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Adriane do Espírito Santo Rangel Soares

TÉCNICAS PODOLÓGICAS

Vila Velha - ES
1ª Edição - 2017
Técnicas Podológicas

Todos os direitos reservados à autora. Nenhuma


parte do conteúdo deste livro poderá ser utilizada ou
reproduzida em qualquer meio ou forma, seja ele impresso,
digital, áudio ou visual sem a expressa autorização por
escrito da autora sob penas criminais e ações civis.
Técnicas Podológicas

“ A experiência nunca erra.


É só o julgamento que erra em prometer a si
mesmo resultados que não são causados por nossos
experimentos. ”
Leonardo da Vinci
Técnicas Podológicas

PREFÁCIO
A palavra técnica deriva do grego téchne, cuja
tradução significa arte ou ciência, e a palavra podológica,
que compartilha da mesma origem grega, refere-se à
expressão podo/podos = pés e lógica/lógico/logos =
tratado/estudo. Portanto, a expressão Técnicas
Podológicas nos faz concluir que:

1. Quando se emprega determinada técnica


para se chegar ao melhor resultado possível de um
determinado procedimento, está se produzindo arte ou
ciência.
2. Quando se emprega o termo podológica
logo após a palavra técnica, espera-se a execução de um
procedimento que, obrigatoriamente, requer um
conhecimento teórico substancial e um embasamento
científico para tal prática.
O livro Técnicas Podológicas é um livro que,
desde o seu prefácio até sua última página alerta ao leitor
que todo procedimento de podologia, independente da
“técnica” que será utilizada, é embasado em
conhecimento teórico prévio.
Um livro que descreve várias técnicas
podológicas, ao mesmo tempo em que esmiúça aspectos
da anatomia e fisiologia dos pés.
Longe de ser um livro de “receitas” para curiosos,
é um livro de bases e terminologia específicas, cujo
entendimento e conteúdo se destinam a estudantes e
profissionais da área da saúde, que estudam e atuam
promovendo a saúde dos pés.
Adriane do Espírito Santo Rangel Soares
Técnicas Podológicas

SOBRE A AUTORA

A autora é bacharel em Enfermagem com


especialização no tratamento de feridas, podóloga,
docente e ministrante de palestras, participante da equipe
do projeto de pesquisa Assistência de Enfermagem em
Diabetes do Município de Vitória – ES pela Universidade
Federal do Espírito Santo – UFES, autora de 03 livros na
área: Dermatologia de Membros Inferiores, Unhas:
Espelho da Saúde e Reflexo de Doenças e do livro
infanto juvenil A Invasão da Unha do Dedão do Pé.
Presidente em exercício da ADVV - Associação de
Diabéticos de Vila Velha - ES, entidade filiada a Fenad.
Técnicas Podológicas

SUMÁRIO

Capítulo 1 – Principais Onicodistrofias que Afetam as


Unhas dos Pés, pág. 9
Capítulo 2 – Infecções Ungueais, pág. 31
Capítulo 3 – Podologia: A Limpeza de Pele Podal, pág.
44
Capítulo 4 – Principais Doenças Crônicas que Afetam os
Pés, pág. 53
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INTRODUÇÃO

O QUE DIZER DOS PÉS?

Elementos que sustentam o corpo, veículos que


nos impulsionam a andar, correr, saltar, ficar de pé.
Os pés viajam pelo nosso imaginário
representando força, superação, liberdade, fetiche.
Reverenciados pela arte e literatura mundial e
muitas vezes esquecidos na correria do dia a dia.
Abandonados no desconforto de calçados nada
funcionais, vítimas de precários hábitos de higiene,
mutilados por costumes “sem pé nem cabeça”, eles
acabam com o tempo se ressentindo e como quaisquer
máquinas, sem cuidados adequados, falham.
Pés maltratados fazem qualquer um se curvar,
diante de dores que nem sabíamos que poderíamos sentir.
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Portanto, fiquem atentos, pois antes dos seus pés


gritarem, primeiro eles falam. Aprenda a ouvi-los com
esta conversa “ao pé da letra”.

Os nossos membros inferiores e às vezes


exclusivamente nossos pés, são passíveis de serem
acometidos por várias doenças e condições de gravidade
variáveis. Foram selecionadas algumas para
conhecimento neste livro sobre a saúde dos pés, por se
tratarem de doenças de incidência considerável
atualmente.
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CAPÍTULO 1

PRINCIPAIS ONICODISTROFIAS QUE


AFETAM AS UNHAS DOS PÉS

Quando ocorre algum processo patológico com as


nossas unhas dos pés, automaticamente, a nossa postura
tanto estática quanto dinâmica se altera, pelo fato de que
as nossas unhas dos pés contribuem para a biomecânica
podal. Trataremos neste capítulo das principais
onicodistrofias que afetam as unhas dos pés, às quais o
podólogo pode intervir e a forma com que se dá esta
intervenção. Mas antes, uma breve revisão sobre a
anatomia do aparelho ungueal.
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PRINCIPAIS ASPECTOS SOBRE A


ANATOMIA DO APARELHO UNGUEAL

Para fins didáticos, a unha humana e o seu estudo


se encaixam perfeitamente na expressão “anatomia do
aparelho ungueal”, a unha humana está longe de se
comportar como uma simples unidade feita basicamente
de queratina, ao contrário, nossa unha representa um
complexo aparelho cujas partes devem ser
minuciosamente analisadas isoladamente, visto que, cada
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parte deste aparelho denominado unha, pode ser


acometido por diferentes processos patológicos.
Produzimos unha ainda na vida intra uterina, a
partir da epiderme da ponta dorsal dos nossos dedos na 9ª
semana, sendo que, na 50ª semana de vida intra uterina a
matriz de nossas unhas, está suficientemente
desenvolvida a ponto de formar nossas unhas, a partir de
agora, num processo ininterrupto, salvo algumas
condições, até a morte.
Esta placa semi flexível, translúcida quando
saudável, a qual denominamos unha, é o resultado do
amadurecimento de um tipo de tecido produzido na
matriz ungueal, que será envolvido por queratina ao
longo do seu trajeto até o bordo ou borda livre da unha,
ou seja, a unha primeiramente se forma como um tecido
especializado na matriz ungueal, atraves da atividade
ininterrupta de células nesta região, e, ao longo do seu
trajeto até cobrir a ponta distal dos nossos dedos, recebe
constantes injeções de queratina até tornar-se esta placa
dura a qual denominamos unha.
A unha está firmemente aderida ao seu leito
ungueal, região de pele abaixo da unha rica em
terminações nervosas e vasos sanguíneos, e esta
aderência entre a unha e o tecido embaixo dela é tão
intenso que, microscopicamente, em situações em que há
desprendimento da unha, seja de forma traumática ou
não, pode-se observar este mesmo epitélio,
acompanhando a porção inferior da unha que se soltou.
A lúnula, estrutura em forma de meia lua, visível
no corpo da unha próximo a sua borda proximal, as vezes
de difícil visualização principalmente em pessoas que
apresentam unidades ungueais diminuídas, ou seja, unhas
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muito curtas; representa a parte visível da matriz ungueal.


E esta cor branca que caracteriza a lúnula pode resultar
de 02 fatores anatômicos:
1. A região queratogênica da matriz distal
apresentam fragmentos celulares responsáveis por este
aspecto opaco na lúnula.
2. Devido a espessura do epitélio da matriz
da unha, os capilares sanguíneos da região da lúnula
tornam-se menos visíveis do que os capilares sanguíneos
do restante do leito ungueal, tornando a região da lúnula
mais opaca e pálida do que o restante do leito ungueal
mais rosado.
O eponíquio, conhecido popularmente como
cutícula, esta película que recobre e prende a unha a sua
dobra ungueal proximal tem uma importância biológica
inquestionável, uma vez que, proporciona uma selagem
que impede a penetração de microrganismos e produtos
químicos à área próxima a matriz da unha.
O hiponíquio, faixa de pele logo abaixo da borda
livre da unha, se delimita com o restante do leito ungueal
através da faixa onico córnea. Sequencialmente, observa-
se a borda livre da unha, esbranquiçada devido ao contato
com o oxigênio, abaixo o hiponíquio, em sua porção
superior a faixa onico córnea e logo em seguida o
restante do corpo da unha altamente aderido ao seu leito
ungueal rosado.
Partes que compõem a anatomia do aparelho
ungueal:
➢ Corpo da unha
➢ Bordas ungueais laterais
➢ Borda ungueal proximal
➢ Borda ungueal distal
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➢ Lúnula
➢ Hiponíquio
➢ Eponíquio
➢ Faixa onico córnea
➢ Leito ungueal
➢ Sulcos ungueais
➢ Raiz da unha
➢ Matriz da unha

PROPRIEDADES QUÍMICAS DA UNHA

A unha basicamente é formada de queratina,mas,


tão somente este fato, não é garantia de unhas saudáveis,
é necessário pontes intercelulares para ligar toda essa
queratina e isso só é possível graças ao elemento químico
enxofre, que promove essas ligações químicas na unha
conhecidas como pontes dissulfeto. A dureza e força da
unha, que antes era atribuída erroneamente ao elemento
cálcio, se deve ao seu grande conteúdo de ceratinas
duras, proteínas ricas em enxofre e cisteína e sua
flexibilidade é dependente do conteúdo de água
encontrado na unha, se o conteúdo de água diminui
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abaixo de 18% a unha torna-se frágil, se o conteúdo de


água aumenta acima de 30%, a unha torna-se opaca e
macia.
O principal lipídeo encontrado nas unhas é o
colesterol, responsável pelo efeito plastificante saudável
e o seu conteúdo nas unhas é dependente de controle
hormonal, a quantidade de colesterol na unha diminui
após a menopausa.
Também encontramos traços de vários elementos
como ferro, zinco e cálcio; que não influenciam em nada
a dureza das unhas.

