Sie sind auf Seite 1von 130

P R O JE T O

VIDA SAÚDE

M
ilhões de homens e mulheres se
to rnam pais a cada ano. E todo
pai ou mãe responsável sabe a
importância de estar prepa ra d o
para a tarefa de educar, formar
o caráter e comunicar-se
construtivamente com os filhos.
Este livro ensina como
conseguir isso. Enfatiza a importância dos
pr im e iros anos de vida e insiste no
desenvolvimento do respeito próprio como
fator dete rmin ante do suc es so na vida. É um
livro de leitura agradáv el, com testes de
avali ação de desempenho para pais e fil hos.
A autora é mãe de três filhos e tem larga
experiência como educadora e
c o n fe rencista sobre assuntos conjugais
ée fam
um bileiares.
s t - s e l lSe
e r , ucom
livr mais
o
Felizes no Amor
de 100 mil
e xe m pla res vendidos no Brasil.

Educando
P R O JE

VIDA SAÚDE
T O
Com S
ucesso
Saúde – Novo Estilo de Vida
Jesus – O Melhor Presente Como preparar os
Filhos – Educando Com Sucesso
filhos para uma vida
feliz e vitoriosa

Nancy Van Pelt


Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
F ilh o s
Educando
Com S
ucesso

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
F ilh o s
Educando
Com S
ucesso
Como preparar os
filhos para uma vida
feliz e vitoriosa

Nancy Van Pelt


(Autora de Felizes no Amor )

CASA PUBLICADORA BRASILEIRA


Tatuí - São Paulo

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
Título do original em Inglês:
TRAIN UP A CHILD Agradecimentos
Direitos de tradução e publicação
em Língua Portuguesa reservados para a
Casa Este livro é o resultado dos pensamentos e palavras das mui-
Publicadora tas pessoas que me procur am embusca de co nselho, e também
Brasileira dos especialistas na área de educação dos pais, cujas experiências
Rodovia SP 127 – km 106 e pesquisas clínicas têm-me servido de orientação.
Caixa Postal 34 Sou profundamente grata às seguintes pessoas: Judy S. Coulston,
18270-000 – Tatuí, SP que dirige minha comissão de “métodos e recursos” de forma bri-
Fone (0152) 51-2710 lhante e criativa, e que é uma artista da palavra escrita, muito dinâ-
Fax (0152) 51-281
0 mica; Leslie Morrill, ex-administrador de escola, professor e expe-
riente escritor, por sua contínua boa vontade para ler o manuscrito,
Primeira edição fazer críticas construtivas e encorajar; Dr. Hervey W. Gimbel, notá-
Cinqüenta mil exemplares vel médico de família, porsua inigualável percepção dos fatores que
1996 intervêm nos relacionamentos humanos; Pr. Roger Ferris, por suas
sugestões e seu interesse em promover o estilo de vida cristão para
Editores: Ivacy F. Oliveira e Marcos De Benedicto a família; Richard O. Stenbakken, capelão do exército norte-ameri-
Pr ogra ma ção v i sual : Cleusa Santos cano e conselheiro familiar, pelo material de referência conseguido
Capa:
Foto deArte
capa:& Erlo
PapelKöhler seu estudo
atravé s de suadeexhabilidades
periência; Dr.
que
J ackfoi
Hoehn,
de valiosa
médicoajuda
de família,
para a por
prepara-
ção do tema sobre o respeito próprio; Pr. D. Douglas Devnich, edu-
IMPRESSO NO BRASIL cador, por suas palestras sobre o lar, que me ajudaram a esclarecer
Printe d in Brazil certos pensamentos; Ethel Befus, por sua habilidade como datiló-
grafa; a todos os instrutores e formados do programa Parent Edu -
6257/3289 cation G ui dance , por dividirem comigo suas experiências, e a seus
filhos, por verificarem a eficácia dos princípios ensinados; ao meu
esposo Harry,por seu discernimento e perspicácia, que têm nrique-
e
cido meu pensamento, e por sua paciência durante os meses dedi-
cados a escrever este livro.
Vários profissionais influenciaram minha forma de pensar e têm
confirmado a validez de meus conceitos. Minha homenagem espe-
cial é para o Dr. a J mes Dobson, por seus nume rosos e excelentes li-
vros. Com freqüência, digo que sou “aaior m admiradora doDr. Dob-
son”. Para mim, foi um dia especial quando fui convidada a partici-
par em seu programa de rád io “Focus on the Family”, para falar so-
bre disciplina. Acho que ninguém deu maior contribuição à estabili-
dade da vida familiar do que o Dr. Dobson, através de seu ministé-
rio pessoal, seus programas de rádio, filmes e livros.
Outros autores a quem não conheço pessoalmente mas cujas

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
obras me proporcionaram numerosos conceitos importantes são
Dorothy Corkille Briggs, Rudolf Dreikurs, Thomas Gordon, Clyde Progr ama d e
Narramore, Letha Scanzoni e tantos outros que não é possível men-
cionar. Sendo que escrevi este livro para os pais e não para os eru-
ditos, não menciono asontes
f quando me apóio em algum escritor,
“ Ed u cação d os Fil h os”
mas os que estão familiarizados com suas obras reconhecerão mi- É difícil enfocar de um novo ângulo o tema dos filhos, princi-
nha dependência de seus conceitos srcinais. Sou profundamente palmente quando se deve trabalhar sozinho. Os que participam
agradecida a todos esses profi
ssionais. do Programade “Educação dos Fil hos”Train
( Up a Child ) obtêm
Finalmente, agradeço especialmente ao meu editor e amigo Ri- mais benefícios se podem assistir com seu cônjuge, um amigo ou
chard Coffen, cuja revisão e correção do manuscrito contribuíram um grupo de pais. Se onde você vive não existe este programa, você
para que esta obra possa ser lida com maior facilidade. mesmo pode organizá-lo. Será uma atividade útil e gratificante. Es-
pero que este livro seja seu professor e guia. Sua tarefa será pôr em
prática no lar, com seus filhos, os princípios aprendidos.
O esquema a seguir será útil para você:
1. Estude o mate rial, capítulo por capítulo,na ordem e m que apa-
recem. Lê-los de forma desordenada causará confusão. Complete
todos os exercícios à medida que os encontrar. O curso foi organi-
zado para durar oito semanas:
Semana 1: capítulos 1 e 2 Semana 5: capítulos 6 e 7
Semana 2: capítulo 3 Semana 6: capítulos 8 e 9
Semana 3: capítulo 4 Semana 7: capítulo 10
Semana 4: capítulo 5 Semana 8: capítulos 11, 12 e 13
2. Siga o programa. Muitos pais que decidem mudar sua maneira
de criar os filhos vão em todas as direções ao mesmo tempo. Isso
gera mais problemas do que os resolve. É melhor trabalhar de for-
ma sistemática, um setor de cada vez.
3. Se não quiser fazer os exercícios diretamente no livro, provi-
dencie um caderno ou um bloco de notas para todos os participan-
tes. Cada um deverá ter um exemplar deste livro.
4. Estabeleça um dia da semana para estudar com seus amigos ou
com um grupo de pais. Faça comentários sobre os conceitos mais
importantes, as respostas aos exercícios e as preocupações pes-
soais. As sessões podem durar de uma hora e meia a duas.
5. Antecipe a possível resistência de seu lho.fiDepois de começa
r
a aplicar algumas das idéias apresentadas neste programa, ele até
poderá parecer pior do que antes. Mas isso não é uma evidência de
que o que você está fazendo é errado. O mau comportamento pode
ser apenas a reação de seu filho para obrigá-lo a voltar a tratá-lo da
forma que está acostumado. Talvez ele gostasse da atenção que re-
cebia anteriormente, de modo que continuará insistindo para mudar
as coisas em seu favor. Lembre-se disto: se o comportamento de seu

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
filho piora depois de aplicar um novo método, é sinal de que o mé-
todo está fazendo efeito.ortanto,
P anime-se! Pr ef ác i o
6. Exerça autocontrole nesse período difícil. Arme-se de paciên-
cia para aplicar seu novo método de forma controlada e amigável.
Se ficarnervoso, conte até dez, faça uma caminhada, vá a outrocô- Quando era diretora de Programas Femininos do Centro de
modo da casa, faça o que for necessário para recuperar a calma. Educação da Saúde, na cidade de Calgary, Canadá, reconheci
Quando seu filho compreender que você não continuará tolerando a necessidade de ter um programa sólido sobre filhos. Havia um
seu comportamento inaceitável, ele mudará. grande número de cursos sobre casamento feliz, disciplina, educa-
7. Não tente resolver seus problema
s mais sériosem primeiro lu- ção sexual, comunicação e muitos outros aspectos da vida familiar;
gar. Seu problema mais grave deve ter muito a ver com suas atitu- mas não se encontrava nenhum que reunisse os fatores essenciais
des, valores ou incertezas. Comece a mudança por um setor em que sobre a formação do caráter dos filhos no lar. Assim, comecei a so-
possa ter êxito rapidamente. Esse êxito o incentivará a continuar nhar em produzirum curso que tivesse essa s características.
com o programa. Uma vez que obtiver sucesso nessa área mais sim- Depois de pesquisar durante meses, reuni os resultados de meu
ples, poderá continuar com objetivos mais difíceis. estudo em um programa que batizamos com o nome de Guia Para a
8. Tenha ânimo. Não desanime depois de um curto período de Educação dos Pais. A espantosa resposta do público e o sucesso
tentativas. Assim como o comportamento inaceitável de seu filho das classes deram o impulso necessário para escrever esta obra.
não apareceu da noite para o dia, o novo comportamento não será Preparei o ivro
l pensando emtrês grupos de leitores. Primeiro, so
aprendido em poucos dias. Assim como seu filho precisou de tem- jovens que se preparam seriamente para o casamento e a educação
po para aprender o antigo comportamento, também precisará de dos filhos. A prevenção dos problemas antes que eles se apresentem
tempo para esquecê-lo. Cada dia será uma nova oportunidade de ter é o melhor método deducação
e familiar.
Em segund o lugar, os pais
êxito com seu filho. Aceite seus fracassos e avance valorosamente. que criam seus filhos sem problemas graves. Muitos pais pensam
Você
cilidade.
não pode tirar
Vocêpode mudavantagens
r seu pr óprde
i o seus erros
comport seose
ament e odesanima
de seu com fa-
de, se
que as irritam
coisas estão
ao veracontecendo
o resultado satisfatoriamente;
de sua educação familiar.
porém, mais
Nestatar-
filho! O segredo é dedicar-se a essa tarefa. obra, procuro oferecer ajuda aos pais e mães, para que ampliem
9. Seja humano e permita-se cometer erros. Seu filho pode acei- seus horizontes no lar e notem possibilidades que não tinham cap-
tar suas imperfeições e, mesmo assim, amá-lo e respeitá-lo. Não tado em sua re lação com seus filhos. Já existe um grand
e número
existem pa is perfeitos. de lares medíocres com filhos medíocres. Em terceiro lugar, os pais
10. Se deseja continuar com o programa de estudos, coloque seu que estão aflitos e desanimados porque não realizaram o sonho de
nome e a data de hoje nos lugares correspondentes. Você nunca se ter um lar feliz. Espero que esta obra contribua para guiar os pais
arrependerá de ter feito esse esforço. desiludidose os ajude a er solver seus problemas.
Finalmente, preparei este livro para que seja utilizado como guia
em cursinhos para pais que procuram m elhorara relação com seus
Quero participar do Programa de Educação dos Filhos, durante um filhos. Em vários países, já começaram a funcionar classes de edu-
período de oito semanas a partir da data indicada, para melhorar minhas
cação para pais, sob a direção de professores competentes. Quando
atitudes como pai ou mãe e enriquecer minha relação com meu filho. se remediam as dificuldades em seu ponto de srcem, o lar, também
se combatem eficazmente vários males sociais, como a delinqüên-
cia juvenil, o divórcio e o uso de drogas.
___________________ _________________________________ Desejo sinceramente que esta obra contribua para aumentar sua
Data Assinatura compreensão e alegria na educação dos lhos.
fi

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
Su m ár i o
Prefácio
1. Fendas perigosas no círculo familiar 12

2. Um sentimento básico: oes


r peito própr
io 22

3. Benefícios da comunicação adequada 54

Dedicatória 4. As recompensas da disciplina 78

5. A formação do caráter de seus filhos 10 4

Aos meus três maravilhosos filhos: 6. Como m


anter as elações
r entre pai
s e filhos 138
Carlene,
Rodney 7. O papel dos pais na prevenção das drogas 16 8
e Mark
8. Rivalidade e harmonia entre irmãos 17 8
que, sem dúvida, me fizeram colocar em prática
9. A alimentação: deixe sua fam
ília saudáve
l e feliz 18 4

as coisas que ensino. 10. Educaçã


o sexual positi
va 19 4

1 1. A responsabilidade dos pais 20 8

12. Tire vantagem de situações sociais desvantajosas 234

13. União e companheirismo em família 24 8

Chave de es
r postas 25 4

Bibliografia 25 5

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
Capítulo 1

Fe n d as p er igos as
n o c ír cu lo f am il iar
O evangelista Billy Graham conta o caso de uma jovem que fi-
cou gravem
ente ferida num acidente autom
obilístico. Em seus
últimos momentos, disse a sua mãe: “Mamãe, você me ensinou tudo
o que eu precisava para viver bem; como acender um cigarro, como
segurar um cálice de vinho e como ter relações sexuais sem ficar
grávida. Mas nunca me ensinou a morrer. Ensine-me agora, mamãe,
porque eu estou morrendo.”
A polícia deteve um rapaz de 17 anos por ter cometido um cri-
me e o enviou para um centro de detidos até chegar sua hora de
ser julgado. De repente, o adolescente ficou furioso, sem controle.
Arrancou um pedaço de cano e quebrou todas as janelas do lugar
onde estava. Passou quatro horas quebrando tudo o que via pela
frente, até que a polícia resolveu detê-lo com a ajuda de gases la-
crimogêneos. Quandohe l perguntaram por que havia agido daque-
Keystone
la forma insensata, ele respondeu:
Não“ tenho nada para perder. áJ

Res umo do capítulo III. Quase todos podem ser pais 1. Relações humanas 1. Uma resposta diferente dos
A. Não requer licença 2. Motivação pais pode mudar
II. Estrutura da família em B. Pais sem preparo 3. Comunicação o comportamento do filho
perigo 1. Não entendem: B. Os pais podem aprender as 2. Todos os pais cometem erros
A. Educação deficiente dos pais a. a paternidade técnicas apropriadas a. Não devem continuar
B. Exemplo deficiente dos pais b. a disciplina 1. As bases da formação do errando.
C. Ideais deficientes dos pais c. a edificação do caráter caráter b. Podem aprender a
d. a comunicação 2. A comunicação eficaz melhorar.
II. Os tempos mudam, mas não 2. Erros involuntários 3. A disciplina correta 3. Deus acompanha os pais.
as relações humanas C. Não suportam o C. A mudança começa em nós
familiares comportamento infantil
A. Os filhos precisam dos pais D. Muitos pais não entendem a
B. Os filhos precisam de si mesmos
direção
C. Os filhos precisam de apoio IV. Os pais precisam mudar
1. Apoio físico A. As ciências do
2. Apoio emocional comportamento ajudam,
fornecendo informação sobre:

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
14/Fi lhos–edu can docomsu cesso Fen dasper i gosasn ocír cu lofam i li ar / 15
perdi até quem podia me deter: meus pais.”
Outro rapaz escreveu o seguinte: “Vou dizer por que nós, os ado-
lescentes, nos atiramos em bebidas alcoólicas e nos envolvemos
com mulheres. Vocês, os pais, começam guerras e dão um mau
exemplo em relação aos assuntos morais e à honra, e esperam que
nós, os filhos, nos comportemos como anjos. Estamos apenas imi-
tando o que vocês fazem. Por que não fazem o que dizem?”
Uma jovem ficou muito abatida no consultório de um psicólo-
go. “Sou agarota mais azarada deste mundo”, a se
el queixou.“Vo u
t r a ba l h ar, volto para casa, e não tenho qualquer razão para viver.
Muitas vezes, tenho que intervir para que meus pais não briguem
e para impedir que meu irmãozinho bata em minha irmã.” Ela co-
meçou a chorare continuou: “Tínhamos um lar feliz. Meu pai nos
levava à igreja, e nós nos entendíamos bem. Mas aconteceu algo
com meu pai. Ele se cansou da vida e se aborreceu com mamãe.
Assim, começaram as brigas. Ele passou a beber e ela a sair com
outros homens. Agora, detesto ficar em casa, mas preciso ficar
para impedir que os membros de minha família se destruam.”
Pais mode
rnos preci
sam m
udar
Na verdade, os tempos mudaram, mas não as relações humanas
que constituem as raízes da formação do caráter. Os filhos ainda
precisam
eles desdedos
o nascimento
pais, porquepermitem
as relações
que afetivas
adquiramquepadrões
mantêm quecom
os
tornarão seres normais. As crianças precisam de direção, disci
plina,
apoio e ânimo para crescer, amadurecer e tornar-se pessoas inde-
pendentes da famíli
a, adultosautônomos.
Mas a Natureza é um pouquinho descuidada no que se refere a
quem pode ser pai ou mãe. Ter um filho, dentro ou fora do casa- filhos. Além disso, aturam as queixas dos pequenos que se belis-
mento, não requer uma licença ou um exame. Há casais jovens cam ou brigam por determinados brinquedos. Ainda que os pro-
que têm muitos filhos sem ter os conhecimentos necessários blemas mudem, nunca terminam, e os pais lutam para fazer o me-
para serem pais responsáveis, discipliná-los, formar seu caráter l ho r. Gastam tempo, energiae dinheiro. Não negam qualquer es-
ou comunicar-se construtivamente com eles. Esses pais não co- forço: compram bons alimentos e boas roupas para a família, e
metem erros intencionalmente, mas seus filhos sofrem as conse- os melhores brinquedos. Apesar de suas boas intenções, alguns
qüências. Milhões de homens e mulheres se tornam pais a cada sofrem com a conduta de seus filhos, que podem ir mal nos estu-
ano. Uma de suas tarefa s mais difíceis é pegar uma criatura total- dos, responder com atrevimento ou ser desobedientes. Além dis-
mente indefesa e assumir plena responsabilidade de criá-la para so, podem se queixar, fazer birra e xixi na cama ou discutir. Po-
que se torne discipl
inada e independe nte, útil à sociedade. No en- dem parecer preguiçosos, indispostos a cooperar e desrespe
ito-
tanto, muitos pais continuam formando seus filhos aos trope- sos. Pode ser que exijam atenção, que briguem entre si e que co-
ções, deixando-os abandonados aos seus próprios recursos ou loquem à prova a paciência dos pai s.
fazendo-os receber o conhecimento que puderem da leitura de li- Os pais com boas intenções podem perguntar: “Como meus filhos po-
vros sobre o tema. dem ser tão desobedientes, apesar dos meus esforços para ajudá-los?”
A maioria dos pais se esforça para ajuntar as coi sas espalhadas Outros pais ouvem falar do aumento da delinqüência infantil,
pela casa e suportar os gritos estridentes de “Não, não” de seus do uso de drogas, das doenças sexualmente transmissíveis e

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
16/Fi lhos–edu can docomsu cesso Fen dasper i gosasn ocír cu lofam i li ar / 17

Teste para pais e mães (3) Deixa de trabalhar e 11. Os pais costumam se
brinca com ele. culpar pelo comportamento
Você é competente como pai ou mãe? Este teste o ajudará a (4) Trata de descobrir o dos filhos, o que está
descobrir isso, mas não o leve muito a sério. sentimento que há por certo, porque o caráter de
Há poucas respostas totalmente certas ou erradas, mas uma é mais cer- trás da queixa. uma criança depende…
ta que as outras. (1) da herança.
Se tem filhos no lar, responda cada pergunta da forma como 8. Se seu filho mudasse o (2) dos métodos adequados
agiria agora, e não como pensa que deveria agir. Se tem planos de ser pai canal da TV enquanto você de educação.
ou mãe algum dia, responda às perguntas da forma que, em sua opinião, estivesse assistindo ao seu (3) do exemplo dos pais.
funcionaria nas programa favorito, o que (4) do temperamento
situações citadas. Faça um círculo ao redor do número da resposta que diria? individual e do
considera mais correta. Marque apenas uma resposta. (1) “Fico irritado quando tratamento dos pais.
alguém interrompe meu
1. Você está na sala de (3) Passa mais tempo com programa favorito, 12. Para inculcar bons traços de
espera de um consultório ele. porque é meu único caráter nos filhos, os pais
de um pediatra. O que faz (4) Fala com seus amigos. momento de descanso.” devem desenvolver:
durante a espera? (2) “Tenha um pouco mais (1) excelência moral.
(1) Vigia seu filho. 5. A melhor maneira de de consideração e (2) boa personalidade.
(2) Conversa com formar sentimentos de coloque no canal que (3) talentos e dons.
alguém. valor e dignidade em seu estava.” (4) boa disposição e
(3) Lê uma revista. filho é… (3) “Coloque já no meu individualidade.
(4) Lê uma revista sobre (1) deixar que as coisas programa ou você se
filhos. aconteçam naturalmente. arrependerá de ter 13. O melhor modo de
(2) falar e escutar mais. mudado de canal.” desenvolver um
(4) “Você não está vendo, comportamento
2. pode
O melhor
dar apresente que você
seu filho é… (3) tempo
aproveitar
que melhor o
passa junto cabeça-de-bagre, que responsável e melhores
(1) respeito. com ele. estou assistindo a um hábitos é…
(2) amor. (4) ajudá-lo a se sentir programa especial?” (1) deixar que as coisas
(3) disciplina. especial, amado e aconteçam naturalmente.
(4) aproveitar melhor o seguro. 9. Se você chama seu filho (2) estabelecer regras
tempo juntos. para almoçar e ele continua conseqüentes.
6. Quanto tempo você gasta brincando, o que você faz? (3) os pais darem amor e
3. Muitas vezes, quando por semana conversando a (1) Pega-o a força. exemplo.
precisa de conselhos sobre sós com seu filho? (2) Ameaça-o. (4) recompensar o
filhos, você procura… (1) Mais de uma hora. (3) Chama novamente. comportamento positivo
(1) ninguém. (2) 31 a 60 minutos. (4) Deixa-o sem almoço. e ignorar o negativo.
(2) amigos e parentes. (3) 11 a 30 minutos.
(3) livros e palestras. (4) 10 minutos ou menos. 10. Se o seu filho faz birra, o 14. A melhor forma de
(4) alternativas 1 e 2. que você faz? controlar a escolha de
7. Se o seu filho se queixar de (1) Não dá atenção. amigos de um filho de 17
4. Se o seu filho chora que não há ninguém para (2) Faz o mesmo, anos é…
com freqüência porque as brincar com ele e nada para imitando-o. (1) convidar os amigos para
crianças da escola não fazer, o que você faz? (3) Deixa-o de castigo, sem sua casa.
gostam dele, o que você faz? (1) Manda-o brincar no poder fazer as atividades (2) mudar-se de cidade.
(1) Ajuda-o a ter uma quarto. de que gosta. (3) restringir privilégios.
habilidade especial. (2) Dá-lhe um trabalho (4) Dá umas boas (4) proibir que ele se junte a
(2) Fala com a professora. qualquer. palmadas. amigos duvidosos.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
18/Fi lhos – educan do com su cesso Fendas pe ri gosas no cír culo fami li ar / 19

15. Se um filho de 15 anos próprios problemas. (1) “Nunca perguntei essas (1) aumenta as
insistir em não arrumar seu (2) amar todos os filhos coisas a meus pais preocupações e
quarto ou ajudar nas tarefas igualmente. quando era criança.” tensões dos pais que
do lar, o que você faz? (3) escutar ambas as partes (2) “Vá perguntar a sua mãe não estão preparados
(1) Arruma o quarto e faz as antes de castigar. (ou a seu pai).” para criá-lo.
tarefas do lar. (4) proteger os filhos mais (3) “Dormimos. Por que fez (2) diminui a satisfação
(2) Aplica o método das novos dos que têm mais essa pergunta?” material, especialmente
conseqüências naturais. idade. (4) “Às vezes, dormimos e, durante a adolescência.
(3) Faz uma “declaração em às vezes, nos amamos (3) dá mais alegria às
primeira pessoa” dos 19. O regime alimentar que o de uma forma especial, e mulheres do que aos
seus sentimentos. Criador nos deu consiste queremos um lugar homens.
(4) Procura motivá-lo com de… tranqüilo para fazer isso.” (4) aumenta
um sistema de contrato (1) carne bovina e aves. automaticamente a
que permita manipular os (2) grãos, legumes e 22. O nascimento de um satisfação do
privilégios. castanhas. filho… casamento.
(3) frutas e verduras.
16. O melhor meio de impedir (4) alternativas 2 e 3 estão A pontuação deste teste está página
na 254
.
que um adolescente se certas.
envolva com drogas é…
(1) proporcionar-lhe 20. Se o seu filho de sete dos que abandonam seus estudos. Pensamentos inquietantes
segurança de uma vida anos pergunta de onde vêm cruzam sua mente. “Estou fazendo um bom trabalho? Será que
familiar cheia de amor e os bebês, o que você dei a meu filho toda a ajuda de que ele necessita para enfrentar
bem adaptada. responde? essa confusão?”
(2) colocá-lo num colégio (1) “O bebê se forma Os pais da atualidade precisam mudar, mas continuam con-
cristão. quando o papai coloca o
(3) escolher seus amigos pênis na vagina da fiando nos
blemas mesmosque
familiares métodos de criar
seus pais os filhos
e avós e resolver
usaram. Talvezosnão
pro-sai-
com cuidado. mamãe. Em certos dias
(4) conhecer os sintomas do mês, ela pode ficar bam que as ciências do comportamento humano reuniram várias
físicos relacionados com grávida e o bebê informações sobre as relações interpessoais, motivação e comu-
o uso de drogas. começa a se formar nicação. Mas, além de informação e princípios, os pais precisam
dentro do útero.” de ajuda para desenvolver métodos que sejam úteis e práticos em
17. Existe uma relação direta (2) “Quando os pais querem seu próprio lar.
entre a alimentação um bebê, eles se amam Este livro ensina métodos para aplicar a disciplina eficaz com fa-
deficiente e a delinqüência. de uma forma especial e
Desta lista, o que pode ser têm um.” cilidade. Enfatiza a importância da formação do caráter dos filhos
o resultado de uma (3) “Vou lhe contar quando durante os primeiros cinco anos de vida e insiste para que o respei-
alimentação deficiente? você tiver mais idade. to próprio se torne o fator determ
inante do êxito na vida.untam
J en-
(1) Problemas para ler. Lembre-se de me te com os elementos essenciais da formação do caráter, ensina a
(2) Hiperatividade. perguntar novamente.” forma eficaz de se comunicar com os ilhos
f de todas as idades, e de
(3) Fugir de casa e atos de (4) “A cegonha traz os discipliná-los. Os pais que dedicarem tempo à leitura, à compreen-
vandalismo. bebês.” são e à aplicação cuidadosa dos métodos e princípi os aqui apresen-
(4) Todas as alternativas
estão certas. 21. Seu filho de cinco anos tados serão ricamente recompensados ao ver como seus filhos ama-
pergunta o que você e seu durecerãosatisfatoriamente.
18. A melhor forma de encarar cônjuge fazem quando Mesmo que eu não possa oferecer respostas aos casos indivi-
a rivalidade entre estão com a porta do duais de cada pai e mãe, nada pode ser mais prático do que as ati-
irmãos é… quarto fechada. O que você tudes e os princípios recomendados aqui. Se você permitir que
(1) deixá-los resolver seus responde? essas atitudes façam parte de seu comportamento em relação a

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
20/Fi lhos – educan do com su cesso Fendas pe ri gosas no cír culo fami li ar / 21
seus filhos, as coisas aprendidas serão valiosas à medida que as os lares, pode também destruir as nações. A despeito de quase to-
incorporar na vida e as aplicar nas diversas situações que se das as pessoas ignorarem as intenções do inimigo de Deus, ele tra-
apresentarão em sua família. balha no lar para confundir, enganar e seduzir seus integrantes,
Se as mudanças são necessárias, devem começar por nós. Isso para destruir as famílias.
vale para qua lquer relacionamento: entre pa i e filho, entre esposo e
esposa ou entre amigos. A psicologia social descobriu que, quando Resultados eternos
alguém altera sua resposta habitual a uma situação estruturada, Deus, que está preocupado com o bem-estar de todas as famí-
essa mudança pode transformar a situação toda. Por exemplo, se lias, convida os pais sinceros a defender seus lares; e, se eles es-
você responde de uma forma diferente da costumeira diante de um tão edificados sobre sólidos fundamentos, não precisamos temer
comportamento de seu filho, haverá alterações. Esta é a base da o futuro. O fator fundamental que determina a imagem na qual se
educação dos pais: promover mudanças nas atitudes e no compor- desenvolve a criança depende da imagem que os pais projetam.
tamento dos pais em relação a seus filhos. Você se identifica com Deus ou com o inimigo?
É provável que muitos leitores reflitam: “Como eu gostaria de
ter tido essa informação há alguns anos ! Priscila já tem dez an os,
e posso ver os erros que cometi durante seus anos de formação.
Não quero repeti-los com Patrícia, minha caçula.” Você não deve
se sentirculpado nem se martiri zar pelos erros do passado. Voc ê
poderia ter doutorado em psicologia e, ainda assim, cometer
muitos erros na educação de seus filhos – como o psicólogo que
tinha seis teorias sobre educação dos filhos, mas não tinha fi-
lhos; e, quando teve seus seis filhos, ficou sem qualquer teoria.
Apesar de muitos de nós não termos recebido qualquer instrução
sobre a arte de ser pais, ainda assim fazemos um trabalho bastan-
te satisfatório, e é de se adm irar que nossos filhos saiam com tão
poucos defeitos.
Os sentimentos de culpa não produzem bons pais, e o fato de
você ter-se proposto a ser melhor pai ou mãe demonstra que real-
mente se preocupa com seus filhos. Os pais negligentes poucas
vezes realizam esse esforço, ou o fazem quando já é tarde de-
mais. Então, não lamente seus fracassos, nem se reproveol-se v
tar a cometer erros que julgava superados. Reforce seu respeito
próprio, lembrando-se das vezes em que teve sucesso como pai
ou mãe. Reconheça seus erros, mas faça-o de tal maneira que não
coloque seu valor pessoal em risco. Isso o ajudará a manter o
bom ânimo. A perfeição na arte de ser pai ou mãe é um alvo que
não se pode alcançar. No entanto, é possível fazer melhorias ne-
cessárias. Por isso, procure fazer as mudanças pouco a pouco, e
aprenda a utilizar os princípios apresenta dos neste livro.Semdú-
vida, você precisará de tempo para fazê-lo, mas cada pequena vi-
tória será um passo dado na direção certa. Alegre-se quando ado-
tar um novo método no relacionamento com seus filhos e tiver
bons resultados.
Desde o dia emue q o pecado entrou no mundo, o obj etivo de Sa-
tanás é destruir a família e o lar, porque ele sabe que, desfazendo

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
Capítulo 2

Um sen tim en to
b ási co : o r esp ei t o
próprio
Ele era o quarto de oito filhos nascidos numa família de imi-
grantes polonese
s que foi para o M
ichigan, nos Estados Unidos,
quatro meses antes de seu nascimento. O pai trabalhava no Departa-
mento de Saúde da cidade e a mãe era lavadeira. A família se mudou
várias vezes durante os primeiros anos. Os tempos eram difíceis e
seus sonhos de encontrar uma vida melhor começaram a se desfazer.
A mãe morreu quando o garoto tinha apenas 12 anos de idade, pou-
co depois do nascimento do oitavo filho. Ela era a única pessoa que
podia se preocupar
o garoto com ele, eera
se viu abandonado quem ele
rejeitado. Seumais
paiamava. Nessa idade,
nunca tentou ajudá-
Keystone
lo. Sobrecarregado com seus próprios problemas, o pai continuou

Res umo d o capítulo IV. Desenvolvimento do momento inadequado 6. Chora com facilidade
II respeito próprio 2. Inconformismo com o sexo do 7. Fica tensa
III. Quem se sente inferior? A. Deve ser aprendido filho
A. Quase todos B. Deve ser conseguido 3. Conceitos errados sobre IVII. Correção do autoconceito
B. O alto preço C. Deve ser experimentado comportamento sexual A. Admita a faltade aceitação
C. Felicidade e auto-imagem 4. Responsabilidades B. Identifique a causa
IV. União de três sentimentos adicionais C. Peça perdão a seu filho
III. O respeito próprio A. Cada criança deve se sentir 5. Falsas expectativas D. Peça perdão a Deus
A. É amar a si mesmo única 6. Atitudes da família E. Ajude-o a desenvolver uma
B. É aceitar a aparência B. Deve sentir que pertence 7. Pressões sociais especialidade
pessoal C. Deve se sentir amada D. Sintomas da rejeição F.Aceite-o verbalmente
C. Não é egoísmo 1. A criança vacila diante de uma
VI. O problema da rejeição decisão VIII. O autoconceito pode mudar
III. Origem dos sentimentos A. Os falsos valores 2. Ela se fecha em si A. Aprecie sua dignidade
negativos destroem a auto-estima mesma pessoal
A. A auto-imagem se forma na B. Obstáculos ao respeito 3. Precisa de carinho B. Veja a si mesmo como
infância próprio 4. Comporta-se mal Deus o vê
B. Humilhação e C. Causas da rejeição 5. Esforço excessivo para C. Faça uma avaliação
desvalorização pessoal 1. Nascimento num agradar

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
24/Fi lhos–edu can docomsu cesso Umsen ti m en tobási co:or espei topr ópr i o/ 25
indiferente às necessidades da família. Com o tempo, casou-se nova- notícia com muito interesse. Esse homem solitário e pouco sociável foi
mente e a família se estabeleceu numa pequena granja. muitas vezes à Exposição. Algumas vezes se sentava e escutava os con-
A infância do garoto foi muito pobre do ponto de vista afetivo. certos de ohn
J Phillip Souza. Muita gente o viu, mas ninguémse lem-
Ninguém se preocupava com ele. Por isso, recolheu-se a uma vida brou dele. Estudava cuidadosamente todas as notícias que os jornais
solitária, cheio de ódio de me si smo e insat isfação pessoal. Com cin- publicavam sobre a visita do presidente. Nessa época, fez seus prepa-
co anos e meio de estudos, acabou se tornando o estudioso da famí- rativos com grand e calma. Comprou um revólver e ensaiou uma forma
lia. Fechou-se no silencioso mundo dasistas rev e jornais e tornou-se de envolver a mão com um pano para camuflar a arma.
muito tímido. Não tinha amigos íntimos, com exceção de um irmão. Amanheceu o dia 6 de setembro. Era um dia quente e ninguém
Era muito limpo e organizado, e tinha verdadeira repugnância da prestou atenção a esse homem de baixa estatura e bem vestido com
crueldade, m esmo que fosse contra um nseto.
i Pegava as moscas que traje cinza. O presidente cumprimentou as pessoas durante dez mi-
entravam em sua casa e as levava para fora, dando-lhes a liberdade. nutos. Sete ou oito minutos depois, aquele jovem se aproximou do
Com 13 anos, começou a trabalhar numa fábrica de garrafas; depois,presidente. Enquanto milhares de pessoas ouviam uma sonata de
trabalhou numa fábrica de arame . Por causa de suaida v solitária, tinha Bach, o homem estendeu sua mãe esquerda. O presidente viu que
dificuldades para fazer amigos de ambos os sexos, para estabelecer re- sua mão direita estava “enfaixada” e o cumprimentou com a esquer-
lações duradouras, especialmente com as mulheres. nhaNãonenhu-
ti da. O assassino desviou com um golpe a mão do presidente e dispa-
ma amiga especial. Era relativamente baixo de estatura e magro. rou duas vezes através do pano.
Era um bom trabalhador, mas não se sociabilizava. Nunca bri- No começo, parecia que o presidente William McKinley iria se re-
gava, mas se isolava para ler os jornais e revistas radicais dos cuperar, mas morreu oito dias depois, sussurrando as palavras de
quais havia aprendido a gostar. Também assistiu a muitas reu- um hino: “Mais perto quero estar, meu Deus, de Ti.” O julgamento de
niões políticas. Interessou-se definitivamente pelas doutrinas Leon F. Czolgosz acontece u quatro dias depois do funeral de McKi n-
anarquistas. Seu trabalho era rotineiro e sua vida tão fria como ley. Durouapenas oitohoras e me ia. O corpo de uj rados deu seu ve-
o arame que fabricava. redicto apenas 34 minutos depois de ter se reunido. Às 7h12 da ma-
Com 25 anos, sua personalidade mudou completamente. O traba- nhã, 53dias depois de ter assa ssinado McKinley, Czolgosz foipreso
lhador de fábrica, que aparentemente tinha boa saúde e levava uma a uma cadeira elétrica de uma prisão estadual e eletrocutado.
vida normal, se transformou num homem mau, pálido e agitado. Czolgosz tinha escutado McK inley falar a uma multidão de mil 50
Nessa mesma época, abandonou o trabalho e foi para a granja do pessoas na Exposição no dia anterior ao do assassinato. Na corte,
pai, onde passava muito tempo dormindo. Quando estava acordado, disse: “Vi muitas pessoas que o saudavam, se inclinavam diante dele
dedicava seu tempo lendo propaganda anarquista. Os medicamen- e o honravam, e isso não era justo.” Em sua cela, antes da execução,
tos que lhe receitaram para aliviar certos sintomas foram inúteis. escreveu sua confissão: “Eu o matei porque tinha que levar a cabo
Sua condição mental continuou se deteriorando. Todos os dias, meu dever. Não creio que um só homem deva receber tanta atenção
mostrava seu desespero. Queria que o deixassem só. Brigava fre- e outro homem não receber nada.”
qüentemente com a madrasta e se tornava cada vez mais fechado e Ninguém havia respeitado, amado, estimado ou prestado atenção
irritado. Começou a comer sozinho qua no rto, separado do resto da a Czolgosz, e ele destruiu a vida de um dos presidentes mais ama-
família. Uma necessidad e anormal de sensa cionalismo, certa vez, o dos dos Estados Unidos até o ano de 1901.
levou a ler cada noite, durante semanas, um relato sobre um assas- Mesmo que nem todas as crianças descuidadas e rejeitadas se tor-
sinato que foi publicado num jornal. nem assassinas, podemos garantir que terão problemas com seus
Com 28 anos, decidiu sair da granja. Perambulou por diversas ci- sentimentos de dignidade pessoal. Pode ser que nem todas respon-
dades, sem um propósito defini do, assistindo a mais reuniões anar- dam de forma tão agressiva como Leon Czolgosz, mas em todas as
quistas. O oglpe final em seu respeito própri o foi dado quando resol- partes vemos resultados dos que se sentem inferiores. A dúvida
veu se unir a um desses clubes, mas fui rejeitado. Seu conceito de quanto à própria capacidade e os sentimentos de impotência colo-
fracasso e o ódio de si mesmo criaram raízes profundas. cam travas numa pessoa pelo resto de sua vida. Por que há tanta
Certo dia,eu l em um jornal que o presidente dos Estados dosUnipla- gente que odeia a si mesma? Os pais não compreenderam a forma
nejava assistir à Exposição Pan-americana em Búfalo, nos primeiros adequada de estruturar o ambiente de seus filhos de tal forma que o
dias de setembro, e cumprimentar pessoalmente as pessoas. Leu essarespeito própriose desenvolvesse.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
26/Fi lhos–edu can docomsu cesso Umsen ti m en tobási co:or espei topr ópr i o/ 27
Quem se sente inferior?
Auto-avaliação para adultos Quase todas as pessoas têm sentimentos de inferioridade. Vemos
evidências dessa tragédia das massas em todas as partes: no bairro,
Esta auto-avaliação mede seu nível auto-estima.
de Responda àsperguntas de na igreja e na escola. Os sentimentos de inferior
idade são evidente
s
acordo com o que você realmente sente ou como se comporta, e não como acha nas crianças, mas se tornam mais intensos na adolescência. Muitos
que deveria agir. Siga a escala de pontuação. adolescentes ficam aborrecidos com sua identidade, sua aparência
0 = Discordo e suas realizações.
1 = Discordo em parte Mas os adolescentes não estão sozinhos nisso. Há gente de todas
2 = Concordo mais do que discordo
3 = Concordo em parte as idades que tem problemas particulares de inferioridade. Um ga-
4 = Concordo roto de cincoanos se dá conta do quanto é importante rapa
os adul-
( ) 1. Não penso que ninguém seja melhor que eu.
tos que o rodeiam. Muito s adultos têm profundos sentimentos de in-
( ) 2. Não me preocupo com vergonha, culpa e censura. ferioridade. Também há pessoas de idade avançada que sofrem de
( ) 3.Soufeliz. inferioridade num mundo em que se valoriza a juventude e a beleza.
( ) 4. Não preciso mostrar que sou bom ou melhor que os outros. As doenças do coração e de pressão alta fazem grandes estragos
( ) 5. Não necessito que as pessoas me observem. na atualidade. Porém, existe um mal que destrói ainda mais vidas
( ) 6. Perder não me afeta ou faz com que e u me sinta inferior aos humanas. A falta de respeito próprio afeta mais gente, incapacita
outros. mais a vida e inutiliza mais gente que a pior enfermidade física.
( ) 7. Sinto-me bem e tr anqüilo quanto a m im. Vamos fazer uma aplicação prática. A felicidade futura de seu fi-
( ) 8. Não acho que outras pessoas são melhores do que eu porque
fazem outras coisas ou têm outras habilidades. lho depende da fotografia mental que ele tem de si mesmo. O con-
( ) 9. Faço amizade facilmente, mesmo com estranhos. teúdo completo deste livro tem que ver com isso. O que seu filho
( ) 10. Sempre falo de minhas idéias, gostos e desgostos. sente sobre si mesmo determinará seu sucesso ou seu fracasso em
( ) 11. Não me incomodo com a opinião ou atitude dos outros. tudo na vida. Aforma de pe rceber a si mesmo influenciará sua con-
( ) 12. Não preciso de e logios para me sentir bem. duta e suas notas escolares; também exercerá influência em sua es-
(
(
)
)
13. Alegro-me com a vitória dos outros.
14. Não penso estar falhando com minha família, amigos e outros. colha de amigos de ambos os sexos, da escola ou da profissão. In-
( ) 15. Não acho que devo agradar sempre os outros.
fluenciará na forma como perceberá as questões morais e os assun-
( ) 16. Sou aberto, honesto e não tenho medo de deixar as pessoas tos espirituais. Em resumo, o conceitoque tem de si mesm o exerce-
me verem como realmente sou. rá influência sobre todas as decisões que tomar.
( ) 17. Sou amigo, espirituoso e generoso com os outros. O propósito deste livro é apresentar as abarcantes ramificações
( ) 18. Não critico outras pessoas por causa de erros e problemas do desenvolvimento do conceito que seu filho forma de si mesmo.
meus. Ao ler os capítulos seguintes, você notará que cada palavra, ação e
( ) 19. Gosto de ficar sozinho. método que você aplica atualmente à educação e formação de seus
( ) 20. Posso receber presentes e elogios sem me sentir obrigado a filhos edifica ou destrói a imagem que cada um tem de si mesmo.
retribuir.
( ) 21. Admito erros e fa lhas sem me e nvergonhar.
( ) 22. Não vejo necessidade em defender o que penso, digo ou faço. O enga
noso conc
eito de den
i tidade própria
( ) 23. Não preciso que outros concordem comigo ou sempre digam Pesquisas reali
zadas recente
mente de
monstram que tanto as rian-
c
que ças como os adultos que possuem respeito próprio têm uma vida
estou certo. equilibrada e não andam aos tropeções e às apalpadelas. O que é
( ) 24. Não me orgulho do que fiz ou do que minha família tem ou fez. respeito próprio? É a fotografia mental de si mesmo que se forma
( ) 25. Não me deprimo quando sou criticado por amigos ou com a ajuda do que os outros dizem, o modo como se é tratado e as
outras pessoas.
experiências da vida.
Confira o resultado na página 254. Os que têm respeito próprio se sentem à vontade com sua pes-
soa, têm confiança em suas habilidades e estão satisfeitos com a
vida e como trabalho. Já que têmconfiança emsuas habilidades,
podem correr riscos ao tentar fazer coisas novas. Se fracassam,

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
28/Fi lhos – educan do com su cesso Um senti mento básico: o res peito pr ópr i o/ 29
aceitam isso sem necessidade de se castigar, enchendo-se de cul-
Ava liaçã o d o amor- próprio pa. Podem tomar as medidas necessárias para evitar o fracasso da
das crianças próxima vez que tentarem fazer algo. Os que têm respeito próprio
não somente sentem que são pessoalmente osos, vali mas també m
Este não é um teste psicológico para determinar se o seu filho é “normal” sabem que têm uma importante contribuição a fazer na vida. Sen-
ou “anormal”. Visa apenas proporcionar uma idéia melhor da forma como ele tem-se amados e, portanto, podem amar genuinamente os outros.
se sente em relação a si mesmo. Sentem-se à vontade com eles mesmos, e podem responder posi-
tivamente em sua relação com outras pessoas e nas diversas si-
1. O que eu posso fazer melhor é … tuações da vida.
2. O que faço pior é … Um autoconceito adequado leva à aceitação da aparência pes-
3. Sinto-me mais feliz com minha habilidade de … Por quê? soal, mesmo com características distintas. Faz com que as pessoas
se sintam dispostas a gastar suas energias para resolver os proble-
4. Algo que os meus amigos não gostam em mim é … mas e não se deixar abater. Podem aceitar o valor de suas realiza-
5. O que eu menos gosto em minha aparência é … Por quê? ções sem se tornar vaidosas.
6. No que se refere a esportes, eu … As pessoas que têm sentimentos saudáveis de dignidade pessoal
7. Sinto-me importante quando …
sabem apreciar suas habilidades de forma realista. Compreendem
que não são perfeitas, que cometem erros e que, de vez em quando,
8. Se eu pudesse mudar alguma coisa em mim e ficar diferente do que fracassam nas coisas que tentam fazer. Mas, depois de fazer uma
sou agora, eu mudaria … avaliação correta, chegam à conclusão de que têm boas qualidades
9. Três palavras que me descrevem são … para equilibrar seus pontos negativos.Portanto, sentem -se iguais às
10. O melhor de ser eu mesmo é … outras pessoas e capazes de viver de acordo com as opiniões posi-
tivas que outros têm delas.
11. As pessoas que eu menos gosto são … Não se deve confundir respeito próprio com egoísmo. Orgulhar-
12. Fico preocupado quando … se do que se é e do que se faz é um sintoma clássico de uma auto-
13. Eu teria mais amigos se … estima inferior. Os que podem apreciar justamente sua dignidade
14. Para ser popular, preciso …
pessoal têm pouquíssima necessidade de impressionar os outros
com suas habili dades ou bens.
15. Sinto-me mal quando … O respeito próprio não pode ser medido com talentos ou capaci-
16. Se pudesse escolher um desejo que se tornasse realidade, eu dades. Muita gente que possui grandes talentos e habilidades pode
escolheria … ter um conceito devastad or da dignidade pessoal. A História fala de
17. Se tivesse 100 reais e pudesse usá-los como quisesse, eu … muitas pessoas inteligentes e capazes que se tornaram bêbadas,
drogadas ou suicidas, para escapar de um conceito de si mesmas
18. Que três coisas gosto mais em mim mesmo? que odiavam.
19. Que três coisas não gosto muito em mim mesmo?
Qual é a ori
gem dos sentimentosativo
negs?
20. Se pudesse fazer uma mudança em mim mesmo e ser diferente Como se formam as opiniões que alguém tem de si mesmo? O que
do que sou, que mudança decidiria fazer?
faz uma criança pensar de si mesma o que pensa?
Agora, estude cuidadosamente as respostas para encontrar os sentimentos Tudo começa nos primeiros anos da infância. A maioria dos pais
negativos expressados por seu filho: as coisas que não lhe agradam sobre si não se conforma em dizer “não” a seu filho quando seu comporta-
mesmo. O que você pode fazer para ajudá-lo a superar esses sentimentos mento infringe os direitos dos outros. O pai e a mãe costumam di-
negativos e a desenvolver sentimentos mais saudáveis? zer: “Não faça isso, menino mau, porque isso não deve ser feito.
Você é terrível!” Essas palavras e outras parecidas rebaixam os
sentimentos de dignidade da criança: mau, lento, feio, estúpido,
terrível, tonto, ridículo, retardado. Estas frases contribuem para

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
30/Fi lhos–edu can docomsu cesso Umsen ti m en tobási co:or espei topr ópr i o/ 31
que a criança forme uma imagem negativa de si mesma: “Você não pliar, uma criança já pode estar com sentimentos de inferioridade.
faz nada certo”, “Você me envergonha” ou “O que há com você? É O contato com seus amiguinhos a expõe às provocações e ao ridí-
burro ou o quê?” A criança que se vê atacada por uma descarga culo. As crianças são francas, cruéis e não levam nada em conside-
contínua de expressões humilhantes, juntamente com atitudes ração no tratamento umas com as outras. Os sentimentos de impo-
não-verbais de falta de respeito ou de descuido emocional, come- tência se agravam até alcançar nível máximo na adolescência.
ça a se sentir envergonhada e descontente com ela mesma . Em sua Mas o desenvolvimento do respeito próprio e da dignidade pes-
mente, começam a brotar sementes negativas: “Não sirvo para soal compreende mais que apenas evitar o uso de palavras degra-
nada”, “Nunca poderei fazer o que meus pais esperam de mim.” dantes? Sim. Quando se trata do desenvolvimento da imagem psico-
Lamentavelmente, a estrutura da sociedade promove essa classe lógica da criança, é preciso levar em consideração três fatores:
de sentimentos. Em todas as salas de aula, a competência se desta-
ca porque há alguém que é “o melhor” de todos. Os vencedores nos 1 O respeito pr ópr i o deve ser apr endi do . O respeito próprio é
esportes e em outras atividades recebem honras e prêmios. Há re- uma resposta aprendida das experiências da vida. Geralmente, ele
compensas para os campeões. Os adolescentes competem ativa- evolui da interação diária da criança com outras pessoas. A criança
mente para serem os mais populares. As propagandas de certos pro- desenvolve sentimentos positivos ou negativos acerca de sua digni-
dutos nos dizem que, se desejamos que outros nos aceitem, deve- dade pessoal, baseando-se nas experiências gerais da vida.
mos utilizar isso ou aquilo. Os irmãos e as irmãs lutam para alcan- Charlie Brown, personagem dos quadrinhos do Snoopy, aprendeu
çar posições honrosas e favoráveis dentro do círculo familiar. Sem- que é inferior aos outros. Quando se aproxima de uma torneira para
pre que há vencedores, há perdedores. Os que participam do jogo, e beber água, sabe que se molhará. Quando ocupa a posição de lança-
perdem, experimentam as dores da falta de aceitação e a inferiori- dor no beisebol, é um completo fracasso. Precisa de amigos. “Nin-
dade. As expressões negativas e rebaixantes que se dizem no lar, guém me quer; ninguém se importa se estou vivo ou morto”, ele co-
juntamente com a competição que reina na sociedade, preparam o menta com freqüência. Sua “amiga” Lucy o humilha constantemente
cenário para que uma criança se deprecie e se recuse a aceitar-se. e o faz lembrar-se de sua inferioridade. Como Charlie Brown sabe es-
A srcem da falta de respeito próprio está na infância. Os pais dei- sas coisas sobre si mesmo? Tudo já aconteceu antes. Ele fracassa
xam de presta r o apoio necessário a seus filhos para que de
senvolvam cada vez que tenta fazer alguma coisa. Uma experiência vem atrás da
sentime ntos bons durante os anos nfâncida i a. Issopode resultar numa outra, mostrando que ele é incapaz de fazer o que deseja. Tudo e to-
vida de autocastigo, de recriminação contra si mesmo e de recusa dedos estão contra Charlie Brown.
si. Esses sentimentos negativos começam durante os anos de formação Assim como Charlie Brown aprendeu que era inferior, seu filho
e são nutri dos por uma socieda de voltada para realizações pessoais. Os também aprenderá a ter sentimentos negativos ou positivos sobre
resultados devastadores afligem a pessoa pelo resto da vida. sua dignidadeessoal.
p Quanto ma is experiênci as positivas você co -
locar ao alcance dele e quanto mais positivas forem as reações que
As dimensões do auto-respeito receber de sua parte, maior será a possibilidade de que aprenda que
Quando a criança apaga a velinha de seu primeiro bol o de aniver- é uma pessoa valiosa e adequada.
sário, sua atitude de respeito próprio já é sensível. Uma pessoa de
poucos meses de vida é capaz de distinguir entre a censura e o elo- 2 O respei to pr ópri o deve ser conquistado . Uma tarefa que vale a
gio. Percebe sua importância quando recebe atenção, e experimen- pena e ue q faz bem estimula o bom sentimento. s rique Azas e os bens po-
ta sentimentos negativos quando a tratam grosseiramente. Identifi- dem ser herdados, mas os sentimentos de respeito precisam ser apren-
ca-se com a forma como seus pais a vêem. Sua captação do amor e didos. Como resultado, o que se relaciona com a atuação da criança e
respeito que seus pais manifestam em relação a ela coloca o impor- com sua habilidade se mistura com os aspectos mais íntimos da vida.
tante fundam ento do respeito própr io. Toda criança se pergunta: “Como estou me saindo?” Não importa
Quando uma criança se aproxima do seu terceiro ou quarto ano, quão bem tenha feito uma coisa, a maioria dos adultos crê que po-
seu mundo se amplia e inclui um grande número de pessoas. O jar- deria fazê-lo melhor se tivesse se esforçado mais. Se você pensa as-
dim da infância, a igreja, os programas de televisão, o escutar de sim em relação a seu filho, manifestará isso, consciente ou incons-
músicas e a leitura de livros aumentam seu contato com outras pes- cientemente, na maneira como o trata. Não poderá esconder esses
soas. Aos sete ou oito anos, quando sua vida social volta a se am- sentimentos por muito tempo.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
32/Fi lhos–edu can docomsu cesso Umsen ti m en tobási co:or espei topr ópr i o/ 33
A produtividade, as realizações e a criatividade promovem os Uma mistura de três sen -
sentimentos de dignidade pessoal. A criança que não pensa que timentos
pode fazer bem as coisas nunca poderá gostar de si mesma. Portan- Três sentimentos que a crian-
to, toda criança precisa de uma “especialidade”, ou seja, uma habi- ça capta afetam significativa-
lidade ou aptidão através da qual possa conseguir respeito próprio. mente sua compreensão de dig-
Mediante o desenvolvimento de aptidões ou habilidades, a criança nidade pessoal: o sentimento de
pode aumentar seus bons sentimentos. A realização responsável de que é única, o sentimento de
tarefas caseiras e deveres do lar também contribuem para o desen- que faz parte da família e o sen-
volvimento dos seus sentimentos de valor. timento de que é amada. Esses
Os pais podem reforçar esse aspecto do respeito próprio com co- três sentimentos se combinam
mentários verbais como: “Esta manhã, você arrumou muito bem sua para dar estabilidade e apoio à
cama”, ou “Você está cada vez melhor
em Matem ática”,ou “Você de- estrutura do conceito que a
senha bem. Tem muito talento”. Os sentimentos que surgem quando criança forma de si mesma. Se
se realiza bem alguma coisa promovem os bons sentimentos. qualquer desses três aspectos é
frágil, fragilizará no mesmo
3 O respei to própri o deve ser experi menta do . Você pode dizer grau o conceito que a criança
várias vezes a seu filho: “Gosto muito de você!” Mas se ele não sen- forma de si.
te seu calor e aceitação, suas palavras não o convencerão, não im-
porta quantas vezes as repita. Você pode falar tudo o que quiser so-
bre respeito: “A propósito, querido, respeitamos você. Você éra- ma
1 Sent i mento de que é
única . Toda pessoa é única, e o
vilhoso.” Mas se os seus atos não reforçam suas palavras, seu filho que uma criança tem de espe-
não desenvolverá dignidade pessoal. cial merece respeito. As crian-
Uma criança pode sentir que seus pais a amam e mesmo assim
não acreditar que a valorizam. A mãe de um jovem que usa dro- ças não
Mesm sãovocê
o que cópiastenha
em carbono.
dois ou quinze lhos,
fi cada um te rá sua indi-
ga pode amar seu filho e detestar o que ele faz. Da mesma forma, vidualidade. E cada criança deve reconhecer que é única e que pode
uma criança pode chegar a esta conclusão: “Você diz que me fazer uma contribuiç ão à família que ninguém mais pode fazer. sEse
ama, mas é obrigado a me amar porque sou seu filho. Você só se sentimento de ser algo único pode se ba sear em ser o filho maior, o
preocupa comigo porque tem que se preocupar. Você não tem or- do meio, o caçula, ou ter talentos e habilidades especiais. Gosto de
gulho de mim. Não sou importante para você. Eu devo tê-lo en- pensar nas caracterí sticas únicas que cad a um de nossos filhos tem
vergonhado de alguma maneira. Não sou quem você gostaria que que contribuem na nossa família. Carlene era a organizadora e a
eu fosse.” criativa. Rodney se sobressaiu na escola e obteve honras mais des-
Você convence seu filho disso cada vez que alguém lhe pergunta tacadas. Mark era um excelente atleta e gostava de trabalhar com
algo, quando você lhe diz o que deve e o que não deve dizer na casa crianças. Reconheça em cada um de seus filhos uma parte especial
de um amigo, e quando lhe envia outras mensagens sutis que refor- que completa sua família e faça-os ver que podem ocupar um lugar
çam o sentimento que poderia fazê-lo ficar mal diante dos outros. importante na vida.
Isso pode dizer se você realmente o quer ou o aceita.
Não basta os pais amarem seus filhos. O filho deve sentir sua
aceitação como pessoa; sentir que tem valor pessoal, realizando
2 O senti ment o de que faz part e da fam íli a . Uma criança per-
cebe se o papai ou a mamãe se sente feliz quando está com ela. Pode
ou não algo grande em sua vida. O amor não é o maior dom que notar se “pertence” à família. A criança que tem a sensação de ser
os pais podem dar a um filho; é o respeito próprio. Uma criança alguém desnecessário ou que acredita que é o “estepe do carro” ou
não é capaz de experimentar ou devolver amor até que aprenda um “acidente” terá dificuldades para se sentir respeitada.
a se respeitar. Todos temos a necessidade básica de sentir que somos “uma par-
O respeito próprio é uma atitude positiva que se alcança apren- te de” ou que formamos parte de um grupo. Não é diferente com
dendo, conquistando e experimentando. uma criança. Ela precisa experimentar um sentimento de unidade

