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ACADEMIA TEOLÓGICA

DEMONOLOGIA

A DOUTRINA SOBRE
DEMÔNIOS

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expressa do autor Pr. Anor Afonso Serio [2009]…Pág. 1 de 31
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO À DEMONOLOGIA

1. DEMONOLOGIA GERAL

1.1. Mitologia e Demonologia Judaica


1.2. Na Idade Média

2. DEMONOLOGIA BÍBLICA

2.1. Introdução
2.1.1. Conceitos básicos
2.1.2. Culto a demônios
2.2. Sua existência
2.3. Sua Natureza
2.1.1. Origem
2.4. Número
2.5. Características dos demônios
2.6. Atividade dos demônios
2.7. O destino dos demônios
2.8. Organização dos demônios
2.9. Opressão demoníaca

3. PRINCÍPIOS DE BATALHA ESPIRITUAL

4. POSSESSÃO DEMONÍACA E ORIENTAÇÕES PARA LIBERTAÇÃO

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DEMONOLOGIA - DOUTRINA SOBRE OS DEMÔNIOS

Introdução

Crentes podem ser possuídos por demônios?


Crentes podem ser amaldiçoados?
Os demônios podem fazê-lo pecar?
Você pode ter um demônio da sensualidade?
Objetos pagãos podem assombrar você?
Você pode herdar um demônio?
A oração pode exorcizar uma cidade de seus demônios?

Com estas perguntas a problemática do tema fica bem delineada. Perguntas como estas têm
estado nas mentes de muitos cristãos, e, por isso, necessitamos estudar acerca da
demonologia, ou melhor, da batalha espiritual.1

A importância do estudo da demonologia, assunto que está em conexão com todos os outros
da espiritualidade humana, fica bem evidente. Apesar disso tem gerado polêmica, pois é um
assunto com opiniões bastante diferentes.

Enquanto uns encaram o assunto como desnecessário, outros, por sua vez, veem demônios
em toda parte. A primeira impressão é que a Bíblia é muito reservada neste ponto, ou seja,
acerca da batalha espiritual, deixando os crentes à mercê de experiências que variam de um
local para o outro, gerando diversas teologias da demonologia.

Também a modernidade traz um elemento critico, como um extremo oposto em relação à


Idade Média, quando a questão era praticamente uma febre no meio do povo. A forma como
os fenômenos sobrenaturais são encarados atualmente mudou de forma geral.

Muitos procuram dar uma face mais científica ao contato com o oculto, através da recriação
de antigas religiões, tais como o Espiritismo, Rosacrucianismo, Meditação Transcendental,
Esoterismo, etc. Atrás de uma aparência de ceticismo, a sociedade ocidental mantém as
antigas práticas da magia, adivinhação, quiromancia e até magia negra, porém com outros
rótulos.

Nas igrejas a febre pelo oculto se manifesta em recentes lançamentos de sucesso editoriais,
que tratam do tema satanismo e guerra espiritual, como, por exemplo, os livros de Rebecca
Brown.

No âmbito não-evangélico também há uma demonologia; vamos estudar os aspectos


culturais, místicos e mágicos, relacionando-os com aspectos espirituais.

1
Thomas & Dean Jr., Robert. Triunfando na Batalha: a guerra contra Satanás sofreu uma revolta inesperada.
Porto Alegre, RS. Chamada da Meia Noite.1995.

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A demonologia é um tema sempre atual. A pergunta acerca de como o mundo invisível


influencia o visível e como podemos nos defender, sempre vem à tona novamente.
Primeiramente estamos conscientes da existência dos demônios, aliás de todo o mundo
espiritual. A guerra espiritual é real e existe, conforme Ef. 6.12.

Infelizmente muitos crentes estão derrotados nesta guerra por não conhecerem a Palavra de
Deus e, portanto, por ignorância, não usarem as armas que Deus oferece; outros exacerbam
o tema e gastam mais tempo preocupados com os demônios do que em conhecer a Deus,
esquecendo-se de que “maior é aquele que está em vós e do que aquele que está no mundo.”
(I Jo. 4:4)

1. DEMONOLOGIA GERAL

1.1. Mitologia e Demonologia Judaica

Na mitologia judaica temos "selim", que são os deuses dos cananeus, e "Seirim", espécie de
entidades do deserto e de ruínas (Dt. 32:17; Sl. 106:37). Em Is. 13:21; 34:14 (cf. Ap. 18:2)
que adquirem conotação mitológica. Além disso, é mencionado em Is. 34:14 um ser
feminino de nome Lilith, que também era conhecido na Babilônia.

Já nos escritos apócrifos, os demônios são descritos como seres debaixo da autoridade de
Satanás, que, antes de inspirar medo, são vistos como sedutores e inimigos de Deus,
Descritos como anjos maus ou anjos caídos, punidos por um pecado, talvez o da
sensualidade (Gn 6.1-4), ou pela rebeldia contra Deus.

Na literatura judaica rabínica eles são geralmente denominados "espíritos imundos", e são
vistos como muito prejudiciais ao homem. Um dos demônios descritos na literatura rabínica
é chamado asmodeu (gr. Asmódaus), o qual teria matado os sete maridos da filha de Raquel,
conforme o livro apócrifo de Tobias (Tb. 3:8).

Quanto à demonologia judaica de I Sm. 28.13, as próprias traduções bíblicas estão em


desacordo referentemente ao uso da frase elohim raiti olim. Pode-se encontrar traduções
como “vejo deuses que sobem”, “vejo um deus que sobe”, “vejo espíritos que sobem”. O
contexto logo muda para referenciar uma entidade específica, com o qual Saul fala.

O conceito referido por “deuses sobem” foge da expectativa atual, pois reflete
gramaticalmente que uma série de personagens sobe, pois o verbo encontra-se no plural.
Normalmente espera-se, porém, que o substantivo seja “filho de Deus” (benei haelohim) ou
mesmo outro termo específico para referenciar um morto. Espera-se elohim (deuses) que
descessem, não que subissem.

Também para a necromante nada acontece conforme a sua expectativa. Em lugar do espírito
de morto que ela possui, a situação é tomada das suas mãos, e o que fala com Saul está em
controle da cena.

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O tema da passagem não é necromancia, mas a infidelidade de Saul. Ele resolve forçar
Deus a falar com ele, e recebe uma mensagem que não espera, algo como: “Queres falar
com um morto? Amanhã morrerás, e poderás então conversar à vontade.” Saul tem-se
mostrado infiel a Deus, e sofrerá as consequências.
A resposta simples do texto é de que a necromancia não é aceitável para Deus. O
potencial da prática não entra em cogitação. É inválido, e não deve ser visto como opção.

1.2. Na Idade Média

Na Idade Média a Igreja Romana reprimia severamente tudo que se relacionasse com o
demônio, chegando ao extremo com a queima de bruxas e feiticeiras pelo tribunal do Santo
Ofício (Inquisição) durante os séculos XV a XVII. Inclusive um livro, denominado “malleus
maleficarum” (Martelo das Feiticeiras), lançado pelos monges dominicanos, apresentava um
verdadeiro manual de "Caça às Bruxas", onde se explicava o modo de identificar, capturar e
punir os adeptos da bruxaria.

Um dos aspectos mais conhecidos da magia européia, divulgado e combatido pela Igreja
Católica, é a prática herética de fazer pactos com os espíritos malévolos. Na literatura
ocidental a demonologia vem tendo relevância desde o lançamento da obra “Divina
Comédia”, de Dante Alighieri (Florença, 29 de Maio de 1265 - Ravena, 14 de Setembro de
1321), que descreve o céu e o inferno, detalhando sua hierarquia. Também a noção de
"vender a alma ao diabo" foi aproveitado muito bem pelo poeta alemão Goethe, na sua obra
“Fausto”. Outros ramos das artes onde o tema demonologia se destacou foram a pintura e a
escultura de tradição católica.

Os grimórios, livros de conhecimentos mágicos, foram escritos entre o final da Idade Média
e o século XVIII. São livros de ocultismo, tomos que conteriam os feitiços dessa versão da
demonologia, contendo instruções de como convocar demônios e (espera-se), submetê-los à
vontade do conjurador, embora nem todos os ocultistas antigos ou modernos
necessariamente conjurem demônios.

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2. DEMONOLOGIA BÍBLICA

2.1. Introdução
2.1.1. Conceitos básicos
São espíritos maus que, sem terem corpos, entram nas pessoas, podendo mais de um
demônio fazer morada na mesma vitima (Mc.16:9; Lc. 8:2). Os efeitos dessa possessão são
loucura e enfermidades do sistema nervoso (Mt. 8:33; 12:22; Mc. 5:4-5). A palavra
daimonion, significa "falsa divindade" (I Co. 10:20).

O termo "demônio" aparece somente três vezes no Antigo Testamento (Dt. 32:17; Sl.
106:37; Lv. 17:7), apesar de alguns estudiosos acharem que existe uma referência a
demonologia no Antigo Testamento também em Lv. 16: 21, 22; Is. 13: 21; 34: 13.

No Novo Testamento, o termo daimon ocorre no texto grego apenas em Mt. 8:31;
daimoniodes apenas em Tiago 3: 15. Mas o substantivo daimonion aparece 63 vezes, e o
verbo daimonizomai, 13 vezes.

Na mitologia grega, os termos daimon e daimonion referem-se a “deuses” inferiores, tanto


bons como maus.

A palavra “espírito” tem vários significados gerais. Temos dois significados para esta
palavra, ou seja: "Ser não-material, maligno, que prejudica as pessoas", e “Ser não-material,
bondoso, que ajuda as pessoas” (Hb. 1.14, anjo). Nota-se que o sentido (mesmo na Bíblia)
da palavra espírito pode ser bom ou mau.

