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Salmo 2
Introdução
Todo esse movimento da sociedade moderna e pós moderna pode ser explicado
apenas no aspecto de que Os homens estão sempre querendo fugir e rebelar-se contra
Deus, seja por negação de sua existência ou a tentativa de substituí-lo. Essa fuga e
rebelião contra Deus não é algo recente. Se nos voltarmos para as Escrituras Sagradas
perceberemos que desde a queda o homem tem se tornado um fugitivo de Deus. Um
rebelde obstinado. É exatamente sobre essa obstinação por parte do ser humano em fugir
e rebele-se contra Deus que esse Salmo fala.
Elucidação
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transformação ideal de datas e esquema históricos. Esta hipótese supõe que o Salmo é
tardio, pós – exílico em uma época em que os judeus não tem rei nem autonomia política,
onde se dizia que a promessa de Deus a Davi deixou de se cumprir. No entanto, a em
meio a desolação espiritual brota e cresce a esperança da vinda de um
sucessor legítimo de Davi para restaurar o passado e instaurar um futuro mais glorioso.
Nesse caso o Salmo seria a versão de um reino messiânico com um monarca davídico,
de qual há testemunhos nos livros proféticos.
Exposição
A surpresa de Davi nasce do conhecimento que ele mesmo possui acerca do poder
soberano Yahvé. O mais assombroso, no entanto é que a rebelião dos povos não é
meramente contra o rei, mas contra o próprio Deus. O cantor de Israel fica atônito ao ver
os povos tentando ser livre da presença de Deus. Por isso a pergunta introduzida
por hM'l'â não vem acompanhada de preocupação e nem de ansiedade senão de surpresa e
consternação pelo atrevimento dos homens querem expulsar Deus de sua vida, querem
jogar Deus para bem longe de seu ser. Davi faz quatro perguntas seguidas e Davi faz
assim para retratar a atitude do coração do homem que vai aos poucos abandonado a
Deus:
Por que se Wvåg>r (causa tumulto ou se revolta), os gentios? Por que os povos
imaginam coisas qyrI) (vãs)? Por que os reis da terra se (levantam, ? Porque os príncipes
conspiram contra o Senhor e contra seu Ungido dizendo: rompamos os seus laços
sacudamos de nós as suas algemas.
Davi diz que em primeiro lugar os homens se enfurecem contra Deus. Eles causam
um motim sonoro. Depois juntos maquinam clandestinamente contra Yahvé começam a
imaginar coisas que antecipadamente o salmista define de antemão como vãs. Eles
resmungam e murmurar contra Deus, em vão. A terceira atitude de rebelião desses
homens é de levantar - se abertamente contra o seu Criador e Senhor, e já não tem
vergonha ou temor de dizer “rompamos os seus laços e sacudamos de nós a sua algema”
“saiamos debaixo desse senhorio de Deus e do seu ungido”.
Davi ver os reis inimigos e seus príncipes reunindo-se para conspirar em uma
grande revolução mundial contra o domínio universal e soberano de Yahve e seu ungido.
Ora, o Ax*yvim ( ungido) era Ax*yvim.-l[;w> (seu ungido), o rei de Deus que foi marcado por uma
unção divina e que é inviolável (1 Sam 2,10.35; 12,3.). Os reis rebeldes queriam ser
autônomos, independentes de Yahvé e de quem representasse o seu senhorio. Eles
vinham o governo de Yahvé sobre eles por meio do seu ungido como correntes, ou
cordas, imagens que são usadas aqui representado subordinação e sujeição a esses
poderes. Os amotinados queriam ser livres e independentes.
Mas não apenas isso, Deus não apenas zomba desse homem, mas no VS 5 o
texto nos diz que Deus derramará a sua ira sobre eles. O cálice da justiça de Deus da sua
santa indignação para com o pecado será derramado sobre eles. Yahve demonstrará que
Ele é o Senhor, que ele é o Rei do Universo e que não há como fugir
dele. Então za'Û(o o Senhor separou um tempo, no futuro, em que derramará a sua ira sobre
as forças rebeldes e deixá-las aterrorizadas com a súbita explosão de sua palavra.
No versículo seis nós temos um contraste com aquilo que os homens dizem “Eu
porém... A forma enfática do pronome da primeira pessoa do singular, põe a pessoa que
fala no primeiro plano. A conjunção w:â (e), precedendo o pronome, também acrescenta
ênfase; seu significado é acentuar que Deus, a despeito do que os opositores planejam
ou queiram fazer, continuará a levando adiante o decreto que fez conhecido.
No versículo três os homens dizem: nós vamos romper os seus laços e vamos sacudir
suas algemas”. Isso é que diz o homem obstinado contra Deus. Mas no versículo 6 Deus
diz: Eu porém vou fazer algo diferente ... constituí o meu rei no Santo Monte Sião.
Observe que o versículo dois nos informa que essa obstinação dos homens não é
apenas contra o Senhor mas também contra o seu Ungido. E aqui Davi não estava
apenas se referindo a ele, mas estava olhando para frente e enxergando o Messias ou o
Ungindo que regeria todas as nações com cetro de ferro. A resposta de Deus para essa
atitude de rebelião dos homens contra ele e seu Ungido é contundente. Deus zomba
deles e constituiria o seu Ungido para reinar sobre eles.
