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PERGUNtE
E
RESPONDEREMOS
ON-LlNE
MAIO.JUNHO - 1985
PERGUNTE E RESPONDEREMOS MAIO-JUNHO - 1915
PubUC89lo blmnftl NO 280
DlretGr-RnpoMtveI: SUMARIO
D. Eatjvio geUencouri OS9
AU10r , Redator de toda a matéria
publlCllda nesta periOdIco INTENSA ORACAO . ..... ""... ..... . 181
Dftetor-Admlnll;tta. No Ano l....,.acJolUll da .Iu-nlucle:
O HWdebrandCI P. MarUns osa O PAPA AOS JOVENS "..... .... ... 182
Ou. . . de CoMCllneia:
Adrnln"'''~1o e d"tri1Iu~:
ARMAS A.TOMICAS PARA IMPEDIR A
GUERM? ••••.••••••••••.•••• . •• 1110
Edl~ lumen Chllsti
Ou. dlz:er1
Dom O,rardo, <40 - 5' andar, Sl501 NOVAS rECNICAS OE PROCRIAÇAO 2QO.
Tel .: (021) 291-7122
Caiu postal 26&6
A mulher "a IIINIa:
MISSA.O DA MULHER E SACERDóCIO 212
20001 - Rio de Janeiro - RJ
Uno ..~tfo;
-QUEM E A BESTA 00 APOC#.UPSE?" 229
leduk)f •••
Para pagamento da assinatura O SONHO DE BATIZAR O MARXISMO 237
de 1965 queira depositar a im- u"n livro plOhllllante:
portância no Banco do Brasil "O QUE E AMAR? 243
para c rédito na Conta Corrente Tealo,l. MonIl Hoje:
· PRAXIS CRISTA" li"
n9' 0031 304·1 em nome do Mos'-
UIM palnn qu.. . . esperava:
teiro de São Bento do Aio de
-IGREJA.: CARISMA l: PODER- (1) 257
Janeiro, pag6vel na Agência da
Na ordam do dlll:
Praça Mauá (n9 0435) ou VALE - IGREJA: CARIS,..A E PQOER- (11) 2U
POSTAL na Agência Central do TiraMo. lInisc:ara :
Rio de Janeiro. EDITORA "VOZES- DE PETROPQUS 288
HO PR6X1MO HOMERO
RENOVE QUANTO ANTES
A lUA ASSINATURA 281 _ Julho-Agosto - 1985
- Reconciliaç'o e Panll.nc!a". - "Pode-
mOI confiar no Novo Taatamenlo?" por J .
COMUNIQUE-NOS QUALQUER Robln.on. - Por que um calónco nlo pode
N r maçoo? - "Pslcolerapla e senlldo da'
MUDANÇA DE ENDEREÇO vida - por V. Frankl. - "Sulcldlo: modo de
usar· por Gulllon a La Bonnl8C.
e.... nlçlo e ""preMio:
-Marques. Saraiva- ,
sanlos Rodrigues, 140
Rio de Janeiro Com aprOvação eclesillslica
INTENSA ORAÇÃO
Os últimos tempos foram de intensa oração pelo Presi-
dente Tancredo Neves. . . Acontecê, porém, que multos se jul-
garam. frustrados, porque não foram atendidos segundo os seus
desfgn1os.
A propôsito é preciso lembrar que Jesus, como homem.
rezou. no horto das OJiveiras, pedindo ao Pai que o isentasse
do cálice da Paixão e da morte; não obstante, padeceu a cruci-
ficação e os seus antecedentes (Mt 26.39.42). Eis. porém. que
a eplstola aos Hebreus nos diz: cNos dias de sua vjda terres-
tre, Jesus apresentou pedidos e suplicas, com veemente clamor
e lágrimas, àquele que o podIa salvar da morte e foi ..tendido
por O&QS& da. sua. rewxêncb.~ (Hb 5,7). Perguntamos: como·
1'01 atendido? ... Atendido, porque recebeu mals do que a isen-
ção da morte de Cruz; atravessando a Paixâo e a morte, Jesus
ressuscitou e tomou-se o Senhor dos vivos e dos mortos (cf.
Ap 1,18; 2,8; 3,7) j é O xartos (Senhor) proclamado por todas
as criaturas (cf. F1 2.11).
Assim. se confirma a sent.enca do mesmo Senhor Jesus:
cPedi e recebereis; buscai e achareis; batei e abriNle..vos-â:t
(Mt 7,78), Nenhuma oração dirigida ao PaI em unlAo com
Cristo (em comunhão com OS sentimentos de Cristo no Get-
sêmanl) é perdida, pois, se Deus não nos éoneede aquilo que
nós lhe sugerimos (saúde, trabalho, sucesso ... ) como possivel
vhH1co para a nossa caminhada na terra, Ele nos dá o que
mais nos convêm. Nossa visão é sempre lintitada e sujeita a
erros: por Isto pedimos gracas Que nem sempre correspondem
ao nosso verdadeiro bem; todavia o Pai, que sonda os cora-
ções, sabe que, em ti1tima instância, queremos ser seus filhos
c chegar à plenitude da Vida na casa do Pai; por isto, se não
nos dá o que lhe propomos, dA-nos o que realmente nos leva à
Vida.
Aliãs, aprofundando o tema, tomamos consciência de que
a oração não pode ser algo de mágico, nem pode constranger
a Deus, que é o Senhor soberano e santo. - Mas então por
que rezar! Deus quer que rezemos porque deseja que colabo-
remos com Ele na distribuição das graças que nos são neces-
sãnas e que Ele certamente nos quer dar; a planta e o pássaro
recebem o seu necessário sem colaborar; o homem, porém,
deve recebé-Io como criatura consciente; por isto a oração dos
homens foi incluída por Deus no seu sábio plano como sendo
a maneira pela qual os homens cooperam com a Providência
Divina no derramamento das gracas necessArlas à salvação
do mundo. Vemos, pois, que a oração, em vez de adaptar Deus
às exIguas categorias da vontade humana, eleva o homem ao
plano de Deus e o faz, de certo modo, co-autor da sua Redençã.o.