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
34/Fi lhos–edu can docomsu cesso Umsen ti m en tobási co:or espei topr ópr i o/ 35
com sua família. Esse sentimento se estabelece fundamentalmente Falsos valores
durante a infância. Quando os pais cuidam de forma adequada de Nossa sociedade criou um falsostem
si a de valores que de
strói a
seu bebê e satisfazem suas necessidades, quando o abraçam com dignidade humana. Precisamos compreender essas forças destruti-
carinho, ele desenvolve a sensação de ser amado. Estabelece logo vas, se é que desejamos ajudar a geração jovem durante os anos de
uma confiança básica na pessoa. Nesses contatos está todo
unda-
of formação da vida.
mento de sua futura relação com as pessoas.
3 O sent i m ento de que éam ada . O amor é a consideração por 1Beleza. Se o seu filho ou a sua filha tem boa aparência, pos-
seu filho como algo valioso, com uma terna preocupação por ele. sui uma grande vantagem. A sociedade gosta da beleza. Com três ou
Significa que seu filho continua sendo especial e querido para você, quatro anos, uma cri ança já aprende o signifi
cado da beleza pessoal.
mesmo que não aprove o que ele fizer. A criança bonita sabe que os adultos a tratarão melhor. As pessoas
Todos sabemos que as crianças precisam de amor, mas muitos de sorriem para ela, dizem que é bonita e fazem festa. Mas a criança
nós supomos que nossos filhos sabem automaticamente que os que não é muito atraente é ignorada, enquanto seus irmãos ou ami-
amamos. Por outro lado, há muitas crianças que sentem que não são gos recebem toda a atenção. Essa é a natureza humana.
amadas, mesmo que seus pais se preocupem profundamente com O Dr. James Dobson, emseu livro Esconde-Esconde [editado em
elas. Algumas crianças nunca Texto do
escutam livro "Filhos
as palavras “Te -amo”
Educando Com
e, ain- portuguê Sucesso",
s pela Editora Vida],de Nancy
se refere a umrtigo
a publicado na re-
da assim, sentem que seus pais se preocupam com elas. vistaPsycholo gy Today de março de 1972. O artigo, com o título “A
Van Pelt,
Com freqüência, os pais acreditam publicadoamor
que demonstram pela Casabeleza
porque Publicadora
e a criança”, Brasileira no assombrosos prejuízos que
informa alguns
deixam de lado seus próprios interesses para atender aos da crian- crianças e adolescentes têm:
ça, para se preocupar comCD-ROMela, para lhe "Educando com Sucesso".
proporcionar vantagens ou Proibida
1. A evidência a reprodução
de que se dispõe parece indicar que as qualidades
passar mais tempo com ela. Mas isso não faz necessariamente com atrativas dos estudante s influenciam suas notas escolares.
que uma criança se sinta ama da. O carinho estimula ocrescimento, 2. Quando se mostrava aos adultos um conjunto de fotos de
mas não garante que a criança se sinta amada. A criança precisa ter
segurança de que é amada. crianças
trari
a probl
eese
maspedia
em saque
la deindicassem
aula, co
m freqüê
a criança
ncia, selecion
que provavelmente
avamas
Os pais,em alguns casos, sem má s intençõe
s, dão à criança a m
i pres- crianças menos atraentes. A criança menos atraente também é
são de que não a amam nem querem se preocupar com ela. “Se você seconsiderada mais desonesta que seu amiguinho de aspecto me-
comportar bem, mamãe vai gostar de você!”; “Se você se comportarlh o r. O autor comenta: “No que se refere ao caráter e aos valores
mal, mamãe não pode gostar!”; “Se você ajudar a mãezinha, ela vai gos- pessoais, supomos que as pessoas melhores são mais bonitas. Da
tar de você!”; “Vou gostar muito de você, se varrer o chão da cozinha!” escola primária em diante, praticamente, não se discute quem são
Outras frases comuns são: “Mamãe não gosta quando você age os mais bonitos.”
assim!”; “Se você fizer xixi na roupa, mamãe não vai mais gostar 3. De acordo com as pesquisas de Karen Dion, a maneira como um
de você!” ; “Se você não comer as verduras, papaideixar vai de gos- adulto lida com um problema de disciplina se relaciona com as quali-
tar de você!”; “Se você não parar de choramingar, não posso mais dades atrativas da criança. Diante da mesma falta cometida por duas
gostar de você!”; ocê“V mentiupara mim, agora não gosto mais de crianças, provavelmente se tratará de maneira mais branda a criança
você!” Nesses casos, o amor é retirado por causa da má conduta. bonita e com mais severidade o seu coleguinha menos atraente.
É importante lembrar que seu filho deve ser amado porque é seu. 4. É tão importante o impacto da atração física que isso já pode
Você deve amar o Pedrinho não porque agora ele é um bom meni- ser sentido claramente no jardim da infância, coisa que eu mesma
no, nem porque tem boas notas na escola, ou porque é bom atleta, comprovei. As crianças de três anos que tinham aparência melhor
ou porque é obediente, mas porque é seu filho. Você deve amá-lo possuíam mais popularidade entre os coleguinhas. E, infelizmente,
porque ele é o Pedrinho. Nenhuma outra experiência pode se com- certas características físicas, como a obesidade, são vistas e discri-
parar com esse tipo de amor. Se você ama seu filho dessa forma, ele minadas nessa idade.
sente que lhe pertence, que você precisa dele e que é respeitado. Es- O problema se torna mais sériona adolescência. Agarota que
ses sentimentos íntimos de segurança o ajudarão a crescer e a se tem atrativos físicos não demora muito a descobrir que tem tam-
transformar numa pessoa madura e estável. bém o mundo a seus pés. O rapaz bonito e atlético aprende rapi-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
36/Fi lhos – educan do com su cesso Um senti mento básico: o res peito pr ópr i o/ 37
damente que está na moda. Os outros jovens seguem seu cami-
Os sentimentos de valor pessoal nho vestindoj ea n s, e com aparelhos nos dentes e espinhas no
rosto. Apesar do tratame nto cruel dispensado a eles pela Nature-
Marque sua resposta na coluna apropriada. za, esperam que alguém lhes dê atenção. Que inversão de valo-
res! Julgar as pessoa s por suas qualidades físicas é realmente se
V = verdadeiro F = falso A = às vezes basear em um falso valor.
V F A 1. Meu filho se sente razoavelmente seguro.
V F A 2. Evito passar meus medos a m eu filho. 2 Inteligência . Outro fator crítico que usamos para medir o
VFA 3. Meu filho tem medo que meu casamento se desfaça. valor de um indivíduo é sua inteligência. Os pais ficam muito abor-
recidos se alguém menciona, mesmo que casualmente, que seu filho
V F A 4. Abraço e beijo meu filho diariamente. tem menos habilidade mental que outras crianças.
V F A 5. Não comparo meu filho com outras crianças. Os pais demonstram uma atitude especial depois do nascimento
V F A 6. Não elogio meu filho em excesso. de um filho. É como se estivessem competindo com outros pais.
Querem que seu filho seja o primeiro em tudo. Como gostam de se
V F A 7. Trato meu filho como uma pessoa única. orgulhar! Contamue q já saiu o pri
meiro dentede seu filho (como se
V F A 8. Torno o tem po que passo com meu filho cada dia melhor. alguém pudesse impedir), que se sentou aos quatro meses, que dis-
V F A 9. Apresento meu fi lho pelo nome às vis itas, para mostrar que se “Mamã” aos cinco meses e que andou aos seis meses. Como se
ele é importante na família. tudo issoaumentasse o valorda criança! Quanto mais cedo aan- cri
V F A 10. Deixo meu filho falar por si mesmo quando alguém lhe ça manifesta as diversas habilidades, mais carinho recebe de seus
pergunta alguma coisa. pais. Estes geralmente estabelecem o valor de seu filho pela habili-
V F A 11. Estimulo sentimentos positivos de valor pessoal em meu
dade que ele tem de fazê-los se sentir bem.
Com o passar dos anos, talvez tenha se desfeito a lembrança de
filho, porque tenho esses sentimentos.
V F A 12. Respeito as opiniões de meu filho.
algumas ocasiões em que agimos de maneira tola. Mas a maioria de
nós se lembra da vergonha e humilhação experimentadas quando
V F A 13. Evito palavras como mau, lento, feio, estúpido, bobo ou demos uma resposta errada e toda a classe caiu na risada. Ou lem-
retardado, quando falo com meu filho. bramos bem do dia em que a equipe de futebol perdeu por culpa
V F A 14. Os sentimentos de valor pessoal de meu filho são nossa. Ou a ocasião em que fracassamos num exame.
estimulados de acordo com a produtividade, o rendimento e Toda criança sente durante sua vida a recusa e o ridículo, mas al-
a criatividade. gumas delas – por não serem muito bonitas ou inteligentes – conti-
V F A 15. Em nossa família, meu filho experimenta sentimentos positivos nuam sentindo isso todos os dias de sua vida. A criança pouco inte-
de valor pessoal diariamente. ligente pode se sentir deprimida, como mais uma vítima de outro
V F A 16. Meu filho pensa que é único e acredita que ocupa uma falso valor criado por nossa sociedade. O valor de um indivíduo não
posição importante que ninguém mais pode ocupar. deve ser medido por seu quociente intelectual.
V F A 17. Meu filho sente que “pertence” a nossa família e que não
está ali por acidente.
V F A 18. Meu filho se sente amado pelo que é, sem necessidade de
3 Outros probl emas. Algumas crianças estão predispostas a
ter problemas emocionais por causa de circunstâncias que fogem
ter que fazer algo para merecer nosso amor. ao seu controle. Fatores como defeitos físicos podem arruinar a
Comprove suas respostas, fazendo com que seu cônjuge ou outra vida de uma criança. A falta de dinheiro pode ser um grave estorvo
pessoa da família as revise. na aceitação de uma criança ouadolescente or
p parte de seus col
e-
gas, principalmente se sua roupa não satisfaz as normas estabeleci-
das pelo grupo. A criança de uma família pobre, ou de um lar em que
os pais não percebem a pressão dos colegas para que todos se vis-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
38/Fi lhos–edu can docomsu cesso Umsen ti m en tobási co:or espei topr ópr i o/ 39
tam de acordo com um estilo, pode ser excluída da sociedade. com freqüência. Mas, se você se menospreza, suas palavras não sur-
Uma criança com problemas de saúde que a impeçam de partici- tirão efeito. Elimine comentários como estes: “Nunca faço nada di-
par das atividades escolares normais pode começar a acreditar que reito.” O menosprezo de si mesmo pode se tornar um mau hábito di-
sofre de alguma anorm alidade física. fícil de ser quebrado. As pessoas com baixo nível de amor-próprio
Um erro social cometido nos primeiros anos, às vezes, pode dei- sentem prazer em falar de sua própria incompetência.
xar uma pessoa traumatizada por toda a vida. Outras crianças e ado- Charlie Brown, personagem de quadrinhos, com freqüência, co-
lescentes podem ter sido criados por pais descendentes de estran- menta em voz alta suas impotências; mas, se aprendesse a guar-
geiros ou crescido ora f do seu país natal ou na zona rural. Outrosa- f dá-las para si, provavelmente ninguém as notaria. Quando sua
tores que afetam a dignidade incluem: ter crescido num lar com ape- amiga Lucy percebe alguma falha nele, sente prazer em fazer co-
nas o pai ou a mãe, ter pai ou mãe com o vício do álcool, ter um ir- mentários e ridicularizá-lo. O sucesso das histórias do Snoopy, me
mão com distúrbios mentais ou defeitos físicos, ou fazer parte de que aparecem esses personagens, está ligado a dois fatores: a ha-
uma raça ou religião diferente. O tratamento incompetente e nega- bilidadede Charles Schulz, seu autor, emproduzir re osmuitos er-
tivo de alguns pais incapacita certas crianças. ros e fracassos da infância que lembra mos, e nossa identificação
J á que não têm uma varinha mágica para proporcionar beleza, ri- pessoal com Charlie Brown.
queza ou talento instantâneos, o que os pais podem fazer com seus
filhos? Com freqüência, as pessoas dizem ingenuamente que tudo o Obstáculos para o respeito próprio
que a criança precisa é amor, e com isso se desenvolverá satisfato- A maioria dos sentimentos de impotência tem sua srcem nas
riamente. Mas na verdade não é assim. Não basta o amor. Os pais po- trágicas experiências da infância. Os pais com freqüência não per-
dem controlar certos fatores negativos dentro do lar, mas não podem cebem os efeitos que suas palavras e atos produzem nos filhos, e é
controlar o mundo exterior. Seu filho tem que agir adequadamente isso que e
difica ou destrói oespe
r ito próprio. A crítica despe rta sen-
apesar dos problemas que a vida apresenta. Todavia, não existe uma timentos de rejeição. “Criança estúpida, não vê que esse parafuso
pílula ou vacina para impedir que seja rejeitado fora do lar. As crian- não cabe aí? Até um tol
o perceberia isso.” Os
gritos, as er preensões
ças sofrem quando os outros riem delas, quando são desprezadas,
quando recebem apelidos, quando são ridicularizadas ou humilha- amam
e a crítica
nem constantes
se preocupam demonstram
com seus sentimentos.
à criança que seus pais não a
das. Nenhum de nós quer que um filho nosso experimente esses tra- Os pais que têm um nível muito baixo de respeito própriosentem
tamentos. Mas dificilmente podemos impedir que isso aconteça. compulsão de encontrar algo ruim em tudo que seus filhos fazem.
Nosso trabalho, como pais, não é proteger um filho das dores, mas As crianças logo percebem que é impossível agradá-los ou satisfazê-
prepará-lo para que aceite esses males inevitáveis e os supere. Em los. Se a criança recebe censura ou castigo adicional na escola, da
outras palavras, podemos ensinar um filho a superar os falsos valo- parte dos professores e colegas, o golpe a deixa mais abatida. Deve-
res que existem em alguns setores sociais, evitando que as palavras mos entender que a rejeição não precisa ser expressa de forma ver-
e reações dos demais o destruam. Por isso, é muito importante ensi- bal para ser percebida.
ná-lo a se desenvolver emocionalmente, enfrentando os problemas. A falta de apreço ou reconhecime nto do que elas fazemé tão cla-
A inferioridade causada pela classe de problemas que apresenta- ra como se tivesse sido falada com todas as letras.
mos pode destruir completamente um indivíduo ou pode ser um A atitude dominadora de um adulto dá à criança a impressão de
trampolim para realizar grandes coisas e alcançar sucesso. neces-
A que ela é incapaz de terminar uma tarefa começada a menos que seu
sidade de demonstrar que se é digno de apreço e que se é capaz de pai ou sua mãe esteja ali para supervisionar. Os pais passam muito
fazer algo útil na vida leva à superação e ao êxito. tempo dizendo à criança o que, quando e como deve fazer. Pais au-
O exemplo dos pais pode significar muito para os filhos afetados toritários enfraquecem a dignidade pessoal de seus filhos. Uma
por sentimentos de inferioridade. Se você pode rir de seus erros e criança a quem foi dito constantemente o que deve fazer desenvol-
imperfeições, contribuirá muito para ajudar seu filho a superar com ve poucos controles internos e precisa crer em suas habilidades
sucesso os problemas es a dificuldades que encontrar na vi
da. Ensi- para term inar as tarefas sozi
nha. Toda criança precisa de uma dire-
ne seu filho a lembrar de seus fracassos com um sorriso. ção, uma educação, mas não de forma bruta.
Faça-o compreender claramente que não deve depreciar a si mes- O excesso de proteção também pode fazer com que a criança
mo nem a outras pessoas. Ensine isso o quanto antes e lembre-o se sinta rejeitada porque nunca tem a oportunidade de tomar de-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
40/Fi lhos–edu can docomsu cesso Umsen ti m en tobási co:or espei topr ópr i o/41
cisões sozinha. Os pais podem controlar o ambiente da criança ção” será mais baixo
durante os dois ou três primeiros anos de sua vida, mas a partir a i n da.
daí ela começa a interagir com as outras pessoas: vizinhos, ou- Alguns pais têm
tras crianças pequenas da vizinhança e, mais tarde, colegas de melhor disposição
escola. Os pais ficam aflitos quando outras pessoas zombam de para aceitare amar do
seus filhos, põem apelidos ou os ignoram. Sua primeira reação que outros, por causa
pode ser mantê-los ao seu lado, protegê-los ou defendê-los. Mas de sua constituição
a única coisa que conseguirão com essa atitude é inibir o pro- emocional. Amam a si
gresso da criança. Seu desenvolvimento em ocional se fortalece- mesmos, sentem-se
rá ao aprender a suportar esses pequenos problemas. Uma mãe intimamente seguros.
que briga com a vizinhança para protege r seu “precioso” ilhinho
f Outros mantêm con-
do mundo cruel, inibe seu progresso e a obtenção de uma ima- ceitos muito estritos
gem positiva. Provavelmente, a mãe superprotetora vai enfrentar sobre o que é correto
professores que tentarão disciplinar seu filho. e incorreto. Para eles,
Também pode acontecer que os pais excessivamente bons com torna-se difícil aceitar
seus filhos queiram mostrar a todo o mundo quanto os amam, de- seus filhos natural-
dicando muito tempo. É verdade que se recomenda passar bas- mente.
tante tempo com os filhos; porém, não é a quantidade, e sim a Nossas atitudes de
qualidade desse tempo, o que importa. Conheço um pai que pas- aceitação e rejeição
sa horas com seus filhos brincando, e que parece um exemplo de também dependem
devoção. Mas quando está com eles, não cansa de dizer coisas do do lugar onde esta-
tipo: “João, não se distraia, po rque é sua vez. Vai!”; “Carlos, você mos e de quem nos
não fez isso direito. Quantas vezes terei que dizer que esta é a observa. A maioria
forma correta?”; “Você devia olhar com mais atenção seu irmão de nós tem tendência
quando ele chuta a bola! Tem que aprender a mover corretamen- a manifestar menos
te todo o corpo quando joga.”; “Você fez um trabalho muito aceitação quando está na casa de um amigo, num restaurante, na
malfeito quand o lavou o carro. Tereique fazer tudo de novo. Mas igreja ou em outrolugar público, em que o mau comportamento de
veja como eu faço. Quando fo r fazer algo, faça-o bem logo na pri- um filho pode afetar nosso amor-próprio. Quando os amigos visi-
meira vez.” tam nosso lar, nos incomodamos se a criança manifesta comporta-
Em resumo, esse pai está dizendo a seus filhos que não são com- mentos que aprovamos em outros momentos. Caímos inocente-
petentes, e quanto mais tempo passam com ele, menos incompeten- mente nessasarmadilhas.
tes e amados se sentem. Amamos profundamente nossos filhos e nos preocupamos com
Há pais que manifestam sua rejeição, demonstrando falta de inte- eles, e até estaríamos dispostos a dar a vida por eles, mas parte do
resse. Enviam a seguinte mensagem: “Não me perturbe com seus nosso amor se perde na luta diária da vida.
problema s. Já tenho muitas preocupações . Cresça logo e saia desse O segredo é aceitar a criança em todo momento, mesmo que não
lar o quanto antes possível.” Os pais que precisam de tempo ou que se aprove tudo o que ela faz. Assim como Deus odeia o pecado mas
foram prejudic ados emocionalmente porcausa das relações caren- ama o pecador, também os pais devem estabelecer uma diferença
tes de amor com seus próprios pais são os que mais prejudicam entre o comportamento da criança e a própria criança, se é que de-
seus filhos. sejam que ela tenha uma auto-imagem positiva. As estatísticas indi-
Além disso, nossas atitudes de ace itação ou rejeição variam de cam que a criança grava um determinado princípio em sua mente
acordo com nosso estado de ânimo. Se nos sentimos felizes com com maior facilidade através da repetição em forma de música do
nós mesmos, podemos tolerar mais do comportamento inadequa- que por simples memorização. Uma das estrofes do cântico infantil
do de nossos filhos. Mas se tivemos um dia difícil, quando esta- “Meu, Meu, Meu” mostra maravilhosamente bem o amor e a aceita-
mos cansados, doentes ou infelizes, nosso “quociente de aceita- ção incondicionais:

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
42/Fi lhos – educan do com su cesso Um senti mento básico: o res peito pr ópr i o/ 43
Meu, meu, meu!esus J é meu! de que ele acabe rejeitando a filha como menina, para aceitá-la
Meu quando estou forte! como um menino. Trata-a como se fosse um garoto, compra brin-
Meu quando estou fraco! quedos de menino e ensina esportes de menino.
Meu, meu! me u! Jesus é meu! Uma participação relativa nas ativi dades do sexooposto é saudá -
J esus é meu Salvador! vel. É aceitável e normal uma certa quantidade de interação entre
pai e filha, entre mãe e filho. Mas se isso se torna indefinido, o filho
Fontes de rejeição dos pais ou a filha não percebe com clareza sua identidade xual.
se Pergunta-
Durante um seminário de capacitação para pais, analisávamos as se: “O que devo fazer?”
razões por que se rejeitam os lhos.
fi Imediatam ente, um dos partici- O conhecimento claro da identidade sexual é uma parte importan-
pantes fez a seguinte observação: “Por que se fala tanto de rejeição te do respeito próprio, porque um garoto não pode respeitar a si mes-
dos filhos? Não conheço nenhum pai que tenha rejeitado seu filho.” mo se não está seguro se é um menino ou uma menina. Se está inse-
Uma servidora pública falou na mesma hora: “Todos os dias de mi- guro de seu papel e lugar na família, não pode ter respeito próprio.
nha vida me deparo com crianças que são maltratadas cruelmente. 3. Concei tos err ados so bre o co mpor tam ento sexual . Um filho
Nesta oportunidade, quero testemunhar que a sociedade está doente econcebido antes do casamento, muitas vezes é rejeitado mesmo que
que muitos pais rejeitam seus próprios filhos por inúmeras razões.” seus pais se casem. Em muitos casos, a presença da criança lembra
Ann Landers, uma escritora popular, pergunta: “Se você pudesse sua falta, e por isso a rejeitam. O bebê faz a mãe pensar como “esse
começar tudo de novo, teria filhos?” Setenta por cento das pessoas tipo” se aproveitou dela. O pai se pergunta por que ela não resistiu.
responderam que, se soubessem o que sabem agora, não teriam fi- Os sentimentos de culpa podem conduzir à rejeição da criança, e a
lhos. Essas pessoas podem ser classificadas em quatro categorias: criança sente que não vale nada porque seus pais não se gostam.
(1) pais jovens que se encontravam profundamente preocupados Transmitem sua culpa porque não podem se perdoar.
com o excesso de população e a ameaça das armas nucleares, (2) 4. Responsabili dade s adi cionai s. Alguns casais são imaturos
pais que declararam que seus filhos tinham estragado seu casamen- emocionalmente e estão completamente despreparados para en-
to, (3) pais de filhos que tinham abandonado o lar e que manifesta- frentar aresponsab ilidade da paternidade . Acostumados a fazer sua
vam pouca ou nenhuma preocupação por eles, (4) pais de adolescen- própria vontade, recusam o bebê, que implica em gastos, dá traba-
tes com problemas. lho e consome tempo. Por exemplo, se a babá não se apresenta no
Que outras razões ou atitudes podem ser encontradas na base da momento adequado, quando querem participar de uma reunião so-
rejeição dos filhos? cial que lhes interesse muito, experimenta m um sentime nto contra
1. Nasc i mento num m omento i nadeq uado . Muitos filhos não são a criança, que causou tal inconveniente. Sentem-se amargamente
aceitos, apreciados ou amados da forma como deviam simplesmen- frustrados quando devem renunciar às férias que gostariam de pas-
te porque chegaram num momento não muito oportuno. Talvez o fi- sar num lugar boni to, porque precisam starga dinheiro no tratamen-
lho tenha vindo muito cedo no casamento. O casal desfruta de mú- to ortodôntico do filho. Ficam chateados quando têm que sair às
tua companhia e está começando a se conhecer. De repente, ela fica duas da manhã porque seu bebê está com cólica intestinal. Ficam
grávida. Ou o marido começou a se sair bemno trabalho,a estabili- ressentidos porqueuerem q se divertir,ser jovens e livres.
zar as finanças e a situação oferece um futuro promissor. e repe
D n- Esses pais não têm a intenção de rejeitar o filho; não rejeitam
te, a esposa anuncia que vai ter um bebê. É um mau momento. Não porque são maus ou indignos, mas porque precisam amadure-
é que o esposo não queira um filho ou não goste de crianças, mas a cer suficientemente para enfrentar as exigências que o filho im-
chegada de um bebê vai complicar a vida. põe sobre seu tempo e atenção.
Quando um filho passa inesperadamente a fazer parte de uma fa- Outros pais são tão ocupados, realizando seus planos e desejos,
mília, emalguns casos, os pais o recusam inconsci entemente. E isso que sobra pouco tempo para dedicar ao filho. O pai se concentra no
não acontece porque a criança fez algo errado, mas unicamente por- trabalho e se preocupa com o filho unicamente quando têm tempo
que chegou numa hora imprópria. extra. A mãe também trabalha e, por causa disso, não tem tempo
2. In conform i dade c om o se xo do filho . Por tratar-se do primeiro para passar com seu esposo. Mesmo que os pais digam que a crian-
filho e como o pai queria ter um garotão, não se sente à vontade ça é importante para eles e assegurem amá-la, ela começa a com-
com a chegada de uma menininha. Pode ser uma desilusão tão gran- preender que não é bem assim. Esses pais dificilmente admitirão que

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
44/Fi lhos–edu can docomsu cesso Umsen ti m en tobási co:or espei topr ópr i o/ 45
a rejeitam, mas o nível de respeito próprio da criança está no chão. preocupados com a fome universal, o excesso de população, o fim da
5. Falsas e xpectati vas . Muitos pais são secretamente frustrados história humana ou a possibilidade de que o mundo seja destruído numa
porque o filho não se destaca. Queriam ter um filho com personali- guerra nuclear. Um pai que aceita essas idéias pode rejeitar seu filho.
dade e talento ilimitados. Muitas mães sonham que suas filhas serão O egoísmo é a raiz de todo pecado, falta de felicidade, desen-
lindas e populares, especialmente se elas mesmas não foram assim. tendimento conjugal e famílias desfeitas. Ao nos esforçarmos
Mas quando suas filhas não satisfazem essas expectativas, elas se para ser melhores pais e cônjuges, devemos amadurecer e pro-
decepcionam. Poucas vezes, elas enviam mensagens verbais de re- curar deixar de lado os desejos egoístas, e viver para o bem dos
jeição, mas indiretamente dão a entender que suas filhas não estão o u tr o s .
satisfazendo as expectativas que tinham em relação a elas. Os pais
que não se destacaram nos esportes ou que não tiveram oportunida- O efeito da aceit
ação dos amigos
de de fazer uma faculdade mantêm esperanças secretas de que seus Os pais não são os únicos que afetam o respeito próprio da
filhos tenham sucesso onde eles fracassaram. Nesse caso, também criança. Qualquer pessoa que passe algum tempo com ela ajuda a
não expressam verbalmente seus sentimentos, mas o garoto com- estabelecer a imagem que ela tem de si mesma. Pode ser um paren-
preende claramente suas mensagens indiretas e se sente incompe- te, um vizinho, uma babá, um irmão ou irmã. Os professores exer-
tente e rejeitado. cem uma influência definida sobre aiança,
cr porque estão constan-
Esses filhos podem ter um rendimento adequado em diversos se- temente ligadas a ela. Mesmo que a criança não dependa tanto des-
tores, mas se o objetivo que os pais tinham fixado para eles não for sas pessoas como de seus pais para satisfazer suas necessidades
alcançado, ir ão rejeitaro filho que está se desenvolvendo be m e tem emocionais, elas interagem constantemente com ela e passam a fa-
seu valor. Nesse caso, ele crescerá pensando que é indigno porque zer parte íntima de sua vida.
não satisfez as falsas expectativas do pais. Quando a criança começa a ir à escola, por volta dos seis anos, já
Que direitotêm os pais de exigirquea criança seja um supe rfilho não depende completamente de sua família. Então, descobre que
quando eles mesmos são pessoas comuns? outras crianças valorizam certas qualidades. Os garotos dão impor-
6. . Em algumas famílias numerosas, osavós, tância aos esportes, à força e à coragem. As meninas geralmente va-
Ati tud
os tios oues da famíli
outros a
familiares, às vezes, fazem pressões para que o ca- lorizam aaparência física e a personalidade. O fato de a criança pos-
sal tenha filhos ou para que não os tenha. Os familiares acham que suir ou não essas qualidades afeta a maneira como vê a si mesma.
têm o direito de dizer quando devem tê-los, e como educá-los. Pro- Se Luísé alto e forte, terá a respe
ito de si mesmo sentimentos di-
curam determinar a religião em que os filhos devem ser instruídos, ferentes dos de Leonardo, que é baixo e desajeitado. Leonardo sen-
a escola em que devem estudar e uma porção de outras coisas. te que não pode ser como os amigos querem, e, por isso, se consi-
Os avós, como também os outros membros da família, são muito dera de m enor valor que os outros.J á queLuís é bom nos esp ortes,
valiosos. As famílias atuais sofrem pela falta de relacionamento os outros garotos disputam para tê-lo em suas equipes e os pais e
com outros membros que vivem em seus próprios lares. Os filhos professores se se
ntem satisfeitoscom suas realizações. Assim, sLuí
são privados do afeto, do amor, da experiência e da sabedoria das se sente cada vez mais competente que Leonardo.
gerações anteriores. Mas, ao mesmo tempo, os pais não devem dei- A criança reage emocionalmente diante de seu crescimento,
xar que os avós se encarreg uem da educaçã o de seus filhos. A Bíblia suas energias, sua estatura, sua aparência, sua força, sua inteligên-
afirma que é necessário honrar os pais, mas também diz o seguinte: cia, sua amizade, suas habilidades e suas fraquezas. Tira conclu-
“Por isso deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher, tornan- sões sobre si mesma baseadas na comparação que faz de si com
do-se os dois uma só carne” (Gênesis 2:24). Os avós podem causar outras crianças, e da maneira como as outras pessoas respondem
inúmeros problemasuando q interferem nas relações entre pais- e fi à sua maneira de ser. Cada conclusão melhorará ou piorará seus
lhos. Os resultados podem rse muito negativos. Exercer pressão so- sentimentos de respeito próprio. Os sucessos que alcançar terão
bre os pais ou os filhos para que se adaptem a uma idéia pode fazer mais peso se os conseguir em setores em que as pessoas atribuem
com que o pai rejeite seu filho ou que o filho aumente seu próprio mais importância. Um garoto de 12 anos pode ser um excelente
sentimento de rejeição. pianista, mas um péssimo jogador de futebol. Mas tocar piano sig-
7. Pr essões sociai s. Algumas teorias que estão na moda instruem os nificará pouco para ele se seus colegas não aprovarem. Toda ativi-
casais a não ter mais que dois filhos. Outros pais estão profundamente dade em que um garoto participa dá maisnformaçã
i o a respeito de

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
46/Fi lhos–edu can docomsu cesso Umsen ti m en tobási co:or espei topr ópr i o/ 47
si mesmo. Os clubes, os esportes, os grupos da igreja, a escola e o 4. Excessivo esforço
para ag
radar
trabalho incrementam sua coleção de descrições a respeito de si
mesmo, e portanto formam sua identidade pessoal. Dá presentes às pessoas constantemente, na intenção de “com-
Mesmo sob as melhores circunstâncias, as pessoas que não per- prar” o carinho e a amizade.
tencem à fam ília contribuem com os sentime
ntos de não-aceitação Leva coisas de casa para conseguir a aprovação daessora
prof ou
da criança; mas, quanto mais aceitação encontrar na família, mais dos amigos.
rejeição poderá suportar estando fora dela. Pergunta constantemente: “Você está bem?”
Os sintomas da rejeição 5. Chora com facilidade
Talvez você se pergunte se o seu filho tem sentimentos de rejei-
ção. É possível que os pais saibam se o filho se sente rejeitado? Chora, faz birra ou uma cena quando não pode sair com os pais.
Sim. O medo do fracasso e a crítica dominarão suas emoções. As Queixa-se: “Ninguém me quer” ou “Ninguém quer brincar co-
acusações e reprovações recebidas o levarão a justificar sua exis- migo”.
tência como filho, através de discussões em defesa própria. Esses Tem medo quando a deixam coma babá, comuma pessoa desco-
temores e incertezas o esgotam emocionalmente e o cansam fisi- nhecida ou com a professora.
camente. Portanto, uma criança rejeitada apresenta certos sinto-
mas, que veremos a seguir: 6. Tensão
1. Falta de habilidade paraartom
decisões Faz xixi na cama.
Bate a cabeça.
Vacila até para tomar as decisões mais insignificantes. Rói as unhas.
Teme começar coisas novas, mesmo que lhe ofereçam ajuda. Gagueja.
Quando lhe pedem que faça algo, diz: “Não sei fazer.” Carrega constantemente consigo um pano, uma chupeta ou um
Não pede as coisas de que necessita. brinquedo qualquer.
2. Vida no mundo da fantasia 7. Despreza a si mesma e aos outros
Não participa facilmente em brincadeiras ou outras atividades. Põe apelidos nos outros.
Não faz contatos com os outros. Critica e julga.
Não se defende com palavras ou atos. Culpa os outros por seus erros.
Tem medo de fazer ou responder perguntas. Encontra desculpas para justificar seu comportamento.
Responde somente perguntas objetivas. Fala demais.
Fica muito tempo sozinha. Diz coisas do tipo: “Sou melhor do que você.”
Fica muito tempo diante da televisão ou lendo.
Prefere amigos imaginários a amigos reais.
8. Características físicas
3. Mau comportamento repetido
beradame
deli nte
Tem excesso de peso.
Belisca, chuta, morde e dá pontapés em excesso. Fala com voz fraca e insegura.
Tem o hábito de mentir ou roubar. Descuida da aparência.
Prejudica a si mesma e aos outros. Anda encurvada.
Chama a atenção fazendo alguma coisa proibida. Os cantos da boca ficam para baixo e os olhos não brilham.
Faz coisas insensatas ou perturba osoutros constantem
ente. Tem aparência de gente triste.
Manifesta atitude extremamente competitiva. Evita olhar diretamente nos olhos das outras pessoas.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
48/Fi lhos–edu can docomsu cesso Umsen ti m en tobási co:or espei topr ópr i o/ 49
Antes de chegar a conclusões apressadas, lembre-se de que o com-Estratégias para construir a dignidade pessoal
portame nto normal pode variar muito. Não entre em pânico se seu lho fi Se você percebe que seu filho tem dificuldade para se aceitar, ou
manifestar ocasionalmente um ou dois desses sintomas. Mas observe sese quer despertar nele sentimentos mais positivos de valor e digni-
o comportamento persiste durante algum tempo. Não se preocupe emdade, estas orientações o ajudarão a obter bons resultados:
fazer uma lista completa de sintomas, mas em identificar as tendências.
Se seu filho manifestar várias dessas características durante algum tem- 1 Adm i ta qu e exi ste falt a de acei ta ção. Se detectou sintomas que
po, convém encontrar métodos para melhorar sua auto-imagem. indicam a existência de um baixo nível de respeito próprio em seu fi-
Lembre-se do seguinte: Quant o pior éo comport amento de uma lho, e se pensa que você é responsável, mesmo que parcialmente, sua
cri an ça, m ai or éo seu desej o de receber apr ovação. Quanto pior for o primeira tarefa é admitir. Se continuar negando a existência do probl e-
comportamento de seu filho – difícil, egoísta ou terrível – mais ele pre- ma e sua responsabilidade em relação a ele, não melhorará seu rela-
cisa de atenção e aceitação. Quanto maiores são suas defesas, o retrai- cionamento com seu filho nem conseguirá melhorar a idéia que ele
mento ou o mau comportamento, maiores suas necessidades. Mas, comtem de seu próprio valor e dignidade. A maioria de nós se incomoda
muita freqüência, as defesas acirradas fazem com que os pais e os pro- em admitir erros, mas este é o primeiro passo para o crescimento.
fessores apliquem castigos, correção e comentários negativos exata-
mente sobre a criança que precisa de mais amor e segurança. As muitas 2 Identi fi que a caus a. Pode ser que você, como pai ou mãe,
defesas que a criança usa diminuem a possibilidade de obter o afeto e não a perceba que tem sentimentos de rejeição em relação a seu filho.
aceitação que deseja. E assim, tanto os pais quanto o filho, entram num Talvez seja bom fazer uma lista das coisas que você não gosta na
círculo vicioso. A maioria das defesas pode revelar a convicção oculta aparência dele, na personalidade, nos hábitos ou habilidades. Se
de uma criança de que ela é má, indigna, incompetente e desagradável. você não gosta de algumas coisas que o fazem lembrar característi-
cas que você mesmo tenha ou se não possui habilidades que pode-
O autoconc eito pode udar m riam compensar suas debilidades, talvez você mesmo nunca tenha
O conceito que uma criança tem de si mesma não é inalterável, sese aceitado como uma pessoa digna e valiosa. Se você o rejeita por-
bem que uma vez estabelecido não é nada fácil mudá-lo. Por exemplo,
o respeito pr óprio tem como base os sentimentosser deama do e de que
rente,
não
ouqueria
porqueterseum incomoda
filho, porque
em assumir
preferiaresponsabilidades,
um filho de sexo dife-
as ta-
servir para algo; mas, uma vez que o sentimento de ser amado é maisrefas desagradáveis e as obrigações que surgem por causa de um fi-
importante, sentir-se útil não importa muito quando falta o amor. A lho, admita que o egoísmo é a base real de sua falta de aceitação.
criança que se convence de que não é boa acredita apenas nas mensa-
gens que confirmam esse sentimento. Ignora as outras mensagens por- 3 Peça per dão a seu fi lho. Com freqüência, pensamos que as
que ninguém pode crer que uma criança seja depreciada e, ao mesmocrianças são muito novas para captar certas atitudes que reinam no
tempo, tenha algum valor. Uma garota pode acreditar que seja estúpi-lar, no que diz respeito a tensões e falta de aceitação. Mas elas perce-
da mesmo quando os testes de inteligência demonstrem que é brilhan-bem essas coisas. Se pedimos a nosso filho que perdoe nossos erros,
te. Pode sentir-se feia mesmo que seja linda. Uma vez que tenha mon-não é preciso sentir que fomos rebaixados como pais. Pedir perdão in-
tado sua fotografia mental, continua assim porque mudar o conceito clui três passos: (1) admitir que cometeu erro, (2) identificar o erro e
que tem de si mesma significaria abandonar a única identidade que co- (3) dizer: “Voce me perdoa?” Eu poderia terminar desta forma: “Mar-
nheceu durante anos. É mais seguro viver com o que lhe é familiar. cos, me equivoquei em relação a uma coisa e quero conversar com
Os sentimentos de valor pessoal são aprendidos, conquistados e você. Cometi um sério erro. Nem sempre agi corretamente com você.
experimentados, em vez de herdados. Por isso, as atitudes de uma Quando você agiu dessa ou daquela maneira, eu reagi dessa e daquela
pessoa em relação a si mesma podem mudar quando tem uma expe- forma. Sei que você me tem visto agir assim. Não estou orgulhoso do
riência positiva com as pe ssoas e a vida. Se os pais proporci onarem que fiz. Lamento, e no futuro procurarei melhorar. Você me perdoa?”
uma atmosfera de aceitação, ajudarão seus lhos
fi a mudar o concei- Esse passo pode produzir uma aproximação entre pai ou mãe e filho.
to negativo sobre si mesmos em certo período de tempo. No entan-
to, quanto mais tempo a criança viver com uma opinião inferior a 4 Peça per dão a Deu s. Depois de confessar o erro a seu filho,
seu próprio respeito, mais profundas serão as raízes do ódio a si, e peça perdão a Deus pela atitude egoísta que teve. Agradeça-Lhe o
mais difícil será a tarefa de eliminar esses sentimentos. fato de lhe ter dado esse filho. Essa oração pode contribuir para me-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
50/Fi lhos – educan do com su cesso Um sent i ment o básico: o respe i to pr ópr i o/ 51
lhoraras relações, caso seuho fil esteja prese
nte enquanto você ora. um gesto carinhoso ou dê um abraço nele, e terá demonstrado acei-
Reconheça que seu filho é um dom especial que você recebeu e que tação nos termos que ele pode compreender. Evite os elogios sem
Deus tem um propósito específico para a vida dele. Depois disso, sentido, mas todos os dias procur e oportunidades delogiar e sincera-
você terá condições de ajudar seu filho a crescer de forma positiva. mente as coisas que foram bem feitas ou seu bom comportamento.
Evite compará-lo com seus irmãos, irmãs, crianças da vizi-
5 Aju de seu fi lho a de senvolver um a especial i dade . Esforce-se nhança, colegas de escola, parentes ou com você mesmo quando
para ajudá-lo a desenvolver as habilidades e os hábitos que se har- tinha a sua idade. Goste de seu filho como ele é. Fale das áreas
monizam com a vontade de Deus para sua vida. Ajude-o a destruir nas quais ele satisfaz suas expectativas e seus sonhos. Uma das
qualquer coisa negativa e a adquirir qualidades positivas. A maior maiores necessidades da criança é escutar frases de aceitação
parte dos pais deve dar um passo a mais. Se o seu filho é diferente que signifiquem algo para ela como pessoa, e não apenas pelas
da maioria das crianças de seu grupo, ou seja, se é mais baixo ou coisas que faz.
alto, se é mais magro ou gordo, se usa óculos ou aparelho nos den-
tes, se tem orelhas grandes ou algum outro traço característico, se A criança rejeitada
difere em qualquer coisa importante para o grupo de amigos, ele Talvez seu filho sofra de rejeição na escola e também na vizi-
precisará de uma “especialidade”. Ter uma especialidade compensa- nhança. Quase todos os dias, ele enche os olhinhos de lágrimas e
rá sua debilidade e o ajudará a valer-se desses pontos fortes. diz: “As crianças não me querem.” De que forma você deve encarar
A especialidade é algo que a criança pode fazer bem e que servirá esse problema?
de compensação quando os colegas a rejeitarem. Em algum momen- A maioria dos pais talvez dissesse que não precisa ficar preo-
to da vida de seu filho, ele será rejeitado pelo grupo, por mais que cupado. Alguns pais poderiam repreendê-lo por sentir-se assim.
você tente protegê-lo. Se tem um filho de estatura baixa para sua ida- Não cometa esse rero. Anime-o a falar sobresuas preocupaçõe s.
de, ou se ele não é bom nos esportes (tanto a altura quanto a habili- D i zer-lhe que não deve sesentir mal por causa disso seria uma
dade nos esportes são importantes para os colegas de uma criança), negação do que ele está experimentando. Em vez de inibir seus
encontre uma especialidade para ele. Pode ser carpintaria, aeromo- sentimentos, escute-o atentamente (no capítulo seguinte, falare-
delismo, tocar al
gum instrumento mu sical, fotografia oualguma ou- mos mais sobre isso). Não procure resolver oproblema, pelo me-
tra coisa. Se a sua filha tem excesso de peso e usa óculos, ajude-a a nos por enquanto. Agora, ele está muito triste para escutar solu-
encontrar uma especialidade que contribua para formar sentimentos ções. Porém, quanto mais livre seu filho se sentir para expressar
de auto-aceitação. Talvez ela possa se transformar em uma excelen- seus sentimentos, ma is fácil será para você descobrira verdadei-
te nadadora, aprender a costurar, a tecer, a desenhar ou a escrever. ra causa do problema.
Ao completar oito ou nove anos, seu filho já deve ter desenvolvi- Ao escutá-lo atentamente, você poderá encontrar a raiz de sua di-
do habilidades ou aptidões que poderão ser a base para algumas es- ficuldade. E também achará a solução adequada para ajudá-lo a de-
pecialidades. Assim, qua ndo o grupo o rejei tar, isso rái doer, mas le e senvolver as habilidades que permitirão que seja aceitopor seus co-
também poderá dizer: “Está bem, vocês não me aceitam. Dão risa- legas, o que ele precisa com urgência.
das e zombam de mim, mas eu posso fazer algo que vocês não po- Seu filho está sendo rejeitado por outras crianças pela falta de al-
dem.” As especialidades podem mudar com a idade e o amadureci- guma habilidade ou aptidão? Há algo nele que promove esses senti-
mento, mas toda criança precisa ter alguma habilidade que lhe per- mentos? Ele é bastante sensível? Pense nessas perguntas e procure
mita enfrentar os pontos ásperos que encontra na da. vi encontrar er spostas para elas.
Ensine seu filho a demonstrar amizade para com as outras pes-
6 Ex pr esse ver balm ente a aceit ação do seu f i lho t odos os dia s. soas. Ele pode convidar um dos colegas para passar uma tarde em
Isso não significa que você elogiará seu filho até pelas menores coi- sua casa ou aze
f r um piquenique. Issopode estim ular o desenvolvi-
sas que disser ou fizer; significa que sempre falará de forma positi- mento de uma genuína amizade.
va sobre ele, especialmente se estiver presente. Se ele for muito sensível, é sinal de que tem um baixo nível de res-
Reforce ocomportam ento positivode seu filho com comentários peito próprio. Ajude-o a desenvolver uma especialidade que possa
em voz alta como: “Obrigado por ter trocado de roupa depois de che- compensar os momentos em que se sentir rejeitado. Ensine-o a su-
gar da escola, sem que eu tivesse que pedir. Isso me deixa feliz.” Faça portar essas situações sem prejudicar sua dignidade.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
52/Fi lhos – educan do com su cesso Um sent i ment o básico: o respe i to pr ópr i o/ 53
A satisfação própria promove a felicidade Faça uma análise
Para ensinar seu filho a sentir-se bem, você tem que começar É tempo de fazer uma análise do clima emocional que reina em
sentindo-se bem. Você é um modelo de comportamento para ele, seu lar. Se você não fizer esse esforço agora, será mais difícil fazê-
que capta rapidamente os erros que você comete em relação à sua lo depois. Você criou uma atmosfera de aceitação na qual seu filho
dignidade pessoal. Se pensar que não vale muito, provavelmente pode alimentar sentimentos positivos de dignidade pessoal? Tem
sua atitude negativa o contagiará. E poderá pensar: “Meu pai e mi- manifestado aceitação de maneira que ele possa compreender? O
nha mãe es consideram inferi
ores. Então, também sou inferior.” seu lar contribui para a edificação oua destruição da dignidades-pe
Com freqüência, a falta de respeito próprio passa de uma ge- soal? Você tem satisfeito as necessidades emocionais de seu filho
ração para outra, de bisavós para avós, de avós para pais, de através de aceitação diária? Você espe
r ita seu filho pelo que ele é ou
pais para filhos, numa reação em cadeia. A cada geração, au- ele precisa fazer alguma coisa importante para ter sua aprovação?
mentam a gravidade desse mal e o número de pessoas que so- Ele tem que fazer com que você se sinta orgulhoso para depois ser
frem dele. As histórias médicas de suicidas demonstram que a aceito? O seu lar ajuda a promover a dignidade e o respeito próprio,
tendência a pôr um fim à vida (o suicídio é o resultado final de igualmente, de cada membro da família? Nos próximos anos, como
um longo período de ódio de si mesmo) se manifesta em diver- seu filho considerará a herança de respe ito próprioe dignidade ue q
sos membros de uma mesma família. A menos que os pais to- você está ajudando a formar nele?
mem medidas eficazes para interromper esse círculo fatal, a fal- Felicidade é gostar de si mesmo, e o maior dom que você pode
ta de respeito próprio poderá prejudicar alguém que está se for- dar a seu filho é uma dose sa udável de respeito próprio. Agora, sim,
mando no seio materno. é possível compreender com maior profundidade o que é o amor. É
o firme fundam ento da felicidadeque seestrutura no lar.Nisso está
Você c
onsegue
! o segredo da vida!
Pela graça de Deus, é possível mudar uma imagem psicológica
danificada. Deus deu os recursos necessários para reproduzir em
nós Suaimagemperfeita. “E todos nós com o rosto desvenda do,
contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos trans-
formados de glória em glória, na Sua própria imagem, como pelo Se-
nhor, o Espírito” (II Coríntios 3:1
8).
Uma garota tinha dificuldade para conseguir boas notas na es-
cola. Ela decidiu entregar a Deus sua imagem psicológica deterio-
rada, e finalmente entendeu a mensagem de II Coríntios 3:18. To-
dos os dias, repetia estas palavras transformadoras: “Tudo posso
em Cristo, que me fortalece.”; “Maior é O que está em mim do que
o que está no mundo.”; ”Sou mais que vencedora através dAquele
que me amou.” Também se lembrava disto: “Um com Deus é maio-
ria. Vou conseguir!”
Qualquer coisa enviada diretamente ao subconsciente é aceita
como verdade. Não há lugar para dúvidas. A mudança da imagem
psicológica feitapela garota teve sucesso.m
E poucas sem
anas, ela
experimentou uma mudança completa no sentido positivo. Antes
ela pensava que não podia fazer nada certo; agora seus professores
a parabenizavam pelo bom desempenho. Ela sabia, com certeza,
que Deus a estava ajudando com Seu poder a levar avante o propó-
sito que Ele tinha para sua vida e a reproduzir nela Sua imagem.
Essa jovem, que estava desanimada, venceu.
Você também pode conseguir!

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
Capítulo 3

B en ef íc i o s
d a c o m u n i c ação
adequada
A maioria das pessoas considera inevitável a brecha entre a gera-
ção dos pais e a dos filhos, mas reconhece que uma boa comuni-
cação é fundamental para manter disciplina adequada e estabelecer um
sólido sistema de valores. Querem manter abertos os canais de comuni-
cação. Mas como? Não existe uma fórmula que permita sucesso cada
vez que é aplicada; porém, há princípios que podem levar ao êxito.
Em primeiro lugar, é importante determinar o que é e o que não é
comunicação e o que um pai pode esperar dela. Alguns confundem
contato verbal com comunicação. Pensam que, se seus filhos ou
eles falam,
guindo doisestão se comunicando.
caminhos: vai de umaMas a comunicação
pessoa acontece
a outra e volta se-
da segun-
da para a p
rimeira; é dar ou trocar
informação. A comunicação é re-
Keystone ceber a informação de forma tão aberta e voluntária como é dada.

Res umo d o capítulo 3. Expressar-se de forma aceitável segunda pessoa C. Os pais cansados costumam
B. Use declarações na primeira usar um tom de reprovação
II. O que é comunicação III. Como ouvir pessoa
A. Primeiro aceitação, depois A. Os pais podem estimular a 1. As declarações na primeira VII. Interrupção da comunicação
comunicação comunicação pessoa têm três partes A. Os pais devem estabelecer
B. Como a aceitação se manifesta B. Ouvir de forma ativa estimula 2. As declarações na primeira pontes para a comunicação
1. Linguagem corporal a comunicação pessoa são eficazes 1. Podem usar linguagem não-verbal
2. Sem interferência C. Benefícios de ouvir de forma ativa para mostrar que se preocupam
3. Ouça de forma passiva VI. O tom da voz 2. Podem ouvir de forma ativa
4. Incentive a falar mais IV. Forma errada de ouvir A. Os pais costumam usar um tom 3. Podem usar declarações na
A. Evite fazê-lo no momento que mostra que não querem primeira pessoa
II. Os importantes sentimentos das errado colaboração B. A comunicação satisfatória
crianças B. Não dissimule os B. Com freqüência, usam um tom precisa ser alimentada
A. Os pais devem compreender os sentimentos ameaçador diariamente
sentimentos C. Não sugira uma solução
B. Os pais devem: D. Não humilhe a criança
1. Ouvir com simpatia
2. Aceitar os sentimentos V. Como se deve conversar
A. Evite declarações na

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
56/Fi lhos–edu can docomsu cesso Ben efíci osdacom u n i caçãoadequ ada / 57
As crianças e os adolescentes se queixam com freqüência que mental de si mesma: “Sou impossível.” Uma vez formada essa auto-
ninguém os uove, que ninguém compreende o que sentem, que se re- imagem negativa, ela começa a exercer influência destrutiva sobre
clama deles o tempo todo. E muitos pais agem como sargentos de o comportamento no lar, na escola, no trabalho e nas brincadeiras.
quartel, que gritam suas ordens aos soldados. Por isso, não é de se Durante os seminários que fazemos, com freqüência, os pais pe-
estranha r que não consi gam se comunicar co m seus filhos. dem ao meu esposo e a mim que demos nossa opinião pessoal so-
Os pesqu isadores e os psicólogos aprenderam técnicas para colocar bre o comportamento de seus filhos. Começam a descrever como
em prática uma comunicação mais eficaz; os pais podem utilizá-las no J oãozinho, Pedrinho ou Maria se comportam mal, mesmo estando
lar para mante r abertas as viasde comunicação.ma U das descobertas na frente deles. Os pais, às vezes, não percebem o dano que causam
mais importante s se refere a uma atitude queedev existir antes de co- a seus filhos.Da última descrição que a m ãe deJ oãozinho ef z dele,
meçar a comunicação. Essa atitude recebe o nome de “aceitação”. será tirado um detalhe adicional para a imagem mental que ele está
A maioria de nós supõe que, para desenvolver o caráter de nossos formando sobre si mesmo. Quanto mais freqüentes forem essas des-
filhos,devem os dizer-lhes o que não gostamos neles. Recheam os nos- crições, mais forte será a imagem mental negativa.
sas conversas com sermões, cobranças e ordens, tudo o que lhes co- É um ato de amor aceitar uma pessoa como ela é, porque sentir-
munica falta de aceitação de nossa parte. Em muitas famílias, a co- se aceito é sentir-se amado. Sentir-se amado promove o desenvolvi-
municação verbal é feita unicamente de críticas. As palavras de elo- mento da mente e do corpo, e é uma força terapêutica eficaz que
gio, o apreço, a simpatia e a felicidade raramente são manifestados. contribui para reparar danos psicológicos e físicos. Quando uma
Alguns pais perguntam: “Por que falar sobre o bom comportamento, pessoa se sente verdadeiramente aceita por outra, pode pensar li-
se meu filho está fazendo justamente o que lhe foi ordenado que vremente em mudar, em como deseja crescer, em ser diferente ou
faça?” Por causa dessa atitude negativa, seus filhos acham mais fácil mais capaz. A aceitação permite que a criança desenvolva suas pos-
e conveniente não expressar seus pensamentos e sentimentos. A crí- sibilidades latentes
. Mas a aceitação deve se ma nifestar visivelmen-
tica os coloca na defensiva, de modo que, para evitar novas compli- te, para que a criança possa experimentá-la.
cações, se fecham em um mundo de silêncio no lar e se comunicam
apenas com seus colegas e amigos. Com eles, podem conversar con-
fiantemente porque sabem que qualquer coisa dita será aceita. Auto -exame so bre comunicação
Uma instituição que trata dos relacionamentos familiares infor-
mou os resultados de uma pesquisa sobre comentários negativos e Este teste avalia a forma como você se comunica com seu filho. Marque
positivos que os pais fazem aos filhos. Um grupo de mães registrou na escala de 1 a 5 o modo como você se vê agindo.
quantas vezes foram feitas observações negativas, comparando-as 1 = Nunca
com as positivas. Como resultado, descobriu-se quemera feitos dez 2 = Raramente
comentários negativos para cada um positivo. Em outras palavras, 3 = Às vezes
90%de sua comunicação total era negativa. 4 = Freqüentemente
Essa situação é um pouco melhor no caso dos professores da es- 5 = Sempre
cola. Uma pesq uisa que durou tr ês anos, realizada em escolas públi- 1 2 3 4 5 1. Em nossa família, conversamos sobre os
cas, revelou que os professores mantinham uma comunicação 75% problemas.
negativa. O mesmo estudo mostrou que cada comentário negativo 1 2 3 4 5 2. Respeito meus filhos mesmo quando não
tinha um efeito tão prejudicial sobre o conceito que as crianças ti- concordo com eles.
nham sobre si, que era necessário apresentar quatro pontos positi- 1 2 3 4 5 3. Antes de avaliar um problema, ouço os
vos para desfazer a reação negativa. pontos de vista de meus filhos.
Os pais sabem que as crianças ouvem e entendem muito bem o 1 2 3 4 5 4. Enquanto ouço meu filho, olho-o nos olhos.
1 2 3 4 5 5.Dou bastante oportunidade para meu filho
que é dito para elas, e mesmo assim falam coisas insensatas na fren- fazer perguntas e conversar comigo em
te dos filhos. Porexemplo, uma am iga minha tinha uma filha de oito particular.
anos, de gênio difícil. Constantemente, ela reclamava de como Re-
beca era “impossível”, e o fazia na presença da menina. Essa lem- Analise suas respostas com seu cônjuge ou com um amigo.
brança constante levou Rebeca a formar a correspondente imagem

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
58/Fi lhos – educan do com su cesso Ben efíci os da comu ni cação adequa da /59
Comodemonstrar acei
tação de confiança em sua s habilidades. Um pai pode obse rvar o Jaiminho
Podemos comunicar nossos sentimentos e atitudes de aceitação enquanto se entretém com as peças de um quebra-cabeça. Pode an-
de diversas formas. Em muitas ocasiões, as vias de comunicação tecipar a colocação de uma peça se a criança já estiver indo nessa
entre o pai oua mãe e o filho se interrompem
porque a criança per- direção. Mas, se a detiver para rigir-lhe
cor um erro, ela pode se res-
cebe sentimentos de rejeição. Como resultado, ela não expressará sentir e se desanimar. “Nunca conseguirei fazer nada que agrade
seus verdadeiros sentimentos e pensamentos porque não quer expe- meu pai. Por que vou continuar tentando?” Oi não pa tinha intenção
rimentar dor nem afli
ção. Não basta os paissentirem uqe aceitam os de enviar uma mensagem de rejeição, mas o fez.
filhos. Também têm que fazer o que for preciso para demonstrar es- Com muita freqüência, a intervenção dos pais nas atividades de
ses sentimentos de aceitação de uma forma que a criança possa seus filhos é, na verdade, tentativa de torná-los comportados e fazê-
compreender sem dificuldade. Um dos métodos mais fáceis de de- los agir de acordo com suas expectativas. A não-interferência em
monstrar aceitação é dizer: “Compreendo o que você quer dizer.” momentos como esses transmite pensamentos positivos, como o se-
As mensagens não-verbais ou “a linguagem do corpo” – gestos, guinte: “Tenho confiança na sua habilidade para completar esta ta-
postura, expressões faciais, tom de voz – muitas vezes falam mais refa de forma satisfatória.” Interferir no que o filho faz transmite fal-
forte e com mais clareza do que a voz. A sobrancelha franzida, um ta de aceitação; a não-interferência demonstra itação.
ace Essas ati-
suspiro, o desviar dos olhos, podem revelar sentimentos sem que se tudes afetam de forma positiva ou negativa o conceito de dignidade
diga uma só palavra. Muitas mensagens não-verbais estabelecem que a criança tem de si mesma.
barreiras antes que a conversação possa começar. A atitude de ouvir de forma passiva e interessada também pode
A “não-interferência” é outro método de demonstrar aceitação. transmitir aceitação. A diferença entre a atitude passiva e a ativa
Coloque-a em prática quando permitir que uma criança ou adoles- está no propósito pelo qual se ouve. Você pode ouvir de forma pas-
cente fale, brinque ou participe de outras atividades. Interromper siva simplesmente para receber informação, e nesse caso transmite
uma criança, dar instruções, fazer sugestões ou oferecer ajuda en- aceitação não dizendo nada ou muito pouco. Os conselheiros pro-
quanto ela está se dedicando a uma atividade específica revela falta fissionais costumam usar esse método para animar a pessoa a ad-
quirir confiança e falar de seus problemas. Quem ouve não emite
nenhum juízo, apenas se limita a ouvir. Aqui está um pequeno exem-
plo de como se ouve de forma passiva:
Criança : “Mamãe, hoje, durante o recreio, a professora não me
deixou sair para jogar.”
Mãe: “É mesmo?”
Criança : “Sim. Fez com que eu ficasse na sala para fazer umas ta-
refas que estavam atrasadas.”
Mãe: “E o que mais?”
Criança : “Terminei tudo o que estava atrasado.”
Mãe: “Que bom!”
Criança : “De agora em diante, não vou mais deixar que minhas
tarefas se atrasem.”
Mãe: “Fico feliz de ouvir isso, filhinho.”
A mãe podia ter dito: “O que foi que você fez desta vez?” ou “Vou
chamar a Srta. Silvana e falarei omc ela sobre isso”.sses
E come ntá-
rios teriam eliminado da criança o desejo de falar. Ouvir de forma
passiva permite que a criança se abra, que fale sobre sua situação e
que resolva o problema sozinha. A atitude passiva da mãe e a lingua-
gem corporal adequada revelarão seu interesse e aceitação em rela-
ção aos sentimentos do filho.
Poucos pais desenvolvem essa habilidade. Pensam que seu dever

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
60/Fi lhos–edu can docomsu cesso Ben efíci osdacom u n i caçãoadequ ada / 61
é corrigir, advertir, repetir ou interpretar tudo o que a criança diz. Conheça os sentimentoseus de sfil hos
Essa forma de ouvir mostra claramente à criança que u pai
seousua Antes de aprender a ouvir, é necessário compreender os senti-
mãe não pode ace itar suas histórias ou sentimentos. Enquanto você mentos dos filhos. Vamos supor queéssica J corra para a mamãe gri-
ouve passivamente, inclua frases como estas: “Que interessante!”, tando: “Gostaria de não ter uma irmã! Ela é muito boba!” A mamãe
“Sim?” ou “Verdade?” Quando permite que seu filho expresse seus poderia dizer: “J éssica, o que você acab ou de dizer é uma coisa mui-
sentimentos numa atmosfera de aceitação, ele se dedica com maior to má! Você gostaria sim de ter sua irmãzinha!” Nesse caso, negou
liberdade a resolver seus problemas sozinho. os sentimentos da enina.
m Não teriasido melhor conversar com ela
No entanto, os pais não podem permanecer em silêncio por mui- para diminuir a raiva que está sentindo da irmã?
to tempo, se querem manter uma boa relação com seus filhos. Eles Com freqüência, quando as crianças dividem suas emoções co-
também querem algum tipo de apoio verbal; mas a resposta que re- nosco, nos apressamos em dizer-lhes como devem se sentir ou dei-
cebem determinará se confiarão ou não em seus pais para contar xar de se sentir, como se nossas óbvias declarações pudessem ali-
sobre suas dificuldades. Uma resposta verbal eficaz incentiva o fi- viar seus sofrimentos! Fazemos isso porque aprendemos que os sen-
lho a continuar falando. Esse tipo de comunicação abre as portas timentos negativos são maus e não devemos tê-los. Como resultado,
porque não julga nem critica o que o filho procura dizer. sentimo-nos imaturos e menos valiosos quando esses sentimentos
Estas frases são verdadeiros incentivos para falar: “Que interes- surgem em nós. No entanto, os sentimentos negativos são uma rea-
sante!”, “Fico feliz em saber disso”, “Que bom!”, “Magnífico!”, “Com- lidadeda vida. Não podem os viver sem expe rimentar conflitos, e os
preendo”, “Não me diga?” conflitos geram emoções negativas. Lamentavelmente, a maioria
Há incentivos para continuar falando que são mais específicos: dos pais não sabe como se livrar de seus próprios sentimentos ne-
“Isso parece muito interessante! Fale mais”; “Posso entender quan- gativos, nem como ajudar seus filhos a canalizá-los.
to isso é importante para você”; “Continue falando sobre isso”; “Eu Poucas pessoas compreendem que a melhor forma de se livrar das
me interesso em saber o que você tem para me dizer a respeito dis- emoções negativas é colocá-las para fora. Se as guardam, elas podem
so”; “Gosto de saber do seu ponto de vista”. acabar se tornando amargura, que gera ressentimento. Mais tarde, esse
Quando você usa essas frases, ou outras parecidas, evelar interes-
se por seu filho; faz com que ele veja que tem direito de expressar conferencista
ressentimento eaflorará
teólogoe da apresentará
instituiçãosintomas
denominadadoentios.
Conflitos
Bill Gothard,
Básicos
seus sentimentos sobre muitas coisas; que você pode aprender algo da Adolescência,onta c a histó ria de um garoto que disse: “Meui pa me
sobre isso; que gostaria de ouvir seu ponto de vista e que idéias dele fez sentar, mas dentro de mim estou de pé.” Ao dizer às crianças que se
são importantes para você. Isso também contribui para manter o acalmem, que não continuem tendo emoções fortes, nós as afastamos
diálogo. Seu filho não pensará que você deseja monopolizar a con- de nós. Dizemos que uma parte delas, o que estão sentindo, é inaceitá-
versa e começar a dar sermão, conselhos e a ameaçá-lo. Você pode- vel, e que são pessoas terríveis por terem esses sentimentos negativos.
rá se surpreender diante da resposta que terá quando utilizar ex- Portanto, elas se esforçam continuamente para escondê-los, até mes-
pressões que demonstram seu interesse, porque com isso o anima- mo delas próprias, e podem ficar com a mente confusa. Além disso, a
rá a falar, a se aproximar de você e a dividir seus sentimentos. repressão dos sentimentos destrói o respeito próprio.
Qualquer pessoa vai responder favoravelmente diante dessas atitu- Quando seu filho manifesta uma atitude emocional alterada,
des. Sentimo-nos bem uando
q os outrosnos respeitam, quando fazem ouça-o com simpatia, aceite seus sentimentos e dê-lhe meios aceitá-
com que nos sintamos dignos e indicam que o que temos para dizer é veis para dissipar essa emoção, como: participação nos esportes,
interessante. As crianças não são diferentes. Precisamos lhes dar- entretenimentos, música, ou simplesmente dê-lhe algum trabalho.
mais oportunidades de expressar seus sentimentos e convicções.
Os paisque desejam se comunicar abertame nte com seus lhos
fi de- Como ouvir de forma ativa
vem se preparar para ouvir algumas coisas que podem parecer amea- Os incentivos para se comunicar abrem as portas para a compreen-
çadoras. De que adiantaria ouvir apenas as coisas boas e agradáveis? são mútua, mas os pais devem saber como manter essa porta aberta.
Os jovens precisam dividi r suas alegrias,m,si mas també
m neces sitam O método de ouvir de fo rm a ativa é excelente para esse propósito.
de alguém que ouça quando eles querem falar sobre seus problemas,Não apenas se obtém informação através de sua aplicação, mas, o que
temores e fracassos. Precisam ser ouvidos por alguém que não se es- é mais importante, é possível detectar os verdadeiros sentimentos da
candalize com suas confidências nem faça recriminações. criança através do que ela diz. E é melhor ainda quando os pais cap-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
62/Fi lhos – educan do com su cesso Ben efíci os da comu ni cação adequa da /63
tam indíci
os de queo filho está pa ssando por algum problema mocio-
e
Sobre os sentimentos nal ou de outra índole. Eles devem ouvir para discernir o que há por
trás do problema (os sentimentos) e comentar sobre esse sentimento
As crianças se comunicam com seus pais muito mais que apenas de maneira que não haja possibilidade de confundir seu significado.
com simples palavras. Atrás de cada palavra há um sentimento. Leia Quando você acredita que compreende o que acontece, deve ex-
cada frase a seguir e escreva na coluna da direita o primeiro ou mais pressá-lo em suas próprias palavras para que seu filho perceba. Se
importante sentimento captado. Aqui está uma lista desses sentimentos. não identificou devidamente os sentimentos da criança, ela dirá:
DESAFETO MEDO DESÂNIMO
“Não, não é issoo que eu quis dizer”, e irá corrigir as impressões que
COMPETÊNCIA RAIVA ALEGRIA foram formadas. Às veze s, será nece ssário incentivar a cri
ança para
CULPA FRUSTRAÇÃO SOLIDÃO descobrir o que há por trás de suas palavras. Sua atitude de apreço,
que incentiva a criança a continuar falando, e algumas perguntas
1. Oba! Só faltam oito dias para as férias!________________________ feitas com jeito, serão de valiosa ajuda.
À medida que seu filho avançar mais profundamente na difícil si-
2. Veja, papai! Tirei uma boa nota em Ciências. ___________________ tuação que está enfrentando, resista ao impulso de resolver o pro-
3. Não quero ir sozinho. Você vai comigo? _______________________ blema por ele ou de dizer-lhe o que deve fazer. Toda pessoa abalada
por um problema emocional não pensa com clareza, de modo que,
4. Sara e eu brigamos. Eu estava bravo e disse coisas que não ao ajudar seu lho
fi a expressa r verbalmen te o problema, você o aju-
deveria._________________________________________________ dará a lidar com os sentimentos negativos de forma positiva. Tam-
bém aprenderá que pode expressar seus sentimentos sem que você
5. Tentei agradar meu professor. Quanto mais eu tentava, mais as faça objeções, e vocês estabe lecerão uma sóli da relação.
coisas pioravam.__________________________________________ Aqui estão alguns exemplos de pais que usaram corretamente o
6. Não quero mais falar com o João. Não o convide para vir a nossa método de ouvir de forma ativa:
casa.___________________________________________________ Exemplo ºn1:
Criança:“Bruna pegou meu livro e o escondeu. Fiquei com tan-
Sobre ouvir atentamente ta raiva que tive vontade de bater nela.”
Pai:“Você ficou mesmo nervoso. Realmente, não é nada agradá-
Ouvir atentamente significa se importar mais com os sentimentos ou vel quando alguém pega algo da gente e esconde.”
as mensagens verbais do que com os fatos. Marque as respostas que, Criança:“Claro que não é.”
a seu ver, dão mais importância aos sentimentos. Exemplo ºn2:
Criança:“Desde que Eduardo se mudou, não tenho com quem
1. Seu filho cai e machuca o joelho. Soluçando, ele diz: “Caí e ma- brincar. Passo o dia sem fazer nada. Estou tão chateado!”
chuquei meu joelho.” Mãe:“Você está se sentindo só desde que Eduardo se mudou. É
a. Pare de agir como um chorão. Não foi nada.
b. Vai sarar logo. Não chore. Venha, vamos comer um biscoito! triste perder o melhor amigo sem ter outro para poder se distrair.”
c. Não seja tão desatento. Criança:“É verdade. É terrível. Tenho certeza de que nunca en-
d. Então, vamos fazer um curativo? contrarei outro amigo como o Eduardo.”
Exemplo ºn3:
2. Seu filho reclama depois de brincar com um vizinho: “Odeio o João. Adolescente: “Pai, quando você tinha a minha idade e saía com
Ele é o pior garoto que conheço. Nunca mais vou brincar com ele.” as garotas, que tipo de garota preferia? O que chamava mais a sua
a. Não fale assim. Você esquece isso.
b. Calma! Você está tão bravo que nem está falando direito. atenção nelas?”
c. Parece que você e o João tiveram um mal-entendido. Pai:“Parece que você está preocupada, pensando que tipo de
d. Que feio! Não fale mal do João desse jeito. amiga será para os rapazes.”
Adolescente: “Sim. Tenho 15 anos e nunca saí com um rapaz. To-
das as minhas amigas já saíram.”

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
64/Fi lhos–edu can docomsu cesso Ben efíci osdacom u n i caçãoadequ ada / 65
Em cada um dos exemplos anteriores, os pais acertaram os sen- com ele. Mas, sabe, ele me disse algo que me preocupou um pouco.
timentos de seus filhos. Mas nem sempre é fácil determinar exata- Não pretende te rminar seus estudos de grau. II Ele trabalha em um
mente quais são esses sentimentos. supermercado e disse que prefere trabalhar ali a continuar estudan-
O Dr. Haim Ginott, em seu excelente Betweelivro n Parent an d do. Mas seu trabalho é muito bom.”
Child , também enfatiza a necessidade de ouvir para descobrir o sig- Mãe:“Parece que você está confusa se ele está fazendo o que é
nificado oculto das palavras. Seu exemplo clássico se refere a um certo ou não.”
garoto que visitou pela primeira vez um jardim da infância. Natália:“Tenho pensado nisso. Parece que todos deviam pelo
“Quem fez esses desenhos tão feios?”, perguntou o garoto. menos estudar até o II grau. Nem todos podem fazer faculdade, mas
A mãe pediu que ele ficasse quieto, mas a professora explicou: eu sempre tive planos de fazer curso superior. Como será o casa-
“Aqui não é necessário que as crianças façam desenhos bonitos. Se mento quando a esposa faz faculdade e o esposo nem sequer termi-
elas quiserem, podem fazer desenhos feios também.” na o II grau?”
Então o garoto perguntou: “Quem quebrou este carro de bombe i- Mãe:“Pelo que vejo, você tem pergun tas definidas sobresso…”
i
ros?” Natália: “Bem, talvez não seja algo tão sério, e ainda vou pensar
A mãe ficou zangada: “Por que você está tão interessado em sa- nisso. Sabe o que mais ele me falou? Pensa que não há nada de er-
ber quem fez isso? Você não conhece ninguém aqui.” rado em ajudar os amigos, dizendo-lhes algumas respostas durante
A professora respondeu: “Os brinquedos foram comprados para a prova.”
eles brincarem. Às vezes, se quebram. Isso acontece todo o tempo.” Mãe:“Você não parece muito segura a respeito do que é certo e
Em cada um desses casos, comenta o Dr. Ginott, o que o garoto do que é errado.”
realmente desejava era saber o que acontecia às crianças que fa- Natália: “Bem, sei que isso acontece o tempo todo, mas não é
ziam desenhos feios ou que quebravam brinquedos. A mãe percebeu justo. Agora, vou fazer minhas tarefas porque meu amigo vai me
as palavras e as perguntas, mas não os sentimentos que existiam chamar mais tarde e devo ter bastante tempo para conversar
por trás delas. A professora descobriu os sentimentos do garoto e com ele.”
transmitiu-lhe segurança com suas respostas acertadas. Durante o diálogo em que se usou o método de ouvir ativamente,
No próximo exemplo, a mãe usa o método de ouvir ativamente a mãe pôs de lado seus próprios pensamentos e sentimentos para
para ajudar Natália a se abrir, a pensar no problema por conta pró- ouvir os sentimentos da Natália. Demonstrou interesse pelo amigo
pria, a fazer uma avaliação de si mesma e de sua amiga, e a come- da filha, mas não emitiu qualquer juí zo, o que exigiu que ela exerces-
çar a resolver o problema. se muito controle sobre si mes ma. J úlio é um rapaz m uito bom e
Natália: “Ontem à noite, estive novam
ente com úJ lio. Ele é o me- simpático, mas tem alguns traços que não são recomendáveis. A
lhor rapaz que já conheci. Gosto muito dele. Poderia até… (faz uma mãe pensava num jovem melhor para sua filha.
pausa para medir suas palavras) me casar com ele!” Ficou preocupada por ter deixado o diálogo sem terminar; sentia
Mãe:“Fale-me sobre ele” (animando-a a se expressar). que pouco ou nada tinhacançado
al como resultado. Mas, ao repas-
Natália: “É tão atencioso… Ele me trata como se eu fosse uma sar mentalmente os comentários, compreendeu que Natália havia
rainha! Não se parece com muitos rapazes sem juízo do colégio.” começado a entrar na etapa que resolveria o problema, a assinalar
Mãe:“Com certeza, você se sente muito bem em ser tratada algumas deficiências e maus hábitos deúlio, J que a preocupava m.
como uma rainha.” O diálogo de Natália com a mãe lhe permitiu verúlio J de umafor-
Natália: “Claro! Estive com ele só algumas vezes, mas ontem fo- ma como não o via antes. Duas semanas depois, Natália contou a
mos jantar juntos e ele puxou a cadeira para eu me sentar, pendu- sua mãeque ela e Júlio eram am igos, mas que não conti nuariam se
rou minha blusa e até abriu a porta do carro para que eu entrasse.” encontrando com tanta freqüência. Fez este raciocínio: “As boas
Mãe:“Parece que ele gosta muito de dar essas atenções.” maneiras e a conversa agradável são importantes, mas não são a
Natália: “Sim, mamãe. Ele é muito amável e conversador. Nunca única coisa que precisa ser levada em conta!”
nos falta assunto para conversar. Poderi
a bater papo com ele duran- Na próxima cena, as respostas entre pai e filho estão restritas ao
te horas.” ataque e à defesa.
Mãe:“Você se sente bem depois de conversar com ele?” Pai:“Luís, você não tinha que cortar a grama hoje? Você sabe
Natália: “Sim. Sinto-me como uma pessoa especial quando estou muito bem que essa é uma das suas responsabilidades.”

