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Terra
Odus: Irosun, Egi Laxeborá, Iká Ori e Obará. Representam o caminho da tranqüilidade e
da riqueza.
Água
Odus: Egi Okô, Ossá, Egi Ologbon e Oxé. Representam o caminho da dúvida ao
triunfo.
Ar
Odus: Onilé, Ofun, Obé Ogundá e Aláfia. Representam o caminho da indecisão até a
paz.
Fogo
Odus: Okaran, Odi, Owanrin e Eta Ogundá. Representam o caminho da insubordinação
até a guerra.
Diz-se que, nos primórdios dos tempos, não existia separação entre o céu e a terra
(orum-aiyé) e que havia uma convivência íntima entre os orixás e os seres humanos;
todos podiam ir ao órum e voltar quando desejassem. Porém um certo dia, o homem
desonrou seu compromisso com ólorum, pecou contra o supremo ao tocar o que não
podia ser tocado ou comer o que não podia ser comido. E assim,o mesmo dividiu o céu
e a terra. O privilégio da livre comunicação desapareceu em troca das diferentes formas
oraculares estabelecidas e legadas por orunmiláOdús (signos de ifã), são presságios,
destinos, predestinação. Os odús são inteligências siderais que participaram da criação
do universo; cada pessoa traz um odú de origem e cada orixá é governado por um ou
mais odús. Cada odú possui um nome e características próprias e dividem-se em
“caminhos” denominados “ese” onde está atado a um sem-número de mitos conhecidos
como itàn ifá.
Odus são os signos de Ifá, o resultado do jogo. Segundo as lendas do candomblé
africano, os Odus representam os destinos criados por Olorum, com todas as
características da vida cotidiana e baseados no comportamento e temperamento
humano. Então os Odus, seriam os signos do destino que regem cada orixá, que por sua
vez, regem cada homem sobre a terra.
Os odús são os principais responsáveis pelos destinos dos homens e do mundo que os
cerca.
Os orixás não mudam o destino da vida e sim executam suas funções dentro da natureza
liberando energia para que todos possam dela se alimentar.
O odú é o caminho, a existência do destino o qual o orixá e todos os seres estão
inserido.
Alguém já escutou a seguinte frase ?
-com o destino não se brinca…
-sua vida esta escrita…
- seu destino já estava escrito…
E muitas outras frases populares que refere-se a odú. Cada pessoa pode ir de encontro
ou seguir um caminho alheio ao destino estabelecido, isso nós dizemos que a mesma
está com o odú negativo, ou seja: seu destino sua conduta foge as regras siderais, ou
seja, seguiu um caminho negativo dentro do estabelecido.
Nós quando nascemos, somos regidos por um odú de ori (cabeça) que representa nosso
“eu” assim como odú de destino, espiritualidade…
Os 16 Odus
1. OKANRAN MEJI - a disciplina e teimosia
Regente: Exu
Elemento: Fogo
Pessoas com esse ODU são inteligentes, versáteis e passionais, com enorme potencial
para a magia. Seu temperamento explosivo faz com que raras vezes atuem com a razão.
Têm sorte nos negócios. No amor, extremamente sedutoras, são muito inconstantes e
mentem com facilidade. As mulheres têm como ponto vulnerável o útero.
Era um pobre peregrino que vivia migrando. Permanecia em diversos lugares, mas,
depois de fazer as plantações, mandavam embora, ficando os donos das terras com tudo
o que ele tinha feito.
Por conselho de alguém, esse homem foi um dia a casa de um oluô, que lhe indicou um
ebó (oferenda). tendo tudo preparado, partiu o homem para a grande mata fronteiriça e,
lá chegando deu início ao serviço.
Mais tarde, ouvindo um barulho naquele lugar tão impenetrável, assustou-se. Era ogum,
o dono dessa mata misteriosa. Chegando perto, ficou ogum espreitando o estranho, até
que este, muito amedrontado, implorou misericórdia, perguntando a ogum se queria se
servir de alguma coisa servida no ebó. Que falasse sem cerimônia, pois estava tudo a
sua disposição.
Ogum aceitou tudo o que havia ali e ficou satisfeito. Perguntou, então, quem era tão
perverso a ponto de mandar o peregrino para aquela paisagem impenetrável. O homem
contou todos os percalços de sua vida.
Então, ogum, transfigurado, aterrorizante, bradou que ele pegasse o mariô e fosse
marcar as casas dos seus amigos, pois ele, ogum, iria aquela cidade à noite destruir tudo
o que lá se achasse. Iria arrasar todos os haveres lá existentes, até o solo.
Dito e feito…
Ogum acabou com tudo, exceto as casas e os lugares que tenha sido demarcados pelo
homem com a colocação de mariô em cima das portas. Tudo o que havia de riqueza ali
ogum deu para ele, tudo mesmo, conforme tinha prometido.
Dizem ter existido um senhor que, depois de ter estado muito bem, ficara num estado
tão precário que, devido à extrema miséria em que se achava, viu-se forçado a procurar
todos os meios para não pôs termo à própria existência.
Mas, tendo feito o que lhe determinaram fazer e tendo esperado a melhoria das suas
coisas da vida sem ter algum resultado benéfico, foi-se para o mato com uma corda,
afim de se enforcar.