E.R.
-1Bl-
.PERCiUHTE E RESPONDEREMOS.
Ano XXVI - N9 230 - Maio-Junho de 1985
1. Problemas e esp.ronsas I nt 1)
-184 -
o PAPA AOS JOVENS 5
-185 -
G cPERGUNTE E RESPONDEREMOS. 230/19$5
-186 -
o PAPA AOS JOVENS 7
povos o do.$ naeões aos quais Iodos estão ligados. por laços de soli.
doriedade»_ Aliás, deICobrir .,olores não é alilude eKclusivo do idade
j""enil, mos e al.Qo que o homem deve praticar durante o vida inteiro.
-187
8 "PERCUNTE E RESPONDEREMOS" 230/1985
• • •
Em poucas palavras, a Mensagem de .loão Paul() II a os
Jovens poderia ser assim compendiada:
I} As desgraças geradas peta violência incitam os ho-
mens, especialmente os jovens (esperança d() futuro) , a cons-
truir um mundo novo de paz.
2) A procura de paz exige clara n<>cão a respeito do que
seja o homem : coisa, Instrumento ou pessoa digna de respeito?
-188-
o PAPA AOS JOVENS 9
• • •
CUESOS I'OR CORRESPONDl':NCIA
Prcmdo lottor, para consolidar soa fornt~o, você te m à
dislM»sfrão dois Cursos por Corl'CSJlOlldência:
-189 -
Armas Atômicas para Impedir a Guerra 1
Em a'''''"= As arm .. atômicas 11m suscitado sérios probfema. d,
eoftscl'ncia. De um lido, aabe-se qUI' guerra nuclear' Inlqua, pois nlt
auJelta a .letar populaçoes civis 8 provocar o quasl-suicldio da humanidade;
de outro lado, a po$H de armas al/)mlcu por parte da. naçoes podaroau
li o unlco maio .flcaz par. Imp&dir li próprIa guerra atOmlca mediante a
chamada ~polftlca.
de dI88U••lo nuclea''', Diante do paradol«) •••lm IIIxl,-
lenl., I Igreja, alr."'" do "u magilltérlo, reconhece lob Ctlnd~, •
legltlmklade da dlssut'lo nuclear: .a" um melo provl:s6rio de evllar I
guerra, Entr.rnanlê$ procuram os dirigentes da, naç6ea, com • pONI....1
breYlctacM, chegar a acordo aobre o dnarmamenlo; este h6 d, ser sempre
bilateral. oonlrolh.l. A16m disto •• IgreJa pacla que 0$ palses possuidores
de arma. nucleares fIA0 procurem a auptlrlorldada ou • he~onla neala
parllcular, mas mantantlam o equlllbrlo entre 81, só fabricando as armas
neeess6rlas para estar !li aUura da potência b6l1ca dos oUlrO$ povos.
• • •
A Imprensa tem noticiado as tentativas de conversações
entre dirigentes russos e norte-americanos a respeito de anna-
mentos atômicos, que têm o poder de destruir toda a popula-
ção da terra. Dizia o próprio cientista Prot. Albert Elnstein
(t 1955) , um dos pioneiros da conquista da energia atômica:
eO poder do átomo tudo mudou, exceto a nossa mentalidade.
Ê preciso que pensemos de modo essencialmente novo, se
queremos que a humanidade subslsta ~ . Com estas palavra,>
Einsteln queria aludir ao enonne alcance da energia atõmica
aplicada. li. guerra e ao fato de que os homens não haviam
tomado plena consciência do poderiO destruidor e homicida de
tal recurso bélico. Como se compreende, o emprego de tais
annas suscita sérios problemas à consciência cristã e, por isto,
tem levada as autoridades e os teólogos da Igreja a se pro-
nunciar sobre o assunto. Os defensores do uso das armns
nucleares evocam a edissuasão nucleau, isto é. o tato de que
a posse de armas nucleares por parte de a1guma naeio dis-
suade as demaLs de Qualquer agressão bélica; por conseguinte,
a posse (não o uso) de armas nucleares seria indiretamente um
elemento mantenedor da paz neste mundo; seria, sim, uma
tática de Intimidação, com efeitos pslcol6gicos e nio violentos.
-190 -
________________~A~R~M~A~S~A~T~O~M~I~C~A~S~?______________ U
1. Pronunciament05 da Igreja
Mencionaremos as declarações do Concilio do Vaticano n,
a mensagem do Papa João Paulo II à Organiza~ão das Na·
ções UlÚdas e textos de duas Conferências Episcopais.
-- 191 --
12 cPERCUNTE E RESPONDEREMOS:. 230/1985
- 193 -
14 (PERGUNTE E RESPONDEREMOS.. 230/1985
_196 -
ARMAS ATOMICAS? 17
E o texto acrescentava:
« Por moi, insatisfatório que seio a prática ome,itona da dil-
suasõo, cremos que a cessacõa desta seria ainda pior. Verificomol
anim o paradoxo da diuuasõa no mundo mode,no ~ .
Como se vê. a tomada de posicão deste texto ainda é insu-
ficientemente elaborada.
O ante-projeto 11 Inspirou-se na Mensagem de .roâo Paulo 11
à ONU. baseando-se sobre duas afirmações da mesma: 1) a
dissuasão. mesmo que mantida sob controle e equilibrlo. não
pode ser aceita como um objetivo final; 2) seja, antes, uma
etapa na via do desannarnento progressivo.