Os espíritos malignos são chamados demônios. A Bíblia define demônio como "espírito
imundo (Mt. 10:1; Mc 1:23, 26; Lc. 9.1; At 5:16), muito astuto, que se opõe a Deus, e ataca
as pessoas com todos tipos de males (Mc. 7:26). A Bíblia menciona também os demônios
como "espírito do mal" (At. 19:12-13); "espírito de enfermidade" (Lc. 13:11; e "espírito
mudo e surdo" (Mc. 9:25).

Os demônios atentam contra a fé dos crentes, e podem até mesmo incomodar alguém
corporalmente (II Co 12.7). Os demônios estão subordinados a Satanás.

Os demônios executam as ordens de Satanás e tentam induzir as pessoas a desobedecerem


ao desejo de Deus. Quando eles entram realmente na vida dos seres humanos, isso é
chamado de possessão demoníaca. Há muitos exemplos na Bíblia, e uma grande parte do
trabalho de Jesus na terra envolveu a cura de pessoas controladas pelos demônios.

2.1.2. Culto a demônios

O N.T. afirma que todo culto aos ídolos dirigem-se aos demônios.
“Antes, digo que as coisas que eles sacrificam, é a demônios que as sacrificam e não a Deus;
e eu não quero que vos torneis associados aos demônios”. (I Co. 10:20)

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Em Lv. 17:7 e II Cr. 11:15 o termo indica os deuses dos cananeus, conforme as idéias mais
evoluídas do AT. “Os deuses dos pagãos não são nada”, e a idolatria, em última análise,
dirige-se aos demônios (Sl. 96:5).
Lv. 17:7: “Nunca mais oferecerão os seus sacrifícios aos demônios, com os quais eles se
prostituem; isso lhes será por estatuto perpétuo nas suas gerações.”
Dt. 32:17: “Sacrifícios ofereceram aos demônios, não a Deus; a deuses que não conheceram,
novos deuses que vieram há pouco, dos quais não se estremeceram seus pais.”
Sl. 106:37: “pois imolaram seus filhos e suas filhas aos demônios”
Aqui temos explicações acerca da gravidade da idolatria, e também acerca do seu
significado, uma das formas como as pessoas são escravizadas a demônios.

2.2. Sua existência

Jesus reconheceu sua existência, em Mt. 12:27,28, falando deles e para eles. Também os
discípulos de Cristo atestaram sua existência, em Lc. 10.17, e o apóstolo Paulo, em I Co.
10.20,21, havendo neste texto inclusive, advertência contra eles. Também o apóstolo Tiago,
em Tg. 2.19 comenta que os mesmos até creem em Deus. Desta forma fica estabelecido que
a fé cristã reconhece sua existência.

2.3. Sua Natureza

Que tipo de criaturas são os demônios? Primeiramente notamos que eles teem inteligência e
personalidade (Mt. 8: 29,31), são seres espirituais, o mesmo que espíritos imundos (Lc.
9:38,39.42).

Os demônios são destituídos de corpos (Mc. 5:10-13), mas necessitam de um corpo para
repousar.

2.3.1. Origem

Hipóteses:
A. Almas dos homens maus já mortos - Um ponto de vista grego e pagão.
B. Espíritos desencarnados de uma raça pré-adâmica - A Bíblia nunca menciona a existência
de tal raça.
C. Descendência (do intercurso) de anjos caídos com mulheres antediluvianas (Gn. 6:1-
4).
Cuidado com a hermenêutica bíblica (ciência de interpretação de textos) de Gn 6:1-4: Se os
“filhos de Deus" descritos fossem espíritos caídos, não poderiam ser chamados de “filhos de
Deus”. Se fossem anjos do Senhor, não iriam deixar sua posição de obediência e adoração a
Deus. Portanto, neste caso, “filhos de Deus” não denotam anjos, pois Jesus afirmou que os
anjos “não se casam, nem se dão em casamento” (Mt 22:30), e sim, descendentes piedosos
de Sete, ou reis e heróis famosos da época.
D. Anjos Caídos - Aqueles anjos que seguiram Satanás na sua queda (posição bíblica).

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Satanás era um anjo, e é chamado “príncipe dos demônios” (Mt. 12:24), indicando
claramente que os demônios são anjos caídos, e não uma raça pré-adâmica, ou
antediluviana.
Além disso, Satanás tem uma hierarquia bem organizada de anjos caídos (Ef. 6:12), e é
razoável supor que estes sejam demônios.
Alguns demônios, devido à sua periculosidade, estão presos (2 Pe. 2:4; Jd. 6), outros
temporariamente confinados (Ap. 9:14 e Lc. 8:28-31), e alguns estão à solta, cumprindo
ordens de Satanás. Alguns pensam que a razão para tal aprisionamento é a participação
daqueles demônios no pecado de Gn. 6:1-4, mas, como veremos adiante, essa afirmação
carece de fundamentação bíblica.
Ap. 12:9 é o verso mais claro das Escrituras a respeito da identidade dos demônios: “E foi
precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o diabo e Satanás, que engana todo
o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.” A Bíblia
indica que os demônios são anjos caídos: anjos que juntamente com Satanás se rebelaram
contra Deus.
Ap. 12:4 parece indicar que Satanás levou consigo um terço dos anjos quando ele pecou. Jd.
6 menciona anjos que pecaram. Então, os demônios são os anjos caídos que seguiram
Satanás no pecado contra Deus.

Satanás e seus demônios procuram agora destruir e enganar todos os que seguem e adoram a
Deus (I Pe. 5:8; II Co. 11:14-15). Os demônios são descritos como espíritos do mal (Mt.
10:1), espíritos imundos (Mc. 1:27) e anjos de Satanás (Ap. 12:9). Satanás e seus demônios
enganam o mundo (II Co. 4:4), atacam os cristãos (II Co. 12:7; I Pe. 5:8), e combatem os
anjos santos (Ap. 12:4-9).

Satanás era um anjo, e é chamado na Bíblia de príncipe dos demônios (Mt. 12:24); logo,
demônios são anjos caídos, e não uma raça pré-adâmica.
Os demônios são seres espirituais, mas podem aparecer ao ser humano (II Co. 11:14-15), o
que é uma característica própria dos anjos. Este fato é mais uma prova de que anjos
caídos e demônios são a mesma coisa.

Os demônios são seres criados. São imortais e não podem voltar a ter seu relacionamento
anterior com Deus.

Teem grandes poderes quando comparados a humanos, mas seus poderes não se comparam
com o poder de Deus. Deus nos deu autoridade sobre eles, e os cristãos que creem no poder
de Jesus não podem ser conquistados pelo poder dos demônios.

2.4. Número

Alguns textos bíblicos apontam para uma grande quantidade, como Mt. 8.9 (somente para
libertar os dois gadarenos, a quantidade era de 2.000 para entrar nos porcos, conforme Mc.
5:13). Não se sabe quantos demônios existiriam, mas há tentativas de quantificá-los com
bases nas Escrituras Sagradas.

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Não está claro quantos anjos estiveram envolvidos na guerra no Paraíso. No século XV, um
Bispo de Tusculum estimou que 133.306.668 anjos caíram do Paraíso em um total de 9 dias,
número reafirmado por Alphonso de Spina (1460 d.C).

O livro apócrifo de Enoque diz que 200 "filhos de Deus" (anjos), conhecidos como
"Guardiães", se enamoraram de "filhas dos homens", copularam com elas, geraram a raça de
gigantes conhecida como Nephilim, e foram banidos do Paraíso. Eis uma das causas porque
esse livro não foi considerado inspirado, e não faz parte da nossa Bíblia.

O Talmude (em hebraico: ‫)תַּ לְמוּד‬, que é um registro das tradições e discussões rabínicas
sobre a lei, ética, costumes e história do judaísmo, declara que há 7.405.926 demônios.
Podemos conjecturar apenas e tão somente sobre a informação bíblica. Em Apocalipse 5:11,
onde lemos acerca da existência de “milhões de milhões e milhares de milhares” de anjos.

Ora, se esta é a quantidade de anjos bons, a quantidade dos anjos maus ou demônios,
conforme Ap. 12:4, é consequentemente, 1/3 deste total.

Os demônios são tantos que através deles Satanás ser considerado mentirosamente
“onipresente".

2.5. Características dos demônios

A. Sua Natureza
São seres espirituais. Observe que o demônio em Mt. 17:18 é chamado de espírito imundo
no relato paralelo de Mc. 9:25. Veja também Ef. 6:12.

B. Seu Intelecto
Eles conhecem a Jesus (Mc. 1:24), seu próprio destino final (Mt. 8:29), o plano de salvação
(Tg. 2:19). Teem seu próprio sistema doutrinário, que é imoral, perverso, e imundo (I Tm.
4:1-3). Eles sabem o seu fim (Mt 8:29), e tremem (Tg 2:19).

C. Sua Moralidade
São chamados de espíritos imundos, e sua doutrina leva a uma conduta imoral e depravada e
não de santidade (I Tm. 4:1-2).

2.6. Atividade dos demônios


Os anjos foram criados para adorar e louvar a Deus, serví-lO, e agir como seus mensageiros.
A Bíblia afirma que eles são “espíritos”, “enviados por Deus para cuidar daqueles que
receberam a salvação” (Hebreus 1:14).

Os demônios têm função similar, mas servem a um mestre diferente. São governados por
Satanás, a quem servem, porém, sem temor. Atuam nas vidas dos seres humanos, mas seu
propósito é cumprir os esquemas de Satanás e fazer oposição a Deus.

Tentam, enganam e iludem as pessoas com a intenção de trazê-las para a condenação eterna.
Constantemente atacam, oprimem e acusam o povo de Deus.

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Uma vez que Satanás não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo, pois só Deus é
Onipresente, ele usa os demônios para executarem diferentes tarefas.
Por ex., na parábola do semeador (Mt. 13:3-9, Mc. 4:1-20, Lc. 8:4-15), os demônios
arrancam fora a palavra antes que ela possa enraizar (Mc. 4:15).