FATORES EXÓGENOS E ENDÓGENOS QUE


ALTERAM ESPESSURA, COR E CRESCIMENTO
DAS UNHAS

A espessura e cor das unhas são suscetíveis a


mudanças devido a vários fatores. Dentre os fatores
endógenos de maior incidência, capazes de alterar a
espessura para mais ou para menos e cor das unhas
destacam-se a alimentação, a idade e as doenças
sistêmicas. Entre os fatores exógenos destacam-se as
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infecções fúngicas e bacterianas, o fumo, o uso de


produtos químicos e os traumas.
A taxa de crescimento das unhas dos pés em um
indivíduo adulto sem nenhuma doença de base é de 1
mm/mês. Esta taxa também pode ser influenciada tanto
para mais quanto para menos devido a vários fatores
abaixo especificados.

FATORES DESENCADEANTES DE TAXA DE


CRESCIMENTO LENTO DAS UNHAS:

➢ Doenças sistêmicas
➢ Desnutrição
➢ Doenças periféricas vasculares ou neurológicas
➢ Tratamento com drogas antimicóticas
➢ Onicomicose

Fatores desencadeantes de taxa de crescimento


acelerado das unhas:
➢ Gravidez
➢ Trauma no dedo
➢ Psoríase
➢ Tratamento com retinóides orais ou itraconazol

IMPORTANTE!
O cuidado com o aparelho ungueal deve ser
realizado sem exageros. Os procedimentos podológicos,
como lixamento do corpo da unha com brocas e discos de
lixa adaptados a micromotores de alta rotação, quando
utilizados de forma indiscriminada, ao invés de
proporcionar higiene e cuidados, o excesso desta
onicoabrasão pode diminuir as camadas de queratina,
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destruir as pontes intercelulares dos corneócitos e tornar


as unhas frágeis e mais finas, permitindo a incidência da
onicosquizia e da onicólise.

CURIOSIDADES!

➢ Células do tipo células de Langherans e


melanócitos estão presentes na matriz das
unhas, no leito ungueal encontram-se somente
células de Langherans. O aumento excessivo
de melanossomos (devido aos melanócitos
tornarem-se ativos) nos corneócitos, no
desenvolvimento da placa ungueal,
desencadeia o surgimento da melanoníquia.
➢ A unha cresce 0,1 mm ao dia nos dedos da
mão e um terço disto nos dedos do pé.
➢ A espessura das unhas das mãos corresponde
a 0,5/0,75 mm e 1mm nas unhas dos pés.
➢ Produzimos 3 g de unha por ano.
➢ As unhas das mãos levam de 4 a 6 meses para
crescerem e as dos pés de 12 a 18 meses.
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➢ O íon cálcio é responsável pela dureza dos


ossos e dentes, quem é responsável pela
dureza das unhas é o enxofre disponível na
forma do aminoácido cisteína.
➢ Concentração normal de enxofre na unha
32%, o que equivale a 12% de cisteína. Esta
concentração diminui em casos de atrofia ou
distrofia ungueal.
➢ Os lipídios são responsáveis pela elasticidade
da unha, são encontrados nas unhas na forma
de colesterol. Gordura total 0,1 a 1%
contrastando com 10% encontrado no estrato
córneo.
➢ A escassez de água contribui para a dureza da
unha, valor normal 7-12%.
➢ O leito ungueal é irrigado por 2 arcos arteriais
e os vasos linfáticos são numerosos, mais que
em outras áreas da pele, indo até o tecido
adiposo.
➢ Numerosos corpúsculos de Vater Paccini
podem ser vistos profundamente, a partir da
borda livre da unha, os corpúsculos de
Meisner são visualizados.
➢ A microflora da unha é composta por
bactérias gram positivas, gram negativas,
scopulariopses brevicaulis e candida albicans.
É bem conhecida a incidência de fungos em
unhas aparentemente normais servindo de
reservatório para infecções, assim como a
possibilidade das infecções interdigitais
afetarem a unha. A importância deste fato é o
papel oportunista desempenhado pela
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microbiota em hospedeiros debilitados ou


predispostos.
ONICOCRIPTOSE

A onicocriptose (ungüis incarnatus),


popularmente conhecida como unha encravada,
representa uma das principais queixas de dor nos serviços
de podologia, situação na qual se observa um pedaço de
unha (espícula) perfurando o tecido adjacente a unha.
É necessário que o podólogo adquira algumas
competências e habilidades antes de tornar-se
responsável pelos tratamentos das onicocriptoses:
1. Desenvolver habilidade manual para
realizar a sondagem e limpeza da lesão com precisão e
suavidade, por se tratar de lesão que sangra com
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facilidade. A regra de ouro é nunca ocasionar uma lesão


maior do que aquela que o paciente já apresenta.
2. Desenvolver destreza e agilidade para
realizar uma espiculaectomia perfeita, corte longitudinal
reto e de ampla superfície. Lembre-se de que, quanto
mais se afastar o restante da unha da lesão em sua lateral,
evitando traumatizar o tecido lesionado, principalmente
durante a deambulação pela própria unha, melhor para o
processo de cicatrização e melhor para a limpeza do
sulco ungueal.
3. Adquirir conhecimento técnico científico
para saber identificar e classificar, os vários processos
inflamatórios provenientes das onicocriptoses, para com
isso, indicar o melhor tratamento.
Além de ser extremamente dolorida, pode causar
vários processos inflamatórios e antes de indicar o
melhor tratamento, o podólogo deve reconhecer que tipo
de processo inflamatório foi desencadeado:

ONICOCRIPTOSE COM INFLAMAÇÃO DO TIPO


AGUDA
Pedaço da unha que perfura o tecido
desencadeando como resposta a agressão eritema, edema
e dor. O tratamento consiste na limpeza da lesão com
soro fisiológico a 0,9% em jato na temperatura ambiente
(por ser uma solução isotônica, possui várias vantagens
como: não interfere no processo de cicatrização, não
danifica o tecido, não causa dermatites de contato e nem
altera a microbiota normal da pele, o que permitiria a
proliferação de microrganismos mais virulentos),
sondagem, espiculaectomia com instrumental que o
profissional tenha melhor domínio e aplicação de
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anteparo embebido em anti-séptico como curativo


primário. Nesta etapa de aplicação de anteparo, é
fundamental para o podólogo, entender que está lidando
com uma lesão na pele, e em qualquer protocolo de
tratamento de lesões na pele é instituído que, todo o
material que for entrar em contato direto com a lesão,
seja estéril, para se evitar o risco de contaminação
cruzada durante o procedimento. Indicação de anteparo:
fio dental para aparelho ortodôntico. Indicação de anti-
séptico: Digluconato de clorexidine a 0,12% solução
aquosa.
Dica: sempre manipule o digluconato de
clorexidine a 0,12% solução aquosa sem corante e sem
essência, pois é desta forma que ele é indicado para o
tratamento de feridas. As fórmulas comerciais já prontas,
que também são indicadas pela odontologia como
solução de bochecho, geralmente apresentam em suas
formulações bases alcoólicas ou contendo ácido cítrico,
que neste caso, é contraindicado para o uso em feridas.

ATENÇÃO!
Está contraindicado por protocolos nacionais e
internacionais de tratamento de feridas, o uso de pomadas
antibióticas em lesões, devido ao fato, mais do que
comprovado, de que não há eficiência dos antibióticos de
ação local no tratamento de feridas, por apresentarem
baixa concentração nas camadas tissulares. Também está
contraindicado o uso de soluções a base de iodo ou água
oxigenada, por serem altamente citotóxicos e destruírem
o tecido de granulação.
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ONICOCRIPTOSE COM INFLAMAÇÃO AGUDA DO


TIPO EXSUDATIVA SEROSA:
Pedaço da unha que perfura o tecido
desencadeando como resposta a agressão eritema, edema
dor e presença de exsudato seroso. O tratamento consiste
na limpeza da lesão com soro fisiológico a 0,9% em jato
na temperatura ambiente, sondagem, espiculaectomia
com instrumental que o profissional tenha melhor
domínio e aplicação de anteparo embebido em anti-
séptico como curativo primário. Indicação de anteparo:
fio dental para aparelho ortodôntico. Indicação de anti-
séptico: Digluconato de clorexidine a 0,12% solução
aquosa.