Foi quando, de súbito, viu um pobre leproso que estava pelejando para botar a água de
um igbin (caramujo) na cabeça. O homem que estava prestes a cometer a ação de
suicidar-se, com grande admiração e louvor, levantou as mãos para o céu, agradecendo
a olorum (deus). Ele, que se julgava muito melhor do que aquele indigente leproso em
semelhante estado de saúde, voltou para casa bastante satisfeito e confortado com o que
vira.
Em pouco tempo, foi chamado para ocupar o trono de seu pai, que falecera. Nessa
ocasião, não se esqueceu daquele leproso que estava ali abandonado. Assim que foi
levado ao trono, mandou buscar o seu companheiro de infortúnio naquele mau dia.
Assim, ficaram ambos bem…
LENDAS______________________________________________________________
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O Candomblé tem uma rica tradição oral, na qual aliás se encerram os seus
fundamentos, e as Lendas são a expressão disso mesmo, a forma de dizer as coisas, de
transmitir mensagens, retirando cada um de nós em cada uma delas o essencial, a moral
da história, resumindo assim, no caso dos Odús, o essencial de cada um deles.
1. ÒKÀNRÀN
Orixá correspondente a este Odú: EXÚ
PERSONALIDADE: São criativos, persistentes e de excelente memória. Possuem forte
intuição. Tendem ao egoísmo e ao individualismo.
“Era um pobre peregrino que vivia migrando. Permanecia em diversos lugares, mas,
depois de fazer as plantações, mandavam-no embora, ficando os donos das terras com
tudo o que ele tinha feito. Por conselho de alguém, esse homem foi um dia a casa de um
Oluwô, que lhe indicou um Ebó (oferenda). Tendo tudo preparado, partiu o homem para
a grande mata fronteiriça e, lá chegando deu início ao serviço. Mais tarde, ouvindo um
barulho naquele lugar tão impenetrável, assustou-se. Era Ogum, o dono dessa mata
misteriosa. Chegando perto, ficou Ogum espreitando o estranho, até que este, muito
amedrontado, implorou misericórdia, perguntando a Ogum se queria se servir de alguma
coisa servida no Ebó. Que falasse sem cerimônia, pois estava tudo a sua disposição.
Ogum aceitou tudo o que havia ali e ficou satisfeito. Perguntou, então, quem era tão
perverso a ponto de mandar o peregrino para aquela paisagem impenetrável. O homem
contou todos os percalços de sua vida. Então, Ogum, transfigurado, aterrorizante,
bradou que ele pegasse o mariô e fosse marcar as casas dos seus amigos, pois ele,
Ogum, iria aquela cidade à noite destruir tudo o que lá se achasse. Iria arrasar todos os
haveres lá existentes, até o solo. Dito e feito…Ogum acabou com tudo, exceto as casas e
os lugares que tinham sido demarcados pelo homem com a colocação de mariô em cima
das portas. Tudo o que havia de riqueza ali Ogum deu para ele, tudo mesmo, conforme
tinha prometido.”
2. ÉJÌÒKÒ
Orixás correspondentes a este Odú: OGUM - IBEJI - OXUM
PERSONALIDADE: São geniosos e exigentes. Impõem a sua vontade, por isso também
adquirem muitos inimigos. Quando nada lhes sai a contento, tornam-se sofredores.
Porém possuem muito bom coração. São corajosos, briguentos, possuem iniciativa
própria, são ambiciosos.
“Dizem as histórias que havia diversos príncipes que disputavam o poder. Também
havia outros fidalgos oriundos de diversas cidades. Entre estes, havia Tela-okô, que era
desprovido de todos os meios de subsistência. E lá um dia, enquanto roçava, bem no
lugar onde havia colocado o Ebó que ele tinha feito conforme a maneira decretada,
Tela-okô bateu com a enxada num forno enorme, que se abriu, causando-lhe grande
espanto. Chamou os companheiros que estavam mais afastados, dizendo que tinha
afundado no buraco da riqueza. Mas, em seguida, tendo ele reconhecido ser deveras um
verdadeiro tesouro da fortuna o que encontrara, mudou repentinamente, dizendo que o
que tinha encontrado era apenas um buraco cheio de orobôs, e que estes eram tão alvos
que parecia tratar-se de moedas. Claro que através deste caminho de Odú, entende-se
que jamais devemos revelar de onde provem nossas riquezas e não o tanto o que temos,
a fim de evitar invejosos, perseguidores e ladrões.”
3. ÉTÀÒGÚNDÁ
Orixás correspondentes a este Odú: OBALUAYE - OGUM
PERSONALIDADE: São pessoas conscientes de que a sua forca de vontade é
importante para o sucesso, persistência e coragem para tirar melhor proveito das
situações, pessoas que usam muito a razão; em seu lado negativo, traz a mentira,
falsidade, fingimento, avareza e falsa modéstia.