O novo texto se detém no enunciado dos aspectos negati-
vos da dissuasão: 1) a existência de armas estl"atégicas nuclea-
res pode sempre dar margem a que se violem os princípios da
discriminação (ou da imunidade da população civil) e da pro-
porcionalidade (procura de superioridade de uma das partes
em causa); 2) são Imprev:1sivels os limites da destrulcão que
ocorreria caso a dissuasão fracassasse; 3) as relações polltlcas
vigentes entre os povos que praticam a dissuasão, são as de
desoonfianc;a mútua, acentuada ao extremo; 4) os gastos exi-
gidos pela dissuasáo poderiam Sc:r aplicados à oblen~ão de
outros fins, de indole diretamente pacifica (alimentação, edu·
cação, saÍlde ... ).
A seguir, o tcxt1l considera Que, como recurso provisório,
ditado por circunstâncias momentâneas, a dissuasão é aceitã-
vcl; determina, porém. mais precisamente as condições de tal
aceitação:
1) a dissuasâo exisla tão somente pal·a impedir o USO de
armas nucleares por parte de outras nações; pel' conseguinlt!,
qualquer proposta para ir além deste obctivo deve ser rejeitada;
2) se a dissuasâo é o objetivo, é preciso l-esistir a qual-
quer tentativa de conseguir a superioridade em matéria de
armamentos nudc-ares;
3) se a dissuaSrão é uma etapa na via do desarmamento
progressivo, todo projelo de mudança na política nuclear há de
ser cuidadosamente examinado para se averiguar se CQndlz ou
não' com esse objetivo final.
Como se vê, o principio da dlssuasão nuclear é reconhecido
como válido. mas cercado de cautélas para se reduzir a sua
apllcaçio ao mlnlmo indispensável.
-197 -
18 .PERGUNTE E RESPONDEREMOS _ 230/1985
2. Reflexão final
::t vasta a blbllografia publicada sobre o assunto tanto por
parte de teólogos católicos como por protestantes e outros
pensadores.
Encontram·sc aqueles que se oJlÕcm peremptoriamente ao
uso das annas nucleares, argumentando, por exemplo, do se-
guinte modo : Se ê moralmente condenâvel, em todo e qualquer
caso, o uso de armas nucleares, então também é condcnâvcl a
ameaça de utili7..1-las. Ora a posse de armas nucleares vem a
ser uma ameaça de utilizã-las. Por conseguinte, ê moralmente
condenAvel, como também moralmente condenãvel é a produ-
ção ou a fabricação de tais e.nnas.
Este argumento, porém. não é válido segundo outros auto-
res, pois parte de premissa falha; com efeito, não se pode dizer
que o recurso às armas nucleares seja sempre condenável, pois
elas poderiam seI." aplicadas contra objetivos espeCificamente
militares, sem danos colaterais desproporcionados. Uma nação
que renunciasse unilateralmente a todas as armas nucleares,
expor-se-ia às a~aças e agressões daqueles que as tivessem
conservado.
-198 -
ARMAS ATOMICAS?
-199 -
Que dlz.r?
- 200
NOVAS TECNICAS DE PROCRIAÇAO 21
1 Em provei• .
-201-
22 "'-_ _ _~
.. PEnGUNTE E RESPONDEREMOS".'-2.1O""'"/ ',,...
1. 2 e 3. Congelamento
- 202-
__________~N~'O~V~A~S~T=EC~N~'~IC~A~S~D~E~p~n~OC~R~I~A~Ç~·Á~O~______~ID
minõo para transplantar embr iões humanos pora o ülero de coelhol
e porCOl, com o objetivo de aperfeiçoar 0$ suai técnicas de ieracõo
de bebês de proveta ,
A fcdtl ro~ao fi integrodo por cem mil tlspcciali: las de pelo "me-
nos trinta poisel e sua secçõo in91e~0 conta com cerca de quinhen-
tal membros. Ao 0pf.lento, ontem o 58U pedido ao Con~elho Supe-
rior de Medicina , Sleptoe o Edwords ~oranlirom que a CJ.periênc;o
oindo nôo foi reCllizodo:a.
«Moda do futuro»
cEm New Homen, Estados Unidos, o 0,. Alon Oechorbey, diretor
do pr~romCl de FettilixClçõo dCl Ho,pilClI de Yelo previu que o con-
gelamento de emb,iõei h",manos po :o sue i"'plantaçõo posterior no
útero setó o 'moda da fufuro' . Ele lembrou que CI tecnologia do con·
gelaCão tem e.todo d ispon(vel poro o programo do beb i s d. pro ·
velo hó algum te mpo, ma l que Ie linho odiado o seu emprego devido
OI conlro vé niol- O médic:a progna ;licou que: os embriões congoladas
serõo muila usados parque permitirõo lenlolivo., d e grovidel em ftlU -
Iheres qve n50 pode m co nceber normalmente ,. {<I A Folh(l de Sõo
Paulo,., 611 / 85, p. 81.
1 .4 . . Mãe de 0("'9".1»
Certas mulhel't?-S fecundas não conseguem ser gestantes
por razões diversas (insuficiên9.8 cardíaca. deClciência honno·
nal, litero doente ... ). Então, ~t\epois que um de seus óvulos é
fecundado em proveta, o embnão é transferido para o útero
-- 203 --
24 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS~ 230/1985,_ _ __
1 .S . Mãe "Doadora.
-205 -
26 ., PERGUNTt:: E RESPONDEREMOS. 23J/1985
2 .3 . «Mãe de subltihtiçáu
-206 -
NOVAS TÉCNICAS DE PROCRIAÇÃO 27
«Cegonhas» de ,aluguel
3. Que pensar?
3 . 1. As origeft. .. .