ONICOCRIPTOSE COM INFLAMAÇÃO AGUDA DO


TIPO EXSUDATIVA PURULENTA
Pedaço da unha que perfura o tecido
desencadeando como resposta a agressão eritema, edema,
dor e presença de exsudato purulento. O tratamento
consiste na limpeza da lesão com soro fisiológico a 0,9%
em jato na temperatura ambiente, sondagem,
espiculaectomia com instrumental que o profissional
tenha melhor domínio, drenagem do exsudato purulento e
aplicação de anteparo embebido em anti-séptico como
curativo primário. Indicação de anteparo: fio dental para
aparelho ortodôntico. Indicação de anti-séptico:
Digluconato de clorexidine a 0,12% solução aquosa.
Técnicas Podológicas

ONICOCRIPTOSE COM INFLAMAÇÃO DO TIPO


CRÔNICA INESPECÍFICA
Pedaço da unha que perfura o tecido
desencadeando como resposta a agressão formação de
tecido de granulação (o tecido de granulação é
considerado de bom prognóstico no tratamento de lesões,
pois caracteriza a reconstrução de vasos sanguíneos que
foram rompidos durante a agressão tecidual e requer
cautela na manipulação devido a facilidade de
sangramentos). O tratamento consiste na limpeza da
lesão com soro fisiológico a 0,9% em jato na temperatura
ambiente, sondagem, espiculaectomia com instrumental
que o profissional tenha melhor domínio e manter
umidade e temperatura adequadas para a cicatrização.
Aplicação de anteparo embebido em AGE como curativo
primário. Indicação de anteparo: fio dental para aparelho
ortodôntico.

ONICOCRIPTOSE COM INFLAMAÇÃO DO


TIPO CRÔNICA ESPECÍFICA COM FORMAÇÃO DE
HEMANGIOMA CAPILAR DO TIPO LOBULAR
Pedaço da unha que perfura o tecido
desencadeando como resposta a agressão formação de
tumor vascular proveniente da proliferação rápida e
desordenada de vasos sanguíneos. Esse tumor vascular
durante muito tempo recebeu a denominação de
granuloma piogênico, mas, aquilo que se convencionou
chamar granuloma piogênico, termo empregado a toda
lesão exuberante, pedunculada, altamente vascularizada,
proveniente de pequenos traumatismos na pele,
atualmente encontra-se em desuso, sendo o mais
adequado a este tipo de lesão o termo hemangioma
Técnicas Podológicas

capilar lobular, por tratar-se de um tipo de tumor


vascular, proveniente de uma proliferação desordenada
de vasos sanguíneos, sem que, necessariamente, seja
acompanhada ou desencadeada por um agente piogênico.
Segundo Du Vivier (2014) um tecido de
granulação excessivo pode simular um hemangioma
capilar, mas a superfície é cruenta e erodida.
Considerando ainda CRIVELLARO E ARRAIS
(2000), hemangiomas capilares podem surgir em
pacientes HIV positivos que fazem uso de Indinavir e
nem sempre seu surgimento é precedido por uma
agressão de um agente físico como uma unha encravada.
É fundamental para o profissional da área da
saúde saber diferenciar um hemangioma capilar de um
tecido de granulação até mesmo para compreensão do
menor e maior tempo de cicatrização de uma e de outra
lesão: O hemangioma capilar geralmente leva um tempo
maior para cicatrizar, pois a tendência é formar crosta
para depois iniciar o processo de cicatrização, já a
onicocriptose associada à inflamação crônica do tipo
inespecífica, ou seja, associada a tecido de granulação, é
uma lesão que apresenta uma taxa de cicatrização mais
rápida, pois o tecido de granulação por si só, já indica
que a lesão, caso receba cuidados adequados, se encontra
em pleno processo de cicatrização, pois se trata de vasos
sanguíneos sendo reconstruídos, diferente do
hemangioma capilar que caracteriza-se pela proliferação
anormal de vasos sanguíneos.
Importante também é ter conhecimento que
hemangiomas capilares (granulomas piogênicos) podem
surgir de forma espontânea ou serem desencadeados pelo
Técnicas Podológicas

uso de determinados medicamentos orais como o


antirretroviral indinavir e o retinoide roacutam.

Caso o hemangioma tenha sido desencadeado por


uma onicocriptose, o tratamento consiste na limpeza da
lesão com soro fisiológico a 0,9% em jato na temperatura
ambiente, sondagem, espiculaectomia com instrumental
que o profissional tenha melhor domínio e utilização de
um recurso para acelerar a formação de crosta, eu
geralmente realizo corte longitudinal de ampla superfície
para melhor limpeza do sulco ungueal e aplico anteparo
embebido em máscara secativa a base de ácido
lactobiônico.

DICAS!
Cuidado com espiculaectomias em pacientes que
fazem uso de medicamentos anti agregante plaquetário
(aspirina, ticlopidina...) ou anticoagulante (heparina,
warfarina...), medicamentos utilizados em casos de
trombose venosa profunda, AVE e outras patologias,
nestes pacientes, quando há rompimento de capilares
sanguíneos, as hemorragias são intensas e demoradas de
conter.

O emprego de recursos eletroterápicos para


incrementar e acelerar o processo de cicatrização, de
lesões e processos inflamatórios provenientes de
onicocriptoses, tem sido amplamente divulgados e
adotados nos serviços de podologia e um dos recursos
que se destacam pelo seu frequente uso é o laser de baixa
intensidade.
Técnicas Podológicas

O emprego de um recurso como o laser de baixa


intensidade, embora seja uma técnica simples quanto a
sua aplicação, requer do profissional amplo
conhecimento das fases de reparação tecidual e das
características do laser que se emprega, como:
parâmetros dosimétricos (potência, energia, densidade de
potência ou irradiância, densidade de energia ou fluência,
frequência) e das inúmeras interações laser-tecido.
A palavra LASER é um acrônimo que vem do
inglês “Light Amplification by Stimulated Emission of
Radiation”, sendo que em português significa “Luz
Amplificada por Emissão Estimulada de radiação”
(óptica), sem qualquer relação com a radiação ionizante.
A emissão estimulada foi descrita pela primeira vez por
Albert Einstein em 1917. Teoria que foi verificada por
Landberg em 1928, porém somente em 1933 Townes e
Weber falaram pela primeira vez em amplificação de
micro-ondas.
O primeiro aparelho em que se usou a emissão
estimulada foi chamado de MASER, outro acrônimo em
inglês (“Microwave Amplification by Stimulated
Emission of Radiation”), construído por Townes em
1952. Weber propôs no mesmo ano a amplificação do
MASER, tendo sua teoria publicada em 1953.
O primeiro Laser da história foi construído em
1960 por Theodore Maiman na Califórnia – USA, era um
Laser de rubi, operando em 694,3 nm. Em 1961 foi
fundado na Universidade de Cincinnati por Leon
Goldman, o primeiro laboratório de laser para aplicações
médicas, onde as primeiras experiências em animais
foram realizadas.
Técnicas Podológicas

Em 1964, na antiga União Soviética, outros


cientistas como Basov e Prokhorov trabalhavam no
desenvolvimento do laser, onde fizeram grandes
progressos nessa área e junto com Townes ganharam o
prêmio nobel em 1966.

LASER: TECNOLOGIA
FOTOESTIMULADORA DO METABOLISMO
CELULAR
Técnicas Podológicas

A utilização da luz, uma das mais belas formas de


energia pura, é utilizada desde os primórdios da
civilização, sendo conhecido em algumas de suas
propriedades terapêuticas, principalmente para o combate
de processos dolorosos e de inflamação. O Laser de
Baixa Potência estimula produção de betaendorfina
produzindo efeito sistêmico:
➢ Inibe liberação do ácido araquidônico a partir
das células lesadas, que interagem com
receptores da dor, efeito local.
➢ Reprime a condução dos impulsos nervosos
nas terminações dos nervos periféricos,
atuando no mecanismo da “bomba de sódio e
potássio”, de forma a dificultar a transmissão
do impulso doloroso local.