“Dizem ter existido um senhor que, depois de ter estado muito bem, ficara num estado
tão precário que, devido à extrema miséria em que se achava, viu-se forçado a procurar
todos os meios para não pôr fim à própria existência. Mas, tendo feito o que lhe
determinaram fazer e tendo esperado a melhoria das suas coisas da vida sem ter algum
resultado benéfico, foi-se para o mato com uma corda, a fim de se enforcar. Foi quando,
de súbito, viu um pobre leproso que estava pelejando para botar a água de um igbin
(caracol) na cabeça. O homem que estava preste a cometer a ação de suicidar-se, com
grande admiração e louvor, levantou as mãos para o céu, agradecendo a Olorum (Deus
Supremo). Ele, que se julgava muito melhor do que aquele indigente leproso em
semelhante estado de saúde, voltou para casa bastante satisfeito e confortado com o que
vira. Em pouco tempo, foi chamado para ocupar o trono de seu pai, que falecera. Nessa
ocasião, não se esqueceu daquele leproso que estava ali abandonado”. Assim que foi
levado ao trono, mandou buscar o seu companheiro de infortúnio naquele mau dia.
Assim, ficaram ambos bem!”
4. IRÒSÙN
Orixás correspondentes a este Odú: IEMANJÁ - XANGÔ
PERSONALIDADE: As pessoas deste Odú pecam e sofrem por não guardarem
segredo, exceto quando lhes é conveniente. São faladoras generosas e francas;
orgulhosas e exaltadas.
“Em um certo tempo um homem que se achava em situação tão precária e em tal aperto,
que não via de lado algum qualquer milagre que pudesse salvá-lo. Ele resolveu ir até a
casa de um Oluwô fazer o Ebó (oferenda) indicado. Feito tudo, lá se foi ele para um
lugar reservado, acendeu o fogo, em seguida colocou as pimentas maduras no lume e
pôs-se a receber fumaça nos olhos. Em um dado momento, ia passando um príncipe
reinante e herdeiro do trono. Observando aquela cena de sofrimento espontâneo,
admirou-se do tal sujeito, que, no dizer dele, estava procurando o meio mais curto
possível para pôr termo à existência. O príncipe, condoído com aquilo, o fez chegar aos
seus pés e indagou dele o que havia ou o que queria dizer aquilo. Sem demora, o
homem historiou a razão daquele acto de castigar a si próprio. Tratava-se de
compromissos inadiáveis, que ele não podia cumprir. Disse o príncipe que, tendo pena
dele, não consentiria tal cena. Também sem hesitação, o príncipe mandou-lhe uma
verdadeira fortuna, com o qual o homem poderia viver toda a sua vida, sem o menor
vexame.”
5. ÒSÉ
Orixá correspondente a este Odú: OXUM
PERSONALIDADE: As pessoas deste Odú gostam de muito prazer; são pessoas
influentes, charmosas, ambiciosas e perigosas, principalmente no amor. Só pensam em
lucro, são precipitadas no agir; perdem grandes oportunidades por existirem inimigos
ocultos que impedem as vitórias. Tem o dom da feitiçaria. São aplicados no trabalho.
Sentimentais, amantes das descobertas e de experiências místicas e científicas. São
choronas e um pouco fanáticas.
“Conta-se que um filho de Orixalá que se chamava dinheiro, que se dizia ser tão
poderoso que poderia dominar até mesmo a morte. Este fez uma oferenda indicada pelo
Babalawó e saiu maquinando como poderia trazer preza a morte, conforme prometera
diante de todos. Deitou-se na encruzilhada e as pessoas que passavam na estrada
deparavam com um homem inerte no meio do caminho. Diziam uns: Xi! Está este
homem esticado com a cabeça para a casa da morte, e os pés para a banda da moléstia e
os lados do corpo para o lugar da desavença. Ouvindo tais palavras dos transeuntes,
levantou-se o homem e disse, então, com ironia: já sei tudo o que era preciso conhecer.
Estou com os meus planos já feitos. E lá foi ele direto para a fazenda da morte.
Chegando no local, começou a bater os tambores fúnebres de que a dona da casa (Sra.
morte) fazia uso quando queria matar as pessoas indicadas para morrer. Ela tinha uma
rede preparada e, quando a morte se aproximou, apressada, a fim de saber quem estava
tocando os seus tambores, o homem envolveu-se na rede e levou logo ao maioral
Orixalá. Dizendo-lhe estas palavras: Aqui está a morte que eu lhe prometi trazer em
pessoa à vossa presença. Orixalá, então lhe disse essas palavras: Vai-te embora com a
morte e tudo de melhor e de pior que possa haver no mundo, pois tu és o causador de
tudo o que há de bem e de mal. Some-te daqui e a leva embora e, então, poderás possuir
tudo e conquistar o universo inteiro.”
6. ÒBÀRÀ
Orixás correspondentes a este Odú: OXÓSSI – XANGÔ - LOGUNEDÉ
PERSONALIDADE: Pessoas com temperamento um tanto estourado, são de extrema
sinceridade; são um pouco tagarelas com o hábito de contar tudo o que irá ser feito,
evitando assim a concretização dos planos. Despertam antipatia e inveja nas pessoas.
São justas e tendem a possuir bens.
“Dizem que no princípio do mundo, 15 dos 16 Odús seguiram todos à casa do Oluwô, a
fim de procurar os meios que os fizessem mudar de sorte, mas nenhum deles fez o que
foi determinado pelo Oluwô. Obará um dos dezasseis Odús existentes, não se
encontrava no grupo na ocasião em que os demais foram consultar o Oluwô. Sendo ele,
porém, sabedor do ocorrido, apressou-se em fazer o que o Oluwô determinara. E que os
demais Odús não fizeram por simples capricho da sorte. Obará com afinco fez o
máximo que pode para conseguir seu desejo, dada a sua condição precária (de pobreza).