- 209-
3 .3 . Fec",ndo~ão ortifi,iol u.in vitro»
-211-
A mulher na Igreja:
• • •
São notórios os clamores contemporâneos que reivindicam
para as mulheres a ordenação sacerdotal. Em suas viagens
apostólicas, o S. Padre João Paulo U tem sido, não raro, inter-
pelado neste sentido - o que multo tem avivado os debates
em torno da questão. Eis por que, nas páginas subseqüentes,
abordaremos: 1) os dadas do problema; 2) os elementos da
S. Escritura e da Tradição; 3) a reflexão da Teologia hoje.
1. Os dados do problema
1 _1 • A orguma ntoçéio r-'vindlcal6ria
O acesso das mulheres ao sacerdócio é, pelOS seus Cauto·
res, fundamentado, antes do mais, sobre o principio da igual-
dade dos sexos. Este, dizem, exige a eliminação de toda discr-i-
- 212-
MUUlER E SACERDóCIO 33
-214-
MUUiER E SAC~RDóCIO 35
atribuir o paslorado às mul her es '. Como quel' que seja, o Si.
nodo Russo receia que as lnovaçãcs jã realizadas neste setor
prejudiquem a causa do ecumenismo, Aponta o secularismo
como responsãveJ pelas inovações protestantes; razões de ordem
sociolôgica estariam prevalecendo sobre os motivos teológicos
derivados da Biblia e da Tradição. - Aliás, também certos
teólogos hIteranos, presbiterianos e anglicanos protestaram
contra a argumentação dos colegas liberais, lembrando que a
ordenação de mulheres não tem justificativa nem no Novo
Testamento nem na Tradição dn Igreja; seria, antes, o resul-
tado de uma capitulação diante da pressáo feminista secula-
rizada ou dessacralizada,
- 215-
36 . PERGUNTE E IlESPONI>EIlEMQS. 230/ 1985
- 219-
40 .PERGUNTE E RESPONDEREMOS~ 230/ 1985
- 221-
42 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS. 230/1985
- =-
MULHER E SACERDOCIO 43
.. Vós sois todos , jlhos de Deus pela M ~"' Cristo JOSUIi . Poili
todos os que fostes batizodos ~I'II Cristo, revestistes o Cristo. NCio
hei judeu ne m groga , nem elCfOVO riem livre, nem homem nem mu·
Ihor, porque sois todos um sO elA Cristo Jesuu IGI 3,26·281.
2 .3 . A Tradlçáo
A Tradição cristã estã em continuidade com as disposições
de Cristo. A Igreja não admitiu o sacerdócio feminino,
No fim do século IH o Concílio regional de Laodicéia
rejeitou expUcitamente a ordenacão de mulheres:
« Na Igreia nõo lenh<l lug<lr <I ordenaçõo de presbitidos ou pr.,
lidenleu I cônon 111 .
Estes textos parecem aludir à prática de seitas hetero-
doxas. como as dos Montanistas e dos Colirldlanos. em que as
mulheres exerciam funções sacerdotais; todavia essas inlcla-
tivas suscitaram Cortes reações criticas. Ta.mbém em a.lgumas
comunldades cristãs ortodoxas houve, embora raramente. ten-
tativas de chamar mulheres ao ministério sacerdoW; contudo
as autorida.des da Igreja nâo as abonaram. Pode-se citar aqui
uma carta do Papa Gelaslo I aos bispos da Itália meridional
em 494. em que o Pontlfiee chama a atenção dos preladOs por
haverem deixado mulheres servir ao altar e exercer fullÇÕCS
sacerdotais.
S. Epifânio (t 403), bispo de Salamina. tevf" em vista espe-
cialmente os Coliridianos. que exerciam um culto caracterizado
por sacrifício análogo ao da S. Eucaristia. Observava então o
santo que na Antiga Alianca "nunca alguma mulher exerceu
o sacerdócio:.; e acrescentava:
«s. na l,gr.ia OI mulherel tocane a mini'lério locerdolol. . . ,
de preferêncio Maria tena sido investida deuo funçêio; foi elo quem
teve.a haMa de ocelh~r ell\ u:u préprie leio o Deus celeste, Rei uni-
versal, Filho de Deus. . . Mas tol não foi o desígnio do Pai~ 'Pano-
rion 79, 2,4·61.
-224 -
MULHER E SACERDóCIO
3. Refle)(ão teológica
Sobre as considerações de base até aqui propostas p0de-
mos lmtltuir uma reflexão teológica, que terã por Objetivo
penetrar mais a fundo nos motivos do plano divino. eviden-
ciando o alcance e o significado do mesmo.
3.I . Convenlinclol
• • •
lconUnuaçlo da p. 66 (246])
Vke qua um "elltor que Incide em tlls efrOS a cade I tlnloe pracon·
caitOl, nlo lem aulorldade plra dellnlr quem leia a BKtl do Apoca·
lipse 13.13.
• • •
Nâo raro chegam â redação de PR cartas de leitores que
sugerem artigo sobre tal ou tal ponto de doutrina protestante.
Pannetos e Colhas volantes invadem os ambientes da Igreja e
provocam a necessidade de esclarecimento. Eis por que o pre-
sente artigo será dedicado a tal tarefa: teré. como reCerencial
o opÚSCulO cQuem é a Besta dD Apocalipse'!» , da autoria de
Bri20lar JanUm. crente adventlsta. O assunto eBesta do Apo-
calipse. já foi abordado em PR 251/ 1980. pp. 469-478. To-
davia. já que volta freqUentemente à baila, obrigando os fiéis
católicos a resposta pronta. tornam<ls a comentá-lo.