Laser de Baixa Potência (LBP) ou Terapêutico


atuam como:

➢ Fotofisicoquímico:
➢ Terapia Fotodinâmica (PDT)
➢ Biomodulação: Bioestimulação/Bioinibição.
Técnicas Podológicas

ONICOÓRTESES

Após completa cicatrização da lesão proveniente


das onicocriptoses, se empregando para tal, coberturas e
curativos de acordo com a fisiopatologia de cada
processo inflamatório e às vezes infeccioso, é
fundamental que o podólogo dê continuidade ao
tratamento, acompanhando o crescimento da parte da
unha que foi extirpada e caso se faça necessário,
Técnicas Podológicas

indicando o tratamento com onicoórteses, que são


dispositivos de correção da curvatura do corpo da unha.
O tratamento com onicoórteses consiste na
aplicação de dispositivos aderidos ao corpo da unha,
capazes de gerar força de tração e com isso alterar a
curvatura do corpo da unha com tendência ao encrave.
Vários fatores devem ser considerados nesta
técnica, como:
➢ Experiência do profissional
➢ Formato e espessura da unha
➢ Tipo de onicoórtese mais indicado para o
formato e espessura da unha
➢ Intervalo instituído pelo profissional para
troca do dispositivo
➢ Caso se utilize a fibra de memória
molecular, avaliar espessura da fibra, que deve estar
compatível com a espessura da unha.

Os tratamentos com dispositivos capazes de gerar


força de tração como as fibras de memória molecular,
cuja tração se dá através de sua ação de mola,
confeccionada com fibra de vidro impregnada com
resinas, este tipo de material tende a voltar a sua forma
original, uma vez aderido ao corpo da unha, com isso
alterando sua curvatura. Ou os bótons com elásticos
ortodônticos, cujo sistema de tração se dá através do
estiramento desse tipo de elástico associado à posição
dos bótons aderidos ao corpo da unha. Os dois
dispositivos acima citados podem provocar, quando mal-
empregados: afundamento do corpo da unha, hematoma
subungueal e onicólise.
Técnicas Podológicas

Existem também dispositivos que não possuem


força de tração, mas que são empregados nos sulcos
ungueais com a finalidade de preservar um espaço
adequado para o crescimento da unha, também
conhecidos como PAPS (pastas afastadoras de pregas).
Está contraindicado o uso de anteparos de algodão
nos sulcos ungueais para se evitar o encrave das unhas,
simplesmente porque este tipo de material absorve suor e
umidade, gerando com isso, ao longo do tempo, meio de
cultura para microrganismos como fungos e bactérias, o
material utilizado no sulco ungueal deve ser impermeável
e para isso, o podólogo conta também com resinas auto
polimerizáveis e foto polimerizáveis.

DICA!
Após o tratamento com as onicoórteses,
geralmente as unhas necessitam de tratamentos para
fortalecê-las, a cosmética ungueal vem crescendo nos
últimos tempos e não faltam opções no mercado para
auxiliar o tratamento das fragilidades ungueais. O uso via
oral da biotina, um cosmecêutico, sempre é bem-vindo
para a saúde das mesmas.
Técnicas Podológicas

CAPÍTULO 2

INFECÇÕES UNGUEAIS

Uma unha pode se tornar um alvo fácil de vários


tipos de infecções, tanto infecções fúngicas quanto
bacterianas e às vezes fungos e bactérias competem pelo
mesmo sítio de infecção: a unha. Tornando-se desta
forma, imprescindível, um exame laboratorial micológico
direto e se for o caso de cultura, para identificar o
microrganismo responsável pela infecção. Às vezes nos
deparamos com infecções nas unhas de nossos pacientes,
Técnicas Podológicas

que simplesmente não respondem ao tratamento


antifúngico instituído, porque, na realidade se trata de
uma infecção bacteriana.
Muitas são as classificações quando o assunto são
as infecções fúngicas das unhas, se tomarmos pelo
aspecto das manifestações clínicas, podemos classificar
desta forma:
➢ Onicomicose subungueal distal lateral:
invasão dos fungos pela borda ungueal distal, geralmente
pela faixa de pele do hiponíquio.
➢ Onicomicose subungueal proximal:
invasão dos fungos pela borda ungueal proximal, um dos
facilitadores deste tipo de infecção, é a retirada abusiva
de cutícula (eponíquio).
➢ Onicomicose superficial branca
(leuconíquia): invasão dos fungos pelo corpo da unha,
desencadeando a formação de linhas ou pequenos pontos
esbranquiçados, com gradual tendência a coalescer,
tomando todo o corpo da unha.
➢ Onicomicose distrófica total: quando há
mais de 50% da unha afetada, o leito ungueal torna-se
queratinoso e o corpo da unha fragmentado.

As infecções fúngicas que acometem as unhas


também são classificadas de acordo com o agente
etiológico encontrado no exame micológico (direto e de
cultura), portanto, existem infecções fúngicas nas unhas
causadas por fungos dermatófitos e fungos não
dermatófitos. Qual a diferença?

As infecções fúngicas e/ou bacterianas, são


consideradas as micoses superficiais mais difíceis de
Técnicas Podológicas

diagnosticar e tratar. A manifestação clínica mais


freqüente da onicomicose por fungos filamentosos não-
dermatófitos é a proximal, que geralmente vem associada
a inflamação da dobra proximal, podendo ser limitada a
região da lúnula ou afetar a totalidade da unha. Portanto,
a presença de inflamação sugere onicomicose por fungo
não-dermatófito, o que quase nunca é visto com
onicomicose por dermatófito.

A Sociedade Internacional de Micologia Humana


e Animal preconizam que, a expressão onicomicose deve
ser substituída por tinea ungueum quando o agente
etiológico for um dermatófito; caso o agente etiológico
seja uma levedura, o termo mais apropriado é oníquia e
caso o agente etiológico seja leveduras do gênero
Cândida, o termo mais apropriado é candidíase ungueal
ou candidose.
Atualmente há uma variedade de propostas
terapêuticas a escolher, algumas com eficácia
comprovada cientificamente e outras sem embasamento
científico nenhum.
O podólogo que se propõe a tratar as infecções
fúngicas das unhas deve possuir além de conhecimento,
bom senso para atuar dentro de uma equipe
interdisciplinar e respeitar seus limites de atuação: o
médico dermatologista é o único profissional apto a
avaliar, diagnosticar e prescrever antifúngicos via oral
para tratamento das infecções fúngicas das unhas.
Lembrando que, a maioria dos antifúngicos orais podem
interagir com vários tipos de medicamentos como
estatinas, hipoglicemiantes e anti-hipertensivos, além da
função hepática e renal ser acompanhada de perto
Técnicas Podológicas

durante o uso dos mesmos. Mas cabe ao podólogo a


remoção da área ungueal afetada, seja por meio de
deslaminação com fresas ou quimioesfoliação.
Quando há onicólise primária os fungos podem
colonizar a placa ungueal destacada.
Na onicomicose distal e lateral, os fungos
invadem a porção inferior da placa ungueal, na camada
córnea do hiponíquio e no leito ungueal.
O tratamento de deslaminação com fresas limita-
se a retirada da unha já destacada. Não existe tratamento
de onicomicose sem a retirada da parte da unha já afetada
pelos fungos, infelizmente na nossa rotina diária nos
deparamos com clientes, principalmente mulheres,
querendo preservar a unha já acometida e pior, disfarçar
a ação dos fungos com esmaltes escuros. Enquanto não
se remove todos os fragmentos ungueais já danificados, é
impossível uma ação eficaz até mesmo dos antifúngicos
tópicos.
Uma técnica muito utilizada nos serviços de
podologia para combate das infecções ungueais é a
terapia fotodinâmica, técnica que promove uma reação
química por meio do uso de um corante fotossensível,
ativado por uma fonte de luz que promoverá a inativação
dos microrganismos responsáveis pelo quadro ungueal
infeccioso, daí o nome de inativação fotodinâmica.
Técnicas Podológicas

PEELING SEQUENCIAL DE LEITO


UNGUEAL
Consiste na aplicação de um ou mais agentes
esfoliantes na pele, resultando na redução ou
desaparecimento do leito queratinoso que sofreu a ação
de microrganismos como fungos.
Os tratamentos à base de peelings químicos nas
unhas vêm sendo utilizados há muito tempo pela
Podologia, sendo que em muitos casos, sem nenhuma
justificativa terapêutica plausível para tal.
Um exemplo é o uso do fenol como recurso para
emoliência de hiperqueratoses e onicocriptoses, prática
bastante antiga na Podologia.
O fenol promove um peeling químico profundo,
atingindo a derme reticular e por ser substância
cardiotóxica e nefrotóxica, necessita monitoração e
cuidados especiais, sendo, portanto, realizado apenas em
centro cirúrgico.

REGRAS BÁSICAS EM PEELINGS


QUÍMICOS EM ONICOMICOSES

➢ Ter conhecimento da profundidade da


lesão a ser tratada para que se possa escolher um agente
que não produza esfoliação desnecessariamente mais
profunda do que a própria alteração a ser tratada.
➢ Preparar a pele do leito ungueal para o
procedimento.
➢ Tratar a pele do leito ungueal pós peeling.
Técnicas Podológicas

O profissional deve, além de dominar as técnicas


que utiliza, esclarecer seus clientes sobre os mecanismos
de ação de cada uma, portanto, tome nota de como age
cada terapia proposta:

PEELING SEQUENCIAL DE LEITO


UNGUEAL

Indicação de onicomicose associada a


hiperqueratose subungueal.