Muitas vezes, Satanás promove o afastamento de algumas pessoas de Deus antes que
assumam um genuíno compromisso com Ele (Mc. 4:17).

Basicamente, os demônios trabalham de acordo com o padrão estabelecido por Satanás na


sua tentação de Eva no Jardim do Éden:
• Primeiro, negam a verdade da Palavra de Deus e contestam as afirmações que faz.
• Em seguida, negam a realidade da morte.
• Finalmente, apelam para a vaidade e orgulho humanos dizendo que homens e mulheres
podem ser iguais a Deus ou mesmo serem deuses (Gn. 3:1-5).

Esses são os métodos e ensinos básicos que estão por trás da maioria dos cultos das falsas
religiões.

A. Em geral
1. Os demônios tentam subverter o propósito de Deus (Dn. 10;10-14; Ap. 16:13-16).
2. Os demônios tentam estender a autoridade de Satanás, cumprindo sua vontade (Ef. 6:11-
12).
3. Os demônios podem ser usados por Deus na realização de seus propósitos (I Sm. 16:14; I
Co. 5:5; II Co 12:7; 1Tm. 1:20).

B. Em particular
1. Os demônios podem causar doenças (Mt. 9:33; Mt 17:18; Mc. 9:25; Lc. 13:11, 16).
2. Os demônios podem possuir homens (Mt. 4:24).
3. Os demônios podem possuir animais (Mt. 5:13).
4. Os demônios se opõem ao crescimento dos filhos de Deus (Ef. 6:12).
5. Os demônios disseminam doutrinas falsas (I Tm. 4:1, 3).

2.7. O destino dos demônios

A Bíblia nos informa que Deus tomou os anjos que pecaram contra Ele e os “precipitou no
inferno e os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo" (II Pe 2:4).

Jesus falou sobre o fogo eterno preparado para o diabo e seus demônios. Também descreveu
como as pessoas que não crerem nEle terão da mesma forma esse horrível destino na
eternidade (Mt. 25:41).

Satanás e seus demônios serão lançados no lago de fogo (Ap. 20:10), que é também o lugar
de tormenta eterna para todas as pessoas cujos nomes não estão escritos no Livro da Vida
(Ap. 20:12-15).

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A. Destino Temporário

1. Alguns que estavam livres foram lançados ao abismo (Lc. 8:31; Ap. 9:11).
2. Alguns que estão presos serão soltos ao final da Grande Tribulação (Ap. 9:1-11;16:13-
14).

B. Destino Definitivo

Finalmente todos os demônios serão lançados juntamente com Satanás para dentro do lago
de fogo = Geena (Mt. 25:41).

2.8. Organização dos demônios

Há uma hierarquia bem organizada de anjos maus ou demônios, que pecaram e foram
lançados fora dos céus (Jo. 8:44; 2 Pe. 2:4; Judas 6; Ef. 6:11-12). Segundo a Escritura, parte
dos anjos maus está presa no abismo do inferno (2 Pe. 2:4; Jd 6), e uma outra parte deles
está no mundo, nos ares ou lugares celestes (Jo. 12:31: 14:30; 2Co. 4:4; Ap. 12:4; 7-9),
cumprindo ordens de Satanás.

2.9. Opressão demoníaca

Oprimir significa submeter, vir contra, ou atar a partir do exterior. Os espíritos malignos de
várias maneiras realizam esta opressão. Eles causam depressão, criam circunstâncias
negativas, e inserem pensamentos maus na mente, como os pensamentos de suicídio,
imoralidade, incredulidade, medo, etc. Demônios criam circunstâncias satânicas e situações
que tentam os homens para eles pecarem (At. 10:38).

É preciso ter cautela para não classificar toda enfermidade ou problemas mentais ou
emocionais como sendo causados pelos espíritos demoníacos. Às vezes uma simples
mudança na dieta ou no estilo de vida eliminará o problema se ele tem causas físicas.

A opressão demoníaca pode ser reconhecida pelos seguintes sinais:

1. Uma atadura física - A “filha de Abraão" que Jesus revelou possuir um espírito de
enfermidade estava fisicamente atada (Lc. 13:10-17). Enfermidade crônica pode ser a
opressão demoníaca. Nem toda enfermidade é causada pelos poderes demoníacos. Algumas
enfermidades são causadas por uma violação das leis naturais, como não comer
adequadamente ou beber água não saudável. Outras enfermidades também são castigos
divinos, como a que acometeu o rei Jeorão, que foi ferido por Deus com uma doença
intestinal e morreu, por ter induzido à idolatria, Judá e os moradores de Jerusalém (2 Cr.
21:15-19), e a Herodes, que não deu glória a Deus e foi comido por vermes (At. 2:23).

2. Uma opressão mental - Perturbações na mente como o tormento mental, confusão,


dúvida, perda de memória, inquietude, incapacidade para raciocinar ou escutar os outros,
loquacidade ou reserva anormal podem denotar a opressão da mente, embora Satanás não
cause todos os problemas mentais.

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O desalento, depressão, e desorientação podem ser causados pelas alergias a certas comidas,
ou um desequilíbrio químico no cérebro. Deus pode curar os problemas mentais, e
enfermidades também não causadas pelos poderes demoníacos. Jesus pode trazer a
libertação nos casos em que a causa é demoníaca.

3. Problemas Emocionais - Perturbações nas emoções que persistem ou se repetem muito,


como o ressentimento, ódio, ira, medo, rejeição, autopiedade, ciúmes, depressão,
preocupação, insegurança e inferioridade.

4. Problemas Espirituais - Dificuldades extremas em superar o pecado, incluindo hábitos


pecaminosos. Rejeição de soluções espirituais aos problemas. Qualquer tipo de erro
doutrinário ou engano, que leve a escravidão a certos objetos e literatura mundana.

5. Circunstâncias - Os demônios podem criar circunstâncias difíceis que são opressivas. Tais
circunstâncias normalmente envolvem a confusão e podem ser identificadas imediatamente
como demoníacas, porque “Deus não é de confusão” (1 Co. 14:33; Tg. 3:16).

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3. PRINCÍPIOS DE BATALHA ESPIRITUAL

Sob este lema queremos analisar o que se refere à luta do cristão contra o mal, ou seja,
contra os demônios e o diabo.

Dois temas que estão interligados, porém são distintos: Batalha Espiritual e Exorcismo
(expulsão de demônios). O fato é que os ensinos e práticas da “batalha espiritual” levantam
questões sérias relacionadas com diversas áreas do nosso conhecimento de Deus.

3.1. A mania "diabológica" nas igrejas

Existem várias razões para essa preocupação. Uma delas é que o movimento, onde tem
ganhado a adesão de pastores e comunidades, tem produzido um tipo de cristianismo em que
a atividade satânica se tornou o centro, e mesmo a razão de ser da existência desses
ministérios e igrejas. A preocupação com Satanás é tão grande a ponto de ser mencionado
mais que Deus e Jesus.

A atividade dos demônios é real, e a Bíblia dá instruções para lidarmos com o assunto. A
Bíblia apresenta a Batalha Espiritual em três frentes: o mundo, a carne e o diabo. Cada uma
delas precisa ser levada a sério, e para cada uma há uma estratégia de combate. Para
combater os impulsos da carne o apóstolo Paulo orienta a Igreja em I Co 10.13.

É interessante que as maldições sejam um ponto em comum entre as pessoas que lidam com
o ocultismo, mas a Bíblia não ensina a "quebrar" maldições, porque “Agora, pois, já
nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm. 8:1), e, portanto,
entendemos que os cristãos não devem se preocupar com isso.

“Pecados da concupiscência, homicídio e ira são descritos no NT como pecados da carne


(Tg. 1.14) e não problemas demoníacos, apesar de o diabo usá-los para tentar. O
cristianismo está eivado de superstições baseadas em pensamentos e experiências humanas,
geralmente de pessoas que se converteram do ocultismo e ainda não aprenderam a lutar com
as “novas armas", ou seja, realmente desfazerem-se dos métodos ocultos em troca dos
bíblicos.“2

3.1.1. Muitos cristãos vivem derrotados

“Os cristãos querem viver uma vida agradável a Deus, porém todos enfrentam lutas e
oposições. Quando alguém se converte a Jesus, torna-se inimigo de Satanás, que é
denominado de “o príncipe das potestades do ar” (Ef. 2.2), e "o deus deste século" (2 Co.
4.4). O cristão precisa saber como lutar nesta guerra.

Satanás tem dois aliados, o sistema mundano e a natureza pecaminosa. Quando nos
concentramos apenas na batalha contra Satanás, deixamos vulneráveis outros dois campos.
A derrota dos crentes acontece porque muitos não conhecem a Bíblia e baseiam sua vida em

2
Thomas & Dean Jr., Robert. Triunfando na Batalha: a guerra contra Satanás sofreu uma revolta inesperada.
Porto Alegre, RS. Chamada da Meia Noite.1995.

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experiências humanas, ou interpretam a Bíblia erroneamente. Devemos verificar o que a


Bíblia diz acerca da batalha espiritual. “Infelizmente tem invadido as igrejas uma maneira
mundana, quase supersticiosa de entender a batalha espiritual.” 3

3.1.2. Beirando o espiritismo

A Bíblia nos dá instruções suficientes para sermos vitoriosos na Batalha Espiritual, o que
não significa que temos acesso a todas as informações acerca do assunto. Desde que nosso
inimigo é invisível, muito mais poderoso, não podemos confiar em métodos desenvolvidos
pela nossa própria inteligência, mas confiar no que diz a Escritura (Ef. 6:12, II Tm. 3:16s, II
Pe. 1.20, II Pe 1:3-4).

A possessão demoníaca pode ser usada como um meio de atrair a atenção, a que pessoas
com profundos problemas emocionais podem apelar.

O método de libertação que a Bíblia oferece é a Verdade (Jo. 8:32), que é Cristo (Cl. 1:13).
Mais e mais crentes não percebem que o abandono das Escrituras torna-os ineficientes para
lidar com a questão, buscando em experiências e informações humanas.