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
66/Fi lhos–edu can docomsu cesso Ben efíci osdacom u n i caçãoadequ ada / 67
Luís:“Eu não a cortei porque não pude encontrar o óleo de má- nada de temas é um sinal inconfundível de comunicação deficien-
quina para lubrificar o cortador de grama.” te; é como se alguém atirasse uma pedra, se escondesse enquanto
Pai:“Então, encontre o óleo e faça isso amanhã. E faça tudo di- alguém lança outra pedra em sua direção, e ao mesmo tempo olha
reitinho.” ao redor procurando outra pedra. Luís e seu pai ouviram somente
Luís:“O que quer dizer com ‘fazer tudo direitinho’? Quando cor- para encontrar a oportunidade de refutar o que o outro dizia ou de
to a grama dos vizinhos, eles sempre dizem que faço isso muito bem aborrecer com nova avalanche de palavras. Ninguém ouvia as
e me pagam sem problemas.” mensagens não ditas: “Quem é o escravo aqui?” ou “Quem vai sal-
Pai:“Não discuta comigo. A última vez que você cortou a grama var as aparências?” Suas respostas estavam num nível superficial
em casa fez um péssimo serviço. Por isso, teve que fazer tudo de de comunicação, enquanto a ira, a frustração e outras emoções
novo. Capriche. Isso é tudo.” fortes ficavam sem ser tocadas. A hostilidade e as recriminações
Luís:“Caprichar! Ninguém consegue fazer nada suficientemente eram intensas.
bom para você.” Tanto o pai quanto o filho se retiraram com problemas adicio-
Pai:“Se você caprichasse logo na primeira vez, estaria bom.” nais sem resolver e sem dar expressão ao conteúdo emocional ori-
Luís:“Sei! Como quando me colocaram na galeria de honra da es- ginal. Luís saiu se sentindo humilhado, com raiva. Também se sen-
cola, e você veio me perguntar que negócio era aquele de ter duas tiu no direito de alimentar sentimentos negativos: “Quem não se ir-
crianças com notas melhores que as minhas. Não sou perfeito.” rita com alguémue q grita todo otempo dessa ma neira?” O pai,por
Pai:“Cuidado com o que você diz!” outro lado, se sentiu frustrado, desafiado e irritado. Ele também se
Luís:“Por que você grita co migo o tempo todo? Meus irmãos po- considerou no direito de ter sentimentos negativos: “O que se
dem fazer o que quiserem, mas para eles você não diz nada.” pode fazer com um rapaz como esse? Precisa de alguém que o en-
Pai:“Não é certo você fazer isso, você sabe.” frente com firmeza.”
Luís:“Acredito que seja certo.” Qual foi o resultado final? Uma situação não resolvida e frustra-
Pai:“Luís, não diga isso. Não fale comigo dessa maneira. Você da, tanto para o pai quanto para o filho. Isso não precisaria aconte-
está errado e vai admitir que está errado.” cer. Ambos tiveram várias oportunidades de ouvir o que o outro di-
Luís:(Silêncio) zia e, o mais importante, de perceber as emoções que se ocultavam
Pai:“Luís, eu fui justo com você e agora você vai me pedir des- por trás das palavras.
culpas.” Vejamos outro caso. naA Maria, garotinha de cinco anos, aotar vol
Luís:(Silêncio) da escola, levou para casa um anel que não lhe pertencia. A primei-
Pai: “Muito bem! Se não vai me respeitar e prefere me desafiar, ra versão sobre a srcem do anel se centralizou numa menina que o
além de fazer o trabalho, você está proibido devijogar deogam e havia “dado” a ela. Quando a mamãe fez perguntas, a garotinha dis-
durante uma semana, a menos que me peça desculpas imediata- se finalmente que tinha encontrado num cesto de lixo da escola.
mente.” Poucos dias depois desse incidente, Ana Maria perguntou se po-
Luís:“Viu só? Você nunca castiga meus irmãos, só a mim.” dia conversar com ela depois do jantar. A mãe concordou e ambas
Pai: “Já chega. Vá para seu uarto.
q Você não vai agir assi
m co- foram ao quarto de Ana Maria, onde a garotinha disse que queria fa-
mig o ! ” lar “tudo” o que hav
ia feito. Ela falou dos amigos, dascola, e de uma
Luís sai, entra no quarto e bate a porta. professora em particular com quem tinha problemas. Falou de tudo,
Pai:(Gritando) “Isso vai custar outros três dias de castigo!” menos do anel.
O problema inicial, cortar a grama, recebeu atenção superficial. Finalmente, a mãe tocou no assunto do anel, perguntando-lhe se
Tanto o pai quanto o filho se atacaram mutuamente, e porque am- ela desejava conversar sobre ele. E elas fizeram isso. Ana Maria es-
bos defende ram suas atitudes e de clarações, nada cou
fi resolvido. tava muito preocupada com o que havia feito e queria saber se isso
Luís e seu pai se afastaram do assunto inicial e entraram em te- era roubar. Amãeusou o método de ouvir ativamente, Ana
e Maria
mas secundários, como Luís não fazia nada certo, os vizinhos e o decidiu que devia levar o anel de volta à escola e deixá-lo na sala
desempenho escolar, “nada é suficientemente bom para você”, os onde o havia encontrado.
outros irmãos de Luís e o favoritismo do pai (que talvez nem fos- A mãe saiu do quarto, e entrou a irmãzinha de Ana Maria. A mãe
se real, mas usado por Luís nesse momento). A mudança desorde- conseguiu ouvir a menina dizendo à irmã: “Clarinha, quando alguém

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
68/Fi lhos–edu can docomsu cesso Ben efíci osdacom u n i caçãoadequ ada / 69
tem um problema que o preocupa, o melhor que pode fazer é falar O método de ouvir ativamente não é um remédio receitado que se
com a mamãe. A gente se sente tão bem quando conta tudo!” possa conseguir na farmácia familiar cada vez que alguém pensa
O método de ouvirde forma ativa ajuda a criança denco
ci manei- que é necessário resolver os problemas de um filho ou manipular
ras específicas: seu ambiente. Pelo contrário, é uma atitude. Se a atitude de aceita-
ção estiver ausente, seu filho descobrirá. As respostas mecânicas e
1 Aju da a cri ança a apr ender a form a de lidar com seus s en - carentes de autenticidade produzirão sentimentos de suspeita e res-
ti mentos neg ati vos. Sua aceitação dos sentimentos do filho o aju- sentimento. Para que o método de ouvir ativamente possa ser efi-
dará a aprender que as emoções negativas fazem parte da vida, e caz, é preciso primeiro querer ouvir tudo o que a criança tem para
que portanto não é ruim ter esses sentimentos. Também o ajudará a dizer e estar disposto a dedicar-lhe todo o tempo que seja necessá-
não segurar suas emoções, mas buscar uma forma adequada de ex- rio. Se temmuitas coisas a fazer, nem come ce o diálogo. Sua dispo-
pressá-las. sição de ânimo também é importante. Se não tem vontade de ouvir,
deixe para outra ocasião.
2 Dábase par a estabelecer um a estrei ta r elação entr e pai e fi - A palavra-chave no método de ouvir ativamente éo: acei-
acei taçã
lho. Ficamos felizes em saber que somos ouvidos e compreendidos. tação dos sentimentos de seu filho, de suas idéias ou opiniões, mes-
Essa experiência cria um vínculo entre pai e filho que estreitará os mo que pareçam estranhas à forma como você gostaria que ele enca-
sentimentos de respeito e co
nfiança. rasse a vida. Os sentimentos são passageiros. Eles mudam, e poucas
vezes permanecem fixos. Demonstre a seu filho que confia em sua
3 Aju da a cri ança a se pr eparar par a resolve r seus problemas habilidade para controlar suas emoções e resolver seus problemas.
por co nta própri a. Quando uma pessoa tem oportunidade de ex- Toda criança e adolescente, em algum ponto de sua vida, experi-
pressar um problema que a aflige, isso faz com que ela possa vê-lo mentará problemas na escola ou no lar, com os amigos, professores,
com mais clareza. Essa é uma das vantagens de buscar a ajuda de irmãos ou com ele mesmo. Use o método de ouvir ativamente nes-
um conselheiro quando há um problema na família. Poder falar em sas ocasiões. Quando seu filho aprender que pode recebe r aceitação
um clima de completa aceitação ajuda a pensar com mais clareza e e apoio para resolver seus problemas por conta própria, desenvol-
a encontrar uma solução mais aceitável. Tanto as crianças como os verá sentimentos de dignidade e confiança em si mesmo. Dessa for-
adultos acharão benéfico se comunicar com uma pessoa que saiba ma, você o ajudará a não desenvolver os problemas emocionais per-
ouvir atentamente. turbadores que os outros encontram nele. Mas não espere até que
surja uma situação difícil. Ouça ativame nte cada dia as coisas que o
4 Ensin a a cri ança a ouvi r seu pai e os outros. Quanto antes afligem, mesmo que ele seja bem pequeno.
e mais freqüentemente você demonstrar a seu filho que está dispos- Robertinho: “Mamãe, mamãe! Preciso de (você começa a cho -
to a ouvir suas idéias e problemas, mais vontade ele demonstrará de rar) . Venha cá!”
ouvir o que você tem a dizer. Se você acredita que seu filho nunca Mamãe: “O que foi, Robertinho? Por que você está chorando?”
ouve o que você diz, talvez sua própria atitude como pai ou mãe es- Robertinho: “Fique comigo esta noite?”
teja servindo de exemplo negativo sobre ele e seu comportamento. Mamãe: “Você está chorando porque não quer ficar sozinho no
quarto? Às vezes, as pessoas têm medo quando estão sozinhas no
5 Estim ula a cri ança a pens ar p or si m esma . O método de escuro.”
ouvir ativamente estimula as cri
anças e adolescente s a pensar e fa- O fato de saber que sua mãe o compreende de verdade e aceita
lar sobre os problemas, ao invés de fugir deles. Não podemos se- seus sentimentos faz com que Robertinho se acalme imediatamente
guir nossos filhos durante toda a nossa vida (ou a deles) para dar – muito mais que qualquer explicação lógica.
conselhos, oferecer soluções ou tomar decisões no lugar deles. Algumas respostas que os pais costumam dar a seus filhos nessas
Nosso dever é equipá-los com a capacidade de enfrentar os ble-
pro circunstâncias são: “Robertinho, pare de chorar agora mesmo. Não há
mas e resolvê-los. O método de ouvir ativamente provê base para razão para você ter medo.” (Uma negação de seus sentimentos.) Ou:
uma relação de confiança e afeto; e dar conselh os, soluções, adver- “Só os bebês têm medo do escuro. Você é um bebê?” (Isso humilha a
tências e sermões constantemente destrói os relacionamentos en- criança.) Ou: “Robertinho, ter medo do escuro é bobagem. Monstros e
tre pais e filhos. fantasmas não existem. Pare de sentir medo.” (Aqui está outra nega-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
70/Fi lhos–edu can docomsu cesso Ben efíci osdacom u n i caçãoadequ ada / 71
ção dos sentimentos da criança e uma ordem que não pode ser cum- idéias e pontos de vista que diferem dos seus. Mas uma pessoa ma-
prida.) Não há como for çar o Robertinho a deixar de sentir medo. dura e flexível não tem medo de mudar.
No exemplo citado, a mãe compreendeu que o Robertinho estava Alguém disse com mu ito acerto que fomos criadosom c duas ore-
assustado e se sentia só.Aceitou-o,aflito e assustado como estava . lhas mas com apenas uma língua; e, quando os pais aprenderem a
Ao contráriodo pensam ento popular, é possível
azer
f com q ue uma controlar a língua e a abrir seus ouvidos, verão mudanças admirá-
criança pare de chorar, aceitando seus sentimentos em vez de negá- veis acontecerem nas discussões famili ares.
los. Quando uma criança chora, com freqüência quer a compreen- Ouça seu filho. É um pequeno ser humano, cheio de curiosidade
são de algo que esteja passando. Quando encontra alguém que a e entusiasm o. Ouça sua voz,com seus ouvidos, seushos ol e seu co-
compreende, geralmente deixa de chorar. ração. Em algumas ocasiões, sua voz estará cheia de poesia; às ve-
É melhor não dar muita importância a um problema pequeno; zes, revelará desespero e necessidade, perguntas e decisões; em al-
pelo contrário, convém diminuir sua importância. Mas, se a guns casos, manifestará admiração e sabedoria infantil baseadas no
criança está assusta da ou chorando, o melhor método é ouvir -ati novo conhecimento adquirido. Dê a ele o maior presente de todos:
vame nte . você mesmo. Transforme seu lar num lugar paradir divi
idéias e pen-
samentos sem m edo de hum ilhação ou ridículo. Seus filhos começa-
Protetores no caminho rão a trazer todo tipo de problemas que nunca analisaram com você,
No entanto, ouvir ativamente não é uma maneira de guiar a crian- e o lar será um lugar de crescimento e desenvolvimento.
ça à resposta que os pais consideram correta. Não se trata de um Ouvir ativamente, além de ser eficaz para comunicar aceitação e
meio para manipular o pensamento da criança. Mesmo que uma das desenvolver relações afetuosas, é um método excepcional para en-
funções principais da paternidade seja guiar os filhos e ensinar va- sinar seu filho a fazer escolhas e a ser responsável por seu próprio
lores para eles, isso não
pode ser feitodiretamente pelo método de comportam ento. Já que ouvindo ativame nte você não influencia nas
ouvir ativamente. escolhas de seu filho, ele compreenderá que você confia na sua ha-
Os pais também não deviam animar seus filhos a expressar seus bilidade de tomar decisões acertadas. Coloque-se numa posição de
onde possa ajudar seu filho a considerar de forma mais criativa os
corrigi-los. Aspara
sentimentos crianças
logo percebem
começarem essa
a oferecer
manobra soluções
e não gostam
ou tentar
dela, problemas ue q encontrar. sEtes come ntáriospodemajudar seu filho
porque se sentem humilhadas. nas situações problemáticas: “Talvez isso tenha acontecido por-
Não se deixe perder nem confundir pelos atos: responda com que…” Ou: “O que você acha que está por trás disso?” Ou: “Como
sentimentos aos sentimentos. Procure compreender a forma como você acha que tudo isso começou?” Às vezes, é bom inverter os pa-
seu filho se sente quando está falando. Ponha-se no lugar dele. Um péis: você se coloca no lugar do seu filho e ele vira o pai ou a mãe.
pai se desanimou depois de tentar, pela primeira vez, ouvir ativa- Repetimos: você deve dominar o método de ouvir ativamente an -
mente. Disse que sua filha pediu que deixasse de repetir tudo o que tes de tenta
r a inversão de papé is. Primeiro, estabeleça um clima de
ela dizia. No começo, pode ser difícil descobrir qual é o sentimento aceitação e confiança, pois senão seu filho pensará que é uma for-
que preocupa a criança, o que o faz repetir o que a criança ou o ado- ma de manipulá-lo. Seu objetivo é ensinar a criança a resolver seus
lescente diz. problemas, mas seu motivo não deve ser influenciá-la, dirigi-la ou
Se o seu filho não tiver vontade de falar de seus problemas, tome forçá-la a aceitar suas soluções. Seu propósito deveser unicamente
cuidado. Não insista depois de ele ter indicado que não quer conti- ajudá-la a aprender a manejar seus sentimentos e desenvolver a ha-
nuar falando. Respeite sua privacidade. Não use o método de ouvir bilidade de pensar claramente e resolver os problemas.
ativamente quando a criança pedir informação específica, como esta:
“Quanto leite devo comprar?” Ou: “A que horas você estará em casa?” É assim que sefala?
Quando você ouve ativamente, pode receber muitos benefícios. “O que podemos fazer para que ele nos ouça? É o que eu gostaria
Por exemplo, suas próprias atitudes ou opiniões podem mudar ao de saber”, disse um pai frustrado. “Como podemos mostrar nossas
compreender melhor a forma como seu fil ho se sente . Ao ouvir com idéias sem irritar nosso filho?”
atenção e interesse as experiências de outros, você estimula a pos- A comunicação é uma estrada de duas mãos. Tanto o pai como o
sibilidade de re
avaliar suas própri
as experiências. E isso pode pa re- filho precisam dizer algo. Mas o momento é importante. Se ouvir
cer alarmante, porque uma pessoa que está na defensiva não aceita com atenção não resolve o assunto, o pai deve falar. Porém, enviar

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
72/Fi lhos–edu can docomsu cesso Ben efíci osdacom u n i caçãoadequ ada / 73
uma mensagem quando o filho está alterado emocionalmente não que devem ser eliminadas do dicionário dos pais são: “Não está ven-
produz bom resultado, porque ele não ouve. do que estou ocupado?”;J “á disse isso pr a você mais de ilmvezes!”
;
Os pais devemensinar, persuadir, usar ógica,
al compartilhar
rea- “O que você está falando?”; “Por acaso, você está surdo?”; “Quantas
ções e até dar segurança ao filho. O segredo está na escolha do mo- vezes terei que dizer…?”
mento adequado. Primeiro, é necessário que as emoções alteradas A longo prazo, a criança que é constantemente humilhada, sen-
sejam acalmadas. “Ouça hoje, fale amanhã.” E nem sempre é neces- do tratada como estúpida, preguiç osa, má e burra, for ma uma ima-
sário esperar um dia todo. Mas espere pelos menos meia hora até gem inferior e danificada a seu próprio respeito. Com o tempo,
que as emoções se esfri em. Os paistambém devem edsenvolvermé- aceitará essa imagem negativa e viverá de acordo com ela. Quan-
todos eficazes de comunicar suas próprias necessidades. Os filhos, do os sentimentos de indignidade se estabelecem na infância, ten-
às vezes, nos perturbam e nos frustram. Podem ter falta de conside- dem a continuar até a idade adulta, e com freqüência prejudicam
ração, e serbarulhentos e exigentes . Com freqüência, dão trabalho os aspectos da vida.
adicional, nos detendo quando estam os atrasados, nosimportunan-
do quando estamos cansados ou bagunçando e sujando a casa. A comunicação eficaz
Se o filho causa problemas a seu pai ou sua mãe, há várias opções Talvez você se pergunte que método pode usar para comunicar sua
que podem ser consideradas. De acordo com a situação, o pai pode frustração quando seu filho se comporta mal ou causa um proble-
decidir ignorar a má conduta, empregar o método das conseqüên- ma. Para aprende r a diferença entre a comunicação eficaz enefi-ai
cias naturais ou arbitrárias (leia sobre isso no capítulo 4), ou ex- caz durante essas situações, você precisa se famil
iarizar com as “de-
pressar o que chamamos de “declaração na primeira pessoa”. No en-
tanto, com mais freqüência, os pais se cansam da situação, fazem a clarações na segunda pessoa” e as “declarações na primeira pes-
cinta trabalhar obrigam
e a criança a fazer o que desejam que ela soa”. A maioria das ordens e expressões humilhantes contém ava-
faça. Os pais que assumem esse papel poderiam receber o título de liações desagradáveis da outra pessoa. Se você olhar as expressões
“comandante”. Ordenam, ameaçam ou dirigem seus filhos a uma ofensivas utilizadas pelo “comandante” quando se dirige ao filho e
obediência forç ada. O comandante fala ma is ou menos assim: “Já colocar um círculo ao redor dos pronomes das terminações verbais
falei para você trabalhar e vai fazeragoraisso!”; “É melhor que você que indicam segunda pessoa, descobrirá que a mensagem que se co-
não faça mais isso, porque da próxima vez irá se arrepender”; “Você munica é de inferiorização e desvalorização do filho.
tem que fazer isso agora mesmo ou verá o que vai acontecer” O co- A “declaração na primeira pessoa”
, ao contrário, se limita acomu-
mandante não espera que o filho comece um comportamento ade- nicar ao filho ou adolescente a forma como você se sente por cau-
quado. Imediatamente, ordena que se faça o que é preciso ser feito. sa de seu comp ortamento inaceitável: “Não possoassistirà TV por-
Talvez você pense: “Então, o que os pais têm que fazer, se não é que há muito barulho aqui”; “Fico triste quando percebo que você
dizer a seus filhos o que devem fazer, principalmente quando se não fez os trabalhos que lhe pedi”; “Não posso fazer o jantar enquan-
comportam mal e causam dificuldades?” Dizer constantemente aos to seus brinquedos estiverem espalhados no chão da cozinha”.
filhos o que eles devem fazer cria o que poderíamos chamar de “sur- Nesse caso, o pai ou a mãe escolheu palavras
adequadas para di-
dez aos pais”. Os filhos resistem quando outras pessoas dizem o que zer a seu filho que os pais também têm sentimentos. Se o papai está
eles têm de fazer. Esse tipo de comunicação coloca barreiras que cansado e não sente vontade de brincar, terá feito uma má escolha
atrapalham a comunicação eficaz e mostra que você não acredita das palavras para comunicar seus sentimentos se disser: “Você é
que seu filho seja capaz de começar um bom comportamento por uma criança que realmente perturba.” As “declarações na primeira
conta própria. Também insinua que ele não está à sua altura, já que pessoa” contêm uma explicação de como o pai ou asentem mãe se
você requer obediência nstantâne
i a e inquestionável. por causa do mau comportamento. Não condenam a criança, mas se
A seguir, mostraremos outra série de ase
frs ineficazes, que hum
i- referem unicamente ao comportamento inaceitável, com o qual es-
lham a criança, porque a acusam, reprovam e denunciam através de tabelecem uma diferença entre a criança e sua conduta.
avaliações negativas. “Você é a criança mais lerda que conheço.” As As declarações na primeira pessoa têm mais probabilidade de
expressões humilhantes incluem o uso de insultos: “Como você é produzir mudanças positivas no comportamento e reduzir os senti-
estúpido!” Expõem a criança ao ridículo: “Você é muito burro!” Ou: mentos de resistência e rebeldia do que as declarações na segunda
“Por acaso, você não tem cérebro?” Outras expressões humilhantes pessoa. Na segunda pessoa, a criança interpreta como um julgamen-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
74/Fi lhos – educan do com su cesso Ben efíci os da comu ni cação adequa da /75
barulho. Tive um dia difícil e quero descansar sem ouvir essas brigas.”
Mandando o recado Exemplo 2: A mãe está costurando. Seu filhinho descobre o en-
caixe da máquina de costura e o tira de repente do lugar. “Hoje não
O exercício seguinte irá ajudá-lo na prática de mandar recados tenho muito temp o para costurar.Perco tempo no trabalho cada vez
adequados. Leia a situação na coluna da esquerda e a mensagem para que preciso colocar o encaixe que você tira. Não tenho tempo para
você no meio. Escreva seu recado na coluna da direita. brincar agora.”
Situação Ao invés de dizer… Diga… Exemplo 3: O filho, que, com freqüência, escapa de escovar os den-
tes, aparece com um grandeorriso
s à mesa na hora do jant ar, mascom
1. O pai está vendo “Fique quieto! Vá restos de comida na boca. “Gosto quando você , mas
sorrinão posso su-
um programa na para o seu quarto e portar esses dentes sujos enquanto estou comendo. Perco o apetite.”
TV e a criança faça Exemplo 4: Um adolescente ouve uma música que seus pais não
começa barulho lá.” aprovam. “Não posso suportar esse tipo de música. Afeta meus ner-
displicentemente a vos e eu fico irritado.”
brincar e fazer
barulho. As declarações na primeira pessoa podem produzir resultados as-
2. Criança se levanta “Se não ficar na sombrosos. Os filhos ficam surpresos de saber como seus pais real-
depois de ter sido cama, você vai mente se sentem. Com freqüência, dizem: “Não sabia que o incomoda-
colocada na cama apanhar.” va tanto.” Ou: “Não pensava que realmente se importasse se eu…” Ou
para dormir. ainda: “Por que não me disse antes o que sentia?” Os adultos não se dão
3. Um dos pais está “Toda vez que pego conta da forma como seu comportamento afeta as outras pessoas, e as
ao telefone e a o telefone, você faz
criança começa a isso. Pare agora mes- crianças não são diferentes dos adultos. Também somos egoístas na
fazer mo!” realização de nossos objetivos, mas as crianças estão especialmente
barulho. centradas em si mesmas. Quando os filhos compreendem o impacto de
4. Criança não “Você nunca faz seu comportamento nas outras pessoas, freqüentemente, abandonam
arruma a sala
direito antes da
nada certo. É a criança
mais preguiçosa que
sua atitude responsáv
ir el e se comportam com responsabilidade.
Certo dia, uma família viajava de carro durante as férias. Logo, as
visita chegar, como conheço.” crianças começaram a fazer bagunça. De repente, o pai perdeu a pa-
foi pedido.
ciência, parou o carro no acostamento, virou para o lado de trás e
disse: “Não posso continuar com esse barulho.stas E também são as
to do que ela vale, enquanto as declarações na primeira pessoa se minhas férias. Quero aproveitá-las, mas não possocausa por do ba-
referem apenas aos sentimentos do pai e da mãe. rulho que vocês fazem. Isso me deixa nervoso e com dor de cabeça.
Uma declaração eficaz em primeira pessoa tem três partes: Eu também tenho direito de aproveitar a viagem.” As crianças, que
1. Uma declaração de como o comportamento inaceitável da se comportavam daquele modo sem levar em conta o bem-estar dos
criança faz o pai ou a mãe se sentir. outros, pediram desculpas e, daí em diante, comportaram-se.
2. Uma descrição não condenatória do comportamento da crian- Quando nosso filho Rodney tinha treze anos, costumava fazer algo
ça (nessa descrição, a segunda pessoa pode ser usada). que me irritava. De acordo com o que ensino, fiz uma declaração na
3. Uma explicação sobre o efeito que esse comportamento exer- primeira pessoa: “Qua ndo você az f isso, eu realmentee m irrito porque
ce em você. tenho que trabalhar a mais.” Parecia que ele não havia me escutado.
Então, o formato de uma declaração em primeira pessoa seria: Repeti a mesma declaração. Desta vez achei que a mensagem tivesse
“Me sinto… (1)… quando você… (2)… porque… (3)…” lhe atingido o cérebro, mas não produziu resultado. Tive de repetir ou-
Aqui estão alguns exemplos de declarações eficazes na primeira tra vez e, finalmente, ele deixou de fazer o que me perturbava.
pessoa. Note que não contêm ordens e expressões humilhantes. O Alguns de vocês provavelmente se perguntam: “Por que repetir a
pai ou a mãe não diz a seu filho o que deve dizer. mesma coisa, vez após vez, quando se pode dizer à criança uma só
Exemplo 1: O pai cochila no sofá depois do jantar, mas de repente é vez que não faça uma coisa e ter os mesmos resultados?” Primeiro,
acordado com uma briga entre irmãos. “Não posso dormir com tanto Rodneyescolheu mudar seu comportamento por respeito às minhas

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
76/Fi lhos–edu can docomsu cesso Ben efíci osdacom u n i caçãoadequ ada / 77
necessidades. Estava aprendendo a respeitar os direitos e as neces- dos se sentem mal. Os pais culpam o filho, considerando-o desobe-
sidades dos outros. Segundo, e o mais importante, escolheu o com- diente e rebelde, quando eles mesmos é que causaram o problema.
portamento correto sem necessidade de que alguém o mandasse fa-
zer isso. Cada vez que uma criança pode fazer uma escolha correta Quando a comunicação é interrompida
semser instruída, está a vançando para o controle próprio e a matu- Se a comunicação foi interrompida na família, cabe a você, como
ridade, que é o objetivo final da educação dos filhos. pai ou mãe, remediar. Se ela não foi interrompida, faça tudo o que
Vale a pena notar que as declarações na primeira pessoa podem for possível para que se mantenha saudável, porque o lar em que fal-
mudar eficazmente o comportamento inaceitável das crianças, mas ta interação é um lar infeliz. Impeça que as pequenas diferenças
este não é o propósito principal dessas declarações. A razão princi- cresçam e se transformem em problemas. Não deixe que seu filho
pal, que é o oposto das declarações na segunda pessoa, é expressar mantenha viva sua raiva contra você, porque isso poderá afetar seus
seus sentimentos de irritação antes que eles se transformem em ira. sentimentos e voltarà tona anos mais tarde. Aecom
r endação bíbli-
Aqui estão alguns comentários úteis em relação às declarações ca diz: “Não se ponha o Sol sobre a vossa ira” (Efésios 4:26). É pre-
na primeira pessoa: (1) use-as quando começar a se sentir irrita- ciso curar as feridas a tempo, quando podem sarar com facilidade,
do, não espere até estar irado; (2) evite dar uma solução ou dizer antes que se agravem e virem uma infecção.
à criança o que deve fazer; (3) se seu filho não responde a uma de- Você deve tomar a iniciativa de restaurar a comunicação interrom-
claração em primeira pessoa, como pode acontecer quando você pida, como adulto maduro que é. Não importa muito o que a criança
começa a usar esse método, então deve fazer outra declaração, ou o adolescente tenha feito para despertar sua ira. Você estará erra-
talvez um pouquinho mais longa e em voz mais clara, com maior do se permitir que essa interrupção continue e se agrave. Encontre
exp r e s s ã. o uma maneira adequada de chegar até seu filho. No começo, pode ser
As declarações na primeira pessoa são uma comunicação mais necessário que confie na linguagem não-verbal da bondade.
ate-o Tr
eficaz porque colocam a responsabilidade na criança para que faça com carinho, para que ele veja que você o ama. Para a maioria dos
uma mudança de comportamento. Ajudam-na a aprender a ser res- filhos, as ações falam mais que as palavras. Depois, utilize o método
ponsávelpor sua própria co nduta. Ajudam a criança a mp
co reender
que você confia que ela poderá lidar com a situação de fo rma cons- deTalvez,
ouvir depois
ativamente
de ter usado
e as declarações
esses métodos,
nanem
primeira
todos ospessoa.
proble-
trutiva e respeitar suas necessidades como pai ou mãe. mas de comunicação que existiam no lar estarão resolvidos; mas
Com o tempo, as declarações na primeira pessoa podem fazer você terá alcançado umrau g de sucessoue q logo irá descobrir. Tal-
mais ainda para animar uma criança a mudar seu comportamento vez, pela primeira vez em sua experiência como pai ou mãe, poderá
inaceitável – sem danificar seu respeito próprio ou as relações com estar realmente em contato com a maneira como seu filho se sente
os pais – que todas as recompensas, castigos ou repreensões que a em relação a seus probl emas. A comunicação verdade ira com os fi-
maioria dos pais usam sem sucesso. lhos não significa necessariamente uma repetição diária de tudo o
que acontece, mas num relacionamento alegre, feliz. A comunica-
Vigie o tom de voz ção autêntica ocorre quando você está em contato com seu filho e
Arnold Bennett disse que, quando alguém fala com outra pessoa, melhora sua habilidade de aceitá-lo como indivíduo que também
na realidade, fala duas vezes: uma vez com o que disse e outra vez possui direitos,necessidades e valores.
com a forma como disse. Ele afirma que 90%dos problemas que sur- Uma vez que a comunicação familiar tenha se deteriorado e dei-
gem na vida são causados pelo tom de voz que se usa. xado de ser eficaz, não pode ser restabelecida através da aplicação
Com freqüência, quando falamos a nossosfilhos, usamos um tom de uma fórmula mág ica. Além disso, a boacomunicação precisa ser
de voz que indica que já sabemos que eles não têm intenção de fa- cuidadosamente cultivada e ter atenção especial. Convém que tan-
zer o que pedimos. Em outras ocasiões, nossa voz tem um tom de to os pais como os filhos se lembrem disso e procurem melhorar.
ameaça que adverte: “É melhor que não faça isso, se não quiser Finalmente, quando pais e filhos se tratarem com respeito, mani-
agüentar as conseqüências.” festarem compreensão; ao expressarem mútuo afeto e consideração,
Os pais cansados geralmente falam com irritação, ameaças e re- estarão construindo uma ponte sobre o abismo entre as gerações.
preensões. Essa maneira dearfal
desperta sentimentos de raiva e res-
sentimento na criança e, como resultado, ela também fica irritada. To-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
Capítulo 4

As r ecom p en sas
d a d is cip lin a

O Di cionár i o In terna cional de Webst er define a disciplina


como “treinar através da instruçãoou do exercício”. Há mui-
tos, no entanto, que a encaram como um castigo. Neste capítulo,
disciplinar uma criança não significa castigá-la por ter saído da li-
nha, mas ensinar-lhe o caminho em que deve andar. A palavra
“disciplina” se relaciona com o vocábulo “discípulo”, “aluno”.
Desse modo, quando você disciplina uma criança, na relidade
está treinando-a para ser um discípulo, aquele que aprende com
você, seu professor.

Erlo Köhler

Res umo d o capítulo obedecer 2. Para a segurança da criança 2. As surras poucas vezes são
D. Fale só uma vez 3. Em caso de desafio à autoridade necessárias
III. O objetivo da disciplina E. Equilíbrio entre o amor e o B. Formas arbitrárias de castigo
A. A disciplina é mais que controle 1. Privação VI. A crianç a difícil
castigo F.Tipos de pais 2. Isolamento A. O temperamento determina
B. Objetivo: autocontrole 3. Castigo físico o comportamento
IV. Como ensinar a ter confiança C. Por que o castigo físico nem B. Tipos de temperamento
III. Quando a disciplina deve em si mesmo sempre é eficaz 1. Filhos complacentes
começar? A. Controle ambiental 1. Inconstância 2. Filhos difíceis
A. Desde o nascimento B. Atenção individual 2. Criança voluntariosa C. Não desanime
B. Os primeiros seis meses C. Liberdade para explorar 3. Ação retardada
são mais importantes D. O exemplo dos pais 4. Muito suave VII. A obediência é necessária
E. As conseqüências naturais D. Quando não castigar A. Deve obedecer imediatamente
III. Normas para o controle dos 1. Não castigar os adolescentes B. Os pais não devem ceder
filhos IV. O castigo pode ajudar 2. Não castigar crianças menores C. Devem evitar disciplinar em
A. Obtenha e mantenha o A. Quando o castigo é neces- de seis meses situações em que a criança não
respeito sário E. Como castigar pode cumprir o que se pede
B. Estabeleça limites 1. Em caso de mau 1. Com a mão ou com um D. O excesso de disciplina
C. Ensine a raciocinar e a comportamento repetitivo instrumento confunde

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
80/Fi lhos – educan do com su cesso As rec ompens as da discipli na / 81
A disciplina e o respeito próprio Outra mãe enfrenta um caso semelhante, mas de maneira diferen-
Cedo, no processo da paternidade, a maioria dos pais reconhece te: “J oão, bate r nos outros é algo ruim e não posso perm itir que você
que deve limitar as atividades da criança e ensiná-la a controlar seu aja assim. Venha aqui, por favor, e sente-se nesta cadeira. Depois fa-
comportame nto. Eles pensamue,
q se não começarem cedo, o filho irá laremos sobre isso.”ssa E mãe fez distinção entre omau comporta-
por um caminho que o levará a se transformar num pequeno tirano. mento e a criança. Bater nos outros é ruim, mas não a criança.g-A di
Nesse ponto, muitos pais cometem um erro comum. Ao começar o nidade pessoal da criança foi preservada, enquanto seus maus atos
processo da disciplina, qualificam a criança como “má”, quando na foram corrigidos. Ela aprendeu exatamente o que fez de mau, mas
realidade não é completamente má. Por exemplo, uma mãe que sofrenão foi condenada pessoalmente.
de uma grande dor de cabeça pode dizer a seu filho que é um “garoto Se você ata ca o respeito próprio de seu filho por causa desua má
mau” por bater a porta com força. Na verdade, não foi mais que a vi- conduta, o mais provável é ueqisso o mi pulsionará a serebelar e a
vacidade infantil o que causou a batida forte. Os pais e professores ter idéias de vingança. Quanto menos amado se sentir nessas oca-
qualificam uma criança como sem-vergonha ou má por atos que cau- siões, mais motivado se sentirá a resistir a sua autoridade ou a bus-
saram p roblemas aos adultos; mas isso não
gnific
si a quea criança seja car outros métodos para se afastar de você. Quanto mais satisfeita
má. Ao se referi
r constantemente ao comportame
nto negativo, correm a necessidade básica da criança, de respeito próprio durante o pro-
o risco de fazer com que a criança se identifique com seus maus atos cesso da disci plina, menos resistênciademonstrará.
e, dessa forma, adquira sentimentos negativos sobre si mesma.
A raiva, a irritação e a impaciência dos pais, quando aplicam a dis- Disciplina não é uma palavra imprópria
ciplina, reforçam a idéia da criança de que está sendo castigada por- O objetivo da disciplina é treinar a cr
iança para queaiba s autog o-
que não a querem. Quando os pais se irritam como resultado do com- vernar-se. O objeto primordial dos pais, ao exercer a disciplina, é
portamento inconveniente da criança, e se ressentem por causa do ajudar a criança a se tornar uma pessoa capaz de autocontrolar-se.
trabalho adicional e pelo alto preço da paternidade, a criança percebe Uma vez que o conceito que tiver de si mesma determinará em gran-
que é uma carga em vez de uma bênção. A bronca a obriga a buscarde medida a extensão do controle que exercerá sobre seu compor-
compe
uma atitude
nsaçãodesafiadora
para seus sentimentos
para estabelecer
de baixa
suaauto-estima,
identidade
ecorre
própria.
e ra tamento,
dadame nte.
a disci
Háplina
umanão
grande
devediferença
tacar suaentre
a dignidade
dizerpes
soal
que
criança
descui
a -é
Se a criança se sente respeitada quando seus pais a corrigem, não má, porque ela bateu em você e dizer: “Dar pontapés é mau, e não
perderá o respeito próprio, mesmo que tenha cometido uma falta vou tolerarsso.” i É relativamente inofensivo atacar os atos de outra
grave. Ela se sentirá mal por causa de seu erro, mas sabe que pode- pessoa, quando ela pode aprender a fazer as mudanças necessárias.
rá superar o problema. Se não é respeitada durante a correção, ten- Mas é um desastre atacar sua dignidade pessoal, quando ela não
derá a desesperar-se, aprenderá a ter medo do castigo, e se sentirá pode se transformar em outra pessoa.
indigna e malvada. A Bíblia adverte os pais: “Ensina a criança no caminho em que deve
A disciplina nunca deve destruir o respeito próprio. No entanto, isso andar” (Provérbios 22:6). Isso não indica que os pais devem atender
pode acontecer com rapidez e facilidade, especialmente quando umaté os últimos desejos da criança, e a criança nem sempre está dis-
mau comportamento toma de sur- posta a deixar-se ensinar. No entanto, pode ser que a criança discuta
presa os pais, ou quando eles se teimosamente tudo que lhe é dito, mas lembre-se de que você é o pro-
sentem envergonhados. Considere- fessor e ela é o aluno. Não é ela quem decide as regras, mas tem que
mos, por exemplo, o caso de uma cumpri-las, estando de acordo ou não. O que acontece se ela não qui-
mãe que surpreende seu filho ba- ser obedecer e seguir as normas estabelecidas? Nesse caso, você
tendo em outra criança. Ela o agar- deve estimulá-la a obedecer. O desafio e a prova da paternidade vêm
ra bruscamente e o repreende: “Seu quando o pai ou a mãe se defronta com a oposição, a resistência, a re-
malvado! Você sabe que não deve beldia e muitas outras reações semelhantes da parte dos filhos.
bater nas outras crianças. Você se
acha o valentão? Já vou te ensinar a Quando começar?
nunca mais bater em alguém!” E a A disciplina deve ter início quando a criança começar a mostrar
mãe lhe dá uns bons tapas. sua própria vontade e a escolher sua maneira de fazer as coisas.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
82/Fi lhos–edu can docomsu cesso Asr ecom pen sasdadi sci pli n a / 83
Isso poderia ser considerado uma educação inconsciente. Leland.E
Glover, famoso psicólogo, dá este conselho aos pais: “Quais são os Desafio à autoridade?
anos mais mportante
i s do desenvolvimento humano? Os especialis-
tas geralmente estão de acordo em que, excluindo o importante pe- Todas as vezes que seu filho lhe desobedecer, você tem que desligar
ríodo pré-natal, o primeiro ano é o mais importante. Além disso, o seu cérebro do piloto automático e decidir se foi uma atitude infantil de
primeiro mês do primeiro ano é o mais importante, e cada mês que irresponsabilidade ou um desafio direto à sua autoridade. Se foi um
se segue é menos importante que o anterior. Por quê? Porque o ser desafio, você vai querer responder de maneira diferente de como
humano amadurece mais rapidamente no primeiro mês; com pou- responderia se fosse somente uma atitude infantil normal. Nas situações
cas exceções, o tipo de amadurecimento diminui gradualmente dos abaixo, interprete os motivos da criança, marcando a resposta correta.
dez aos quatorze anos seguintes. Si tua ç ão N orma l De s a f i o
“O que você, como paiu omãe, pensa a respeito dessa infor
mação?
Significa que seu filho precisa mais de você agora do que precisará no 1. Seu filho corre pela casa e derruba o abajur. N D
futuro. Nunca mais será tão infantil e imaturo como hoje. Nunca mais 2. Seufilhofazxixinacama. N D
você terá a oportunidade de proporcionar-lhe um bom começo de 3. Seu filhode três anos jogacomidanochão. N D
vida” How
( to Give Y our Child a Good Start in Li fe , pág. 18). 4. Seu filho adolescente chega em casa
J á na infância, a criança sabe se pode manipular os pais ou não; duashorasmaistardesemmotivojusto. N D
5. Seu filho de 12 anos vai a um jogo com
se puder, irá fazê-lo. Se não aprender a se ajustar a um programa umamigosemavisarvocê. N D
que a enquadre na rotina da família, quando tiver seis meses de ida-
de, fará com que seus pais se adaptem ao seu programa. Discuta suas respostas com seu cônjuge, um amigo ou um grupo de
estudo.
Filhosbem-edu
cados
Veja alguns recursos que ajudam a ter filhos bem-educados: As lições mais mportante
i s aprendidas em
casa não são a leitur
a,
a caligrafia e a matemática, como alguns pensam, mas o respeito, a
obediência, a reverência e o controle próprio. Esses princípios de-
1 Conqui ste e ma ntenha o respe i to. O respeito que uma crian- vem ser ensinados com paciência, carinho e amor, a cada dia, para
ça mantém por seus pais está na proporção direta ao respeito que que se tornem parte do caráter da criança.
terá pelas leis do país, a polícia, as autoridades escolares e a socie-
dade em geral.
O respeito, portanto, é uma avenida de dois sentidos. A mãe não 2 Estabeleça li m i tes. Minha cidade natal, Tacoma, Washington,
deve esperar respeito do filho se não o respeita. Não deve ter vergo- é famosa, entre outras coisas, por causa da Ponte Narrows, derru-
nha dele nem menosprezá-lo na frente dos amigos. Se o pai é sarcás- bada faz alg
uns anos. Meu paievou l a família para ver as torr
es e as
tico e crítico com ele, não deve esperar que o filho o respeite. Pode partes da estrada que ficaram danificadas após a destruição de to-
ser que a criança tenha medo de seu pai o suficiente para não mos- neladas de concreto por causa dos terríveis vendavais. Onze anos
trar seus verdadeiros sentimentos de ódio e vingança, mas esses depois, construíram uma nova ponte.
sentimentos brotarão nofuturo. Vamos imaginar que minha família e eu quiséssemos regressar a
Os pais que conseguem e mantêm o respeito dos filhos durante os Tacoma de férias, e que um dos lugares que gostaríamos de visitar
primeiros anos serão respeitados durante a adolescência. Eles de- fosse essa nova ponte. Ao nos aproximarmos, veríamos que estaria
vem se conscientizar de que, se não são merecedores do respeito, intacta, exceto que por alguma razão desconhecida as grades dos la-
sua religião, suas normas morais, seu país, nada do que eles crêem o dos haviam sido removidas. Sentiríamos medo ao atravessá-la com
será. O “abismo entre as gerações” acontece primeiro no âmbito do nosso automóvel, mesmo que não tivéssemos qualquer intenção de
respeito mútuo, e não no âmbito das comunicações. As crianças são nos aproximar da beirada. Lá embaixo estão as águas de um dos
observadoras muito atentas. Por isso, não é possível esperar que um mais traiçoeiros canais de naveg ação do mundo. Aanalogia referen-
filho conceda a seus pais mais respeito que o que estes receberam te a crianças e seu comportamento é simples: há segurança dentro
dos seus próprios pais (os avós da criança) ou a outras pessoas. dos limites definidos.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
84/Fi lhos–
edu can docomsu cesso Asr ecom pen sasdadi sci pli n a / 85
Um dos primeiros pesquisadores no campo do comportamento to específi co, comece a tr abalhar com suas r egra s gera i s de com -
infantil fez uma experiência nesse sentido com um grupo de crian- portamento. “Já que você nxugoue os pratos a tempo, pode ver seu
ças de uma creche. Queria ver se as crianças se sentiam mais livres programa favorito na TV. Quando você faz as coisas que lhe pedem,
se a cerca do pátio onde brincavam fosse tirada. A cerca foi tirada, acontecem muitas coisas boas.” “Você caiu e chorou porque não
mas, em vez de se sentirem livres, as crianças se mantinham juntas olhou por onde ai . É perigoso não prestar atençã o ao que está faze n-
no centro do lugar de brincadeiras, e tinham medo de se distanciar do.” Quando você explica cuidadosamente à criança o que ela fez
desse luga r. Nenhuma delas tentou ul
trapassar os limites. errado, surte mais efeito do que quando diz: “Você é uma criança
Um lar feliz tem sempre alguns limites; para manter relaciona- má; não faça isso de novo.” Ela irá buscar princípios gerais e perce-
mentos amigáveis, é preciso estabelecer fronteiras bem definidas. ber seu próprio comportamento e intenções dentro desse ponto de
Seu filho precisa saber o que você permitirá e o que proibirá. Os li- referência.
mites devem ser tão definidos quanto possível, razoáveis e exeqüí- d. Quan do a cri ança ti ver apr endi do certas regras ge r ai s sobre
veis. Os limites devem cair ou se modificar à medida que seu filho o comport am ento, ensin e-a a fazer plan os sobre as dec i sões que
cresce. Quando a criança conhece seus limites, não se mete em pro- serão tom ada s depoi s.
blemas, a menos que os busque deliberadamente; e, enquanto se Vamos supor que você está levando seus filhos a um parque de di-
mantiver dentrodos limites, encontrará segurança e aceitação. versões ou a uma exposição. Antes, já estiveram em vários brinque-
dos e lancharam em algum lugar. Mas agora você não tem dinheiro
suficiente para participar de mais de três brinquedos. Portanto, é
3 Ensi ne r aci ocíni o e obedi ênci a. O passo primordial dos pais bom comentar a situação antes que as crianças se entusiasmem.
é o ensinar a criança a controlar seu próprio comportamento, a to- Dias antes do passeio, pai
o deve explicara situação: “Neste dom in-
mar boas decisões, a raciocinar claramente sobre as possibilidades go, eu gostaria de levá-los a uma exposição. Cada um terá oportuni-
de escolha, a resolver seus problemas por conta própria e a fazer dade de participar de apenas três brinquedos. Cada um também terá
planos para o futuro. Quando o filho entende as conseqüências de um lanche. Não estamos em condições de fazer mais que isso. En-
seu comportamento, pode decidir melhor mesmo que os seus pais tenderam?” As crianças estão entusiasmadas com a possibilidade
não estejam presentes. Uma criança que foi ensinada a cumprir as de ir à exposição, mas uma regra foi estabelecida, e elas podem se
regras se rá mais responsável.xplicando
E as razões de seusos,at os preparar para o que vier. Mais tarde, quando uma delas pedir “uma
pais ajudam a criança a raciocinar e a entender os resultados de volta a mais nobrinquedo” , o pai só precisará perguntar: “O que foi
seu comportamento. que combinamos?” E ficar firme no que tiver dito.
Estes são os passos necessários para ensinar a criança a usar a As regras claras tornam a vida cotidiana mais fácil. Proporcionam
razão: orientação para os pais que estão educando constantemente seus fi-
a. Di ga-lhe o que foi bem fei to ou por que será castigada. “Vou lhos. Através da obediência às regras razoáveis, a cri
ança aprend ea
lhe fazer uma surpresa, pois você fez um excelente trabalho quando obedecer. As regras também ajudam a criança a se lembrar do que
limpou seu quarto.” “Você não poderá ver televisão esta noite por- espera por ela.
que chegou tarde da escola.” As regras devem ser curtas, fáceis de lembrar, firmes e expressas
b. Depois de ter dado a seu f i lho vári os exemplos de razõ es con - com firmeza. As crianças ouvem muito “não faça isso”. Experimen-
cer nent es ao compor tam ento corr eto e o casti go, peça-lh e que di ga te corrigir de forma positiva. “Pode assistir à TV depois de fazer a
qua i s são sua s r azões. “Vou ter que castigar você. Diga-me o que fez tarefa.” Não diga: “Se não terminar sua tarefa, não poderá assistir à
de errado.” A criança sente que tem que saber as razões do castigo. TV.” Cada coisa que pedirmos que a criança faça, deve ser pedida de
Se você dedica tempo para ajudá-la a entender o que resultará em forma positiva. As regras precisam especificar também o que quere-
castigo ou recompensa, ela estará pronta a aceitar isso e a aprender. mos que se faça, e as conseqüências se não forem respeitadas. “Ar-
Quando seu filho contestar a pergunta, repita tudo de novo. “Sim, rume sua cama antes do café da manhã.”
você vai ganhar algo especial porque fez um excelente trabalho ao Além disso, é preciso falar de maneira específica. “Você de ve lim-
limpar seu quarto.” “Está certo. Você chegou tarde da escola, por par seu quarto antes de sair para brincar. Limpar significa guardar
isso não poderá assistir à TV esta noite, e não insista.” os brinquedos, colocar as roupas no guarda-roupa, varrer e tirar o
c. Quan do a cri ança jáfor capaz de e xpli car seu compor tam en - pó dos móveis.” Quando as regras especificam os detalhes que de-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
86/Fi lhos–
edu can docomsu cesso Asr ecom pen sasdadi sci pli n a / 87
vem ser realizados, a riança
c nãopode dar des
culpas porter deixa- a criança não pode continuar manifestando discordância, pelo menos
do o trabalho pela metade. Adapte as regras à idade da criança, às por um bom tempo. Se vai tomar banho, em geral, isso significa se re-
suas habilidades e às condições de vivência; é impossível ensinar fugiar num lugar mais pri vado. Tenha uma boa qua ntidade de revistas
uma criança de dois anos a arrumar sua cama ou lavar os pratos. e livros para uma ocasião como essa, e talvez um rádio para abafar
Finalmente, mantenha um mínimo de regras. Um lar com a me- qualquer problema que surgir. Se a criança começa a fazer manha, a
lhor disciplina e poucos problemas de educação é um lar com um mãe vai tomar banho. Não precisa dizer mais nada. Ao permitir que a
número reduzido de regras simples e claras. Deixe que a criança de- criança faça manha, a mãe respeitou seus direitos de expressar o que
senvolva sua vida. Permita que tome suas próprias decisões em mui- sente por dentro. Mas, ao se retirar, a mãe não deu a atenção que a
tas coisas. Mas as poucas regras que você estabelecer devem ser criança quer . Ela aprende rapidamen te que, quando ultr apassa seus li-
aplicadas consistentemente. mites, o pai ou a mãe se afasta dela. Aos poucos, abandona seu com-
portamento e indica que está disposta a colaborar de novo.
À primeira vista, parece que você está permitindo que a crian-
4 Fale um a vez; então aja . Uma mãe coloca seu filhinho de dez ça faça o que quiser. Mas, se examinar a situação de perto, verá
meses na caixa de areia para que receba ar fresco e sol. O bebê põe que o que ela quer é atenção. Se você se deixa levar por essa si-
a mão na areia e, em seguida, na boca. A mãe percebe, tira a areia tuação, estará reforçando um comportamento negativo. Deve-
da boca e volta a ler seu livro. A criança faz tudo de novo. A mãe dá mos dirigir nossa educação à raiz da causa em vez de nos ocupar-
bronca e volta a colocá-lo na caixa de areia. A cena se repete mui- mos do problema que aparece na superfície. Poucos pais perce-
tas vezes durante meia hora. A mãe lê um pouco e a criança recebe bem o que acontece debaixo da superfície do mau comportamen-
muita atenção, porque descobriu uma forma agradável de manter to. Uma vez descobertos seus conceitos errados e o significado
sua mãe ocupada com ela. Um pouco de ação e menos bronca po- do comportamento da criança, poderão guiá-la para que compor-
deria ensinar à criança que não deveria colocar tudo na boca. te melhor. Se a criança pensa que seu comportamento não pro-
Outra mãe lida com essa situação de forma diferente. Quando a duz atenção alguma, tentará um novo método para alcançar a
criança coloca a areia na boca, ela a levanta e a põe no carrinho. Ig- atenção que tanto deseja.
nora o choro e continua a leitura. Quando a criança ficar quieta, e A ação dos pais, ao tratar um caso de má conduta, não deve ser
não antes disso, poderá voltar à caixa de areia para brincar. Se co- mais do que ter os lábios fechados, mesmo que sintam que devem
locar areia na boca novamente, voltará para o carrinho. Em pouco dizer algo e corrigir a situação através de reprovações. A criança
tempo, a criança entenderá a mensagem: terra na boca, retorno ao tem um propósito por trás de seu comportamento e não tem inten-
carrinho. Ela não compreende as palavras da mãe, mas entende ção de mudar. Descobre que as palavras aborrecem e, por isso, se
seus atos. faz de surda quando chamam por ela. Os pais suspiram: “Esse meni-
J úlia deixou seu triciclo na porta da garagem e não prestou aten- no nunca escuta o que eu digo.” Dessa maneira, redobram seus es-
ção aos pedidos da mãe para que o tirasse de lá antes de o papai che- forços e acumulam ameaças sobre ameaças.
gar. Finalmente, a mãe a levou até onde estava o triciclo, segurou-o Um bom conselho para os pais que estão nessa situação difícil é:
numa mão e, com a outra, carregou a menina. E gritou: “Eu já disse “Em tempo de problemas, mantenha a boca fechada e aja.” Conser-
para você guardar esse triciclo e você vai fazer isso agora mesmo.” ve sua serenidad e e estabeleça seu direito de exigir obediência.Seja
Um método melhor poderia ser guardar o triciclo onde a menina firme e, finalmente, a ação produzirá respeito.ação A trará o espe
r i-
não pudesse alcançá-lo e, quando Júlia o pedisse de novo, dizer: “Sin- to mais rápido que as palavras.
to muito, úJ lia, mas vocênão vai brincar com o trici clo agora. Na úl-
tima vez que o usou, você não o guardou. Por isso, não poderá brin-
car com ele agora. Amanhã poderá brincar.” No último comentário, 5 Estabeleça um equi líbri o ent r e o am or e o cont r ole. Os ex-
a mãe abre um espaço para q ue Júlia volte a ped
ir o triciclo. tremos raramente são úteis, e isso é mais que verdadeiro quando se
Outro método de ensinar é sair quando a criança causa algum educa uma criança. Evite estes cinco extremos:
transtorno. Essa técnica é particularmente útil nos conflitos que en- O PAI AUTORITÁRIO. Alguns pais acham queseu dever é mandar
volvem briga entre irmãos e birra. A discórdia acontece quando os e controlar o filho. A criança fica completamente dominada sob a
pais e o filho não chegam a um acordo. Se o pai ou a mãe sai de cena, regra desses pais. Eles castigam várias vezes, e a criança vive cons-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
88/Fi lhos–
edu can docomsu cesso Asr ecom pen sasdadi sci pli n a / 89

Fale uma vez; então aja Auto-avaliação sobre disciplina


Com freqüência, os pais falam muito e advertem em excesso seus Em cada questão, marque o número que corresponder a sua
filhos. Broncas constantes fazem com que a criança passe a fingir que realidade.
não escuta. É melhor falar apenas uma vez e agir logo que a criança
desobedecer. Primeiro, leia todo o capítulo 4: “As recompensas da 1. Nunca
disciplina”. Em seguida, para cada um dos maus comportamentos 2. Às vezes
descritos abaixo, descreva o método de agir que julgar apropriado. 3. Quase sempre
4. Sempre
M a uc o m p o r t a m e n t o Açã o
1234 1. Meu cônjuge e eu estamos de acordo no que se refere à
1. Seu filho faz birra. disciplina.
2. Pedrinho, de sete anos, continua 123 4 2. Sou coerente na aplicação das medidas de disciplina
assistindo à TV depois que você pediu no lar.
que ele a desligasse e se preparasse
para sair. 123 4 3. Lido corretamente com o mau comportamento em lugares
3. Seu filho, que está brincando lá fora, públicos, sem envergonhar ou humilhar meu filho.
não atende quando você o chama. 123 4 4. Em meu lar, estabelecemos limites de conduta bem
definidos.
tantemente com medo. Os filhos que vivem sob um controle extre- 1234 5. Meu filho compreende claramente as r egras estabelecidas
mo e autoritário, onde a disciplina é severa, aos poucos se tornam e as razões de cada uma delas.
brigões, desobedientes, problemáticos na escola, nervosos e tempe-
ramentais. Os pais os mantêm constantemente sob seu domínio e, 1234 6. Dou uma ordem a meu filho somente uma vez. Em
seguida, se não me obedecer, ajo.
por isso,profundos
mentos nunca aprendem a tomar
de amargura suas próprias decisões.
e ressentimento Senti-
vão fincando raí- 123 4 7. Respeito meu filho, mesmo que esteja irritado ou
zes, e depois farão brotar uma nítida hostilidade. corrigindo-o por um mau comportamento.
O PAI PERMISSIVO. Neste caso, é a criança que tem o controle, 123 4 8. Deixo que meu filho passe pelas conseqüências naturais
e os pais se desdobram diante de seus caprichos. Como são incapa- de seus atos, sem interferir.
zes de controlaro comportame nto da criança e como elanão apren- 123 4 9. Tenho tendência a s er autoritário.
deu a se autocontrolar, a disciplina se transforma num problema 1234 10. Creio que encontrei o equilíbrio entre o amor e a disciplina.
maior. O comportamento sem autocontrole permite que os pais se
transformem freqüentemente em alvo de piadas. Enquanto a crian- 123 4 11. Tenho planejado um ambiente interessante e estimulante
ça se orgulha de seu comportamento, os pais se envergonham. Seus para meu filho, com brinquedos adequados para cada etapa
de seu desenvolvimento.
nervos ficam tensos e, por isso, preferem ficar em casa a escutar
piadinhas em público. A criança não respeita os pais, nem outras 1234 12. Posso individualizar os métodos adequados de disciplina
pessoas, nem o que é dos outros. Com o tempo, ela corre o risco de que emprego para cada filho, porque reconheço que não é
possível aplicar as mesmas regras a todas as crianças.
ter mais problemas em ocionais do que teria se fosse iada
cr deba ixo
de regras autoritári
as. 1234 13. Sou um exemplo vivo de comportamento positivo para
Uma paternidade perm issiva não convence oslhos,
fi porque cau- meu filho.
sa a impressão de que os pais não se importam com o que eles fa- Analise suas respostas com seu cônjuge, um amigo ou outro adulto.
çam ou sejam. Desenvolvem falta de respeito pelos pais, falta-lhes
força de caráter para tomar as decisões morais necessárias na vida
diária. Por isso, os pais não devem acreditar que estão ajudando
seus filhos ao permitir que façam o que lhes vier à cabeça.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
90/Fi lhos–
edu can docomsu cesso Asr ecom pen sasdadi sci pli n a / 91
O PAI SEM AMOR. Muitos estudos sobre crianças confirmam a É difícil manter-se neutro quando se percebe que o outro não
importância duradoura do amor e da atenção dos pais durante os está resolvendo adeq uadamente um problema de disci plina. No en-
primeiros anos de vida. O Dr. René Spitz, psicanalista que trabalha tanto, é precisamente isto o que se deve fazer: manter-se à margem.
em Nova Iorque, passou três meses observando as reações dos be- Para a criança, é prejudicial observar que o pai e a mãe estão em
bês num orfanato, onde os empregados estavam tão ocupados que desentendimento sobre a forma como deve ser educada. Se você
cada criança “tinha apenas a décima parte de uma mãe”. Ele calcula não está de acordo com o que seu companheiro ou companheira
que 30%dos bebês daquele lugar morreram antes de completar um diz ou faz, manifeste seus sentimentospar em ti cu lar, mas nunca
ano de idade. “Sem experimentar satisfação emocional, as crianças na fr ente da cri ança .
morrem”, diz o Dr. Spitz. “A fome emocional é tão perigosa como a Mesmo que os pais não concordem em temperamento, métodos e
fome física. Seu efeito é mais lento, porém mais efetivo.” respostas, a criança aprende rapidamente a responder a cada um de-
Casos extremos de um pai sem amor incluem negligência total les. Ela sabe qual dos dois é o mais rígido e qual é o mais brando, e
em relação à criança, o abandono e a crueldade. uizadoOJ de Me- ajustará seu comportamento de acordo com as respostas de ambos.
nores se ocupa cada vez mais desses casos. Mas o que mais preocu- Mesmo que as táticas relacionadas com a criança sejam diferentes,
pa os sociólogos é uma forma amis comum e sutil de rejeiç ão mani- ela adaptará seu comportamento e crescerá ormade fnormalquando
festada por um grande número de pais, e que consiste em castigo se- aprender que seus pais se mantêm unidos em assuntos importantes.
vero, crítica constante, broncas, percepção unicamente das imper- Se ela perceber que é capaz de “dividir e conquistar”, o mais provável
feições, exigência de que a criança se adapte a normas inadequadas é que use esse método contra os dois. A criança precisa se sentir se-
ou impossíveis de serem adotadas, ou comparação desfavorável do gura, e essa segurança se desenvolve com mais força com métodos
filho em relação a outras crianças. constantes. Sua segurança cará
fi profundamente abalada se percebe r
O PAI POSSESSIVO. Alguns pais que têm boas intenções, porém que o pai ou a mãe apontam as faltas um do outro, se contradizem,
más regras, impedem que seus filhos cresçam e se desenvolvam de combatem seus argumentos mútuos. Quando os pais trabalham jun-
forma natural. Com o pretexto de amá-los e preocupar-se com eles, tos, devem se lembrar deste lema: “A união faz a força.”
não permitemue q seus filhos menores corram risc
os razoáveis nem Toda criança precisa de disciplina em uma atmosfera de amor. Os
que façam coisas sozinhos. Seu pretexto se baseia na “ajuda” cons- pais competentes evitam os extremos, tanto no amor como no cas-
tante que as crianças necessitam. Querem mantê-los tão perto quan- tigo. Se você ama seu filho de forma construtiva, poderá discipliná-
to possam, e completamente dependentes. Há outros que investem lo com o devido equilíbrio entre a emoção e a razão.
todas as forças e seus sonhos no futuro dos filhos. Isso acontece
aos poucos na famíli a em que o pai não recebe a satisfaçãoocio-
em Passos para a autoconfiança
nal de outras fontes e, por esse motivo, depende da criança para Diversos métodos de ucação
ed ajudarão seulho fi a avançar para
agir como adulto. Uma criança precisa de um pai, mas um pai não a meta final da autodisciplina:
deve precisar de uma criança no mesmo sentido.
O desejo de exercer domínio, a intensa preocupação e o amor ma- 1 Controle ambiental . Quanto mais adequados forem seus pla-
ternal exagerado são umaculpa des ou uma compensa ção para a ejei-
r nos e quanto mais ajustado for o ambiente de seu filho, menos pro-
ção inconsciente. Uma mãe pode se sentir culpada pela rejeição que blemas disciplinares surgirão. Vamos supor que você visite uma es-
sente por seu filho. Pretende compensá-lo mostrando uma excessiva cola e não encontre livros, lousa, material didático ou esportivo
preocupação e uma extrema ansiedade por ele. Não podemos prote-nela. Vai se perguntar como o professor poderá educar as crianças
ger a criança por toda a vida, nem devemos tentar fazê-lo, mas somos e, ao mesmo tempo, pensará nos problemas disciplinares que terá.
obrigados a educá-la para que enfrente a vida com força e valor. Procure ter em sua casa jogos adequados à idade da criança, tan-
EXTREMOS OPOSTOS. Um dos problemas mais freqüentemente to para serem usados dentro de casa como no quintal. A ação edu-
apresentados em nossas palestras para pais é o que se deve fazer cativa doambiente domé stico exercerá um a poderosa infl uência so-
quando o pai e a mãe têm idéias opostas sobre a forma de criar a bre a criança muito antes de começar sua educação formal na esco-
criança e de discipliná-la. Um podeser severo e autoritário.
O outro, la. Se sua casa é um lugar cheio de coisas para adultos, nas quais a
ao contrário, pode ser uma pessoa mais balanceada, fácil de tratar criança não pode tocar, surgirão muitos problemas. A criança deve
e menos rígida. ter um ambiente estimulante.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
92/Fi lhos – educan do com su cesso As rec ompens as da discipli na / 93
Nesse momento o pai teve a oportunidade dourada de permitir
2 Aten ção in di vi du al a cada que as conseqüências naturais agissem, mas sentiu pena do filho,
cri an ça. As crianças não são iguais. que não poderia participar dos jogos de beisebol, e protegeu-o das
Sabemos disso, mas usamos os conseqüências de seus atos.
Ele poderia dizer que o dinheiro da me-
mesmos métodos de controle com sada seria gasto para comprar um taco novo; e, se a mesada não fos-
todos os filhos. A combinação dos se suficiente, poderia dizer de forma carinhosa e firme, que Artur
genes e o ambiente faz com que as deveria esperar até ter todo o dinheiro de que necessitava.
crianças sejam diferentes. Por isso, Se as conseqüências naturais não trazem problemas, a criança
os pais devem usar métodos de continuará agindo da mesma maneira. Se elas são desagradáveis, a
controle diferentes pa ra cada crian- criança será motivada a mudar. Alguns pais não permitem que a
ça. A criança calada e tímida deve criança experimente as conseqüências naturais de seus atos, e ela
ser tratada de maneira diferente da começa a depender cada vez mais da proteção deles. Mas quando
que é falante e extrovertida. privam a criança do resultado de seus atos, ela perde o valor educa-
tivo da experiência e não aprende a ser independente.
3 Li berdade para a cri ança ex - Uma advertência: use o bom senso. Os pais que permitem que
plorar seu ambiente . Quando seu fi- seus filhinhos corram pela rua para aprender o efeito das conse-
lho pegar uma colher para se alimen- qüências naturais terminarão com uma criança morta. Nas ativida-
tar, esqueça o desastre que será e dei- des que podem produzir problemas sériosou fatais,previna as con-
xe-o comer sozinho. Ele está aprendendo a ser independente. Se vocêseqüências naturais. Mas, se causam apenas momentos desagradá-
continuaralimentando-o, diminuir
á o desenvolvimento de seu autocon- veis, deixe que sigam seu curso normal.
trole. O mesmo acontece com todas as demais atividades. Tão logo pos-
Técnicas modernas de disciplina
sa vestir-se sozinho, abrir a porta, ou guardar seus brinquedos, deixe que
ele faça essas coisas, mesmo que você possa fazê-las com mais rapidez. limites
Seria estabelecidos,
bom se pudéssemos das regras
depender
e da razão,
totalmente
da ação
do respeito,
e das conse-
dos
4 Exemplo dos pais. Os pais são modelos vivos para seus filhos, qüências naturais para disciplinar as crianças. Mas nem sempre es-
que procuram constantemente imitá-los. Ensinamos traços negativos ses métodos são suficientes. O castigo, às vezes, é necessário. Ne-
ou positivos de caráter com a linguagem silenciosa de nosso compor- nhuma criança (pelo menos as que eu conheço) se comporta com
tamento. Se somos corteses e demonstramos boa disposição, a crian- tanta perfeição que não precise de um castigo. O castigo se faz ne-
ça será cortês e bem-disposta. Se temos paciência e determinação du- cessário em três tuações.
si
rante as dificuldades, se respeitamos seus direitos e particularidades, A pr i mei ra sit uação se relaciona com um mau comportamento
ela também respeitará nossos direitos e sentimentos. manifestado repetidas vezes. Por exemplo, você disse à Andréia,
uma garotinha de três anos, que não vá à rua, mas que brinque so-
5 Conseqüênci as nat ur ai s. Este é um dos métodos mais pode- mente no quintal.No entanto, ela ontinua
c atravessand o a rua para
rosos de educação que os pais possuem, e poucos o usam. Artur, um brincar com suas amigas. Como todas as advertências fracassaram,
garoto de onze anos de idade, deixou seu taco de beisebol no cam- Andréia precisa ser castigada para aprender a lição.
po; e quando voltou para buscá-lo, havia desaparecido. Ele pediu a A segun da si tu ação é quando a segurança da criança está em ris-
seu pai que comprasse um novo. Mas o pai não estava disposto a fa- co. Se você encontra seu filho subindo um muro para passar para o
zer isso, pois já era o terceiro taco que Artur havia perdido naquele outro lado, onde está umaiscina, p uma simp les frase como esta se-
verão. Ele deu uma bronca e passou um longo sermão sobre dinhei- ria suficiente: “Você só poderá nadar quando seu pai ou sua mãe es-
ro, o valor das coisas, resp
onsabilidadee a importância de cuidar do tiver com você; não pode ir à piscina sozinho.” Dê também um ou
que a gente tem. Mas, no final, disse: “Está bem, vou comprar outro dois tapinhas para que não se esqueça. Um procedimento parecido
taco amanhã, mas será o último que comprarei neste verão. Agora pode ser usado quando se trata de perigos potenciais, como revól-
quero que m e prometa ue q não o perderá.”á(Jtinha dito isso quan- veres, facas, óf sforose venenos.
do Artur havia perdido o segundo taco.) Na ter cei r a sit ua ção, é necessário aplicar o castigo quando a