MECANISMO DE AÇÃO
A proposta terapêutica é diminuir a queratina
densa da unha e remoção da hiperqueratose subungueal
infectada com o intuito de substitui-la por tecido mais
“normalizado”, obtendo assim um melhor resultado
estético e contribuindo para a penetração mais eficaz de
agentes antifúngicos tópicos. Muitos são os ácidos
empregados nas avulsões químicas das unhas, muitas são
as formas de aplicação e variados são os tempos
preconizados, de exposição da pele a ação do ácido
escolhido.

Para esta técnica, os alfa-hidroxiácidos (AHA) são


freqüentemente utilizados, são ácidos encontrados na sua
forma natural em alguns alimentos, mas podem ser
produzidos de forma sintética. Os mais utilizados do
grupo AHA são os ácidos glicólico, lático, cítrico, málico
e tartárico. Dentre esses, os que apresentam cadeia de
carbono mais curta e são utilizados com freqüência em
dermatologia, são os ácidos lático e o glicólico.
Técnicas Podológicas

O ácido glicólico é derivado da cana de açúcar,


possui alta solubilidade em água e uma solução saturada
tem concentração de 80 a 70% de potência máxima.
Dentre os AHA, possui o menor peso molecular e causa
epidermólise, em 3 a 7 minutos, dependendo de fatores
como:
➢ Concentração do ácido (%);
➢ Biodisponibilidade (pH);
➢ Grau de tamponamento ou neutralização;
➢ Tipo de formulação (gel, líquido, creme ou
loção);
➢ Freqüência das aplicações;
➢ Condições da pele antes da aplicação;
➢ Volume do ácido aplicado;
➢ Tempo de permanência do ácido sobre a
pele.
Os AHA são substâncias que, quando aplicados
topicamente na pele, agem produzindo efeitos distintos
sobre o estrato córneo, epiderme, papila dérmica e
folículo pilossebáceo. Quando aplicados em baixas
concentrações na pele, os AHA promovem incremento
do DNA basal, o que resulta em descamação e esfoliação,
com isso, os corneócitos se desprendem nas camadas
inferiores e em formação do estrato córneo, acima do
estrato granuloso, resultando ao final de todo o processo,
diminuição da espessura do estrato córneo.
Utilizados em baixas concentrações, os AHA
também apresentam um efeito plastificante importante
sobre o estrato córneo, devendo-se a isso, sua ação por
adsorção aos grupamentos de cadeias queratínicas, sem
aumentar o conteúdo de água. Os AHA ainda promovem
Técnicas Podológicas

melhora da hidratação do estrato córneo, devido sua ação


umectante.
Concentrações elevadas de AHA, de acordo com
fatores acima citados, podem alterar toda a fisiologia da
pele, causando epidermólise, separação de queratinócitos
e alterando funções de enzimas importantes.

MECANISMO DE AÇÃO DA INATIVAÇÃO


FOTODINÂMICA (PDT):

A terapia fotodinâmica (PDT) consiste na


ativação de substâncias fotossensíveis por uma fonte de
luz, no caso um laser de baixa intensidade e com esta
combinação, a geração de espécies citotóxicas de
oxigênio e de radicais livres que irão desencadear a
destruição seletiva de microrganismos (inativação
fotodinâmica), responsáveis pela infecção fúngica e/ ou
bacteriana na unha.

AGENTE FOTOSSENSIBILIZADOR (FS)

Azul de toluidina, cristal violeta, ftalocianina


dissulfonada de alumínio, hematoporfirinas, tionina,
protoporfirina e azul de metileno. A fotossensibilização
depende do corante utilizado, da sua concentração,
fluência e intensidade de potência do laser e da espécie
bacteriana envolvida, a efetividade do corante está
relacionada ao tempo de contato e sua concentração.
Azul de metileno absorve na região de luz
vermelha e produz oxigênio “singlet”. Tem um máximo
de absorção na região de 660 nm (janela fototerapêutica)
compatível com o uso do led.
Técnicas Podológicas

Segundo ALMEIDA (2011), azul de metileno a


0,1% é efetivo em feridas cutâneas infectadas por
streptococos aureus.
De acordo com MAISCH et al (2005), a PDT tem
se mostrado mais efetiva em bactérias gram positivas, as
espécies gram negativas têm se mostrado
significativamente resistentes a muitos FS usados em
PDT.

CURIOSIDADES!

➢ Os fungos são difíceis de erradicar em virtude da


queratina muito densa que participa da estrutura
da unha. Há, ainda, pouca vascularização,
explicando assim, a pouca penetração dos
medicamentos por via sistêmica, bem como o
crescimento lento das unhas (Sidrim e Rocha,
2004).
Técnicas Podológicas

➢ Os imidazóis (bifonazol, cetoconazol, miconazol),


são dotados de alta versatilidade, amplo espectro
de atividade antimicrobiana (fungos,
protozoários, bactérias e helmintos) Lacaz et al,
2002.
➢ O ergosterol é um lipídio base para a estrutura da
membrana fúngica.
➢ Os azóis são fungistáticos (Goodman e Gilman,
1999).
➢ A quitina é um componente essencial para a
formação do micélio, massa visível a olho nu,
decorrente do alongamento de hifas, característica
da reprodução de fungos pluricelulares (Lacaz et
al, 2002).
➢ A ação dos antifúngicos azóis não é específica
para os fungos, além de ter afinidade maior pelas
células fúngicas, também agem inibindo a síntese
dos esteróis em humanos provocando toxicidade
hepática.
➢ As alilaminas como a terbinafina, são excelentes
em onicomicoses por fungos dermatófitos, mas
menos efetiva contra não dermatófitos, incluindo
espécies de cândidas e fungos filamentosos.
Possuem ação de bloquear a biossíntese do
ergosterol fúngico.
➢ As morfolinas como a amorolfina, também agem
bloqueando a biossíntese do ergosterol, na forma
de esmalte, tem liberação prolongada na unha
possibilitando aplicação semanal. Possuem
atividade fungicida e fungistática contra
dermatófitos, fungos dimórficos e alguns fungos
filamentosos, fungos demáceos e leveduras
Técnicas Podológicas

(Sanchez – Carazo et al, 1999; Lacaz et al, 2002;


Sidrim e Rocha, 2004).
➢ O antifúngico tolnaftato é eficaz em tinea pedis,
mas ineficaz contra cândida.
➢ O antifúngico haloprogina é eficaz em tinea pedis
e eficaz também contra cândida.
➢ A eliminação de uma infecção fúngica
subungueal só ocorre quando, além da unha, toda
a camada córnea do leito ungueal infectada é
removida.
➢ Liberação transungueal: após a evaporação do
veículo ou solvente da formulação, a
concentração do princípio ativo de ciclopirox 8%
e amorolfina aumenta para 38,8 e 25%
respectivamente, isso aumenta a difusão
transungueal.
➢ Conferência internacional de consenso em 2005
recomenda o uso de monoterapia tópica se menos
de 50% da unha estiver envolvida, se a matriz não
estiver afetada e se poucas unhas (3 a 4) forem
afetadas (Lecha et al, 2005).
➢ Amorolfina 5% e ciclopirox 8% possuem
liberação transungueal. A amorolfina pode ser
usada 1 x por semana, pode ser manipulada em
etanol ou cloridrato de metileno.
➢ A terbinafina pode ser manipulada em creme a
1% associada a vitamina E.
➢ O óleo de melaleuca combinado com sal de
butenafina em creme, é eficaz para onicomicoses
das unhas dos pés.
➢ O óleo de melaleuca puro não demonstrou
resposta antifúngica esperada mesmo após 8
Técnicas Podológicas

semanas de tratamento num estudo dirigido por


Syed et al (1999).
➢ A griseofulvina tem baixa afinidade pela
queratina ungueal.
➢ O desbridamento da unha afetada aumenta a
resposta ao tratamento (Seebacher et al, 2007).
➢ O creme de cetoconazol ou ciclopirox devem ser
usados sob oclusão.
➢ A oclusão melhora os resultados dos tratamentos
(Grover et al 2007).
➢ PDT promove foto oxidação do ergosterol para
destruir os fungos.
➢ Fungos saprófitas são seres decompositores, se
nutrem de matéria orgânica do corpo de
organismos mortos (ou de partes que podem se
destacar de um organismo como a pele, unhas,
folhas e frutas que caem no solo).
➢ Seres quimioheterotróficos utilizam compostos
orgânicos para obter energia e carbono.
➢ Seres aeróbios estritos só sobrevivem na presença
de O2.
➢ A cândida albicans é um fungo presente nas
mucosas genital, perianal e oral de homens e
mulheres. Na mulher causa candidíase e no
homem balanopostite (inflamação da glande e
prepúcio).
➢ Orientação quanto ao preparo para coleta de
exame micológico ungueal: evitar molhar ou
esfregar o local no dia da coleta, retirar material
na transição entre unha normal/doente, 5 dias
antes da coleta retirar esmaltes e bases, suspender
medicação no mínimo 07 dias (oral 20 dias e
Técnicas Podológicas

tópica 10 dias), no dia do exame não usar cremes/


loções, pomadas ou substâncias gordurosas,
descartar amostras superficiais.
➢ O ergosterol é um esteroide presente na
membrana de fungos. A anfotericina B é um
antifúngico que se liga ao ergosterol da célula
fúngica, mas também se liga ao colesterol da
membrana das células humanas, causando vários
efeitos adversos, usada em neuromicoses.
Técnicas Podológicas