3.2. Movimento da Batalha Espiritual

Quando começamos a estudar sobre "batalha espiritual", o ensino com que logo nos
deparamos é o de que existem duas forças lutando entre si para ganhar a posse das almas dos
mortais.

O próprio Satanás está debaixo da soberania divina. A Igreja cristã sempre entendeu que
Satanás foi originalmente um dos anjos criados por Deus, um querubim de grande beleza e
poder, que se desviou do seu estado original de pureza e, motivado pela vaidade e pela
soberba, rebelou-se contra Deus, desejando ele mesmo ocupar o lugar da divindade (Isaias
14 e Ezequiel 28). Punido por Deus com a destruição eterna, o anjo rebelde tem, entretanto,
a permissão divina para agir por um tempo na humanidade, a qual, através de seu
representante Adão, acabou por seguir o mesmo caminho do querubim soberbo.

Pela permissão divina, Satanás e os demais anjos que aliciou dos exércitos celestiais,
cumprem nesse mundo propósitos misteriosos, que pertencem a Deus apenas. Alguns deles
transparecem das Escrituras, que é o de servir como teste para os filhos de Deus e agente de
punição contra os homens rebeldes.

“Assim, a Bíblia nos ensina que Satanás não pode atacar os filhos de Deus sem a permissão
dele. Foi somente assim que pode atacar o fiel Jó (Jó 1:6-12; 2:1-7); incitar Davi a contar o
número dos israelitas (I Cr. 21.1 com II Sm. 24:1), e peneirar Pedro e demais discípulos (Lc.
22:31-32).
Os crentes tem a promessa divina de que Ele só permitirá a tentação prosseguir até o limite
individual de cada um (I Co. 10:13), o que só faz sentido se o Senhor tiver pleno controle
sobre a atividade satânica.”4

3
Op. cit.

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3.3. Fontes do Movimento da Batalha Espiritual

Rita Cabezas5 ensina a prática de descobrir nomes de demônios para libertar as pessoas e
estende também à prática de tentar descobrir o nome dos espíritos territoriais, com base em
práticas psicológicas e de libertação, recebimento de palavras de revelação, nas experiências
e em certos livros.

“Estas atividades chegam perigosamente perto do espiritismo, onde as informações são


obtidas direta ou indiretamente dos próprios demônios, como, por exemplo, de um ex-líder
do ocultismo. Satanás procura enganar os crentes envolvendo-os em áreas ilegítimas,
levando-os a serem usados para atingir os objetivos do próprio Satanás. Muitos crentes estão
dispostos a confiar em informações de ex-satanistas sem analisar a fundo, como no caso de
John Todd, que inventava muitas coisas e seduzia jovens evangélicas.”6

Uma das mais sérias deficiências do livro "A Igreja e a Batalha Espiritual", escrito por
Neuza Itioka7, e em todo material dos adeptos dos ensinos de espíritos territoriais dizem
respeito às suas fontes.

“É surpreendente encontrar nas notas bibliográficas fontes como "fatos constatados e


verificados nas ministrações pessoais", depoimentos pessoais, e testemunhos de ex-pais de
santos. São destas últimas "fontes" que Neuza Itioka tira o fundamento para grande parte do
seu livro. Por exemplo, a sua convicção de que crentes verdadeiros podem ficar
endemoninhados baseia-se, não na exegese das Escrituras, mas na narrativa de várias
experiências que teve.

ltioka frequentemente menciona experiências pessoais para provar suas convicções. Ela
afirma, com base na sua experiência de aconselhamento, que certos demônios "adquirem" o
direito de se sentarem no pescoço das pessoas. Com base em testemunhos, ela afirma que as
orações da Igreja diminuem o índice de criminalidade, roubo e violência, que as entidades de
uma rua podem ser atadas.

Em seu último livro “Desmascarado”, Cabezas narra longos diálogos que teve com
demônios (falando através de pessoas endemoninhadas), os quais não somente lhe revelaram
seus nomes, como também lhe deram informações sobre outros demônios. Ela afirma que
não é correto basear sua teologia no que demônios dizem, mas acrescenta: tenho a impressão
que aquele demônio dizia a verdade!..." .”8
3.4. Medo do diabo

4
Lopes, Augustus N. Quatro Princípios Bíblicos para se entender a Batalha Espiritual.São Paulo.:Ed.Cultura Cristã.2004
5 Cabezas, Rita. Desmascarado.São Paulo.:Renascer.1996
6
Thomas & Dean Jr., Robert. Triunfando na Batalha: a guerra contra Satanás sofreu uma revolta inesperada. Porto
Alegre, RS. Chamada da Meia Noite.1995.
7
Itioka, Neuza. A igreja e a batalha espiritual. São Paulo, S.P.:Sepal.
8
Lopes, Augustus N.Quatro Princípios Bíblicos para se entender a Batalha Espiritual.Pg.216.São Paulo.:Ed.Cultura
Cristã.2004

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O pensamento dualista, que pensa que tudo tem dois lados, o bem e o mal, tem como
conseqüência o medo da derrota, apesar da Palavra de Deus ser clara a respeito da vitória do
crente, e transforma a oração em um mini ritual mágico.

“Este pensamento é uma constante na vida dos participantes do movimento de batalha


espiritual. Por isso, explica-se a constante oração por proteção e o ato "místico" de vestir a
armadura espiritual. Estas pessoas vivem em todo o tempo com medo do diabo, medo de dar
"legalidades" ao inimigo, medo de tudo. Esta preocupação mostra-se evidente nas orações.
Em uma apostila sobre Batalha espiritual, a Missão Shekinah ensina seus alunos a orar da
seguinte forma: "Eu me cubro com o sangue do Senhor Jesus Cristo para me proteger
durante este período de oração... eu me cinjo com a verdade, revisto-me da couraça da
justiça, calço as sandálias da paz, e coloco o capacete da salvação. Levanto o escudo da fé
contra todos os ardentes dardos do inimigo, e tomo em minha mão a espada do Espírito, que
é a Palavra de Deus, e uso a Tua Palavra contra todas as forças do mal em minha vida". 9

3.5. Exorcismo

Exorcismo é uma prática utilizada em todas as religiões, que consiste na expulsão de maus
espíritos através de vários métodos, como palavras “fortes" e manipulações religiosas (de
pessoas, animais e coisas). Uma forma em que se procura expulsar espíritos maus por meio
de fórmulas e cerimônias mágicas (At. 19:13-16).10

Por exemplo, na Mesopotâmia, ocorre primeiramente a feitiçaria (3.500 a.C.), depois o culto
aos espíritos, e mais tarde rituais de exorcismo, forma muito populares. As culturas egípcias,
babilônica, assíria e judaica atribuíam certas doenças e calamidades naturais à ação dos
demônios. Para afastá-los, recorria-se a algum tipo de exorcismo. A cultura ocidental
recebeu essas idéias por intermédio da Bíblia e do cristianismo primitivo.

3.5.1. Exorcismo no Catolicismo

A prática católica do exorcismo quando objetiva a expulsão de demônios, chama-se


"solene", e deve fazer-se de acordo com fórmulas consagradas, que incluem aspersão de
água benta, imposição das mãos, conjurações, sinais da cruz, recitação de orações, salmos e
cânticos.

Curas e exorcismos eram comuns no tempo primitivo da igreja. Com o passar do tempo e
com a institucionalização da igreja, a função de exorcista passou de uma função carismática
a uma função institucionalizada e delimitada ritualisticamente no “Rituale romanum”. Os
exorcismos ordinários, que tem por objeto expulsar o demônio do corpo de um possuído, é
prática raríssima, e só confiada, mediante permissão episcopal, a sacerdotes muito
experientes.
O racionalismo do século XVIII desmistificou muitas coisas que eram tidas por miraculosas.
Também a descoberta do hipnotismo e da psicologia profunda no século XIX desmistificou

9 Op. Cit.
10
Bol. Exorcismo.Dicionário Almeida. Sociedade Bíblica do Brasil.

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muita coisa. Deste modo a igreja Católica começou a interpretar o exorcismo, praticado
inicialmente na bênção da água batismal e na sagração dos santos óleos, como um símbolo
da libertação do pecado e do poder do demônio.

3.5.2. Exorcismo cristão

Essencialmente o exorcismo cristão é nada mais, nada menos, que expulsar espíritos maus
pelo poder de Deus (Mt. 10:8; 12:28; At.16:16-18).11
A contrapartida do exorcismo é a possessão. Alguns fatos acerca de possessão que a
pesquisa bíblica revela:

No AT é mencionado um "espírito mau”, permitido por Deus, e que se apodera de Saul, que
o atormenta (I Sm. 16:14: 18.10). Os adivinhos consideravam-se dominados por um
"espírito dos mortos" (28:7), que habitava neles quando adivinhavam. O judaísmo rabínico
atribuía diversas doenças, sobretudo a epilepsia e semelhantes à possessão demoníaca, ou
pelo menos à influência de maus espíritos. Os judeus conheciam toda a espécie de meios
para se defender contra a influência nefasta dos maus espíritos; os seus exorcistas
profissionais, que veneravam Salomão como seu padroeiro e modelo, são mencionados
também no NT (At. 19:13s).

3.5.3. Exorcismos de Jesus

O N.T. se mantém numa linha da mesma opinião que os judeus da época e logo anterior. O
evangelho de Marcos é o que mais se detém neste ponto, relatando de forma realista os
exorcismos de Jesus. O que estes exorcismos significam: em certos casos, expulsar o
demônio do corpo de possessos ou lunáticos, e em outros, a cura de enfermidades atribuídas
ao demônio.

É importante entendermos o significado que os evangelistas davam para estes exorcismos de


Jesus.