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
94/Fi lhos–edu can docomsu cesso Asr ecom pen sasdadi sci pli n a / 95
criança desafia deliberadamente a autoridade dos pais. Cada vez incentivo para melhorar seu comportamento. A criança reconhece
que seu filho lhe desobedecer, você deve verificar quais são seus a seriedade e a justiça do castigo.
motivos. Digamos que ele se esqueeu de dar comida ao cachorro ou Isolamento. Outro método arbitrário de castigo é m andar a crian-
quedeixou a bicicleta fora ou que perde u um livroda biblioteca. Es- ça para o quarto, deixá-l a num canto ousentada numa cad eira. Luís,
sas ações, em geral, não são desafios diretos à sua autoridade; ao de nove anos, briga com os amiguinhos durante uma brincadeira no
contrário, são o resultado da falta de expe riência e maturidade. Não quintal. A mãe poderia dizer: “Vejo que hoje você não está se dando
devemos castigar a criança por ser criança e demostrar caracterís- bem com os outros. Não gosto de ver crianças brigando, xingando.
ticas infantis. Vou mandá-lo para o quarto para que brinque sozinho até que possa
No entanto, se a criança o desafia e resiste a você, se manifesta provar que é capaz de se controlar.”
uma rebeldia intencional,é necessário que você aplique um castigo. Essa mãe permitiu que seu castigo tivesse uma “válvula de esca-
Vamos supor que você a proibiu de nadar sozinha, ou pediu que não pe”. Logo que Luís demonstrar bom comportamento, poderá se reu-
se aproximasse de certo lugar depois das aulas, ou indicou que es- nir com seus amiguinhos. Não dê a impressão de que a criança deve
pere em algum lugar até que você volte. Se a criança desobedece o ficar no quarto para sempre. O objetivo é a mudança de comporta-
pedido, está manifestando um desafio aberto à sua autoridade. mento, e não isolá-la para sempre. Assegure-a de que, logo que esti-
As crianças começam a de safiara autoridade bem cedo. Os pais po- ver disposta a mudar de atitude e brincar sem problemas com ou-
dem reconhecer uma atitude de desafio no brilho dos olhos da crian- tras crianças, poderá voltar e juntar-se a elas.
ça que os põe à prova e os pressiona até mite.
o li Na realidade, ela está O casti go físi co é outro método arbitrário para controlar o com-
fazendo esta pergunta: “Quem manda nesta casa, você ou eu?” Os paisportamento quando outros recursos fracassam . Muitos pais nãoad-
precisam esclarecer essa pergunta quando a criança ainda é nova, ou mitem, mas o propósito principal do castigo físico que aplicam a
sua autoridade será posta em cheque nos anos seguintes. Em geral, es-seus filhos é aliviar seus sentimentos de frustração. E quase todo
sas provas se tornam mais “pesadas” com o passar do tempo. pai alguma vez se sentiu frustrado por causa do mau comportamen-
Há três métodos básicos de castigo. Se o mau comportamento to, ficou com raiva e perde u a calma. Como resultado, deu uma oa b
não representa um desafio direto à sua autoridade, os dois primei- surra no filho. Esse castigo pode aliviar o pai, mas… e a criança? A
ros métodos talvez sejam os mais satisfatórios. hostilidade e a rebeldia podem se intensificar na criança quando os
Pr i vação. A privação é a restrição ou separação da criança do pais agem violentamente. Se eles gritam e xingam quando estão ira-
ambiente normal, ou negar algo que seja importante para ela. Supo- dos ou batem sem misericórdia quando seus filhos cometem aciden-
nhamos que seu filho de cinco anos de idade rabisque a parede com tes ou erros, estão servindo de exemplos para que as crianças os
lápis.Como escreve r na parede nã o produzconseqüências naturais, imitem mais tarde. Esse tipo de violência não é um método adequa-
você deve escolher um castigo arbitrário para corrigir esse mau do para disciplinar os filhos.
comportamento. Você pode dizer: “Davi, você já é bem grandinho No entanto, se a criança abaixa a cabeça, aperta os punhos e
para saber que não deve rabiscar as paredes. Você está proibido de ameaça seus pais, eles devem agir rapidamente de forma apropria-
usar lápis poralguns dias. Issoará f você se lem brar que os lápis são da. Não devem permitir que a criança leve vantagem em nenhum
usados em papéis, e não em paredes. Aqui está um pano úmido para momento. Umas palmadas com carinho podem ensinar uma valiosa
que você limpe as marcas que deixou na parede.” lição. O problema éue q é difícil agir racionalmente com e amor num
Faça com que o castigo de privação tenha que ver diretamente momento de ira. Talvez seja necessário ir a outro cômodo da casa
com o mau comportamento. Se Maria insiste em deixar a bicicleta para se recomp or antes de a plicar o castigo.
na entrada da garagem, bem no caminho em que o pai passa com o Poucas vezes, o castigo e a crítica estão unidos. Damos broncas,
carro,deveser privada de anda r de bicicleta por uns temp os. Se, du- sermões e qualificamos a criança de “má ” num esforço para cor rigi-
rante uma brincadeira, acontece uma briga, a brincadeira fica proi- la. Esse tipo de castigo raras vezes corrige o comportamento. Ape-
bida. No entanto, quando privar a criança de algo, use um tempo ra- nas humilha a criança. Restringir a desobediência é castigo sufic ien-
zoável. Se privar um garoto de cinco anos de assistir à TV durante te, sem necessidade de dizer que a criança é má ou fazê-la sentir que
um mês, essa atitude será azoáve irr l. O castigo nãoterá significado não serve para nada. Quando a criança indica que quer mudar seu
algum para ele e não fará mais efeito dizer que não pode ver TV de comportamento, restabeleça-a ao apreço da família sem humilhá-la
novo. Privá-lo de ver TV por uns poucos dias é razoável, e será um ou envergonhá-la.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
96/Fi lhos–
edu can docomsu cesso Asr ecom pen sasdadi sci pli n a / 97
Às vezes, os pais confessam que as palmadas não surtem o efeito Bater ou não bater?
desejado. Em geral, isso acontece por causa de uma ou mais das se- Quando a criança desafia diretamente a autoridade do pai, mos-
guintes razões: tra atitudes de ameaça direta, ou diz, com palavras ou atos: “Não fa-
rei o que você quer que eu faça”, deve ser tratada com firmeza. É o
1 Falta de fi rm eza e uni form i dade. Esse é o maior problema dos momento de agir e não de uma discussão sobre a importância de ou-
pais. Um dia, toleram o mau comportamento; no dia seguinte, castigamvir as opiniões do papai ou da mamãe. Não é hora de colocá-la de
pelo que a criança fez no dia anterior. Isso faz com que a criança não castigo para refletir sobre o que fez. Não é tempo de mandá-la dor-
entenda, mesm o que leve al gumas palmadas, que o mau comportamen- mir ou enviá-la para passar uns dias com os avós.
to não é permitido – um dia são poupadas e no outro, castigadas. Quando a criança desafia a autoridade paterna pela primeira vez
de forma aberta, os pais devem prestar atenção à pergunta oculta
2 A cri ança volunt ari osa. Algumas crianças têm uma vontade ou expressa verbalmente. Quando a criança diz: “Não farei isso, e
muito forte. Em nossas palestras, temos perguntado quantos pais você não pode me obrigar a fazer”, qual é o significado escondido?
têm filhoscom essa caracte rística e, às veze
s, a metade dos partici
- Provavelmente está perguntando: “Quem manda nesta casa? Posso
pantes levanta a mão. A criança que tem uma vontade forte repete ser maior e melhor que você? Poderei ganhar esta guerra?” É im-
seu mau comportamento para ter certeza de controlar seus pais. portante que os paiseconheçam r uando
q a criançaestá desafiando
Mesmo que seja castigada fisicamente uma vez ou outra, continua sua autoridade no tempo oportuno para que possam responder
desafiando seus pais. Ela está empenhada numa luta pelo poder adequadamente a pergunta que a criança está fazendo. Se não agi-
contra seus pais. Os pais precisam estar preparados para enfrentar rem dessa maneira, a criança provavelmente continuará desafian-
uma longa e cansativa batalha. Devem se manter fortes, mas coe- do-os e provando-os.
rentes e pacientes, decididos a acabar com o comportamento teimo- Em geral, a criança resiste ao controle, mas precisa dele. Você
so. Disputar com um filho voluntarioso é uma experiência difícil, deve obter o direito de usar esse controle ao se manter firme. Isso
mas grandes recompensas são obtidas nos anos seguintes pelos es- inclui umas boas palmada s, quando seu filho desafia sua autoridade
forços de hoje.
deOsforma
pais com
deliberada.
freqüência perguntam se devem permitir que a crian-
3 Ação r etar dad a. Alguns pais permitem que certos maus com- ça chore depois de ser castigada, ou se há um limite nesse assunto.
portamentos passem inadvertidamente. Meses depois, percebem Conheço um pai que bate em seu filho e exige, em seguida, que
que os pequenos problemas se transformaram em problemas gigan- “pare de chorar imediatamente”. Esse pai fica diante do filho e o
tescos. Num esforço para corrigir a situação, começam a abusar. ameaça com novo castigo se conti nuar chorando.
Dão palmadas e mais palmadas sem resultado algum. Os maus há- O choro e as lágrimas que acompanham o castigo são um alívio
bitos estão enraizados. Eles, provavelmente, podem ser corrigidos, saudável das emoções e devem ser permitidos. No entanto, o ver-
mas com tempo, firmeza e trabalho paciente. A criança talvez per- dadeiro choro pode mudar rapidamente de dor do momento para
ceba que os paisnão voltarãoa permitir tal comportam ento. uma arma que a criança usa contra o “inimigo”. O verdadeiro cho-
ro não deve durar mais que cinco minutos. Se continua por mais
4 Casti go físico i ndolor. Alguns pais têm medo de dar palma- tempo, em geral, muda sua intensidade e seu tom, e se ransfor
t ma
das na criança e machucá-la. Se as palmadas não doem, não as dê. em um choro de protesto. Nesse ponto, seria necessário oferecer
O castigo físico deve doer e ser sentido como castigo. Se não dói, estas alternativas: deixar de chorar ou receber umas palmadas
não impedirá que a criança repita seu mau comportamento. A men- mais fortes.
sagem de umas palmadas precisa ser percebida e entendida. A Não se deve castigar fisicamente um adolescente. Um jovem
criança nunca deve ser castigada até a submissão, mas precisa com- pode desafiar abertamente sua autoridade e quebrar todas as re-
preender a mensagem do castigo. gras, mas castigá-lo com uma surra não é uma resposta adequada.
Os pais não devem dar palmadas com o objetivo de solucionar Por que não? O adolescente está entrando na vida adulta. Ele acha
todo tipo de mau comportamento; fazendo assim, estarão anulando queo castigo físico é para as crianças. Assim, se o pa i o castigar, po-
o efeito.Devem aprender a distinguir entre o que o rD. Dobson cha- derá provocar um pr ofundoressentimento.
ma de irresponsabilidade infantil e desafio à autoridade. Quando nosso filho Rodney tinha 14 anos, não apenas me desobe-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
98/Fi lhos–
edu can docomsu cesso Asr ecom pen sasdadi sci pli n a / 99
decia como era de safiador. Euficava furiosa ao vê- lo tão desafiador. receber o castigo corporal. Como não há vasos sangüíneos impor-
Lembro-me de vê-lo jogado na cama enquanto minha mente procura- tantes na superfície do bumbum, a possibilidade de maltratar a
va encontrar o método adequado para controlar sua desobediência. criança é mínima, se o castigo for aplicado nessa região. As pernas
Em minha frustração, pensava apenas em dar-lhe uma surra, e come- também servem para esse tipo de castigo. Quando tiver que castigar
cei a procurar uma vara para remediar a situação. Notei que havia uma criança na mão, nunca bata no nó dos dedos, porque isso po-
um velho taco de hockey no chão de seu quarto. Quando me aproxi- deria prejudicar seus vasos sangüíneos. També m nunca bata noos- r
mei para ensinar-lhe uma lição, ele me disse algo que jamais esque- to da criança, nem em sua cabeça, porque poderia prejudicar seu cé-
cerei: “Mamãe, se você me bater, nunca a perdoarei.” Fiquei com a rebro ou seus ouvidos.
vara levantada. Havia chegado o momento da decisão e não deixei Para aplicar um castigo corporal, coloque o corpo da criança so-
que passasse. Con si st ên ci a sempre foi minha palavra favorita. bre suas pernas, em uma cadeira ou na cama. Evite segurar o braço
Dei-lhe uma surra, mas não tão severa como havia pensad o origi- da criança enquanto a castiga. Ela precisa de apoio. Ensine-a cedo
nalmente em dar. Quando terminei o castigo, deixei que chorasse. a aceitar o castigo quando o merecer. Não permita que ela escape,
Senti-me mal pela decisão que havia tomado de dar-lhe uma surra. correndo, de modo que você tenha que persegui-la para castigá-la.
Havia escolhi do um procedimento eq uivocado e me dei co nta disso. O Dr. Dobson acha que o pai ou a mãedeve controlar muito bem
Pedi-lhe perdão, mas ele se recusou a me perdoar. Uma ou duas ho- seu filho até oito ou nove anos, de modo que o castigo corporal ra-
ras depois, ele resolveu me perdoar e nós dois oramos juntos. Nun- ramente seja necessário depois dessa idade. Este deve ser o alvo
ca esquecerei a lição que aprendi naquele dia. Receber um castigo dos pais coerentes: fazer com que a criança seja capaz de controlar
físico é uma séria humilhação para o adolescente; é um ataque que seu comportamento até oito ou nove anos, para que não haja neces-
degrada sua dignidade pessoal. Quando um adolescente desafia a sidade de m a eaçá-la com o casti go. Use o casti go físico esporadica-
autoridade, trate-o comrme fi za; por exemplo, pri ve-o de alguns pri- mente entre os nove e doze anos.
vilégios: usar o telefone, dirigir, receber mesada, sair com os ami- Quando tiver que aplicar uma boa disciplina, faça-o de maneira
gos. Mas não se deve aplicar um castigo corporal. que não danifique a dignidade de seu filho. Não o castigue na pre-
No geral, também não se deve castigar fisicamente crianças me- sença de outras pessoas. Os irmãos da criança castigada podem as-
nores de seis meses. Considero conveniente definir o que é o casti- sistir a certa distância. O castigo público faz com que a criança abri-
go físico. Não é dar uma palmadinha na mão ou no bumbum da gue sentimentos de amargura e perca o respeito próprio.
criança que fica impaciente ou se comporta mal. É uma série de ta- Há pais que aplicam o castigo físico muito freqüentemente. Se você
pas rápidos com a mão ou algum instrumento, com o propósito de é um deles, é bom rea valiar todoo seu sistema de disciplina. Noentan-
ensinar à criança uma lição para que melhore seu comportamento. to, se perceber que os castigos leves não dão resultados efetivos, apli-
As crianças menores de seis meses não devem ser castigadas dessa que com amor um castigo que leve a criança a reflitir. Às vezes, apenas
maneira, porque não possuem o entendimento necessário para com- uma correção dessa natureza pode ser suficiente para toda a vida.
preender o mau comportame nto e corrigi-lo.No entanto, um suave Raras vezes é ne cessário bater na cri ança para ensinar-lheaum lição.
tapinha na mão ou no bumbum pode fazê-las mudar rapidamente Quando se trata deenores,
m a dor produz efeitos duradouros. Antes de
seu comportamento inaceitável; mas isso não pode ser considerado aplicar o castigo corporal, assegure-se de que a criança entenda clara-
como um castigo corporal. mente por que está sendo castigada. Deve conhecer as regras que vio-
Alguns pais usam as mãos para disciplinar, outros preferem vara lou e saber que o castigo é o resultado de sua desobediência.
ou cinto. A mão pode ser suficiente no caso de uma criança peque- Quando as lágrimas secarem, a criança pode pedir que você a pe-
na e até facilita graduar a intensidade do castigo. No entanto, seria gueno colo. Esse é o momento oportunopara ter um idálogo de co-
difícil ensinar a lição necessária a uma criança de nove anos, dan- ração para coração. Você pode dizer-lhe quanto a ama, o que ela sig-
do-lhe apenas uma palmada. É melhor t er em casa um objeto par a nifica para você, quanto Deus a ama, e como Ele se entristece quan-
usá-lo com essa fi nali dade. O fato de o pai ou a mãe ter de ir ao lu- do vê um de Seus filhinhos desobedecendo. Explique também o que
gar onde o instrumento do castigo está guardado ajudará a restabe- pode ser feito para evitar dificuldades.
lecer a calma. Nunca castigue uma criança com um pedaço de ma- A culpa está em todas as partes! Os pais se culpam pela conduta
deira ou um objeto que contenha metal. de seu filho. Arlene Skolnick, na revista Psycholo gy Today , edição
Há uma região acolchoada da anatomia da criança que serve para de fevereiro de 1978, se refere assim a essa atitude imprópria: “A

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
100/Fi lhos–
edu can docomsu cesso Asr ecom pen sasdadi sci pli n a / 101
maioria dos conselheiros sobre o cuidado infantil assegura que, se como Danilo. Ela se afasta facilmente de novas situações, mas se
os pais aplicam as prescrições apropriadas, a criança se desenvol- adapta a elas com o passar do tempo. Os pais não devem pressionar
verá como eles querem. Esse sistema implica em uma fé inquebrá- essa criança, mas animá-la e tratá-la com paciência.
vel, não apenas no aperfeiçoamento das crianças e dos pais, mas na Thomas e Chess terminaram a experiência para descobrir se o
infalibilidade da técnica aplicada à criança.” temperamento manifesto na infância podia ser usado como indica-
Aprendi, por experiência própria, que criarfilhos é mais que a edu
- dor do temperamento da pessoa na idade adulta. A Maravilhosa
cação dos pais e o uso dos métodos apropriados. Gastei doze anos Daisy ou o Danilo, o Difícil, serão maravilhosos ou difíceis dez ou
em pesquisa para descobrir a dimensão que faltava. É fácil julgar ra- quinze anos depois? Ao examinar as 500 crianças num período de vá-
pidamente os pais quando sabemos que têm problemas com os fi- rios meses até dez anos ou mais, Thomas e Chess conseguiram pro-
lhos. Mas, o que acontece com a teoria quando outros filhos da mes- var que a criança difícil tende a continuar sendo difícil anos depois.
ma família se desenvolvem como pessoas responsáveis e maduras? Quando os pais identificam a criança difícil desde cedo, podem pro-
porcionar uma quantidade maior de ajuda, mais paciência e o ânimo
A criança difícil necessário. A Dra. Keasey condena a futilidade de jogar a culpa nos
Os pesquisadores nos dizem agora que o temperamento indivi- pais porque a criança não quer dormir durante a noite ou grita quando
dual da criança determina em grande medida a reação que ela terá fica com a babá. Freqüentemente, os pais da Maravilhosa Daisy não
diante da vida.As dif erenças te mperam entai s que apare cem na i n - conseg uem entender seus amigos que lutam comnilo, Da o Difícil. Pen-
fância são bons in di cadores do te mper ament o que a cri ança terá sam com toda a naturalidade: “Se seguirem as normas da paternidade,
no futuro. seu filho não se comportará dessa maneira.” Os pais das crianças de
A Dra. Carol Tomlinson-Keasey, em seu Chi livro
ld’s Eye View , ambas as categorias devem entender que será mais difícil controlar um
identifica o ingrediente de sconhecido que eu não havia encontrado. Danilo, apesar da competência dos pais e os métodos utilizados.
Ela descreve a Maravilhosa Daisy e o Danilo, o Difícil. Seu ponto de Se você luta diariamente com um Danilo, como poderá fazer um
vista se baseia no trabalho de Thomas e Chess, que fizeram uma ex- bom trabalho? Primeiro, tem que reconhecer que seu filho não está
tentando, deliberadamente, destruir sua vida. Segundo, aceite que
periência com 500 criançasdentificaram
temperamento. ei três padrões comuns de você não é o causador das dificuldades de seu filho. Terceiro, deixe de
A Maravilhosa Daisy representa a “menina contente e de fácil tra- comparar Danilo com Daisy. Comece logo a fazer mudanças na vida
tamento” que se ada pta a todas as tuações
si com facilidade e rapidez. da criança, tão suave e gradualmente quanto possível. Seu filho preci-
Apenas se deita e já dorme profundamente, sem perturbar durante sará, pouco a pouco , de mais amor e atenção que outrasanças. cri Pro-
toda a noite, e raras vezes chora para que satisfaçam seus caprichos. cure dar-lhe isso. Atenda-o da mesma maneira que atenderia um adul-
Está disposta a sorrir, a fazer carinho. Come quando a mãe tem tem- to difícil. Mantenha o aparelho de som em volume baixo, alimente a
po e energia para dar-lhe a comida, e nunca exige nada. Lamentavel- criança mais um pouco se for necessário, mantenha a calma quando
mente, meu esposo e eu não tivemos um filho com esse temperamen-ela ficar irritada e divirta-se com ela quando estiver de bom-humor.
to. Mas, felizmente, 40%das crianças se encaixam nesse padrão. Outra sugestão: invista em uma cadeira de balanço. Não despreze o
No outro extremo estão os que têm problemas com Danilo, o Di- efeito tranqüilizador que uma canção de ninar terá sobre o Danilo.
fícil, que se recusa a aceitar novas situações, é irregular no estilo de Se você é o pai ou a mãe de Danilo, deve se libertar dessa pesada
vida e se adapta lentamente a mudanças. Os filhos que seguem o tarefa de vez em quando. Deixe-o com a babá pelo menos uma vez
modelo de Danilo podem ser caracterizados como pessoas de tem- por semana, enquanto se dedica a alguma atividade criativa. Se você
peramento negativo e sensitivo. Em outras palavras, são crianças é o pai ou a mãe da Maravilhosa Daisy, não precisa prestar maior
difíceis. Cerca de uma em cada dez crianças pode ser considerada atenção a essas sugestões; no entanto, elas podem ser benéficas
um Danilo, o Difícil. para Estêvão, o Lento.
A terceira categoria se refere a crianças que se adaptam à vida Uma adve rtência: Mesmo que a criança difícil desafie sua pa-
mais lentamente que a Daisy, porém com mais rapidez que o Dani- ciência, ponha suas habili dades a prova, coloque seus conhecimen-
lo. Essas crianças podem ser representadas pelo símbolo de Estê- tos em prática e esgote seus recursos criativos, não a a band one .
vão, o Lento. A criança dessa categoria enfrenta suas primeiras ex- Não se culpe pelos problemas da criança. Faça tudo o que for pos-
periências com uma forte reação negativa, mas não tão intensa sível para aprender a educar uma criança como essa, e apóie-se

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
102/Fi lhos–
edu can docomsu cesso Asr ecom pen sasdadi sci pli n a / 103
num poder superior para receber a força e o valor necessários para qualquer coisa, surpreenda-o limitando seu pedido a “só uma vez”.
enfrentar o próx imo problema que surgirá. Um bom aviso: evite discipl inar a criança em assuntosue q ela não
possa cum prir. Por isso, é imprudenteedir p à criança: “Pare de cho-
A palavra-chave é obediência rar”, “Vá para o banheiro”, “Durma” . Para ensinara criança correta-
O ideal seria que a criança obedecesse imediatamente, sem fazer mente, escolha com cuidado as primeiras ições.l Escolha temasue q
perguntas, e sem você ter que dar explicações. Se você for um cida- você domina, mesmo que seja apenas porque você é maior. Até que
dão respeitadordas leis dopaís, vaiobedecer-lhes porque foram fei- a criança aceite que suas lições são incontestáveis, evite os temas
tas para serem cumpridas, e não discutidas ou criticadas. Da mes- que poderiam revelar que você não os conhece direito. Se, em deter-
ma maneira, a criança que não responde imediatamente, na realida- minado ponto, perder o controle e gritar com a criança: “Pare de
de, não está obedecendo. chorar agora mesmo!”, morda a língua e mude de tema. Não ganha-
A criança aprende com rapidez quantas vezes o professor repete rá nada insistindo em uma causa perdida.
um pedido antes que o aluno obedeça, de modo que espera que re- Lembre-se também que mesmo o estudante mais brilhante pode
pita até a última vez. Do mesmo modo, aprende a obedecer na pri- aprender poucas coisas novas de cada vez. Um excesso de disciplina
meira vez, se sabe que a ordem não será repetida. ou de aprendizagem produz apenas confusão e fracasso, e até pode-
A obediência acontecerá sem qualquer argumento. Não se deve ria resultar em desinteresse pelo aprendizado. Ensine a criança umas
permitir que a criança obedeça quando estiver pronta ou quando quatro ou cinco coisas de cada vez e continue ensinando até que as
quiser. Se o fator tempo não é importante (por exemplo, se se trata domine. Faça uma pausa, deixe que a criança aproveite seus novos
de guardar os brinquedos, de dizer “por favor” ou “muito obriga- conhecime ntos antes de continuar com outra ção li de discipli
na.
do”), seria conveniente fazer o pedido num momento determinado Os pais devem agir com determinação ao ensinar a obediência,
e dar-lhe a oportunidade para que aprenda a obedecer. As crianças porque a criança nem sempre está em harmonia com suas decisões.
são inexperientes. Às vezes, não compreendem a necessidade de fa- Mas não podem fazer uma pesquisa semanal para saber se estão se
zer as coisas imediatamente. Não estabelecem a relação entre a cau- saindo bem ou ma l diante dos filhos. Não estão disputando qua lquer
posto. Já têm uma função e sua obri gação é cumpri-la.
sa
mente,
e o efeito.
se o fator
Trabalhe
tempo com
nãoseu
temfilho
importância
sábia, paciente
nesse emomento.
carinhosa-
No Por outro lado, devemos perdoar com carinho quando a criança
entanto, há alguns pedidos de obediência que a criança deve cum- confessa sua desobediência. Os pezinhos podem se desviar facil-
prir imediatamente; por exemplo, quando está para acontecer um mente. As línguas podem esconder a verdade. As mãozinhas podem
acidente ou quando você tem compromissos. encontrar muitas coisas para fazer. Não nos esqueçamos de que, ao
Nunca permita que a criança discuta se a regra é “justa” ou “ra- exigir obediência, os pais amorosos ao mesmo tempo ensinam mi-
zoável”. Se deve suspender uma regra por ser injusta ou irrazoável, sericórdia e bondade .
faça-o depois de analisar o assunto com a família. Quando se dá ra- A disciplina é um projeto que dura quase vinte anos. Os pais fa-
zão a uma criança que coloca em dúvida a validade de uma regra, zem sua parte juntamente com a igreja, a escola e a sociedade em
ela continuará usando osmesmos argum entos para alcançar
outros geral. Durante esses vinte anos, os pais vão afrouxando lentamente
objetivos, e fará isso uma vez atrás da outra. Mantenha-se sereno, o controle, enquanto o filho vai desenvolvendo forças e recursos in-
calmo e seguro. Diga claramente à criança: “É assim que deve ser teriores. Finalmente, torna-se plenamente responsável por seus
feito.” Tome uma atitude firme de que a criança deverá obedecer à atos e entra na sociedade como um adulto maduro, capaz de reali-
regra mesmo que leve o dia todo. A criança não continuará protes- zar seus sonhos sem entrar em caminhos intermináveis e ruas sem
tando se compreender que você não cederá e não fará exceções. saída, para satisfazer impulsos de curta duração.
Muitos pais seguem a linha do menor esforço: toleram qualquer
coisa para evitar uma cena. “Está bem, desta vez eu deixo, mas você
é o primeiro que terá algo para fazer quando chegarmos em casa.”
Em geral, não exigimos muito de nossos filhos. Precisamos discipli-
nar e insistir na melhor atuação. Aprenda a dizer à criança as coisas
apenas uma vez, e depois disso castigue-a de forma justa e adequa-
da se não obedecer. Se seu filho está acostumado a choramingar por

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
Capítulo 5

A f o r m ação
d o c ar áter d e
seu s fi lh os
Car áter : esta palavra tem diversos sentidos.
Personali dade :
esta palavra tem outra dimensão complexa do ser humano. Sa-
bemos o que essas palavras realmente significam?
Quando dizemos que uma criança tem uma personalidade agradá-
vel, talvez nos refiramos à sua
oabatitude, pode
ndo incluir o fato de
ser bonita, simpática e de bom coração.sAqualidades positivas ga-
nham nossa simpatia; mas é preciso ter em conta que o caráter não
diz respeito unicamentesàcoisas externas
. A personalidade ag radá-
vel refere-se apenas ao comportamento exterior, mas o caráter se
baseia na excelência moral. Relaciona-se com a honra, o domínio-
próprio, a consideração aos demais, a lealdade religiosa, os ideais
Erlo Köhler
altruístas, a consciência e a habilidade para inibir os impulsos nega-

Res umo d o capítulo III. Como se desenvolve a captam muito bem a VII. Como tratar o
consciência existência de regras comportamento negativo
II. O que caráter? A. Desenvolve-se gradualmente B. Preocupam-se com regras A. Ignore o comportamento
A. O caráter não é a personalidade B. A parte da culpa entre cinco e dez anos negativo
B. Os recém-nascidos precisam C. É preciso reconhecer as C. Experimentam as regras a B. Use reforços positivos
de caráter conseqüências partir dos dez anos
C. Os valores de longa duração D. A intenção é mais importante VIII. O impacto da televisão no
são os mais importantes IV. Desenvolvimento do que as conseqüências caráter
domínio-próprio A. O crime e a violência são
III. O desenvolvimento do caráter A. Ter medo do castigo não VI. O início do reforço prejudiciais
A. Desenvolve-se com rapidez basta A. Os elementos do reforço B. A televisão em geral pode
na infância B. Ser descoberto não basta fortalecem o comportamento prejudicar
B. O ambiente do lar é C. A culpa não basta B. Os elementos de castigo
importante D. O objetivo é escolher com debilitam o comportamento IX. Educação espiritual no lar
C. Dois fatores essenciais: responsabilidade 1. Filhos complacentes A. As primeiras atitudes
1. Traços dignos de admiração C. Três tipos de elementos de permanecem
2. Respeito próprio IV. Etapas do desenvolvimento reforço B. Passos da educação
D. Como ensinar a distinção moral espiritual
entre o bem e o mal A. As crianças pequenas não

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
106/Fi lhos–edu can docomsu cesso Afor m açãodocar áterdeseu sfi lhos/ 107
tivos. A palavra car áter vem de um vocábulo grego que significa A atmosfera doar l é muito m i portante on desenvolvime nto do ca-
“gravar”. É, portanto, a marca característica do estilo de vida de ráter da criança. Se os pais não se respeitam mutuamente, se brigam
uma pessoa. ou são desconfiados, se discutem também com os filhos, estes so-
O recém-nascido não possuicaráter. Noentanto, temo potencial frerão distorções nodesenvolvimento, nãomp i orta quão cuidadosa-
ou os materiaisbásicos para desenv olver seu caráter desde o nasci- mente procurem esconder seus problemas.
mento. Os atributos que formam o caráter se desenvolverão duran- O ingrediente principal para o desenvolvimento do caráter da
te essa etapa da vida. criança é, portanto, a forma como os pais se tratam mutuamente:
As atitudes e as características que contribuem para a formação com amor, respeito e consideração. Como um espelho, as crianças
do caráter da criança serão aprendidas. Portanto, tudo o que sabe- refletem os mesmos traços de caráter a que são expostas.
mos sobre o processo de aprendizagem deve se aplicar ao desenvol-
vimento do caráter. Dessa maneira, a responsabilidade do desenvol- O respeito própri
o e o dese
nvolvimento do caráter
vimento do caráter está nos ombros dos pais. Desculpas como “ge- Existe uma relação ínti
ma entre o desenv
olvimento do caráter da
nes defeituosos” não têm qualquer fundamento. Quando o caráter criança e suas atitudes pessoais. As repetições contínuas de que é
da criança é defeituoso, os pais têm culpa, ou talvez seja por causa “má” ou “boa” terão influência direta em seu caráter. As referências
do ambiente onde a criança cresceu. positivas ou negativas que a criança escuta começam a influenciar
Como os resultados da formação do caráter não se mostram ime- na formulação dos ideais e das aspirações que mais tarde lhe
diatamente (muitos pais só percebem os resultados se as crianças servirão de guia para a vida. Dessa maneira, todas as indicações das
obedecem ou não), com freqüência os progenitores descuidam (ou normas de comportamento da criança são alimentadas através do
agem de forma inconsciente ou arbitrária) da formação do caráter reforçopositivo que receb
e. Só oscomediantes são capaze
s de tirar
de seus filhos, sem levar em conta o valor a longo prazo. Pensam vantagem das perdas.
apenas no alcance imediato. Pode ser que a criança tenha muitas características admiráveis,
Durante os pri meiros anos de vida, odesenvolvimento do caráter mas se precisa de respeito próprio terá pouco interesse em manifes-
se mostra mais rápido e mais inerentemente susceptível à condu-
ção. Horacio Bushnell faz uma admoestação: “Que cada pai e mãe mente.
tar suasÉ,qualidades
portanto, oadmiráveis,
respeito próprio
ou talvez
o fator
as mostre
determinante
esporadica-
no
cristãos se dêem conta de que, quando seu filho alcança os primei- desenvolvimento do caráter. Embora o total dos princípios morais
ros anos de vida, já realizaram mais da metade de tudo o que podem de uma pessoa determine as qualidades do caráter e a conduta que a
fazer pelo seu caráter.” Os estudos indicam que os primeiro cinco criança possui,o respeito própri
o dá constância ao co
mportamento.
ou seis anos representam a etapa de formação mais importante da Duas coisas são essenciais nodesenvolvimento do caráter: (1) as
vida da criança. Há alguns pais, no entanto, que interpretam essa de- qualidades admiráveis que formulam o caráter e (2) o sentido vigo-
claração como se fosse um meio de forçar o desenvolvimento inte- roso do respeito próprio, que ajudará a pessoa a exercer controle
lectual da criança. Os pais que desejam que seus filhos se desta- sobre sua conduta.
quem entre as outras crianças, para seu próprio benefício, procu-
ram estimular o cérebro da criança de diversas formas. Talvez ten- Distingui
ndo entre o bem
e o ma
l
tem ensiná-la a ler antes dos dois anos, a datilografar aos três anos Nenhum recém-nascido tem a habilidade de escolher entre o bem
e a falar uma língua estrangeira aos quatro. O estímulo relacionado e o mal, e nenhuma criança desenvolverá essa habilidade por conta
com os interesses particulares pode ser plausível, mas, quando se própria. Por isso, as normas devem ser ensinadas através de um
acelera o ritmo, essa execução forçada pode ocasionar frustração processo longo e lento que se estende até a adolescência.
em vez de ser um desenvolvimento genuíno de aprendizagem. A criança é incapaz de controlar completamente sua conduta; os
Os paispodem te r a segurança de que o começo de desenvolvi
men- pais devem controlar seu comportamento com diversas restrições.
to do caráter está em ação em seus filhos e que numerosas influên- Essas restrições são impostas primeiramente pela família e depois
cias estão fazendo sua parte. Há mães que cae
m na armadilha
de pen- pela escola, a igreja e a sociedade. A primeira coisa que deve ser
sar: “Meu filhinho não precisa de mim nesta etapa de sua vida, porque considerada no desenvolvimento do caráter é, desde cedo, conhe-
é muito pequeno. Ele nem me reconhece diante de outras pessoas.” cer o que a família espera de cada membro.
No entanto, as crianças absorvem os estímulos ambientais. Os pais devem ensinar a criança a amá-los, para que no devido

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
108/Fi lhos – educan do com su cesso A f or m ação do car áter de seus fi lh os/109
tempo possam amar outras pessoas. Devem ensinar gradualmente
Ensinando responsabilidade que a transgressão das regras prejudica as pessoas. A criança apren-
derá esses princípios por meio das normas e regras estabelecidas
Marque sua resposta nas afirmações abaixo, traçando um no círculo familiar. A criança pequena, por exemplo, aprenderá a
círculo ao redor do número que, segundo a escala, descreva melhor sua não pegar o que é dos outros. Se o pai ou a mãe a castiga a tempo,
maneira atual de tratar seu filho. irá ensiná-la gradualmente a se conformar com as normas estabele-
cidas na família.
1. Todo o tempo Os pais não podem esperar que seus filhos coloquem em prática
2. Quase sempre essas regras da mesma maneira que os maiores fazem; mas, quando
3. Às vezes
4. Raramente a criança chega à idade escolar, já deve ter aprendido a obedecer aos
5. Nunca princípios de sobrevivência geral para ser capaz de acatar as normas
escolares. Ela também precisa saber como trabalhar e brincar de for-
1 2 3 4 5 1. Dou a meu filho responsabilidades adequadas que ma cooperativa com seus colegas de estudo. Antes que deixe a infân-
estejam a seu alcance, para demonstrar-lhe que confio cia, deve ter desenvolvido seus controles internos que a ajudam a to-
nele. mar decisões adequadas. À medida que a criança cresce, os pais po-
1 2 3 4 5 2. Concedo a m eu filho o p rivilégio de e scolher assuntos dem afrouxar gradualmente os controles externos. Quando chegar à
apropriados à sua idade, quando é possível. adolescência, será capaz de controlar a maior parte de sua conduta;
1 2 3 4 5 3. Parabenizo meu filho pelo trabalho bem feito. na maturidade legal, a transição deve estar completa.
1 2 3 4 5 4. Estimulo o amor-próprio de meu filho, dando-lhe
responsabilidades especiais. Como se desenvolve a consciência
Nenhumacriança possui co
nsciência ao nascer. E da mesm
a manei-
1 2 3 4 5 5. Deixo que meu filho me ajude a fazer certas coisas. ra como uma criança não pode desenvolver o caráter por conta pró-
1 2 3 4 5 6. Não exijo de meu filho além de sua capacidade.
1 2 3 4 5 7. Reviso fielmente as tarefas do lar que peço a me u filho. pria,
Quetambém
papelnão
os pode
pais desempenham
dese
nvolver sozinha
nauma
formação
consciência
da consciência
sensível. da
criança e como se realiza esse desenvolvimento? Primeiramente,
1 2 3 4 5 8. Às vezes, ajudo meu filho a terminar algum trabalho. eles ensinam a criança a amá-los e a amar o próximo. Depois a en-
1 2 3 4 5 9. Tenho uma atitude positiva em relação ao trabalho, para sinam gradualmente que a transgressão das leis da sociedade pode-
ajudar meu filho a tera mesma atitude. rá prejudicaros outros.Quando ap render a amar e a respe
itar osdi-
1 2 3 4 5 10. Aproveito toda ocasião possível para ensinar reitos e os privilégios dos outros, experimentará ansiedade e culpa
responsabilidade. ao prejudicar alguém. Esses sentimentos marcam o começo de uma
1 2 3 4 5 11. Procuro ensinar hábitos de trabalho, fazendo com que consciência sensível. A criança aprende que certos atos não são
pareça uma diversão. aceitos, porque, se práticá-los,
com certeza será castiga da. A ansie-
1 2 3 4 5 12. Às vezes, trabalho com meu filho para animá-lo. dade vem depois do castigo. Para reduzir a ansiedade, a criança
aprende a não repetir o mesmo comportamento.
1 2 3 4 5 13. Se meu filho se aborrece com um trabalho, peço-lhe Quando a consci ência estiver fo
rmada, pode ser usada como guia
que faça outro. para o comportamento. Se a conduta de uma criança não alcança a
1 2 3 4 5 14. Tenho colocado na cabeça do meu filho que o trabalho norma estabelecida, ela se sente culpada ou talvez envergonhada. A
é nobre e que é uma parte importante do culpa é um sentimento negativo experimentado quando a pessoa
desenvolvimento da mente e do corpo. não vive em harmonia com as normais aprendidas. Quando a crian-
Analise suas respostas com seu cônjuge ou um amigo. ça se sente culpada, percebe que seu comportamento depende da
norma estabelecida para ela.
Antes que a criança experimente o senso de culpa, no entanto, ela
deve se relacionarcom certasnormas que estab eleçam uma diferença
entre o certo e o errado. A criança deve também manifestar o desejo

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
110/Fi lhos–edu can docomsu cesso Afor m açãodocar áterdeseu sfi lhos/ 111
de aceitar es- sor, sejapor objetos encontrados que brados, ou qualque
r outro ves-
sas normas e tígio de culpa. Nesse momento, qualquer medida de punição que
ser responsá- você aplicar será um “castigo retardado”. Quanto mais demorar
vel por seus para vir a punição, maior será a possibilidade de que a criança não
atos se não as se lembre nem entenda por que está sendo castigada.
alcançar. Deve, A capacidade de controlar seus próprios atos permitirá que a
ainda, ter a ha- criança escolha cuidadosamente o que deseja fazer. Uma enorme
bilidade de re- quantidade de decisões racionais e ri racionais a rodeará, mas, se ela
conhecerquan- foi educada a controlar seus impulsos íntimos, não se deixará levar
do não pode al- por interesses pessoais. Não agirá por impulso, mas escolherá deli-
cançar as nor- berada e sabiamente o que é melhor.
mas. Como pais e educadores, não devemos esperar muito de nossos
Durante filhos, tampouco que atuem com rapidez. Um ato insensato da
esse processo, criança não a qualifica como problemática. No entanto, a menos
é importante que a criança desenvolva seu próprio controle, às vezes imitará os
que os pais não outros. Ela precisa de habilidade para tomar decisões por sua pró-
ensinem seus pria conta; suas escolhas serão quase impulsivas ou dependerão da
filhos a ter medo ape
nas do casti
go que se
u mau comportame nto lhes influência que seus colegas exercerem sobre ela, o que é uma fonte
trará. Esses temores neutralizam sua habilidade para notar as conse- indigna de confiança.
qüências que seus atos têm sobre outras pessoas. Os pais firmes e ca-
rinhosos dedicam tempo para ensinar a seus filhos o resultado de seu Regras: as anças
cri sabemueq elas exi
stem?
comportamento, e são esses pais que criam filhos com caracteres for- É preciso certo tempo para que a criança consiga compreender
tes e maduros.
deve
os princípios
esperar que
até que
diferenciam
ela desenvolva
o certoa do
capacidade
errado. Portanto,
mental para
o pai
apli-
Como se desenvolve o domínio-próprio car a outras os princípios aprendidos de uma situação particular.
Em geral, o mau comportam ento e o castigo ocorrem primeiro na Forçar essa aprendizagem em pouca idade é completamente infru-
presença dos pais. Assim, a criança aprende a não repetir o mesmo tífero. A criança aprende primeiramente a relacionar certa norma
comportamento indesejável quando seus pais estiverem presentes. específica com uma situação particular. Quando puder distinguir
Mas o que se deve fazer quando a criança se porta mal na ausência entre o certoe o errado em diferentes situações relaci
onadas en tre
dos pais? Vamos considerar, porexemplo, quando a criança fala pa- si, aprenderá a aplicar os princípios a uma variedade de situações.
lavrões. Em casa, os pais a castigam. Mas no pátio da escola, onde Mas isso não acontece com a criança que não vai à escola. Para o
seus pais não estão e não há adultos presentes, a criança aprende menor, o bom comportamento é obedecer à mamãe, ajudar os ou-
que não será castigada e que, talvez, seu comportamento irá chamar tros e atender prontamente quando chamado. O mau comportamen-
a atenção dos colegas. Então, aprende que só deve ter medo de usar to é não fazer essas coisas.
esse tipo de linguagem quando seus pais estão presentes. De acordo com o notável educador suíço Piaget, pioneiro no es-
A consciência dessa criança não se desenvolveu completamente. tudo da aprend izagem moral na criança, as crianças de dois anco
ci
Não queremos que nossos filhos adquiram bons hábitos apenas por anos de idade brincam com jogos infantis sem conhecer as regras.
temer o castigo. O medo, a ansiedade e a culpa não são suficientes. Elas não procuram ganhar. Divertem-se trocando as bolinhas de lu-
Queremos que a criança desenvolva controles internos para que, gar, mesmo que brinquem sozinhas. Quando chegam aos cinco anos,
mesmo que os pais não estejam presentes e o castigo não for o re- no entanto, começam a se dar conta das regras, ao observar e imi-
sultado final, ela possa escolher o curso de seus atos. tar os maiores. Começam a conhecer as regras do jogo, mas não sa-
Sendo completamente impossível castigar a criança quando o pai bem como participar da brincadeira em grupo seguindo, essas re-
não está presente, qual seria a solução? Freqüentemente, a má con- gras e os princípios estabelecidos.
duta é descoberta depois de ocorrida a ação, seja atravé
s do profes- Entre os cinco e os dez anos, a cri
ança desenvolve certas atitude
s

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
112/Fi lhos – educan do com su cesso A f or m ação do car áter de seus fi lh os/113
e normas de comportamento com relação a jogos. Ela passa a ser
Você está ensinando seu filho a odiar? consciente das regras. Suas inquietações são diversas, e é por isso
que pergunta: “A gente sempre joga dessa maneira? Por quê? A gen-
Neste exercício, marque a pontuação que corresponde a você, e descubra te pode jogar de outro modo?”
se está reforçando um sentimento de ódio em seu filho. Aos dez anos, às vezes, as crianças começam a inventar suas pró-
prias regras do jogo. Por que existe uma grande diferença entre o
1. Decididamente sim jogo das crianças de sete e a de doze anos? Os menores aceitamas
2. Provavelmente sim regras como algo sagrado e intocável. Acreditam que as regras vêm
3. Não estou seguro de forma inalterável da parte de seus pais, as autoridades e mesmo
4. Provavelmente não
5. Decididamente não Deus. Como as regras duram para sempre, elas não serão investiga-
das ou modific adas. Quebrar uma reg ra seria ni concebível e inj usto
1 2 3 4 5 1. Seu filho chora porque quer um biscoito antes da para com o jogo, e isso representaria alto digno de reprovação sob
hora de comer. Quando você não suporta mais o qualquer ponto de vista. Essas crianças pensam apenas nas coisas
choro, diz: “Está bem, mas apenas desta vez.” absolutas e ignoram as intenções.
1 2 3 4 5 2. Seu filho oferece ajuda para lavar a louça depois do Ao amadurecerem, sua mane ira de pensar começa amudar. áJ
jantar. Você diz: “Obrigada, mas esta noite estou com não consideram as regras como coisas sagradas e inalteráveis. Se os
muita pressa e eu posso fazer isso mais rápido.” jogadores estiverem de acordo, as regras podem ser modificadas. J á
1 2 3 4 5 3. Você está fazendo compras com seu filho. Ele fica para não julgam o bem e o mal de acordo com a autoridade absoluta;
trás, e você lhe pede que caminhe ao seu lado. Às agora consideram que agir corretamente é agir de acordo com o que
vezes, você o leva pela mão e outras vezes o atrai o seu grupo espera. Vêem a lei como algo que vem não tanto dos
oferecendo-lhe coisas ou ameaçando-o. pais e de Deus, mas da parte dos integrantes do grupo a que perten-
1 2 3 4 5 4. Sua filha está demorando para se arrumar e ir para a cem, e estão dispostas a pô-la em prática.
escola. Você pede que ela se apresse Como essas perspectivas de mudança de caráter afetam o desen-
para não perder o ônibus escolar. Mas, se ela o
perder, você mesmo a levará à escola.
volvimento da criança? Todo pai normal ficará alterado quando seu
filho quebrar acidentalmente um vaso caro, mas não se preocupará
1 2 3 4 5 5. Seu filho grita quando você o deita. Em uma ocasião muito se o vaso for insignificante. Na maioria dos casos, quanto
em que há amigos em sua casa, você se sente mais caro for o objeto perdido ou danificado, tanto maior será o
envergonhado quando ele grita. Não podendo castigo. Dessa maneira, a criança chega à conclusão de que é o re-
suportar o choro, você o levanta e permite que sultado da ação o que diferencia o bem do mal e não a intenção.
continue brincando.
Depois dos sete anos, a ma ioria das crianças pode diferenciar en-
1 2 3 4 5 6. Sua filha tem o hábito de responder de forma tre uma mentira deliberada e um erro acidental. O menor vê toda
insolente. Você a adverte, dizendo-lhe: “Agindo declaração falsa como umaentira, m seja ela intencional ou involun-
assim, você me deixa muito triste!” Mas ela continua
fazendo a mesma coisa. tária. Para a criança de cinco anos, roubar é sempre uma coisa má.
Mas, quando chega aos oito ou nove anos, começa a raciocinar até
1 2 3 4 5 7. Seu filho só atende quando o chamam depois de se certo grau. Pode concluir, por exemplo, que mentir é algo mau, em
sentir ameaçado, deixando você nervoso. vez de pensar que “é errado dizer mentiras à mamãe”. Depois dos
As instruções para fazer o cálculo de sua pontuação estão na página dez anos, a criança é capaz de considerar a intenção com que um
254. ato é realizado. Começa a achar que uma pessoa com fome que rou-
ba uma maçã comete uma ofensa menos condenável do que se rou-
basse apenas por roubar. Ela pode levar em consideração as diver-
sas circunstâncias que influenciam tal ação. Está em condição de
considerar os problemas de outro ponto de vista e de usar diversas
opções para resolvê-los.
A limitada habilidade da criança para raciocinar dessa maneira fi-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
114/Fi lhos–edu can docomsu cesso Afor m açãodocar áterdeseu sfi lhos/ 115
cou clara para mim no verão passado, durante uma visita a minha
irmã. Uma tarde, fiquei completamente perplexa quando Cyndy, a Como encor ajar se u filho
amiga de nosso filho Rodney, fez uma experiência usando meu so-
brinho Brent como cobaia. Cyndy colocou diante do rapazinho de Nas situações a seguir, seu filho precisa de encorajamento, mesmo que
oito anos doisvidrosidênticosque continhamxatam
e ente a mesma o comportamento dele não seja perfeito. Em cada caso, elogie o bom
quantidade de água. Enquanto Brent observava cuidadosamente, comportamento e simplesmente ignore os maus hábitos. Você consegue?
Cyndy colocou o conteúdo de umdeles num aco s plástico e, em se-
guida, num vidro alto e estreito. Com um sorriso malicioso, Cyndy Situação Frase que encoraja
pediu a Brent que olhasse cuidadosamente enquanto pegava o se-
gundo vidro e despejava seu conteúdo no saco plástico e, depois, EXEMPLO: O comportamento “Você se esforçou bastante
em um vasilhame mais largo. Ela pediu à criança que mostrasse qual de seu filho foi bom durante todo para ser útil e cooperador
o dia, exceto durante uma briga durante o dia. Gostei muito.
recipiente tinha mais água. E, apesar de o garoto ter percebido que com o irmão. Continue assim!”
ambos os vidros tinham a mesma quantidade de água, apontou o
mais alto, porque parecia que tinha mais água. 1. Seu filho perde uma hora
Cyndy estava fazendo essa experiência como parte de um proje- fazendo tarefa de casa, mas
to para sua tese. El a estava procurando demonstrar a teoria de
ia-P brinca várias vezes,
get, segundo a qual as crianças menores não podem antecipar os re- desperdiçando tempo.
sultados de sua conduta. Sua mente simplesmente não é capaz de 2. Seu filho limpa o jardim
raciocinar e não tem a habilidade para estabelecer juízos. Na expe- sem que você o peça, mas
riência da água, elas estabelecem suas conclusões sob a percepção deixa os equipamentos
de que o nível da água no frasco alto e fino é mais elevado do que o jogados.
nível do outro recipiente. Chegam a essa conclusão mesmo que pos- 3. Seu filho começa como
sam ver claramente que foram colocadas quantidades iguais em am- office-boy, mas perde
bos os frascos. A criança tem a informação adequada, mas a percep- o emprego.
ção da realidade as leva a uma conclusão equivocada. 4. Seu filho de 11 anos traz o
Esse é apenas um exemplo da limitada habilidade da criança para boletim de notas para casa
raciocinar da causa para o efeito. Através da prática (tentativas e er- com quatroA, dois B e um D.
ros), a criança aprende a distinguir entre o certo e o errado. À medida 5. Seu filho progride na
que o tempo passa, e a criança amadurece e adquire experiência, tam- arrumação do quarto, mas
bém vai aprendendo gradualmente a tomar decisões. Com freqüência, quase nunca arruma a cama.
os pais se esquivam desse processo gradual, que é um elemento essen- 6. Seu filho nada por toda a ex-
cial na formação do caráter da criança. Pensam que, como ensinaram tensão de uma piscina
uma vez, a criança irá sempre se lembrar disso ou daquilo. olímpica, mas seus
movimentos são
desajeitados.
Grupo X caráter
Como mencionei, a criança aprende o certo e errado
o observan- 7. Seu filho ajuda nas
do os pais, osirmãos e outros mem bros da famíli
a. Quando ela cres- compras, mas deixa cair um
dos pacotes.
ce, seus horizontes sociaisvão se ampliando através da
s pessoas da
vizinhança, da escola, da igreja e das suas amizades. Agora, reco-
nhece que as normas estabelecidas dentro do círculo familiar não
são obedecidas todo o tempo por todo mundo. Por exemplo, em Será que você consegue encorajar seu filho sem dar importância aos
casa, a mãe pode elogiá-la ou recompensá-la quando levar queixas erros que ele comete?
de seus irmãos, mas no círculo social esse comportamento pode
causar uma censura desagradável.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
116/Fi lhos – educan do com su cesso A f or m ação do car áter de seus fi lh os/117
Quanto mais freqüentes forem as oportunidades de se relacionar do se queixa de
com o círculo social, mais influência a criança receberá da parte de seu irmãozinho.
seus colegas. Quando as normas do lar entram em conflito com as Estas atitudes sig-
normas estabelecidas por seus colegas, em geral a pressão das ami- nificam que essas
zades leva vantagem. Na escola, o comportamento da criança é con- crianças têm seu
trolado pelas normas da escola e da sala de aula. Se ela não cumpre caráter arruinado?
os regulamentos, suadesobediênciaocasionará eprovaçãr o da par- Um problema
te dos professores e receberá o castigo, mesmo que tenha o consen- isolado não arrui-
timento de seus colegas de classe. Ainda que o roubo seja conside- nará o caráter da
rado um ato reprováv el no lar, “colar” ou copi
ar as respostas daro-
p criança. É claro que
va do colega pode ser considerado uma coisa comum, com a apro- o comportamento
vação da ma ioria. preocupa os pais,
Pela interação social, a criança vai aprendendo sobre certos códi- mas eles devem sa-
gos morais a que os outros se submetem. Tem também a oportunida- ber que é a repeti-
de de aprender sobre a forma como os outros percebem seu compor- ção que faz com
tamento. Se receber aceitação favorável, será motivada a continuar que o hábito se for-
com o mesmo comportamento. Se, por exemplo, seu comportamen- me e afete o cará-
to receber “vibrações” negativas, o mais provável é que mude seus ter. Toda vez que
métodos e aceite as normas que a ajudarão a aumentar sua populari- uma criança sente
dade entre os colegas. A criança que é rejeitada ou apenas tolerada que tem permissão
por seus colegas não terá oportunidade de aprender as normas esta- para se comportar mal, um hábito que pode ser um grave perigo para
belecidas pelo grupo à qual ela quer pertencer. A criança socialmen- o desenvolvimento do caráter está se estabelecendo. Mas, cada vez que
te rejeitada pode ter motivação para ser aceita novamente no grupo, ela repete um a ação positiva, dese
o nvolvimento do caráter é fortaleci-
mas seus esforços para entrar no círculo de amigos podem fracassar do. Os atos formam hábitos. Hábitos formam o caráter. Semeie um ca-
repetidas vezes porque ela não entende o código de comportamento ráter e colherá um futuro.
do grupo. O que os pais podem fazer num caso como esse? Como ajudar a cr
iança para quelae desenvolva umstilo e positivo
Uma vez que a influência do grupo afeta grandemente o desenvol- de comportamento? O capítul o sobre a disciplina tratou da ma neira
vimento do caráter da criança, é importante que o grupo com o qual correta de os pais agirem com um filho que manifesta um compor-
ela está se identificando tenha normas elevadas como as do lar. tamento desafiador; mas há numerosas situações em que a criança
Quando o código moral do grupo está em conformidade com as nor- não desafia diretamente a autoridade dos pais e que eles podem
mas estabelecidas nolar, naescola e nagreja,
i um sólidofundamen- usar para ajudá-la a desenvolverlhores
me hábitos. Comoaze f r com
to é colocado no caráter da criança e são elaborados ajustes sociais que os filhos escovem os dentes regularmente, arrumem a cama e
que moldarão sua personalidade futura. Mas, se os membros do gru- guardem a roupa que acabaram de tirar? Como ensinar responsabi-
po costumam com eter delitos ou atos de vandalismo, a criança que lidade no manejo do dinheiro, no desenvolvimento de bons modos
aceitar essas normas como seu código moral poderá se tornar um e na prática da cortesia? O que fazer no caso de choradeiras, bagun-
delinqüente. Portanto,tipo o de amigos que a criança escolhe tem ça, trabalho malfeito e preguiça?
mais importância do que a
quantidade de amigos que possa ter. A orientação adequada tem sucesso quando a criança consegue
associar as reações agradáveis com o que é correto e as reações de-
Como estab elecer hábi tos adeq uados sagradáveis com o que é incorr eto. Porexemplo, a criança apre nde-
Tomás, um garoto de quatro anos, começa a fazer manha porque rá a repetir uma ação quando receber recompensa. Comprovou-se
sua mãe não compra o sorvete quando ele quer. Luís mente quando claramente que a recompensa é um elemento determinante no com-
alguém pergunta onde ele conseguiu aquele taco de beisebol escon- portamento.
dido no guarda-roupa. A malcriada Helena discute com os pais Se a recompensa consegue influenciar o comportamento da
quando eles a avisam de que não poderá sair com as amigas. Ricar- criança, através do controle dela, você pode orientar seu filho para

