rebele-se contra Deus que esse Salmo fala.

Elucidação

Não há consenso entre os comentaristas sobre o contexto Histórico por trás do


Salmo 2. Muitas teorias são levantadas Dahood, por exemplo, entende que este é um
Salmo pós - exílico e que não reflete nenhuma situação histórica específica. A. Robert
defende uma posição parecida levantado a hipóteses de que o Salmo 2 é messiânico de
nascimento e foi composto quando o pensamento e a esperança messiânica já havia
cristalizado. O salmo seria uma expressão simbólica de um desejo e uma esperança por

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transformação ideal de datas e esquema históricos. Esta hipótese supõe que o Salmo é
tardio, pós – exílico em uma época em que os judeus não tem rei nem autonomia política,
onde se dizia que a promessa de Deus a Davi deixou de se cumprir. No entanto, a em
meio a desolação espiritual brota e cresce a esperança da vinda de um
sucessor legítimo de Davi para restaurar o passado e instaurar um futuro mais glorioso.
Nesse caso o Salmo seria a versão de um reino messiânico com um monarca davídico,
de qual há testemunhos nos livros proféticos.

Para Hans Joachim Kraus “refere-se ao tempo em que se originou o salmo,


poderíamos pensar no tempo da monarquia judaica em Jerusalém mas com a ressalva de
que, durante a história da tradição, intrusões ocorreu no texto do salmo. A determinação
do momento exato do salmo é complicado pelo uso linguagem convencional.”1
P. Guichou resume que é mais provável que o Salmo 2 fosse originalmente um discurso
colocado na boca de um rei de Judá em sua entronização em resposta a ameaça de
alguns vassalos, que talvez quisesse se rebelar durante a transição real.
Embora a maior parte dos comentaristas entendem que não existe um pano de fundo por
trás do salmo 2 com base na autoria apontada por Pedro ( At.4.25) entendemos que seu
contexto histórico se encontra nas oposições que Davi encontrou em sua vida. Embora
possamos pensar em muitas experiências vividas por Davi queremos sugerir que
provavelmente o pano de fundo histórico para esse salmo encontrasse numa ocasião
histórica como a que nos é narrada em 2Sm 5.17 ou em 2Sm 10.6 e seguintes.

Em algumas traduções ao longo da história da igreja, o Salmo 1 e o Salmo 2 foram


colocados juntos, não apenas por causa de seu tema, mas também por causa de como
funciona a poesia hebraica. Nota-se claramente que os salmos 1 e 2 estão separados dos
salmos seguintes. Salmo 1 começa assim: Bem-aventurado o homem que não anda
segundo o conselho dos ímpios. No final do Salmo 2 diz: Bem-aventurados todos os que
nele se refugiam .Eles estão conectados um com o outro como podemos notar a inclusão
na repetição yrEv.(a;î ( bem-aventurado) nos dois salmos. A repetição de %r<d<ä (caminho)
e dbe(a (perecer) em 1. e 2.12 forma uma conexão entre finais que liga ainda mais os dois
textos juntos. Porém no salmo 1 encontramos uma percepção global do livro dos salmos,
já no salmo 2 temos um vislumbre da mensagem do todo. O que não resta dúvida é que o
salmo 1 e 2 foram feitos para ser uma introdução a todo o Saltério. Cada um dos referidos
salmos traz os temas que os salmos a seguir descompactarão e refletirão sobre eles.
Embora o Salmo 2 não traga o nome do seu autor podemos assegurar que o
mesmo foi composto por Davi, porque em Atos 4.25 Pedro atribui esse salmo a Davi:
Que disseste por intermédio do Espírito Santo, por boca de Davi, nosso pai, teu servo:
Por que se enfureceram os gentios, e os povos imaginaram coisas vãs?
O salmo se refere primariamente de algum momento da vida de Davi em que ele
sofria oposição das nações que não aceitavam o rei escolhido por Deus e
tentava destroná-lo.Entretanto, essa rebelião tem a sua aplicação plena, não em Davi,
mas em outro Ungido (cristou/) a saber, Jesus de Nazaré. Ainda que Davi tenha em mente
um rei terreno e mortal o autor por detrás deste salmo, o Espírito Santo aponta para um
rei eterno muito maior que Davi.