-229 -
50 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS,. 230/ 1985
1. O conteúdo do livro
-230 -
A DESTA DO APOCALIPSE
"
1 .2 . O raciocínio de 8rbolot
2. Comenlórios
-233 -
54 . PF:KGUNTE E RESPONDEREMOS. 23!l/ 19S5
2 .2 . As Sestas de Ap 13
Em Ap 13,2-10 e 13,11-17 aparecem duas Bestas. Con-
forme Brizolar. representam a Roma dos Paoas ou o CAtoli-
cismo e o Protestantismo respectivamente 1. TaJ interpretação
-234 -
é deveras estranha; significa que durante quinze séculos (ate
o surto do Protestll.ntismo) os cristãos estavam impossibilitados
de identifica r a segunda Besta do Apolalipsc; esta figura nada
lhes dizia ...
N V R N R s Q'
50 + 6 + 200 + 50 + 200 + 60 + 100 = 666
No século li S. Ircneu observava que OS manuscritos bibli·
cos oscilavam. pois alguns apresentavam o numero 616 em vez
de 666. Tal oscilacão se explica bem, pelo falo de que o nome
Neron se pode escrever também sem o li final - o que Implica
em subtrair 50 de 666.
-235 -
56 .PERGUNTE E RESPONDEREMOS. 230/ 1985,_ _ __
E L L E N G O U L D WH I
5050 5 50 500 5+5 I = 666
Tal ~nhora é a grande doutora do Adventlsmo; seria.
portanto, também a primeira Besta do Apocalipse!
• • •
o artigo abaixo deve-se ao ProL Leszek Kolakowski. fel·
10\Y do Ali SouJs College de Oxford. e professor de Filosofia da
Universidade de Chicago (U .S.A.l . Nasceu em Radom (Polô-
nia) no ano de 1927. Em 1968 foi expulso da Universidade de
Varsãvia por ocasião das depurações que se sucederam ao mo-
vimento dos estudantes contra a censura. Foi um dos expoen-
tes da intetligentzia polonesa critica diante do regime mar·
xista. Desde 1969 vive no estrangeiro. Os seus livros mais
famosos são: cA Filosofia do POSitivismo., cO Espirito Revo-
lucionário e a TI'Uogia: Nascimento. Desenvolvimento e Dis-
solução do Marxismo •.
Aos 7/ 10/ 1984. o jornal italiano .Corricre deJla Sem .
publicou o artigo de Kolakowsld intitulado clt Sogno di bat·
tezzare iI Marxismo., Dada a oportunidade da matéria. escrita.
aliás. por alguem que foi militante marxista. julgamos conve-
niente difundi-Ia e m português.
- 237
58 eP[RGUNTF.: E RESPONDEIlEMOS, 230 / 1!)85
o SONHO . . .
Aquelas que sustantam a possibilidade de um «morxismo cristãOIl
011 de fraternidade entre cristãos e mQuistos, gerolmenle professo,"
reservos 110 lo<onle 00 compromisso teórico ou polltico. Oit.ern : cNCio
obro~omOI o marxismo no suo totalidade, com a suo filosofia maioria·
litlo e oléio ; o nlm1lomos apenas olgu,"ol portei do morxis mo., QuI!'
porles uriom ouol1 - olguns respondem: «I>. teorio do lula d.
clouen. OulrOI: /l à normo de e5larmos do lado dOI pobres • . OutrOI
aindo; c A filo$ofia marxi11a da hhl6rio :t ou «A Me-todolagjQ marxillO.
ou lombé", cO malerioliuno histÓl'ico, qlle pode ser fac:ilmenle separado
do mole,iolillno filosófico . I .
-238 -
BATIZAR O MARXISMO?
2. Uma paródia
-239 -
3. A filosofia marxisla da hislória
- 240-
BATIZAR O MARXISMO? 61
4. A propriedade particular
Foi Marx quem declarou que lod<l ° doutrin<l do comunismo se
poderio resumir numa únko expreuõo : «aboliçôo do propriedode
porticulor.. Foi ele que m disse que numa sociedClde sociolisto todo
o proceuo de produçõo e distribuição eslori-o concentrado nos mãos
do Estado. Também afirmou que o Edodo perderia a 'unçõo de governo
pclftico • I. transformorio em «administrador de COr'ou leapreuõo
tirada dOI escritos de Saint·SimonJ: mas Karl Morx não explicou coma
o codmlnillroçCio daI COiIOI:l, isto é, a gestão econômico poderia ser
exercida sem ,«orrer 6 otividode dOI pe uoos; afinal de conlol, OI
CoiSOI nõo scio produsidos nelll sCio tronsportadol por li mesmos, mOI
por leres humanos.
-241-
62 , PERGUNTE E RESPON DEREMOS' 230/ 1995
5. Escravidão
e verdade que no Cristianismo nó um pOlencial totalitório, A
tenlação de usor o violincio no d e mondo do salvação foi forle no
hislória da Cristianismo . .. Todovia ede, abslrocãa feita de algumos
seitas marginais, nóo produz.iu forlllOl d. governo totalitários •
teocráticos. Na história da Igreja sempre houve uma barreiro que
impediu eua tentoçiio de onumir formas extrem'õu: e OSlo borreira" o
convicção outenticamente cristã de quo a pena0 humano ~ uma roa li_
dode ontológica inconfundlvol, um yalor absoluto li insubstitulvel, e
por bla nenhuIII ,er humano pode scr prOpriedade d. outra p~uoa ou
do Estado. Co," oulreu palavras : o principio bó,ico do Cristianismo
exclui a escravidão.
-242-
Um livro .protestante:
• • •
Rolx!rt Glimm é pastor protestant€! da Franca, que cset'f!·
"eu uma obra sobre o casamento, publicada em português pela
Editora Santuário. dos PP. Redentoristas de Aparecida 1. ~ta
obra, destinada ao grande público, propugna o divórcio, usando
de uma linguagem biblica e religiosa que lcnde a tornar a
. tese mais aceitável ao leitor desprevenido. Eis por que nos
....oltaremos para uma análise do livro, à qual acrescentaremos
breves re(l€!xõcs.