No versículo sete o salmista ainda nos diz que não é a vontade ou o desejo dos
homens que conta, mas sua vontade, porque ele é Senhor :
Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu Santo Monte Sião.
Yahvé quer entregar as nações e os confins da terra como herança a seu rei ungido. O
Pai é Senhor sobre as nações e sobre a terra inteira. a ele pertencem todo o universo. Ele
é seu criador é seu ungido é o herdeiro. O ungido também é o Filho a quem será entregue
o domínio de todo mundo. Em companhia da herança transmitida se confere também
ao Filho autoridade para julgar as nações. Que ironia, o ungido que os rebeldes tanto
conspiraram e se rebelaram é posto como juiz sobre eles.
O salmo termina com o convite aos homens. Deus os convida a sujeitasse ao seu
Ungido. Os reis, que estão aconselhando-se e tomando posição militar contra o Rei
estabelecido no Monte Sião, o Rei entronizado sobre todas as demais coisas. Porém eles
são convidados a abandonarem suas conspirações vás. São aconselhados em vez de
persistirem obstinados nas suas rebeliões contra Deus e seu Ungido, a serem sábios
prudentes em seus assuntos nacionais, e a se deixarem advertir (v.10) 5.
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Primeiro Davi retratou a atitude do coração dos homens de se verem livre de Deus,
depois mostrou a atitude de Deus diante dessa ação dos homens, zombando e aplicando
a sua ira e seu furor, estabelecendo seu rei a despeito da rebelião dos homens e, por fim,
ele termina apresentado um convite da parte de Deus para que os homens se submetam
a seu Rei seu messias:
Temos aqui um convite à conversão. A única esperança para este homem que quer
se ver livre de Deus que se rebelou contra Deus é submeter-se ao Ungido de Deus. E
isso tem um caráter de urgência, pois dentre em breve lhe inflamará a ira. A expressão
“beije o filho” era a forma naquela época que alguém usava para prestar homenagem ao
rei. Era beijando que se demonstrava honra e submissão. Isso deveria ser feito o mais
rápido possível, pois logo não haveria mais tempo. Pois este mesmo Ungindo, este
Messias estava vindo para trazer juízo. Logo a sua ira seria inflamada e ele os
despedaçará como se despedaça um vaso de barro e ninguém poderá livrá-los. Aqui nós
temos um dos mais belos paradoxos da Escritura Sagrada. A melhor forma de escapar da
ira do Rei do Ungido de Deus era se esconder nele mesmo. Davi termina dizendo: feliz é
aquele que nele se refugia. Esse final é muito significativo porque o que o orgulho
humano interpreta por escravidão a Escritura interpreta por felicidade.
O Ungido do Salmo 2
Os autores no NT entenderam que este é um Salmo Messiânico, um Salmo que
fala do messias do cristou/ (Cristus) Jesus, não apenas por causa do adjetivo “Ax*yvim.” que
é traduzido no grego por “Cristo”, mas porque o que é dito aqui a respeito desse Messias
de Deus não poderia ser aplicado a um rei mortal e comum. De tal forma que este se trata
de um Salmo Profético onde Davi está apontado para a pessoa do Senhor Jesus Cristo.
Então o Salmo 2 está mostrando o senhorio do Senhor Jesus Cristo. Gerard Van
Groningen comentado o salmo 2 concluem nestas palavras:
O salmo 2, concluímos, é definidamente messiânico. Ele expressa isso simbólica e
tipologicamente. É também profético (embora não no sentido de profecia preditiva). Não
se pode responder com exatidão se o salmista estava plenamente cônscio do que estava
cantando, particularmente em referência a Jesus Cristo nessa circunstância. Yahwéh e
seu Filho, entretanto, falam por meio do salmista. Deus falou segundo sua promessa e
plano. O salmista, tendo acesso à revelação prévia, e vendo suas circunstâncias, falou
consciente e confiantemente: seu trono real estava seguro para ele e seus descendentes;
o reino, universal em caráter, haveria de perdurar. Yahwéh, de acordo com seu plano,
suas promessas e seus métodos, levaria adiante todos os aspectos, plenamente. Ele
também, por meio de seu reinado, é a fonte de paz, prosperidade e segurança, a vida
abençoada.
Os autores do NT identificam o Rei desse Salmo como o Senhor Jesus Cristo. Estão
falando do reinado de Jesus da sua realeza da sua grandeza.
Aqui nós temos uma citação clara do Salmo 2, ou seja, o autor aos Hebreus
inspirado pelo Espírito Santo está falando de Jesus Cristo cita o Salmo 2 e atribui as
promessas feitas ao Ungindo a pessoa bendita de Jesus Cristo. Este é um dos salmos
mais citado no NT porque está retratando o reinado do Senhor Jesus Cristo.
Ela deu à luz um filho, um homem, que governará todas as nações com cetro de
ferro. Seu filho foi arrebatado para junto de Deus e de seu trono (Ap.12.5 ).