Exposição

I A Busca de Liberdade do Homem Obstinado v.1 – 3

O Salmo 2 fala especialmente da oposição das nações contra a Lei de Deus e o


seu Ax*yvim ( masshia) e as nações que não aceitavam o rei escolhido por Deus e tentavam
destroná-lo. Este salmo começa com Davi impressionado e surpreendido com as nações
estrangeiras, que até então havia estado submetidas ao rei de Jerusalém e agora se
atreve a rebela-se. A palavra hebraica Wvåg>r" é da raíz “ragásh” que é usada no verso 1,
significa: tumultuar, revoltar, fazer barulho, agitar. O poeta vê o mundo em desordem. Vê e
se admira. E pergunta “por que”?

A surpresa de Davi nasce do conhecimento que ele mesmo possui acerca do poder
soberano Yahvé. O mais assombroso, no entanto é que a rebelião dos povos não é
meramente contra o rei, mas contra o próprio Deus. O cantor de Israel fica atônito ao ver
os povos tentando ser livre da presença de Deus. Por isso a pergunta introduzida
por hM'l'â não vem acompanhada de preocupação e nem de ansiedade senão de surpresa e
consternação pelo atrevimento dos homens querem expulsar Deus de sua vida, querem
jogar Deus para bem longe de seu ser. Davi faz quatro perguntas seguidas e Davi faz
assim para retratar a atitude do coração do homem que vai aos poucos abandonado a
Deus:
Por que se Wvåg>r (causa tumulto ou se revolta), os gentios? Por que os povos
imaginam coisas qyrI) (vãs)? Por que os reis da terra se (levantam, ? Porque os príncipes
conspiram contra o Senhor e contra seu Ungido dizendo: rompamos os seus laços
sacudamos de nós as suas algemas.

Com essas indagações Davi retrata a atitude do coração do homem, o coração de


uma humanidade longe de Deus que vai cada vez mais se lançando em uma atitude de
obstinação contra o Senhor e seu ungindo. Em lugar de afirmações Davi vai fazendo
perguntas seguidas com a intenção de mostra a intensidade do coração do homem de
progressivamente abandonar a Deus.

Davi diz que em primeiro lugar os homens se enfurecem contra Deus. Eles causam
um motim sonoro. Depois juntos maquinam clandestinamente contra Yahvé começam a
imaginar coisas que antecipadamente o salmista define de antemão como vãs. Eles
resmungam e murmurar contra Deus, em vão. A terceira atitude de rebelião desses
homens é de levantar - se abertamente contra o seu Criador e Senhor, e já não tem
vergonha ou temor de dizer “rompamos os seus laços e sacudamos de nós a sua algema”
“saiamos debaixo desse senhorio de Deus e do seu ungido”.

Davi ver os reis inimigos e seus príncipes reunindo-se para conspirar em uma
grande revolução mundial contra o domínio universal e soberano de Yahve e seu ungido.
Ora, o Ax*yvim ( ungido) era Ax*yvim.-l[;w> (seu ungido), o rei de Deus que foi marcado por uma
unção divina e que é inviolável (1 Sam 2,10.35; 12,3.). Os reis rebeldes queriam ser
autônomos, independentes de Yahvé e de quem representasse o seu senhorio. Eles
vinham o governo de Yahvé sobre eles por meio do seu ungido como correntes, ou
cordas, imagens que são usadas aqui representado subordinação e sujeição a esses
poderes. Os amotinados queriam ser livres e independentes.