CAPÍTULO 3
PODOLOGIA: A LIMPEZA DE PELE PODAL

Da mesma forma que a pele do nosso rosto


necessita dos cuidados mais específicos oferecidos por
uma esteticista, nossos pés também necessitam dos
cuidados específicos oferecidos por um podólogo,
profissional cuja atuação concentra-se em um único
objetivo: promover e manter a saúde e integridade das
unhas e da pele dos pés.
Saiba o que estes profissionais podem fazer pelos
seus pés e fique atenta a algumas dicas básicas para não
ter dor de cabeça e nem nos pés:
Técnicas Podológicas

Antes de tudo, sempre procure se informar antes


de entregar seus pés em mãos alheias. Certifique-se se
este profissional está habilitado para tal, se fez curso
específico com carga horária, grade e matriz curricular
consistentes, com professores de nível superior, com
disciplinas práticas sendo fundamentadas antes por
disciplinas teóricas e se teve oportunidade de estágio
tanto dentro quanto fora da escola e não vale cursinho de
final de semana, saúde dos pés é coisa séria! E mesmo
assim observe o ambiente de trabalho, se é limpo, se tem
alvará da vigilância sanitária, se tem espaço próprio para
esterilização de material, se os instrumentais do
profissional estão em bom estado, se a aparência e o
linguajar condizem com a de um profissional da área da
saúde, pois para quem não sabe podólogo não é um
profissional da estética dos pés e sim da saúde. Da
mesma forma que existem as esteticistas para o cuidado
da pele da face e os maquiadores para o embelezamento
com maquiagem, essa regra também funciona para os
pés: podólogos para o cuidado da pele e unhas dos pés e
pedicures para o embelezamento com esmaltes e outros
acessórios.
Tanto podólogos quanto manicures e pedicures,
até mesmo dentistas, ou seja, qualquer profissional que
trabalhe com material em aço esterilizável, deve
comprovar seu método de esterilização diante do cliente.
Todo o material que será utilizado no procedimento deve
chegar até você lacrado: se o profissional faz uso de
autoclave, o instrumental chega até você lacrado em um
envelope próprio para autoclave, com a etiqueta antes da
esterilização rosa, de cor preta, indicando que o material
passou pelo calor úmido para ser esterilizado. Se o
Técnicas Podológicas

profissional faz uso de estufa, o instrumental chega até


você lacrado dentro de um estojo inox (nada de
embalagem para marmita!), lacrado com fita termo
crômica (antes da esterilização parece uma fita crepe
comum) e que, após o processo de esterilização por calor
seco, fica listrada. E atenção a data de validade, que deve
estar presente nos dois processos. E lembre-se, podólogo
tem que atender em sala própria, com lavatório (pia) para
higienização de mãos e nunca em ambiente com outros
profissionais atendendo paralelamente.

PODOPATIAS DERMATOLÓGICAS MAIS


TRATADAS
HIPERQUERATOSES

As hiperqueratoses (calosidades) representam o


espessamento anormal da camada córnea, proveniente de
vários fatores etiológicos como:
➢ Doenças congênitas e hereditárias.
➢ Vícios posturais.
➢ Deformidades ortopédicas.
➢ Calçados inadequados.
➢ Atividade física.
➢ Atividade profissional.
➢ Doenças infecto contagiosas como a bouba
secundária.
➢ Agentes químicos.

Na 1ª sessão podológica para tratamento das


hiperqueratoses já se observa um resultado satisfatório,
lembrando que, atualmente, a atuação do podólogo não
se limita a tão somente desbridar as hiperqueratoses, mas
Técnicas Podológicas

também através da história clínica de cada paciente,


reconhecer qual fator etiológico está envolvido no
surgimento das mesmas e levar seus pacientes a uma
mudança de tais fatores. O podólogo para isso, conta com
o auxílio de um cabo de bisturi e uma lâmina de bisturi
descartável para realizar, de forma calculada com base
em seu peso, altura, atividade física, atividade
profissional, tipo de calçado; a remoção do tecido grosso
e desvitalizado, através do desbridamento ou
debridamento instrumental. Lembrando que não é um
procedimento invasivo, pois o profissional atua somente
a nível de estrato córneo (estrato mais superficial da
epiderme), portanto você não deve, após o procedimento,
sentir nenhum tipo de desconforto ou ardência e também
não pode haver cortes. Dica: após o banho você deve
sentir a pele lisa e uniforme, isso significa que o
profissional fez a retirada de forma uniforme e caprichou
no lixamento. Sentiu asperezas ou a pele desnivelada,
sinal que o profissional não desbridou com excelência.
E nunca esqueça: calos e calosidades são lesões de
atrito e podólogo nenhum faz milagre! A contribuição do
paciente ao tratamento é mais que necessária, alternar
calçados e hidratar a noite com cremes específicos, além
de esfoliar uma vez por semana, usar hidratantes podais
diariamente, mantém o pé livre de hiperqueratoses e/ou
asperezas.
Técnicas Podológicas

CUIDADOS PODIÁTRICOS BÁSICOS

A epiderme da região plantar dos pés devido às


funções elementares de apoio e suporte do nosso peso
corporal, tanto na posição estática quanto na posição
dinâmica, é considerada uma das regiões cutâneas mais
espessas do corpo humano. E a epiderme da região dorsal
dos pés, ao contrário da região plantar, é fina ao ponto de
palparmos com facilidade toda a estrutura tendinosa e
óssea. Propensa ao ressecamento, a epiderme destas duas
áreas distintas dos nossos pés sofrem diariamente
inúmeras agressões como o atrito do calçado, formação
de fissuras, infecções fúngicas pelo excesso de umidade e
o descuido ocidental generalizado que imprimimos
diariamente aos nossos pés, seja pela falta de hidratação,
de proteção solar, o sapato que tortura, o zelo excessivo
no cutilamento das unhas, a preocupação com a infinita
cartela de cores de esmaltes sem a mínima atenção
quanto às normas de biossegurança, que expõem nossos
pés a uma variedade de microrganismos como vírus,
fungos e bactérias.

HIDRATAR

Como a pele do nosso rosto, a pele dos nossos pés


também precisa de uma rotina diária de cuidados, como a
escolha de um hidratante específico após o banho.
Hidratante de corpo não funciona nos pés, lembra que é a
pele mais espessa do corpo!
A pele dos pés, também conhecida como pele
glabra, ou seja, pele livre de pêlos necessita de cuidados
diários de limpeza e hidratação da mesma forma que a
Técnicas Podológicas

pele do rosto e quando o assunto é hidratação a pele dos


pés conta com uma desvantagem fisiológica. Três fatores
atuam na absorção cutânea: a pele, a natureza das
substâncias e o veículo dessas substâncias. Devemos
levar em consideração a topografia e o estado de saúde
da pele. A absorção é diretamente proporcional ao
número de folículos pilossebáceos. Por isso, a absorção
na planta dos pés e na palma das mãos é praticamente
nula.
A associação de um bom hidratante podal e o uso
de calçados confortáveis evita que a pele dos pés se torne
mais grossa, lembrando que, a hidratação corporal
começa pelos pés, isso porque o processo de renovação
das células epiteliais, que formam a epiderme, é mais
demorado nos membros inferiores, especificamente os
pés, devido às células mortas produzidas constantemente
pelo atrito dos calçados, o que pede uma atenção maior
no uso dos cosméticos. Cremes que promovem
hidratação oclusiva ou umectantes são os mais indicados
para cuidar dessa área. É recomendável o uso diário a
noite de um hidratante mais concentrado e de dia um
hidratante que proporcione um toque seco para evitar a
sensação desagradável de “escorregar” dentro do calçado.
Invista em cosméticos que incorporem ativos emolientes
superpotentes.
Mas antes de passar algum creme, é recomendável
fazer uma sessão de podologia, que irá tratar a pele
removendo as células mortas para potencializar sua
absorção, acelerar a renovação celular e afinar
imediatamente a cútis.
Apesar da prática comum, utilizar a lixa para
reduzir o aspecto desidratado não é indicado. Ao lixar é
Técnicas Podológicas

provocado um novo atrito, ao mesmo tempo em que


remove células mortas, este tipo de recurso acaba
provocando micro traumatismos, “arranhando” a pele por
baixo da camada de células mortas. Em resposta, a pele
da camada córnea se espessará, deixando a região mais
grossa. Nem toda aspereza ou aspecto cutâneo
desvitalizado é produzido pela desidratação da camada
córnea dos pés, por isso, ao perceber que não há melhora
com o uso de hidratante, é válido consultar um
especialista. Uma descamação na planta do pé, por
exemplo, pode ter relação com algum tipo de dermatite
de contato ou infecções fúngicas da pele, além de
doenças de cunho dermatológico como psoríase ou
disidrose, cujo tratamento cabe ao dermatologista.