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
118/Fi lhos – educan do com su cesso A f or m ação do car áter de seus fi lh os/119
que forme melhores hábitos e tenha um comportamento responsá- exemplo, uma mãe vai às compras com seu filhinho Luís, encontra-
vel. Há pais, no entanto, que pensam desta maneira: “Em nossa casa se com uma amiga e começa a conversar. Luís, em voz baixa, pede
não é permitido qualquer tipo de suborno.” O fato é que, queiramos algo à mãe, mas como ela está falando com sua amiga, não presta
ou não, recompensamos e castigamos o comportamento em nosso atenção. Luís fica inquieto, reclama e grita, até que a mãe não pode
lar. A criança que recebe atenção especial quando está doente pode- suportar mais. Então, ela interrompe a conversa para ouvir o filho.
rá desejar adoecer para conseguir mais carinho. A criança que con- Ao fazê-lo, reforça a atitude de reclamações e gritos.
segue o que quer com gritos e manhas gritará mais ainda até que Vamos a uma sala de aula onde estão 48 crianças da primeira sé-
seus desejos sejam atendidos. rie. Há duas professoras que se preparam para conduzir a classe de
Infelizmente, muitos adultos ignoram as técnicas do reforço posi- leitura em pequenos grupos. No fundo da sala, estão dois jovens uni-
tivo, porque consideram a recompensa um suborno, sem perceber versitários que, durante seis dias, anotarão silenciosamente a fre-
que nossa sociedade está totalmente estabelecida sobre esse princí- qüência com que essas professoras dirão às crianças para se senta-
pio. Quando a pessoa trabalha, recebe pagamento. Se realiza um ato rem em seus lugares, e quantas crianças se levantarão a cada dez se-
de heroísmo, a sociedade recompensa o herói com uma medalha ou gundos durante um período de 20 minutos.
outro prêmio por sua bravura. Depois de trabalhar cinqüenta anos Nos primeiros seis dias, três crianças se levantaram de suas cadei-
na mesm a empresa, o empreg ado espera ganhar um ógio rel de ouro. ras a cada dez segundos. As professoras pediram que elas se sentas-
As recompensas permitem que os esforços pessoais sejam valoriza- sem umas sete vezes no período de 20 minutos. Quando as professo-
dos, apesar de muitos pais ignorarem os benefícios que elas repre- ras foram instruídas a pedir mais vezes que as crianças se sentassem,
sentamna formação do aráter
c de seus filhos. a freqüência aumentou de sete para 27 vezes a cada 20 minutos. Por
A linha divisória entre o suborno e o reforço positivo, muitas ve- incrível que pareça, as crianças se levantaram mais. Agora, uma mé-
zes, é tênue, mas pode ser distinguida. Se são oferecidas à criança dia de 4,5 crianças se levantavam a cada dez segundos. Esse procedi-
maiores e melhores recompensas depois de ela se recusar a fazer mento se alternoumuitas vezes. Quanto mai s as profes soras di zi am
algo que você pediu, isso seria reprovável, porque é um ato de su- para as cri anças se sentar em, mai s elas s e levantavam .
borno. Se a mãe diz àfilha “Venhaaqui, Mari a”, eela responde ne- Finalmente, as professoras foram instruídas a não pedir mais às
gativamente, a mãe não deve lhe dar um chocolate para que obede- crianças que se sentassem. Em lugar disso, elas parabenizavam a
ça. Os pais não devem usar a recompensa quando a criança desafia criança que estivesse sentada e trabalhando. Nesse caso, menos de
a autoridade paterna, porque com isso refor çarão sua atitude desa- duas crianças se levantaram a cada dez segundos. O fato de pedir
fiadora. Mas não é suborno fazer planos de ão para recom-
an tem para que se sentassem tinha se transformado num reforço para fazê-
pensar o bom comportamento, se a cri ança não desafi a a aut ori - las se levantar. As professoras pensavam que pedir às crianças para
dade pate rn a . se sentarem surtiria efeito, porque elas se sentavam.Mas e ra ape -
Quando reconhecerem o poder dos incentivos e das recompen- nas um e feito im ediato . As profe ssoras nã
o captaram o feito
e a lon-
sas, os pais determinarão melhor os comportamentos que terão su- go prazo, até comprovare m com seus própriosolhos.
cesso e os que fracassarão. Os pais, às vezes, também caem nessa armadilha. Quanto mais
crítica, bronca e castigo, pior o filho se comportará. Aprendamos
A lei do reforço qual é o comportamento que devemos recompensar e qual ignorar.
O método mais eficaz para controlar o comportamento mantém
uma relação estreita com a lei do reforço. O comportamento que con- Resultados do reforço
bemaplicado
segue resultados agradáveis voltará a se repetir. Em outras palavras, Uma mãe tinha problema com seu filho Patrick, de quatro anos.
se a criança gosta do resultado de seu comportamento, ficará inclina- O menino vivia chutando tudo que encontrava, inclusi
ve as pessoas;
da a repetir a mesma ação. Se Linda faz um novo penteado que é su- outras vezes, tirava a roupa e a rasgava, respondia rudemente, bri-
cesso entre os colegas, continuará penteando-se da mesma maneira. gava com a irmãzinha, ameaçava as pessoas, batia em si mesmo, fi-
Se Carlos experimenta um novo método no jogo de beisebol e conse- cava de mau-humor e exigia constante atenção. Finalmente, sua
gue fazer um ponto, continuará aplicando a mesma técnica. mãe o levou a uma clínica, onde se diagnosticou que ele era hipera-
Lamentavelmente, há muitos pais e mães que usam mal a lei do tivo, talvez tivesse algum problema cerebral e falta de habilidade
reforço e, como resultado, criam filhos que se comportam mal. Por para expressar-se verbalmente.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
120/Fi lhos – educan do com su cesso A f or m ação do car áter de seus fi lh os/121
Um especialista foi designado para observar comportam
o ento de mas outros oaprendem com a prática. Há princípios básicosimpor-
Patrick, em casa, uma hora por dia, durante seis dias.m um
E a hora, tantes no uso apropriado do reforço social. Quando a criança man-
Patrick fez de 25 a 112 coisas que mereciam a reprovação da mãe. tém um comportamento correto, o pai ou a mãe deve: (1) reagir ime-
Quando praticava essas ações, sua mãe lhe respondia em geral pa- diatamente, (2) reagir com entusiasmo e (3) repetir o mesmo pro-
cientemente e explicava por que não devia fazer aquelas coisas. Às cesso centenas de vezes. Vamos ver como um pai usa o reforço so-
vezes, procurava fazê-lo se interessar por outras atividades. Outras cial para ensinar um novo jogo a seu filho Estêvão.
vezes, ela o castigava por cometer qualquer falta, mas a criança vol- Pai: “O objetivo principal deste jogo é mover o homem ao redor
tava quase imediatamente a repetir o que estava fazendo. Em outras do tabuleiro para que chegue primeiro à casa. Você deve jogar o
ocasiões, ela o sentava numa cadeira e o deixava de castigo. O me- dado até conseguir o número dois para poder começar. Que núme-
nino continuava com suas birras, enquanto a mãe procurava persua- ro você precisa para começar?”
di-lo a deixar de agir daquela forma. E st êvão: “Dois!”
Patrick mudou seu comportamento quando foi utilizado um mé- Pai: “Muito bem. Cada vez que você conseguir dois, pode jogar
todo especial, que consistia no seguinte: um observador em casa da- outra vez. Se conseguir um seis, poderá mover até o fim sem ter que
ria à mãe a dica do que ela devia fazer, levantando um, dois ou três ir de casa em casa no tabuleiro. Diga-me, então, como você pode jo-
dedos. Um dedo indicava que o garoto tinha praticado uma ação que gar duas vezes seguidas?”
merecia ser reprovada pela mãe. Se Patrick não obedecia imediata- E st êvão: “Conseg uindo um dois.”
mente, o observador levantava dois dedos. Esse sinal indicava que Pai: “Muito bem! Parece que você está prestando atenção e quer
a mãe deveria levar o menino para o quarto e deixá-lo trancado conhecer as regras do jogo. Você também pode devolver um outro
como castigo. Ele tinha que permanecer no quarto até ficar quieto. jogador ao ponto de partida se conseguir chegar à mesma casa em
Se Patrick agisse corretamente, o observador levantava três dedos. que ele está. Mas, se ele estiver numa casa azul, isso significa que
Esse sinal indicava que a mãe devia dar-lhe atenção, mostrar afeto está num lugar seguro. Você poderá ficar ao lado dele se ambos es-
físico e reforçar o desejo de se comportar da mesma maneira. tiverem numa casa azul. Como você pode devolver um outro joga-
Os atos reprováveis de Patrick começaram a diminuiraté cheg ar dor ao ponto de partida?”
a zero em poucas semanas, e começaram a se produzir boas rela- E st êvão: “Chegando a uma casa azul.”
ções entre mãe e filho. Seu comportamento evoluiu de forma posi- Pai: “Lembre-se que as casas azuis são lugares seguros. Você
tiva. Agora, ele recebia mais afeto da parte da mãe e, dessa manei- pode fazer um outro jogador voltar quando chegar à mesma casa
ra, também respondia de forma afetuosa. A mãe de Patrick apren- onde ele está, mas apenas se ela for branca. Preste bastante atenção
deu que, ao responde r ao bom comportamento do filho com carinho às regras deste jogo, que é muito importante. Você está aprendendo
e afeto, e ao reprovar seus maus atos com castigos rápidos, podia rapidamente. Acho que vai ser um um jogador muito bom.”
conseguir com que seu comportamento se transformasse de negati- Você notou como o pai encarou o ensino das regras, estruturando-
vo para positivo. Todos os pais podem fazer o mesmo, aplicando as em pequenos passos, objetivos, números e cores? Depois de expli-
esse método que coloca os pais nocírculo dos venced ores e propor- car cada reg ra a Estêvão, o paipedia quele e a repetisse. Dessa for ma,
ciona uma atitude mental positiva e feliz à criança. reforçou com entus iasmo cada resposta correta no mesm o instante. A
criança descobriu que isso era um excelente método de aprendiza-
De onde vêm
o reforç
o e o castigo? gem. Mesm o quando o garoto err ava, o pai nãoo censurava, nãocas- o
As pesquisas indicam que as conseqüências vêm que
de um com- tigava nem zombava dele. Mas elogiava todo esforço realizado.
portamento podem deb ilitar ou fortalecer esse comportame nto. As Vejamos outros exemplos em que os pais usaram o reforço para
conseqüências que fortalecem o comportamentor efor sãoços
ose recompensar certos comportamentos de seus filhos, enquanto eles
as que o debilitam sãocastigos
os . faziam alguma atividade que era digna de elogio.
Há três tipos de reforços que são de suma importância para os M ãe: “Obrigada por ter posto a mesa, Alice. Não precisei sequer
pais: o reforço social, as atividades e as recompensas. pedir que você fizesse isso.”
Os reforços sociais demonstram o comportamento dos pais: o Pai: “Antônio, esta é uma das melhores redações que você já fez.
tom de voz, sa palavras delogio,
e as atenções, o sorri
so, os carinhos Estou orgulhoso do seu trabalho.”
e a proximidade. Muitos pais usam esse reforço instintivamente, M ãe: “Alice, o vestido novo ficou muito bem em você. Fico orgu-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
122/Fi lhos – educan do com su cesso A f or m ação do car áter de seus fi lh os/123
lhosa de ver a habilidade que você tem para costurar.” cio. Realmente, gosto de ter um pouco de tranqüilidade e de sosse-
Pai: “Obrigado por tirar o lixo, Antônio. Você não sabe como fico go de vez em quando.”
agradecido quando vejo esse tipo de coisa sem que alguém peça.” Pai: “Obrigado por vir jantar a tempo, André. Foi uma boa ação.
Em cada um dos exemplos mencionados, tanto o pai como a mãe Mas, você não acha que seria melhor vir com as mãos e o rosto la-
elogiaram o esforço de seus filhos, em vez de elogiar eles mesmos. vados da próxima vez?”
Muitas veze s, a criança não respondeoaqueseus pa is consideram M ãe: Seu boletim de notas não está de todo mau, André. Mas
elogio. Por exemplo, se alguém chama uma garota de “anjinho”, isso você pode ria fazer melhor. Você viu oboletim da Clara? El a tirou10
não vai trazer tanta alegria. Talvez se lembre de alguns momentos em todas as matérias.”
em que não tenha se portado como um anjo. Se o elogio não está em Pai: “Obriga do por limpar a oficina, mas, da próxima vez ueq o fi-
harmonia com seus sentime ntos, provavelme nte a criança o rejeita- zer, faça-o melhor. Veja a bagunça que você deixou por toda parte.
rá. Mas, se ela esteve trabalhando arduamente em algo que lhe foi Tive que limpar tudo de novo.”
designado, e é reconhecida, esse reforço será de grande proveito. Muitos pais enviam mensagens dúbias sem pensar, e não per-
“Artur, observei você por algum tempo, e percebi como tem estuda- cebem que elas são elementos negativos no processo do desen-
do matemática. Suas respostas são corretas. Seu trabalho é bom. volvimento do caráter. Seria conveniente que cada pai tivesse um
Você está caprichando e eu estou orgulhoso de você.” A criança registro exato dos comentários de elogio que faz a seus filhos.
aceitará esse elogio. Em geral, é bem melhor prestar atenção ao Você é um desses pais que enviam mensagens dúbias, com uma
comportamento da criança, em vez de meramente elogiá-la. bronca no final?
Talvez pareça simples usar os reforços sociais, mas podem surgir
problemas . Há crianças que não suportam comentários positivos so- O refor
ço em forma de
atividades
bre elas mes mas. Quando os paisutilizam um reforço,elas o neutra- Os reforços sociais são os mais fáceis de se praticar. Eles estão
lizam com algum conceito negativo. Vejamos alguns exemplos: sempre disponíveis e requerem poucas palavras. Os reforços em
M ãe: “Clara, o vestido novo ficou muito bem em você. Estou or- forma de atividades ocupam o segundo lugar do ponto de vista de
gulhosa com suas habili dades para a costura.”
Clara: “Está horrível. Esta costura ficou muito malfeita; além facilidade
gos, as leituras,
na aplicação.
a TV, asExemplos
festas, brincar
desseaotipo
ar de
livre,
reforço
fazersão
biscoitos,
os jo-
disso, estou muito gorda.” ajudar na preparação do jantar, contar uma piada, ser o primeiro a
Pai: “Pedro, esta é uma das melhores redações que você já escre- fazer algo. Essas atividades são ferramentas poderosas de motiva-
veu. Estou orgulhoso.” ção, embora nem todos reconheçam ou apreciem seus métodos.
Pedro: “Que nada! Eu podia ter escrito algo melhor.” Nosso maior objetivo é ensinar às crianças que o bom comporta-
Nesses casos, o filho castiga o pai ou a mãe por reconhecer seus mento traz melhores recompensas que o mau comportamento. Essa
esforços. Como resultado, talvez os pais se desanimem e não elo- meta pode ser alcançada se a criança tiver constantes oportunida-
giemmais a criança quando fizer go al positivo.Uma boa maneira de des de aprender essa regra geral. Vejamos alguns exemplos:
enfrentar a situação é fazer o filho ver que sua resposta não é justa M ãe: “Lila, você foi a primeira a chegar à mesa. Por que não me
nem apropriada, e que não deve agir dessa maneira. Os comentários ajuda a servir a sobremesa?”
de desapreço pessoal indicam que a pessoa tem uma baixa auto-es- Pai: “José, você term inou suas tarefas be
m rápido hoje. oPr que
tima, e é conveniente ajudá-la a estabelecer um conceito melhor de não lê nossa meditação durante o culto vespertino?”
sua pessoa. Quando um reforço em forma de atividade é usado, deve-se re-
Outro erro comum é o que se conhece como “mensagem dúbia”, querer sempre que se conclua a atividade menos agradável antes de
ou seja, quando se utiliza um reforço e um castigo ao mesmo tem- permitir que se realize como recompensa a mais agradável. Consi-
po. Esse método produz resultados negativos. Os que o utilizam re- deremos estes exemplos:
correm primeiro ao elogio e, em seguida, aplicam a disciplina. O M ãe: “João, logo que você rminar
te de praticar piano por15 mi-
lado ruim é que a “vítima” não pode se queixar, porque recebeu um nutos, poderem os fazer unsbiscoitos. O que você acha ?”
reforço no começo. Mas o castigo ofusca qualquer elogio recebido, Pai: “Manuel, logo que você terminar de arrancar as ervas dani-
não importa quão mara vilhoso tenha sido.Vejamos alguns casos: nhas do a j rdim, poderemos jogar bola.”
M ãe: “Miguel, você está brincando com seus carrinhos em silên- Quando a criança tem a oportunidade de escolher, o reforço pro-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
124/Fi lhos – educan do com su cesso A f or m ação do car áter de seus fi lh os/125
duz melhor resultado. Por exemplo: Paulo, menino de oito anos, ce uma lista su-
está assistindo a um novo programa de televisão, mas chegou a hora gestiva.
de dormir. A mãe se sente tentada a pedir que ele vá deitar de qual- 2. A própria
quer jeito, o que ocasionará repetidas objeções da parte da criança. criança deve atua-
O mais provável é que a mãe continue exigindo o mesmo e que os lizar o registro an-
dois fiquem frustrados. Mas vejamos como uma mãe esperta lida tes de deitar, seja
com essa situação. colando selos, es-
M ãe: “Alberto, sinto muito não ter percebido que a hora de dormir trelas ou colorin-
estava chegando e você começou a ver este programa. Não é muito do os pontos para
divertido quando alguém interrompe uma pessoa no meio de um pro- cada ação cumpri-
grama. Vamos fazer uma coisa. Coloque o seu pijama e, quando vol- da satisfatoria-
tar, você poderá decidir se quer continuar vendo o resto do programa mente. Ela deve
ou podemos ler uma história do seu novo livro. A decisão é sua, mas receber mais pon-
lembre-se de que não deve ir para a cama depois das oito e meia.” tos ao realizar ta-
Ao dar à criança a oportunidade de scolher,
e a mãe resolveu dois refas mais difí-
problemas ao mesmo tempo. Alberto pôde continuar assistindo à ceis. Deve tam-
TV (o que é um reforço) e a mãe conseguiu com que a criança fos- bém ter o privilé-
se para a cam a no horário de sempre. Dar à criança a oportuni
dade gio de pegar os se-
de fazer uma escolha é um passo de suma importância, porque des- los ou as estrelas,
sa maneira o reforço funciona sem contratem pos. O fato da cr
iança somar os pontos
ter permissão para tomar suas próprias decisões, ajuda no desen- ou colorir os qua-
volvimento de seu caráter. dros. Um método
alternativo é o de
O refor ço em forma de recompensa entregar certa
Coisas como pontos, selos, estrelas, cartões e dinheiro entram na quantidade de di-
categoria de reforços na forma de recompensa. A criança acumula nheiro para cada
essas recompensas e as troca por um prêmio que será recebido de- trabalho bem fei-
pois de um período estipulado. Quando os reforços sociais são usa- to. Se o trabalho formalfeito ou ela não se comportar bem , pode ter
dos com recompensas, os pais podem presenciar mudanças em cur- seu dinheiro ou os pontos descontados. Se a criança não cumpre
to tempo. Esse é um elemento positivo para aqueles que se sentem três obrigações no dia, não dê reconhecimento nem inheiro
d algum.
desanimados porque não vêem os resultados imediatos no compor- Se o dinheiro é usado como reforço, há ainda a vantagem de se po-
tamento de seus fil
hos. der ensinar valor es. Dessa maneira, a criança aprend erá a economi-
Como funciona esse processo? Suponhamos que você tenha um zar dinheiro, a saber como gastá-lo e a dar uma parte para Deus. A
filho de dez anos que obedece lentamente, que às vezes descuida porção que sobra,lae pode ir economizando numa conta ouizan- util
das responsabilidades caseiras e precisa sempre ser lembrado de do para comprar coi sas necessárias, seja um bri
nquedo ou uma rou-
praticarpiano. Quando as recompensa s são usadas como reforço,e pa. Pode ser pedido à criança que desenhe o que ela pretende adqui-
se tem um registro exato das tarefas realizadas, esse método pode rir com as recompensas obtidas.
mudar o comportamento da criança. Para alcançar resultados posi- 3. No final de cada semana, os pontos, as estrelas ou o dinheiro
tivos, é preciso dar os seguintes passos: devem ser somados para ver o progresso da criança.
1. Fazer uma lista das responsabilidades que precisam ser cum- 4. A lista de responsabilidades não deve ser trocada por um pe-
pridas. De dez a quinze responsabilidades são apropriadas para a ríodo de quatro a seis semanas, porque se gasta esse tempo para es-
maioria das crianças –menos responsabilidades para os menores e tabelecer um novo hábito .
mais para os maiores. Incluir na lista algumas coisas que a criança Depois de cumpridas quatro ou seis semanas, ponha a lista de
faz bem, para animá-la a ganhar mais pontos. Na página 127, apare- lado. Poderá voltar a usá-la mais tarde e conseguir excelentes resul-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
126/Fi lhos – educan do com su cesso A f or m ação do car áter de seus fi lh os/127
tados. Essas listas devem ser adaptadas de acordo com a idade da M E U SD E V E R E S 12 345 67
criança. Sua eficácia foi comprovada em idades que vão desde os
três anos até a adolescência. (No próximo capítulo, explicaremos 1. Escovei meus dentes sem ninguém mandar.
como desenvolver uma lista para adolescentes.) 2. Troquei de roupa ao voltar da escola.
Se você descobrir que seu filho ou sua filha tem problema para 3. Arrumei a cama sem ninguém pedir.
desempenhar as tarefas estipuladas na lista, talvez tenha que au- 4. Dei comida para o cachorro antes do café da manhã.
5. Guardei meus brinquedos antes de me deitar.
mentar o reforço.Por exemplo, pode dobrar aquantidade de pontos 6. Quando me mandaram fazer algo, obedeci logo.
ou de dinheiro. O sistema funcionará se o reforço imediato e o alvo 7. Hoje, fiz meus deveres com alegria.
a longo prazo forem usados corretamente, e se despertarem interes-
se. Uma mãe me confessou, certa vez, que esse sistema tinha fracas- TOTALDIÁRIO
TOTALSEMANAL
sado em seu lar. Ela usou dinheiro como reforço e “o plano não fun-
cionou”. Mas depois de fazer as pesquisas necessárias, descobri que A RECOMPENSA POR 180 ESTRELAS: UM PASSEIO AO ZOOLÓGICO
seu filho era membro ativo de um clube de garotos trabalhadores, o ônibus.Quando e como esses pais entenderão que o compor-
que criava bezerros e ovelhas para vender. Quando completou nove tamento responsável não é proteger a criança para que não
anos de idade, o filho dessa mulher já tinha economizado mil dóla- cumpra suas obrigações, mas para que sinta o peso da respon-
res. O dinheiro era um reforço errado para essa criança. Sugeri que sabilidade e as conseqüências de seus atos?
essa mãe dedicasse um final de semana para acampar com seu filho, Quando a criança falha no desempenho de suas obrigações,
e o plano funcionou maravilhosamente. os pais devem evitar ajudá-la, em vez de agir como “bons”
Um exemplo prático: pais. Devem deixar que as conseqüências naturais atuem.
M ãe: “Mara, você já é uma mocinha e a mamãe quer que aprenda
a dividir as coisas com os outros. Cada vez que eu vir você dividin- Além desofreras conseq üências naturais, a ança
cri precisa se
do algo de maneira amigável com outras crianças, vou dar um pon- sentir estimulada a fazer o que é o correto, evitando dessa ma-
to. Quando você tiver três pontos, poderá tirar algo da caixa de sur- neira a irresponsa
bilidade e os trabalhos ma
lfeitos. Tente esse
presas (a mãe mostra a caixa).” método e você terá bons resultados.
Mara: “Posso tirar algo agora?”
M ãe: “Agora não; pode rá fazer si so quando tiver os
pontos neces- Ignore o comportamento gativo
ne
sários. Diga-me, então, como poderá ter uma surpresa?” Enquanto você trabalha para que aiança
cr melhore seu compor-
Mara: “Quando dividir algo com os outros.” tamento, dê pouca ou nenhuma atenção ao que ela faz e que você
M ãe: “Exatame nte. Quando divi dir três vezes os seus bri
nquedos não quer que ela faça. Nosso filho Mark fez uma redação para sua
com os outros, poderá ter uma surpresa.” classe de inglês com o título: “Dois homens no Monte Everest.” Sua
Uma variação que pode ser introduzida nesse programa é ter professora deu-lhe a nota máxima e escreveu o seguinte comentário
uma caixa onde a criança pode colocar a mão e tirar algo. Não é à margem: “Mark, acho que esta é a melhor redação que você já fez.
necessário comprar brinquedos caros para encher a caixa. Quan- Você se expressou clara e logicamente. Está bem escrita, bem orga-
do a criança cumprir certa obrigação, a primeira recompensa será nizada e interessante. Acho que você tem talento para escrever, e es-
um reforço social; ela poderá colocar a mão na caixa e tirar um tou satisfeita pelo trabalho que fez.” A professora, no entanto, fez
dos brinquedos. cinco correções em vermelho na primeira página e sete na segunda.
Alguns pais nos contam que a semana seguinte à que começaram E, por mais que pareça estranho, não me
ncionouas correções, mas
a aplicar o reforço é a semana mais agradável para eles. Por quê? o comentário ao lado da nota apenas elogiava a redação e passava
Simplesmente porque a pressão que a criança tem para cumprir por alto os erros. Essa professora compreendia o valor de reforçar
suas tarefas de forma responsável agora está sobre seus próprios o bom comportamento sem mencionar os erros.
ombros, onde deve realmente estar. Em outra ocasião, essa mesm a professora nosenviou um bilhete
Há pais, no entanto, que desempenham as responsabilidades de num papel que tinha o título “Progresso insatisfatório”, sobre a aula
seus filhos, fazendo as tarefas para eles, chamando várias vezes até de datilografia de nosso filho. Dessa vez, ela também não escreveu
que se levantem pela manhã e levando-os à escola porque perderam coisas negativas sobre o aluno,
mas positivas. “Mark está tend
o um

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
128/Fi lhos – educan do com su cesso A f or m ação do car áter de seus fi lh os/129
grande progresso. Estou orgulhosa dele.” Em seguida, riscou as confio nesse método. Em todo caso, vamos tentar nas próximas
duas primeiras letras da palavra “insatisfatório” e o título do papel quatro semanas.”
ficou “Progresso satisfatório”, o que foi um estímulo tanto para nós, Um bom lema para os pais podeSurpr ser:eenda a cri ança fa -
os pais, quanto para nosso filho, o aluno. zendo algo bom, e a recompense . Procure não ficar na expectativa
Cada pessoa pode aprender a fazer o mesmo, ignorando o com- dos maus atos para castigar a criança em seguida. Mas descubra as
portamento negativo indesejado. Os comentários negativos apenas boas ações para reforçá-las com comentários positivos.
reforçam comportame ntos negativos. Se comportam
o ento positivo Se você cumprir os princípios apresentados neste capítulo, irá
é recompensado, o mau comportamento desaparecerá sozinho. perceber que seu filho avançará com maiorrapidez para o dese nvol-
vimento de uma auto-imagem positiva e um comportamento res-
Uma palavri
nha co
m a mam
ãe e o papai ponsável. Tudo isso será bené fico na conquista do alvo proposto, ou
Ensinar às crianças novos hábitos enquanto se procura anular os seja, ajudar a riança
c em seu dese nvolvimento total.
maus hábitos pode ser um processo lento e difícil, mesmo sob as
melhores circunstâncias. A
mbos os pais devem
, naturalmente
, par- Torne o trabalho divertido
ticipar desse programa para que o processo se desenvolva com ra- Assumir responsabilidades deve ser algo agradável, porque pro-
pidez. Ambos devem estabelecer o programa de reforços que usarão duz um sentimento de satisfação e realização. Faz com que a pessoa
e estar de acordo enquanto os reforços e os castigos estiverem sen- se sinta importante e útil. Os bons sentimentos são uma recompen-
do aplicados. Se não trabalharem dessa maneira, um dos dois pro- sa em si, poisfornecem um sólidofundamento no desenvolvimento
curará firmar um comportamento específico, enquanto o outro tra- do respeito próprio. A criança entre dois e sete anos de idade pode
balhará na formação de um comportamento oposto. Assim, o pro- se divertir fazendo tarefas úteis e realizando-as bem, se aprender a
grama de reforço deve começar pela discussão dos métodos e das aceitar o trabalho como parte da vida. Portanto, é conveniente que
táticas que serão usados. Seria algo assim: o trabalho seja uma atividade divertida para a criança.
Pai: “O comportamento de Dario vai de mal a pior. Acho que de- As crianças de dois anos de idade podem guardar seus brinque-
vem
M os
ãe:fazer
“Tenho
algotentado
para me
lhorá-l
fazeroalgo.
. VocêQuando
nãoconcorda?
fico brava, ele me obe- tos. As
dos. As de
de quatro
três anos
anos
podem
podemtirar
ajudar
o lixoaearrumar
até ajudar
a mesa
a lavar
e aosguardar
pra-
dece.” sua própria roupa (se os cabides não forem altos). As de cinco anos
Pai: “Isso é o que você tem feito, mas não tem conseguido resul- podem ajudar a cuidar de seus irmãos menores, e dos animais e até
tado. Cada vez que há um problema, há também gritos, e eu não gos- a limpar os móveis. O importante na idade pré-escolar não é o esme-
to disso.Se o bom comportam ento de nosso fil
ho pudesse er
s refor- ro no trabalho, mas a constância.
çado, em vez de condenarmos o que ele faz de ruim, talvez tivésse- As crianças que vão à escola podem arrumar a própria cama, ir à
mos melhores resultados.” padaria, regar as plantas, cortar a grama, cuidar dos animaizinhos,
M ãe: “Não creio que os pais consigam alguma coisa dando pon- lavar o carro, arrumar a mesa, lavar os pratos, passar roupa, limpar
tos, estrelas e beijos em seus filhos quando eles fazem o que devem a casa, lavar a própria roupa e aprender receitas fáceis.
fazer naturalmente. O mundo real não se comporta dessa maneira. Se a criança mostra nal
si de aborrecimento, dever outra
te tarefa
Quando foi a última vez que alguém lhe deu dinheiro porque você que lhe sirva de estímulo. Helena, de oito anos, estava muito entu-
fez algo bom?” siasmada com a responsabilidade que tinha de arrumar a mesa para
Pai: “Seja razoável, querida. Reconheça que nosso filho se por- o café da manhã de domingo. Ela devia preparar o café da manhã,
tará melhor se tiver uma recompensa cada vez que fizer algo bom, mas não precisava fazer a limpeza depois. Esse trabalho parecia
em vez de gritos quando fizer algo ruim. Vamos fazer uma lista mais interessante que apenas arrumar a mesa.
com seus deveres e recompensa s. Vamos dar recompensas por o- t A criança trabalha melhor se alguém a ajuda. Às vezes, os pais
das as coisas boas que ele fizer. Tenho certeza de que você acaba- estão tão ocupados que desperdiçam as oportunidades de traba-
rá gostando desse método. O programa em si evitará que você te- lhar junto com os filhos. A família pode trabalhar na horta ou no
nha dores de cabeça, depois que ele começar a fazer as coisas que jardim com eles, dando uma responsabilidade específica a cada
deve fazer.” um. Podem ser momentos de união, comunicação, educação e di-
M ãe: “Desculpe-me por parecer um pouco negativa, mas não versão. A mesma tática pode ser usada na limpeza da garagem.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
130/Fi lhos – educan do com su cesso A f or m ação do car áter de seus fi lh os/131
Acrescente uma música, assobio ou brincadeira, e seu filho apren- guns pesquisadores acreditam que a televisão é uma “escola da vio-
derá que o trabalho pode ser uma atividade divertida. lência”. A TV mostra que o crime não é uma atividade reprovável,
A criança trabalha com ma is prazer e dil
igência se os pais o fazem
mas uma grande aventura. Os pesquisadores também descobriram
de boa vontad e e com aleg ria. Por outro lado, os comentários nega-
que as crianças colocarãoem prática, quando forem brincar, a maio-
tivos – “Oh, não, louças de novo!”, “Estou cansado de ter que limparria do que vêem na TV. O menor é susceptível a essas influências
a casa”, “Odeio trabalhar no quintal” –não a ajudarão a ter uma ati-
porque não sabe separar a fantasia da realidade.
tude alegre e responsável em relação ao trabalho que deve realizar. A maioria dos pais pensa que os desenhos animados são inofen-
A criança deve ter permissão para expressar suas preferências e sivos,mas, examinando-os cui dadosamente, descobrirãoque, junto
as coisas que não gosta de fazer. Ao distribuir responsabilidades en-
com o humor, há muita violência. Um pesquisador mediu durante
tre seus filhos, a mãe pode manter uma lista das coisas que eles gos-
uma semana a freqüência e a duração dos episódios violentos nos
tam e não gostam de fazer. Esse método funciona às mil maravilhas, desenhos animados. (A violência foi definida como tentativas de
exceto quando há trabalhos que nenhuma criança quer fazer e outros causar dor ou dano físico, sujeitar através da força, incapacitar ou
que todas desejam fazer. É preciso manter, portanto, um rodízio. matar, em de fesa própria oude forma intencional e maldosa.) Entre
Outro método consiste em preparar uma lista de todos os trabalhosoutras coisas, descobriu que alguns dos desenhos animados mais
que pre cisam ser feitosdurante o dia, permiti
ndo que as crianças esco-
populares entre as crianças, como “Pernalonga” Tom e “e Jerry”,
lham os de sua preferência. sseE método dá espaço à boa disposição e
têm mais violência do que os de aventuras com monstros.
à cooperação, porque cada uma escolherá o trabalho que gosta. Pode-se asse gurar, com toda conf iança, que as cenas de crime e vio-
Convém revisar com regularidade o trabalho da iança
cr para quelência geram atitudes violentas nas crianças, mostram como agir de
ela volte a fazer imediatamente o que foi malfeito. Os pais não de- forma violenta e fazem com que considerem esses delitos uma coisa
vem aceitar um trabalho malfeito, porque dessa maneira privariam comum e corriqueira, que não merece reprovação social. Se a criança
a criança de aprender a fazer as coisas bem feitas e de obter a satis-
continua assistindo a esse tipo de programa , com otempo, perderá de
fação que experimentamos quando realizamos um bom trabalho. vista o resultado da violência na vida real e aceitará a agressão como
Quando a criança tem muitas tarefas escolares para fazer, ou há uma solução apropriada para enfrentar os conflitos da vida.
acontecime ntos sociais inesperados, os paistêm a oportunidade de Às vezes, a televisão defende valores medíocres (e até menos que
ajudá-la a cumprir suas responsabilidades no lar. Dessa maneira, a isso). Alguns pensam que esses programas são um entretenimento
criança aprenderá que é importante ajudar os outros e respeitar os para a família, apesar de se relacionarem com desonestidade, sexo
direitos de todos os membros da família. ilícito, divórcio, delinqüência juvenil e homossexualismo. Cada vez
O trabalho é a melhor disciplina que uma criança pode ter, mas que a criança vê programas dessa natureza, sua mente recebe uma
não deve ser usado como castigo. Os pais devem impressionar a impressão; repetida várias vezes, a impressão se transforma num
mente de seus filhos para que compreendam a nobreza do trabalho. hábito, e os hábitos determinam o caráter.
Se a mente e as mãos dos jovens não são dedicadas a atividades Além de ensinar valores medíocres, a televisão interrompe a co-
úteis e benéficas, elas se ocuparão com coisas que prejudicarão o municação familiar, oferecendo à criança uma desculpa para se
desenvolvimento docaráter. afastar da interação com a família; produz certa insensibilidade ao
sofrimento humano; faz perder o tempo e reduz a participação nos
O efeito da TV no aráte
c r jogos e atividades esportivas.
Toda atividade que absorva uma grande porção do tempo da Embora os pais conheçam alguns estudos sobre a televisão e seus
criança exercerá uma influência poderosa em seu caráter. Como a efeitos nocivos à personalidade da criança, a maioria não faz qual-
criança, em média, assiste a umas três horas de televisão por dia, quer esforço para supervisionar os programas vistos em sua casa. Os
isso a influencia grandemente. O tema da televisão impressiona a estudos indicam que menos da metade das mães exercem algum con-
maioria dos pais nos sentidos positivo e negativo; reconhecem que trole sobre os programas assistidos por seus filhos, e aquelas que o
ela pode servirpara entrete
r seus filhos, mas muitos se preocupam fazem se preocupam mais com o tempo que as crianças passam na
com o conteúdo dos programas que aparecem na tela. Um estudo frente da TV do que com o conteúdo dos programas. Um número pe-
sobre o assunto demonstrou que nosmos últi anos o número de pro- queno de pais proíbe seus filhos de verem programas prejudiciais.
gramas relacionados com a violência aume ntou em 90 por cento. Al- A despeito do que você pensa sobre a televisão, ela afeta o cará-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
132/Fi lhos – educan do com su cesso A f or m ação do car áter de seus fi lh os/133
ter de seus filhos, e até mesmo o seu. Não precisamos organizar os pais querem que seu filho obedeça, seja bom, honrado, fiel, pa-
uma cruzada para acabar com esse meio de comunicação, mas de- ciente e que tenha o temor de Deus em seu coração, devem acen-
vemos exercer o controle adequado para que os programas de tele- tuar esses valores durante os primeiros anos da infância. A genéti-
visão não sejam um entretenimento constante em nosso lar. ca não dá à criança um bom caráter, e os pais não devem esperar
O meio mais efetivo que um pai consciente pode empregar para que apareça num passe de mágica. Por isso, devem fazer sua parte.
controlar os programas que a criança assiste é convidá-la a partici-
par do “Projeto Televisão”. Esse projeto inclui a criança no proces- 1 Com ece cedo. Quando um patinho sai do ovo, grava em sua
so de analisar so programa s e decidirquais são bons. Primeirame n- memória o primeiro objeto que vê movendo e se identifica com ele.
te, estuda-se quanto tempo a criança passa diante da tela, e em se- Em geral, desde cedo, o patinho procura a mãe, mas, se ela não es-
guida pede-se que faça um registro, se for capaz, da data, nome do tiver, procura qualquer coisa que se mova. Em uma experiência rea-
programa e tempo que gastou vendo-o. O registro deve ser feito du- lizada, um patinho se identificou com uma bola azul puxada por
rante uma semana. uma corda. Uma semana depois de começado esse processo, ia
Você, como pai, deve tomar nota do conteúdo de cada programa; atrás da bola cada vez que ela passava por ele. O tempo desempe-
isso significa que terá que ver todos os programas durante esse pe- nha um papel de suma importância. O patinho está ansioso para se
ríodo de tempo. Se você tiver uma babá para seus filhos e, se for ne- identificar com a mãe
, poucos segundos depois de ter saído doovo.
cessário, peça a cooperação dela. Quando reunir as informações, Se perder essa oportunidade, não poderá fazê-lo depois.
procure padrões que indique m o que interess a mais à criança. Ela só Da mesma maneira, a criança de um aos sete anos é mais susce-
assiste a desenhos animados? Só comédias? Ficção científica? Que tível para receber instrução religiosa. Seu conceito sobre o certo e
programas considera positivos? Negativos? Benéficos? Quais são o errado se forma durante esse período, e também as idéias sobre
seus valores didático s? Que espé cie de linguagem seu filho está ou- Deus. Como no caso do patinho, as oportunidades que se apresen-
vindo? Quanta violência há nos programas que ele assiste? tam durante essa etapa devem ser aproveitadas quando a criança
No final da semana, analise cuidadosamente com seu filho os re- está pronta, e não os pais.
sultados do registro que vocês fizeram. Pesquise exatamente quan- Lamentavelmente, muitas vezes acontece o contrário. Quando a
to tempo seu filho passa diante da tela. Peça-lhe que faça uma lista criança é privada densiname
e nto espiritual durante a infânci
a, isso
dos programas que pretende assistir, do melhor ao pior. Se os pro- pode limitar sua capacidade de alcançar maturidade espiritual.
gramas que você considera piores são os favoritos da criança, será Quando os pais dizem que preferem esperar até que a criança tenha
preciso recorrer à autoridade e tornar-se um pouco arbitrário. Em idade suficiente para decidir por conta própria se quer a religião,
alguns casos, seria conveniente chegar a um acordo sobre o limite podem estar quase seguros de que estão se opondo aos princípios
de tempo permitido para estar diante da TV durante a semana. Man- religiosos. O adolescente se ressente quando alguém lhe diz em que
tenha esse acordo escrito e à vista durante algum tempo. Isso será deve crer; mas, se os pais fizeram em tempo essa tarefa, ele terá um
sua mais valiosa garantia. sólido fundame nto.
Há outras formas de entretenimento que, como a televisão, po-
dem destruir os elementos do caráter em formação na criança. Por 2 Mant enha um comp ortam ento cri stão todo o te mpo. As expe-
exemplo, alguns filmes, livros, revistas, músicas e vários lugares de
riências cotidi
anas influem m
uito na experiência religiosa daança.cri
diversão. A solução não está em acabar com esses elementos, mas Os pais que dão instrução religiosa a seus filhos devem levar em con-
em buscar outros substitutos positivos para a criança. “Nunca proí-
ta esse fator. Se queremos que nossos filhos adquiram valores espiri-
ba nada à criança sem compensá-la com outra coisa” é o conselho tuais, devemos dar-lhes um bom exemplo. A imagem visual que a
de um ministro religioso, levando em conta que a coisa mais valio-criança faz de Deus pode ser uma combinação dos quadros que con-
sa que um pai pode dividir com seu filho é seu próprio tempo. templa sobre Ele e das histórias que escuta. Seu conceito de Deus
pode variar de um Ser compassivo a um Deus vingativo. O conceito
Entretenimento espiritual no lar de Deus como Pai será relacionado com o que ela tem de seu pai ter-
As atitudes que a criança aprende durante os primeiros cinco a restre. A idéia de pecado se prenderá à experiência de culpa e remor-
sete anos serão perma
nentes. Quando asoportunidades proporci
o- so; quando a criança prejudicar outra pessoa, terá o sentimento de
nadas por esses anos são desperdiçadas, perdem-se para sempre. Se que sua conduta merece castigo. Seu conceito de perdão será afeta-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
134/Fi lhos – educan do com su cesso A f or m ação do car áter de seus fi lh os/135
do pela forma como seus pais perdoam. Uma mente jovem tem difi- Evangelhos. E m todo o tempo, as cri anças expres sam mais interes-
culdade para aprender a perdoar se os pais não o fazem. Até certo se pelas pessoas do que pelos outros aspectos da Bíblia.
ponto, os pais ocupam o lugar de Deus na mente da criança. Onde posso encontrar livros que supram essas necessidades das
Os pais não têm que ser perfeitos para manter o respeito dos fi- crianças?
lhos. Mas sua famíli a perderá o respeito se você for uma pessoa -de Há uma coleção deivrosl que ofere ce um excelente amterial para
dicada na igreja e na presença dos amigos e o oposto em casa. De- as crianças.
As Belas Hi stóri as da Bíbli a , do escritor Artur S. Max-
pois de muita observação, um pastor notou que o melhor da juven- well, formam dez volumes que contêm muitas histórias em lingua-
tude de sua ig reja vinha de lares consagrados aostianismo
cri ou de gem moderna, o que, combinado com as ilustrações coloridas, faz
lares não-cristãos. Os lares de cristãos medíocres não produzem os relatos se tornaremais m vívidos. Nas livrarias evang élicas, é pos-
cristãos dedicados, por causa da inconstância do exemplo entre os sível encontrar outros livros com histórias interessantes.
familiares. Pode-se pregar muito aos jovens, mas os sermões não
têm valor algum, quando não se dá bom exemplo. Uns poucos mi- 4 O culto fami liar. A família que se reúne diariamente para ter
nutos do dia dedicados ao estudo da Bíblia e a meditar em temas es- o culto familiar já conhece os valores e os benefícios desse costu-
pirituais serão de muito proveito na manutenção da vida cristã. me. Há muitos, no entanto, que dão desculpas: “Não podemos fazê-
lo porque não temos tempo.” É uma questão de prioridade. Quando
3 Edu que sem passar serm ão. A criança começa a fazer per- você diz: “Não temos tempo para reunir todos”, trata-se de um pro-
guntas desde cedo; enquanto os pais obedecem às leis da comunica- blema de programação. A maioria das pessoas quer uma religião cô-
ção, podem ter a oportunidade de educar seus filhos, de instruí-los moda e conveniente, mas o cristianismo tem seu preço. Outros di-
e de encher sua mente com os melhores materiais que tenham ao al- zem: “Nossa família não precisa do culto familiar porque vamos à
cance para ajudá-los naormação
f do caráter. igreja uma vez por semana.” Isso é fechar o cristianismo num peque-
Como se pode conseg uir isso? Lendo-lhes histórias, especialmen- no compartimento para usá-lo apenas uma vez por semana.
te as que têm como tema central o amor. Há duas vantagens. Em pri- Toda pessoa encontra tempo para fazer o que mais lhe agrada. Va-
meiro lugar, quando as respostas dadas às crianças são tiradas de mos pensar nisto. Deus ocupa o primeiro lugar em nossa vida? So-
bons livros, você está ensinando sem passar sermão. Em segundo mente assim nossos filhos considerarão a Deus como o primeiro e
lugar, a criança tem a oportunidade de desfrutar de momentos de o essencial em sua vida.
companheirismo com você. Não há coisa que comunique melhor
seu amor por seu filho do que os momentos que você dedica, com
paciência e interesse, a responder suas perguntas e inquietações.
Durante os primeiros anos e a idade escolar, muitos dos ensina-
mentos religiosos têm pouco significado para as crianças. Por isso, Os anos de formação
os pais devem aprender a comunicar esses conceitos de forma sim-
ples, para que seus filhos possam captar. Por exemplo, as crianças A juventude passa tão veloz
podem pe rguntar sobr e “Jesus e Se us doze
di ssúpi los ” (em lugar de Os filhos rápido mudarão;
“Jesus e Seus doze discípulos”). Muitas vezes, elas têm um conceito A inocência logo partirá,
de Jesus criado através dosuadros
q que vêem dEle: uma crianç a Vão-se os anos de formação.
numa estrebaria, nos braços de Sua mãe, perto de uns homens com
roupa estranha, que trazem presentes raros que não interessam a Formar sua vida nos primeiros anos.
Seja esse nosso objetivo e oração:
ninguém. Essas coisas fascinam a criança, mas às vezes a confun- Que cada criança possa levar
dem. Simplifique as coisas. O selo do bom Deus no coração.
Pesquisas mostram que, aos oito, nove anos, as crianças se inte-
ressammuito pelas históri as sobre Jesus e outros personag ens bí- Autor Desconhecido
blicos como Moisés, Sam uel, José, Davi e Daniel. Dos nove osatre-
ze anos, elas se interessam em porções históricas do Antigo Testa-
mento. Dos 14 aos 20 anos, mostram um interesse individual pelos

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
136/Fi lhos – educan do com su cesso A f or m ação do car áter de seus fi lh os/137
É bom ter um tempo definido para o culto familiar, sem exceção. veria a construir uma lareira de pedras sem ter pedras, nem fazer
Deve-se decidir a hora apropriada, seja pela manhã ou à noite, ou uma torta de maçãs sem maçãs. Há muitos, no entanto, que preten-
em ambas as ocasiões. Devemos manter esse costume sem nos im- dem construir lares cristãos sem Cristo. Tentam manter os princí-
portarmos com as visitas que tenhamos em casa. Podemos ler pas- pios cristãos, usando talvez a ‘terminologia cristã’, mas sem a pre-
sagens da Bíblia. Podemos fazer um estudo devocional interessante sença de Cristo não se pode estabe lecer um larcristão. Para ter um
para as crianças. É preciso ser breve, mas sem pressa. Ter um lugar lar cristão, é preciso que o santo Deus more no lar e viva no cora-
para a música durante o culto também é importante. As crianças ção dos mem bros da família.”
gostam de canta r. Todos deve m orar juntos e partici
par. As crianças Os gregos tinham razão ao dizer que o caráter é uma gravação.
menores podem repetir as palavras com os adultos. É conveniente Que tipo de inscrição indelével está sendo gravada profundamente
ajoelhar-se num cír culo, de mãos dadas. no coração e na consciência de nossos ilhos?
f Não devem os nos es-
Às vezes, os pais ensinam as crianças a procurar a Deus como se quecer de que o caráter, como os diamantes, é para sempre.
Ele fosse um mágico distraído que realiza milagres para qualquer
criança que Lhe peça algo. As crianças gostam da idéia de contar
com um Ser todo-poderoso. Mas, com eqüência,
fr essas orações in- Plano para tornar o trabalho interessante
cluem expressões como: “Por favor, me dê”, “Eu quero”, “Se eu ti-
vesse”. Orações com pedidos são as mais fáceis de se fazer, mas é Aqui estão algumas sugestões para criar responsabilidade pelo trabalho
difícil a criança entender por que Deus nem sempre faz as coisas numa criança. É só torná-lo interessante.
que ela pede. Os pais devem ensinar seus filhos a reconhecerem que
a oração não é apenas a expressão de desejos e sentimentos, mas, 1. Escreva cada tarefa em um pedaço de papel e coloque numa caixa.
Deixe cada criança retirar sua tarefa da caixa. “Escolha sua tarefa e
principalmente, um meio de confissão, arrependimento, agradeci- boa sorte!”
mento e louvor. Através da oração, são confessados pecados e des-
carregados pesos, de uma forma que não se poderia fazer com ou- 2. Coloque uma música de que seus filhos gostem, assobie ou cante
tra pessoa, nem mesmo com os membros da própria família. Final- enquanto trabalha.
mente, não é a quantidade de orações que faz a diferença. As crian-
ças devem ver na vida de seus pais que existe poder para viver, an- 3. Especifique um tempo para a tarefa ser desempenhada. Faça um
tes de saber que esse poder também está a seu alcance. despertador soar quando o tempo estiver esgotado.

5 Freqü ente a i greja r egularm ente. A igreja existe com o pro-


pósito de ajudar as pessoas no crescimento cristão, dar-lhes oportu-
nidade de estudar a Bíblia, animá-las a ler e a orar e proporcionar-
lhes a oportunidade de servir e ajudar os outros. Cada pessoa deve
pensar cuidadosamente no que espera dar à igreja e receber dela.
Há alguns anos, Richard Baxter, pas tor de uma igreja rica e sofis-
ticada da Inglaterra, pregou durante três anos com todas as forças de
sua alma, sem obter qualquer resultado. Em agonia mental, ele caiu
de joelhos em seu escritório e implorou a Deus: “Senhor, tens que fa-
zer algo por esta gente, ou morrerei…” Deus respondeu a oração,
pois Richard ouviu claramente umas palavras que diziam: “Baxter,
você tem trabalhado no lugar errado. Se quiser que haja um reaviva-
mento na igreja, tem que começar nos lares.” Ele começou a visitar
os membros da igreja. Às vezes, passava muito tempo procurando
estabelecer o culto familiar. Foi de casa em casa, até que por fim o
Espírito Santo Se fez sentir nos lares e na própria igreja.
Charles J. Crawford umavez escreveu: “Nenhumaessoa p seatre-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
Capítulo 6

Com o mante r
as r elações en t r e
p ais e fi lh os
O novoDi cionári o Int ernaci onal de W ebster define a adoles-
cência como “os anos que estão entre os 13 e os 19 da vida de
uma pessoa”. Essa declaração não explica muito, não é mesmo? Em
inglês, as pessoas dessa idade são conhecidas como
teens . A pala-
vra vem do antigo vocábulo teona , que significa ofensa, irritação e
aflição. Sim, esses anos podem ser dolorosos tanto para os pais
como para os adolescentes.
O adolescente ainda não pode ter a liberdade de uma vida adulta,
mas também já não tem os privilégios de ser criança. Pode-se dizer
que, durante sete anos, ele está preso nas garras do tempo. Em ge-
ral, na idade de 15 anos, o jovem sente que tudo é proibido para ele.
William
Não pode dirigir um carro, casar-se, pedir dinheiro emprestado, to-

Res umo d o capítulo IV. Ajude seu adolescente a ser B. Deveres ao alcance de sua independência
independente maturidade E. Mantenha o bom humor
III. A adolesc ência e seus A. O controle absoluto é C. Dê tempo às atividades fora
problemas contraproducente de casa IX. Os pais têm direito a:
A. A adolescência é difícil B. A reação exagerada é A. Opor-se a amizades
B. Não é adulto nem criança contraproducente IVII. Como motivar os prejudiciais
C. A maturidade sexual chega C. A “experiência” funciona adolescentes B. Não permitir que seus filhos
mais cedo melhor A. Escolha elementos usem o carro da família
motivadores que sejam C. Controlar os telefonemas
III. O que é rebeldia? IV. Como castigar um adolescente importantes para eles D. Retirar privilégios que não
A. A busca da identid ade A. Não o castigue fisicamente B. Estabeleça um acordo formal sejam merecidos
pessoal B. Supervisione C. Recompense imediatamente E. Esperar boas notas
B. A rebeldia normal C. Estabeleça regras e F. Estabelecer normas para a
C. A rebeldia anormal conseqüências para a VIII. As relações com os aparência pessoal
transgressão adolescentes G. Controlar a música que se
III. Como lidar com a rebeldia A. Respeite sua vida particular ouve
A. Aprenda a se comunicar VI. Trabalho para os adolescentes B. Torne o lar atrativo H. Controlar os encontros
B. Estabeleça limites A. Os adolescentes devem C. Observe sutilmente
C. Amor a toda prova aprender as tarefas do lar D. Respeite seu desejo de

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
140/Fi lhos–edu can docomsu cesso Com om an terasr elaçõesen tr epai sefi lhos/ 141
mar suas próprias decisões, votar ou entrar para o exército. Mas com seu filho. Procura se lembrar do que acontecia em sua juventu-
deve ir à escola, quer queira ou não. Todas essas negativas atrapa- de, mas os anos passados estão nebulosos em sua lembrança. Os la-
lham o relacioname nto entre adultos e adolescentes, e isso prevale- mentáveis fracassos de seus amigos com os filhos o confundem.
ce até que o adolescente consiga se emancipar financeiramente. Com novas forças, com a esperança de ter certo sucesso com seu
O rádio, a televisão e outros meios de comunicação apresentam adolescente, você enfrenta o problema e faz o melhor que pode; mas
várias estatísticas referentes à delinqüência juvenil
, o crime, as me- logo descobre que nuvens escuras anunciam outra tempestade.
ninas solteiras que ficam grávidas e as drogas. Os adolescentes do Se essa situação descreve parcialmente sua relação com seus fi-
nosso tempo são piores do que fomos quando jovens? Talvez não se- lhos, acalme-se, porque está dentro do que ocorre normalmente.
jampiores , mas pode-se dizer que são muito diferentes dos adoles- Você não precisa sentir que fracassou como pai pelo fato de ter al-
centes de vinte ou trinta anos atrás. Ainda que façam quase as mes- guns problem as de comunicação com seu adolescente . Todos os fi-
mas coisas que fazíamos no passado, estão agindo assim muito mais lhos, de uma forma ou outra, expressam uas rebeldia contraos pais.
cedo. Os sociólogos confirmam que as crianças crescem mais rápi-
do em nossos dias. Vão a encontros amorosos mais cedo e conhe- Pontos positi
vos e neg
ativos da rebeldia
cem aspectos da vida adulta com uma antecedência imprópria. Eles Quando meu esposo e eu fazemos seminários para pais de adoles-
têm mais dinheiro, mais meios de transporte, mais tempo livre e me- centes, às vezes, perguntamos se eles, os pais, percebem a rebeldia
nos supervisão que antes. Amadurecem sexualmente três anos mais como uma experiência positiva ou negativa. Em geral, a resposta é
cedo que a geração anterior. que a rebeldia é uma experiência negativa. É a resistência ou a re-
Os problemas do mundo adulto complicam mais a situação. O di- jeição à autoridade. Mas pensemos por um momento no que acon-
vórcio, a inflação, a crise de energia e a corrupção política que exis- teceria se a criança nunca resistisse ou recusasse o controle pater-
tem na atualidade não são quadros atraentes. Os adultos que não po- no. Ela ficaria sempre sob sua autoridade, e talvez sob seu teto.
dem enfrentar suas próprias dificuldades não estão capacitados para Durante a adolescência, o jovem começa a rejeitar alguns valores
enfrentar os problemas que surgem na vida do adolescente. Durante de seus pais, suas idéias e controles, e passa a estabelecer seus pró-
a difícil fase do cresciment o, o adolesce
nte precisa de pais queos- p
sam reconhecer que estão acontecendo nele certas mudanças que o belecimento
prios limites. de
Emsua
certo
própria
sentido,
individualidade,
esse é um processo
seus princípios
positivo,éticos,
é o esta-
transformarão num adulto; precisam de pais que compreendam com seus valores, suas idéias e suas crenças. Para alguns jovens, esse pro-
paciência em vez de reagir contra seu comportamento. cesso ocorre nos primeiros anos da adolescência; em compensação,
No começo da adolescência, oilho f aceitava ma is ou menos a au- para outros, chega mais tarde. Para alguns, é uma transição difícil,
toridade dos pais, sem necessidade de muita persuasão. Agora, você mas para outros é bastante fácil. Os pais com filhos que manifestam
começa a perceber que o adolescente quer verificar tudo o que você um pequeno grau de rebeldi a se surpreendem quando escutam hist ó-
diz. A mesma criança que parecia estar contente sob seu cuidado rias de outros pais que fracassaram no tratamento de seus filhos, ex-
começa a causar problemas, fica inquieta e se irrita com facilidade. perimentando muita angústia, dissabores e desafios diretos.
O método de disciplina que você usava anteriormente perdeu sua O processo de estabelecer a própria identidade é um passo neces-
eficácia. A auto-estim a do adolescente começa a adq uirir grande im- sário para todo adolescente. Se não faz sso
i durante a adolescência,
portância, a responsabilidade vira coisa do passado. O companhei- que é o momento oportuno, o mais provável é que acabe acontecen-
rismo e a amizade que você sonhava ter com seu filho parecem ter do mais tarde. Talvez durante a idade adulta. Muitas situações críti-
se transformado em fumaça. Os momentos de diálogo que você pla- cas da vida adulta podem na realidade ser consideradas períodos de
nejava não se tornaram a realidade esperada. O adolescente não rebeldia em estado latente. É muito mais saudável quando essa ex-
quer ficar em casa com a família. Quando fica, sua mente divaga e periência acontece naturalmente.
não presta atenção. Age como se fosse feio ser visto na companhia O adolescente, através de sua atitude rebelde, procura reconheci-
de seus pais. Seus altos e baixos emocionais, seus ataques tempera- mento de sua individualidade. Não quer que seus pais o considerem
mentais e seus períodos de indolência começama causar confusão. um objeto de sua propriedade, apesar de continuar sob a responsa-
E você se pergunta se talvez esteja perdendo sua competência bilidade deles. Tenta descobrir quem na realidade é, o que crê e os
como pai e o contato com seu filho. Sente-se confuso e decide bus- princípios que defende. Tanto a sua identidade com
o o respeito pró-
car ajuda para entender melhor o que acontece com você mesmo e prio estão em jogo. Em sua ansiedade de encontrar a resposta para

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
142/Fi lhos–edu can docomsu cesso Com om an terasr elaçõesen tr epai sefi lhos/ 143
essas inquietações, talvez reaja agressivamente contra a autoridade
dos pais, como nunca havia feito antes. É por isso que você, como Direitos X p rivilég ios
pai ou mãe, deve ter a sabedoria necessária nesse momento para re-
conhecer que a reação de seu filho não é uma atitude pessoal con- Com freqüência, os adolescentes exigem privilégios, achando que são
tra você, mas parte de um processo normal que está se desenvolven- seus direitos. Alguns pais ficam confusos sobre o que é direito e o que é
do em seu interior. privilégio. E os direitos dos pais? Tudo certo nesse aspecto? Vamos ver?
A rebeldi a normal levará o adolescente a uma vida adulta madu- Leia cada frase abaixo e marque de acordo com a escala.
ra. Esse período construtivo o ajudará a se libertar de seus traços
infantis e a desenvolver sua própria independência. Nessa fase, 1. Definitivamente sim
2. Provavelmente sim
pode ser difícil manter os canais de comunicação abertos. Mas, es- 3. Talvez
pecialme nte nos períodos de dificuldade, tanto o pai comoadoles-
o 4. Provavelmente não
cente devem manter a comunicação e explorar os problemas persis- 5. Definitivamente não
tentes. Lembre-se de que o adolescente não pode controlar sozinho
suas emoções de forma racional, tampouco está equipado para en- 1 2 3 4 5 1. Sinto que tenho o direito de impedir que meu filho
frentar as intensas emoções de seus pais. adolescente tenha más companhias.
Talvez a alteração no humor do adolescente frustre os pais. Às ve- 1 2 3 4 5 2. Acho que tenho o direito de recusar que meu filho dirija
antes da idade recomendada.
zes, ele se comporta como “se fosse o rei da montanha”, de onde 1 2 3 4 5 3. Acho que tenho o direito de privar meu filho de privilégios
contempla a beleza e o esplendor da vida. Mas, antes que você pos- que ele não merece.
sa se adaptar a esse estado de ânimo tão otimista, ele cai no abismo 1 2 3 4 5 4. Sinto que tenho direito de indicar parâmetros em relação
do desespero e do desânimo. Todos os aspectos da vida parecem à aparência, principalmente quando questões morais
crescer de maneira exagerada e descomunal. Todas as coisas ficam estão envolvidas.
boas ou feias, quentes ou frias, maravilhosas ou detestáveis. A ma- Veja as respostas na página 254.
turidade das ações e reações dos pais ajudará o adolescente a reco-
nhecer que a vida é 10%do que acontece a uma pessoa 0%de e 9
como essa pessoa reage diante dos acontecimentos. possa controlá-lo por algum tempo, porém o mais provável é que ele
Mesmo que o adolescente esquadrinhe todas as coisas, ele não faz decida se distanciar de qualquer forma. No entanto, se você tiver pa-
uma pausa suficientemente longa para deter-se em algo particular. ciência, seu relacionamento com ele se manterá dentro dos limites
Um dia, pode se de sviar um quarteirão de seu inho
cam para ver aú- J saudáveis e construtivos, o que é muito importante. O que você acha?
lia; mas, poucas semanas depois, caminha dois quarteirões para evi-
tá-la. Hoje, não quer comer pizza, mas daqui uns dias não sabe o que A rebeldia anormal
a pizza tem que está tão gostosa. Talvez você diga: “Se tudo isso for normal, o que será anormal?”
Durante as fases normais de rebeldia, você pode esperar que seu A rebeldia anormal prejudica a família quando há constantes bata-
filho adolescenteesafie
d sua autoridade em vários aspectos: ao res- lhas sobre o automóvel, os namoros, as amizades, as regras, as limi-
ponder para você, ao argum entar, ao discuti
r as regras e limites, ao tações ou o dinheiro. A guerra fria se estabelece no lar em que os
questionar sua religião e ao recusar valores que por tanto tempo fi- membros da família têm medo de falar para não se misturar nas ati-
zeram parte da família. Pode também demonstrar claramente o tudes de re beldia. Arebeldia anormaltira o jovemdo caminho pri n-
mesmo desafio à sua autoridade através das roupas que usa e da cipal da vida e o força a andar por um caminho estreito, que o leva
música que ouve. Muitos adolescentes demonstram a rebeldia atra- a uma vida cheia de amargura e ódio.
vés do álcool, das drogas e do sexo. A rebeldia anormal pode ser medida através do seu grau de inten-
Se o período de rebeldia do adolescente irá se manter nos limites sidade e da freqüência com que ocorre. Por exemplo, certa vez, al-
do “normal” ou se será uma coisa anormal, depende em grande medi-guns rapazes passaram com seus carros nos jardins das casas da vizi-
da da intensidade e direção da reação dos pais. Se você redobra seus nhança, destruíram plantas e flores, bateram nos postes de luz e der-
esforços para controlar a situação sem levar seu filho em considera- rubaram paredes com machados. O pai de um desses adolescentes
ção, a sementinha da rebeldia criará fortes raízes nele. Talvez você frustrados, aborrecidos e ricos disse: “Estão apenas extravasando

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
144/Fi lhos–edu can docomsu cesso Com om an terasr elaçõesen tr epai sefi lhos/ 145
seu ânimo.” E que ânimo! O dano ficou em torno de 400 mil dólares. lhoraram um pouco no que se refere a meu filho Tim. Ele vai à igre-
A rebeldia dos adolescentes, cuja gravidade se dissimula, é um pro- ja regularmente e terminou o namoro comuma garota que não con-
blema que custa muito dinheiro ao povo. Por exemplo, a cleptomania vinha. Trabalha à tarde e estuda pela manhã. Passa seu tempo livre
é uma de sua s manifestações. Mai s da meta de dos cleptoma níacos de cuidando do carro. Há muitas coisas que precisam ser melhoradas,
hoje são adolescentes, e a maioria pertence à classe média. Não rou- mas a situação já mudou muito.
bam porque tenham necessidade, mas pela emoção que essa expe- “Foi uma experiência muito dura para mim, mas aprendi algo bom.
riênciaproporciona. Duas garotinhas de erly Bev Hills tentaram rou- Finalmente, fiz uma distinção entre minhas responsabilidades e as de
bar umas blusas caras. Surpreendidas pela Polícia, propuseram de- meu filho. De uma ou de outra forma, eu tinha cometido o erro de
volver a mercadoria às prateleiras, em troca da liberdade. Sua traves- pensar que, se criasse meus filhos de acordo com a Bíblia, automati-
sura demonstrava ser outra forma de rebeldia ao declarar que “não camente eles seriam bons. Mas me esqueci de considerar a vontade
obedeceriam às regras”. Às vezes, esses adolescentes procuram de- humana. Só podemos fazer nossa parte, e o filho deve decidir se lhe
sesperadamente dizer a seus pais: “Talvez assim me dêem atenção.” convém seguir nosso exemplo e adotar nossos ensinos. Rogo a Deus
A rebeldia é anormal quando o adolescente se nega a obedecer, que, em seu caso, nunca passe pela mesma experiência.”
por qualquer razão, às regras do lar; ignora o horário de voltar para Minha amiga m encionou vári os pontos nteress
i antes. Para come-
casa; prova beb idas alcoólicas, drogas e se xo; vive transg redindo as çar, chega o dia em que nós, os pais, não podemos nos sentir res-
leis; e se veste com roupas extravagantes. Em poucas palavras, ponsáveis pelas decisões irresponsáve is de nossos filhos adolescen-
pode-se dizer que a rebeldia anormal carrega consigo uma recusa tes. Se eles preferem tomar decisões irresponsáveis, apesar de nos-
total das normas estabelecidas pela família ou das responsabilida- sos avisos e conselhos, devem então arcar com as conseqüências.
des sociais. Quanto mais jovem é o adolescente, quando entra nes- Em segundo lugar, as cri anças não se tornam boazinhas automa tica-
se estado de rebeldia anormal, mais difícil será para a família con- mente quando lemos a Bíblia para elas, quando fazemos o culto fa-
trolar a situação, especialmente se as crianças menores percebem o miliar e procuramos o “melhor” para elas. O estudo da Bíblia, o cul-
que está acontecendo e procuram imitar esse comportamento. to familiar, as escolas cristãs, ir à igreja regularmente, o exemplo
É possível que você nunca tenha que enfrentar uma rebeldia anor- dos pais e a disciplina consistente são valores essenciais,
mal. Mas, se tem dois ou mais filhos, a possibilidade de se deparar gar an tem qu e nossos fi lhos serão bons . Nenhum pai deve m as n ão
tentar
com tal situação é maior, mesmo que você tenha dito: “Quando manter o controle absoluto do destino de seu filho adolescente.
meus filhos se tornarem adolescentes, não se comportarão dessa Deus nos dá liberdade para tomar decisões. Como Ele, devemos
maneira, porqueuenão vou perm itir.” É difícil para umpai de crian- permitir que nossos adolescentes tenham a liberdade de tomar suas
ça pequena visualizar o que o espera nos próximos anos. Ele pode próprias decisões.
dizer a um filho pequeno que se sente em uma cadeira até que ele Deus sempre nos recebe quando nos arrependemos e pedimos
retorne, e espera encontrá-lo sentado ao voltar. Isso não funciona perdão. Da mesma maneira, devemos estar sempre dispostos a re-
com o adolescente. O adolescente tem sua maneira de pensar, sua ceber o filho quecometeu um erro. Um de nossos fil hos manifestou
individualidade e sua própria personali dade. Sua menta lidade e sua um alto grau de rebeldia em nosso lar. Durante esses anos críticos,
personalidade não podem ser controladas todo o tempo. Eu tam- ele desafiou os valores reli giosos que lhe havíam os ensinado e rejei-
bém me senti inclinada a culpar os pais e os métodos inadequados tou os princípios que serviam de direção para nossa ida.
v Ele se sen-
de disciplina, até que experimentei uma rebeldia anormal da parte tava conosco durante o culto familiar, mas nos fazia entender que
de um dos meus três filhos. preferia não estar ali. As sextas-feiras à noite eram nossa “noite fa-
Como jovem mãe, fui amiga íntima de uma mãe que tinha quatro miliar”. Líamos histórias inspiradoras, cantávamos hinos e, durante
filhos. Eu pensava que se alguém pudesse ter filhos perfeitos, seria o inverno nos sentávam os junto à lareira para desfrutar daque le am-
ela. Ela e o esposo eram cristãos dedicados; a família inteira parti- biente familiar. Eram momentos destinados a unir a família, depois
cipava regularme nte nos cultosfamiliares. Nesse lar, não se pratica- de uma semana de muita agitação. Ao final, nos juntávamos em cír-
vam normas de sentido dúbio. A união familiar ocupava uma priori- culo e nos abraçávamos enquanto orávamos. Isso simbolizava nos-
dade bem elevada. No entanto, esses pais tiveram dificuldades sé- sa unidade e um relacionamento estreito que reinava entre os mem-
rias com um de seus filhos durante a adolescência. bros da família.
Aquela mãe, desesperada, me escreveu na ocasião: “As coisas me- Durante a semana, podíamos ter dificuldades com nosso filho re-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
146/Fi lhos–edu can docomsu cesso Com om an terasr elaçõesen tr epai sefi lhos/ 147
belde, mas às sextas-feiras à noite sempre o abraçávamos. Quería- Mencione quais são as
mos que ele entendesse que o amávamos e que fazia parte da famí- regras. Fale calmamente
lia, apesar dos desacordos. Nesses anos críti cos, durante um tem po, que, se ele escolher de-
ele permitia que o abraçássemos, mas se mantinha rígido como um sobedecer deliberada-
soldado de madeira em posição de sentido. Entendíamos sua men- mente, você terá que to-
sagem silenciosa: “Se não posso fazer o que quero, vou demonstrar mar algumas medidas
que estou me distanciando.” Nunca mencionamos que ele devia cor- drásticas. (Não é preciso
responde r ao nosso carinho. Mas continuávam os amando-o. enumerar as medidas
Deus nunca deixa de nos amar. E, sendo que representamos a que pretende adotar se a
Deus diante de nossos filhos, devemos demonstrar esse tipo de desobediência conti-
amor incondicional e indestrutível mes mo em relação aoadolescen - nuar.)
te rebelde, não importa quão difícil ele seja. Fale com amor. Mani-
Alguns princípios poderão servir de guia para atender o adoles- feste sua preocupação e
cente durante esse período. O primeiro é o seguinte: aprenda a se quanto o ama. Diga-lhe
comunicar. Abandone as guerras verbais intermináveis que o dei- que deseja ter um lar fe-
xam esgotado e desanimado. Os gritos apenas enfraquecem a auto- liz durante o tempo que
ridade e fazem o adolescente levar vantagem. Se é cada vez mais di- ainda vão ficar juntos
fícil controlar seu filho de catorze anos, que desobedece às regras, como família. Convide-o a viver em paz e não em guerra. Peça sua
se ele tem uma atitude cada vez mais desafiadora e vive de acordo cooperação para que reine a harmonia na família, e peça-lhe que
com seu próprio código de ética, é importante que você reaja logo, ajude a carregar as responsabilidades do lar. Se você respeitar seu
porque de outro modo perderá completamente o controle e há a filho, ele terá mais respeito por si mesmo e por você.
possibilidade de perder seu filho ou sua filha para sempre.
Essa situação exige que você fale seriamente com o adolescente.
Poderá fazê-lo num lugar público (por exemplo, um restaurante), Protege
Como ndo
os paisou deixando
podem ajudar osexperi
mentar a conseguir uma inde-
adolescentes
onde a situação emocional seja melhor controlada. Durante o diálo- pendência segura? O método mais comum usado por pais cristãos é
go, convém as sinalar,sem acusar oujulgar, a seriedad e da situação. controlar completamente o ambiente que rodeia o jovem. Esses pais
Explique-lhe que isso acontece também a outros adolescentes. Faz tomam as decisões quando se trata de entretenimento, amizades, rou-
parte do processo necessá rio para esta
belecer os valores e a denti-
i pas, músicas, materialde leitura, programas de televisão elmes
fi a q
ue
dade do indivíduo. No entanto, mesmo que o jovem queira mais li- seus filhos assistem. Colocam os filhos em colégios cristãos com a es-
berdade, não deveazer f o quebemquiser. Co mo pai ou mãe, você perança de isolá-los das más influências e sustentar seus princípios.
tem a sagrada responsabilidade de protegê-lo e não deve descuidar No entanto, a tentativa de controlar o ambiente do adolescente
dessa obrigação. não produz resultado positivo. Você não pode isolar completamen-
Talvez você queira pedir desculpas a seu filho por não ter reagido te seu filho adolescente da infl
uência da sociedade. Os me smos pro-
sempre de maneira positiva. Os pais que pedem sinceras desculpas blemas que existem em escolas públicas podem ser encontrados
ganham umponto com seu lho fi adolescente . Essa atitude pode for- nas escolas particulares, em algumrau. g Um dia o adolescente terá
talecer o respeito que ele tem por você e estreitar os laços que esta- que abandonar esse ambiente controlado e protegido do lar e não
vam se enfraquecendo. Talvez você tenha perdido a calma, reagido estará preparado para enfrentar a realidade da vida.
precipitadamente ou agido de forma exagerada. Demonstre-lhe sua Outro erro comum ocorre quando os pais reagem exageradamen-
intenção de corrigir seu comportamento para que haja mais enten- te em relação às influências negativas. Eles pensam que, ao reagir
dimento no futuro. com uma crítica dura e negativa contra as normas e atividades re-
Depois, estabeleça limites. Diga-lhe que, embora ele esteja cres- prováveis, o adolescente as evitará no futur o. Por exemplo, num es
-
cendo e logo agirá por conta própria, isso não significa que agora forço de evitar que o filho ouça
rock , o pai começa a fazer comentá-
pode fazer o que bem entender em casa. Todos devem respeitar re- rios desfavoráveis sobre esse tipo de música.
gras gerais da família, necessárias para que existam paz e harmonia. Em geral, esse método é contraproducente. Muitos adolescentes