Como era de costume, os 15 Odús de cinco em cinco dias iam à casa de Olofin, e nunca
convidavam Obará, por ser ele muito pobre, tanto que olhavam para ele sempre com
menosprezo. Pois, então, foram à casa de Olofin, jogaram e até altas horas do dia não
acertaram o que queriam que Olofin adivinhasse e, com isso, acabou que todos eles se
retiraram sem ter sido satisfeita sua curiosidade. Olofin, com desprezo ofereceu uma
abóbora a cada um deles, e eles, para não serem indelicados levaram consigo as
abóboras ofertadas. No caminho, porém, alguém se lembrou apontando para a casa de
Obará, de fazer ali uma parada, embora alguns fossem contra, dizendo que não
adiantaria dar semelhante honra a Obará, pois ele era um homem simples que nunca
influía
em nada. Mas um deles, mais liberal, atreveu-se a cumprimentar Obará-meji com estas
palavras: Obará, bom dia! Como vais de saúde? Será que hás de comer com estes
companheiros de viajem? Imediatamente respondeu ele que entrassem e se servissem da
comida que quisessem. Dito isso, foram entrando todos, eles que já vinham com muita
fome, pois estavam desde a manhã sem comer nada na casa de Olofin. A dona da casa
foi ao mercado comprar carne para reforçar a comida que tinha em casa e, em poucas
horas, todos almoçaram a vontade. Depois, Obará convidou todos para que se deitassem
para uma sesta, pois estavam todos cansados e o sol estava ardente. Mais tarde, eles se
despediram do colega e lhe disseram: fica com estas abóboras para ti. E lá se foram
satisfeitos, com a gentileza e a delicadeza do colega pobre e, até então, sem valia. Mais
tarde, quando Obará procurou por comida, sua mulher o censurou por sua fraqueza e
liberalidade, dizendo que ele tinha querido mostrar ter o que não tinha, agradando a eles
que nunca olharam para ele, e nunca ligaram nem deram importância ao colega. Porém
as palavras de Obará eram simples e decisivas: Eu não faço mais do que ser delicado
aos meus pares. Estou cumprindo ordens e sei que fazendo estes obséquios, virá à nossa
casa prosperidade instantânea. Finda explicação, Obará pegou uma faca e cortou uma
abóbora, surpreendendo-se com a quantidade de ouro e pedras preciosas que havia
dentro dela. surpreso, e com muita felicidade, viu que em uma abóbora havia lhe dado o
título de odu mais rico, porém logo percebeu que havia mais outras 14 abóboras a serem
abertas e em cada uma delas havia outras riquezas em igual quantidade. Obará comprou
tudo que precisava, palácio e até cavalos de várias cores. Daí que estava marcado o dia
para todos os Odús irem novamente a conferencia no palácio de Olofin, como era de
costume, já muito cedo, achavam-se todos no palácio, cada um no seu posto junto a
Olofin. Quando Obará veio vindo de sua casa com uma multidão que o acompanhava,
até mesmo os músicos de uma enorme charanga. Enfim, todos numa alegria sem par. De
vez em quando, Obará mudava de um cavalo para outro em sinal à nobreza. Os
invejosos começaram a tremer e esbracejar, chamando a atenção de Olofin que indagou
o que era aquilo. Foi então que lhe informaram que era Obará. Então perguntou Olofin
aos demais Odús o que tinham feito com as abóboras que presenteara a eles.
Responderam todos que haviam jogado no quintal de Obará. Disse então Olofin que a
sorte estava destinada a ser do rico e próspero Obará. O mais rico de todos os Odús.”
7. ÒDÍ
Orixás correspondentes a este Odú: OBALUAYE - OXALÁ - OGUN
PERSONALIDADE: São pessoas comunicativas e de fácil amizade, são sempre traídos
por amigos, são sentimentais, tem forte poder intuitivo e psíquico. Quando
espiritualizadas atingem posição de destaque na vida. Fora isso, levam a vida em duras
penas, tendo dificuldade de conviver com os impulsos. São desconfiados e ciumentos,
possuem sorte para o jogo. Gostam de adivinhar.
“Conta-se a história de um homem que era escravo e um dia se viu abraçado em um
eminente perigo. Este homem foi amarrado por dele terem dito que cometera um crime.
Segundo as leis daquela terra, botaram o homem num caixão grande todo pregado e
deitaram a caixa rio abaixo. Por uma dessas coincidências que sempre acontecem no
destino das criaturas, a correnteza lançou o caixão na praia duma cidade cujo rei estava
morto e enterrado, e onde os súbditos ainda estavam guardando luto. Acontece que ali
haviam muitos príncipes com direito a sucessão imediata, mas sobre todos pesava
alguma grave acusação, de forma que não se sabia como haviam de decidir o
complicadíssimo problema da sucessão do rei morto, como nunca jamais acontecera na
história do dito povo. Depois de muito cogitar do assunto, foi decidido que marcassem
um prazo para surgisse uma pessoa estranha àquela nação que assumiria o governo e
seria o rei daquela terra daí em diante. Dito e feito. Esse homem, que tinha antes do
cativeiro feito uma oferenda que o Babalawó determinara, veio ele se esbarrar, dentro
do caixão, na praia de Ibim, onde o acolheram e imediatamente o elegeram rei daquele
povo. Assim ficou ele sendo o venturoso rei de uma nação, onde só o destino (Odú)
poderia dar tamanha sorte.”