DESODORIZAR

Como nossas axilas, pé transpira e muito,


portanto, é fundamental o uso de um desodorante
bacteriostático, ou seja, que iniba a proliferação de
bactérias no local dê preferência à formulação em spray,
creme ou géis. Quer coisa mais desagradável do que
bromidrose (odor característico dos pés conhecido como
chulé)? Ou mais deselegante, do que pé com aparência
esbranquiçada de talco?

PROTEGER

A pele dos pés também sofre com a exposição


solar excessiva e pior do que a marquinha da sandália, é a
degeneração solar que nossa pele sofre, principalmente
Técnicas Podológicas

em regiões como bordas de calcâneo, contribuindo para o


surgimento de fissuras. Portanto, o uso de um filtro solar
nestas regiões é um cuidado fundamental.

RELAXAR

A região embaixo dos nossos pés é dotada de


milhares de terminações nervosas, além de um grupo
muscular que vive continuamente sobre forte estresse
devido às atividades diárias de deambulação, ou seja,
uma área que suplica por uma massagem relaxante.
Existem várias técnicas quando o assunto é
massoterapia podal:
➢ Reflexologia: massagem oriental que
trabalha através de pressão como estímulo nas áreas
reflexas presentes em nossos pés, reflexas, pois este tipo
de terapia preconiza que todos os órgãos presentes no
corpo humano tem ligação direta e refletem-se em áreas
específicas dos nossos pés. Mas atenção! O profissional
que atua nesta área deve possuir formação específica para
tal, refloxologia é levada a sério pela medicina
tradicional chinesa e da mesma forma que a acupuntura,
deve-se possuir formação específica na área e que
envolve anos de estudo, sendo contraindicado a
utilização de tal técnica por profissionais que fizeram
apenas cursinhos de final de semana.
➢ Drenagem linfática: massagem que
diferente da maioria das técnicas de massagem que atuam
a nível de musculatura, atua a nível de sistema linfático,
sistema acessório do sistema vascular, contribuindo para
um trânsito adequado da linfa. Quando há desordens no
Técnicas Podológicas

sistema linfático, a primeira região anatômica a sofrer são


os membros inferiores, que se tornam edemaciados,
pacientes hipertensos são beneficiados por este tipo de
massagem devido a edema perimaleolar característico.
Associar uma boa massagem relaxante com
escalda pés é ainda mais prazeroso, caso utilize as duas
técnicas primeiro execute a massagem e depois o escalda
pés, segundo especialistas, a água quente do escalda pés
pode “anestesiar” as terminações nervosas, que neste
caso não receberiam os benefícios da massagem.
Existem vários fatores que devem ser levados em
consideração antes de executar um escalda pés:
➢ Primeiro e acima de tudo: não se deve
empregar esta técnica em pacientes diabéticos devido à
neuropatia, disfunção nos nervos caracterizada por perda
da sensibilidade e que se desenvolve ao longo dos anos
em diabéticos, por possuir a sensibilidade térmica
diminuída ele não poderá perceber adequadamente a
temperatura da água, ocasionando com isso, risco de
queimaduras.
➢ Caso utilize ervas, verifique antes a ação
de cada uma para o efeito desejado, segundo a fitoterapia,
existem plantas utilizadas em escalda pés de efeito
calmante ou estimulante, além de muitos outros efeitos.
➢ O benefício do escalda pés é maior quando
os pés se encontram livres de calos e calosidades,
portanto, um tratamento podológico antes é
recomendado.
➢ O escalda pés está contraindicado na
vigência de processos inflamatórios provenientes de
onicocriptoses ou qualquer outro tipo de lesão por perda
de continuidade da pele.
Técnicas Podológicas

Independente de meridianos e áreas reflexas é fato


que os nossos pés são dotados de milhares de
terminações nervosas, sedentas por um estímulo
agradável. Receber uma massagem nos pés ao final de
um dia de trabalho, proporciona um bem-estar
transcendental!

DICAS

Contra o edema utilize gel com cânfora e mentol.


Massagear as pernas com um creme umectante (para
evitar a desidratação da pele).
Vestir uma meia até a altura dos joelhos, que faça
leve compressão, pincelar sobre a meia o gel crioterápico
a base de cânfora e mentol, descansar com as pernas
elevadas a 30 ou 40 graus de inclinação por 30 minutos.
Remover a meia e o excesso do produto pode ser
realizado duas ou três vezes por semana.

PÉS CANSADOS

20 ml de semente de uva, 4 gotas de óleo essencial


de petitgrain, 3 gotas de óleo essencial de cipreste e 2
gotas de óleo essencial de eucalipto. Massagear desde as
pontas dos dedos até os tornozelos.
Técnicas Podológicas

CAPÍTULO 4
PRINCIPAIS DOENÇAS CRÔNICAS QUE AFETAM
OS PÉS

Muitas doenças como diabetes, artrite reumatóide,


hanseníase; modificam tanto os pés, seja a nível
funcional, neurológico ou dermatológico; que os pés dos
indivíduos acometidos por essas doenças, perdem a
identidade própria e passam a ser denominados “pés
diabéticos”, “pés reumatoides”, “pés hansênicos”.
Com informação em saúde e cuidados profiláticos,
podemos ajudar nossos pacientes a tomar posse de seus
pés e chamá-los novamente de “meus pés”!

“PÉ DIABÉTICO”

A diabetes é uma doença, ou síndrome metabólica


proveniente da falta ou escassez do hormônio insulina,
Técnicas Podológicas

produzido pelas células beta do pâncreas, a insulina é o


hormônio responsável por administrar toda a glicose
ingerida, seja na forma de hidratos de carbono ou não.
A diabetes do tipo 1 atualmente é considerada
uma doença autoimune, de caráter congênito manifesta-
se principalmente em crianças e adolescentes, onde se
observa uma deficiência absoluta da produção do
hormônio insulina pelo pâncreas, obrigando o indivíduo a
fazer uso diário de injeções de insulina, além de ser
necessário adotar mudanças no estilo de vida que
envolvem dieta específica e atividade física.
A diabetes do tipo 2 possui uma íntima relação
com obesidade associada a sedentarismo e hábitos
alimentares sem regras, portanto manifesta-se
principalmente em adultos e idosos acima do peso, onde
se observa uma deficiência progressiva da produção do
hormônio insulina pelo pâncreas, com o quadro
iniciando-se por uma “resistência insulínica”: num
indivíduo que ingere 100 moléculas de hidratos de
carbono (carboidratos), seu pâncreas necessitará de
apenas 10 moléculas de insulina para administrar as 100
moléculas de hidratos de carbono. Já num indivíduo cujo
organismo esteja passando por um quadro de resistência
a insulina, para cada 100 moléculas de hidratos de
carbono consumidas, seu organismo necessitará de
produzir 100 moléculas de insulina.
Sem o hormônio insulina ou na vigência de uma
incompetência deste hormônio, o organismo experimenta
um quadro de hiperglicemia que pode desencadear vários
distúrbios ou complicações no indivíduo, sendo o “pé
diabético” uma dessas complicações.
Técnicas Podológicas

“Pé diabético” é uma expressão utilizada, com


muita frequência, entre profissionais da área da saúde,
para designar um pé que apresenta déficits neurológicos
como a perda da sensibilidade (neuropatia), vasculares
como má circulação que leva a uma má cicatrização e
déficits cutâneos como pele seca e onicodistrofias
diversas, todos, desencadeados pelo mal controle da
doença diabetes.
A neuropatia associada a deficiências vasculares
representam juntas, uma cruel fórmula que leva a
inúmeras amputações de membros inferiores entre
diabéticos e se cada um fizer a sua parte, essa triste
realidade pode ser mudada.

Equipe e Profissionais Capacitados para


Orientação sobre Cuidados com os Pés de Pessoas com
Diabetes

➢ Equipe interdisciplinar de atendimento a


pessoa com diabetes.
➢ Enfermeiras e médicos com experiência e
treinamento em diabetes.
➢ Podólogas com experiência em cuidados
dos pés de pessoas com diabetes.
➢ Grupo de suporte às pessoas com diabetes:
associações, grupos de convivência e outras entidades.
Técnicas Podológicas

EXAME DOS PÉS


INSPEÇÃO
Os pés devem ser inspecionados logo após retirar
os sapatos, observando os pontos de pressão, formato dos
pés, características da pele, unhas (quanto ao formato,
espessura, deformidade e corte), temperatura da pele e
espaços interdigitais a procura de infecções fúngicas.