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
148/Fi lhos–edu can docomsu cesso Com om an terasr elaçõesen tr epai sefi lhos/ 149
não se impressionam nem dão atenção à reação drástica. Talvez res- grandes e ricos dividendos. O adolescente que é animado a tomar
peitem ou sejam indiferentes em casa, mas fora se voltam contra o suas próprias decisões tende a colaborar com os regulamentos da
que seus pais disseram. Os filhos podem manter atividades clandes- família, desenvolve uma independência saudável e um respeito pró-
tinas mesmo dentro de sua própria casa, enquanto aparentam um prio positivo – duas características indispensáveis.
bom comportamento. Quando, finalmente, os pais descobrem a ver-
dade, se enchem de culpa e aflição. Perguntam-se: “Como é possível “Todo o mundo faz isso”
que meu filho siga os maus costumes dos outros, se ensinamos exa- Uma armadilha comum em que os pais caem é o argumento apre-
tamente o contrári o?” sentado pelos filhos: “Todo o mundo faz isso.” Nesse caso, os pais
O recurso mais efetivo para ensinar valores e normas ao adoles- devem explicar que nem todo mundo faz as coisas da mesma forma;
cente é o “método da experiência”. Quando os pais dão a seus filhos e, portanto, não precisam saber o que outros pais estão fazendo. De-
a oportunidade de receber pequenas doses de elementos infectados vem dar ao adolescente a liberdade que ele deseja, mas até onde
para adquirir imunidade contra a doença, estão preparando-os efi- seja razoável. No entanto, é muito importante que os pais cristãos
cazmente para resistir ao mal. Em vez de dar sermões sobre as in- estabeleçam logo na vida da criança que eles, em geral, fazem coi-
fluências negativas ou tentar isolar os filhos, ensinam os valores sas diferentes dos pais não-cristãos, porque seu sistema de valores
através do exemplo e da discussão direta das coisas a que estão ex- é diferente.
postos e que merecem censura. Dizer “não” imediatamente, quando o filho adolescente pede per-
Quando surge algum problema, analisam juntos os pontos positi- missão para fazer algo, pode ser um erro. Os pais sentem que estão
vos e os negativos. O jovem é exposto a pontos de vista claros e ló- pisando em te rreno seguro quand
o adiam as coisas para o outrodia.
gicos, sendo ori entado sutilmente. Esses pais, tão cedo quanto pos- Por isso, começam dizendo “não”, mas depois de ouvir os argumen-
sível, permitemue q o filho tome suas próprias decisões,mesmo que tos do filho com freqüência mudam de opinião e dizem “sim”. Essa
a d ecisão tom ada não seja a melh or . É preferível que o jovem atitude ensina ao jovem quevale a pena insistir
e discutir, e que um
aprenda logo cedo a evitar as decisões inadequadas. Poucos pais “não” significa na verdade um “talvez… vou pensar”.
conseguem tolerar essa atmosfera de franqueza, mas é a forma mais
efetiva de enfrentar a situação. A maioria dos pais se sente obriga- tinho
Umae estratégia
depois tomarei
mais inteligente
uma decisão.”
seriaQuando
dizer: “Explique
o jovem lhe
tudoapresen-
direi-
da a tomar as decisões em toda s as coisas de seus fil
hos adolescen- tar os fatos, diga-lhe: “Ainda não tomei uma decisão. Preciso de
tes. Quando o filho toma uma má decisão, eles sentem muita culpa tempo para pensar. Quero falar com sua mãe (seu pai), e depois lhe
e sentimentos de fracasso. No entanto , a capacidade de tomar deci
- diremos o que decidimos.” Tome a decisão mais racional possível e
sões sábias é algo que pode ser aprendido. É como um músculo que cumpra-a a todo custo.
se exercita repetidamente para que se desenvolva.
Os pais informados que querem complementar o “método da ex- Castigo para os
adolescente
s
periência” poderã o ajudaro adolescente a elaborar as normas do lar Como dissemos antes, os pais não devem castigar fisicamente o
relativas acertas atividades. gum Al as atividades importantes como adolescente. Ele se considera adulto e crê que surras são para “as
dirigir o carro da família, sair com jovens do sexo oposto e o com- crianças”. Seu amor-próprio não pode ser sacrificado no altar do
portamento sexual podem ser controladas com sucesso se forem ressentimento.
mencionadas as precauções. Antes que o adolescente tenha permis- Isso não quer dizer que o controle deva ser abandonado. Ao con-
são para exercer o privilégio de namorar ou dirigir, deve ser anima- trário, o adolescente precisa de uma supervisão firme e constante.
do a considerar que há normas a serem obedecidas. E essas normas Muitos erros e faltas do adolescente podem ser corrigidos com diá-
devem ser registradas por escrito. logos, num clima de amor e consideração. Se esse método fracassar,
Esse método é muito eficaz, porque, quando o jovem formula talvez seja conveniente tirar-lhe alguns dos privilégios: sair com os
uma regra e decide respeitá-la, faz isso com mais fidelidade do que amigos, uma viagem, usar o carro e coisas parecidas. Reter a mesa-
se fosse algo ditado apenas por seus pais. É importante que você re- da ajuda a controlar o comportamento; mas não use esse método
ceba toda a comunicação que puder da parte do adolescente, e que para que ele melhore as notas na escola.
ofereça o mínimo de orientação paternal. As medidas disciplinares funcionam de forma mais efetiva entre
Tal enfoque requer tempo, esforço e paciência, mas proporciona os adolescentes quando eles colaboram na elaboração das regras e

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
150/Fi lhos – educan do com su cesso Como m ant er as r elações entr e pai s e fi lhos/ 151
do castigo por sua desobediência. Uma mãe, quando seu filho vol- Os pais devem dar prioridade ao adolescente que trabalha fora
tou certa noite catorze minutos depois da hora combinada, disse: parte do tempo. As tarefas do lar não devem interferir, a menos que
“Aplique você mesmo o castigo que merece, e faça-o agora.” a situação no lar o requeira. O trabalho de meio período oferece ao
“Sou um tolo”, falou o jovem em voz alta. “Se voltar a chegar tar- adolescente um sentido de prestígio, uma fonte de dinheiro, e pode
de, perderei o privilégio de sair à noite, coisa que não quero.” Com até ajudar a definir sua carreira. Permita que o adolesce nte dedique
um sorriso, continuou com toda a riqueza de detalhes fazendo o ri- gradualmente mais tempo ao trabalho e menos tempo às atividades
tual que seus pais faziam para dar-lhe bronca quando desobedecia, do lar, se assim o des ejar.
incluindo as razões; e tomou a decisão de voltar para casa antes da Durante a adolescência, o tempo ocupa um papel relevante no en-
hora combinada. Essa atitude ajudou sua mãe a manter a calma sino da responsabilidade. E de novo relembramos que o tempo mais
num momento em que se encontrava muito cansada para agir com favorável para ensinar responsabilidade ao jovem é quando ele de-
justiça. Além disso, ela ficou satisfeita ao ver que ele aprendera a monstra interesse definido por certa atividade. Um jovem chegou
agir com responsabilidade. A partir daquela noite, o rapaz passou a em casa todo entusiasmado quando aprendeu a fazer um dispositi-
chegar sempre cedo. vo elétrico na aula de eletricidade. Pensou que seria capaz de fazer
um que abrisse a porta da garagem. O pai o incentivou para que fi-
Responsabilidades de trabalho para o adolescente zesse o projeto; ambos conseguiram os materiais necessários e co-
Antes que um astronauta esteja capacitado para viajar num meçaram a trabalhar na garagem durante seu tempo livre. Como o
veículo espacial, ele recebe instruções muito cuidadosas sobre a dispositivo elétrico foi um verdadeiro sucesso, pensaram em novos
forma como o veículo deve ser operado. Quanto mais ele apren- projetos que pudessem ser realizados com as ferramentas do pai.
der e praticar, melhor astronauta será. Da mesma forma, antes Dessa maneira, o filho, que nunca tinha se preocupado com o futu-
que um adolescente possa assumir as responsabilidades da vida ro, começou a pensar na carreira de eletricista.
adulta, precisa aprender sobre essa vida e como vivê-la. ortan-
P Em um estudo ecente,
r cerca de 88 % dos jovens que e stavam
to, os paissábios transformarão seus lares em lab
oratórios, onde com problemas com a lei responderam de forma negativa quando
indagados se realizavam alguma atividade durante seu tempo li-
cada
Os adolescentes
adolescente poderá
de ambos praticar
os sexos
deve
a arte
m aprende
de viver.
r a cozinhar, la- vre. O trabalhocaseiro,especialmente a limpeza das parede s e dos
var, limpar a casa, fazer reparos simples e compras no supermercado, pisos, ajuda a manter a boa forma das garotas e a desenvolver os
equilibrar o orçamento, cuidar da grama e a fazer planos para eventos músculos dos meninos. Cozinhar e costurar ajudam a jovem a se
sociais. As moças devem ajudar na preparação da comida (e às vezes preparar para realizar os trabalhos do lar. O trabalho no jardim, a
podem preparar uma refeição completa) na limpeza da casa e costu- mecânica e a construção ajudam o jovem a desenvolver as carac-
rar roupas. Os jovens podem trabalhar no quintal, cuidar do jardim, terísticasmasculinas.
ajudar na manutenção do carro e consertar alguma coisa em casa. O trabalho é a melhor disciplina que um adolescente pode ter.
É muito bom que os adolescentes tenham responsabilidades e se Ele ensina asvirtudes da aboriosi
l dade e da pa ciência. Tabém m
mantenham ativos. A um jovem de 16 anos, por exemplo, não se ajuda a escolher uma profissão para os próximos anos. Mantém o
deve apenas deixar que lave o carro, mas que também dê sua opi- jovem ativo e livre da ociosidade e do mau comportamento; e dá in-
nião sobre a compra de um novo automóvel. Não se deve apenas pe- tegridade, confiança e respeito próprio. Além disso, ajuda a canali-
dir a um adolescente que limpe as janelas e a casa, mas que tenha zar as energias próprias da juventude e da vitalidade de um corpo
voz e voto na escolha de materiais e cores que devem ser usados na em desenvolvimento.
decoração da casa.
Mesmo que os adol escentes se man tenham ocupados nos afazeres Como motivar umadolesc
ente
cotidianos, os pais devem permitir que eles tenham tempo livre para Talvez você tenha feito o melhor para ensinar a seu filho adoles-
realizar suas róprias
p atividades. Se João joga basq
uete nas terças-fei- cente o sentido da responsabilidade, mas, às vezes, pode ser difícil
ras à noite, não é justo que se negue esse privilégio a ele porque nes- fazer com que ele vá na direção certa. Como esse é um período em
sa noite tem que lavar os pratos. É bom fazer um programa adequa- que predomina uma atitude ocêntrica
eg na vida dojovem, os princí-
do. Se o pai e a mãe o ajudarem a lavar os pratos, ele também apren- pios do reforço psicológico são especialmente úteis. Nesse caso, as
derá a ajudar os outros quando se encontrarem em necessidade. informações a seguir serão de muito valor:

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
152/Fi lhos – educan do com su cesso Como m ant er as r elações entr e pai s e fi lhos/ 153

Como você lida com os adolescentes? 1Escolha um a m oti vação im port ant e par a ele. Ceder o carro
durante duas horas por algumas noites pode ser um grande incen-
Faça um círculo ao redor do número da escala que corresponda à sua tivo para ele. Uma jovem talvez se interesse em roupas. Se os re-
maneira de pensar em relação a cada afirmação. cursos para adquirir suas próprias coisas são colocados a seu al-
1. Concordo totalmente cance, você tem uma boa alternativa para evitar os pedidos, a re-
2. Concordo em parte clamação, os gri
tos, as queixas e os lamentos queoderiamp ser pro-
3. Não estou seguro duzidos. Você poderia dizer: “Estou disposto a comprar a blusa que
4. Discordo em parte você quer, mas você tem que merecer.” Uma vez que estejam de
5. Discordo totalmente acordo em relação ao incentivo ou à motivação, será necessário
1 2 3 4 5 1. Creio que os adolescentes de hoje são piores que os de dar um segundo passo.
minha geração.
1 2 3 4 5 2. Tanto a rebeldia dos filhos como o processo de sua 2 Formali ze seu acordo. Uma excelente maneira de alcançar
independência são coisas negativas. esse objetivo é através de um contrato escrito que tanto o adoles-
1 2 3 4 5 3. Durante as fases normais da rebeldia, espero que meu
cente como o pai ou a mãe tenham firmado. Meu esposo e eu fize-
adolescente desafie minha autoridade, me conteste, mos um contrato com nosso filho Mark antes de ele completar 15
ponha as regras e os limites à prova e duvide da religião anos de idade, dando-lhe a oportunidade de dirigir o carro. Sim, ele
e dos valores tradicionais. poderia, mas teria que ganhar esse privilégio comportando-se bem.
1 2 3 4 5 4. Sinto-me culpado e fracassado quando meu filho Dirigir um carrorequer responsabilidade, e ele devia mostrar-se
s- re
adolescente faz uma escolha inadequada, como se eu ponsável em outras áreas da vida.
fosse o responsável direto por isso. Uma cláusula dizia queMark deveria acumular 25 mil pontos num
1 2 3 4 5 5. Se a atitude de desafio do meu filho adolescente se
período de seis semanas, porque caso contrário o contrato ficaria
anulado. Ele também compreendeu que seu comportamento inade-
generalizasse e sedeintensificasse,
se corrigir ou sair casa. eu diria que ele deve quado poderia fazê-lo perder pontos. (Veja a tabela que aparece na
1 2 3 4 5 6. Quando surge um problema, analiso-o francamente e
página 157.) Com o desconto dos pontos por mau comportamento,
ajudo meu adolescente a escolher o que é correto. podem-se acrescenta r pontos adicionais pelo bom comportamento
em áreas não incluídas no contrato.
1 2 3 4 5 7. Posso permitir que meu adolescente tome suas
próprias decisões, mesmo que não sejam adequadas e
estejam contra as normas e valores da família. 3 Est abeleça um m étod o de recomp ensas i medi at as. A maio-
ria de nós precisa de algo tangível para manter nosso interesse en-
1 2 3 4 5 8. Incentivo meu adolescente a p articipar na quanto lutamos por um objetivo. No caso de Mark, adotamos o sis-
elaboração de normas para o comportamento em tema sugerido na tabela de preparação do contrato. Cada noite,
assuntos importantes como dirigir o carro ou sair com
pessoas do sexo oposto. anotávamos os pontos e, ao final de cada semana, os somávamos.
Na primeira semana, ele ganhou apenas 750 pontos. E compreen-
1 2 3 4 5 9. Mesmo que meu adolescente possa manifestar deu que não poderia al cançar os 25 mil de que nece ssitava, se con-
hostilidade em certos momentos, ou possa se mostrar
rebelde, de má vontade ou irresponsável, creio que tinuasse naquele passo. interessante
É que na segundamana se ele
posso manter abertas as portas da aceitação, do amor e conseguiu 7.500 pontos.
da comunicação. O sistema de contrato pode se adaptar a diversas situações. O
1 2 3 4 5 10. Posso ver meu adolescente como uma pessoa digna e princípio é eficaz, mas talve
z você tenha que faz
er adapta ções. É im-
valiosa, mesmo que escolha valores diferentes dos que eu portante que o adolescente não receba o prêmio sem ter merecido.
desejaria que ele escolhesse. Da mesma maneira, não demore a recompensá-lo se merecer.
Analise suas respostas com seu cônjuge ou um amigo.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
154/Fi lhos – educan do com su cesso Como m ant er as r elações entr e pai s e fi lhos/ 155
A tarefa dos pais conhecer a diferença. Às vezes, os pais temem dar independência
Os paispodemajudar osadolesce
ntes de várias mane
iras. Aja assim: ao adolescente, porque pensam que ele não tem idade suficiente
para usá-la de forma responsável. O adolescente que quer ser livre,
1 Respei te sua pri vacid ade. O adolescente precisa ter um lu- mas não está pronto para ser independente, não entenderá mesmo
gar próprio e os pais não devem se sentir rejeitados se ele fechar a que você o lembre disso a cada momento.
porta de seu quarto. As coisas particulares incluem as cartas, o diá- Quando o adolescente lhe pedir mais liberdade, permita-lhe to-
rio e as chamadas telefônicas. Os pais que bisbilhotam o quarto e mar suas próprias decisões, desde que seja responsável pelo resul-
objetos pessoais do adolescente para encontrar evidências de ativi- tado de seus próprios atos.mEgeral, quando o jo vemnão está pron-
dades clandestinas, estão violando o direito de privacidade do filho. to para enfrentar essa nova liberdade, o mais seguro é que volte a
Se você suspeita que seu filho esteja usando drogas, a necessidade você em busca de orientação.
de procurar e confiscar a droga é outro assunto; mas nada de pren-
der diários pessoais e correspondência, ou procurar coisas nos bol- 5 Mantenha o bo m-hum or. Para lidar com um adolescente
sos, nas carteiras e nas gavetas. satisfatoriamente, é preciso que haja equilíbrio entre o amor e a
disciplina na escala do bom-humor. O adolescente – e até mesmo
2 Torn e o lar atrat ivo. Alguns pequenos cuidados, como uma um adulto – faz qualquer coisa razoável se alguém lhe pede de
aparência pessoal bem cuidada, arrumar as camas e manter a cozi- forma agradável. O bom-humor é um antídoto contra a tendência
nha limpa, podem salvar o adolescente de se sentir envergonhado de considerar a adolescência com muita seri edade. O riso produz
quando seus amigos o visitam. O adolescente é muito sensível à opi- uma atmosfera de aceitação e alegria no lar, e o adolescente pre-
nião que seus companheiros possam ter de seus pais, mesmo que cisa aprender a desfrutar da vida familiar e rir com os outros e
ele próprio ande de qualquer jeito. sozinho.
Nunca deixe de fazer coisas emília. famMuitos jovens têm bons pais,
mas não osonhecem
c de verdade, porque só vêemos quando estão dan- 6 Di scuta as mu dan ças que pode m ocorr er. Comente com o
filho ou a filha adolescente as mudanças que ocorrem durante a
que
do broncas,
mais influenciam
criticandona oufelicidade
dizendo odaquefamília
devem é o fazer.
sentimento
Uma dasde compa-
coisasadolescência, as mudanças nas regras do lar e as pressões que en-
nheirismo e compreensão. Muitos contatos dos pais com seus filhos frentarão no futuro. Com certeza, você já deve ter falado com ele
adolesce ntes são, pornecessidade , rotina ecom finalidade de controlar. ou ela sobre as mudançasue q acontecerão em seu corpo, mas ago-
Por isso, é importante que também haja contatos menos sérios e mutua-ra é o momento oportuno para repassar essas coisas; quando se
mente satisfatórios. As brincadeiras em famílias, as viagens ao campo, trata do desenvolvimento sexual, é preciso fazê-lo com clareza e
as férias, as caminhadas pelo bosque, os projetos de construção e os de- sem vacilar.
bates amigáveis criam uma atmosfera agradável que atrai os filhos.
7 Promova o ente ndi mento. Fale em particular com os mem-
3 Super visi one suti lmente. O adolescente não responde quando bros mais jovens da família sobre certosproblema s que precisamed
enfrenta uma porção de negativas; no entanto, quer ser dirigido. Por mais compreensão da parte deles, mostrando como poderiam aju-
um lado, prefere pais que manifestem firmeza, mas por outro lado se dar a aliviar as cargas. Ao dar-lhes a oportunidade de participar de
revolta quando lhe negam a liberdade a que tem direito. Nesse caso, certos assuntos, os pais podem ajudá-los a entender melhor a ado-
pode ameaçar: “Dêem-me liberdade ou eu vou embora desta casa.” lescência antes de chegarem a essa fase.
O adolescente precisa que a âncora da disciplina paterna o suste-
nha durante esse ríodo
pe da vida. Adisciplina, como se sabe , deve ser 8 Ouça o adolescente. Muitos pais não ouvem seus filhos adoles-
justa e sem divisão. Não se deve permitir a nenhum filho indispor o centes –pelo menos não com me nte aberta. Alguns se importam pou-
pai contra a mãe; quando for preciso tomar uma decisão, o pai, como co com as idéias e os sentimentos deles: “Além de tudo, é apenas uma
chefe da unidade familiar, deve assumir tal responsabilidade. criança. Eu o ouvirei quando aprender a dizer o que tem”para dizer.
Em uma pesquisa feita entre adolescentes, fez-se esta pergunta:
4 Respei te seu gri to de i ndependênci a. O adolescente precisa “Quando você tiver seu próprio lar, gostaria que ele fosse como o
dos laços familiares, mas não quer estar preso, e os pais devem re- seu agora ou preferiria fazer mudanças? Se pretende fazer mudan-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
156/Fi lhos – educan do com su cesso Como m ant er as r elações entr e pai s e fi lhos/ 157
ças, quais seriam elas?” A maioria respondeu que a mudança seria
dedicar mais tempo para ouvir os filhos. Um deles respondeu: “Se Contrato de permissão para dirigir
procuro minha mãe com algum problema, ela se escandaliza com o
que eu digo e pede que eu tire da minha mente essas bobagens. Se Ganha pontos assim:
vou a meu pai, ele me passa um sermão de uma hora.” 100 por meia hora de trabalho realizado sem que alguém pedisse.
Os jovens de hoje são uma nova geração e devem sentir que nos 50 por tarefa es colar com nota máxima.
preocupamos com eles, ouvindo o que nos dizem sem nos aborre- 50 por se levant ar quando for ac ordado.
cermos, sem culpar ninguém, sem julgá-los e sem podá-los. Ouvir os 50 por dizer “claro que faço” quando alguém lhe pede para fazer algo.
jovens com atenção é um fator muito importante; cria uma ponte 50 por arrumar a cama e o quart o cada manhã.
50 por deixar o banheiro bem limpo.
sobre o abismo entre as gerações. 100 por meia hora gasta escutando música clássica.
9 Dêsegur an ça, a m or e acei ta ção. O adolescente precisa de
150 por grupo de seis versículos da Bíblia memorizados.
100 pelo estudo diário da lição da Bíblia.
segurança num relacionamento que não muda com as circunstân- 50 por terminar rapidamente os devere s.
cias. Ele precisa saber que, mesmo que haja mal-entendidos e dife- 200 por hora de es tudo no lar.
renças, sua relação com os pais não será interrompida. 100 por hora de leitura de temas não escolares.
Para o adolescente,um amor maduro significa que tanto o pai Perde pontos assim:
como a mãe estão dispostos a parti cipar na vida e no crescimen- 100 por perder a calma (palavras feias, mau comportamento).
to do filho ou da filha, e a colocar esse desenvolvimento em es- 50 por chegar tarde ao col égio.
feras cada vez mais amplas da existência. Os pais devem dar a 50 por chegar tarde aos comp romissos.
seus filhos grande quantidade de afe to físico. O adolescente uqe 100 por advertências recebidas no colégio.
na infância foi consolado por seus pais depois de um tombo ou 50 por dis cutir.
de um machucado não se envergonhará do afeto deles, nem se
sentirá tão n
i clinado a buscar uma compe nsação nas relações se-
xuais prematuras. reitos dos pais
pais estão às vezes
confusos, são ignorados.
porque não sabemConseqüe
qual néteme nte, muitos
a diferença entre os
10 Dêo mode lo de um casamento feliz . Os adolescentes direitos e os privilégios da família. Às vezes, os adolescentes exi-
gem privilégios porque os ente ndemcomo seus direito s. A lista par-
precisam ver que seus pais expressam amor mútuo cada dia. Es- cial que aparece a seguir inclui certos assuntos que precisam ser
tudos cuidadosos indicam que as boa s relações entre o casal po- esclarecidos na maioria das famílias.
dem ser profundamente afetadas quando os filhos estão na ado-
lescência. Um dos fatores que contribuem para isso é a tensão
emocional que se produz. Outros problemas têm pouco que ver 1Os pais têm o di r eito de di ssuadi r o adolesc ente para que
não se associe com am i gos de r eput ação du vi dosa. A seleção das
com os filhos, mas surgem das necessidades não satisfeitas do amizades é um problema comum. Muitospais pensam ue q certo oj -
esposo e da esposa. vem não é apropriado para sua filha ou que certos companheiros
Nos primeiros anos de vida da criança, a mãe pode satisfazer so-
zinha sua necessidade de segurança, mas durante os tumultuados estão levando seu filho para o mau caminho. A reação comum nes-
ses casos é proibir a amizade. O resultado é ressentimento, amar-
anos da adolescência oovemj precisa da atenção tanto do pai omo
c
da mãe. Se ambos resolverem os problemas que impedem uma rela- gura, mal-entendidos, que acabam tornando mais desejáveis essas
amizades. A desaprovação apenas faz com que o adolescente es-
ção matrimonial satisfatória, amaioria dos problemas dadolescên-
a conda suas amizades. Por que você não incentiva seu filho a levar
cia também desaparecerão. A segurança do adolescente é reforçada seus am igos para casa? Éatravés dos laçosde aceitação quelee vai
quando a segurança em família é evidente. poder fazer comparações. O adolescente deve se sentir livre para
escolher suas amizades. No entanto, é dever dos pais intervir em
Os direitos dos pais e os privilégios dos adolescentescasos extremos. Às vezes, a mudança para outra cidade pode aju-
As necessidades e os privilégios dos filhos têm recebido tanta dar na solução de problemas.
atenção nos últimos tempos, que as necessidades básicas e os di-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
158/Fi lhos – educan do com su cesso Como m ant er as r elações entr e pai s e fi lhos/ 159

Adoles centes e disciplin a 7. Um adolescente de 17 anos só quer saber de roupa da moda.


a. Critique-o.
Faça um círculo na resposta correta em cada uma destas situações: b. Dê seu ponto de vista.
c. Proíba-o.
1. Um adolescente de 14 anos tem uma explosão emocional de raiva, d. Aceite como inevitável e tente não fazer disso um caso importante.
decepção e desânimo. e. Restrinja os privilégios.
a. Deixe-o sofrer as conseqüências naturais.
b. Ignore-o. 8. Um adolescente de 15 anos não age com responsabilidade ao limpar seu
c. Ouça-o atentamente. quarto ou coordenar sua parte nas tarefas domésticas.
d. (Pessoal). a. Tente um contrato para motivá-lo.
e. Isole-o temporariamente. b. Deixe-o sofrer as conseqüências naturais.
c. Repreenda-o.
2. Um adolescente de 16 anos quer ficar acordado e ver programas de TV d. Uma boa surra resolve o problema.
até mais tarde todas as noites. e. Restrinja os privilégios.
a. Restrinja privilégios.
b. Deixe-o sofrer as conseqüências naturais. 9. Um adolescente de 17 anos escuta músicas que não lhe agrada.
c. Ouça-o atentamente. a. Proíba-o.
d. Argumente com ele. b. Aceite normalmente.
e. Proíba-o. c. Restrinja privilégios.
d. Discuta o assunto.
3. Um adolescente de 17 anos quer escolher más companhias. e. Tire o aparelho de som dele.
a. Ouça-o atentamente.
b. Repreenda-o. As respostas estão na página 254.
c. Restrinja privilégios.
d. Proíba
Convidea amizade.
e. essas más companhias para ir a sua casa.
2 Os pai s têm o di rei to de i mpedi r que o adole scent e di r i ja o
4. Um adolescente de 16 anos que sabe dirigir quer pegar o carro, mesmo aut omóvel da fam íli a quand o precisam dele, ou quan do exi ste
sem ter a idade recomendada para isso. um a r azão lógica par a essa pr oi bi ção. O adolescente terá direitos
a. Repreenda-o. exclusivos apenas quando comprar seu próprio carro.O uso do car-
b. Proíba o uso do carro. ro da família pode ser um privil
égio do adolescente
, desde que asso-
c. Ouça-o atentamente.
d. Argumente com ele. ciado a certas responsabilidades. Em nossa família, cada filho era
e. Isole-o temporariamente. responsável por pagar a parcela do seguro quando começava a usar
o carro. Além disso, usávamos o “Contrato de Permissão para Diri-
5. Um adolescente de 16 anos tem notas baixas e muitos problemas de gir”, mencionado antes. Tantosopais como osfilhos devem estar de
comportamento na escola. acordo quanto ao que cada um deve pagar se acontecer algum aci-
a. Reprenda-o. dente. O privilégio de usar o automóvel familiar é um incentivo po-
b. Humilhe-o. deroso para induzir o jovem a se comportar bem, e tirar isso dele é
c. Procure ajuda profissional.
d. Ouça-o atentamente. aplicar um castigo muito eficaz. É preciso ser justo.
e. Faça um contrato para motivá-lo.
6. Um adolescente de 14 anos passa horas ao telefone toda tarde. 3 Os pais têm o di rei to de contr olar t odas as chamada s tele -
a. Formule um acordo para o uso do telefone. fôni cas que entr am e sae m dos tele fones in stalados e man ti dos
b. Repreenda-o. por eles. Alguém já disse que os problemas chegam quando há três
c. Restrinja os telefonemas. adolescentes em casa e apenas um telefone. Possivelmente, o uso
d. Ouça-o atentamente. do telefone causa mais atritos entre pais e adolescentes do que qual-
e. Deixe-o sofrer as conseqüências naturais.
quer outra coisa. Portanto, as famílias precisam estabelecer clara-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
160/Fi lhos – educan do com su cesso Como m ant er as r elações entr e pai s e fi lhos/ 161
mente e colocar em vigência as regras concernentes ao uso do apa- Se tivéssemos reagido bruscamente anos antes, nosso filho não
relho. Antes de tudo, limite o tempo das chamadas a um período ra- estaria onde está agora.
zoável. Esse limite se aplicará inclusive a diálogos com namorados.
Se o adolescente não pode dizer o que tem que dizer em 20 minutos, 6 Os pai s têm o di r eito de estabelecer n orm as defi ni das quan -
talvez não valha a pena dizê-lo. to àapar ênci a do a dolescent e. Você deve saber que seus esforços
Segundo, limite o número de chamadas noturnas. Na maioria dos para conseguir com que o jovem se vista de forma decente nem
casos, duas gali ções seriam sufici
entes. No entanto, deve have
r cer- sempre produzirão o resultado esperado. O adolescente muda sua
ta elasticidade quando o adolescente participa de funções na igreja, aparência pessoal e seu modo de vestir para não se parecer com
na escola ou em outra instituição. Se a conversa durar mais de cin- seus pais, para ser diferente e para estar na moda como os colegas.
co minutos, conte como se fossem duas chamadas. Estabeleça uma Se a sua paciência é posta à prova por seu filho ou filha que ado-
espera de quinze minutos entre uma ligação e outra. ta qualquer moda do momento com entusiasmo fanático, você deve
ter muito cuidado. Quanto ma is se opuser a seus capric hos, mais ele
4 Os pai s têm o di r eito de pr i var o adoles cente dos pr i vi légios ou ela insistirá em fazer sua própria vontade. Por isso, você deve
que ele n ão m erece ter. Um adolescente já é bem grandinho para ter permitir que escolha sua roupa e sua maneira de agir. Ele precisa
um castigo físico, mesmo que às vezes pareça necessário. Mas os usar o que lhe convém para ser aceito no grupo. Se a roupa é muito
pais podem encontrar um meio efetivo ao privá-lo de certos privilé- extravagante, isso significa que a pressão dos companheiros tem
gios. Ele cumpriu sua promessa de voltar para casa na hora combi- sido mais forte do que a sua influência.
nada? Cumpriu com suas obrigações sem ter que ser lembrado? Contudo, se há um princípio importante envolvido, adote medidas
Está conseguindo boas notas nos estudos? Se ele desperdiça o tem- firmes. Nunca seja fraco com as coisas que considera moralmente du-
po, não deve esp erar privilégios. vidosas. É muito difícil explicar às adolescentes por que não é con-
veniente usar certo tipo de roupa. Elas não têm o conhecimento nem
5 Os pai s têm o di r eit o de esper ar que o adolescente faça o me - a experiência para entender como a roupa feminina afeta os homens.
Como a aparência dos me hons não as estimula muito , não se dão con-
lhor dá
cun n ar iescola e tam
os. Suas bém i nsi sti r pquanto
expectativas ar a que te
àsrmnotas
i ne seus
deestu
seudos se -são jus-
filho ta do quanto a maneira de vestir das mulheres os afeta. As filhas pre-
tas? Lembre-se de que o conhecimento em si não é tão importante cisam de muita orientação durante a adolescência. Mas não permita
como saber se comportar com os outros e se adaptar ao ambiente. que os valores e as normas se interponham arbitrariamente entre
Incentive seus filhos a continuarem com os estudos universitários. você e a adolescente,equ cresce num mundo diferente. m outras
E pa-
Oito semanas antes da formatura de nosso filho Mark, ele nos in- lavras, se se ata
tr apena s de um capric ho da moda, deixe queovem aj
formou que queria deixar o II grau. Em vez de reagir violentamente se vista como as amigas.
diante daquela notícia, sugerimos cautelosamente que ele O adolescente gasta muita energia para se igualar à maneira de
escrevesse as razões negativas e as positivas dessa decisão. Depois ser dos amigos; mas ele está disposto a fazer modificações se sentir
de muito pensar, Mark decidiu terminar oano. Quando, mais tarde, que é aceito no lar. Em seu desejo de ser aceito pelos companhei-
recebeu uma bolsa completa para estudar na universidade, nossas ros, adota certos tipos de roupa, penteados e outras coisas que
expectativas cresceram. Mas veio a decepção quando ele fracassou aborrecem os pais. Se não tiver a aceitação que busca desesperada-
no primeiro trimestre e prefe riu não fazer outra tentativa. Depois de mente por parte da família, imitará os membros de seu grupo mais
trabalhar em um lugar ou outro por três anos, ele decidiu voltar à próximo, com estilos extravaga ntes.
universidade. Enquanto eu preparava este livro, recebemos uma
carta, onde dizia: “Estou aproveitando totalmente minha estada na 7 Os pais têm o di r eito de controla r o ti po de mús i ca que éto -
faculdade. Outro di a, contra aminha vontade , faltei a uma aula e me cada em casa. Note a palavra “controlar”. Se você proibir o adoles-
irritei comigo mesmo… Creio que a razão de minha felicidade se cente de ouvir a música do grupo dele, o mais provável é que não
deve a vários fatores: quero estar aqui e tenho novamente planos sé- lhe dê atenção e continue ouvindo. Em um seminário para pais, foi
rios para minha vida. Canse i de vagar de um lado para outro sem- fi apresentado um tema:rock . Um dos pais comentou: “Porque discu-
nalidade e sem conseguir qualquer progresso. Obrigado por terem tir esse tema? Todos aqui somos cristãos. A única coisa que deve-
me dado outra oportunidade. Desta vez, vou até o fim. mos fazer é proibiresse tipo de m úsica.” Os pais delhos fi peque nos

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
162/Fi lhos – educan do com su cesso Como m ant er as r elações entr e pai s e fi lhos/ 163
têm dificuldade para compreender que algum dia terão que lhes dar to com certa pessoa. É melhor não proibir, mas dar conselhos apro-
liberdade de escolha. Como pais, naturalmente, devem afirmar os priados. Mantenha os canais de comunicação abertos. Tanto você
princípios que definem qual é a música que aprovam. como o adolescente devem reconhecer que os namoros precoces
Mesmo que você possa controlar a música que os adolescentes podem ser refúgios para a insegurança. Quanto mais inseguro o
escutam em casa, não pode controlar a que escutam quando estão adolescente se sentir, tanto mais provável será que tenha namoros
sozinhos ou com seus amigos. Algumas coisas escapam ao contro- firmes com o objetivo de superar sua inseg urança. Ajude seu jovem
le dos pais,e a música é uma delas. Os paisdevem realizartodo es- a buscar a raiz do problema, para resolvê-lo. Isso é mais efetivo do
forço possível para estabelecer valores apropriados durante os pri- que lidar com o sintoma do namoro precoce.
meiros anos, com o objetivo de que esses valores sirvam de guia Fixar uma hora para voltar para casa, o lugar onde se pode ir, o que
para seus filhos em tempos difíceis, quando a pressão social for o casaldeve fazer quando sai eom c quem deve sair são assuntos mui-
muito grande. Poucos adolescentes são suficientemente fortes to delicados e que causam grande preocupação. Os relacionamentos
para recusar por completo a música que seus amigos escutam. Os entre as pessoas de raças e religiões diferentes são problemas sérios
pais devem oferecer novamente orientação oportuna a seus filhos, nos lares religiosos. Os jovens que vêm de lares cristãos e felizes pre-
sem parecer arbitrári os. Naturalmente, você não é obrigado a ouvir ferem, em geral, seguir os ensinamentos e o exemplo de seus pais
música de que não gosta; por isso, exerça controle sobre o volume. quando começam a sair com pessoas do sexo oposto. No entanto, os
pais podem se dep arar com grandes ama rguras se nãoestiverem pre-
8 Os pais têm o di rei to de estabelecer regras par a o nam oro. Você parados para enfrentar esse d
ifícil período da vida dos fil hos.
pode dar a seus filhos o privilégio de sair com jovens do sexo oposto
depois de ter analisado fatores como adade i , a seriedade, a disposiç ão O namoro e o comportamento sexual
para aceitar responsabilidades e a maturidade do comportamento. Talvez os pais tenham menos influência e controle nas áreas de
Durante os primeiros anos da adolescência, não convém deixar namoro e sexo do que em qualquer outra da vida do adolescente.
que os casais saiam sozinhos. Você pode facil mente controlar as saí- Sem perceber, muitos pais colocam empecilhos no caminho dos fi-
das de seus filhos com pessoas do sexo oposto aoansformar tr o lar
num lugar agradável, onde ele se sinta à vontade com seu amigo ou sexo edeamor,
lhos, modonoque
período
eles não
maissentem
difícil de
confiança
sua vida.para
Poucos
conversar
pais estão
sobre
amiga. As famílias que têm adolescentes podem planejar atividades cientes do comportamento e das normas de seus próprios filhos.
para dar aos filhos a oportunidade de estabelecer relações saudá- Por uma razão simples. Porque há boas intenções, mas métodos
veis, sem ter que estar sempre sozinhos. Várias famílias podem se defeituosos. Ao não querer comentar esse tema, os pais pensam que
reunir em casa, fazer planos para escalar uma montanha, passear no desanimarão o filho ou a filha para que não namorem. Mais tarde,
campo ou na praia, ou praticar diversas atividades que permitam quando já não podem ignorar o assunto, tornam-se ditadores e domi-
que os jovens ajam em grupos supervisionados. As atividades da nadores em relação à hora em que seus filhos devem voltar para casa
igreja e da escola complementam os planos que os pais fizeram. e suas atividades. Além disso, reagem violentamente, com freqüên-
No início da adolescência, osovens j come çam a sair em pares. As cia zombam dos namoros do filho ou da filha, de modo que o adoles-
jovenzinhas acham que estão prontas para sair comseus amigos aos cente prefere escondê-lo para não cair no ridículo.
13 ou 14 anos. Mas os pais sábios não permitem isso até que elas Há um caminho melhor. O assunto do namoro deve ser tratado
completem 15 ou 16. As estatísticas indicam que, quanto mais cedo nos momentos familiares durante os primeiros anos da adolescên-
os adolescentes começam a namorar, mais propensos estão a se ca- cia. Os filhos devem se sentir livres para fazer comentários e pergun-
sar prematuramente. Da mesma maneira, quanto mais cedo se casa- tas, não importando quão estranhos ou surpreendentes possam ser.
rem, mais provável será o divórcio. Os pais devem evitar responder com sermões, comentários maldo-
O namoro entre os adolescentes não é aconselhável até terem ter- sos ou represálias. Você não gostaria que seu filho ou filha recebes-
minado o primeiro grau. Devemos reconhecer que é possível impe- se informação de sua parte em vez de recebê-la de seus amigos?
dir que o adolescente se comprometa seriamente numa relação Lembre-se também de que, nessas ocasiões, ele está aprendendo e
amorosa quando tem13 ou 14 anos, mas é muito diferente quando crescendo. Através de orientação paciente e sábia, e graças a uma
ele está com 17 ou 18. Os pais inteligentes não proíbem o jovem ou franca aceitação dos pais, os valores do adolescente surgirão gra-
a garota que está terminando o segundo grau, de ter relacionamen- dualmente.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
164/Fi lhos – educan do com su cesso Como m ant er as r elações entr e pai s e fi lhos/ 165
Depois de ter preparado o ca- Não podíamos continuar segurando-a à força. Agora, descobrir ía-
minho com conversas francas, mos se tínhamos cum prido ou não nosso dever de pais. Não era pos-
você poderá estabelecer as regras sível voltar ao passado para remendar o que tínhamos feito mal. Tí-
necessárias. Num acordo sobre os nhamos suscitado nela sentime ntos de rebeldia e ressentime nto. Já
namoros, é preciso estabelecer a era tempo de permitirque continuasse se u próprio caminho.
idade de começar, quantas vezes Os pais têm apenas de 18 a 20 anos para estar com seus filhos e
por semana, as horas de chegar em estabelecer os valores adequados para eles. Logo, vem o tempo de
casa, o objetivo dos encontros, as não mais intervir, embora seja difícil perceber que aquela carne de
saídas com pessoas desconhecidas nossa carne e osso de nossos ossos comete erros que afetarão seu
e outras coisas parecidas. Tudo futuro e talvez até sua salvação eterna. Meu esposo e eu sabemos
isso deve ser esclarecido antes que muito bem, porque passamos por isso. Mas confiamos que Deus nos
o adolescente comece a sair com ajudaria nas coisas futuras. A possibilidade de que seu filho tome a
pessoas do sexo oposto. decisão correta é maior quando ele não tem que lutar com você para
Uma das coisas mais difíceis de conseguir ser adulto e independente.
discutir, mas talvez a mais necessá-
ria, é o comportamento sexual. Mui- Uma palavra aos spai
desanimados
tos pais preferem fechar a porta da Muitos pais de adolescentes têm sentimentos de insuficiência
discussão sobre o tema, agindo de própria. Perguntas como “Será que fiz a coisa certa?” os atormen-
forma arbitrária. Sua reação exagerada fará com que o adolescente tam. Você sentiu esse drama alguma vez? Se continua fazendo a
se empenhe em defender suas crenças ou o levará a agir “por baixo mesma pergunta, tenha a certeza de que está agindo como deveria.
do pano”. Às vezes, as coisas parecem irremediáveis, mas talvez sejam melho-
Muitos pais se surpreenderiam ao ver com quanta liberdade os jo- res do que você imagina.
vens de hoje expressam seu afeto físico. Prepare-se para escutar seus
filhos e esteja pronto para dar conselhos sem se tornar juiz. Assim, casa,
Durante
a tensão
o período
e os desentendimentos
em que você conviveu
podemcom
tê-loadolescentes
confundido e em
ma-
poderá ajudar seus adolescentes a estabelecer suas próprias normas. goado. Os desentendimentos podem não ter sido agradáveis, mais
indicam que os canais de comunicação se mantiveram abertos. Um
A independência do filho conflito aberto é melhor do que uma guerra fria, onde os membros
Um estudante universitário entra no escritório de um profes- da família se escondem na hostilidade e indiferença silenciosa.
sor, levando seu cordão umbilical na mão e lhe pergunta: “Profes- Por mais difíceis que sejam os anos da adolescência, os pais de-
so r, onde posso deixar isto?” Nós achamos engraçado. No entan- vem manter as portas da aceitação, do amor e da comunicação aber-
to, provavelmente, o trabalho mais difícil dos pais durante a ad o- tas. Sejam firmes e amorosos. O adolescente pode se mostrar hostil,
lescência seja deixar seus filhos em liberdade quando chegar o ressentido, rebelde, mal-humorado e retraído. Você pode sentir que
momento. Os pais cristãos têm ainda mais dificuldade para fazer sua paciência se esgotou, e querer abandonar tudo, se distanciar, ou
isso. Achamdifícil pensar queo filho adolescente opssa viver por pedir ao filho ou à filha que saia de casa. No entanto, lembre-se de
conta própria no mundo. Estão conscientes dos perigos que o que, quanto mais difícil for seu filho, mais necessidade de amor e
ameaçam: relações sexuais pré-matrimoniais, casamento com aceitação ele tem. Mesmo que ele rejeite tudo que você fizer, jamais
pessoas de outra religião e rejeição dos valores espirituais. Por- o rejeite. Você é uma pessoa madura; seu filho ainda está amadure-
tanto, tornam-se superzelosos e tentam f o r çar o adolescente a to- cendo. Você pode agir com juízo durante o momento de dificuldade,
mar decisões “corretas”. mesmo quando ele não pode. Ao se comportar com firmeza, mas
Meu marido e eu procuramos segurar ao máximo nossa filha com amor, você terá sua recompensa, se ele no futuro imitar seu
mais velha. Um dia, no meio de seu desespero, incapaz de se co- comportamento sensato. Procure agir de tal maneira que, quando
municar verbalmente com o pai, ela escreveu uma carta na qual, seu filho sair de casa, mantenha as melhores relações com você.
em resumo, havia esteatético
p pedido: “Papai, por favor, me dei- A culpa que uma pessoa sente pelo que fez ou deixou de fazer
xe ser eu mesma!” apenas piora a situação. Nosso medo de fracassar, às vezes, atrapa-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
166/Fi lhos – educan do com su cesso Como m ant er as r elações entr e pai s e fi lhos/ 167
lha nosso pensamento até o ponto em que não podemos distinguir se fizermos um trabalho consciencioso com a criança, ela vai conti-
entre a culpa real e a culpa irracional. Cada novo probl ema que sur- nuar nobom caminho? Passamos por mome ntos de muita cul pa. Es-
ge traz novos tem ores, diante da possibilidade de ag ir de forma ina- peramos e oramos, mas até quando?
dequada. A opressão da culpa fica tão intensa que ameaça nos alie- Não é possível eli
minar a dor, mas você pode concentrar
se na es-
nar. Se não pudermos enfrentar nossos sentimentos de culpa de for- perança pa ra o futuro. Faça um esforço para não se fixar no lado ne-
ma aberta e honesta, eles estragarão as relações com nosso cônju- gativo da vida. Fortaleça a esperança, confiando que no futuro a si-
ge, nossos filhos, nossos familiares e os companheiros de trabalho. tuação será m ais positiva. Além disso, el mbre-sede que os filhos
A culpa é como um ladrão e nos rouba o prazer de viver. adolescentes têm direito de tomar certas decisões concernentes a
Estudos recentes sobre o desenvolvime nto infantilindicam que o seu futuro. Eles devem ser responsáveis por suas decisões, seu
temperamento da criança tem mais influência sobre seu desenvolvi- comportamento e pelos resultados de sua maneira de ser.
mento do que se supunha. Com freqüência, chama-se a atenção para Finalmente, confie em Deus. Talvez a reflexão doSalmo 37 p ossa
o grande poder do pai e a debilidade da criança. Todos reconhece- ajudá-lo asobreviver qua ndo se sentirabandonado. Você encontra-
mos a profunda influência que o pai exerce, mas sube stim amos o rá grande consolo durante o difícil período da adolescência de seus
papel do fi lho em seu própri o desenvolvi ment o . Os pais devem es- filhos se puder confiar num Poder superior. Mas não se esqueça de
tabelecer uma distinção entre influência e controle. Ambos podem que não é a quantidade de orações feitas o que fará com que o filho
ser exercidos durante os primeiros anos, mas os pais têm de dimi- se comporte de for ma diferente, em bora isso definitivamente ajude.
nuir o controle quando os filhos chegam à adolescência. Mesmo O que realmente comove o coração de nossos filhos é a mudança de
com os menores, deve-se evitar o excesso de controle. Cada crian- atitude que manifestamos como resposta a nossas orações. Deus
ça é um indivíduo parti cular, com sua própria vontade e apacida-ca ama nossos filhos adolescente s com amor eterno. Seulho Fi morreu
de de tomar decisões. para salvá-los. Eles podem captar o amor de Deus através de nós?
A Bíblia nos mostra que De us valoriza as pess oas, apes ar de seus O impacto que isso provoca tem conseqüências eternas.
fracassos. Nosso valor e identidade não dependem do que realiza-
mos ou deixamos de realizar como pais.
Acei temos anos
valor! Se fizermos isso, poderemos enfrentar so preópri
culpa o
ajudar nos-
sos filhos durante os traumáticos anos da adolescência. O filho é
uma pessoa valiosa, mesmo que escolha valores diferentes daqueles
que você gostaria que escolhesse. Ele deve ser capaz de desenvol-
ver seus próprios valores e viver a vida que escolheu. Quanto mais
velho ele for, menos você poderá controlá-lo.
Os pais precisam se lembrar de que os filhos são pessoas valio-
sas, independente do seu comportamento. Meu esposo e eu gosta-
ríamos de ter podido ver além do comportamento de nossos filhos,
para discernir seus verdadeiros motivos. O comportamento é ape-
nas um sintoma manifestado por um adolescente com problemas, e
incapaz de enfrentar as pressões da vida. O que aconteceria se nos-
sa relação com Deus dependesse de nosso comportamento? Um dia
desfrutaríamos do amor de Deus e no dia seguinte experimentaría-
mos Seu castigo por causa de nosso comportamento. Deus não ig-
nora nossa má conduta, mas nem por isso nos rejeita. Seu amor in-
condicional é um modelo para nós.
Pode ser que chegue o dia em que você se sinta ferido, sem en-
contrar remédio para sua dor. Somente um filho consegue nos ferir
dessa maneira. O que um pai pode fazer numa situação assim? O
que aconteceu com a promessa de Provérbios 22:6, segundo a qual,

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
Capítulo 7

O p ap el d os
p ai s n a p r even ção
d as d r oga s
– A Sra. Potterestá? Sou o Sargento Quingley, da delegacia de
Hillcrest, e quero dizer que suas duas filhas estão detidas co-
nosco, acusadas de usar drogas.
– Sinto muito, sargento. Deve hav
er um eng ano – disse a Sra. Po
t-
ter, com voz entrecortada. – Minhas filhas estão dormindo em seus
quartos.
Mas elas realmente estavam em seus quartos?
O policial continuou seu relato sem vacilar. Falava com voz séria.
As duas garotas, Susan, de 16 anos, ane,
e J de 41, tinham sidodeti-
das junto com um grupo de jovens. No entanto, a Sra. Potter não po-
dia acreditar no que estava ouvindo. Possivelmente, o policial tinha
William
detido outras jovens com o mesmo sobrenome: Potter. Outros jo-

Res umo d o capítulo B. A necessidade de aceitação influência dos pais 1. Muitos pais não reconhecem
1. Uso de drogas para aliviar 2. No lar pode-se aprender a ce- quando seus filhos estão
III. O uso de drogas está muito problemas emocionais der à pressão dos colegas drogados
difundido a. Alguns adolescentes não se D. Aborrecimento 2. Sintomas indicadores do uso
A. Acontece nos melhores sentem amados E. A desintegração da família de drogas
lares e vizinhanças b. Alguns adolescentes se 1. Os pais egocêntricos com fre- B. Como tornar o lar mais
B. Até os “bons” garotos sentem solitários qüência ignoram seus filhos atrativo
podem usar drogas c. Alguns adolescentes se 2. O divórcio costuma deixar o 1. Incentive seu filho a ter
sentem ansiosos lar sem a figura do pai objetivos positivos
III. Por que os adolescen tes 2. Os adolescentes precisam de F. O rock 2. Incentive-o a escolher bons
usam drogas segurança e ânimo amigos
A. Exemplo dos pais 3. Os mais susceptíveis de usar III. O que os pais podem fazer 3. Incentive-o a praticar
1. O uso de drogas é aprendido drogas são os que se sentem: A. Tanto os pais como os filhos atividades saudáveis
2. A atitude dos pai s pode a. Insuficientes precisam de informação
contribuir b. Inseguros sobre as drogas
a. Muitos pais bebem c. Rejeitados
b. Muitos pais fumam C. Pressão dos colegas
c. Muitos pais usam 1. Com freqüência, a pressão
comprimidos dos colegas neutraliza a

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
170/Fi lhos–edu can docomsu cesso Opapeldospai sn apr even çãodasdr ogas/ 171
vens usavam drogas. Mas ela e o esposo viviam na melhor parte da land, Nova Iorque,
cidade. Eram pessoas bem-educadas. Iam à igreja regularmente. E fizeram uma pes-
ela passava a maior parte do tempo com a família. quisa que durou
Seu esposo, Robert, reagiu da mesma maneira. Em que eles ha- cinco meses, sobre
viam falhado? Tanto Susan como aneJ eram muito populares entre o uso de drogas nas
suas colegas de escola, tinham boa conduta e eram garotas muito escolas. Os pró-
bonitas. Nãorecebiam dinheiro extra para seus gastos e os pais su- prios estudantes
pervisionavam cautelosamente suas atividades. Susan estava droga- planejaram, prepa-
da com heroína! E Jane vinha fuma ndo maconha ha via cinco meses! raram e aplicaram a
Possivelmente, o leitor também considere difícil acreditar nessa pesquisa. Nem pro-
história, achando que os usuários de drogas vêm de lares mal cons- fessores nem ou-
tituídos e sem educação ou recursos financeiros. Mas os tempos tros adultos tive-
mudaram. Agora, com seus muitos tentáculos, o uso de drogas já ram algo a ver dire-
chegou a todos ostipos de al res, vizinhanças, escolas e neg ócios. O tamente com ela. E
fato desse pesadelo não ter afetado sua família não é garantia de eles se surpreende-
que nunca chegará, especialmente se você se nega a aceitar que um ram ao descobrir
problema dessa natureza possa existir em seu lar. que apenas 42%dos
Que tipo de ovens
j têm ca ído na armadilha das drogas? Provavel-
estudantes tinham provado, até aquele momento, alguma droga. To-
mente você se equivoque ao tentar descrevê-los como delinqüentes dos acreditavam que a pesquisa revelaria uns 70 ou até 90%.
juvenis. Estudos recentes revelaram que 78%dos jovens que usam Segundo a pesquisa, o que mais influenciou os estudantes que ha-
drogas são tranqüilos, agradáveis, conservadores, de bons costu- viam experimentado drogas foram os hábitos dos pais. Isso não
mes, mas facilmente influenciados pelos outros. Geralmente, têm quer dizer que os hábitos dos pais foram necessariamente a causa,
poucos amigos íntimos (se é que têm) e seus interesses são freqüen- mas certamente o exemplo deles “influenciou significativamente”.
temente mais femininos que masculinos. Muitos dos usuários de Algumas perguntas da pesquisa visavam avaliar quão freqüentemen-
drogas são pessoas delicadas e de fala suave. te os pais usavam álcool, cigarros, remédios para dar energia ou
Se 78%dos usuários de drogas são pessoas tranqüilas, agradáveis, comprimidos para dormir, ouscutiam
di violentamente diante dos fi-
conservadoras e de bons modos, o que os leva ao vício? Este é exa- lhos. Constatou-se ueq o hábito dos pais que mais influencia os fi-
tamente o problema que desejamos analisar aqui; não falaremos de lhos é o consumo de álcool. Os estudantes que disseram que suas
uma cura para o problema, mas de como os pais podem evitar que mães bebiam de forma constante manifestavam uma tendência
a dependência das drogas entre em seus lares. mais definida para o uso de drogas.
Os anúncios publicitários de diversos medicamentos estimu-
Exemplo dos pais lam o público a desenvolver a síndrome de “preciso tomar algo”,
Para analisar a razão de muitos jovens caírem no uso das drogas, afirma John E. Ingersoll, diretor do Dep artamento deNarcóticos
vamos nos concentrar no exemplo dos pais. O JDr.
ames Hawkins, e Drogas Nocivas, nos Estados Unidos. E analisa: “Desde o pri-
psiquiatra do Hospital Geral Highland, de Oakland, Califórnia, diz meiro programa do dia até o momento em que os programas
que o uso de drogas é algo que as crianças aprendem de seus pais. saem do ar, o público é bombardeado através do rádio e da tele-
“Todas as crianças imitam seus pais”, afirma o Dr. Hawkins. “Se os visão com insistentes propagandas, simpáticas representações e
pais têm uma boa conduta, o mais provável é que conseguirão que terríveis advertências, em que se oferecem medicamentos para
seus filhos tenham conduta igual. Mas, se o filho observa que seu curar a maior parte dos sintomas de doenças imaginárias ou
pai ou sua mãe toma compridos ao se levantar para ter bastante reais, ou que permitem escapar da dura realidade.” Para ele, “o
energia durante o dia, e antes de deitar volta a tomá-los, e quando conteúdo dos armá rios dos lares é uma evidência da eficácia des-
está com problemas procura bebidas alcoólicas, o mais provável é sa intensa campanha de promoção”.
que ele irá copiar esse tipo de conduta.” J ohn Lindsay, ex-prefeito de Nova Iorque, desabafou certa vez
Em certa ocasião, os alunos das escolas secundárias de Long Is- que, desde a idade de dois anos, as crianças se tornam condiciona-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
172/Fi lhos–edu can docomsu cesso Opapeldospai sn apr even çãodasdr ogas/ 173
das ao que vêem na televisão “para se levantar pela manhã, se acal- David Wilkerson,
mar, ficar alegre ou liberar suas tensõe s, com comprimidos”. em seu livroPa -
Os fabricantes de remédios gastam a cada ano milhões de dólares rents on Tr i al , nos
em anúncios de televisão que implantam na mente dos telespecta- fala de Nicky Cruz,
dores a idéia de que existe uma solução química para todos os pro- um jovem andari-
blemas da vida, incluindo a dor, o tédio e a ansiedade. lho através de que m
Como você lida com suas ansiedades e frustrações? Você acha chegou a saber de
que cada crise que enfrenta requer a ajuda de uma muleta? Procura muitos lares onde
sempre algo em seus armários? Tem ensinado seus filhos que há um não havia amor.
comprimido para resolverada c problem a? É bom valorizaros remé- Quando Nicky ti-
dios, que nos ajudam nas dificuldades, mas não devemos desenvol- nha quatro anos,
ver uma dependência paranóica deles para enfrentar cada proble- viu um grupo de
ma. Sua atitude em relação aos emrédios é de importânciatal,vi por- mulheres que con-
que os filhos o tomam como referência. versavam em sua casa, e ouviu quando a mãe disse a suas amigas algo
que encheu seu coração de temor: “Na verdade, não queríamos ter
A necessidade de aceitação Nicky. Queríamos que nunca tivesse nascido.”
Uma segunda razão de os jovens caírem no uso de drogas é a sua ne- Nicky percebeu que não o queriam e, poucos anos mais tarde,
cessidade de fugir dos problemas emocionais. “Os adolescentes quesaiu de casa. Passou a viver como um animal, até o dia em que Da-
usam drogas geralmente têm sérios problemas emocionais que alcan-vid Wilkerson o encontrou, enquanto participava das atividades da
çaram um rau g crítico. Sua maiornecessidade é resolverproblema
o ”, organização de resga te juvenil“Teen Challenge”. Atualmente , Nicky
diz o Dr. James W. Vander W eele, psicólogo de Denver, Colorado. trabalha com Wilkerson.
Esse especialista co nta a história de uma garota, vítima do uso de Os que têm tendências neuróticas, complexos de inferioridade,
insegurança ou que se sentem rejeitados são mais susceptíveis que
drogas, Por
amam. quefavor,
pedia:não“Esta
meéafastem
a primeira
deles.”
vez que
O psicólogo
consigo amigos
Vanderque
Weele
me outros ao uso de narcóticos. Em muitos casos, mesmo que o usuá-
explica: “A garota realmente nunca teve amigos, até que fez parte de rio de drogas não tenha qualquer neurose, as drogas provocam uma.
um grupo. A única coisa que seus colegas de grupo exigiam em tro- Existe algo nomundo que possa ajudar osovens j que têm proble-
ca de sua amizade era que ela usasse drogas com eles. Para ela, na mas emocionais e se sentem isolados? Há algo que possa ajudá-los
verdade, o uso de drogas não interessava, mas precisava de amigos; a enfrentar os problemas do dia-a-dia? Existe alguma organização,
assim, aceitou.” além das que se dedicam a combater as drogas, onde eles possam
O Dr. Vander Weele tem encontr ado muitosadolescentes que usam ser aceitos e se sentir parte do grupo?
drogas e são jovens fracassados, que se sentem terrivelmente solitá- O adolescente, candidato potencial ao uso de drogas, está bus-
rios. Não foram aceitos em lugar algum. Não se destacaram nos estu- cando o que outros jovens já têm: um lar onde possa se sentir acei-
dos, nos esportes ou com outras pessoas… Encontram seu lugar ape- to e amado. Um adolescente emocionalmente estável pode manter
nas se associando com outros jovens com os mesmos problemas. seu equilíbrio a maior parte do tempo, porque sente a segurança do
A maioria das pessoas usa drogas para acalmar suas ansiedades, amor de seus pais. Eles lhe dão parte de si mesmos, assim como de
porque acham que assim podem enfrentá-las melhor. Um viciado em suas posses, e o jovem sabe muito bem que pode contar com eles.
heroína disse a um jornalista: “Você não entende o que stou
e falan-
do; você se sente bem todo o tempo. Mas eu preciso gastar cem dó- Pressão dos colegas
lares por dia para me aliviar um pouco.” A pressão dos colegas e amigos é uma terceira razão pela qual os
Portanto, não devemos nos surpreender com o fato de as drogas adolescentes começam a experimentar drogas. Essa pressão é sen-
exercerem tã o grande atração sobre os adolescente s. Eles precisam tida principalmente durante a adolescência, e chega a ser maior do
de segurança e aceitação; por isso, são presas fáceis daqueles que que a que os pais exercem. Ceder à pressão dos colegas e à curiosi-
lhes prometem um mundo quase inacreditável de sensações e bem- dade despertada em relação às drogas é algo que os jovens às vezes
estar psicológico. aprendem de suas mães. Por exemplo, eles percebem que sua mãe

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
174/Fi lhos–edu can docomsu cesso Opapeldospai sn apr even çãodasdr ogas/ 175
cede à pressão de comprar um vestido novo simplesmente porque lar moderna. Não quero dizer com issor ock quetenha
o criado o pro-
sua melhor amiga comprou um, ou que o pai compra um carro es- blema das drogas, mas na verdade poucos pais entendem a lingua-
porte simplesmente porque não quer ser menos que seu amigo. gem subcultural que se expressa nas letras desse tipo de música.
Quando a sociedade é a motivação das ações dos pais, e o que os ou- Em muitos casos, a referência às drogas é clara e inconfundível.
tros dizem, pensamou fazem se torna sua consciência, filhos
os apren- Em outros, a letra é ambígua ou talvez apenas sugestiva, mas muitos
dem que devem fazer também o que seus colegas e amigos lhes ditam.adolescentes, mesmo crianças, deduzem que suas palavras se rela-
cionam de alguma forma com as drogas e seu uso. Há músicas que
A influência do tédio comunicam a idéia de que usando drogas se tem acesso a um mun-
Uma quarta razão que explica o uso de drogas é o tédio. Uma pes- do ideal e pacífico, libera-se a mente e se têm visões douradas. Os
quisa realizada pela revista Canadian LeDain revelou que muita pais precisam prestar atenção à forma como essas músicas que glo-
gente usa drogas por causa da monotonia. Diferentemente do usuá- rificam a subcultura das drogas afetam as decisões de seus filhos.
rio de drogas que as usa como uma proteção contra os estímulos do
mundo exterior,esse grupo procura novas sensações. O que os pais podem fazer?
O Dr. James Hawkins concorda com essateoria. “Muitosove j ns Você está convencido de que não quer que seus filhos ou outros
experimentam drogas porque estão entediados. Se os pais tentarem jovens se tornem usuários de drogas? Tem pensado no que pode fa-
mantê-los ocupados em atividades construtivas, os ajudarão a com- zer pessoalmente? A informação é outro passo importante na pre-
bater a tentação das drogas. Por exemplo, um jovem se interessa por venção do uso de drogas, e é um bom começo.
música, pratica suas lições e entra numa banda escolar. Mas se o pai Muitos jovens admitem que stiveram
e drogados diante de seus pró-
e a mãe não se interessam em assistir aos concertos de sua banda, prios pais sem que eles percebessem. Os pais devem estar atentos
provavelmente ele se desanimará e se retirará da banda. Se isso para detectar os sinais inconfundíveis que aparecem em toda pessoa
acontece, o adolescente terá mais tempo disponível e provavelmen- que usa drogas. Trata-se, em termos gerais, dos seguintes sintomas:
te buscará a companhia de outros jovens desocupados como ele, que marcas de agulha nos braços ou nas pernas; olhos arroxeados e úmi-
logo
seus opais
conduzirão
se interessem
às drogas.
pelasOscoisas
adolescentes
que elesacham
fazem.importante
E se chateiam
que dos;
ção acentuada
pupilas reduzidas;
com espasmos
olhares furtivos;
do corposonolência
e tendência
rônica;
c niaqu
caminhar
ieta- com
quando notam que não há tempo nem dedicação para eles.” rapidez; propensão a transtornos estomacais; feridas nos braços, pés
e corpo; hábito de esfregar o nariz; freqüentes enjôos; evidente dete-
A desintegração da família rioração mental e física; depressão e melancolia; mania de persegui-
O Dr. Hawkins acredita também que um quinto aspecto do proble- ção; sono profundo crônico; perda do interesse nos estudos; incapa-
ma das drogas se relaciona com a desintegração da estrutura familiar. cidade de concentração nos estudos; falta de interesse pelas ativida-
Às vezes, tanto o pai como a mãe só se interessam pelo que eles pró- des esportistas e outras formas de exercício; irritabilidade; tendência
prios fazem, sem se importar com as ativi
dades do restante da famíli
a. a mentir; atitude de não querer falar para não se incriminar.
O aumento alarmante dos divórcios tem deixado muitos filhos Os colégios devem oferecer aos adolescentes bons programas
sem pais. Os sociólogos e os psicólogos afirmam que, se os lares educativos sobre as drogas. Em Washington, Estados Unidos, foi
contassem permanentemente com a presença de um homem de ca- aprovado um excelente programa de educação sobre drogas, que
ráter firme, a delinqüência juvenil se reduziria consideravelmente. passou a fazer parte do plano de estudos desde a pré-escola até o II
Muitas vezes, os jovens usuários de drogas vêm de lares onde uma grau. Do pré à terceira série, esse curso enfatiza a nutrição, orienta
mulher era a única inf
luência, oua mais forte. Eles se ressente
m da sobre o perigo dos remédios usados habitualmente nos lares, e dá
indispensável direção de um homem, e passam a se identificar com instruções sobre o mau uso que as crianças fazem de estimulantes
suas mães, avós ou irmãs. Essa identificação gera no jovem senti- como o café, ochá e os refrigerantes. Da quarta à sexta série, anali
-
mentos de inadequação, que produzem confusão em relação a seus sa-se o hábito de fumar e cheirar cola e, além disso, o uso de álcool
pais e ao papel que deveriam desempenhar na vida. e narcóticos. Na sétima e oitava séries é discutido o efeito socioló-
gico das drogas, enfatizando os problemas da atualidade. Para os
O rock alunos do II grau, os estudos sobre as drogas estarão entrelaçados
A sexta influência no uso de drogas é encontrada na música popu- com as classes de economia domé stica, português e sociologia.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
176/Fi lhos–edu can docomsu cesso Opapeldospai sn apr even çãodasdr ogas/ 177

Teste sobre prevenção de uso de drogas 2 Ensi ne seu fi lho a escolher bons am i gos . Peça-lhe que leve
os amigos para casa, para poder observar suas atividades. Cuide
O exemplo dos pais é a influência principal que determina se um filho para que os lugares que seu filho freqüenta lhe permitam encontrar
usará ou não drogas. Faça um círculo ao redor da resposta que considerar amigos que possa levar para casa e dos quais sinta orgulho.
correta em seu caso. V significa “verdadeiro” e F, “falso”.
V F 1. Minha vida é l ivre de hábitos comumente vistos como solução
3 Aju de seu fi lho a escolher ati vi dades par a serem dese mp e -
nhadas no te mpo livr e . Os jovens que se interessam devidamente
para os problemas da vida, como: pela escola e se mantêm ocupados com outras atividades adequa-
a. Álcool
b. Cigarros das depois das aulas dificilmente se associam a outros jovens que
c. Comprimidos para dormir poderiam induzi-los ao uso de drogas.
d. Estimulantes Ajude seu filho a participar de atividades musicais, atléticas e em
e. Analgésicos clubes patrocinados pela greja,
i a escola ou aomunidade
c . Se ele ti-
ver idade suficiente, um trabalho que possa realizar depois das au-
V F 2. Meu filho encontra, aceitação, amor, segurança e incentivo em las o manterá ocupado; renderá algum dinheiro para pagar futuros
nosso lar. estudos, roupas e atividades sociais; e ao mesmo tempo fará com
V F 3. Não permito que a sociedade se torne a razão de minhas que ele se sinta útil, o que será ótimo para sua auto-estima. Sendo
atitudes e ações, e incentivo meu filho a agir da mesma que em grande parte o uso de drogas acontece durante as horas da
maneira. tarde ou nos ins
f de semana, David Wil kerson recomenda o seguin-
te: “É um dever dos pais fazer com que os filhos não tenham tempo
V F 4. Interesso-me pelas atividades de meu filho e o i nstruo para que livre que possam dedicar a atividades sociais sem planejamento ou
tenha atividades construtivas depois da escola. supervisão alguma, sobretudo durante essas horas.”
V F 5. Nosso lar não
autoridade é afetado
forte pelo divórcio
(de preferência, e conta com uma
masculina). dasEmdrogas
resumo,
está
pode-se
num sólido
dizerrelacionamento
que a melhor solução
familiar,para
ondeo problema
as pes-
soas se respeitam devidamente e se amam. O respeito mútuo dá
V F 6. Meu filho não está sendo influenciado pela música que exalta novo significado à relação familiar e cria uma atmosfera em que os
o mundo das drogas. filhos vão amadurecendo num ambiente saudável. Além disso, os
pais devem dar aos filhos o exemplo, vivendo em harmonia com as
Na página 254 estão as instruções para determinar a pontuação. normas de conduta que mantêm como ideais.