8. EJÌONÍLE
Orixás correspondentes a este Odú: OXALÁ OXAGUIÃ E TODOS OS ORIXÁS
PERSONALIDADE: São pessoas trabalhadoras, gostam de tudo rápido, exigem asseio,
limpeza; pessoas impulsivas; pessoas de espírito livre; enjoam de tudo facilmente;
paixões violentas. São curiosos, adoram viajar.
“Naquele tempo, mandaram todas as árvores fazerem oferendas a Olorum (Deus
Supremo), mas nenhuma deu importância ao conselho. Somente a cajazeira fez a
oferenda. Daí por diante, todas as árvores morreram sem delongas quando estavam
deitadas, exceto a cajazeira, que mesmo deitada, caída ao chão, sempre grela e renasce.”
9. ÒSÁ
Orixás correspondentes a este Odú: YEMANJÁ - YANSÃ
PERSONALIDADE: São pessoas autoritárias, teimosas, brigonas; tendem a ter
discórdias e rancores, possuem boas intuições e são voltados para grandes projetos de
realização pessoal. São daquelas pessoas que só acreditam vendo, porém quando
acreditam possuem forte tendência a lidar com o espiritual, são muito críticos metódicos
e individualistas. Oxalá protege muito os seus filhos.
“Conta-se que no princípio mandaram Orunmilá fazer uma oferenda citada, porém, ele
não o fez. Orixalá, sim, fez tudo conforme havia sido determinado. Num certo dia, veio
muita gente que fugia apavorada, mas o chefe e maioral do lugar, como deveria ser,
recebeu todos e os salvou das perseguições e eles, em gratidão, entregaram-lhe tudo de
valor que cada um trazia consigo, assim Orixalá ficou muito próspero no devido tempo.
Ou quando chegara sua vez de ter tal fortuna.”
10. ÒFÚN
Orixás correspondentes a este Odú: OXALÁ - OBALUAYE
PERSONALIDADE: São pessoas importantes com grande senso comunitário e de
profundo saber prático, experientes, rancorosos, teimosos, vingativos, com senso de
justiça muito imparcial, tendem a obter sucesso após a meia idade. São envelhecidos
internamente, aparentam possuir muita calma e paciência. O sucesso material depende
do sucesso espiritual.
“Um dia foi marcado uma reunião entre todos os orixás, cada um tratou de realizar as
oferendas específicas a fim que tudo transcorresse muito bem, Orixalá tratou logo de
preparar a sua. Findando a feitura da oferenda, entregaram a Orixalá panos brancos para
ele fazer um vestuário e penas de papagaio da costa para ele colocar na sua cabeça.
Assim feito tudo, chegou o dia da grande reunião em que todos os orixás se
apresentaram. Orixalá apareceu de uma forma tão maravilhosa em suas vestes novas,
como se fosse iluminado pelos raios do sol. Assim, todos foram se curvando diante de
tamanho brilho da aurora nascente, juraram fidelidade e lhe deram tudo o que possuíam,
com a palavra de o adorarem para sempre.”
11. ÒWÓRÍN
Orixás correspondentes a este Odu : YANSAN - EXÚ
PERSONALIDADE: São pessoas de certa forma ‘perigosas”, obstinados por sucesso,
felizes quando buscam profissões liberais que atuam junto do público. Possuem muita
energia, disposição; estão em constante movimento, agitação. São muito nervosos.
Possuem sorte na vida, porém são extremamente vingativos e defendem-se atacando.
“Em certo dia, uma mulher muito fiel aos Orixás fora numa fonte lavar roupa levando
consigo sua criancinha. Lá havia outra mulher invejosa que, vendo que ela estava
distraída com a sua ocupação, tentou lançar a criancinha da outra numa bacia d’água.
mas outra mulher ainda, ouvindo o chorinho da criança, correu para ali e a tirou de
dentro d’água, salvando-a do perigo, antes mesmo de sua mãe se dar conta do horror
que acontecia. Assim se vê o ponto onde uma pessoa má pode chegar, e também o
quanto podemos contar com a ajuda e proteção através de oferendas específicas.”
12. EJÍLÀSEGBORA
Orixás correspondentes a este Odú: XANGÔ
PERSONALIDADE: São pessoas barulhentas, intrigantes, gostam de intrigas,
orgulhosas, vaidosas ao extremo, prepotentes, autoritários, volúveis e sovinas. Gostam
de manipular as pessoas e as situações. Possuem forte tendência a obter altas posições
na sociedade, possuem tendências a vícios, difícil de se arrepender das suas atitudes, a
vitória faz parte da sua vida, venha como vier. Porém também não estão livres do
fracasso, pois assim como se sobe, também se pode descer.
“Quando Xangô pediu Oxum em casamento, ela disse que aceitaria com a condição de
que ele levasse o pai dela, Oxalá, nas costas para que ele, já muito velho, pudesse
assistir ao casamento. Xangô, muito esperto, prometeu que depois do casamento
carregaria o pai dela no pescoço pelo resto da vida; e os dois se casaram. Então, Xangô
arranjou uma porção de contas vermelhas e outra de contas brancas, e fez um colar com
as duas misturadas. Colocando-o no pescoço, foi dizer a Oxum: “- Veja, eu já cumpri
minha promessa. As contas vermelhas são minhas e as brancas, de seu pai; agora eu o
carrego no pescoço para sempre.”