Os evangelistas se servem dessas vigorosas ilustrações para demonstrar a vitória de Jesus


sobre Satanás, e também para mostrar como seu povo se libertou do pecado: "Chegou o
momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso.” (Jo 12:31).
Assim, esses milagres seriam também um sinal da instauração do reino de Deus: “Se, porém,
eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre
vós. (Mt. 12:28).

3.5.4. A obra de Satanás

11
Bol. Exorcismo.Dicionário Almeida. Sociedade Bíblica do Brasil.

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Sabemos que Satanás tem poder e está ativo no mundo Citamos alguns exemplos das suas
artimanhas: sua maldade invisível (“poder das trevas" em Cl 1:13) está por detrás da traição
de Judas (Lc. 22:3; Jo. 6:70; 13:2, 27); ele impugna a obra dos discípulos de Jesus (Lc.
22:31), a jovem comunidade cristã (At. 5:3); a pregação dos apóstolos (I Ts. 2.18); até certas
doenças lhe são inculpadas (Lc. 13:16; I Co. 5.5; II Co.12.7). Espreita as comunidades
cristãs, mas, estas, na força da fé, podem resistir-lhe (Rm. 16:20; Ef. 6:16; IPe. 5:8).

3.5.5. Prática e exemplo de Jesus e da igreja primitiva

Aparentemente não temos instruções claras a respeito da batalha espiritual no Novo


Testamento. Esta aparente lacuna surge de uma falha de compreensão das armas da batalha
espiritual. O que muitas vezes tem sido feito é usar as mesmas armas da batalha espiritual
espírita (xamanismo) dentro do ambiente cristão, ou seja, aplicação de fórmulas, palavras
fortes, rituais e determinados objetos com o fim de rechaçar as forças do mal, simplesmente
maquiando a linguagem mágica com uma terminologia evangélica.

As armas que a Palavra de Deus nos oferece diferem totalmente de tais coisas. Para destruir
as obras do diabo, as armas que o cristão dispõe são: a fé em Cristo, que destrói estas obras:
“Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (I Jo. 3.8b); vida
de santidade: "Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que
permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de
Deus” (I Jo. 3.9). E, além disso, o amor, o perdão e a confiança em Deus.

O uso destas simples armas é difícil. É mais fácil usar palavras fortes contra o diabo que
tenta destruir um casamento, do que amar o cônjuge e nada adiantará a “magia cristã”, sem
querer aprender de Cristo o amor, o sacrifício, e a obediência.

Cristo também derrotou o inimigo através do conhecimento da Palavra de Deus:” Jesus,


porém, respondeu: “Está escrito: nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que
procede da boca de Deus.” (Mt. 4.4).

3.6. As armas de Deus

A verdade de Deus, ou seja, a verdade cristã, é o conjunto das doutrinas cristãs, que é o que
sustenta tudo o mais, e nos faz crescer no conhecimento de Cristo, segundo o que a Palavra
afirma em Ef. 4:15.

O autor Clériston Andrade12 faz uma explanação acerca das armas da batalha espiritual, num
estudo exegético de Ef. 6:13-18:
“A justiça, e a couraça, citadas pelo apóstolo Paulo, ao usar esta peça, como metáfora, para
exemplificar a justiça, tinha em mente a justificação. Em Rm. 8:33, Paulo comenta que nada
poderá condenar o crente, pois é Deus quem o justifica. Isso quer dizer que não podemos
confiar em nossa própria justiça, ou santidade, para vencer o inimigo, mas confiar na justiça
que vem de Deus, através do sacrifício de Jesus; por isso, é que nada, nem anjos nem
potestades, poderá nos separar do amor de Deus (Rm. 8:38-39). Quando somos justificados,

12
Andrade, Clériston.Análise do movimento de batalha espiritual e espíritos territoriais.www.centralgospel.com.br.2004

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o Espírito Santo opera em nós a obra da santificação; uma obra conjunta com o crente, no
qual este assume, de forma gradual, o caráter de Cristo, em particular, o caráter justo,
íntegro. Paulo aplica este termo, desta forma, em Ef. 4:24 e 5:9.
O Evangelho da paz - A sandália romana, usada como figura pelo apóstolo Paulo, era feita
de couro e possuía vários cravos, formando uma camada espessa. Esta peça tinha a
finalidade de proteger os pés do soldado, onde quer que ele fosse. Paulo está referindo-se ao
evangelismo.
A fé, o escudo - Aqui, o apóstolo Paulo refere-se à fé salvífica, de acordo com o contexto de
Ef. 1:15, 2:8. 3:12, que produz entrega total da alma do crente a Cristo. É a crença que
Cristo, como Senhor, domina, controla e dirige todos os aspectos da vida do crente. Esta fé
tem a eficácia de anular “os dardos inflamados do maligno”.

3.7. Pela fé em Cristo o cristão venceu o diabo e seus "anjos"

No N.T. percebemos que a luta contra os demônios não é uma questão mágica, mas uma
verdadeira luta no plano moral, cujo objetivo se relaciona com a salvação do homem. Pela fé
em Cristo o medo contínuo, tão característico naqueles tempos do início da igreja, e ainda
hoje, é vencido. Cristo, porém, expulsa os demônios e Satanás de seu domínio (Mt. 12:28ss);
(Jo. 12:31).

Esta vitória começou em princípio com a vinda de Cristo à terra (Lc. 18.10) e sua morte na
cruz (Jo. 12:31), e será completada na Sua 2ª. vinda (parousia), (Ap 12:12). Esta vitória
manifesta-se visivelmente nos exorcismos citados no evangelho. Por isso Satanás dirige seus
ataques contra o Reino de Deus, iniciado na pessoa de Jesus (a tentação de Jesus Mt. 4.1ss).
O NT realmente afirma a existência do poder do mal personificado.

Nos últimos dias depois de ter estado amarrado durante o reina milenar, reduplicará suas
tentativas de destruir o reino de Deus e de seduzir os povos (Ap. 20:7s); o Anticristo é
apenas seu instrumento (II Ts 2:9). Mas então seguir-se-á sua queda definitiva no lago de
fogo (Ap, 20:10; Jd, 6; II Pe 2:4).

3.8. Antes de amarrar os demônios

Como uma reação à moda de "amarrar" os demônios, Élben Cézar13 escreve em estilo
poético algumas verdades evangélicas elementares por vezes esquecidas.
“Antes de amarrar Satanás e os demônios, amarre seus pés. São eles que o levam para o
conselho dos ímpios, para o caminho dos pecadores, e para a roda dos escarnecedores, Sl.
1:1. Retire o seu pé do mal, da casa da mulher adúltera, do caminho largo, do altar de ídolos,
da multidão dos que não servem a Deus, Pv. 4:26-27. Antes de amarrar satanás e os
demônios, amarre sua língua. Ela é um mal incontrolável, cheio de veneno mortífero. Ela
contamina a pessoa por inteiro, incendeia todo curso da vida, Tg, 3:1-12. Antes de amarrar
satanás e os demônios, amarre o seu gênio. Se você não suporta um revés, uma ofensa, uma
critica, uma dor, você é incapaz de viver neste mundo. Você não pode pedir fogo do céu
para consumir aqueles que não batem palmas para você.”

13
Cézar. Elben.Antes de amarrar a Satanás.Editora Ultimato.Viçosa.MG.1998

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4. POSSESSÃO DEMONÍACA E ORIENTAÇÕES PARA LIBERTAÇÃO

A. Definição de Possessão Demoníaca

Possessão demoníaca é a habitação de um demônio numa pessoa, exercendo controle e


influência diretos sobre ela, com certo prejuízo para as funções mentais e/ou físicas.
Os demônios se apoderam dos corpos das pessoas para as induzirem a pecar e adorar ao
diabo por rituais, pela dor, falsas promessas e ameaças terríveis.

O corpo humano é um lugar desejado que traz descanso e prazer aos demônios. Esta "nova
criatura", com dons do espírito maligno de adivinhação e força sobrenatural representam a
imitação do poder ao Espírito Santo que habita nas pessoas. A possessão demoníaca deve
ser distinguida da influência demoníaca ou da atividade demoníaca contra uma pessoa.
Nestas duas últimas formas de atuação, o demônio atua de fora para dentro; na possessão,
ele opera de dentro da própria pessoa.

Desta forma, reafirmamos que o crente não pode ser possuído por um demônio já que é
habitado pelo Espírito Santo. O crente pode, contudo, ser alvo de opressão demoníaca a tal
ponto de dar a impressão de estar possuído.

B. Efeitos da Possessão Demoníaca

1. Ocasionalmente, doença física (Mt. 9:32-33), mas a doença e a possessão são


distinguidas uma da outra nas Escrituras (At. 5:16).
2. Distúrbios mentais são ocasionalmente causados por possessão demoníaca (Mt. 17:15),
mas nem sempre (Dn. 4).
C. Marcas da possessão demoníaca (Mc. 5 - endemoninhado gadareno):
1. Habitado por um espírito imundo (v.2).
2. Força física invulgar (v. 3).
3. Ataques de fúria (v. 4).
4. Desintegração ou divisão da personalidade (vs. 6 e 7). O endemoniado correu para Jesus
para obter ajuda, contudo gritava de medo.
5. Resistência às coisas espirituais (v. 7).
6. Poderes de clarividência (v. 7). O endemoniado sabia imediatamente quem Jesus era.
7. Alteração da voz (v. 9).
8. Transportação pelo ocultismo (v. 13). Os demônios entraram nos porcos.

C. Extensão da Possessão Demoníaca

1. Quanto a pessoas
Somente os descrentes podem ser possessos. Ao tempo de Cristo, a maioria das
ocorrências de possessão demoníaca deu-se entre gentios.

2. Quanto a tempo
Geralmente há um surto de atividade demoníaca quando a luz e a verdade se manifestam
mais fortemente (p.ex. no tempo de Cristo).