A arma mais efetiva para manter um jovem afastado das drogas


é a segurança de um lar onde os laços familiares são firmes e es-
tão fortalecidos pelo amor. Apresentamos a seguir os três passos
preventivos mais importantes que os pais podem dar:
1 In cent i ve seu fi lho a es tabele cer alvos po siti vos na vi da .
Faça com que ele desenvolva um conceito correto da dignidade do
trabalho, para que possa encontrar um modo honrado de ganhar a
vida. Ensine que a vida é ma u missão sagrada e que todos teremos
de responder por nós mesmos no dia do juízo. Quando um jovem
aprende a buscar objetivos elevados, não se sente tão inclinado a
ent r egar-se às drogas, ao álcool ou outras tentações.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
Capítulo 8

Riv ali d ad e e
ha rm o nia entr e
i r m ão s
Em todas as épocas, têm existido entre os irmãos amor e bonda-
de, brigas e competições, resistências e provocações, indiscri-
ções e segredos, acordos e desacordos, jogos e trabalhos. A Bíblia, a
mitologia, os contos de fadas, as músicas, os bailes e os dramas, todos
ilustram a universalidade da harmonia, das rivalidades e das tensões
que existem entre irmãos.
Todo filho deseja ter certeza de que seus pais o querem e se preo-
cupam com ele, não importa quantos outros filhos haja na família.
É difícil para a criança entender como a chegada de outro filho no
lar não diminui o amor que os pais sentem por ela. Dividir o amor e
a atenção dos pais é mais difícil para algumas crianças do que para
Leandro Kaercher
outras; mas mesmo os filhos únicos aprendem que devem dividir o

Res umo d o capítulo III. As crianças devem aprender C. Insista para que se revezem 5. Ensine as crianças a resolver
a compartilhar ao fazer algo seus conflitos
II. É comum a rivalidade entre A. A chegada de outros fil hos D. Faça-os trabalhar
irmãos não diminui o amor dos pais E. Coloque-os no mesmo barco V. Outros métodos para acalmar
A. Há várias modalidades: B. Mesmo o filho único nem F. Sempre que possível, deixe os ânimos
1. Brigas sempre pode ser o centro que eles solucionem seus A. Use o método de ouvir
2. Competição das atenções próprios problemas ativamente
3. Tirar as coisas C. A forma como os irmãos 1. Às vezes, a intervenção dos B. Arrume entretenimentos que
4. Provocações se tratam determina como pais piora as coisas distraiam
5. Acusações tratarão os outros 2. Às vezes, os pais não sabem 1. Leia uma história para eles
6. Discussões D. Como lidar com o ciúme quem é o culpado 2. Peça-lhes que montem um
B. É universal entre os irmãos 3. Quando um não quer, dois não quebra-cabeça
brigam 3. Peça-lhes que brinquem com
II. Cada criança compete com asIV. Como tratar a rivalidade 4. Ensine as crianças a arbitrar argila ou massa de modelar
demais entre os irmãos suas diferenças
A. Todos querem o amor dos A. Exponha-os a uma
pais confrontação frente a frente
B. Todos querem atenção B. Peça-lhes uma explicação
escrita de suas diferenças

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
180/Fi lhos–edu can docomsu cesso Ri vali dadeehar m on i aen tr ei r m ãos/ 181
amor da mãe com o pai e o do pai com a mãe. “eu não fiz nada”. Quando a “vítima inocente” tentava convencê-la de
Os psicólogos acreditam que a maneira como os irmãos se relacio- que não tinha culpa, ela lhe perguntava: “Que parte você teve no pro-
nam entre si enquanto crescem determina em grande medida a formablema? O que você fez para evitá-lo?” Sempre havia uma resposta.
como tratarão as outras pessoas no futuro. Mesmo os cuidados e os Às vezes, a mãe sentia que estava no limite de suas forças, porque pa-
sentimentos de culpa são reações naturais no processo de conviver e recia que seu método nunca iria dar o resultado desejado. Mas começou
crescer em família. Quando os pais lidam descuidadamente com essasa notar que as visitas à cadeira eram menos freqüentes, com o tempo, e
rivalidades entre irmãos, às vezes fica difícil modificar os efeitos des- o ambiente da casa era cada vez mais tranqüilo. Estava ensinando a seus
trutivos que se produzem. filhos que são sempre necessários dois para começar uma briga. Pouco
O ciúme é uma realidade da vida. Mas a pergunta que deve ser fei- a pouco, os garotos passaram a agir com mais responsabilidade, o que
ta é: como você enfrenta essas rivalidades? Como reage quando seus contribuiu para que se comportassem da mesma forma fora de casa.
filhos discutem, brigam e competem entre si? Muitas vezes, os pais se Um dia, a mãe os deixou sozinhos, enquanto ia à feira. Quando vol-
cansam, ficam nervosos e incomodados, de modo que não podem re- tou, encontrou Pedro e Luís sentados nas cadeiras. Faltavam apenas
solver devidamente os problemas familiares. Contudo, os filhos de- dois minutos para comp letar os cinco . Ela não disse na da. Quan do to-
pendem deles para que lhes indiquem quando estão agindo de manei-cou o relógio, eles se levantaram e correram para brincar á fora.
l Amãe
ra errada. Deve-se pôr um limite à rivalidade entre os filhos. nunca lhes perguntou porquese autodiscipli naram.Tinham feito o cor -
reto e isso era o que importava. A constância da mãe determinou a efe-
Confrontação frente a frente tivid ade do mé
todo.
O que chamamos de confrontação frente a frente é um método supe- Quando esse método não produz resultado positivo, deve-se geral-
rior a qualquer outro para reduzir permanentemente a rivalidade. Pedro mente à inconstância na sua aplicação. As lições não são aprendidas
e Luís brigaram e discutiram o dia todo. Por mais que a mãe os repreen- colocando cadeiras apenas uma vez na semana, no momento em que a
desse, continuavam com seu mau comportamento. Ela os ameaçou, co-paciência já se esgotou. A rivalidade pode se atenuar nesse momento,
locou-os em uartos
q separados e os repreendeu com ritos.
g Já estava mas não permanentemente, como seria o caso se o método fosse usa-
do de forma constante. Os pais que têm crianças de dois anos e meio a
cansada
Enquantoe quase
trabalhava
vencida.
na cozinha
Os garotos
e pensava
continuavam
no castigo
decididos
certo que
a brigar.
po- cinco poderiam reduzir o tempo de confrontação pela metade. Prove-
deria aplicar, ela teve uma idéia brilhante como um raio de luz na es- o e comprove seus benefícios.
curidão: “Confrontá-los frente a frente.” Pegou duas cadeiras, chamou
os garotos e lhessse di com firmeza: “Pedro, sente
-se aqui, e você, uLís, Relatório escrito
aqui. Agora, olhem-se um para o outro. Não se movam ne m falem. Co- Um relatório que detalhe o ocorrido também pode ajudar a resolver
locarei o relógio para tocar daqui cinco minutos. Prontos? Comecem.” uma disputa, porqu e contribuirá para que as anças cri exte
riorizemseus
Pedro, de nove anos, começou a discutir. Luís, de menos de quatro, sentime ntos hosti
s ao colocá-los nopapel. Usávam os esse mé todo em
saiu da cadeira, mas a mãe o obrigou a ficar sentado. Finalmente, res- nosso lar quando nossos filhos de dez e doze anos se atracavam em
mungando e trocando ameaças, ambos permaneceram nas cadeiras. Auma acalorada discussão. Dávamos papel e lápis, e mandávamos cada
mãe parou a briga, ignorou os protestos e voltou a pôr o relógio para um para um quarto. Pedíamos que escrevessem todo o ocorrido.
tocar em cinco minutos. Mark, de dez anos, que era o mais emocional e expressivo, em certa
Quando os garotos completara m os cinco minutos de muda confron- ocasião, dedicou 45 minutos para descrever um incidente e extravasar
tação, ela os deixou ir. Se acaso o plano não funcionar de forma ade- todos os sentimentos no papel. Rodney, o filho mais velho, mais está-
quada, coloque-o em prática todo o tempo que for necessário, com vel, de caráter tranqüilo e menos emocional, demorou apenas dez mi-
amor, mas com determinação. nutos para escrever seu boletim, onde descreveu brevemente as coisas
Daquele dia em diante, a expressão “Bem, garotos, as cadeiras” se como haviam acontecido.
tornou um chamado familiar. A mãe aprendeu a não esperar que as
brigas se tornassem muito violentas, mas aos primeiros indícios de Bancoreserva do
problema enviava Pedro e Luís para as cadeiras. Os meninos protes- Em uma coluna de jornal, apareceu outro método interessan-
tavam, e às vezes discutiam quanto à cadeira que cada um escolhia. te. Dizia: “Agora que nossos seis filhos cresceram, sempre que
A mãe nunca se rendeu diante das desculpas de “ele começou” ou saímos de viagem, surge uma discussão em relação a quem deve

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
182/Fi lhos–edu can docomsu cesso Ri vali dadeehar m on i aen tr ei r m ãos/ 183
Mante
nha distância
Rivalidade entre irmãos Sempre que for possível, deixe que as crianças resolvam elas mes-
mas seus problemas. Às vezes, os pais complicam as coisas quando
Este teste irá medir seus conhecimentos sobre a forma como se deve querem resolvê-las. Em geral, é difícil determinar quem é culpado ou
controlar a rivalidade entre irmãos.V significa “verdadeiro” e F, “falso”. inocente. Quase sempre ambos são responsáveis pelo problema. A
criança habitualmente tranqüila pode ter provocado o irmão briguen-
V F 1. Sempre que for possível, os pais devem permitir que seus filhos to. De modo que, quando um deles se queixa, você pode dizer: “Sinto
resolvam seus problemas e diferenças sozinhos. muito, mas acredito que você e seu irmão podem se entender sem aju-
V F 2. Em geral, é difícil estabelecer quem é o culpado e quem é o da.” Passe a solução do problema aos próprios garotos, a quem perten-
inocente numa briga. ce, e não interfira. Às vezes, terá que enviá-los a um quarto separado
V F 3. Quando um irmão faz fofoca sobre o outro, o pai ou a mãe para que resolvam a situação.
deve tratar o problema dizendo que acredita que a criança será Os pais podem acha r muitodifícil entender por que não deve
m arbi-
capaz de resolver sua situação sozinha. trar nesses casos. Sentem que é seu dever ensinar as crianças a não bri-
V F 4. Um método positivo de tratar a r ivalidade entre irmãos quando gar, e isso é certo. Mas arbitrar não cumpre esse propósito. Soluciona
não se pode determinar quem é o culpado é colocá-los todos o problema do momento, mas não ensina as crianças a evitar futuros
no mesmo barco, ou seja, castigar inocentes e culpados. conflitos.Se a intervenção dos pais assfaz,
sati que ne
cessidade m
tê de
V F 5. Os pais devem evitar agir como juízes num jogo de “foi ele deixar de brigar?
quem começou”.
V F 6. Muitos irmãos menores provocam deliberadamente os maiores Coloque-osno me
smo ba
rco
para terem o pai ou mãe de seu lado. Quando alguém da família se comporta mal, danifica algo ou provo-
ca uma briga, e você não pode determinar quem é o culpado, coloque
V F 7. Os pais nunca deviam, nem mesmo sem intenção, indispor um todos no mesmo barco. Se a briga surgiu à mesa, peça que todos saiam
irmão contra o outro, comparando o bom rendimento de um
com o mau rendimento do outro. e só voltem
tanto o nocente
i após
uanto
q resolverem
o cul
padoamesituação.
smo sob Nãoprotestos.
se preocupe
Ao ocar
col por
to- castigar
Confira sua pontuação na página 254. dos no mesmo barco, eles aprenderão a lição da interdependência e
que devem cuidar uns dos outros.
se sentar no lado da janela do carro, ou quem se sentará no ban- Outro método simples para acalmar os ânimos agitados inclui a arte
co da frente com o papai e a mamãe. Assim, meu esposo teve de saber observar e ouvir.xpli
E car as coisas às crianças é umaedida
m
uma idéia para resolver o problema. “Antes de entrar no carro, útil, sendo que para elas é difícil separar a realidade da fantasia. Para
reparte bilhetes para bancos reservados. Cada bilhete tem dois elas, os pensamentos maus são parecidos com as más ações. Uma mãe
números, um para a ida e outro para a volta. O número de cada pode começar dizendo assim para seu filho: “Tom, compreendo como
banco aparece num canto colocado no interior do carro. Dessa você se sente. Todos temos pensamentos maus em alguma ocasião.”
forma, os garotos sabem onde devem se assentar tanto na ida Se as brigas surgem geralmente antes do jantar, quando as crianças
como na volta. As discussões se acabaram desde que se estabe- estão cansadas e com fome, então a mãe poderia começar a preparar
leceu esse método.” o jantar mais cedo. Enquanto isso, pode contar-lhes uma história. Ou
mantê-las ocupadas com alguns jogos de mesa. Outros entretenimen-
Faça-os trabalhar tos, como fazer bonecos de argila
e brincar ocm marionetes, ajudam as
Outra válvula de escape útil para acalmar os ânimos quando eles criançasos sentime
a canalizar adequadamente seus sentimentos e emoções. Ca-
se aquecem e não se tem tempo nem paciência para arbitrar, é colo- nalizar
requer tempo,
ntos de rival
esforço e
idade para saídas construti
imaginação, mas
vas é algoue
produzirá mais
q
harmonia e
car os garotos para trabalhar. Podem varrer o quintal, limpar o jar-
dim, cortar a grama, lavar o carro, as janelas ou as paredes; ou rea- melhores relacionamentos no lar.
lizar outras atividades úteis que lhes permitirão reduzir a intensida-
de das emoções de forma construtiva.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
Capítulo 9

A al i m en t ação :
d ei x e su a f am íli a
sau d ável e f el i z
“Acabo de ter uma entrevista com a professora de meu filho.
Ela disse que ele não presta atenção à aula nem colabora. In-
siste que ele não tem nenhuma deficiência mental e pode fazer os
deveres, se quiser. Alguns dias, ele os faz, outras vezes não. Qual é
o problema com o meu filho?” Uma alimentação deficiente poderia
explicar o comportamento dessa criança.
“Para nós, ir à igreja é, às vezes, a pior experiência da semana.
Nossos filhos demoram para se arrumar e não param quietos na
igreja. Mesmo que seja um sermão importante, não o aproveitamos
porque passamos nosso tempo fazendo nossos filhos ficarem quie-
tos. Voltamos para casa com dor de cabeça e sentimentos de frus-
Erlo Köhler
tração e desânimo.” A falta de um desjejum adequado poderia ser a

Res umo d o capítulo alimentos 3. Pode melhorar o rendimento B. Comer entre as refeições é
C. Alimentação e delinqüência escolar prejudicial
II. Alimentação e comportamento D. Benefícios do vegetarianismo C. Os alimentos refinados são
A. Sintomas III. O regime alimentar adequado 1. A alimentação à base de carne pouco nutritivos
1. Flutuações da personalidade A. O alimento designado por contribui para gerar: D. A alimentação natura l é
2. Mau comportamento Deus a. Doenças do coração melhor
3. Hiperatividade 1. Cereais e legumes b. Apoplexia
4. Depressão 2. Frutas c. Câncer V. Como transformar a refeição
B. O que há por trás dos 3. Castanhas e amendoins 2. Os vegetarianos têm vigor e em uma experiência positiva
sintomas 4. Verduras resistência A. O jantar deve ser simples e
1. A herança B. O apetite não é guia seguro E. A alimentação vegetari ana leve
2. O ambiente C. Um bom desjejum é pode ser mais barata B. O diálogo agradável
indispensável contribui para a boa digestão
II. A importância do regime 1. Deve incluir o seguinte: IV. Alimentos sem valor nutritivo 1. Evite assistir à TV durante as
alimentar adequado a. Suco de fruta A. Muita gente consome refeições
A. Inúmeros problemas de b. Cereais integrais diariamente 1.200 calorias 2. Evite corrigir constantemente
comportamento se devem à c. Laticínios sem valor nutritivo os filhos durante as refeições
alimentação 2. Deve prover a quarta parte da
B. Absorção deficiente dos cota alimentar para o dia

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
186/Fi lhos–edu can docom su cesso Aali m en tação:dei xesu afam íli asau dávelefeli z/ 187
explicação para omau comportam ento dessas crianças. proporciona. Esse é um problema mais comum do que possamos
“Minha filhinha de dois anos é incrível. Corre por toda a casa, imaginar.
quebra ou derruba tudo o que está ao seu alcance. Está sempre fa- As pesquisas têm demonstrado que existe uma relação direta e
zendo manha. Já tentei alguma s técnicas para modifi car seu com- assombrosa entre o comportamento delinqüente e a nutrição defi-
portamento, mas sem bons resultados. Acho que ela é hiperativa. O ciente. O problema dos adolescentes que fogem de casa, o desafio à
médico não encontrou nada de anormal nela. Para mim, seria um autoridade (no lar e na escola), os atos de vandalismo, os incêndios
alívio trocar a maternidade por outra ocupação.” Uma análise cui- intencionais, o roubo, a ausência injustificada às aulas e a tendên-
dadosa do regime alimentar dessa menina poderia revelar a verda- cia a transgredir todos os regulamentos possíveis, tudo isso pode
deira causa de seu comportamento. ser o resultado de um regime alimentar pobre, do baixo nível de res-
Os pediatras, os conselheiros e os avós poderiam responder a peito próprio e de uma vida familiar na qual não se manifesta qual-
cada um desses casos, dizendo: “Você precisa ser mais enérgico. quer apoio aos filhos.
Deve aprender a controlar essa criança antes que seja muito tarde.”; As autoridades que lidam com os delinqüentes conhecem muito
“Com certeza, há problemas no lar que são a causa do comporta- bem as estatísticas, que são quase universais: 75%dos delinqüentes
mento dessa menina.”; ou: “Procure recompensar seu bom compor- eram crianças hiperativas; mais da metade dos exames de glicose
tamento e ignorar o que faz de ruim, e as coisas melhorarão.” são anormais; 50 a5%dos 7 delinqüentes têm graves dificuldades
Em que proporção o comportamento de uma criança depende de para ler; e 50%dos delitos se relacionam com a ingestão de bebidas
fatores ambientais comoar, o la escola, a igreja e a soci
edade? Em que alcoólicas.
proporção pode se relacionar com o regime alimentar, a herança e ou- É possível remediar essa situação fazendo o seguinte: (1) ajudar
tros fatores? Uma coisa é certa: quanto mais irritável for uma criança, os adolescentes a encontrar algum tipo de trabalho que aumente o
mais sua personalidade flutuará; quanto mais depressiva ou violenta respeito próprio e (2) reduzir ou eliminar o uso do açúcar e de pro-
for, maior necessidade terá de fazer testes de laboratório, de analisar dutos feitos co m farinha branca. O Dr.endon L Sm ith, uma autorida-
seu regime alimentar e os fatores ambientais que intervêm na vida. de emnutrição infantil,diz claramente: “Se as autoridades escolares
Até agora, você talvez tenha ouvido dizer ou tenha suposto que os desejam eliminar o problema de disciplina e vandalismo na sala de
problemas de seu filho eram o resultado de métodos errados de aula, devem eliminar o uso do açúcar e de alimentos sem valor nu-
criação, da falta de capacidade de aceitar, nutrir, comunicar, disci- tritivo nas escolas, e fechar os lugares onde essas guloseimas são
plinar,recompensar oucastigar corr etamente. Provavelme nte, isso vendidas.”
tenha gerado sentimentos de culpa e depressão em você, mas pou- Um regime alimentar nutritivo constituído de castanhas, amen-
co melhora a conduta de seu filho. A verdade é que seu filho pode doins, queijo, verduras, frutas, grãos, legumes e outros produtos
ter problemas de comportamento porque precisa de certos elemen- com alto valor protéico, pode ajudar crianças e adolescentes que
tos nutritivos em sua alimentação. Mui tos probl emas do re gime ali - com baixo nível de respeito próprio, períodos de depressão, dores
ment ar são di agnosti cados equi vocadamente como problemas de de cabeça e de estômago, acne grave, hiperatividade, alergias e de-
comportamento . Tratar a conduta objetável independentemente de linqüência.
tudo o mais, sem considerar possíveis
causas alimentares subjacen-
tes, seria o mesmo que tratar os sintomas de uma doença sem se Uso excessivo de açúcar
preocupar com sua causa. Então, não é de se estranhar que os pais Os grãos, as frutas, as castanhas, os amendoins, os legumes e as
tenham que enfrentar alguns casos de mau comportamento com verduras são os produtos alimentícios que o Criador escolheu para
sentimentos de ineficácia e frustração. nós. Esses alimentos, preparados de forma simples e natural, são
Além disso, o que se coloca no corpo nem sempre é o que o orga- saudáveis e nutriti
vos.
nismo absorve. Se você sabe que seu filho está comendo adequada- O apetite de muita gente se perverteu de tal maneira que já não é um
mente, mas ele manifesta hiperatividade e irritabilidade, é aconse- guia seguro. Temos sido ensinados a gostar de guloseimas, e as crian-
lhável submetê-lo a exames médicos para determinar o nível das en- ças em especial preferem doces a qualquer outro alimento. Em todos
zimas digestivas. A falta de certas enzimas digestivas faz com que o os países, gastam
-se milhões de dólar
es emdoces, choc
olates e outr
as
alimento passeelo
p aparelho digestivo semr seabsorvido.Por isso, guloseimas. Por exemplo, nos Estados Unidos, são gastos 2,5 bilhões
a criança não se be
neficia com os elementos nutriti
vos que você lhe de dólares nesses produtos. Em média, o consumo de açúcar nesse

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
188/Fi lhos–edu can docom su cesso Aali m en tação:dei xesu afam íli asau dávelefeli z/ 189
país é de 60 quilos por pessoa ao ano, o que significa que cada pessoa Dr. Lendon Smith. Os carboidratos dos produtos açucarados refina-
consome de 33 a 35 colherinhas de açúcar por dia. Aos dois anos de dos e a concentração adequada na sala de aula não se misturam. O
idade, um de cada dois bebês já tem um dente cariado. governo norueguês resolveu esse problema dando peixe e queijo
Parece que o uso de refrigerantes substituiu o uso de água, leite para os estudantes consumirem pouco depois de chegarem à esco-
e sucos de frutas. No país mencionado, gastam-se aproximadamen- la. Um estudo realizado no Estado americano de Iowa, relacionado
te cinco bilhões de dólares por ano com refrigerantes. Em média, ao desjejum dos estudantes, demonstrou que um bom café da ama-
cada adulto bebe 290 litros de refrigerante por ano, e cada adoles- nhã pode me lhorar o rendimento escolare os níveis de energia.
cente consome mais de 500 litros anualmente. As bebidas doces da- É preciso evitar, no desjejum, produtos sobrecarregados de açú-
nificam os dentes e causam a obesidade. car, comumente vendidos nas padarias e supermercados. O que mi-
Quando alguém da família abrir a geladeira em busca de algum re- nha família prefere a tudo o mais no desjejum é uma mistura cha-
fresco, ofereça-lhe suco de frutas . Os sucos naturais são delici
osos e mada granola, porque é gostosa, nutritiva e dá energia durante toda
nutritivos. E não se esqueça de que a bebida que mais satisfaz, tanto a manhã. (Você encontrará a receita na página 191.) Nada como um
os jovens como os adultos, é um bom copo de água fresca. Para man- desjejum prepa rado com produtos naturais!
ter a saúde, é preciso consumir de seis a oito copos de água por dia. Um desjejum adequado provê, no mínimo, a quarta parte dos ele-
O uso abundante de guloseimas é com freqüência causa de dor de mentos nutritivos necessários durante o dia. Entre os carboidratos
estômago. Por isso, imagine quantas brigas familiares têm srcem que proporcionam energia, é necessário incluir proteína suficiente
em combinações alimentares pobres. Uma forma de obter uma dis- em forma de produtos lácteos, castanhas, amendoins e grãos. Os ali-
posição agradável e tranqüila é consumir menos coisas doces. É mentos à base de proteína tendem a manter um nível adequado de
possível que o que seu filho estiver comendo neste momento deter- açúcar no sangue durante um período mais prolongado que os car-
mine seu comportamento em questão de minutos, tempo que alguns boidratos.
açúcares precisam para ser absorvidos e passar para a corrente san-
guínea. O enorme aumento no consumo de produtos doces pode ser Refeições sem carne
uma explicação para a hiperatividade de algumas crianças. Suspei-
ta-se que esse problema se relacione com um metabolismo defeituo- mentado
O interesse
nos últimos
na obtenção
anos. de
Umproteínas
número crescente
de fontes de
vegetais
pessoastem
dese-
au-
so do açúcar. A chave para lidar com muitas crianças que antes te- ja voltar a umsistema de vida mais simples, de modo que estão ado-
riam sido diagnosticadas como “problemáticas” pode ser um regime tando um regime alimentar à base de produtos vegetais. Há algum
alimentar natural e sem produtos nados. refi tempo, os estudantes da Universidade de Yale pediram que se in-
O Criador já colocou à nossa disposição frutas deliciosas e refres-
cluísse em suas refeições produtos de soja, verduras recém -cozidas
cantes, que têm sabor doce e contêm os elementos nutritivos essen- e produtos à base de grãos integrais.
ciais para formar os tecidos do corpo. A maioria de nós precisa ree- Pesquisas científicas recentes demonstraram que um regime ali-
ducar os gostos a fim de desfrutar das admiráveis sobremesas pro- mentar sem carne é adequado para as crianças, adolescentes, adul-
duzidas pela Natureza. tos e idosos, e que na verdade pode ser superior a um regime cár-
neo. O elevado conteúdo de gordura da carne de gado contribui em
Uma refeiç ão queaviva a atenção grande medida para aumentar o número de mortes produzidas por
A boa nutrição começa com um bom desjejum composto de suco doenças do coração e ataques de apoplexia, porque seu colesterol
de fruta, pão, cereais integrais e leite. As crianças e adolescentes danifica os vasos sanguíneos do coração e do cérebro. Somente nos
que tomam um desjejum inadequado se cansam com facilidade e Nos Estados Unidos, detecta-se um milhão de ataques do coração
sua atenção diminui em aula, no final da manhã. por ano, o que resulta em 60 mil mortes. Uma comissão organizada
“Nenhuma professora deve ser obrigada a ensinar uma criança para controlar essa doença diz que, para manter um nível mínimo de
que não tenha levado seu cérebro à escola; ela não pode ensinar o colesterol no sangue, as pessoas deveriam obter menos de 10%do
sistema límbico animal (parte do cérebro não relacionada com a total de calorias de gorduras saturadas. O consumodio méde gordu-
aprendizagem). Os alunos deveriam informar cada manhã qual foi ras se aproxima de 40 ou 50%. A comissão recomenda o uso de
seu desjejum. Quem não houvesse consumido proteína, mas quase grãos, frutas, verduras e legumes. Sugere especificamente que se
só carboidratos, deveria ser mandado de volta para casa”, insiste o evite comer gema de ovo, toucinho e gordura de porco.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
190/Fi lhos–edu can docom su cesso Aali m en tação:dei xesu afam íli asau dávelefeli z/ 191
No entanto, algumas donas de casa continuam alimentando a fa-
mília com esses produtos, pensando que com eles a família se man- GRANOLA
tém forte. Muitos testes e pesquisas já demonstraram que os vege-
tarianos são mais fortes, têm mais vitalidade e se recuperam com 16 xícaras de aveia
maior facilidade do cansaço do que os que comem carne. 1 pacote de coco ralado
Um desses testes , que teve am pla difusão nasrevistas médicas e de 2 copos de amêndoas ou amendoins picados
nutrição, é uma prova de resistência administrada a nove atletas de- 1 1/4 copo de açúcar cristal
pois de serem submetidos a uma dieta específica durante três dias. 2 copos de germe de trigo
Uma pitada de sal (a gosto)
Uma dieta tinha elevado conteúdo de carne ou proteína; outra era 1 xícara de óleo vegetal
uma mistura normal de produtos alimentícios; e uma terceira dieta 1 copo e 2 colheres (de sopa) de água
era constituída de verduras, grãos e carboidratos. As provas foram 1 1/2 colher (de café) de essência de baunilha
feitas com os mesmos atletas, para poder atribuir as diferenças de re-
sistência unicamente à dieta consumida. Em primeiro lugar, os atle- Misture o sal, o óleo, a água e a baunilha. Adicione esse líquido lenta-
tas receberam uma dieta com elevado conteúdo de carne e proteína, mente ao resto dos ingredientes. Coloque a mistura em três assadeiras
sendo testados numa bicicleta ergométrica. Eles pedalaram durante para tostar. Asse a uma temperatura de 176 graus durante 45 minutos,
mexendo com freqüência, até que doure completamente. Deixe esfriar,
57 minutos. Depois, descansaram durante alguns dias e receberam guarde em frascos bem tampados.
uma dieta comum e rotineira composta de carne e produtos vegetais.
Dessa vez, eles pedalaram durante 114 minutos. Finalmente, foram
alimentados com uma dieta com elevado teor de carboidratos proce- HAMBÚRGUER DE SOJA E AVEIA
dentes de verduras, grãos e legumes, sem qualquer carne. Consegui-
ram pedalar durante 167 minutos, o que é três vezes mais do que o 2 copos de soja, que tenha ficado de molho na água
tempo que tinham pedalado quando se alimentaram com carne. 1 copo de água
Outros estudos científicos recentes relacionam o consumo de 2 colheres de lêvedo de cerveja
carne com o câncer, que é a segunda causa de morte em vários paí- 2 colheres de molho de soja (tipoShoyu)
2 colheres de óleo vegetal
ses, mesmo entre as crianças. Em um quilo de carne assada existe 1 alho picado (a gosto)
tanto benzopireno (substância cancerígena) como o que se encon- 1/2 colher (de café) de cominho
tra em 600 cigarros. Quando ratos são alimentados com benzopire- 1/2 colher (de café) de orégano
no, desenvolvem tumores no estômago e leucemia. O metilcolantre- 1 colher (de café) de sal
no é outro agente produtor de câncer; ele se forma quando a gordu- 1 1/4 copo de aveia
ra da carne é aquecida a temperaturas elevadas. Os animais peque- 1 cebola
nos alimentados com grandes quantidades dessa substância tam- Misture bem todos os ingredientes na tigela, com exceção da aveia.
bém desenvolveram câncer. Os pesquisadores deram aos ratos pe- Adicione a aveia e deixe repousar durante 10 minutos. Depois, coloque co-
quenas doses de metilcolantreno, insuficientes para causar câncer lheradas da mistura em uma assadeira untada para assar (ou frite-as, dou-
por si mesmas; mas, quando esses animais ingeriam um segundo rando de ambos os lados). Asse a 176 graus durante 30 ou 40 minutos,
agente cancerígeno, também em quantidades insuficientes para pro- até que doure bem. Dá cerca de 20 hambúrgueres. Sirva com molho de to-
duzir câncer, eram afetados por esse mal. Em outras palavras, ape- mate ou com o molho de sua preferência. Variação: coloque os hambúr-
nas uma dose pequena de metilcolantreno sensibiliza os animais e gueres em uma assadeira, cubra com cebolas e cogumelos em conserva,
os torna vulneráveis a outros agentes cancerígenos, com os quais depois regue com o molho. Asse durante outros 30 minutos.
têm mais probabilidade de contraira doença.
Os pais interessados em diminuir os gastos em alimentação, sem
prejudicar a qualidade do regime alimentar, devem diminuir o con-
sumo de carne e aumentar o consumo de proteína de srcem vege-
tal (feijões, ervilhas, lenti
lhas). Oslegumes, que são fonte de proteí-
na concentrada, podem ser cozidos puros; depois, antes de servir,

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
192/Fi lhos–edu can docom su cesso Aali m en tação:dei xesu afam íli asau dávelefeli z/ 193
coloque algum tempero ou combine-os com outros alimentos. A desmoronará diante das tormentas da vida. Os pais devem fazer o
combinação de grãos e legumes no mesmo prato reforça seu valor possível para não sucumbir à influência da publicidade dos alimen-
nutritivo. Um bife de 180 gramas tem 700 calorias e apenas 30 gra- tos sem valor nutritivo, para evitar que os filhos se prejudiquem
mas de proteína útil.J á um copo e m eio de feijões cozidos tem a com o consumo diário de alimentos nocivos, que afetarão inevita-
mesma quantidade de calorias e 50%mais proteína útil. Além disso, velmente seu comportamento e também sua saúde.
os feijões têm baixo teor de gordura e menos colesterol. A obtenção de vitaminas e minerais de fontes naturais tem nume-
Entre os legumes, o feijão-soja tem a qualidade e quantidade mais rosas vantagens sobre o consumo de vitaminas artificiais. Em pri-
elevada de proteína, e muitos pro dutos à base de sojapodemser com- meiro lugar, o custo é inf erior. Em segundo lugar, a obtenção da s vi-
prados ou mesmo produzidos em casa. É possível conseguir proteína taminas e dos minerais diretamente dos alimentos não sobrecarre-
à base de soja, preparando diversos alimentos. Na página 191 está aga o organismo com excessos que obrigam os órgãos excretores a
minha receita favorita para utilizar a proteína de soja. trabalhar dobrado para eliminá-los.
Todas as necessidades de proteína do organismo podem ser supri- Para assegurar um bom equilíbrio nutricional, é necessário esco-
das utilizando-se os seguintes alimentos: leite, preferencialmente lei- lhê-los entre uma ampla variedade de produtos naturais e sem refi-
te desnatado, leite com baixo teor de gordura, ou leite de soja fortifi- nar. Depois é preciso prepará-los de forma simples e saborosa. Isso
cado com vitamina 12B(2 copos para os adultos e de 3 a 5 copos para representa um sólido programa que proporcionará boa saúde a to-
as crianças e adolescentes); 2 ou mais porções de legumes, casta- dos os membros da família. E devemos lembrar que uma família
nhas, amendoins, requeijão; 4 ou mais porções de cereais integrais. saudável é uma família feliz.
É bom ressaltar que não se deve mudar subitamente os hábitos
Uma ge raçãomal-acost umada alimentares da família, porque isso provocaria oposição e resistên-
Vivemos na época dos petiscos e das pausas para tomar café, em cia. Por exemplo, se você anuncia a um adolescente que não pode
academias e em outros lugares. Para algumas pessoas, comer é uma continuar comendo hambúrgueres, porque quer que ele tire melho-
atividade quase permanente. Em certos países, as pessoas conso- res notas, é provável que ele se irrite e não lhe dê atenção. É melhor
dizer que, modificando a alimentação, ele terá menos espinhas, per-
mem
ma deem
petiscos,
média chocolates
1.200 calorias
e guloseimas.
sem teor alimentício
O fato de por
recarregar
dia, emofor-
re- derá peso e terá mais resistência para os esportes. O melhor plano
gime alimentar com calorias sem teor ali mentício é uma das razões para mudar os hábitos alimentares da família é fazer pequenas mu-
principais de haver tanta ge
nte, incluindo crianças, com excesso de danças de cada vez, que permitirão um ajuste adequado dos proces-
peso. Comer entre as refeições retarda a digestão e interfere nos sos químicos do organismo. No começo, pode-se consumir alimen-
processos digestivos que se efetuam no duodeno. Nessas circuns- tos sem mu ito valor nutritivo uma vez por sema na, para preve nir os
tâncias, o alimento é assimilado devagar. Por isso, o processo dige
s- sintomas de carência, tais como depressão, enjôo e irritação.
tivo geral é retardado, o que diminui o vigor e a vitalidade. Lembre-se também de que todas as refeições devem ser uma ex-
Comer guloseimas entre as refeições pode causar mais dano do periência positiva. Isso se aplica especialmente ao jantar, que deve
que comê-las durante as refeições. Os carboidratos pegajosos ser simples e leve. Consuma os alimentos mais pesados durante o
(como os caramelos) colam nos dentes e estimulam o desenvolvi- dia, quando o corpo precisa de mais energia. O jantar deve ser um
mento de bactérias. Asrutas
f e as verduras de consistência dura, su- momento em que toda a família se reúne ao redor da mesa. Quando
culentas e frescas ajudam a prevenir as cáries dentárias porque con- todos têm oportunidade de conversar, isso lhes dá a sensação de
tribuem com a limpeza dos dentes. pertencer a um grupo e de ser importante.
Os supermercados têm abundantes alimentos refinados e proces- Evite corrigir constanteme nte os modos e o uso das palavras dos
sados, muitos dos quais contêm produtos químicos para conservá- filhos à hora da refeição. Além disso, desli gue a televi são. A televi-
los. Lamentavelmente, o processo de refinação elimina boa parte são destrói o significado da refeição familiar. O diálogo agradável e
das vitaminas e minerais. Como resultado, a indústria alimentícia o riso contribuem para uma boa digestão. As discussões tornam o
precisa acrescentar vitaminas e minerais a esses alimentos. processo digestivo ma is lento.
Que probabilidades uma criança acostuma da a consumiralimen- Transforme as refeições em momentos agradáveis e felizes. Elas, na
tos sem valor nutritivo tem de se tornar um adulto vigoroso e sau- verdade, são a últi ma fronteira no que se re fere às reuniões em famíli a.
dável? O edifício do organismo sem fundamento, inevitavelmente,
Nota: A Edi tora d este li vro tem ou tr as publi cações específi cas sobre ali men -
tação vegetar i ana. Caso tenha i nter esse, entre em cont ato conosco.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
Capítulo 10

Ed u c ação sex u al
positiva

O tema da educação sexual ganhou popularidade entre os gru-


pos de educação de pais porque os pais cristãos não querem
ser considerados mentes fechadas ou atrasadas; mas também não
querem aprovar a permissividade de uma sociedade que ignora a
moral. Querem ajudar seus filhos a obter uma compreensão adequa-
da do tema e a desenvolver um ajuste sexual saudável. Mas, como
se consegue isso? Como os pais se preparam para responder às per-
guntas que as crianças fazem? Que tipo de respostas podem dar?
Como podem prese
a ntar os pontosbásicos sobre sexo? Co mo con-
versar com os lhos
fi mais velhos sobre questões se
xuais? Como po-
demajudar seus lhos
fi a conseguir nformação
i adequadae a ver o
Erlo Köhler
sexo de uma perspectiva cristã?

Res umo d o capítulo B. Os objetivos básicos 4. Não dizer mais do que o com outras crianças
1. Capacidade de dar e receber necessário
III. A educaçã o sexual é amor D. A forma como as coisas são VII. A mastur bação
importante 2. Aceitação do sexo a que pertence ditas é mais importante do A. Freqüentemente, a
A. Os pais devem ter mente aberta 3. Respeito pelo corpo que o que se diz informação é incorreta
B. Devem buscar a adaptação 4. Aceitação das mudanças físicas B. Não é preciso se alarmar
dos filhos 5. Conhecimento de como se V.A criança que não f az C. A masturbação pode causar
C. Com freqüência, eles não inicia a vida perguntas sobre sexo problemas
sabem o que dizer 6. Normas saudáveis para reger A. Por que não faz essas perguntas D. Como lidar com a masturbação
a vida B. Precisa da mesma informação
III. Elementos básicos da que uma criança curiosa VIII. A pornografia
educação sexual IV. As perguntas sobre sexo A. Como reagir quando um filho
A. As fases da reprodução A. Acriança é curiosa por natureza VI. Experimentação sexual lê revistas pornográficas
B. Os valores morais B. O excesso de discrição é A. Os jogos sexuais são comuns 1. Não se altere
prejudicial B. A reação exagerada dos 2. Fale do baixo nível da pornografia
III. Os objetivos da educação sexualC. Como lidar com as perguntas pais é prejudicial B. A criança que recebe
A. O objetivo a longo prazo: 1. Respondê-las com clareza C. Cada filho deve ter sua educação sexual tem
alcançar a maior felicidade 2. Respondê-las com franqueza própria cama menos probabilidade de
possível 3. Dizer a verdade D. Não deve passar a noite procurar a pornografia

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
196/Fi lhos–
edu can docomsu cesso Edu caçãosexu alposi ti va / 197
Os pais estão confusos, em parte, porque se sentem inseguros mente seu filho nesse aspecto e permitir em troca que ele absorva
quanto ao que devem dizer a seus filhos e em parte por causa dos fil- os valores seculares às vezes ensinados na escola.
mes, revistas, artigos de jornais, livros e programas de televisão que Educação sexual significa formarconcei tos ligados ao tema total
distorcem o conceito que seus filhos têm acerca de sexo e de amor da sexualidade, e não apenas ensinar fisiologia. A educação sexual
sexual. Há poucos anos, os publicitários e editores descobriram que compreende expor à criança todas as fases, a compreensão das ra-
a exploração do sexo dá dinheiro. Como resultado, nunca antes na zões que respaldam as fases e a formulação dos conceitos sobre o
história os adolescentes e os jovens haviam tido a seu alcance tanta sexo baseados firmemente nessas fases. Deve compreender os fato-
informação equivocada sobre as questões sexuais. Ao mesmo tempo, res fisiológicos, sociológicos, financeiros e sociais que afetam a per-
cai sutilmente a importância da moralidade, honra e integridade se- sonalidade e o comportamento.
xuais. E, ainda que as normas bíblicas sobre a moralidade não te- O objetivo final da educação sexual é que a criança forme conceitos
nham mudado, elas são ridicularizadas em toda a sociedade. que lhe proporcionem a m aior quantidade de feli cidade e a subme
tam
Por causa do aumento da imoralidade, muitas famílias começa- a um mínimo de problemas. Isso não é fácil, porque os pais têm a difí-
ram a ensinar os valores morais baseados na Bíblia a seus filhos. cil tarefa de ensinar que “o sexo pode ser maravilhoso” e, no entanto,
Quando falar de sexo a seu filho, tenha em mente dois aspectos: a “o sexo pode ser perigoso”, ambas as coisas ao mesmo tempo.
anatomia básica e os valores morais. Sempre é preciso ensinar no-
ções de anatomia básica à criança. Ajude-a a identificar cada parte Objetivos básicos da educação sexual
do corpo com seu próprio nome. Explique-lhe muito bem seu pro- A seguir, apresentamos seis alvos que os pais podem esperar:
pósito e função em termos que ela possa compreender.
– Onde está o bebê de Glória? – perguntou um garoto de quatro 1 Que o filho apr enda a dar e receber amor. A educação sexual
anos, depois que seus pais lhe disseram que sua irmã mais velha te- deve ajudar a criança a amar e receber amor. Um bebê se beneficia
ria um bebê. com o amor de seus pais, e aprende a confiar neles e a dar-lhes amor.
– Está na barriga dela – falou descuidadamente o mãe. Quando a criança começa a ir à escola, seu círculo de amor se expan-
– Ela comeu o bebê? – quis saber o pequeno.
Nesse momento, a mãe percebeu o que havia dito e tentou corri- de, ao fazer
cência, ela encontra
novos amigos
amigos e de
conhecer
sua própria
as professoras.
idade e sexo.
Na pré-adoles-
Na adoles-
gir o erro. cência, transfere sua devoção a pessoas do sexo oposto. Os pais inte-
– O bebê não está realmente na barriga, mas no útero. ligentes ajudarão seus filhos a progredir sem dificuldades de uma eta-
– O que é útero? pa para a outra, nesse processo de dar e receber amor.
– É um órgão que as mamães têm e que os papais não têm.
– Bom – corrigiu a criança, muito certa do que dizia. – Glória não 2 Que fiqu e sati sfeito com se u papel sexu al. Um dos aspectos
tem um órgão. Ela tem um piano. mais importantes daducação
e sexual é ensinar uma identifi
cação sau-
Por mais que procuremos ensinar corretamente, podem surgir dável com o grupo masculino ou o feminino. A sexualidade compreen-
problema s durante oprocesso denterpreta
i ção. de o nome recebido, os brinquedos, a roupa que prefere, os amigos
O segundo fator que devemos incluir quando falamos de sexo a com que m brinca,a escolha de cursos escolares, as regras e responsa-
uma criança é a relação entre sexo e valores morais.Ela tem que po- bilidades no lar e, finalmente, a forma como as necessidades sexuais
der relacionar anformação
i recebida comuse
próprio código de va- são satisfeitas mediante seres humanos responsáveis e dedicados. A
lores que está se formando. A educação sexual e os valores morais identidade sexual é uma parte importante desenonvolvimento de uma
devem caminhar juntos. auto-imagem saudável e afeta todos os aspectos da vida.
Enquanto assistia a um seminário sobre educação sexual numa Os pais devem ensinar seu filho a se alegrar por ser menino e sua
universidade, ouvi um professor convidar seus companheiros de filha a se sentir feliz por ser uma menina. Essa satisfação se desen-
magistério a falar sobre educação sexual com um livro em uma mão volve através da admiração que a menina sente por sua mãe e o res-
e uma pílula na outra. Esse tipo de educação precisa dos elementos peito do menino por seu pai. Durante a idade de transição, espe cial-
básicos da responsabilidade, dos conceitos necessários e dos valo- mente na adolescência, o filho ou a filha pode ter dificuldade para
res morais, para que a criança consiga formar juízos morais sólidos. aceitar sua identidade sexual. Algumas garotas não sentem orgulho
Os pais não devem abdicar de seu direito sagrado de guiar devida- de serem do sexoeminin
f o; na verdade, até sentem medo de ser mu-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
198/Fi lhos–
edu can docomsu cesso Edu caçãosexu alposi ti va / 199
lher. Muitos rapazes, especialmente se são de baixa estatura, têm re- co sexual típico vem de um lar em que recebeu pouca ou nenhum
ceio de não alcançar a verdadeira virilidade. O respeito e o amor educação sexual.
que os pais demonstram mutuamente contribuem para ensinar que
tanto o homem com o a mulher têm um luga
r digno na vida. Os lhos
fi Quando a ed
ucação sexual deve começar?
precisam estar seguros de que seus pais os amam e gostam deles Uma mãe preocupada perguntou ao médico: “O senhor conhece
pelo que são. alguns livros apropriados sobre sexo que meu filho possa ler? Ele
tem quase 13 anos e acho que já é hora de aprender os fatos da
3 Que respe i te seu pr ópr i o corp o. A criança deve respe
itar seu vida.” Lamentavelmente, essa mãe havia fechado seus próprios
corpo e sentir que cada parte dele é boa e tem um objetivo. A ma- olhos aos fatos da vida. Aeducação sexual dosilhos f deve com eçar
neira dela se ver é, em grande medida, o reflexo das atitudes de seus desde o nascimento. Quando a mãe o ama, cuida dele e brinca com
pais para comseuspróprios corpos. ele, indiretamente o está educando sexualmente.
A criança aprende como deve se sentir em relação a seu corpo
4 Que compr eend a e acei te as mu dan ças do cor po. Este é um muito antes doque podemos imaginar. Suponham os que Joãozinho,
objetivo estreitamente relacionado com o anterior. A criança deve de 14 meses, esteja sendo banhado. Ele está sentado na água e ex-
se preparar para experimentar as mudanças físicas que vêm com o plora prazerosamente seu corpo. Ele toca os dedos dos pés e a ma-
crescimento e a passagem da infância para a adolescência. Deve mãe diz: “Dedo; é o dedo do pé do nenê.” Ele brinca um pouco mais
aprender a aceitar essas mudanças como parte normal do desenvol- e toca o umbigo. A mam ãe diz: “Umb igo; é o umbigo dooãozinho.”
J
vimento. Tanto os meninos quanto as meninas precisam compreen- De repente, ele toca o órgão genital e brinca com ele. Nesse caso,
der as mudanças que ocorrem no sexo oposto. não há muitas mãe s quedigam: Pêni
“ s; é o pê nis do Joãozinho.” No
lugar disso, a maioria procuraria distraí-lo ou fazer algo para indicar
5 Que conheça e admi r e como a vi da se i ni cia. As crianças que o que ele está fazendo não é bom. Algumas mães até poderiam
sentem grande curiosidade sobre a srcem da vida humana, acerca tirar sua mão de lá e dizer: “Não pode.”
de como se desenvolve o bebê e como nasce. Isso proporciona aos
pais cristãos a oportunidade de ensinar-lhes a história real do nasci- doQuando
a seu filho
umaquemãeoslida
dedos
comdostal situação
pés são desse
bons, que
modo,o umbigo
está ensinan-
é bom
mento, que é plena de dignidade e maravilha, e estimula uma ima- e não há problema em brincar com ele, mas que há algo de mau e
gem de respeito. sujo nessa outra parteo dcorpo. No entanto, pa ra o Joãozinho, seu
pintinho é tão interessante como os dedos dos pés, mas a mãe cre-
6 Que fi nalm ente viva guiado por nor mas sóli das de compor - dita ao órgão sexual um interesse nada saudável, ao fazê-lo sentir
tamento. Um dos principais objetivos da educação sexual é ajudar que é uma parte proibida do corpo.
a criança a desenvolver normas de comportamento sexual. Isso O que os pais devem fazer quando os filhos descobrem o órgão se-
pode ser feito através de uma relação saudá vel entre pai eilho,
f es- xual? Devem ensinar o nome correto, da mesma forma como ensinam
tabelecida nos primeiros anos de vida. A criança aprende a respei- o nome de outras partes do corpo. Para os pais, pode ser mais difícil di-
tar o que seus pais crêem e a aceitar o que lhe é recomendado. Além zer o nome correto, mas não para a criança, que aprenderá a dizer pê-
disso, ela deve aprender a ser leal a Deus, que nos ama, mas tam- nis, testículo, nádegas, ânus e vagina com a mesma facilidade com que
bém castiga os desobedientes. Se escolhemos desafiar Suas leis, há diz cotovelo, nariz, olho e orelha. Não é difícil pronunciar essas pala-
conseqüências que temos que enfrentar. O adolescente que com- vras e elas deveriam ser usadas com exatidão, quando se fala com uma
preende isso tem mais probabilidade de ter uma vida moral numa criança a respe ito de seu corpo. É tambémuma boa oportunidade para
sociedade imoral. ensinar quando se usam certas palavras, como urinar e menstruar.
Uma palavra de adv ertência. Émelhor ensinar às cri anças peq ue-
A informação pode ser prejudicial? nas que as palavras relacionadas com a eliminação de urina e fezes,
Conhecer a verdade é menos problemático que não saber os fatos possivelmente com exceção de “quero ir ao banheiro”, devem ser
e viver na dúvida. As crianças desinformadas são as que mais fre- usadas somenteno próprio lar ou com os pais. Uma parte do desen-
qüentemente procuram experiência sexual, porque é como podem volvimento da personalidade compreende aprender quais palavras
obter informação. Várias pesquisas têm demonstrado que o manía- são socialmente aceitáveis e quais não são.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
200/Fi lhos – educan do com su cesso Edu cação sexu al p osit i va / 201
A discrição pais, envergonhados e
Uma criança aprende a ser discreta através de instruções e confusos, se apressaram
exemplo. Não é algo totalmente instintivo. As crianças pequenas a levar o problema ao
devem aprender o que é apropriado e o que não é. Os pais podem médico. O médico desco-
ajudar seu filho a compreender que certas coisas não se faz em briu que a mãe trancava
público, mesmo sem infundir-lhes um sentimento de vergonha. Luizinho em seu quarto
Explique-lhe por que não deve ir nu ao quintal ou à rua. Diga-lhe cada vez que tinha que
por que não deve tirar sua roupa na frente das janelas abertas. trocar as fraldas de sua
Fale a uma garotinha por que não deve erguer o vestido. E expli- irmãzinha. Se nãovesse
ti
que a um garotinho por que deve manter o zíper da calça fechado. feito isso, Luizinho teria
Ocasionalmente, a criança pode entrar no quarto e ver que a ma- visto de forma natural e
mãe e o papai não estão completamente vestidos. Manter a calma normal sua irmãzinha
nessas situações é o mais importante. Isso fará a criança com- nua, e com isso sua
preender que o corpo humano é bonito e digno de respeito. O pai curiosidade teria sido sa-
ou a mãe poderia dizer: “Você se esqueceu de bater na porta.” Ou tisfeita. Os pais não de-
quem sabe: “Não fechei a porta. Por favor, feche-a para mim.” É vem ser discretos em ex-
importante que não tenham uma reação exagerada com gritos e cesso. Se isso acontecer, podem fazer com que u filho
se forme ima-
ameaças. Os pais que, nessas circunstâncias mantêm uma ima- gens particulares e falsas sobre si mesmo e os outros. O equilíbrio é
gem negativa e incômoda, ensinam seus filhos a se sentirem con- o fundamental.
fusos e envergonhados com a intimidade. Quando um garoto faz perguntas sobre seu corpo ou o de uma
No entanto, é importante que a criança aprenda a respeitar de ma- menina, os pais devem responder com clareza. Podem dizer-lhe: “Os
neira saudável a vida privada. Não é bom que ela esteja constante- meninos e as meninas foram feitos de forma diferente. Deus plane-
jou as coisas assim. Todos os meninos têm um pênis. As meninas
qüênciaexposta
mente pode despertar
à nudez dos
sentimentos
adultos. Ver
e um
emoções
corpo nu
fortes
compara
muitauma
fre- não têm. Você foi feito do jeito que Deus queria que fosse.”
criança. Os pais ocstumam falhar nesse ponto, pensand
o que seu fi- Quando uma criança pergunta de onde vêm os bebês, você não
lho, por ser muitonovo, não pode ser estimulado sexualmente
; mas deve dizer-lhe que a cegonha os traz, que são comprados no su-
mesmo uma criança bem pequena tem sentimentos sexuais. permercado ou que os pais vão buscá-los no hospital. Diga-lhe
Os pais não só vão conseguir ensinar seus filhos a serem discre- que o bebê se desenvolve num lugar especial no interior do cor-
tos se eles mesmos o forem. Um garotinho estava almoçando com po da mamãe. Não afirme que a criança cresce na barriga da mãe,
sua babá, quando a mãe se aproximou para se despedir dele. Ela es- o que é fisiologicamente errado. Dependendo das perguntas adi-
tava com um vestido de noite muito decotado. cionais que a criança fizer, e de seu grau de desenvolvimento,
– Aonde você vai, mamãe? – perguntou a criança. identifique o lugar como o útero. Resista à tentação de dar mui-
– A um concerto, querido – respondeu a mãe. ta informação de uma vez.
– Mas alguém poderá vê-la assim – argumentou a criança. Um novo pastor tinha que pregar seu primeiro sermão numa igre-
ja do campo, mas apenas umvaqueiro estava assistindo. O pregador
As perguntas das crianças perguntou se ele gostaria de ouvir o sermão. O homem respondeu
As crianças querem saber sobre tudo, desde as estrelas até os ver- que era apenas um vaqueiro, mas, se tivesse que alimentar as vacas
mes. Têm a mesma curiosidade saudável acerca do sexo, trens, ani- e chegasse apenas uma, ele de qualquer forma lhe daria comida. O
mais e a eletricidade. Urinar, defecar, tomar banho e vestir-se são pastor começou seu sermão de uma hora de duração. Quando ter-
atividades normais que a criança deve aprender. minou, perguntou ao vaque iro se havia gostado. Ele respondeu que
Uma professora infor
mou aos pa is de Luizinho que o garoto pare- era apenas um vaqueiro e não entendia muito de sermões, mas, se
cia exageradamente interessado nas garotinhas da escola. Vivia es- fosse alimentar as vacas e encontrasse apenas uma, não lhe daria
piando por baixo da porta dos banheiros e havia pedido que algu- todo o alimento de uma vez!
mas delas lhe mostrassem como eram as meninas sem calcinhas. Os Uma criança pode fazer perguntas sobre aborto, adoção, adulté-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
202/Fi lhos–
edu can docomsu cesso Edu caçãosexu alposi ti va / 203
rio, inseminação artificial, contracepção, circuncisão, exibicionis- cada criança a aprender, a desenvolver-se e explorar com interesse o
mo, fornicação, homossexualismo, masturbação, menopausa, admirável mundo em que vive. Um bom professor sabe que o apren-
menstruação, pornografia, prostituição e relações sexuais.não
E há dizado surge de forma gradual. Você deve fazer a mesma coisa.
qualquer razão pela qual os pais não devam responder francamente Os pais cristãos se sente
m mais dispostos, por exemplo, a dividirseu
essas perguntas, mas devem se lembrar de que a criança não preci- cristianismo com os filhos pequenos. Mostram na Natureza todas as
sa de um curso de obstetrícia. coisas que Deus criou, como Deus nos ama e Se preocupa conosco, e
Às vezes, a forma como as coisas são ditas é mais importante do como podemos conversar com Ele. Tomam a iniciativa de falar sobre
que o conteúdo. Quando os detalhes são passados de forma segura os importantíssimos conceitos de Deus, fé e salvação. Então, por que
e sem ansiedade, a criança se sente tranqüila e descansada. Contu- têm que fechar o sexo em um quarto separado e com uma tabuleta de
do, se houver insegurança e ansiedade, a criança deduzirá que exis- “Não entre!
” na porta?É preciso falar claramente sobre aexualidade.
s
te algo angustioso com relação ao sexo.
Experimentação
A criança que não faz perguntas Às vezes, os pais se assustam e se incomodam quando descobrem
Existem numerosas razões para uma criança não fazer perguntas que um grupo de crianças da vizinhança se envolve em jogos se-
sobre o sexo. Seu interesse pode não ter sido estimulado através da xuais. Os jogos sexuais são comuns entre as crianças de 4 a 10 anos.
vida familiar; ela pode ser filho único ou não ter passado pelo nas- Elas querem fazer comparações, de modo que se trancam e mos-
cimento de um irmãozinho. A criança pode “ser boazinha”, mas de tram seus genitais mutuamente. Fazem experiências com diferentes
alguma maneira ter a impressão de que certas perguntas são “más”. formas de urinar. As meninas fazem isso de pé e os meninos, senta-
Outra criança obtém a informação fora do círculo familiar e pode dos. Acham graça nas palavras que se referem às funções eliminató-
ter se sentido confusa ou ridicularizada, não se sentindo livre para rias. Brincam de médico e enfermeira.
fazer perguntas. Certos pais se preocupam tanto que proíbem seus filhos de brin-
Mas, independentemente das razões, uma criança que não faz car com esse grupo de crianças. A ênfase exagerada faz com que o
mas positivas
perguntas precisa
de promover
de ajuda tanto
a educação
como a sexual,
que as faz.
baseando-se
Há muitasnos
for- e terrível,se
incidente e conceitos
fixe na me
saudá
móriaveis
da não
criança
se como
edifi
camuma
sobre
xperiência
e sentimentos
suj
a
acontecimentos diários da vida, sem que seja necessário sentar-se de culpa e vergonha.
com um livroaberto para responder as rguntas
pe dacriança. Já fa- A melhor coisa que um pai pode fazer é conversar tranqüilamente
lamos da primeira maneira de fazê-lo: aprende
r com os irmãozinhos com a criança sobre o assunto, responder suas perguntas e dar-lhe as
e irmãzinhas. Se não há um bebê na família, leve seu filho ou filhi- explicações necessárias. A sabedoria daman
não dar importância ao- in
nha para visitar um amigo que tenha um, e deixe que a criança veja cidente e ajudar os filhos a gastar suas energias em outras atividades.
o bebê. Não precisa zer
di nada esp ecial.
Outro método de aprender é observar a Natureza. Se a criança vê A cama da criança
animais no acasalamento, é uma excelente oportunidade de explicar Toda criança deve ter sua própria cama. A criança que divide a
que as crianças têm pais e mães, como os animais. Os pais também cama com um irmão ou irmã não pode evitar o contato físico, que
podem afirmar que, quando os seres humanos mantêm relações se- facilita a brincadeira sexual. Um número considerável de problema
s
xuais, é diferente dos animais, porque os pais e as mães se amam sexuais remonta sua srcem ao tempo em que a criança dormia com
muito. Eles se casam e vivem juntos, têm um filhinho e o amam. irmãos ou rmãs,
i com parentes ou amigos. Muitos pais se surpreen
-
Muitos pais pensam que já cumpriram seu dever, quando a única dem ao descobrir a quantidade de brincadeira sexual e masturbação
coisa que fizeram foi dizer ao filho: “Se você tiver alguma pergunta so- que ocorre entre as crianças quando são forçadas a dormir com al-
bre sexo, pode fazê-la com toda a liberdade a um de nós.” Mas talvez guém. Além disso, os irmãos e irmãs devem ter quartos separados
a criança nunca faça perguntas. Não basta dizer-lhe que pode pergun- depois de cinco ou seis anos. Se isso não for
possível, use os móveis
tar. Um bom professor não pensa que sua tarefa consiste apenas em para garantir certa privaci
dade.
sentar-se e esperar que as crianças façam as perguntas. Procurará es- Alguns pais, inoc entemente, permitem que os filhos passem a noi-
timular a curiosidade, de modo que se sintam impulsionadas a fazer te com um amigo vizinho, ou que um amigo vá passar a noite com
perguntas. Ele deseja algo mais que repartir informação. Quer ajudar seu filho. Em outras ocasiões, permitem que um grupo de meninas

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
204/Fi lhos – educan do com su cesso Edu cação sexu al p osit i va / 205
se reúnam em casa e fiquem brincando no quarto até tarde. Não
Que instruç ão sexual você teve? queremos dizer com isso que a criança
nunca possa convidar um
amigo para dormir em sua casa, ou que poderá pa
nunca ssar a noi-
Nossa habilidade para analisar temas sexuais está muito ligada a te na casa de um amigo. Mas saiba que ela está exposta à experi-
conceitos, pensamentos e sentimentos que trazemos da infância. Quanto mentação sexual cada vez que esses privilégios lhe são permitidos,
mais positivas foram as instruções que recebemos, mais probabilidades e é mais fácil prevenir um mal do que remediá-lo.
teremos de transmitir conceitos saudáveis a nossos filhos. Em cada uma
das declarações abaixo, faça um círculo ao redor do número da escala A masturbação
que melhor represente suas lembranças. Durante gerações, a palavra
m astu r bação tem provocado temor e
1. Falso vergonha a milhares de pessoas. Até poucos anos atrás, considerava-se
2. Parcialmente verdadeiro que ela provocava loucura, surdez, cegueira, epilepsia, calvície, perda
3. Verdadeiro, em sua maior parte de peso, debilidade e esterilidade. A criança que era surpreendida “no
4. Totalmente verdadeiro ato” apanhava e era advertida severamente sobre o que poderia acon-
tecer por causa de seu comportame nto. NosEstados Un idos, foi paten-
1 2 3 4 1. Em minha infância, meus pais me incentivavam a fazer teado um cintode castidadeara p meninos. Outr o método de control ar
perguntas sobre o sexo. esse hábito tão temido era ouso de luvas de alumínio, onde as mã os da
1 2 3 4 2. Meus pais nunca fizeram com que eu me sentisse criança ficavam presas urante
d a noite. guns
Al pa is utilizaram alge mas
culpado por ser curioso em relação aos órgãos sexuais. como as usadas pela polícia. Inventou-se até um dispositivo com cam-
1 2 3 4 3. Meus pais, e não meus amigos, foram minha primeira painha que soava no quarto dos pais, indicando que o menino tivera
fonte de informação sobre sexo. uma ereção, e o pai corria para salvar a criança de si mesma. Ocasio-
1 2 3 4 4. Ao repassar o que me foi ensinado durante a infância, nalmente, os pais recorreram a recursos extremos como cortar o clitó-
sinto que cresci com conceitos saudáveis em relação ao ris da filha ou suturar os lábios vaginais, num esforço de deter a mas-
sexo e à reprodução.
1 2 3 4 5. Tanto meu pai quanto minha mãe me deram informação turbação.
Atualmente,
Operações
as autoridades
em garotosmédicas
tambéminsistem
foram que
feitas.
a masturbação é
sexual ao longo dos anos. uma parte normal do desenvolvimento. Quase todos os meninos e pelo
123 4 6. (Para homens) Meus pais conversaram comigo sobre a menos 75%das meninas praticam esse ato em um momento ou outro,
polução noturna antes que isso acontecesse. durante a adolescência, porque descobrem as sensações agradáveis
(Para mulheres) Meus pais me prepararam para a obtidas através das diversas manipulações dos órgãos genitais. Em
enstruação antes que ela começasse. muitos casos, a masturbação reflete apenas a busca do adolescente de
1 2 3 4 7. Meus pais expressavam espontaneamente seu afeto maior conhecimento sobre seu corpo; e há aqueles que recorrem a essa
quando eu estava presente. prática num esforço de compensar a falta de amor e atenção.
1 2 3 4 8. Sinto-me confortável e sem inibição ao e xpressar afeto
É improvável que a masturbação provoque as enfermidades que
por meu cônjuge diante de nossos filhos. antes se acreditava; no entanto, pode destruir o respeito próprio,
produzir melancolia, irritabilidade e inquietação. As crianças e os
Some os números em que você fez um círculo. Procure as instruções adolescentes podem experimentar sentimentos agudos de remorso
para determinar a pontuação na página 254. Comente o resultado com seu e degradação aos seus próprioshos. ol A prática contí
nua da mastur-
cônjuge. Se for necessário fazer mudanças, (1) analise quais são elas, bação pode destruir a energia do organismo e dar srcem a uma de-
(2) como devem ser efetuadas, (3) a partir de quando devem começar. pressão. Ao dirigir a atenção para si, a pessoa que se masturba pode
perder de vista as coisas espirituais.
Quando os pais descobrem que o filho se masturba, não devem
ameaçá-lo, castigá-lo, condená-lo ou envergonhá-lo. Ao contrário,
examinem o tem po que dedica aos esportes. eElfaz exercíci
o físico
suficiente? Brinca o suficiente? Tem jogos adequados para manejar
a seu gosto? Se for mais velho, ele tem um passatempo favorito, ou