13. EJÍOLOGBÓN
Orixás correspondentes a este Odú: NANÃ - OBALUAYE
PERSONALIDADE: São teimosos, rancorosos, humildes, impacientes, zelosos, dóceis,
conservadores; possuem difícil trato, são bastante introspectivos. Em geral são pessoas
com temperamento e aparência de pessoas mais velhas. Tem pavor da morte.
Aparentam possuir uma felicidade que na verdade não existe.
“Certa vez, os Orixás se reuniram e começaram a discutir qual deles seria o mais
importante. A maioria apontava Ogum, considerando que ele é o Orixá do ferro, que
deu à humanidade o conhecimento sobre o preparo e uso das armas de guerra, dos
instrumentos para agricultura, caça e pesca, e das facas para uso doméstico e ritual.
Somente Nanã discordou e, para provar que Ogum não é tão importante assim, torceu
com as próprias mãos os animais destinados ao sacrifício em seu ritual.”
14. IKÁ
Orixás correspondentes a este Odú: OXUMARÉ - OSSAIN
PERSONALIDADE: Fazem boas amizades, são desconfiados, traiçoeiros, possuem
muita sorte relacionada com dinheiro; são muito activas, estão sempre em movimento
(acção); são pessoas equilibradas, preocupam-se com o bem-estar de outrem, possuem
muita liderança e facilidade de aprendizagem, portanto adoram aprender e ler
(inteligentes).
“Oxumaré era o Babalawó da corte de um rei que, embora fosse rico e poderoso, não
pagava bem seu sacerdote, que vivia na pobreza. Certo dia, Oxumaré perguntou a Ifá o
que fazer para ter mais dinheiro; Ifá disse que, se ele lhe fizesse uma oferenda, ele o
tornaria muito rico. Oxumaré preparou tudo como devia mas, no meio do ritual, foi
chamado ao palácio. Não podendo interromper o ritual, ele não foi; então, o rei
suspendeu seu pagamento. Quando Oxumaré pensava que ia morrer de fome, a rainha
do reino vizinho chamou-o para tratar seu filho doente e, como Oxumaré o salvou, a
rainha pagou-o muito bem. Com medo de perder o adivinho, o rei lhe deu ainda mais
riquezas, e assim se cumpriu a promessa de Ifá.”
15. OGBÈÒGÙNDÁ
Orixás correspondentes a este Odú: OBÁ - EWÁ
PERSONALIDADE: São pessoas com grandes dificuldades em relacionamentos
amorosos, levam uma vida agitada, são batalhadoras; possuem personalidade forte e
exigente. São muitas vezes incompreendidas e vingativas. Também são muito
trabalhadoras e, portanto são favorecidas nos negócios (com pouco lucro, sucesso), mas
com muita luta tendem a vencer.
“Obá era uma das mulheres de Xangô, mas ela não era nem aventureira como Iansã,
nem dengosa como Oxum; por isso, se sentia desprezada pelo marido. Percebendo que
Xangô gostava da comida feita por Oxum, pediu-lhe que a ensinasse a cozinhar. Para
enganá-la, Oxum cobriu a cabeça com um pano, fez uma sopa de cogumelos e disse que
era o prato preferido de Xangô, uma sopa com suas orelhas. Obá fez uma sopa em que
colocou uma de suas orelhas. Quando Xangô chegou, ela o serviu toda contente, mas
quando ele viu a orelha, ficou enojado e brigou com ela. Nisso, Oxum tirou o pano da
cabeça, mostrando as orelhas perfeitas, e começou a rir. Furiosa, Obá se atirou sobre ela
e as duas brigaram até que Xangô explodiu de raiva, fazendo as duas fugirem e se
transformarem em rios.”
16. ALÁFIA
Não possui regência de Orixá definida. Portanto não pode ser associado a nenhum
Orixá.
PERSONALIDADE: São pessoas que alcançam o triunfo em tudo, lucros, heranças,
viagens, felicidade, boas propostas. São pessoas que precisam sempre de orientação
espiritual, pois a aflição faz parte deles.
NOTA: Esses últimos quatro Odús são muito pesados quanto ao seu lado negativo
devendo-se sempre tomar muito cuidado na sua interpretação, e principalmente na
criação e execução dos seus Ebós. Até mesmo o 16º Odú que normalmente traz notícias
esplêndidas e excelentes, ao aparecer num determinado jogo, numa situação negativa,
pode passar a trazer um recado muito perigoso ao consulente. Estes quatro últimos
Odús estão completamente ligados a feitiços, doenças, tragédias, dramas, etc., porém
os mesmos também se podem apresentar de maneira completamente positiva, podendo
depender também da combinação deles com os demais e da sua colocação e situação
no jogo em questão.
.......devo lembrar-te de que, se hoje és detentor do poder sobre os 16 Odu Meji, deves a
mim este privilégio, ou por acaso te esquecestes da forma como adquiriste este poder?
perguntou Exú.
Mais calmo, aceitando a meia cabaça com água que lhe estendia seu interlocutor.,
Orumilá acomodou-se sobre uma esteira estendida no chão e se pôs a lembrar daquilo
que Exú estava agora se referindo.