II A Resposta de Deus a Obstinação Humana v.4 – 9

Quando lemos o verso 4 podemos entender porque, embora houvesse


perplexidade na voz do salmista não havia temor. Davi se refere a Yahvé como ~yIm:åV'B;
bveäA (o que está assentado no céu) apontando para o governo soberano de Deus. Em
contraste com os rebeldes que estão na terra Yahve está bveäAy (sentado) no centro do
universo. Por essa razão Davi antecipou no verso 2 que as conspirações tramada pelos
rebeldes eram qyrI) (vãs). Aqui é importante salientar mais o fato de que nos dois primeiros
Salmos encontramos esse conflito que entre o justo e o ímpio que se levantam porque
não aceita o senhorio de Yahvé.

Esse conflito se desenrola por todo o Salmo, porém a sempre a confiança na vitória


do Senhor. Isso porque Ele está assentado nos céus. A mensagem é muito clara, Deus
reina gostem os homens ou não. O Senhor olhar para os homens que o desafia e rir-se
(V4), porque de fato Deus sabe que eles nada pode fazer para ameaçar seu Senhorio e
que é patético desafiá-lo. Deus rir-se dele. (salmo 37.13). Aqui o Salmista vai usar uma
linguagem antropomórficas, ou seja, ele vai atribuir ao Senhor sentimentos humanos. A
ideia de rir-se aqui retrata o menosprezo de Deus para com essa atitude de obstinação do
homem. Ele é o senhor que governa sobre todas as coisas e que tem tudo em suas mãos
(Sal 8,2), e que se rir dos devaneios e absurdas demonstrações de poder que fazem os
rebeldes. Deus está zombado desse homem que deseja se libertar que deseja ser livre,
fugir ser senhor de si mesmo.

Mas não apenas isso, Deus não apenas zomba desse homem, mas no VS 5 o
texto nos diz que Deus derramará a sua ira sobre eles. O cálice da justiça de Deus da sua
santa indignação para com o pecado será derramado sobre eles. Yahve demonstrará que
Ele é o Senhor, que ele é o Rei do Universo e que não há como fugir
dele. Então za'Û(o o Senhor separou um tempo, no futuro, em que derramará a sua ira sobre
as forças rebeldes e deixá-las aterrorizadas com a súbita explosão de sua palavra.

No versículo seis nós temos um contraste com aquilo que os homens dizem “Eu
porém... A forma enfática do pronome da primeira pessoa do singular, põe a pessoa que
fala no primeiro plano. A conjunção w:â (e), precedendo o pronome, também acrescenta
ênfase; seu significado é acentuar que Deus, a despeito do que os opositores planejam
ou queiram fazer, continuará a levando adiante o decreto que fez conhecido.
No versículo três os homens dizem: nós vamos romper os seus laços e vamos sacudir
suas algemas”. Isso é que diz o homem obstinado contra Deus. Mas no versículo 6 Deus
diz: Eu porém vou fazer algo diferente ... constituí o meu rei no Santo Monte Sião.

Observe que o versículo dois nos informa que essa obstinação dos homens não é
apenas contra o Senhor mas também contra o seu Ungido. E aqui Davi não estava
apenas se referindo a ele, mas estava olhando para frente e enxergando o Messias ou o
Ungindo que regeria todas as nações com cetro de ferro. A resposta de Deus para essa
atitude de rebelião dos homens contra ele e seu Ungido é contundente. Deus zomba
deles e constituiria o seu Ungido para reinar sobre eles.

No versículo sete o salmista ainda nos diz que não é a vontade ou o desejo dos
homens que conta, mas sua vontade, porque ele é Senhor :
Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu Santo Monte Sião.

O termo qxoï designa um decreto sagrado do rei. Significa o documento de


legitimação, o protocolo real que foi consignado por escrito com o motivo da entronização
de um rei e que prova que desde então que ele é o soberano legítimo4. Aqui nós temos
um decreto geral. Enquanto os homens estão querendo se libertar de Deus, há um
decreto de Deus mostrando que ele é o Senhor dos céus e da terra e que nada pode fugir
ao seu senhorio, ao seu controle. Um dos privilégios do rei escolhido e dotado de poder é
o de fazer solicitações espontâneas V 8-9:

Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua


possessão. Com vara de ferro as regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro.