Pessoas idosas ou com limitações físicas que as


impossibilitem de realizar adequada inspeção dos seus
pés, podem se beneficiar com a ajuda de um podólogo
devidamente treinado para reconhecer potenciais
problemas, que podem agravar os pés de pessoas com
diabetes.

Os eventos de neuropatia e isquemia apresentam


sinais clássicos que se manifestam muito cedo e o exame
físico constante podem detectá-los, conforme tabelas
abaixo:

TABELA N° 1 - SINAIS DE NEUROPATIA


• Hipotrofia de músculos dorsais
• Acentuação do arco plantar
• Proeminência de metatarsos
• Vasodilatação dorsal
• Dedos em garra
• Calosidades
• Pele seca – rachaduras
• Pé quente, rosáceo
• Alterações articulares (Pé de Charcot)
Técnicas Podológicas

TABELA N° 2 - SINAIS DE ISQUEMIA


• Pele fina e brilhante
• Cianose
• Unhas atrofiadas
• Ausência de pêlos
• Rubor postural
• Palidez à elevação
• Enchimento venoso maior que 15
segundos
Técnicas Podológicas

• Claudicação intermitente.

A HIDRATAÇÃO NO PÉ DIABÉTICO
A Podologia vem se consolidando como área de
conhecimento e atuação no cenário da saúde brasileira, e
como tal, tem ocupado seu espaço nas equipes
interdisciplinares de atendimento ao portador de diabetes.
Diante desta imensa responsabilidade que temos
conquistado com muito estudo e preparo, devemos estar
atentos e buscar um conhecimento aprofundado das
técnicas e produtos que utilizamos no indivíduo portador
de diabetes.
Cabe ao podólogo que possua conhecimento em
cosmetologia, indicar e aplicar em seus clientes
diabéticos, produtos que estejam de acordo com aquilo
que é preconizado pelas autoridades no assunto e que
consta dos vários manuais, veiculados aos profissionais
que trabalham no atendimento a pessoa com diabetes.
Como podológos devemos estar atentos ao uso de
cremes hidratantes associados a agentes queratolíticos
como a uréia e outros no pé diabético. O tratamento
podológico para hiperqueratoses já faz o papel de um
creme queratolítico, pois retiramos de forma não invasiva
com lâminas de bisturi e de forma calculada (de acordo
com peso, profissão, atividade física, condições de pele,
etc.), o excesso de hiperqueratoses. E se o tratamento
podológico já retira aquilo que está em excesso, devemos
indicar um produto de manutenção para hidratar a pele já
tratada.
Muitos são os profissionais da área da saúde, entre
eles o podólogo que usam a ureia, seja para fins
Técnicas Podológicas

emolientes ou para fins de peelings químicos, neste caso


contraindicado no pé diabético devido à neuropatia.
Antes de usarmos qualquer produto devemos
pesquisar sobre os mesmos, acerca de benefícios,
princípios ativos, concentrações recomendadas, etc.
É fundamental o processo de empoderamento de
todos os pacientes (conhecimentos, habilidades e
destrezas), de forma adequada para ajudá-los a manter os
pés saudáveis. As áreas que devem ser abordadas na
educação do diabético, dos familiares e cuidadores são,
sempre utilizando linguagem clara, simplificada e
objetiva:

Modelo de Informativo para Trabalho


Educativo com Pessoas Diabéticas

SAÚDE DOS PÉS E UNHAS


Ao longo dos anos, a pessoa diagnosticada com
diabetes apresenta uma probabilidade muito maior do que
o restante da população, a desenvolver problemas nos pés
e unhas, vamos entender por quê?
A diabetes pode causar uma disfunção
principalmente nos nervos longos das pernas, fazendo
com que a pessoa apresente diminuição ou até mesmo
perda da sensibilidade a estímulos dolorosos e térmicos,
ou seja, a pessoa com diabetes perde a capacidade de
sentir dor caso pise em algo pontiagudo ou caso utilize
uma bolsa de água quente, não terá capacidade de sentir
se a temperatura da bolsa estiver muito quente, podendo
queimar sua pele sem que ela perceba. O nome que se dá
a esta disfunção neurológica é neuropatia, e pode ser
detectada precocemente através de exames por um
Técnicas Podológicas

enfermeiro, fisioterapeuta ou médico, portanto, o


diabético (a) deve evitar andar descalço, sempre utilizar
sapatos confortáveis, utilizar meias de cor clara sem
costura, inspecionar dentro dos calçados antes de calçá-
los a procura de objetos pontiagudos, pequenas pedras ou
meias dobradas dentro dos calçados que podem
desencadear lesões na pele e unhas e nunca utilizar bolsas
de água quente nas pernas e pés. Durante o verão é
aconselhável o uso de filtro solar no mínimo FPS 30 no
dorso dos pés e não pisar descalço no asfalto, pisos de
piscina e areia da praia quentes para se evitar
queimaduras.
A diabetes também pode causar um retardo no
processo de cicatrização de lesões na pele devido a
disfunções vasculares que impedem uma adequada
oxigenação dos tecidos do corpo pelo sangue, com isso,
feridas na pele de diabéticos demoram mais para
cicatrizar, aumentando com isso o risco de infecções
quando mal manipuladas, portanto, diabéticos devem
evitar cutilar as unhas e não utilizar produtos como
ácidos para remoção de calos ou o uso de materiais
cortantes para desencrave de unhas, nestes casos procurar
um serviço especializado de podologia.
As unhas de diabéticos também tendem a sofrer
com a instalação de deficiências circulatórias, tornando-
se com isso mais grossas, deformadas e propensas ao
surgimento de infecções micóticas, ou seja, infecções
causadas por fungos tanto nas unhas quanto na pele,
principalmente nos espaços interdigitais, entre os dedos.
Desta forma os pés devem sempre ser mantidos com uma
higiene adequada: limpos dentro de calçados confortáveis
deve-se secar adequadamente entre os dedos para evitar
Técnicas Podológicas

excesso de umidade após o banho, alternar o uso de


meias de algodão para uma absorção eficiente do suor,
unhas tratadas e aparadas corretamente por profissional
especializado.
A diabetes também propicia o ressecamento da
pele, pois a neuropatia interfere também na produção de
suor pelas glândulas sudoríparas, sendo assim, é
aconselhável o uso de um produto hidratante específico
para a região dos pés à noite, evitando-se o uso entre os
dedos, para manter a pele sempre hidratada e livre de
fissuras (rachaduras), que em diabéticos podem se
transformar rapidamente em porta de entrada para
infecções ou lesões de difícil cicatrização.

“PÉ REUMATÓIDE”
As doenças reumáticas podem ser definidas como
um grupo variado de patologias que desencadeiam níveis,
também variados, de comprometimento do sistema
músculo esquelético. E a artrite reumatóide, faz parte
desse grupo de enfermidades.
A artrite reumatóide é considerada atualmente
doença auto-imune, crônica e que se caracteriza por
processos inflamatórios que acometem as articulações,
sendo que, outros órgãos podem estar comprometidos. Se
estes processos inflamatórios crônicos não forem
adequadamente tratados, as articulações podem sofrer um
processo degenerativo, ocasionando deformidades
ósseas, limitações para o trabalho e para as atividades do
dia a dia. Qualquer pessoa pode desenvolver a doença,
sendo que, pessoas com história de artrite reumatóide na
família apresentam uma probabilidade maior de
desenvolver.
Técnicas Podológicas

“Pé Reumatóide” é uma expressão utilizada para


os pés de pessoas com artrite reumatóide, que apresentam
deformidades ósseas e articulares podais ao longo do
desenvolvimento da doença.
Pessoas com artrite reumatóide geralmente
necessitam de auxílio no cuidado com os pés, pois ao
longo dos anos de desenvolvimento da doença, perdem a
autonomia do cuidado com os pés, devido às limitações
físicas impostas pela própria doença e o podólogo com
experiência no atendimento a esse tipo de paciente, pode
contribuir e muito para a promoção e manutenção da
saúde dos pés de pessoas com artrite reumatóide.
O indivíduo com artrite reumatóide, devido ao
curso natural da doença, que evolui com enrijecimento
articular e deformidades ósseas, torna-se incapaz,
sozinho, de prestar cuidados adequados aos seus próprios
pés. Portanto deve, regularmente, visitar um podólogo de
sua confiança para cortar corretamente as unhas, remover
calos e calosidades que muitas vezes surgem devido a
mudanças anatômicas impostas pela doença e outros
cuidados podiátricos necessários à saúde dos pés.

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