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D) Como os demônios operam

1) De fora para dentro

Podemos ser tentados e oprimidos, sem estarmos endemoniados. Jesus padeceu destas duas
formas de ataque demoníaco, tendo sido sendo tentado (Mt. 4.1) e oprimido pelos seus
acusadores (Is. 53:7):
• Tentação (na carne);
• Opressão (na alma).

2) De dentro para fora

• Possessão (espírito, alma e corpo): Habitação de demônios numa pessoa, exercendo


controle e influência sobre ela.

E) Tipificação dos demônios

Os demônios de varias naturezas operam como os espíritos de enfermidade, espíritos


sedutores e espíritos imundos. Satanás os usa para guerrear contra o homem no corpo, alma,
e espírito.

1) Espírito de enfermidade

Nem toda doença é possessão maligna (At. 5:16). A possessão permanece até o poder do
Espírito Santo chegar à pessoa. Estes são espíritos que podem afligir tanto os corpos dos
crentes assim como os incrédulos (Lc. 13:10-17). Provocam doenças físicas e mentais (Mt.
9:32-33; Mt. 17:15).

A mulher do texto era afligida por um espírito com enfermidades durante dezoito anos. (Para
outros exemplos de poderes demoníacos que afligem o corpo veja Mt. 12:22; 17:15-18; At.
10:38; 2 Co. 12-7.

2) Espíritos sedutores

Estes espíritos afligem o espírito do homem, seduzindo-o a crer em mentiras doutrinais, que,
se resultarem em apostasia, o condenarão ao castigo eterno. Eles são espíritos de falsa
doutrina, falsos cultos, falsos cristos, e falsos mestres (1 Tm. 4:1).

Estes espíritos sedutores são enganosos. Eles operam milagres que levam veementemente
alguns a crer que eles são de Deus. Realizam sinais miraculosos. Eles irão reunir os líderes
de todo mundo para guerrear contra o povo de Deus, porque “são espíritos de demônios,
operadores de sinais, e dirigem-se aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a
peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso". (Ap. 16:14; 2 Ts. 2:9-10).
Os espíritos sedutores incluem o espírito de adivinhação mencionado em At.16.16. Tais
espíritos de adivinhação operam na bruxaria, leituras da palma da mão, bola de cristal, entre
outras.

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Através dos métodos não bíblicos os espíritos de adivinhação predizem o futuro ou revelam
um conhecimento que é naturalmente desconhecido. Eles podem estar presentes e operantes
em cada culto onde exista erro doutrinário, por falta de conhecimento da Palavra de Deus.

3) Espíritos imundos

Estes poderes demoníacos afligem a natureza da alma do homem.


Eles são responsáveis pelos atos imorais, induzindo pensamentos sujos, gerando tentações e
outras estratégias de Satanás para atar aos homens e mulheres. Quando Satanás controla os
indivíduos com os espíritos imundos, ele também pode operar em casas, igrejas, e nações
inteiras, pois estes grupos são compostos de indivíduos. É assim que Satanás trabalha nos
vários níveis de estrutura na sociedade, conforme Mt. 10:1; 12:43: e Mc. 1: 23-26.

F) Manifestação demoníaca

Com frequência os demônios preferem se esconder para que possam exercer controle sem
oposição. Possuem poderes sobrenaturais (Ap. 16:4) e exibem esses poderes através de suas
vitimas (Mc. 5:4-5; 9:18-20).

A possessão e a manifestação demoníaca também podem acontecer por vontade própria.


Uma pessoa pode desejar ser tomada pelos poderes dos espíritos, para dirigir sessões
espíritas, pronunciar maldições, tornar-se um bruxo (a), ou obter algum outro poder
sobrenatural.

A possessão e a manifestação demoníaca também podem ocorrer involuntariamente. Um


indivíduo não pede para ser possuído, mas pensamentos pecaminosos, ações, ou contacto
com o ocultismo resultarão em possessão. Poderes demoníacos podem possuir ou oprimir
até crianças, como registrado em Mc 7.24-33 e 9:17-21.

G) Obsessão demoníaca

Esta é uma condição onde alguém fica obcecado por um interesse ou preocupação excessiva
com os demônios. É um interesse raro no sobrenatural, em demônios e em Satanás, que
controla estes interesses e buscas de uma maneira ditatorial. A obsessão pelos poderes
demoníacos pode levar à possessão por eles.

Tal pessoa pode mergulhar nas práticas sobrenaturais, constantemente dando crédito a
Satanás ou aos demônios por tudo, preocupando-se excessivamente com o estudo dos
demônios e Satanás, desviando-se do conhecimento, que edifica, da vida e obra de Jesus na
Bíblia Sagrada.

H) O cristão verdadeiro não pode ser possuído por demônios?

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O verdadeiro crente não pode ser possuído por demônios, porque tem o Espírito Santo
dentro de si mesmo. Porém alguém que diga ser o que não é pode manifestar os demônios
dentro de si mesmo.

O Espírito Santo não pode habitar no mesmo templo com um espírito maligno, que é menor
que Ele (1 Co. 6:19-20).

Além disso, todos os cristãos verdadeiros pertencem a Jesus Cristo e seus espíritos humanos
são selados pelo Espírito Santo (Ef. 1:13). Os demônios conhecem e reconhecem este selo,
que é uma marca: “povo de propriedade exclusiva de Deus” (I Pe. 2:9), e sabem que não
podem invadir essa propriedade de Deus, que é o corpo do cristão, seu tabernáculo
ambulante.

A Bíblia nos fala que demônios podem entrar no corpo de uma pessoa (Lc. 8:30; 22:3) a fim
de induzir pensamentos e ações. São associados com a mágica (At. 19:19) e ídolos (II
Coríntios 10:19-21). Mas isto não significa que os crentes não podem ser afetados pelos
poderes demoníacos, quando se abre a oportunidade. O envolvimento com horóscopos,
cartas de tarô, ou qualquer outra forma de adivinhações é rebeldia contra a Palavra de Deus,
e podem dar aos demônios a oportunidade de entrar na vida de um cristão. Tais práticas
podem ser inofensivas para a maioria das pessoas, mas Satanás usa as menores chances para
obter vantagens sobre as pessoas.

Nós lutamos contra estes poderes. Satanás usa os poderes demoníacos para atacar os crentes
“de fora para dentro” através da opressão, através dos sintomas que discutimos previamente.
Mas ele não pode possuir o verdadeiro crente.

“Possuir” indica uma ocupação interior. “Oprimir” indica influência exterior. As atividades
dos crentes podem ser dirigidas pelo diabo se eles permitem aos poderes demoníacos
oprimi-los. Tal opressão pelos poderes malignos pode permitir que Satanás use cristãos para
propósitos malignos. Isto foi o que aconteceu quando Pedro, um discípulo de Jesus, foi
usado por Satanás para tentar desviar Jesus de sofrer pelos pecados de toda a humanidade
(Mt. 16:22).

Jesus repreendeu a Pedro, mas Ele não quis dizer que Pedro realmente era Satanás. Ele
reconheceu que naquele momento Pedro permitiu a Satanás operar através dele. Ele não
estava possuído por demônios, mas estava permitindo aos espíritos satânicos influenciá-lo.
Por suas próprias ações os crentes “dão lugar” (proporcionam a oportunidade) para Satanás
usá-los (Ef. 4:27).

Se um crente continua em pecado conhecido e não confessado, há um ponto em que ele pode
perder o galardão (I Co. 9:27). Paulo compreendeu que o pecado, especialmente os pecados
não confessados e continuados da carne, poderia reprová-lo, ainda que ele houvesse pregado
a outros.
Ao continuar vivendo no pecado a pessoa terminará futuramente numa condição de desvio.
Isto significa que você já não será um verdadeiro seguidor de Jesus Cristo. Se a pessoa
continuar no pecado conhecido e não confessado, ninguém pode dizer qual e o exato ponto

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no qual deixará de ser um seguidor de Jesus, um apóstata, e de novo tornando-se parte do


Reino de Satanás.

É Deus quem determina esse ponto. Mas quando isto ocorre, estamos nos abrindo a ataques
maiores do inimigo, inclusive à possibilidade de possessão demoníaca. Por isso é importante
que, quando pecamos, o pecado seja confessado imediatamente, e nos convertamos da
injustiça (I Jo 1:9-10).

Jesus é chamado de Palavra de Deus em muitos lugares na Escritura. Se a Palavra de Deus


não habita na pessoa, quem habita?

I) Como os demônios obteem o controle

Os demônios obteem o controle de varias maneiras:

1. Através da mente: A mente á um dos maiores campos de batalha de Satanás. Se Satanás


pode controlar seus pensamentos, ele controlará suas ações no futuro. A perda de controle
mental eventualmente resulta na perda do poder da vontade, o que leva a ações pecadoras.
Continuar nos pensamentos e ações pecadores pode levar da opressão à possessão, e
finalmente, a uma mente reprovada, como se descreve em Romanos 1, que é uma mente
totalmente controlada pelos pensamentos maus.
Os demônios também ganham o acesso através das drogas, que reduzem a habilidade de
resistir aos demônios e concedem um acesso crescente. Lavagem cerebral ou ensinamento
sobre controle da mente também proporcionam pontos de entrada.

2. Através das ações pecadoras: Os pensamentos pecaminosos são rapidamente seguidos


pelas ações pecaminosas. Por exemplo, o pensamento de adultério se cumpre no ato real do
adultério. O pecado é a rebelião, e os pensamentos e ações rebeldes proveem os pontos de
entrada à atividade demoníaca.

J) Discernindo a presença demoníaca

Para vencer os poderes demoníacos é importante poder reconhecer sua presença e táticas.
O Espírito Santo tem provido aos cristãos um dom espiritual especial para este propósito
chamado de “discernimento de espíritos” (1 Co. 12:10). Uma vez que podem surgir falsas
profecias de espíritos malignos, é necessário haver na igreja cristãos equipados com esse
dom para distinguir o verdadeiro do falso, este último operado por demônios.