Yahvé quer entregar as nações e os confins da terra como herança a seu rei ungido. O
Pai é Senhor sobre as nações e sobre a terra inteira. a ele pertencem todo o universo. Ele
é seu criador é seu ungido é o herdeiro. O ungido também é o Filho a quem será entregue
o domínio de todo mundo. Em companhia da herança transmitida se confere também
ao Filho autoridade para julgar as nações. Que ironia, o ungido que os rebeldes tanto
conspiraram e se rebelaram é posto como juiz sobre eles.

III O Convite de Deus aos Homens para se Sujeitarem a seu Ungido

O salmo termina com o convite aos homens. Deus os convida a sujeitasse ao seu
Ungido. Os reis, que estão aconselhando-se e tomando posição militar contra o Rei
estabelecido no Monte Sião, o Rei entronizado sobre todas as demais coisas. Porém eles
são convidados a abandonarem suas conspirações vás. São aconselhados em vez de
persistirem obstinados nas suas rebeliões contra Deus e seu Ungido, a serem sábios
prudentes em seus assuntos nacionais, e a se deixarem advertir (v.10) 5.

4
5
Primeiro Davi retratou a atitude do coração dos homens de se verem livre de Deus,
depois mostrou a atitude de Deus diante dessa ação dos homens, zombando e aplicando
a sua ira e seu furor, estabelecendo seu rei a despeito da rebelião dos homens e, por fim,
ele termina apresentado um convite da parte de Deus para que os homens se submetam
a seu Rei seu messias:

Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos advertir, juízes da terra. Servi ao


SENHOR com temor e alegrai-vos nele com tremor. Beijai o Filho para que não irrite, e
não pereçais no caminho; porque dentro em pouco se lhe inflamará a ira. Bem-
aventurados todos os que nele se refugiam.

Temos aqui um convite à conversão. A única esperança para este homem que quer
se ver livre de Deus que se rebelou contra Deus é submeter-se ao Ungido de Deus. E
isso tem um caráter de urgência, pois dentre em breve lhe inflamará a ira. A expressão
“beije o filho” era a forma naquela época que alguém usava para prestar homenagem ao
rei. Era beijando que se demonstrava honra e submissão. Isso deveria ser feito o mais
rápido possível, pois logo não haveria mais tempo. Pois este mesmo Ungindo, este
Messias estava vindo para trazer juízo. Logo a sua ira seria inflamada e ele os
despedaçará como se despedaça um vaso de barro e ninguém poderá livrá-los. Aqui nós
temos um dos mais belos paradoxos da Escritura Sagrada. A melhor forma de escapar da
ira do Rei do Ungido de Deus era se esconder nele mesmo. Davi termina dizendo: feliz é
aquele que nele se refugia. Esse final é muito significativo porque o que o orgulho
humano interpreta por escravidão a Escritura interpreta por felicidade.

O Ungido do Salmo 2
Os autores no NT entenderam que este é um Salmo Messiânico, um Salmo que
fala do messias do cristou/ (Cristus) Jesus, não apenas por causa do adjetivo “Ax*yvim.” que
é traduzido no grego por “Cristo”, mas porque o que é dito aqui a respeito desse Messias
de Deus não poderia ser aplicado a um rei mortal e comum. De tal forma que este se trata
de um Salmo Profético onde Davi está apontado para a pessoa do Senhor Jesus Cristo.
Então o Salmo 2 está mostrando o senhorio do Senhor Jesus Cristo. Gerard Van
Groningen comentado o salmo 2 concluem nestas palavras:
O salmo 2, concluímos, é definidamente messiânico. Ele expressa isso simbólica e
tipologicamente. É também profético (embora não no sentido de profecia preditiva). Não
se pode responder com exatidão se o salmista estava plenamente cônscio do que estava
cantando, particularmente em referência a Jesus Cristo nessa circunstância. Yahwéh e
seu Filho, entretanto, falam por meio do salmista. Deus falou segundo sua promessa e
plano. O salmista, tendo acesso à revelação prévia, e vendo suas circunstâncias, falou
consciente e confiantemente: seu trono real estava seguro para ele e seus descendentes;
o reino, universal em caráter, haveria de perdurar. Yahwéh, de acordo com seu plano,
suas promessas e seus métodos, levaria adiante todos os aspectos, plenamente. Ele
também, por meio de seu reinado, é a fonte de paz, prosperidade e segurança, a vida
abençoada.