- 243-
64 .PERGUNTE E RESPONDEREMOS~ 230/ 1985
2. Refletindo. ..
1. Antes do mais. ê estranho que uma Editora católica.
atê agora bem conceituada, publique obra de tal teor. Ap~
senta a mentalidade protestante. segundo a qual o matrimônio
não é sacramento e. por isto. a Igreja não pode legislar a res-
peito (p. 89). A Editora divulga assim um livro que está em
flagrante contradição eom O magistério da Igreja; este, diante
das modernas instAndas divorclstas. realizou um Sínodo Mun·
dlal de Blspos em 1980. do qual resultou a InstruCão Farnll1arls
-244 -
oIO QUE É AMAR? ) ..
Con50rtiO; neste documento. o S. Padre Joio Paulo lI. fazendo
00) à sentença dos Bispos sinodais e do Concilio do Vati-
cano lI, reafinna:
-245 -
liI,j ~ PEHGUNTE1:: ItI!SPOND.EIlJ::MOS ~ 230/ 1985
- 246-
T~ogl. Moral hoje:
• • •
Apresentamos, a seguir. o volume I[ de uma série de três.
intitulada cPRAXIS CRISfA.. O volume I trata de cMoral
Fundamentab; o volume 11 aborda a OIQpção pela vida e pelo
amor_, ao passo Que o 111 considera a cOptáo pela jusUça e
pela liberdade_o O conjunto deve-se a três autores de IIngua
espanhola: E. López Azpital'le, F. J, Ellzari Basterr8 c R. Rin-
cón Ol'duna I .
I Edlç6cs PauUfllS, Sio Pavio 19~, 160 x .230 mm, -496 pp. Traduçlo
de Alvaro Cunha. O votume I I' 101 tlrevemenle analisado om PR 276'1984.
p . 440.
- 247-
68 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS. 230/ 1985
- 248-
"PRAXIS CRISTA II ~ co
o homossexualismo, como qualquer instinto, não deue ser repri.
FIIido. mal também nôo dcyc Icr vivido como um simples proler cgoista.
Colocado entre 0$ dois extremos, podcrio $<Cr Qceito como expreuão
de ornar, pois, embora tenho o!pe(tos ne90livo$ - nôo 01;n9_ o ideal
do SOIlO - , manifesto sem dúvida olouns aspectos positivos, no medido
em que se ofosto de outros comportamentos, bastante piores. Por iuo,
os exiolndos objetivos do moral deveriam Q(omodar-se os situo(õtlS
c pOllibllidQdes (onaetas de cado individuo·
-249 -
70 .PERGUNTE E RESPONDEREMOS_ 230 / 1985
-250-
. PRAXIS CRISTA. Ih 71
- 251-
72 ,PERGUNTE E RESPONOEREMOS~ 230/ 1985
- 252
cPRAXIS CRISTÁ Ih 7J
.0 folo s.e apte'enla I!!m loda o suo agude:zo quando eno, situa·
cões saa juridicamente insolúveis pela l!!:Ilistêncio de um matrimônio
ontl!!rior. So I!!SSOS pl!!naos lamenlam o Il!!nlido 'rõgico de n a onormali·
dade, .stão profundamente ortepl!!ndidas dos pOllÍvels reJponsobili.
°
dodes que ponam ler em sua criacão I!! desejam recebl!!r perdão e o
Eucaristia, será que nõo podem abtet um novo acesso aos socramentol?
Alé agora, nao havia oulto rcmêdio olém da prévio separaç60. Mos
nõa setó muilo pior ° dl!!slruiçõo de um lor e das vidas nell!! I!!nyolyido'
do que a mi51!!ricordio e o lolerõncio em relaçõo a um falo 10ml!!nlóvl!!l?
A elllstênch:l dI!! compromiuo. fomiliare, 001 quois jó não le pode
fl!!nuncior, t-onlo por iustico como por razões afetivos, tomo difícil I!!
incomp,.enslvel essa uniul allernativo, cama SI!! o valor juridi(o. cuja
obrigotoril!!dade Qceitamos e defendemos, li'teue que conslituir sempre
a volor definitivo.
-253-
74 c.PERGUNTE E RESPONDEREMOS. 230/1985
c '" Igreja nóo pode mais do que convidor os seus filhos, que le
encontrom nenas situações dolorosos, o oFlroxi marem-se do misericór-
dia divina por Gulras viGs, mos nao pela via dos Socromentos, espe<:iol.
mente da Penitência e da Eu<:aridia, 01' que possom olconçcu os
,ondil;óes requerido •.
- 254-
t: PRAXIS CRISTÁ Ih 75
- 255-
7G otPERGUNTE E RESPONDEREMOS, 230/ 1985
onde, com que auxílios, por que, como, quando); sim, é pre-
ciso levar em conta o tipo de pessoa que age, o local, 8 época,
n causa ... do seu agir", para avaliar a moralidade do res-
pectivo ato. Todavia a Moral católica julga que essas circuns-
tâncias subjetivas não definem plenamente a moralidade do
comportamento; hã também normas objetivas., de valor univer-
sal e perene, às quais o sujeito deve procurar submeter-se tanto
qua.nto possivel; não é licito â pessoa furtar-se ao imperativo
de- tais normas sem ter razões sérias e ponderáveis. Ora o
livro em pauta não parece atribuir o devido peso às nonnas
objetivas, mas, antes, valoriza excessivamente critérios subje-
tivos, que não raro podem tornar-se alimento para a covardia
ou o fechamento mesquinho do sujeito sobre si mesmo.