Discernir significa “descobrir, avaliar, e fazer uma distinção entre”. O dom de discernir
espíritos permite a um crente que discirna os espíritos que operam em outros. Permite-lhe
descobrir, avaliar e identificar os espíritos malignos.

O dom de “discernir espíritos” é bem importante nos dias de hoje, onde há muitos crentes
que não estudam a Palavra de Deus e consequentemente não sabem tratar com os poderes
demoníacos. Este dom permite ao cristão discernir imediatamente se uma pessoa tem ou não
um espírito maligno que opera através ou contra ele, impedindo que seja enganado pelos

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espíritos mentirosos ou sedutores. Uma pessoa com este dom também reconhecerá as táticas
malignas e os motivos dos poderes demoníacos.

Nem todos os crentes teem este dom espiritual especial de discernir espíritos. Se um crente
tem este dom há sinais da presença demoníaca que podem ser observados. Quando a mulher
cananéia veio a Jesus com um apelo para que Ele expulsasse um espírito imundo de sua
filha, ela disse: “Minha filha está endemoninhada, e está sofrendo muito" (Mt. 15:22).

Como ela sabia disto? Ela sabia pelos sintomas. Detecção é observar o que os espíritos
demoníacos fazem a uma pessoa.

A possessão demoníaca pode ser reconhecida pelos seguintes sinais:

1. Habitação de um espírito imundo - Demonstrada por uma imundícia moral e


asquerosidade. Poderia incluir o desejo de ficar nú. Por exemplo, Mc. 5:2 e Lc. 8:27.
2. Força física excepcional - Uma pessoa mostra força além das capacidades normais. Por
exemplo, Mc. 5:3 e Lc. 8:29.
3. Ataques de raiva - Estes ataques podem ser acompanhados de espumar pela boca. Veja
Mc. 9:14-29 e Lc. 8:26-39.
4. Resistência às coisas espirituais - Nos registros em Mc. 1:21-28 e 6:7, os demônios
reconheceram a Jesus imediatamente e pediram-lhe que os deixassem sós. O medo do nome
de Jesus, da oração, da Palavra de Deus e a blasfêmia excessiva, acompanhada de
contorções físicas e mudança abrupta de conduta quando se mencionam coisas espirituais,
são todos sintomas de possessão demoníaca.
5. Mudanças na personalidade e/ou na voz - Urna pessoa que é normalmente tímida pode
tornar-se agressiva ou violenta. As ações, assim como a aparência, podem ser afetadas. O
caráter moral e a inteligência podem mudar. A voz pode ser alterada. Veja Mc. 5:9.
6. Aflições físicas - Nos casos de possessão demoníaca, estas normalmente parecem mais
serem aflições do sistema mental e nervoso. (Mt. 9:33: 12:22: Mc. 5:4-5). Elas também
podem incluir uma “aflição geral” ou uma mutilação. (Mc. 9:14-29).
7. Lesão física causada a si mesmo - Em Mt. 17:14-21 encontramos a historia de um
homem que se lançava no fogo.
8. Angústia terrível – Lc. 8:28 registra que um homem que chorava devido aos tormentos
internos terríveis causados por sua possessão.
9. Incapacidade para viver normalmente - Lucas 8:27 mostra que este homem não
poderia viver na sociedade, mas poderia viver nas tumbas do cemitério.
10. Através de métodos não bíblicos, a habilidade de predizer o futuro ou revelar o
desconhecido - A mulher em At. 16:16 é mencionada como possuída por um espírito da
adivinhação.

Podem indicar também opressão demoníaca, possessão, ou obsessão:

1. Imoralidade obsessiva, como o envolvimento com a pornografia, adultério, fornicação,


masturbação, homossexualidade, e outros pecados sexuais. As compulsões fortes para comer
desordenadamente, suicídio, automutilação, flagelação e assassinato.

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2. A aflição por drogas ou álcool.


3. Arrebatamentos, visões, e a meditação que não se dirige ou não vem do verdadeiro
Deus.
4. A escravidão às emoções como medo, ansiedade, depressão, ódio, raiva, ciumes,
murmuração, inveja, orgulho, amargor, negativismo e crítica.

K) Expulsão de demônios

A expulsão de demônios ou exorcismo era uma parte normal do ministério de Jesus, que
ordenou a seus seguidores que fizessem o mesmo. Essa ordem nunca cessou, e se faz ainda
mais importante hoje, uma vez que as forças do mal atuam com tanta intensidade no mundo.

Os seguintes princípios veem da prática de Jesus, das Escrituras e da observação e


envolvimento pessoais:

1. Jesus dirigia-se aos demônios e ordenava-lhes que saissem da pessoa (Mc. 1:25; 9:25).
Jesus expulsava-os "com uma palavra" (Mt. 8:16).
Jesus deu autoridade a seus seguidores para usar Seu nome na expulsão de demônios, e usar
isto serve de sinal do discípulo cristão (Mc. 16:17).
O nome de Jesus não é uma formula mágica, e seu uso depende do relacionamento entre o
Senhor e a pessoa que usa Seu nome (At. 19:11-18).
2. Jesus expulsa demônios pelo Espírito de Deus (Mt. 12:28).
Deus ungiu Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder para curar todos os
oprimidos por Satanás (Lc. 4:18-19; At. 10:38).
3. Jesus ensinou a libertar as pessoas do controle de Satanás (Mt. 12:29: Mc. 3:27).
É exatamente isto que significa "amarrar o valente".
4. A oração é arma importante para lidar com demônios.
Quando os discípulos perguntaram por que não podiam expulsar certo tipo de demônio,
Jesus respondeu que muitos tipos só poderiam ser dominados com muita oração (Mc. 9.29).
O jejum é para aumentar a consagração.
5. O poder que o “sangue do Cordeiro” tem sobre Satanás (Ap. 12:11).
Os demônios não gostam de ouvir sobre o sangue de Jesus, e ficam agitados quando é
mencionado.
6. Deus equipou o discípulo cristão com armadura de Deus para batalha espiritual
contra os demônios (Ef. 6:10-17).
7. O Senhor respondeu a Satanás com passagens da Bíblia.
A Palavra de Deus nos foi dada como ferramenta de defesa e de ataque a Satanás (Ef. 6:17;
Hb. 4:12).
8. Devemos ir contra os demônios com ajuda dos céus, não com nossos limitados
recursos terrenos (Ef. 2:6).
9. Devemos reconhecer que a última vitória já foi ganha por Jesus.
Ele veio “para destruir as obras do diabo” (I João 3:8) e “para destruir o poder de Satanás
sobre a morte” (Hb. 2: 14-16). Quando Jesus gritou na cruz "Está consumado", quis dizer
que sua obra redentora estava feita. Quando ressuscitou dos mortos, demonstrou seu poder
sobre a morte, e o sinal foi que muitos santos que morreram, ressuscitaram depois dEle.
Somos vencedores porque somos parte na vitória de Jesus sobre Satanás e seus demônios.

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L) Ministrando a libertação

Aqui estão algumas diretrizes para ministrar a libertação para aqueles afetados pelos poderes
demoníacos:

1) Preparação preliminar do cristão

A fé vem por ouvir a Palavra de Deus. Comece a edificar-se em seu próprio coração lendo o
Novo Testamento e meditando. Jesus disse que você pode liberar os afligidos pelo Diabo,
então espere vê-los livres.

Jesus disse para expulsar os demônios, então faça-o em Seu nome e espere que eles
obedeçam. Aceite o que o Novo Testamento afirma exatamente como ali está. Aceite-o
como verdadeiro, e aja de acordo com seus ensinamentos.

Jejue e ore antes de ministrar. Veja o exemplo de Paulo em At. 28:8. Lembre-se que o poder
e a autoridade para curar veem de Deus, e você deve estar em contato direto com Ele.

Alguns demônios só sairão pela oração e jejum, que aumenta a consagração. Is. 58 ensina
que Deus honra um jejum direcionado a ministrar a necessidades dos outros.

2) Preparação preliminar da equipe de ministração

Sempre que possível, uma equipe de crentes deve ser usada quando expulsando os
demônios. Jesus mandou Seus discípulos em pares para esse ministério (Mc. 6:7).
Isto não significa que não possamos ministrar sozinhos a uma pessoa afetada por demônios
quando a encontra, mas há força na unidade de oração com outro crente. Uma vez que a
força vem da unidade, aqueles que estão unidos no ministério de libertação devem preparar-
se com oração e jejum.
Nos casos de opressão e obsessão (como a depressão, as enfermidades causadas por
demônios), prepare a pessoa que irá receber a ministração. Ela necessita ter sua fé edificada
através da Palavra de Deus para a libertação. Isto pode não ser possível no caso da
possessão.

A fé é um canal para o poder curador de Deus, e “vem por ouvir a Palavra de Deus” (Rm
10:17), e por isto a instrução é importante. Jesus combinou a pregação e o ensinamento da
Palavra de Deus com a cura e a libertação, e disse a Seus seguidores que o fizessem também.

3) Ministração da libertação

O ministério de libertação daqueles afetados pelos poderes demoníacos pode ser feito
durante uma parte regular do culto da igreja. Tal ministério não necessita ser efetuado
somente em sessões privadas. É um ministério válido da igreja.

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Jesus ministrou ao endemoninhado como parte de um culto regular da sinagoga (Mc. 1:21-
25). Sem dúvida, não é necessário esperar até que um culto regular aconteça para tratar com
os poderes demoníacos. Jesus trouxe a libertação quando e onde quer que eles foram
encontrados.