Os autores do NT identificam o Rei desse Salmo como o Senhor Jesus Cristo. Estão
falando do reinado de Jesus da sua realeza da sua grandeza.

O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser,


sustentando todas as coisas por sua palavra poderosa. Depois de ter realizado a
purificação dos pecados, ele se assentou à direita da Majestade nas alturas, tornando-se
tão superior aos anjos quanto o nome que herdou é superior ao deles. Pois a qual dos
anjos Deus alguma vez disse:
“Tu és meu Filho; eu hoje te gerei”?
E outra vez:
“Eu serei seu Pai, e ele será meu Filho”?
Hb 13-.5

Aqui nós temos uma citação clara do Salmo 2, ou seja, o autor aos Hebreus
inspirado pelo Espírito Santo está falando de Jesus Cristo cita o Salmo 2 e atribui as
promessas feitas ao Ungindo a pessoa bendita de Jesus Cristo. Este é um dos salmos
mais citado no NT porque está retratando o reinado do Senhor Jesus Cristo.

Ela deu à luz um filho, um homem, que governará todas as nações com cetro de
ferro. Seu filho foi arrebatado para junto de Deus e de seu trono (Ap.12.5 ).
De sua boca sai uma espada afiada, com a qual ferirá as nações. “Ele as
governará com cetro de ferro.” Ele pisa o lagar do vinho o furor da ira do Deus todo-
poderoso. Em seu manto e em sua coxa está escrito este nome: REI DOS REIS E
SENHOR DOS SENHORES (Ap. 19.15-16).
As nações por meio da espada e da sua boca (que é a palavra de Deus) seriam
conquistadas. Quando Jesus começou seu ministério havia apenas alguns camponeses,
um ou outro de posses que o seguia. Após a sua ressurreição não havia mais do que 120
pessoas ali em Jerusalém, desde então quando olhamos desde aquele dia até os dias de
hoje podemos ver quantos vieram a Cristo, quantas nações se renderam ao Evangelho,
Jesus com a espada de sua boca por meio da pregação do Evangelho vem
conquistando as nações. Um dia todas as nações estarão ao pé do Ungido de Deus e
quanto a esses que rejeitaram seu senhorio agora tentando fugir de Deus, não poderão
escapar do furor da ira do Deus todo poderoso.

A Soberania de Deus no Salmo 2

O tema predominante no Salmo 2 é a soberania de Deus e sua onipotência,


consequentemente temos aqui também a doutrina dos decretos de Deus. Mas o que
queremos dizer com soberania e onipotência de Deus? Por soberania queremos dizer que
Deus como o Criador e preservador, sua vontade é a causa primária de todas as coisas,
sejam elas boas ou más. Isso não faz Deus o autor do pecado. Céus e terra lhe
pertencem, ele sustenta todas as coisas com sua onipotência, e determina os fins que
elas estão destinadas a cumprir. No verso quatro o salmista diz que Deus habita nos
céus, e que já estabeleceu seu rei. Essas expressões apontam para a soberania e
onipotência de Deus. Isso significa que Deus pode efetuar tudo quanto ele quer, sem
limitação alguma, salvo o que se opõe as perfeições absolutas e imutáveis de sua própria
natureza. É patética a rebelião humana, Deus conhece de antemão e ordena todas as
coisas. Ele não pode ser enganado nem impedido nos seus decretos; e nada pode
acontecer senão segundo a sua vontade.