A Moral católica tem em vista as normas do sermão da
montanha (Mt 5-7), segundo as quais o homem só se realiz.1
ultrapassando infinitamente a si mesmo; a grandeu. da pessoa
cstã em sair, tanto quanto possivel, das dimensões mesquinhas
do seu .eu para assumir novas e novas proporções. que a voca-
Cão dlvJna vai assinalando a cada um. Por Isto os critérios da
Moral católica não são SUbjetivistas ou não aceitam fazer do
sujeito o referencial dos valores éticos. ~ para Deus qu~ o
homem Col feito; é para o Absoluto que ele tende espontanea-
mente e, por conseguinte, é SÓ na demanda constante do Ab-
soluto que o homem vai encontrando sua realização,
Dito isto, não podemos ignorar belas passagens do livro
em pauta, que correspondem fielmente ao ideal da vida cristã.
Tenham·se em vista, por exemplo, as seções de Cundamentaçáo
ou colocaCáo de principios gerais às pp. 10-42; 45-72; as refle-
xões sobre pena de morte, tortura, legitima defesa Cpp. 111-
-124), violência bêlica e terrorista (pp. 125·142), agressão con-
tra a natureza (pp. 143-155), transplantes (pp. 183-192) ...
Todavia estas páginas de- valor não são suricientcs para rcdi·
mir o livro das grandes falhas que comete c que tenciona
transmitir.
-256-
Uma palma que 18 elperava:
- 'l!J7-
78 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS) 230/1985
expor seus el(lar-ecimenIOI peuoais, que ele quili também entregar por
escrito. Tudo isto foi explicado num comunicado finol publicado li!
redigido do comum acordo com L Bofl. Conduído o diálogo, forQm
recebidos pe lo Carde al Prefeito, e m oulro 5010, o. EminentíslimOI
Cardeal. AloIsio lorsdteider e Poulo Evaristo Arn., que se enconlrovom
em Rom(l pora esta oportunidade.
A Cong,egocõo exa minou, seguindo (I ptQ )\e que lhe ê próprio,
05 esetor.cimentos orais e eliailos forn ecidos por L 80ft O, e",boro
tomando nolo das boos inte nções • dOI re pelidas declaracões de
fidelidade à I,greio • 00 MClgislério por .Ie ."prenOI, . e nliu-se contudo
110 dever de . ofie nlor q ue OI reservos levontados ocerco do conteúdo
do livro e assinaladas na <arta 1\Cio poderlcun, no sua substânda,
considerar·se superadol. Julga, pois, "ecenário, assim como ~iloV(l
previsto, agora publicar, nos suas partes essenciais, o conteúdo dou·
trinal da mencionadCl CClrtQ,
Ptemi5$CI DOllfrinal
11. ec;:lcsiologia do U.".o clgreial Carisma te Poder. propõe-se ir 00
enconlro dos problemas do América La~ina e, em particular do Brasil,
com uma coletânea de .estudos e pe rspectivas Id. p . 131· Tal intençõa
ellig., de um lodo, uma atenção séria e aprofundada ôs situocõos
concretos, às quais O livro se refere e, por outro lado, - paro real.
mente corresponder 0 0 seu obte1ivo - o preocupação de ime ,ir·se no
arande tarefa do Igreja universal, no sentido de interpretar, desenvol-
ver e aplicar, sob o inspiração do Espírita Santo, (I heronç(l comum
do único Evon.gelho. entregue, umo vez paro sempr., pelo Senhor â
noua fidelidade, D.sl~ modo o "nicel fé do fvongelho crio e edifico,
00 longo dos séculos, a 19,e;a Cat61ica, .q ue permanece una no diver'
sidode dos tempos e no diferenco dOI situações pr6prias os múltiplos
Igreja. portiC\l lares. A Igre ja universol reolizo-se e vive nos Igrejos
particulares e e stas s60 Igre ja exalomenle enquanto continuam a ser,
num determinado temp o e lugQr, u preni'io e atua li toçõo da Igreia
universal. Deste modo, com o aelcimento e o progresso dos Ig rejal
parlic;ulorOI cresce e progride a Igreja universal; 00 pOISO que, debili-
tondo-se a unidade, diminuiria e decairia também a Igre ja particular.
Par iuo o verdadeiro d itc;urso teol6gico nóo pode jomais contentar'le
em apenas interpretar e animar o realidade de uma IgreJa parliculor,
mos deve, 00 conrrória. procurar aprofundar OI conteúdol do dep6sito
sagrado da palavra de Deul, depósito confiado â forela e autentica-
mente interpretado pelo Magidéno. A práxis e os experiôndas que
sempre 11m origem numa delerminado e limitada liluatão hillórico,
aludam o le610go c o abrigam a tornar o Evangelho ac;esdvel ao seu
tempo. A pr6xis, c:onludo, naa substitui, nem produt a verdade, mas
-258-
dGREJA : CARISMA E PODEJb (I) 79
A hhutl.ll'a do Ig,"
L. Boff coloco-se, segundo os suos próprios polavros, dentro de
umo orienlocõo, na qual se ofirmc «quo a igreja como instituição nôo
eslaWl tias cogitações do Jesus histórico, mas que e la surgiu como
evolucão pallllriar à reuurreição, portirularme nte c.om o pronuo
progressivo de de~scolologi l.ocõo ~ Ip. 1231. Catlse.q üenlemenle, o
hierarqu ia é pClra ele c um ,esultado:t da c ferrea necessidade de se
instilucionClI;zCln, c uma mundanil.ac;õo :t. no «estilo romano e feudal»
(p. 71) . Dal d eriva o necenidode d e uma « mutoc;ã a permonente do
Ig reio» Cp. 109); hoje deve emergir uma c!grela nova » Ip. 107,
pau; m) , que seró: «umo novo encarnocõo dos imtituic;óes e<:Jesiais no
sociedode, cujo poder ~ erá pura 'unl;õo de servlço:t Ip. 1081 .