.......Desde muito jovem, Orumilá ansiava pelo saber, e foi informado de que, para obtê-
lo, deveria conquistar os favores de uma musa chamada Sabedoria, que se encontrava
encarcerada em algum lugar na imensidão do Orun.
..... partiu sozinho, numa aventura cujas conseqüências não podia avaliar. De concreto,
sabia apenas que muitos outros já haviam partido com a mesma intenção e que jamais
haviam retornado.
....Depois de já haver caminhado muitos dias..........encontrou um mendigo que,
estendendo-lhe a mão, pediu um pouco de comida.
Metendo a mão em seu embornal, dele retirou um pouco de farinha de inhame....e, de
uma pequena cabaça que levava na cintura, um pouco de dendê, misturando tudo e
dividindo com o mendigo, comendo, ele mesmo, uma pequena parte do alimento.
Depois de alimentar-se, o mendigo, sem revelar seu nome, ofereceu ao jovem, em sinal
de agradecimento, o bastão de marim entalhado,
dizendo - Bem sei o motivo pelo qual penetraste nesta floresta.. Segue somente tua
intuição, deixa-te guiar pela vontade vencer e, em breve, irás deparar-te com uma
enorme construção de pedra na qual entrarás com muita facilidade. Os perigos com os
quais irás te defrontar estão em seu interior, portanto preste a atenção no que agora vou
te dizer.
Com este bastão de marfim, denominado Irofá deverás bater em cada uma das portas
dos 16 quartos...pois só assim elas se abrirão.
do interior de cada porta ouviras uma voz que te perguntará: "Quem bate?" e tu te
identificaras dizendo que és Ifá, O Senhor do Irofa. A voz perguntará então o que estás
procurando,e tu dirás, estando diante da porta do 1 quarto, que desejas conhecer a vida e
que queres conquistá-la em nome de EJIOGBE. A porta então se abrirá e conhecerás os
misterios da vida que pertencem a Ejiogbe o 1 dos 16 Odus de Ifá.
No segundo....depois de haveres te identificado como da forma anterior, dirás que
desejas conhecer IKU, a Morte e que desejas dominá-lo. A porta se abrirá e conhecerás
a morte, seus horrores e mistérios, que pertencem a Oyeku Meji , o 2 Odu de Ifá. Se não
demonstrares medo em sua presença haverás de adquirir domínio absoluto sobre ele ....
...Na terceira porta encontrarás um guardião denominado Iwori Meji, que depois de
reverenciado, te colocará diante dos olhos os mistérios da vida espiritual e dos nove
Oruns, onde habitam deuses, demonios e todas as classes de espíritos que irás conhecer
de forma íntima, descobrindo seus gostos e maneira correta de apaziguá-los.
Na quarta porta, reclamarás por conhecer o jugo da matéria sobre o espírito, e o
guardião desta porta , ODI MEJI, a quem deverás mostrar respeito sem submissão, te
ensinará tudo o que for concernete a questão, è necessário que não te deixes encantar
pelas maravilhas e pelos prazeres que se descortinarão diante dos teus olhos, pois
podem escravizar-te para sempre, interrompendo a tua busca. Lembra-te ainda que a
matéria que sequer foi criada, dominará o universo.
Já na quinta porta, quando fores indagado, dirás que procuras pelo domínio do homem
pelos seus semelhantes, pelo uso da força e da violência, da tortura, do derramamento
de sangue. Aprende tudo que Irosun Meji, ... tem para te ensinar. Mas não utilizes as
técnicas ali reveladas, para não te tornares, tu mesmo, vítima delas. Aí tomarás
conhecimento dos planos de Olórun em relação à criação de um ser dotado de corpo
material.
Na sexta porta ....um gigante do sexo feminino, que saudarás pelo nome de Oworin
Meji, e a quem solicitará ensinamentos relativos ao equilíbrio que deve existir no
Universo, e então compreenderás o valor da vida e a necessidade da morte. O mistério
que envolve a existência das montanhas e das rochas. Ali serás tentado pela
possibilidade de obter muita riqueza, mulheres, filhos e bens inenarráveis. Resiste a
essas tentações ou verás tua vida ser reduzida a uns poucos dias de luxúria.
......diante da sétima porta. O habitante deste quarto chama-se OBARA MEJI, é velho e
de aparência bonachona. Poderá te ensinar prodígios de cura e soluções para seus
problemas mais intricados. Dará a ti a possibilidade de realizar todos os anseios e os
desejos de realizações humanas.Toma cuidado, no entanto, pois os domínios destes
conhecimentos pode conduzir-te à prática da mentira, à falta de escrúpulos e à loucura
total.
No oitavo aposento deverás solicitar permissão a OKARAN MEJI para conheceres o
poder da fala Humana, que infelizmente será sempre muito mais usada na prática do
mal do que do bem. Este guardião te falarás em muitas línguas e de sua boca só ouviras
queixas e lamentações. Aprende depressa e foge deste local, onde impera a falsidade e a
traição.