Por essa razão, a despeito da rebelião humana, Deus Constitui seu Messias.
O capítulo oito da Confissão de Fé de Westminster na secção I resume esse fato com as
seguintes palavras:
Aprouve a Deus em seu eterno propósito, escolher e ordenar o Senhor Jesus, seu Filho
Unigênito, para ser o Mediador entre Deus e o homem, o Profeta, Sacerdote e Rei, o
Cabeça e Salvador de sua Igreja, o Herdeiro de todas as coisas e o Juiz do Mundo; e
deu-lhe desde toda a eternidade um povo para ser sua semente e para, no tempo devido,
ser por ele remido, chamado, justificado, santificado e glorificado 6.

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A Escritura está cheia dessa doutrina apresentada no Salmo 2. Toda Escritura ensina
claramente que Deus tem poder ilimitado para fazer tudo quanto sua natureza determina
querer. Não há a mais remota possibilidade de que algo possa impedi-lo.
Tudo quanto aprouve ao SENHOR, ele o fez, nos céus e na terra, no mar e em todos os
abismos. (Salmos 135.6)

Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua
vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe
possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?(4.35.6)

Eu sou o SENHOR, e não há outro; além de mim não há Deus; eu te cingirei, ainda
que não me conheces . Para que se saiba, até ao nascente do sol e até ao poente, que
além de mim não há outro; eu sou o SENHOR, e não há outro. Eu formo a luz e crio as
trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o SENHOR, faço todas estas coisas. Destilai, ó céus,
dessas alturas, e as nuvens chovam justiça; abra-se a terra e produza a salvação, e
juntamente com ela brote a justiça; eu, o SENHOR, as criei. Ai daquele que contende com
o seu Criador! E não passa de um caco de barro entre outros cacos. Acaso, dirá o barro
ao que lhe dá forma: Que fazes? Ou: A tua obra não tem alça. Ai daquele que diz ao pai:
Por que geras? E à mulher: Por que dás à luz?

Assim diz o SENHOR, o Santo de Israel, aquele que o formou: Quereis, acaso,
saber as coisas futuras? Quereis dar ordens acerca de meus filhos e acerca das obras de
minhas mãos? Eu fiz a terra e criei nela o homem; as minhas mãos estenderam os céus,
e a todos os seus exércitos dei as minhas ordens. (Isaias 45. – 12 )

Por essa razão o salmista expressa perplexidade diante da rebelião das nações
contra o Senhor e conclui o Salmo com a certeza da consumação dos planos de Deus e o
juízo sobre os ímpios trazidos pelo seu Cristo.

Aplicações

I. A Grande intenção da sociedade é se ver livre de Deus


Em seu coração os homens têm estabelecido a tese de que não precisa de Deus,
tem sido assim em nossa sociedade. A cosmovisão que nos é apresentada pela televisão,
rádio e periódicos é construída em cima deste conceito de que não precisamos da ideia
de um Deus pessoal. As consequências têm sido terríveis, as famílias têm sido destruídas
os jovens estão cada vez mais confusos, os rapazes já não sabem se são rapazes ou
moças e assim também tem sido com as moças. A figura dos pais tem sido encarada com
desprezo, a vida humana já não é cada vez mais desprezada. Falam em progresso mas o
que observamos é o retorno à barbárie que era comum antes do cristianismo chegar no
ocidente. Tudo isso é consequência do juízo de Deus sobre essa humanidade, que se
considera sábio demais para adorar a um Deus vivo e verdadeiro, Deus os entregou às
suas paixões infames.

Se você que está ou tem fugido de Deus, achando que isso é ser livre, saiba que
você é escravo de suas paixões infames, que o levará a uma vida miserável e, por fim, se
você não se arrepender ao inferno.

II. É Tolice Lutar Contra Deus

Os rebeldes se orgulham de sua rebelião. Acreditam que os cristãos são covardes


por temer e adorar a Deus, mas, na verdade, essa tentativa de lutar com Deus é tolice.
Alguém que luta que se agarra com um leão tentando vencê-lo não é corajoso, mas um
tolo. Só os tolos entram em uma luta sabendo que não há a mínima chance de vence. Os
que pelejam contra Deus já estão derrotados, e está abandonada a fonte de todo
verdadeiro conhecimento. Tem abandonado os mananciais de água-viva para cavar
cisternas que não rotas, que não retém água. Todos os caminhos tomados pelos homens
para construir uma cosmovisão a parte do Deus revelado, os tem levado a lugar nenhum,
a não ser a escuridão do seu próprio ser, e o desespero.