No lógico destas afirmac;ões explica -SCI também Q sua interpre to-
<;õo acerca dos relac;õel e ntre cotolic:ismo e protestantismo, « Parece ·nos
que ° cristianismo romano (catolicismol se distingue por ofirma'
corojalamente a identidade sacram enlal e o Cl'"isliani.mo protestonte
par uma afwmação desl e midc do nÕo·idenlidadu (P. 132; cf.
pp. 126 1S, 1401 .
Dentro dedo visão, ambos as confinões COtlstillliriam madiol;õe,
incompletas, pertencenl es ti um processo diolético de afirmoçôo e de
negocõo. Neslo dia tético «se mostra (I .q ue seja o "istianismo. Que
é ° cristianismo? Nóo sabemol. Somente sobemos oquilo que se
mostror no processo hilt6fico:t (p. 1311 .
Paro Jus tificar esla concepção relatiyiz.ante da Igreja - qUe se
enconlro no base dO I críticos radicais dirigidos conlro a estrutura
hierárquico do Igreja Col61ico - l. Boff apelo poro a Constituic;60
Lume" ge ntlum In. 81 do Concilio Votic-ona n. Do famol O eltpre nõo
do Concilio «Hote Ecclello lse. unica Christi Ecdesia) . _. subsistit i~
Et c/esia (alhaUca a, ele extrai unia tese exalamenle contrária li sig ni.
ficação oullnUca do lexlo conciliar, quando afirma I d. fato, «.,to
lista é, CI (lnlca Igrejo de Cristo) pode lubsislir també m em oulrelS
-259 -
. PERGUNTE E RESPONDEREMOS .. 230/1985
Dogma .. Revelação
A mesmo IÓ,9icO relativizante encontra-te na concepçgo do dou·
'rina li: do dogma exprana por L Boft O Âulor aifica, dI! moda muita
severo, c o compreensão doutrinório do revelação . (p. 731. e verdode
que L_ Boff distingue enlre dogmatismo e dogma (d_ p. 1391. admi.
findo O segundo • releitondo o primeiro. Todavia, segundo ele, o
dogma, no suo lormulacõo, é válido somente cpora um determinado
tempo e c:ircunllândass (pp. 127·1281. cNum segundo momenlo do
mesmo processo dialélico o lula deve poder Sêr ultrapassado para
dor lugar Q outro lexlo do hoje da fh I p. 128 I. O relativismo qvo
r.,ulta do semelhontes ofirrnoçõe~ lornO-'e expliçito qUClndo L· 80ff
folo de posiçãe, doutrinórios contraditórias entre si, contidas no No ... a
Te,tomento (d. p . 128\. Conseqüentemente co atitude verdadeira-
mente católico. seria de _estar tundomontolm.nte oberlo o todas OI
direcõess Ip. 1281 . Na perspectiva de lo Boff a autêntico concopçôo
católica do doogmo coi sob o ..... redida do _dogmatismos: _Enquanto
perdurar a:te tipo de COIn"roflnsêi~ dagmática e do~trinária da revala-
cão e da $al ... ação de Jelus CrIsto dever·se-á ,onlar irretorquivelmente
com a repreuõo da liberdade de pensamento divergente dentro do
Igrejas (pp . 74-751 .
A esle propósito can ...ém reSlaltar que o contrório do r.. lativismo
não' o verbolismo O" o imobilism~. O conleôdo último da re ...elo,õo
, ~ prôpri~ Deu., Pai, Filho e Espifilo 5ent~, que nos convido li
comunhão com Ele; todos as pala... ros referem'le li PaloVl'O. ou _
como diz: Sêio J~ão do Ú'u:J.: C. •• o lU Hijo ... todo nos hobl6
jun~o y de uno ....1: en esta 1010 Palabra y no tiene méa. que hoblar.
(Subida d.1 Monte t.amtelo, 11, 22, 31. Mas nas palavras, .empre
analógkale limltodas, do Elt:riluro • do fé aulêntica do Igr.ja, baleado
na Elcrituro, eJlprime-le, d. modo dlgno de fé, CI ..... rdad. Qcef(a d.
-260-
dGREJA: CARISMA E PODER> m 81
-261-
82 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS:. 230/1985
o Profetismo na Igreta
- 262-
dGREJA: CARISMA E PODERJo (I) 83
CONClUSÃO
Alberto lavone
ArcebIspo tlt. d. Cesarla de Numldla
Secrefório
-263 -
Na ordem do dia:
-264 -
E qual seria tal nó que aglutino tais enlelios? - l: um núcleo de
semi.verdades • de lemi-erros concernenles à ,q uestão dos relac6es
enlre R....eloCâo 1 . . . . erdade, quellão fundamental paro o teologia
10nl0 no ,Europa como na América lalina, na Ásia e tiO África,
-265 -
86 ..PERGUNTE E RESPONDEREMOS. 230/1985
-266 -
clGREJA: CARISMA E PODER, UI)
11. Em slnt8se
-267-
Tlrando • máscara:
r.
tora se considera desUgada da Igreja e do pensamenw cató-
lico e por isto pubUca também obras contrárias a o conteúdo da
fé católlca: cDevem_ ~r ,'011 Editora. «Vozes» Uda.
Dio 6 uma empresa atrelada à. Igreja . " SODlOS uma EdI-
tora OoJdeealoaal_.
I!lIIêvãio - . . . . . 0 . 8 .B.
-268 -
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UJeIIf 31.117..301..- ....
~:t'n--..;;~"""
111 .... 1 ç_. M....... o d. C•• tro
Oi~ . t_
---
-._.
-"'1.-'''_.
......
.......... -_.-._._.
·EDIÇOES "LUMEN CHRISTI"
MOSTEIRO DE MO BENTO
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