Diante da nona...guardião Ogundá Meji, para conheceres a corrupção e a decadência,
que podem levar o ser humano aos mais baixos níveis de existência. Naquele quarto,
conhecerás todos os vícios que assolarão a humanidade e que a escravizarão em
correntes inquebrantáveis.Verás o assassinato, a ganância, a traição, a violência, a
covardia e a miséria humana, brincando de mãos dadas, com muitos infelizes que se
tornaram seus servidores.
No décimo aposento, deverás apresentar reverências a uma poderosa feiticeira, cujo
nome é Osá Meji. Ela vai ensinar-te o poder que a mulher exerce sobre o homem e o por
que deste poder. Conhecerás seres portentosos que funcionam na prática do mal. Todos
os demônios denominados Ajés se curvarão diante de ti e te oferecerão seus serviços
maléficos que, caso aceites, farão de ti o ser mais poderoso e odiado sobre a face da
Terra. Aprenderás a dominar o fogo e a utilizar o poder dos astros sobre o que acontece
no mundo, principalmente a influência da Lua sobre os seres vivos.Cuida para que estes
conhecimentos não te transforme num bruxo maldito.
.... na 11a. porta... seu guardião Iká Meji, o gigante em forma de serpente,te fará
estremecer. Saúda-o respeitosamente e solicita dele permissão para descortinar o
mistério que envolve a reencarnação, o domínio sobre os espíritos Abiku, que nascerão
para morrer imediatamente. Aprende a dominar estes espíritos e, dessa forma, poderás
livrar muitas famílias do luto e da dor.
A 12a. ..... Seu guardião se chama Oturukpon Meji, é do sexo feminino e possui forma
arredondada, mais se parecendo com uma grande bola de carne. ....... poderá revelar-te
todos os segredos que envolvem a criação da terra, além de ensinar-te como obter
riquezas impensáveis. Aprende com ele o segredo da gestação humana, e a maneira de
como evitar abortos e partos prematuros.
...13a. Bate com cuidado e muito respeito. Neste aposento reside um gigante que
costuma comunicar-se........, com a Deusa da criação do mundo. Aprende agora como é
possível separar as coisas. Domina o mistério de dissociar os átomos, adquirindo assim,
pleno poder sobre a matéria. Aprende também a utilizar a força mágica que existirá nos
sons da fala humana, mas usa está força terrível com muita sabedoria. Este gigante
chama-se Otura Meji.
...14a. porta, irás defrontar-se com Irete Meji, que nada mais que Ilê, a Terra.Faz com
que te revele os seus mais íntimos segredos. Agrada-o, presta-lhe permanentemente
reverência e sacrifício. Contata, por seu intermédio, os Espíritos da Terra, e transforma-
os em teus aliados. Conhece os segredos de Sakpata, o Vodu da peste que mata e cura
da forma que melhor lhe aprouver. Aprende com ele o poder da cura, já que matar é tão
mais fácil.
Na 15a. serás recepcionado por Ose Meji, que irá falar-te de degeneração,
decomposição, putrefação, doenças e perdas. Aprende a sanar estes males e sai dali o
mais depressa possível, para não seres também vitimado por tanta negatividade, que foi
gerada em uma relação incestuosa.
Finalmente, a 16a. porta..... Aí reside Ofun Meji, o mais velho e terrível dos 16 gênios
guardiões. saúda com terror gritando Hêpa Baba! Só assim poderás aplacar sua ira.
Contempla-o com respeito, mas não o encares de frente. Observa que ele não é um
gênio como os que conhecestes nas 15 portas que precediam esta. Este é Ofun Meji,
aquele gerou os demais, que nele habitam e que dele se dissociam apenas de forma
ilusória. Conhece-lo é conhecer todo o segredo do Universo. è isto que buscava Oh!
Orumilá. Domina-o e resgata para ti a bela donzela chamada Sabedoria.
Esù Ójìsèbò
Essa história revela o nascimento do 17o. Odù, como e de onde nasceu Òsetùwá, em
decorrência, veremos a análise através de como Èsù se tornou Èsù Òsijè-Ebó, o
transportador e encarregado de encaminhar as oferendas entre a terra e o òrun.
Eis a razão pela qual sempre que os Babaláwo fazem sacrificios, qualquer que seja o
Odù Ifá que apareça e qualquer que seja a questão, devem invocar Òsetùá para que
envie as oferendas a Èsù. Porque é só de sua mão que Èsù aceitará as oferendas para
levá-las ao òrun. Porque quando Èsù mesmo recebia os sacrificios das pessoas da terra
e os entregava no lugar onde as oferendas são aceitas, eles não demonstravam nenhum
reconhecimento pelo que ele fazia por todos até o dia em que Òsetùá teve de carregar o
sacrificio e Èsù foi abrir o caminho apropriado para o òrun, para alcançar a morada
de Olódumàrè. Quando se abriram as portas para ele. A qualidade de gentileza que
Èsù recebeu de Òsetùá era realmente muito valiosa para ele (Èsù). Então ele e Òsetùá
decidiram combinar um acordo pelo qual todas as oferendas que deveriam ser feitas
deveriam ser-lhe enviadas por intermédio de Òsetùá. Foi assim que Òsetùá converteu-
se no entregador de oferendas para Èsù. Èsù Òdàrà, foi assim que ele se converteu em
O portador de oferendas para Olódumàrè, Èsù Òsijé-Ebó, no poderoso òrun. É assim
como este Itan (verso) Ifá explica, a respeito de Èsù e Òsetùá.