Peça sabedoria e discernimento antes de começar ministrar a libertação. Durante a oração

Deus pode dar nesse momento:

Uma Palavra de Conhecimento - Sobre fatos especificas de urna pessoa ou condição, e


assim você saberá como orar. Uma “palavra de conhecimento” pode incluir um sentido
profundo de conhecimento ou uma impressão em seu espírito, pensamentos, palavras, ou
sentimentos. A “palavra de conhecimento” pode revelar o que a enfermidade é ou por que a
pessoa tem tal condição.
Um Versículo da Escritura - Deus pode dar-lhe uma palavra específica para esta situação,
enfermidade, pessoa, ou grupo.
Uma Visão - São quadros no olho da mente relativos a quem você está ministrando.
Palavra de Fé - Estas são especificamente palavras especiais de estímulo e fé para o
indivíduo.
Uma Unção Especial - Uma infusão súbita de poder, através de uma confiança
sobrenatural.
Um Ato Especial de Fé - Às vezes Deus o levará a dizer à pessoa para realizar um ato
especial de fé que produzirá a libertação.

4. Dirija uma entrevista breve às pessoas (nunca aos espíritos imundos)

Isto não é obrigatório. É optativo e deve ser feito segundo a direção do Senhor. Deus pode
dar palavras específicas de sabedoria sobre a condição da pessoa, e você não necessitará
entrevistá-la.

Se Deus não revelar sobrenaturalmente, não tenha dúvidas em usar a entrevista. Jesus usou
métodos naturais e sobrenaturais. Em certas ocasiões Ele discerniu as condições das pessoas
pelo Espírito Santo. Noutras ocasiões Ele lhes perguntou o que queriam e quanto tempo elas
estavam sendo afligidas. Uma entrevista ajudar-lhe-á a ganhar informações para que você
possa orar especificamente. Também o ajudará a determinar se uma pessoa necessita de
instrução adicional antes de você orar.

Jesus usou entrevistas frequentemente. Ele perguntou o que as pessoas queriam, inquiriu
com respeito a sua fé, e tratou com as forças negativas de incredulidade antes de ministrar a
elas.

Estudemos os seguintes exemplos de Jesus:


• Mc. 5:1-20: Jesus questiona o homem endemoninhado.
• Mc. 8:22-26: Questionando ao homem cego.
• Mc. 9:14-27: Um rapaz com um espírito maligno.
• Mc. 10.46-52: Questionando o cego Bartimeu.

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Pergunte à pessoa, "Qual é o problema?” Ter um pedido para oração é importante. Jesus fez
perguntas semelhantes a muitos que vieram a Ele, fazendo conhecida a sua necessidade.

O pedido é, em si mesmo, um ato de fé que pode por em movimento o processo de


libertação (Tg. 5:14-15). Você necessita só de fatos breves. Você não necessita da história
completa ou da história de uma vida.

Não tente analisar a informação que você recebe. Sua função é orar, não proporcionar
conselho. Alguns casos especiais podem requerer um lugar reservado e mais tempo para
aconselhamento com um conselheiro especializado. Tenha conselheiros disponíveis para
este propósito.

Pergunte à pessoa que receberá oração: “'Você crê que Jesus pode libertar?”
Se ela responde positivamente então pergunte. “Você crê que Jesus o fará agora?”
Se a resposta é “não” a ambas estas perguntas, é necessária uma instrução mais extensa da
Palavra de Deus.

Quando você ministra a uma multidão, não poderá falar com cada pessoa. Deus pode revelar
aflições demoníacas específicas das pessoas no público, ou pode levá-lo a fazer orações em
massa por certas aflições.

Às vezes você pode sentir-se levado a fazer uma oração de libertação geral, ou ter equipe de
crentes no meio do público para ministrar individualmente aqueles que estão afligidos.

É melhor ensinar aos outros crentes como ministrar em lugar de fazer todo o ministério
sozinho. A comissão de Jesus era que “estes sinais acompanhariam aqueles que creem” (Mc.
16:17), não "ao que crê” (singular). A obra do ministério é para ser realizada pelo Corpo
inteiro, não só por um ou dois crentes.

Confie na sabedoria e discernimento que Deus fornece; podemos determinar em que esfera
está o problema:

Esfera Espiritual - Estes são os problemas relacionados com o pecado, e eles requerem um
ministério de libertação e cura espiritual (salvação, arrependimento e perdão de pecados).
Esfera Física - Estes são problemas relacionados com doenças corporais, uma lesão, ou
enfermidade.
Esfera Emocional - Estes problemas incluem os problemas como a ansiedade, medo, ira,
amargura, ressentimento, culpa, dúvida, fracasso, ciumes, egoismo, confusão, frustração,
falta de perdão, e os efeitos emocionais de problemas do passado.
Frequentemente, os problemas emocionais estão relacionados à vida social de uma pessoa.
Eles resultam dos relacionamentos familiares e sociais. A libertação vem para identificar o
problema, pedir o perdão, e perdoar os outros envolvidos.

A maior barreira à cura emocional normalmente é a falta de perdão, e então a cura


emocional inclui a cura dos relacionamentos sociais. Nós somos chamados para ser
ministros da reconciliação (2 Coríntios 5:18-21).

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As pessoas necessitam reconciliar-se tanto com Deus como com o homem, e aqui é onde a
cura emocional ou mental ou interior entra liberando perdão e limpando o coração do ódio,
raiva e iras.

Esfera Mental - São problemas que fluem de pensamentos negativos, ataque de Satanás na
mente, retardamento mental, etc. Ore por cura.

Sempre se lembre que os problemas em uma área afetam a pessoa inteira. Enquanto você
ministra, trate com o homem inteiro como Jesus fez, não só com a aflição demoníaca. O
homem é corpo, alma, espírito. A libertação integral implica o trato com todos estes.

5. Verifique se é o momento de orar

Determine se é ou não o tempo para orar a oração de libertação. Em muitos casos, você
orará, mas em outros, não se surpreenda se o Senhor o dirigir a não orar ou atrasar a oração.
Jesus atrasou na libertação da filha da mulher cananéia e na ressurreição de Lázaro. Ele não
fez muitas obras em Nazaré devido à incredulidade.
O Senhor também pode dirigi-lo para atrasar até que a instrução adicional seja dada, ou seja,
para que as pessoas possam tratar com um problema de pecado, ou receber mais instruções
sobre libertação, etc.

6. Faça a oração de libertação

Faça uma oração de libertação que enfoque o problema específico da influência demoníaca
que você tem identificado. Você não tem que persuadir a Deus para libertar através de sua
oração.

Assim como a salvação já está disponível, o mesmo é verdade na libertação. Assim como a
salvação é baseada na condição de fé, assim é a libertação. Deus quer libertar, assim como
quer salvar.

Ainda que o poder de Deus às vezes esteja presente de uma maneira especial para a
libertação (Lc. 5:17), você ainda pode orar sem uma unção especial para fazê-lo, porque
Jesus ordenou que o fizesse quando entendesse o Evangelho.

Peça aos outros para ajudá-lo a ministrar se você está numa cena de grupo. Há multiplicação
de poder espiritual quando mais pessoas estão orando (Mt. 18:19).

Nos casos de possessão demoníaca, você tem autoridade para expulsar os demônios em
nome de Jesus. Não é a autoridade de seu próprio poder ou habilidade, mas “em nome dele”.
É importante usar o nome de Jesus na oração para expulsar o demônio.

A fé, a oração e o jejum são todos necessários para expulsar os demônios. (Leia Mt. 17:14-
21). É por isso que a preparação preliminar é estimulada nestas áreas: a Palavra de Deus
(Ef. 5:17; Hb. 4:12), o Sangue de Jesus (Ap. 12:11), o Poder do Espírito Santo (At. 1:8;
2:38). Também são ferramentas que Deus lhe tem dado para libertação.

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Gritar aos demônios não é necessário. É sua autoridade no nome de Jesus que faz sair
demônio, e não o volume de sua voz durante a oração de libertação. Sempre proíba os
demônios de voltar a entrar. Esta é uma parte importante da oração de libertação.

"Quando Jesus viu que uma multidão estava se ajuntando, repreendeu o espírito imundo
dizendo: Espírito mudo e surdo, eu ordeno que o deixe e nunca mais entre nele". (Mc. 9:25).

Não passe tempo falando com o demônio, tentando manifestá-lo através das palavras. Jesus
repreendeu os demônios e lhes disse que ficassem calados (Lc. 4:34-35). Lembre-se que
qualquer conversação com os demônios é perigosa, porque há espíritos mentirosos.

8. Louve a Deus pela resposta

Continue a oração com louvor a Deus pela libertação. Lembre-se de que no exemplo bíblico
dos dez leprosos todos foram curados, mas só o que voltou para louvar foi totalmente
curado.

Louve por fé e não por vista. Você tem feito o que a Palavra de Deus orientou para fazer.
Creia que Ele tem feito o que Ele disse que Ele faria. Agradeça-lhe por isso.

Quando os demônios vão embora (quer na possessão ou opressão), haverá um sentimento de


libertação, de alegria, como a retirada de um peso sobre a pessoa.

9) Acompanhamento e discipulado

O acompanhamento é bem importante para aqueles libertados da possessão demoníaca.

Depois da libertação aqueles que estavam possuídos pelos demônios devem ser liderados em
uma oração de confissão, arrependimento, renunciando a qualquer pecado ou envolvimento
conectados com as atividades demoníacas.

Se a pessoa possui qualquer artigo de uso sobrenatural (por exemplo, ídolos, itens de
bruxaria, equipamentos de bruxaria, etc.), estes devem ser destruídos.

Quando um demônio é expelido, ele busca outro corpo através do qual possa operar, pois
fica inquieto e agitado por estar fora de um corpo humano. Jesus ensinou que a saída de
espíritos maus deixa um lugar vazio. Há o perigo de um demônio voltar a sua vitima anterior
acompanhado por espíritos piores que ele (Lc. 11:24-26).

A casa espiritual deve ser preenchida pela experiência do novo nascimento e do enchimento
do Espírito Santo. O acompanhamento para aconselhar e ministrar é necessário.

A pessoa deve submergir na Palavra de Deus e na oração e ser discipulada, tornando-se parte
de uma comunidade de crentes.

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