De sua boca sai uma espada afiada, com a qual ferirá as nações. “Ele as
governará com cetro de ferro.” Ele pisa o lagar do vinho o furor da ira do Deus todo-
poderoso. Em seu manto e em sua coxa está escrito este nome: REI DOS REIS E
SENHOR DOS SENHORES (Ap. 19.15-16).
As nações por meio da espada e da sua boca (que é a palavra de Deus) seriam
conquistadas. Quando Jesus começou seu ministério havia apenas alguns camponeses,
um ou outro de posses que o seguia. Após a sua ressurreição não havia mais do que 120
pessoas ali em Jerusalém, desde então quando olhamos desde aquele dia até os dias de
hoje podemos ver quantos vieram a Cristo, quantas nações se renderam ao Evangelho,
Jesus com a espada de sua boca por meio da pregação do Evangelho vem
conquistando as nações. Um dia todas as nações estarão ao pé do Ungido de Deus e
quanto a esses que rejeitaram seu senhorio agora tentando fugir de Deus, não poderão
escapar do furor da ira do Deus todo poderoso.
Por essa razão, a despeito da rebelião humana, Deus Constitui seu Messias.
O capítulo oito da Confissão de Fé de Westminster na secção I resume esse fato com as
seguintes palavras:
Aprouve a Deus em seu eterno propósito, escolher e ordenar o Senhor Jesus, seu Filho
Unigênito, para ser o Mediador entre Deus e o homem, o Profeta, Sacerdote e Rei, o
Cabeça e Salvador de sua Igreja, o Herdeiro de todas as coisas e o Juiz do Mundo; e
deu-lhe desde toda a eternidade um povo para ser sua semente e para, no tempo devido,
ser por ele remido, chamado, justificado, santificado e glorificado 6.
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A Escritura está cheia dessa doutrina apresentada no Salmo 2. Toda Escritura ensina
claramente que Deus tem poder ilimitado para fazer tudo quanto sua natureza determina
querer. Não há a mais remota possibilidade de que algo possa impedi-lo.
Tudo quanto aprouve ao SENHOR, ele o fez, nos céus e na terra, no mar e em todos os
abismos. (Salmos 135.6)
Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua
vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe
possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?(4.35.6)
Eu sou o SENHOR, e não há outro; além de mim não há Deus; eu te cingirei, ainda
que não me conheces . Para que se saiba, até ao nascente do sol e até ao poente, que
além de mim não há outro; eu sou o SENHOR, e não há outro. Eu formo a luz e crio as
trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o SENHOR, faço todas estas coisas. Destilai, ó céus,
dessas alturas, e as nuvens chovam justiça; abra-se a terra e produza a salvação, e
juntamente com ela brote a justiça; eu, o SENHOR, as criei. Ai daquele que contende com
o seu Criador! E não passa de um caco de barro entre outros cacos. Acaso, dirá o barro
ao que lhe dá forma: Que fazes? Ou: A tua obra não tem alça. Ai daquele que diz ao pai:
Por que geras? E à mulher: Por que dás à luz?
Assim diz o SENHOR, o Santo de Israel, aquele que o formou: Quereis, acaso,
saber as coisas futuras? Quereis dar ordens acerca de meus filhos e acerca das obras de
minhas mãos? Eu fiz a terra e criei nela o homem; as minhas mãos estenderam os céus,
e a todos os seus exércitos dei as minhas ordens. (Isaias 45. – 12 )
Por essa razão o salmista expressa perplexidade diante da rebelião das nações
contra o Senhor e conclui o Salmo com a certeza da consumação dos planos de Deus e o
juízo sobre os ímpios trazidos pelo seu Cristo.
Aplicações
Se você que está ou tem fugido de Deus, achando que isso é ser livre, saiba que
você é escravo de suas paixões infames, que o levará a uma vida miserável e, por fim, se
você não se arrepender ao inferno.
Em muitas ocasiões nós também queremos lutar contra Deus sem nos darmos
conta que essa luta já está perdida.
Talvez você seja um daqueles que tem zombado do Ungido de Deus, a saber,
Jesus Cristo, o injuriado ou até mesmo se referindo à história da redenção como mitos
é fábulas. Quando os servos de Cristo lhes declaram a verdade demandam seu
arrependimento, você os amaldiçoa e rir deles. Você lhes resiste abertamente, faz tudo o
que pode para impedir-lhes a obra. Talvez você seja apenas indiferente, acredita que não
há necessidade de um Deus pessoal. O ungido virá atrás de você. E Não espere um
camponês humilde que suportaria seus insultos e abusos. Ele é Deus, cheio de glória e
poder. A sua rebelião não ficará impune.
A bem-aventurança final não deixa dúvida quanto à graça que inspira a conclamação nos
versículos 10 e 11. O que o medo e o orgulho interpretam como sendo escravidão é, na
realidade, segurança e felicidade. E não há refúgio contra Ele, mas apenas nele. 7
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G. Edward Veith Jr. Tempos Pós – Modernos. Editora Cultura Cristã. São Paulo
Pagina 45
Zygmunt Bauman. Ética Pós Moderna. Editora Paulus . São Paulo, 1997. Pagina 41