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A saída da Rússia da guerra está relacionada à revolução socialista ocorrida em seu território no
final de 1917. O novo governo alegou que a guerra era imperialista e que o seu país tinha muitos
problemas internos para resolver. A Alemanha, então, jogou sua última cartada, avançando sobre
a França antes da chegada dos norte-americanos à Europa. Entretanto, os alemães foram
novamente detidos na Segunda Batalha do Marne e forçados a recuar. A partir desse recuo, os
países da Entente impuseram sucessivas derrotas aos seus inimigos. A Alemanha ainda resistia
quando foi sacudida por uma rebelião interna, que forçou o imperador Guilherme II a abdicar em
9 de novembro de 1918. Assumindo o poder imediatamente, o novo governo alemão
substituiu a Monarquia pela República. Dois dias depois rendeu-se, assinando um documento que
declarava a guerra terminada.
Depoimentos de soldados sobreviventes da Primeira Guerra Mundial
“O odor fétido nos penetra garganta adentro ao chegarmos na nossa nova trincheira, a direita dos
Éparges. Chove torrencialmente e nos protegemos com o que tem de lonas e tendas de campanha
afiançadas nos muros da trincheira. Ao amanhecer do dia seguinte constatamos estarrecidos que
nossas trincheiras estavam feitas sobre um montão de cadáveres e que as lonas que nossos
predecessores haviam colocado estavam para ocultar da vista os corpos e restos humanos que ali
haviam.”
(Raymond Naegelen, na região de Champagne).
“Pela manhã, quando ainda está escuro, há um momento de emoção: pela entrada do nosso abrigo
precipita-se uma turba de ratos fugitivos, que trepam por toda a parte a longo das paredes. As
lâmpadas de algibeira alumiam este túmulo. Toda a gente grita, pragueja e bate nos ratos.
Descarregam-se, assim, a raiva e o desespero acumulados durante numerosas horas. As caras estão
crispadas, os braços ferem, os animais dão gritos penetrantes e temos dificuldades em parar, pois
estávamos prestes a assaltar-nos mutuamente.” (E. M. Remarque)
“Perdemos todo o sentimento de solidariedade. Mal nos reconhecemos quando a nossa imagem de
outrora cai debaixo do nosso olhar de fera perseguida. Somos mortos insensíveis que, por um
estratagema e um encantamento perigoso, podemos ainda correr e matar.” (E. M. Remarque)
“Secam as fontes e os rios, ardem as searas e a nossa casa e as árvores nuas amaldiçoam o céu,
sem sabermos porquê. Morrem os jovens antes de se amarem e os poetas com os poemas
inacabados e as crianças olhando espantadas para o céu, sem saberem porquê. Um vento noturno
deixou insepultos ventres e seios e desejos de maternidade nunca realizados, e secou risos e cantares
subindo para o céu, sem sabermos porquê. Andam as guerras pelo mundo: somente possuímos uma
voz, uma voz e essa voz não se calará e nós sabemos porquê!” (Tomaz Kim, Campo de Batalha).
Carro blindado inglês Blindado alemão
Art. 51 – estabelecia que a Alsácia e a Lorena voltariam à posse dos franceses.
Art. 102 – determinava que a cidade alemã de Dantzig era considerada cidade livre
e administrada pela Liga das Nações.
Art.119 – determinava que todas as colônias alemãs passariam às mãos dos aliados.
Art. 160 – estabelecia a quantidade máxima de tropas que a Alemanha poderia manter.
No geral, só poderia ter 100 mil soldados voluntários.
Art. 168 – qualquer fabricação de armamentos deveria ter a aprovação dos aliados.
Art. 198 – determinava que a Alemanha não poderia ter aviação nem marinha militar.
Art. 231 – estabelecia o reconhecimento da culpa dos alemães pela guerra
e por todas as perdas e danos dos aliados.
No tratado foi criada uma comissão para determinar a dimensão precisa das reparações que a
Alemanha tinha de pagar. Em 1921, este valor foi oficialmente fixado em 33 milhões de dólares.
Além das terríveis perdas humanas e danos ambientais, a guerra causou grandes
mudanças em todo o mundo.
• De credores, os países europeus passaram a devedores, assumindo uma dívida de cerca
de 10 bilhões de dólares com os Estados Unidos, que se tornaram, assim, a principal
potência mundial.
• Na Rússia, a tomada do poder pelos Bolcheviques tornou-se uma referência para o
movimento operário e socialista mundial. Tanto que, na década de 1920, partidos comunistas
surgiram em vários paises, inclusive no Brasil.
• O recrutamento de homens para os combates permitiu também uma participação maior
das mulheres no mercado de trabalho .
• Formaram-se governos autoritários na Europa, fortemente militarizados e caracterizados
por um extremo nacionalismo.
• Com o fim dos impérios Alemão, Austro-Húngaro e Turco-Otomano, surgiram novos
países na Europa: Áustria, Hungria, Tchecoslováquia e Iugoslávia. Com o fim do Império
Russo, formaram-se, além da Rússia soviética, Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia e
Polônia.
• A Alemanha e a Itália, com graves problemas econômicos e sociais ao fim da guerra,
iriam criar ambientes ditatoriais favoráveis à eclosão da Segunda Guerra Mundial.
Não é raro ouvimos a frase acima, pois as idéias do médico Sigmund Freud
(1856-1939), pai da psicanálise, se popularizaram de tal forma que conceitos como a
influência o inconsciente sobre o consciente, a sexualidade como base das neuroses,
repressão e transferência já se incorporaram à cultura ocidental.
Influenciado pela Primeira Guerra Mundial, Freud lança o livro O Mal-estar na Civilização, no
qual demonstra uma visão pessimista sobre a natureza do homem: além de ser guiada por
instintos (e não pela razão),
a essência humana seria má e agressiva por natureza.
Esses instintos só seriam disciplinados pela civilização e seus métodos de controle (família,
escola, polícia e Igreja). Ainda assim, os instintos humanos seriam irresistíveis e a Grande
Guerra, a maior prova de nossa perversidade. Na Europa pós-guerra, o clima de
descrença na ciência e no progresso humano criou a idéia de que o mundo jamais seria o
mesmo novamente.
"Não há maneira mais baixa de se amar a sua pátria
do que aquela que ensina a odiar a pátria dos outros".
( Autor desconhecido )
Músicas:
Johann Strauss - Valsa do Imperador
Frédéric Chopin - Marcha Fúnebre
Adaptação:
Sylvio Bazote
Julho de 2013
Blog HistóriaS: www.historiasylvio.blogspot.com