Um exemplo clássico na filosofia é de um dos mais influentes existencialistas,


Friedrich Nietzsche. Em 1880, Nietzsche foi o primeiro a afirmar de forma moderna, que
Deus está morto, e ele entendeu bem onde as pessoas acabam quando dizem isso. Se
Deus está morto, então tudo aquilo a que Deus fornece resposta e sentido está morto.
Quando Nietzsche foi á Suíça e ficou louco não foi por alguma doença venérea, por mais
que ele de fato a tenha contraído. A razão disso encontrava-se muito antes no fato de que
ele compreendia que, a insanidade seria a única resposta filosófica possível se Deus
infinito e pessoal não existisse. Fugir de Deus e fugir da razão e entregasse ao
desespero. Todo o prazer busca eternidade, uma funda e profunda eternidade.

Em muitas ocasiões nós também queremos lutar contra Deus sem nos darmos
conta que essa luta já está perdida.

IV A Única Solução Para Escapar Do Juízo De Deus É Voltar-se Para Deus.

Talvez você seja um daqueles que tem zombado do Ungido de Deus, a saber,
Jesus Cristo, o injuriado ou até mesmo se referindo à história da redenção como mitos
é fábulas. Quando os servos de Cristo lhes declaram a verdade demandam seu
arrependimento, você os amaldiçoa e rir deles. Você lhes resiste abertamente, faz tudo o
que pode para impedir-lhes a obra. Talvez você seja apenas indiferente, acredita que não
há necessidade de um Deus pessoal. O ungido virá atrás de você. E Não espere um
camponês humilde que suportaria seus insultos e abusos. Ele é Deus, cheio de glória e
poder. A sua rebelião não ficará impune.

Na verdade o juízo de Deus já está sobre você. Porem ainda há um pouco de


graça, de misericórdia, mas quando chegar aquele, grande e terrível dia do Senhor, só lhe
restará o juízo não haverá misericórdia. Só há uma maneira de você escapar da ira do
Cristo de Deus. Arrependa-se de seus maus caminhos, reconheça a sua culpa diante de
Deus, a sua total incapacidade de apresentar qualquer justiça própria aceitável para Deus
e deposite sua confiança na justiça perfeita do Messias e no preço que ele pagou lá na
cruz, derramando o seu próprio sangue, recebendo a ira do Pai para que aqueles que se
achegassem a ele fossem poupados. Como bem disse Derek Kidner:

A bem-aventurança final não deixa dúvida quanto à graça que inspira a conclamação nos
versículos 10 e 11. O que o medo e o orgulho interpretam como sendo escravidão é, na
realidade, segurança e felicidade. E não há refúgio contra Ele, mas apenas nele. 7

Arrependimento é fé no Senhor Jesus Cristo é a exigência feita por Deus a todos


os cidadãos da terra . Beijai o filho porque dentro em pouco lhe inflamará a ira.

Por: Josué Marcionilo

7
 G. Edward Veith Jr. Tempos Pós – Modernos. Editora Cultura Cristã. São Paulo

1999. Pagina 15.


 Zygmunt Bauman. Legisladores e Interpretes. Editora Zahar. Rio de Janeiro, 2010.

Pagina 45
 Zygmunt Bauman. Ética Pós Moderna. Editora Paulus . São Paulo, 1997. Pagina 41

G. von Rad . Estudios sobre el Antiguo Testamento. Salamanca, 1976, p 191


Gerard Van Groningen. Revelação Messiânica no Antigo Testamento. Luz Para o
Caminho. Campinas – SP, 1995 p 190
A.A. Hodge Confissão de Fé Westminster comentada. Os puritanos, São Paulo – SP.
2007. p 185
Kidner Derek. Salmos 1-72 Introdução e Comentário. Editora Vida Nova, São Paulo
1980. Pag,68

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