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
206/Fi lhos – educan do com su cesso Edu cação sexual posi ti va/ 207
manifesta interesse nos esportes, na música e em outras atividades? centes é o que fazer
Ele se sente aceito, amado e apreciado? A roupa lhe cai bem? Man- quando encontram fo-
tém seu corpo limpo? Tem a pele irritada? tografias obscenas ou
Durante a adolescência, a masturbação assum e um significado di- revistas pornográficas
ferente. Não é mais que stão de curiosidade ou de simples prazer- in com seus filhos. O li-
fantil; há um significado sexual mais profundo. O adolescente pode vro Books and the
ter vivido com seu corpo por uns doze anos, mas agora tem novos Teen-Age Reader, de
estados de ânimo e sensações físicas, como resultado do desperta- G. Robert Carlsen, dá
mento psicossexual. um conselho aos pais
O dano mais sério que aasturbação
m produz é a culpa. Há casos
o- c que estão com esse
nhecidos de adolescentes que se mataram porque se sentiam muito tipo de problema:
fracospara conti nuar vivendo dessa forma. Os escente
adol s de amb os “Quando descobrir
os sexos precisam compreender que, ao se tornarem rapazes e moças, um exem plar de umi-l
seus conceitos sexuais podem ficar mais significativos. Devem apren- vro de conteúdo inde-
der que a satisfação sexual genuína deriva da profunda necessidade de cente, uma revista pornográfica, uma piada suja, escondidos no quar-
dar antes que de receber. Precisam compreender o conceito de que ato ou no caderno de seu filho, não aja pelo impulso de uma emoção ou
verdadeira realização só pode ser encontrada numa relação de amor da verg onha. Ele não é um monstro, tampouco seusnteresse
i s são an-
que envolve outra pessoa e não no prazer físico solitário. tinaturais. Está fascinando por esse material porque seus amigos o
Os adolescentes ficam profundamente preocupados com o as- ajudaram a conhecê-lo. Ele quer experimentar por si mesmo. Fazer
sunto da masturbação, mas acham difícil conversar sobre ele. Os uma cena, destruir o material ou acusá-lo de ter desejos vergonhosos
pais podem ajudar os filhos, dizendo-lhes que não há qualquer coi- não diminuirá necessariamente seus interesses. Talvez a única coisa
sa errada com o que está acontecendo com seu corpo. Não devem que consiga será fazer com que ele disfarce o que lê, e dará a idéia de
sobrecarregá-los com sentimentos de culpa ou degradação. Ao que a sexualidade é objetável e pervertida.”
mesmo tempo, devem enfatizar a necessidade de direção e contro- Ao falar da pornografiaom
c os adolescentes, faça-os ver que isso
le da sexualidade. é apenas uma representação do contato genital. Não é uma relação
A criança que se masturba geralmente não é feliz. Pode ter pou- com afeto, amor ou compromisso entre os seres humanos. Quando
cos amigos e não desfrutar de uma quantidade normal de brinque- as relações sexuais são uma finalidade em si mesmas, tornam-se
dos e diversões inf antis. Amasturbação não é a causa do pro blema, monótonas. Os editores de revistasnográficas
por sabem uito
m bem
mas um sintoma de que há algo que não anda bem em sua vida. Os disso, e incluem cenas extravagantes e grotescas. Para os cristãos,
pais deveriam providenciar uma boa variedade de jogos e cuidar o uso de material pornográfico para estimular as fantasias eróticas
para que o filho dedique tem po suficiente às atividades lúdicas; con- desmente tudo o que a Bíblia diz que o sexo pode e deve ser.
seguir tarefas interessantes que possa realizar em casa; elogiá-lo A criança que recebe uma educação sexual adequada e que se sente
pelo esforçosealizados;
r incluí
-lo mais nos entretenime
ntos e diver- livre para falar abertamente de temas sexuais com seus pais tem me-
sões familiares. Se não responder positivamente depois dessas me- nos probabilidade de se envolver com materiais pornográficos. Quan-
didas, seria ocnveniente levá -lo a um especialista. do a curiosidade natural não é satisfeita de forma inteligente, o adoles-
cente pode procurar a pornografia. Lamentavelmente, esses materiais
A pornografia oferecem respostas equivocadas, informação enganosa e um conceito
É preciso ensinar a criança a controlar seus impulsos sexuais. Se doentio sobre o sexo, ao separá-lo do amor e do casamento.
não aprender o autocontrole, acabará se tornando um adulto cruel, A educação sexual dos filhos é tanto um privilégio como uma
egoísta, insaciável e indisciplinado. O perigo é que alguns pais, num responsabilidade. Deve se basear em princípios e não em argumen-
esforço desesperado para ajudar os filhos a controlar suas pressões tos que mudam com o tempo e deixam os adolescentes sem algo
sexuais, exerçam um controle exagerado sobre eles ou não os ensi- que os sustenha. É um privilégio dar ao mundo filhos com concei-
nem a se controlarem. tos saudáveis sobre o sexo e a moral, para que organizem famílias
Nesse contexto, outro problema que preocupa os pais de adoles- amáveis, felizes e altruístas.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
Capítulo 11

A r esp on sab il id ad e
d os p ais

Uma senhora e sua filha adolescente estavam almoçando num


restaurante. Entre os clientes, havia várias jovens mães com
seus inquietos bebês. Quatro delas, com certeza, estavam grávidas.
Durante 15 minutos, elas escutaram as broncas que as mães diri-
giam a seus pequenos. Finalmente, a adolescente fez uma pergunta
significativa à sua mãe: “Mamãe, se odeiam tanto seus filhos, por
que continuam tendo bebês?”
A pergunta dessa jovem provocou gum
al impacto em você? A maio-
ria de nós cresce com a me
nte cheia de maravilhosas
antasias,
f que en-
volvem casar com um príncipe encantado ou com uma linda princesa.
Os comerciais que víamos nos diziam que tudo de que precisávamos
Werner
era usar certa pasta dental especial e… pronto! A pessoa ideal apare-

Res umo d o capítulo seus filhos e filhas apoio emocional VI. Filhos e lares desfeitos
3. Deve manifestar estabilidade D. A mulher como professora A. A elevada inci dência de
III. A insati sfação conjug al C. O homem como chefe de 1. Deve ser digna de confiança lares desfeitos
A. Depois do nascimento família 2. Deve manter a autoridade B. Efeitos do divórcio sobre:
B. Quando os filhos são 1. Guia os membros da família 3. Deve ser conseqüente 1. Os filhos em idade pré-escolar
adolescentes 2. Exerce uma liderança “suave” 4. Deve contribuir para o 2. Os filhos em idade escolar
3. Compreende a esposa desenvolvimento de seus filhos 3. Os filhos adolescentes
III. Os filhos diminuem a D. O homem e seu tempo C. Nem todos devem ser pais
felicidade conjugal IV. O período intermediário
A. Complicam as relações IV. O papel da mulher no lar A. A rotina nos ano s VII. As maiores necessidades
B. Os filhos são exigentes A. A mulher como esposa intermediários dos filhos
1. Dá prioridade ao esposo B. É preciso tomar muitas A. Precisam de um pai e uma
III. O papel do homem no lar 2. Aceita-o como é e o trata com decisões mãe que os amem
A. O homem como esposo respeito C. A paternidade nos anos B. Precisam de pais que
1. O casamento produz satisfação B. A mulher como mãe intermediários confiem em Deus
2. É atento com sua esposa 1. A maternidade produz tensões
B. O homem como pai 2. Equilíbrio entre os papéis de
1. Deve assumir papel de homem esposa e mãe
2. Deve ter boas relações com C. A mulher como fonte de

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
210/Fi lhos–
edu can docomsu cesso Ar espon sabi li dade
dospai s/ 211
ceriainstantaneam ente em cena , e nos apaixonaríamos perdidamente Alguma vez, essa pergunta apareceu em seu próprio coração
por ela. Logo, teríamos bebês perfeitos e preciosos, que seriam ali- d o l o r id o ?
mentados com papinhas maravil hosame nte fortificadas, de modo que Vamos aos fatos. Note nodiagram a que o nívelda satisfação con -
nunca ficariam doentes, nunca se irritariam ou fariam papel de tolo. jugal baixa a seu ponto médio quando as crianças começam a che-
Ninguém insinuou que a vida se complicaria. Recebemos preparo me- gar no lar. O nível de felicidade continua caindo e alcança seu pon-
nos realista para o mais exigente de todos os trabalhos. to mais baixo quando os filhos estão na adolescência.
Aqui está a bela princesinha que pensava poder enfrentar o casa- A maioria das pessoas supõe que o nível mais elevado de satisfa-
mento sem dificuldades. Estava segura de saber o que significa a ção conjugal seja alcançado na ma últi parte da vida. Essa suposição
vida de casad o e a formação de uma fam ília. Havia visto milhares de reflete a déia i de que
, quanto ma is tempo o casal viverjunto, maior
vezes pela televisão. Além disso, todas as novelas românticas ti- será o desejo que cada um sentirá de aumentar a felicidade do côn-
nham indicado: é casar-se e viver feliz para sempre. Mas, pouco de- juge. Mas isso só acontece com casais quej áera m feli zes no prin-
pois de ter começado a viver o sonho, um pesadelo surge no hori- cípio. É muito difícil um casal que nunca experimentou um nível
zonte. Algo não marcha tão bem quanto deveria. Quando chega o elevado de felicidade conjugal alcançá-la repentinamente, apenas
primeiro bebê, a relação entre ambos começa a se deteriorar. A vida porque os filhos saem do lar.
conjugal começa com esperanças brilhantes e uma terna canção no Embora esse diagrama exponha os resultados de numerosos es-
coração! E como é possível que em seu caminho se levante esta es- tudos, nem todos os casais apresentam as mesmas características.
tranha pergunta: “Por que nossa satisfação conjugal diminui pro- No entanto, a maioria dos casais tende a re fletir essas tendê
ncias, a
gressivamente, enquanto nos dedicamos à criação dos filhos?” menos que dediquem tempo e esforço preparando-se para o casa-
mento e as responsabilidades do lar como se dedicam ao preparo
para a vida profi ssional.Portanto, é importante compre ender a ten-
Satis fação d o casal ao longo d a são e os desentendimentos que a relação conjugal pode sofrer em
vida fam ilia r cada uma de suas etapas.
Alta Quando o sonho acaba
Por que existe uma contradiçãoepe r ntina na satisfaçãoonjugal,
c
logo depois daua-del -mel? A maioria dos casais não está preparad a
para os ajustes que aida v conjugal requer. Os sonhos ro mânticosos
deixam cegos, de maneira que não percebem as situações reais que
os recém-casados devem enfrentar. Mas por que a presença de fi-
lhos é um fator adicional para diminuir a satisfação conjugal?
Os filhos são uma “herança do Senhor”, diz a Bíblia. Mas o ca-
sal deve se sentir seguro na relação mútua antes de dar à luz uma
criança. O casal que pensaue q um filho trará coesão a uma rela-
ção insegura não compreende a dinâmica daOsvida. fi lhos com -
pli cam os re lacionam entos . De fato, ter um filho durante os pri-
meiros dois anos de casamento dobra os riscos de divórcio. Sen-
do que o divórcio já afeta a metade de todos os casamentos, isso
Baixa significa que apenas um em cada quatro casais poderá evitá-lo, se
Recém- Casal Família Família Família Família Família
casados no com com com na de não houver outros fatores.
tempo filhos filhos filhos meia- idade Na maioria doscasos, o preparo do casalpico tí é completa mente
fértil na na jovens idade avan- inadequado para enfrentar as demandas da paternidade. Passam os
escola escola çada nove meses de gestação comprando todo tipo de roupinha de bebê
primária secun- e os móveis necessários para receber o pequeno. Se, por acaso, re-
dária
cebem alguma instrução, trata-se dessas que só instruem os pais no

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
212/Fi lhos–
edu can docomsu cesso Ar espon sabi li dade
dospai s/ 213
aspecto mecânico da educação. Eles não aprendem a proteger e dis- até então não haviam recebido muita atenção dos amigos e familia-
ciplinar o bebê. res, agora todos se reúnem para dar as boas-vindas ao bebê e ex-
A maneira repentina com que as responsabilidades da paternidade pressar interesse pelo bem-estar dos novos pais.
aparecem evidencia a falta de preparo do jovem casal. Durante a lua- De sua parte, os novos pais se acercam de temores e frustrações.
de-mel, o casal vai aprendendo a se conhecer gradualmente. Mas,As noites maldormidas os deixam completamente esgotados. E, por
quando um bebê aparece em cena, não há oportunidade para ir absor-causa do confinamento que sua constante responsabilidade requer,
vendo grad ualmente a novaituação.
s Portanto, a cena matrimonial
ad- sentem-se sozinhos. Não podem mais aproveitar suas atividades so-
quire aspecto crítico. A relação conjugal compete com a relação filial ciais como antes, e a depressão aparece. A quantidade de tarefas do-
no tempo, no afeto e no cuidado. O esposo e a esposa agora andam àsmésticas que uma criança exige faz com que se sintam sobrecarrega-
escuras, enquan to tentam reorga nizar sua er lação mútua. dos. A casa, que antes se mantinha limpa, agora tem a aparência de
Qual é a solução para esseilem d a? Preparo… pr eparo… preparo, um galinheiro. A responsabilidade financeira aumenta. E, a cada pas-
tanto para o casamento como para a paternidade. O mero conheci- so, eles precisam tomar decisões adicionais: sobre médicos, colegas
mento não resolverá todos os problemas, mas certamente ajudará de brincadeira, babás, alimentação, educação espiritual e disciplina.
bastante os casais inteligentes a enfrentar a realidade antes que ela Os pais também se sentem confusos quanto à maneira de se ajus-
lhes sobrevenha. tar aos filhos. Estudos mostramue q os irmãos que tê m uma diferen-
Uma relação saudáve l entre pais e fil
hos se desenvolve a partirde ça de idade de dois anos ou menos e são do mesmo sexo tendem a
uma relação saudável entre esposo e esposa. Esses vínculos de competir mais entre si. Isso pode resultar em intensos episódios de
amor proporcionam a segurança de que a criança necessita. A esta- rivalidade fraternal… mas não se desanime. Também tendem a des-
bilidade emocional da mãe depende em grande parte do afeto, da frutar mais da companhia uns dos outros durante os intervalos de
segurança e do sentido de ganho que ela obtiver de sua relação com paz. Os irmãos que têm uma diferença de idade de quatro anos têm
o esposo. O respeito próprio de uma mulher está estreitamente liga- menos coisas em comum e não experimente
talvez m tanta rivalida-
do a seus sentimentos de valorização, respeito e estima. O sucesso de fraternal como os outros.
no papel de esposa e mãe também depende muito da aceitação e Mais importante que a distância que separa os filhos são fatores
apoio que seu esposo lhe apresentar. Portanto, é o vínculo existen- como a idade e a saúde da mãe; as obrigações financeiras, as razões
te entre o esposo e a esposa o que os leva a atuar (ou não) com efi- por que querem outro filho; a capacidade física e emocional dos
ciência no papel de pai e mãe. pais para investirna educaçã o de outromembro da família; o espa-
ço disponível na casa para mais um… enfim, a lista é ilimitada.
Os primeiros anos no ninho A pressão sobre o casamento aumenta notavelmente quando os fi-
A vida do casal sem filhos continua mais ou menos como quando lhos entram em cena. Quando um casal não tem ideais comuns quan-
eram noivos. Ambos ainda estão em suas atividades profissionais. to à educação e disciplina dos filhos, os conflitos são inevitáveis. É
Quando surgem tensõe s e problemas, podem evitá-los oman
t do diver- importante que unifiquem seus ideais relacionados à vida familiar. Se
sas direções no âmbito de suas atividades cotidianas. Sentem
-se livres a esposa cresceu no campo e guarda lembranças da família que tra-
para aproveitar a noite, o fim de semana e as férias como melhor lhes balhava unida na horta, enquanto seu esposo criado na cidade con-
parecer. No entanto, os filhos mudam drasticamente a cena. Subita- funde tomates com pêssegos, é indispensável chegar a um acordo.
mente, os esposos devem adotar opapel de pais. O padrãoamiliar
f de- Às vezes, as responsabilidades da paternidade sobrecarregam
saparece. Para o jovem casal, a vida já não é o que costumava ser. tanto o casal que eles não conseguem ver o lado agradável da situa-
A vida conjugal muda radicalmente. O insistente choro da crian- ção. Os pais jovens devem sempre manter a felicidade e as duras
ça interrompe o sono da mamãe e do papai. Talvez percebam final- provas da paternidade em perspectiva. Os filhos são uma das maio-
mente que, como pais, são totalmente responsáveis por aquela cria- res fontes de satisfação da vida familiar. Quanto mais feliz for o ca-
turinha incapaz de fazer algo por si só, e que não podem se livrar sal no processo de crescimento do matrimônio, mais capaz será de
dessa responsabilidade. compartilhar essa felicidade com seus filhos.
No início, um sentime nto de estabilidade e orgulho enche os pais O casal que lê e estuda com atenção bons livros sobre o noivado e
de entusiasmo, ao voltarem para casa com seu bebê. A criança é um o casamento terá um quadro mais realista da vida conjugal e suas res-
sinal visível de que o casal começou realmente sua vida juntos. Se ponsabilidades. Ele será capaz de analisar detalhadamente os assun-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
214/Fi lhos–
edu can docomsu cesso Ar espon sabi li dade
dospai s/ 215
O homem como esposo
Como os filhos afetam o casamento? O casamento dá ao homem a satisfação de ser bem visto por
seus amigos. Ele espera que o casamento lhe proporcione alguns
As afirmações a seguir revelam o efeito que os filhos produzem na sentimentos importantes. Quando um filho entra em cena, o espo-
estabilidade do casamento. Em cada uma, faça um círculo ao redor do so aprende logo que a atenção que ele recebia de forma exclusiva
número da escala que reflita melhor sua opinião. agora está dividida. Mas deve ser suficientemente maduro para
compreender que, quando sua esposa divide seu amor com o fi-
1. Concordo totalmente lho, o queela sente por ele não diminui. aPi e filho não competem
2. Concordo em parte
3. Não estou certo pelos afetos da mãe.
4. Discordo em parte É importante que o esposo e a esposa procurem ocasiões para es-
5. Discordo totalmente tarem juntos, sem que o filho os interrompa. Devem separar tempo
e dinheiro para atividades recreativas fora do lar, se é que desejam
1 2 3 4 5 1. Certas pesquisas revelam que a satisfação conjugal manter sua identidade como casal e reavivar as chamas do roman-
continua diminuindo ao longo de todos os anos da ce. Planeje essas ocasiões para si pelo menos duas vezes por mês.
criação dos filhos. Se você não pode pagar uma babá, reveze tarefas dessa natureza
1 2 3 4 5 2. O nível de felicidade de um casal geralmente alcança com outro casal. Selecione atividades que atraiam a ambos. Saiam
seu ponto mais baixo durante a adolescência dos filhos. para pass ear de carro,ri a um piquenique ou nada r. Divirtam-se jun-
1 2 3 4 5 3. O nível mais elevado de satisfação conjugal é alcançado tos, dêem risadas, alimentem grandes sonhos. Esqueçam-se dos
nos últimos anos. problemas. Dêem as mãos e conversem sobre assuntos que interes-
1 2 3 4 5 4. Ter um filho no primeiro ano de casamento dobra sem a ambos. Concentrem-se um no outro. Nem você nem seu côn-
a probabilidade de divórcio. juge jamais lamentarão ter passado esse tempo assim.
1 2 3 4 5 5. A satisfação conjugal do casal começa a aumentar J á se disse, com razão, que o mais importante que o homem

1 2 3 4 5
depois que os filhos saem do lar.
6. O primeiro ano do casamento é o mais difícil para
pode
ro, umfazer
bompor
esposo.
seus filhos
Quando
é amar
ele respeita
a esposa.sua
Umesposa
bom pai
como
é, primei-
pes-
muitos casais.
soa, é sensível a seus estados de ânimo, e considera importante
seu papel no lar, sem dúvida o ambiente em casa será amigável e
1 2 3 4 5 7. O esposo experimenta sintomas mais intensos de cooperativo. As jovens personalidades prosperam em um am-
desilusão que a esposa depois do casamento. biente como esse.
1 2 3 4 5 8. O futuro do casamento é determinado em grande Esposo, ame sua esposa. Diga-lhe que gosta de seu olhar e que
medida pela adaptação que o casal enfrenta durante o ela é tão digna de ser amada como no dia em que vocês se casa-
primeiro ano como cônjuges. ram. Expresse seu amor através de pequenos atos de atenção,
1 2 3 4 5 9. As estatísticas mostram que 51% dos divórcios ocorrem apreço por sua devoção no lar, afetuosas comemorações com flo-
antes do 5º ano de casamento. res, cartões ou um jantar fora. Mantenha acesa a chama do afeto
no casamento. Uma mulher pode suportar muito, quando sabe
Leia o capítulo 11 para encontrar a resposta correta para cada caso. que o esposo a ama.
Depois, comente as declarações com seu cônjuge, um
parente ou um amigo. Não se engane. As expressões diárias de romântica atenção são
essenciais para a existência da mulher. Sem a segurança constante
tos relativos a filhos e disciplina em vez de recorrer a generalizações do afeto do esposo, ela não poderá satisfazer tão amplamente as ne-
idealistas como: “Vamos ter três lindos filhos!” Os noivos precisam es- cessidades do filho. Um pai que dá esse tipo de apoio emocional
tudar a fundo assuntos como seu papel de pais, a maneira de resolver fará com que seus esforços sejam bem recompensados.
problemas, como tomar decisões, compatibilidade, comunicação, fi- O esposo atento apresenta um quadro apropriado do papel que um
nanças e sogros. Os casais que se ajustam mais facilmente são os que homem deve desempenhar, tanto diante dos filhos quanto das filhas.
tiveram am pla orientação pré-m
atrimonial e doisou mais anos para se No agitado ritmo da vida atual, com todo tipo de pressão que tende a
adaptar um ao outro antes de o primeiro bebê nascer. separar os membros da família, é preciso mais que nunca que o espo-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
216/Fi lhos–
edu can docomsu cesso Ar espon sabi li dade
dospai s/ 217
so e pai projete uma imagem sólida. A escola, a igreja, as atividades
da comunidade, os trabalhos, as atividades recreativas, os amigos e Estou preparado para ter filhos?
os meios de comunicação, todos pedem atenção. O papel do homem
é fundamental no processo de manter a família unida. Aqui está um método fácil de descobrir seu preparo para a paternidade.
Não importa se você está preparado ou não para esse fim, vale a pena
O homem como pai fazer este teste. Faça um círculo ao redor do número da escala que indica
A preparação para a paternidade tem sido tristemente descuida- melhor seus sentimentos acerca de cada afirmação.
da. Uma adolescenteodep adquirir certa experiência no trabalho de 1. Definitivamente sim
cuidar de crianças e, mais tarde, se inscrever num curso de vida fa- 2. Provavelmente sim
miliar. Mas não conheço qualquer sistema que ensine a um adoles- 3. Não estou certo
cente a importante função do pai. 4. Provavelmente não
Durante o namoro, o rapaz ainda tem certo grau de independên- 5. Definitivamente não
cia. Casado, ele aprende a inclui
r a esposa em se
us planos, abdican- 1 2 3 4 5 1. Quando há crianças por perto, elas me cercam e
do de certa medida de sua independência. Quando chega o primei- demonstram que eu as agrado.
ro bebê, ele perde uma parte ainda maior de sua independência. 1 2 3 4 5 2. Com freqüência, detenho-me para admirar bebês ou
Percebe que a esposa depende muito mais dele do que antes e que para falar com crianças pequenas.
precisa de mais doses de afeto, segurança e ânimo. Ele deve reco- 1 2 3 4 5 3. Gosto de pegar bebês e crianças pequenas no colo.
nhecer essa necessidade e garantir esse tipo de apoio. Então, a se- 1 2 3 4 5 4. Poderia cuidar de filhos menores mesmo que meu
gurança do casal será transmitida ao filho. cônjuge não me ajudasse.
Mesmo que a mãe, no geral, passe mais tempo com os filhos, 1 2 3 4 5 5. Ainda que fosse despertado à noite com o choro de uma
criança, poderia suportar a tensão adicional.
não devemos menosprezar o papel do pai. Ele contribui para o 1 2 3 4 5 6. Gosto das tarefas próprias do cuidado de bebês, como
crescimento do filho, de diversas maneiras que só ele pode prover. trocar fraldas, dar banho, vestir, alimentar, vestir e fazer
A
homem
primeira
bom
coisa
e direito.
e a mais
É dele
importante
que a criança
que o pai
aprende
pode os
fazer
traços
é ser
mas-
um 1 2 3 4 5 arrotar.das tarefas próprias do cuidado de crianças
7. Gosto
culinos que imitará e que formarão parte de sua personalidade. É pequenas, como dar banho, ensinar a controlar o xixi,
dele que um jovem ap rende a ag ir como adulto.Se o paideseja que corrigir, ensinar bons hábitos, responder perguntas
seu filho desenvolva uma atitude saudável em relação às mulhe- e ensinar os números e as cores.
1 2 3 4 5 8. Posso amar uma criança mesmo que seu
res, deve prover um modelo de respeito. Se o filho percebe que o comportamento não seja digno de amor.
pai despreza as mulheres, ele imitará essa atitude. Se o pai tra-
não 1 2 3 4 5 9. Estou preparado para aceitar um filho ou uma filha.
ta as amigas de sua esposa com respeito, o garoto absorverá rapi- 1 2 3 4 5 10. Estou preparado para aceitar a a parência de meu filho,
damente essa atitude e pensará: esta é a forma de um homem agir não importa com quem se pareça.
com as mulheres. 1 2 3 4 5 11. Poderia lidar perfeitamente com a frustração de uma filha
Por sua vez, as meninas precisam se relacionar com seus pais tan- com beleza física média ou inferior à média.
1 2 3 4 5 12. Poderia lidar perfeitamente com a frustração de um filho
to como os meninos. A garota deve aprender as diferenças que há com baixa estatura e sem estrutura musculosa.
entre os traços masculinos e os femininos, e o pai deve ajudá-la a 1 2 3 4 5 13. Tenho amadurecimento suficiente para aceitar um filho
desenvolver sua feminilidade. À medida que a menina cresce, preci- com desempenho comum, sem se destacar na escola ou
sa de seu pai para valorizá-la. Ela necessita se vestir para agradá-lo outras realizações.
e agir como uma mocinha. Uma razão por que poucas mulheres ex- 1 2 3 4 5 14. Nossa vizinhança atual é a propriada para os filhos,
perimentam verdadeira comunicação, comodidade e compreensão porque inclui boas escolas, quadras fechadas de jogos e
em seus relacionamentos com homens se deve ao fato de a maioria outras crianças bem-educadas.
1 2 3 4 5 15. Os cômodos do nosso lar são apropriados para uma
dos pais nunca ter dado oportunidade às filhas de desenvolver es- criança. Não há qualquer um em que não possa entrar.
ses sentimentos nos primeiros anos da vida. 1 2 3 4 5 16. Nosso lar é ad equado para crianças, tanto no t amanho
O tipo de relação que uma menina estabelece com seu pai afeta como no espaço.
criticamente seu desempenho sexual, anos mais tarde. O Dr. Sey- 1 2 3 4 5 17. Nossa renda é suficiente para cobrir os gastos adicionais

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
218/Fi lhos – educan do com su cesso A r esponsabili dade do s pais/ 219
de alimentação, roupas e educação de um filho. cipa ativamente em seus assuntos aprende que um homem pode
1 2 3 4 5 18. Não temos problemas conjugais sérios e achamos que realmente cuidar dela e demonstrar interesse genuíno no que lhe
desfrutamos de maior satisfação do que boa parte dos aconteça. Uma garotinha precisa ter um pai que estabeleça normas
casamentos. ativamente em sua vida.
1 2 3 4 5 19. Tenho amadurecimento suficiente para renunciar a uma O papel estabilizador que o pai desempenha vai além do aspecto fi-
noitada com meus amigos em caso de ter que cuidar de
um filho doente. nanceiro e da provisão para a comodidade da família. Quando o pai
1 2 3 4 5 20. Sou independente de meus pais ou o utros familiares há se separa de sua família, seja por ausência física ou emocional, os fi-
pelo menos dois anos. lhos mostram sérias deficiências em seus relacionamentos sociais e
1 2 3 4 5 21. Ficarei sem filhos pelo menos por dois anos depois de morais com suas mães, amigos e vizinhos. Quanto mais direto for o
casado. papel do pai ao guiar e dirigir sua família, mais estável ela será.
1 2 3 4 5 22. Tive oportunidade de viajar e f azer outras coisas O pai que pensa que pode deixar o filho apenas aos cuidados da
interessantes antes de ter filhos, de maneira que não
preciso me queixar. esposa não aceitou sua responsabilidade de pai. A paternidade é ta-
1 2 3 4 5 23. Acredito que a paternidade é uma escolha e que não é refa de duas pessoas, particularmente na cultura complexa e exi-
preciso ter filhos para imitar outros casamentos. gente em que vivemos. A criança não leva muito tempo para perce-
1 2 3 4 5 24. Reconheço que os filhos tiram parte do tempo que se ber como o pai aceitou seu papel.
dedica ao cônjuge, e ambos estamos preparados para
ceder esse tempo. O homemcomo lí
der do grup
o famil
iar
Na página 254, você encontrará as instruções para calcular Além do que foi dito, um bom pai deve assumir também a respon-
a pontuação. sabilidade de orientar e dirigir o grupo familiar. Esse papel não é
meramente o resultado da casuali
dade, costumes ou tr
adição. Estu-
mour Fisher, da Universidade do Estado de Nova Iorque, investigou do após estudo tem indicado que, no lar onde se respeita o pai como
as diferenças entre dois grupos de mulheres, umas com elevada sen- chefe, a família tende a sofrer menos dificuldades emocionais que
sibilidade
briu que asexual e outras
capacidade de cuja
umasensibilidade
mulher para era escassa.
alcançar Ele desco-
o orgasmo está onde
No entanto,
a autoridade
essa do
liderança
pai está
não
emconsiste
falta. no exercício de uma au-
intimamente vinculada a suas percepções e sentimentos de como toridade arbitrária, dominadora e ditatorial com a qual alguns pais
são recebidas a dependência e a confiança que ela deposita nas pes- tendem a governar a família. A liderança familiar compete
tanto ao
soas, e particularmente nos homens. esposo qu an to àesposa. Não é o esposo quem sem pre manda e a es-
As mulheres com alta sensibilidade orgásmica tiveram uma rela- posa quem sempre obedece. Numa relação de mútuo apoio, o espo-
ção emocional saudável com seus pais nos primeiros anos de vida. so exercita uma liderança “suave”, direta.
Aprenderam que os homens existem para defender os melhores in- Um esposo sábio compreende a posição da esposa, e não exi-
teresses das mulheres e para cuidar delas. ge nada irrazoável dela nem de seus filhos. Ele percebe as neces-
Esse fator estabili
zador faltou às mulheres comixa bacapacidade sidades de todos os membros da família. Talvez nem sempre
orgásmica. Pensavam que as pessoas importantes de sua vida se atenda aos desejos da esposa, mas se esforçará para ser justo
afastariam delas ou as enganariam. Achavam difíc il confiar, relaxar- com ela e os filhos. Considerará os sentimentos de cada um, de
se ou se entregar nos braços de seus esposos. Seu temor roubou- acordo com as circunstâncias, e terá simpatia por sua posição.
lhes a capacidade de responder sexualmente. Um líder que apóia e afirma a estrutura familiar é respeitador,
O estudo concluiu: “Quanto menor for a capacidade da mulher justo e bondoso. Toda a família está segura sob a direção de uma
para chegar ao orgasmo, mais provável é que diga que seu pai a tra- pessoa assim.
tou com indiferença, sem fazer um esforço sério para controlar sua Muitos problemas surgem quando os papéis de liderança são
conduta ou fazer cumprir sua vontade; ou seja, foi descuidado e não confusos. A criança que cresce num lar onde os pais inverteram
estabeleceu regulamentos bem definidos.” suas funções freqüentemente estabelece traços de rebeldia e de-
Evidentemente, o pai, figura masculina principal nos primeiros linqüência. Estudos recentes revelam que a figura da mãe domi-
anos de vida da mulher, estabelece um modelo que influenciará nadora pode confundir o menino que busca sua identidade. Um
grandemente suas expectativas de casada. A menina cujo pai parti- estudo de apis solteiros mostrou que 5% 8 deles vêmde lares

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
220/Fi lhos – educan do com su cesso A r esponsab i li dade do s pais/ 221
onde as mães assumiam o papel dominador, ou onde o pai esta- isso como “tempo com qualidade”.
va ausente. Os pais ausentes, que não tomam as decisões em casa, que não são
exemplo para seus filhos, um dia ficarão excluídos do círculo familiar.
O homem e seu tempo Esses homens, mais tarde, se queixarão de que seus filhos são estra-
Foi pedido a um grupo de 369 rapazes e 415 moças de uma esco- nhos que vivem em casa. Os pais de sucesso são reconhecidos por seus
la secundária que listassem 10 qualidades especialmente agradáveis filhos como cuidadosos, ajudadores, disponíveis, às vezes com razão e
dos pais. A que recebeu mais votos foi “que dediquem tempo a seus às vezes sem ela, mas consistentemente amorosos e acessíveis.
filhos”. O pai ausente, com freqüência ou constantemente, pode
causar enfermidade mental, delinqüência juvenil e homossexualis- A mulher como esposa
mo nos filhos. O Dr. Stanley Yolles, diretor do Instituto Nacional de Embora o papel da mãejaseimportante, o papel de esposa éal- em
Saúde Mental dos Estados Unidos, afirma que o pai tem o poder de guns aspectos mais importante e essencial. A mulher que confunde
reduzir a delinqüência e também tem uma influência direta na saú- suas prioridades e coloca o filho antes do marido fará o esposo se
de mental do filho e na capacidade intelectual da criança. sentir rejeitado. E um esposo insatisfeito pode desenvolver ressenti-
Em outro estudo feitopor um psicólogo, pediu-seueq 300 garotos mento em relação ao filho, que parece ter prioridade na vida da espo-
fizessem um registro do tempo que seus pais passavam com eles sa. Esse tipo de esposa facilmente se distancia do companheiro e,
numa semana. O pai típico e seu filho estiveram juntos seteinutos
m muitas vezes, “substitui” o esposo pelo filho. Ela também pode comu-
e 15 segundos! nicar ao filho a frustração e a pouca estima que tem pelo marido. Isso
pode fazer com que a criança desenvolva falta de respeito e até ódio
O pai está ausente se não está em casa regularmente. Portanto, o mé-
dico ocupado, o ambici
oso homemde neg ócios e o vendedor de suces- pelo pai. Quando as mulheres procuram ser esposas antes de serem
so que trabalha constantemente são pais ausentes se passam mais tem-mães, enriquecem a vida do esposo, dos filhos e delas mesmas.
po fora do lar do que dentro dele. Uma boa forma de avaliar a situação Outro fato básico é que a esposa deve aceitar seu cônjuge como ele
é contar o número de refeições semanais que o pai faz com os filhos. é, e não ficar tentando mudá-lo. A tentativa de mudar o marido termi-
contrava
Um dostempomaiores
cada
atributos
dia para
queestar
tinha
ohn
com
J F.os
Kenne
filhos:
dy tempo
era quepara
en- brin- na
nasemboas
discussões
qualidades
quedotrazem
esposotensões
e expressar
ao lar.
admiração
Ela deve eseapreço
concentrar
pelas
car, para passear de barco com eles e contar-lhes histórias. Mesmo qualidades físicas, mentais e espirituais que ele possui. Diga a seu es-
sendo tão ocupado, procurava participar de suas vidas. Acontecia o poso quão inteligente, elegante e maravilhoso ele é para você. Com-
contrário com um lendário agricultor, que pediu uma tarde a seu fi- preenda as responsabilidades que ele carrega nos ombros, as dificul-
lho para “ordenhar as vacas, dar comida aos cavalos, alimentar os dades e lutas que enfrenta ao levar as cargas financeiras da família.
porcos, juntar os ovos, amarrar o potro, partir lenha, bater a man- Anime-o, e faça de seuarl um lugar muito
agradável, onde dê ogsto vi-
teiga, tirar águado poço, estudar as liç
ões e dorm ir”. E o pai saiude- ver. Sua atitude o incentivará a passar mais tempo com você e as
pressa para assistir a uma reunião cujo tema era: “Como podemos crianças. É impossível para um homem sentir carinho por uma mulher
manter nossos filhos em casa?” que está constantemente criticando e sugerindo-lhe que mude.
A qualidade do tempo que o pai passa com o filho é importante.
Uma criança se lembrará afetuosamente das cenas da infância uni- A mulher omo
c mãe
camente se o pai estiverrealmente presente. Na maioria das vezes, O papel da mãe é tão variado e importante como o do pai. Duran-
a criança marca o tempo em que passaram juntos, mais que o lugar te os primeiros anos da criação dos filhos, a mãe dedica boa parte
ou a atividade. Ela se lembrará com mais entusiasmo dos momen- do tempo às tarefas do lar. É muito importante, nessa etapa crucial
tos que passou caminhando com o papai pelo parque do que quan- de ajuste, principalmente se ela acaba de deixar o emprego, que
do ele lhe trouxe um brinquedo novo. No entanto, é cada dia mais aceite suas novas responsabilidades com gosto e entusiasmo. Sua
difícil para a típica criança passar uma significativa quantidade de carreira pode ter-lhe dado amplas recompensas e desafios. E se, de
tempo com o pai. Parece haver uma correlação entre uma renda repente, se transforma em dona de casa por tempo integral, a mu-
mais elevada para o pai e menos tempo para a família. Se ele der a dança é complicada. Os dias no lar podem deprimi-la ou aborrecê-
seu filho atenção exclusiva quando lhe fizer uma pergunta, ajudará la, se forem comparados à estimulante interação que tinha em sua
a resolver um problema no momento crucial, e a criança tomará profissão. Trocar fraldas, fazer comida e am
amentar o bebê
, às ve-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
222/Fi lhos – educan do com su cesso A r esponsab i li dade do s pais/ 223
principal da maioria das desordens sérias da personalidade é a priva-
Para os pais ção da figura materna na primeira infância.” E o Dr. William Glasser
assinala em seu livro
Reali ty Therapy que, durante toda a vida, preci-
Quanto dinheiro você teria se recebesse cem dólares por cada coisa samos sentir que alguém se preocupa conosco e que devemos devol-
positiva que você fez por seu filho na última semana? ver esse sentimento. Quando isso não acontece, a pessoa perde con-
tato com a realidade e finalmente perde a razão ou morre.
1. Recebi meu filho com carinho quando ele voltou da escola. Diversas linhas de pesquisa têm demonstrado esse ponto. O Dr.
2. Elogiei em voz alta algo que meu filho fez com as próprias mãos. Harry Harlow faz experiências com macacos recém-nascidos. Mes-
3. Parabenizei meu filho por um trabalho bem feito. mo que eles recebam a nutrição apropriada, não recebem quantida-
4. Elogiei os esforços que realizou na escola.
5. Conversei a sós com meu filho. des adequadas de carinho, pois não têm suas mães. Esses macacos
6. Depois de voltar do trabalho, brinquei com ele. crescem incapazes de se acasalar e se conduzem de forma estranha,
7. Fui à igreja com meu filho. com maneiras muito parecidas com as dos doentes mentais.
8. Ajudei-o a terminar uma tarefa. A primeira relação emocional da criança com sua mãe forma o
9. Deixei que ele me contasse uma história sem interrompê-lo. fundamento de sua relação emocional com os outros através de
10. Disse-lhe “por favor” e “muito obrigado”. toda a vida. Se o seu relacionamento emocional com a mãe for bom,
11. Pedi permissão antes de usar suas coisas. ela se sentir segura e confiante de que suas necessidades serão aten-
12. Reservei tempo para responder suas perguntas.
13. Fiz com que ele escutasse boa música. didas prestativamente, desenvolverá uma personalidade estável e
14. Ensinei-lhe a usar corretamente as ferramentas. um firme conceito de si mesma.
15. Conversei com ele sobre sexo e reprodução humana.
A mãe como professora
zes, transformam rapidamente a novidade em aborrecimento. O lar é a primeira escola da criança, e a mãe, a primeira professora.
Depois do nascimento do bebê, a mulher pode enfrentar mudan- Agora, sim, pode-se confiar na informação de uma boa professora,
ças em
ças. seu nível
Ela pode sentirde
umenergia. O período
esgotamento pós-parto
físico e em desgasta
ocional que apenas suas for- dela.
sem necessidade
Uma das primeiras
de que lições
o alunoque
queira
a criança
comprovar
precisaos aprender
fatos e duvidar
é que
o tempo cura. Seria melhor se ela e o esposo adiassem suas relações pode confiar nos ensinamentos de sua mãe. Assim, livra-se da confu-
sexuais normais por algumas semanas depois do períodopós-parto. são de duvidar de ou testar cada uma das lições.
Talvez passe um bom tempo antes que ela volte a sentir prazer se- A aceitação de autoridade é a primeira lição que a criança preci-
xual completo, especialmente se quiser evitar outra gravidez. A es- sa aprender. Assim, asições
l seguintes serã
o mais fáceispara ela. A
posa precisa do apoio e do carinhodo esposo durante se es período. mãe deve ser uma autoridade, mas não se assuste. Uma autoridade
O mais importante é que a mulher aprenda a equilibrar suas responsa-é simplesmente alguém que sabe mais da matéria do que a pessoa
bilidades de esposa e mãe. A chegada de um filho requer mudanças no com quem ela está falando, e que tem o bom senso de não se meter
relacionamento do casal. Ela deve estar alerta às necessidades de seu em outras áreas. Uma boa professora se esforça para estabelecer
cônjuge para que a transição seja tão suave quanto possível; deve estar confiança diante dos olhos de seus alunos através do ensino de fa-
disposta a deixar o bebê de vez em quando, para dedicar tempo e aten- tos que podemser comprovados. ais M tarde, pode se aventurar a
ção completa ao esposo. Se ele começar a se sentir abandonado, achan- apresentar matérias mais difíceis de serem comprovadas, mas isso
do que ocupa um lugar secundário, ela estará em terreno perigoso. depois que seus alunos tenham aprendido a confiar nela. Não é pre-
ciso repreender, privar, chamar a atenção ou castigar. Ela simples-
Mãe, fonte de urança seg emoci onal mente faz com que a criança entenda.
Se todos os bebês do mundo se reunissem em uma convenção, pro-vêUma boa professora usará o castigo, seneces
for sário, mas não o
vavelmente seu clamor principal seria: “Eu quero minha mãe!” O sen- quecomo alguma coisa que ela faz para a criança, e sim como algo
ela faz pela criança. A atitude da mãe em relação à criança de-
timento de segurança é mais importante para os bebês do que para assobediente deve ser: “Amo muito você para permitir que se compor-
crianças maiores,
mas todosprecisam sentir que pertencem a alguém. te de maneira tão negativa.”
O Dr. David R. Mace diz em seuSuccesslivro in Ma rr i age: “A causa A coerência é também uma parte essencial de uma boa professo-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
224/Fi lhos – educan do com su cesso A r esponsab i li dade do s pais/ 225
gia. Os bons há-
Para as mães bitos de saúde
da família prote-
Quanto dinheiro você teria se recebesse cem dólares cada vez que gem seus mem-
realizou algo positivo para seu filho na semana passada? bros de resfria-
dos, cáries, ata-
1. Sorri para meu filho. ques de gripe e
2. Li ou contei uma história para ele. outras doenças.
3. Ao colocá-lo na cama, despedi-me com um beijo. Quando a famí-
4. Dei-lhe um abraço.
5. Falei acerca do amor de Deus. lia tem boa saú-
6. Permiti que ele me ajudasse em diversas coisas. de, a mãe sente
7. Agradeci sua ajuda. que fez um bom
8. Lembrei-me de uma ocasião em que ele demonstrou cortesia. trabalho como
9. Agradeci por não ter me interrompido enquanto falava. especialista em
10. Organizei uma atividade especial e assim contribuí para a união nutrição fami-
familiar. liar.
11. Disciplinei meu filho com amor, mesmo quando estava brava.
12. Fiz com que as horas das refeições fossem divertidas. Finalmente, a mãe deve educar o filho de modo que ele reconhe-
13. Demonstrei respeito pelo que pertence a meu filho. ça que foi criado à imagem de Deus e que é seu dever refletir da me-
14. Permiti que ele tomasse suas próprias decisões. lhor maneira – com a ajuda divina – essa imagem.
15. Estive em casa para recebê-lo depois das aulas. Os primeiros cinco ou seis anos de vida da criança são cru-
16. Demonstrei amor e respeito pelo pai de meu filho. ciais em seu processo de tornar-se um adulto emocionalmente
seguro e independente. O ambiente do larterá uma profundan- i
ra. Qualquer mãe causará confusão em seu filho se às segundas e às fluência sobre o futuro do filho. Contudo, a paternidade nos é
terças ensinar que dois mais dois são seis, mas às quartas e às quin- imposta de forma instantânea. Que bom se pudésse mos nos for-
tas ensinar que dois mais dois são quatro. A incoerência na discipli- mar em paternidade!
na gera confusão e pânico na criança, de maneira que ela tem von- É por isso que nem o esposo nem a esposa devem crer que des-
tade de dizer: “Não quero saber de mais nada.” E não seguirá mais frutarão de felicidade de forma automática em sua vida familiar.
qualquer ensinamento. Dê a seu filho o mesmo ensinamento quan- Ambos devem se esforçar conscienciosamente para se preparar e
tas vezes forem necessárias. Quando você disser algo, seja perseve- criar a família. Ambos ganharão muito e não perderão nada ao fa-
rante. Na disciplina, é melhor estar coerentemente equivocada do zer algo conscientemente cada dia para aumentar sua felicidade
que incoerentemente certa. mútua. Dessa forma, contribuirão mais do que imaginam para a
A mãe como professora é responsável por outras áreas do desen- felicidade futura de toda a família.
volvimento social. Ela precisa supervisionar se os talentos da crian-
ça estão sendo desenvolvidos. E uma criança tem de ser desafiada As pressões do período intermediário
com a idéia de que não vive apenas para sua satisfação própria e a A rotina marca a vida mediana do casamento. O romance e o
alegria que suas vitórias lhe permitem, mas que tem a obrigação de orgulho de ter começado uma nova família se desvanecem. Ago-
usar seus talentos e habilidades para o bem da humanidade. Ela ra, os pais devem seajustar àstarefas menos fascinantes, como
deve receber educação baseada no idealismo em vez de no materia- assistir às reuniões de pais e mestres, levar os filhos às reu-
lismo. Se uma mãe tem desenvolvido em seu filho um sentido sóli- niões, supervisionar as lições de música e ser o juiz nas dispu-
do de valor próprio, não terá que se preocupar com as demais re- tas pelos melhores lugares. À medida que os filhos vão crescen-
gras sociais: elas já se desenvolveram. do, a tensão entre o esposo e a esposa tende a aumentar. Ago-
A mãe é, também, responsável pelo desenvolvimento físico da ra, é preciso tomar decisões mais importantes quanto a saídas
criança. É ela quem planeja e prepara os alimentos e, por isso, pre- com jovens do sexo oposto, escola, atividades, amigos, escolha
cisa ter um conhecimento básico sobre saúde, nutrição e fisiolo- de uma profissão.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
226/Fi lhos – educan do com su cesso A r esponsab i li dade do s pais/ 227
Para poder viver harmoniosamente durante essa época, os ideais sito e o vazio
da vida familiar devem se fundir e se tornar um só objetivo. Em al- podem se esta-
gumas famílias, essa transição ocorre suave e facilmente, mas em belecer com ra-
outras os alvos do pai, da mãe e dos filhos se chocam violentamen- pidez devasta-
te. Tanto o esposo como a esposa devem trabalhar unidos para al- dora. A casa si-
cançar seus ideais. É nessa fase ueq a satisfação matrimonial chega lenciosa fala de
a seu ponto mais baixo. Como o casal se desviou de sua antiga feli- muitos momen-
cidade conjugal? tos de ocupação
Nos primeiros anos do casamento, as mulheres têm um bom nível e barulho. Se
de satisfação pessoal. Finalmente, acertarão o alvo para o qual esta- sua identidade
vam apontando desde que compreenderam que há diferença entre estiver baseada
meninos e meninas. Mas, quando nasce o primeiro filho, sua satisfa- na maternidade,
ção pessoal cai pela metade. E continua diminuindo através dos anos. ela pode come-
A maioria das mulheres é extremamente sensível às mudanças çar a duvidar de
impostas à relação conjugal; por sua vez, muitos homens ignoram seu valor; sofrer
totalmente os sentimentos de suas esposas. Contanto que tenha à a perda de seus
sua disposição roupa limpa, refeições a tempo e privilégios sexuais, filhos; duvidar
o que mais poderá um homem desejar ou esperar? Mas ela pode se de sua indivi-
deprimir por causa da falta do apoio emocional que acredita ter di- dualidade espe-
reito de receber dele. Os homens tendem a se conformar com um in- cial como mãe. Os filhos que se foram sobreviverão, mas e a mãe?
tercâmbio de favores. O romance é um simples efíci beno extrapara O esposo e a esposa devem se preparar para o tempo em que os fi-
o homem; já para a mulher é uma necessidade. lhos crescerão e deixarão o lar. O casal típico passará mais da meta-
Por outro lado, durante os prime iros anos, se a sa
tisfação pessoal de do tempo de casados em um ninho vazio. Se o casal bem adapta-
da esposa é alta, a do esposo é mínima. Por quê? Porque, quando se do se prepara para isso, pode ser o período mais satisfatório da vida.
casaram, talvez estivesse estudando, ou tivesse que aceitar um tra- A chave está em fazer planos cuidadosos.
balho insignificante para manter a família. Gradualmente, através
dos anos, ele trabalha e luta para se superar. Ao chegar nos quaren- A paternidade fase na intermediári a
ta, ele tem um cargo melhor e uma segurança financeira muito Durante o períodointermediário,os pais devemcomeçar a dividir
maior do que antes. Enquanto sua satisfação aumenta, a dela dimi- mais e mais as responsabilidade da família com seus filhos. Uma das
nui… Uma crise se aproxima! melhores formas de manter a solidariedade da família durante esse
Você pode ver,nesse esque ma, em que m omento apro ximado seu período é fazendo reuniões familiares semanais de planejamento.
casamento enfrenta maior perigo? Sim, ocorre durante a meia-ida- Essas reuniões devem ter prioridade. Não descuide delas em função
de. No entanto, os homens não percebem, porque experimentam de outros compromissos. A reunião familiar semanal dá a cada um a
uma consideráve l satisfação notrabalho. áJ suas esp osas se sente
m oportunidade de falar, fazer sugestões, planejar atividades, estabele-
extremamente exasperadas por não haver forma de comunicar o va- cer objetivos, resolver problemas e participar de uma das melhores
zio que sentem no corpo, na alma e no espírito. (Lembre-se de que experiências educativas possíveis.
as estatísticas representam apenas tendências gerais, de modo que O pai e a mãe podem se sentir tentados a exercitar sua prerroga-
não se aplicam a todos os casais.) tiva e se sentar como dirigentes. Mas quanto menor destaque tive-
As crianças afetam o casamento não apenas quando chegam, rem e quanto mais animarem seus filhos a participar, maior será a
mas também quando se vão. Com a saída dos filhos, o esposo e a recompensa. A mão dura de um ditador logo matará o progresso.
esposa devem ajustar novamente seus papéis conjugais. Isso Isso não quer dizer que o fi
lho tempeso igual em tod os os assuntos;
acontece especial mente às mães que se de dicaram inteiramente a mas o fato de todos votarem ao tomar decisões que os afetem faz
criar os filhos. Quando o último filho sai do lar, a mãe entra lite- crescer a lealdade e a unidade familiar. Algumas famílias indicam a
ralmente na fila dos desempregados. A solidão, a falta de propó- direção e permitem que cada criança ocasionalmente seja o “capi-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
228/Fi lhos – educan do com su cesso A r esponsab i li dade do s pais/ 229
tão” do barco. Essa responsabilidade proporciona excelente treina- como uma “norma” – algo que segue seu curso. Sendo que 60 a 70%
mento para o futuro e também cultiva um rico ambiente para o cres- de todos os divórcios afetam crianças peq uenas, o bem-estar futuro
cimento pessoal e o aumento de atitudes positivas de cada membro dos filhos é um ponto-chave. Muitos casos se arrastam durante ois d
da família. (Essa idéia permite que as famílias onde há padrasto ou anos, enquanto os pais disputam a custódia dos filhos e a divisão
madrasta fiquem mais unidas.) dos bens nos tribunais, geralmente com muito aborrecimento e às
Pode também ser vantajoso permitir que os filhos observem seus vezes com esperança de reconci liação.
pais enqua nto eles resol vem algum problema . Convide seu filho, se Freqüentemente, esses pais usam seus filhos para vingar-se um
o tema for apropriado, para se sentar e escutar como você busca as do outro. Muitos justificam seus atos dizendo que seus filhos estão
soluções. Com esse método, a criança aprende que os problemas melhor num lar isento de dificuldades do que em um onde há cons-
não precisam destruir boas relações. Ao contrário, verá como ana- tantes brigas e infelicidade conjugal. No entanto, os fatos não apói-
lisar problemas, aproveitar as boas idéias espontâneas, estudar e es- am essa teoria.
colher o rumo adequado, mesmo sob tensão. Como o divórcio afeta as crianças? O Dr. Harvey White apresentou
Cada família deve fazer um inventário de suas prioridades e cui- os resultados de um notável estudo em seu Familivro
ly I s Good for
dar para não deixá-las de lado. A escola, a igreja, o clube, os espor- You . “As crianças do Projeto Divórcio”, nome dado ao estudo mencio-
tes e outras atividades requerem atenção constante. Mesmo quando nado, apresenta as conclusões a que chegaram os pesquisadores de-
toda a família planeja passar a noite em casa, a onipresente televi- pois de terem entrevistado 60 famílias enquanto estavam se divor-
são poderá pôr a perde r a santidadedo círculo familiar. Procure não ciando e um ano depois. Os pesquisadores observaram problemas
isolar sua família totalmente das atividades sociais, tampouco dei- emocionais como: depressão, ansiedade, retraimento e desenvolvi-
xe-a participar o tempo todo. É muito fácil deixar-se levar por múl- mento inadequado. A pesquisaevelou
r que, quanto nos me idade tinha
tiplos programas favoritos ou especiais. a criança, piores eram os efeitos, porque a criança mais nova depen-
As famílias sábias fazem inventário de suas forças e debilidades de mais da família para sua segurança e proteção. O estudo concluiu
em diversas épocas. que as crianças sofriam “uma crise aguda relacionada com a perda de
Cada pessoa da família é capaz de pensar e agir independente- um dos pais e a confusão do divórcio, assim como problemas emo-
mente? cionais de longo alcance que surgiram mais tarde”.
Cada uma desfruta de saúde emocional? As crianças de dois anos e meio a três e meio experimentaram re-
Os membros da família se sentem parte de uma equipe? trocesso no controle de suas funções fisiológicas, irritabilidade, ma-
A família divide certos alvos, e seusem mbros procuram alcan- nha, choro, medo, inquietações sobre separação, problemas para
çá-los juntos? dormir, confusão, agressividade e caprichos. Observou-se que esses
O ambiente espiritual da família é pertinente à vida diária? sintomas ocorreram em todas as crianças (com exceção de uma),
O diálogo diário do lar está voltado para a valorização ou des- que permaneceram com suas mães no mesmo ambiente do lar. Suas
valorização pessoal? brincadeiras eram “sem alegria”. Na terapia lúdica que era aplicada,
Cada membro da família leva suas responsabilidades sem se elas construíam mundos inseguros habitados por animais perigo-
sobrecarregar? sos, e contavam histórias cheias de procuras angustiantes. Três de
A família reserva tempo para praticar atividades recreativas cada nove desse grupo estavam ainda piores um ano depois do di-
que aliviem as tensões diárias e promovem a saúde e a vitalidade? vórcio, e supõe-se que essas três tenham vindo de um lar onde o
Ao responder a essas perguntas ou algumas parecidas, você terá conflito do divórcio persistia e as mães estavam a maior parte do
uma visão ma is clara do lugar onde se encontra sua famíli a e do que tempo preocupadas com isso.
pode esperar para ofuturo. As crianças de quatro anos permaneciam também muito deprimi-
das e confusas, e se culpavam pelo divórcio. Sete de cada onze apa-
Lares destruídos geram crianças fracas? reciam mais deprimidas, ma is limitadas ou constrangidas durante a
O divórcio e a separação estão aumentando mais rapidamente en- terapia e em sua conduta, e expressavam maior necessidade de
tre as famílias com crianças do que entre os casais sem elas. Esti- aprovação, atenção e contato físico depois do divórcio. Isso ocorria
ma-se que uma em cada três crianças pequenas não vive com seus apesar de uma quantidade maior de carinho e do que parecia ser
pais naturais. E o mais alarmante é que muitos aceitam o divórcio uma relação melhor com o pai, nas visitas.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
230/Fi lhos – educan do com su cesso A r esponsab i li dade do s pais/ 231
Um total de 44%dessas crianças pré-escolares mostrava maiores nas um de seus pais
alterações emocionais um ano depois do divórcio. A correlação no conflito, mas os
mais importante se manifestava entre a disposição emocional da dois. A maior ne-
mãe e o tipo de relação que a criança tinha com ela. cessidade da crian-
O grupo de cinco e seis anos apresentou pela primeira vez meni- ça nesse momento
nos que podiam enfrentar com certo realismo o divórcio entre seus é ter um pai ou uma
pais. As meninas pareciam ser mais vulneráveis à perda de seus mãe, e não outro
pais, nessa idade, e criavam tristes fantasias sobre a possibilidade amigo ou compa-
de compensar seus pais através de seu amor. O final das visitas era nheiro.
quase como o rompimento de um namoro. As meninas pareciam As pesquisas
submersas em suas fantasias e se desenvolviam pouco na escola. de Wallerstein e
Cinqüenta por cento das anças cri de cincoe seis anos pareciam es- Kelly comprova-
tar capacitadas para enfrentar sem problemas devastadores a crise ram que de 25 a
do divórcio; as demais ficavam tristes, e mdrosas e confusas quan to 50% das crianças
à fidelidade, e desejavam estar com seus pais. que passam pelo
Nem mesmo os excelentes direitos de visitação pareciam acalmar divórcio de seus
a necessidade que as crianças de cinco e seis anos sentiam de ter pais sofrem trans-
seu pai no lar. Mesmo nessa idade, as crianças tinham que se adap- tornos emocionais
tar à perda de um dos pais, como os outros membros da família fo- que afetam seu de-
ram forçados a fazer. Comprovou-se também que os procedimentos senvolvimento du-
do divórcio em si são menos traumáticos para a criança que o pro- rante um ano de-
cesso de acertos. pois do divórcio.
J oan Kelly e J udith Wallerstein, as criadoras do estudo “As crian- O que acontece
ças do Projeto Divórcio”, citam um menino que descreve o divórcio depois disso? Eles
de seus pais assim: “Estou dividido em dois.” Para enfatizar sua si- continuaram estu-
tuação, Roberto fez um gesto com as mãos como se dando um corte dando o grupo du-
na fronte. rante cinco anos e descobriram que7%das
3 crianças envolvi das
O Dr. F. aJ mes Anthony menciona a declaração de outro menino: sofriam de depressão, manifestando o seguinte: infelicidade crô-
“É como se papai e mamãe estivessem brigando dentro de mim, e emnica e acentuada, promiscuidade sexual, delinqüência na forma
seguida se separassem, dividindo meu corpo para que eu pudesse ir de abuso de drogas, pequenos roubos, alcoolismo e vandalismo,
com ambos, mas claro que se eu fizesse isso morreria. Ficaria parti- deficiência para aprender, raiva intensa, apatia, necessidade in-
do. Só poderei voltar a ser uma pessoa viva e inteira se eles se junta- terminável de carinho e atenção.
rem outra vez.” A pesquisa revelou que os outros 29% das crianças estavam fa-
Os efeitos nas crianças maiores e nos adolescentes pareciam ser zendo o que se descreveu como “progresso próprio em seu desen-
menos traumáticos, porque as crianças dessa idade são capazes de volvimento”, mas que “conti nuavam experimentandontermitente-
i
expressar mais abertamente seus sentimentos de hostilidade, raiva e mente uma sensação de privação e tristeza, assim como ressenti-
amargura, diminuindo dessa forma os efeitos emocionais significati- mento de um ou ambos os pais”. Trinta e quatro por cento das
vos. Quanto menos envolvidas estiverem essas crianças em proces- crianças, depois da separação, pareciam estar se desenvolvendo
sos de divórcio, melhor enfrentarão a situação. Além disso, tendem a satisfatoriamente, comparando com crianças de famílias que não
se manter neutras e não se colocam do lado de um de seus pais. tinham problemas.
Comprometer as crianças para que se unam a um dos pais e fi- Quando se perguntou às crianças sua opinião, 56%disseram que
quem contra o outro corta a relação normal que deve existir entre não viam qualquer melhora na família atual, comparada com a an-
pais e filhos. Quando a mãe é menos que mãe ou o pai é menos que ter i or. Outras dificuldades causadas pela perda de um dos pais po-
pai e se transforma num companheiro da criança, ela perde não ape- dem não surgir até muito mais tarde na vida. O divórcio já é bem

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
232/Fi lhos – educan do com su cesso A r esponsab i li dade do s pais/ 233
difícil para os adultos, mas seus efeitos devastadores duram mui-
to mais tempo nas crianças. Ciclo de vida do casamento
Apesar do que certos livros e artigos afirmam, raras vezes o di- Alta
vórcio é “regenerador”; ao contrário, quase sempre é desastroso
para todos os que estão envolvidos. Os pais responsáveis devem
evitá-lo sempre que possível. Quando for inevitável, apesar de to-
dos os esforços para salvar a relação conjugal, os pais devem fa-
zer todo o possível para diminuir o dano em seus filhos. Evitem a
crise do divórcio pelo menos durante os primeiros cinco anos de
vida da criança. Primeiro filho
Desafortunadamente, nem todos os casais capazes de procriar
filhos são capazes de criá-los com responsabilidade. Nem todos os Média
casais se tornarão bons pai s. Mas os esposose esposas que trazem
filhos ao mundo deveriam assumir a responsabilidade que a pater- Primeiro filho
nidade implica. Deveriam respeitar o privilégio da paternidade, sai de casa
descartando seus próprios desejos e caprichos para fazer o melhor
por seus filhos.
Último filho
sai de casa
A maior necessidade da criança
A maior necessidade de seu filho não é tanto ter pais que o amem,
mas pais quese amem mutuamente.A idéia mais importante sobre Baixa
casamento que a criança terá é a que sua própria família oferece. Início do casamento Tempo Casados há alguns anos

privilégios
Seus filhoseeresponsabilidades
filhas estarão observando
do casamento
vocêsque
como
elesmodelos
formarãodos
al-
gum dia. O ideal não é proporcionar um lugar perfeito para criar os
filhos no sentido material, mas um lar acolhedor e afetivo, onde se
pratica constantemente a obediência aos melhoresncípi
pri os.
Ser bem-sucedidos como pais não significa ser perfeitos. Mais
que isso, um bom pai (ou mãe) é uma pessoa conscienciosa que tira
tempo para se aperfeiçoar em seu papel. Sabe que os problemas não
se resolvem fingindo-se que não existem. Sabe também fazer distin-
ção entre problemas reais e imaginários.
Mesmo os melhores pais enfrentarão problemas durante os anos
de criação dos filhos, mas levarão suas cargas tranqüilamente, por-
que se apóiam com firmeza num pode r mais elevado.Eles com-
preendem que as queixas ou os lamentos não farão as responsabili-
dades desaparecerem da paternidade. De vez em quando, você se
enganará, mas, em vez de se autocastigar, aceite seus erros como
parte do processode crescimento.
Nenhuma família pode alcançar a felicidade sem se esforçar, tra-
balhar e lutar. Por causa das grandes tensões da vida, comuns à
maioria das famílias da atualidade, tanto os pais como os filhos de-
vem unir esforços para realizar seus sonhos de uma vida familiar
harmoniosa.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
Capítulo 12

Tir e van tag em d e


si t u ações so c i ai s
desvantajosas
Tem-se discutido muito se asmães comfilhos pequenosdevem
trabalhar fora de casa. Neste capítulo, não discutiremos isso,
mas veremos a melhor forma de a família agir quando a mãe tem um
emprego regular. Em alguns países industrializados, a metade das
mães com filhos menores de 18 anos trabalha fora. Uma alta por-
centagem (37%) das mães com filhos na pré-escola também trabalha
fora do lar, porque as necessidades financeiras requerem uma com-
plementação na renda famili ar.
Segundo um estud o realizado por A.C. Nielsen, três em
cada cin-
co mulheres trabalham porque a família precisa do dinheiro ou por-
que querem ter dinheiro para adquirir um segundo carro, decorar a
William
casa ou ter férias especiais. Somente 19%das entrevistadas disse-

Res umo d o capítulo I. Ponha qualidade no tempo G. Existe um lado positivo E. Como aliviar as tensões
que passa com seus filhos H. Forneça educação espiritual 1. Fale das expectativas
II. Mães que trabalham 2. Faça os filhos adotivos partici-
A. O número de mães que II. Pais e mães solitários III. Pais substitutos – padrastos parem do casamento
trabalham A. O ideal: pai e mãe unidos e madrastas 3. Dê-lhes a oportunidade de ver
B. Por que as mães trabalham B. Filhos com apenas o pai ou A. Número de famílias adotivas o pai e a mãe substitutos em
C. Como aproveitar melhor o a mãe têm as mesmas B. O tipo mais difícil de diferentes circunstâncias
tempo necessidades que os outros paternidade 4. Faça com que as crianças
1. Sugestões C. A importância do manejo do C. Métodos dos pais substitutos sintam que são parte de uma
2. Um programa semanal tempo 1. Coloque-se de acordo com as família
D. Problemas no cuidado dos D. Sintomas de uma criança expectativas 5. Tenha um lugar especial para
filhos com problemas 2. Apoio mútuo os filhos
1. Facilidades disponíveis 1. Excesso de mau D. O que esperar dos filhos 6. Faça com que todos participem
2. Cuidado dos filhos no lar comportamento 1. Os filhos testarão os limites de atividades agradáveis
E. Quando unir-se à força de 2. Insegurança 2. Não espere amor instantâneo F.A união pode pro duzir cura
trabalho 3. Procura chamar a atenção
F. Como lidar com a culpa E. Como lidar com os
G. O que o esposo pode fazer problemas financeiros
H. Como os filhos podem ajudar F. Busque apoio for a do lar

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
236/Fi lhos–edu can docom su cesso Ti r evan tagem desi tu açõessoci ai sdesvan taj osas/ 237
ram que trabalhavam porque gostavam de fazê-lo. É interessante no- disso, a mãe deve se informar periodicamente sobre o que está
tar que os esposos que participaram da entrevista viam as coisas de acontecendo, para constatar o progresso de seu filho.
forma diferente. Três em cada cinco homens disseram que suas es- Recomenda-se que as mães não trabalhem fora antes que seus fi-
posas trabalhavam porque queriam fazê-lo. Somente 29%admitiram lhos completem quatro meses. Só então o bebê terá estabelecido
que a família precisava de uma segunda fonte de renda. suas pautas afetivas iniciais em relação aos membros da família.
Esse período deve ser prolongado para até 24 meses, quando os te-
A mãe que
trabal
ha e o tempo mores de perder a mãe são mais intensos.
O que separa verdadeiramente a mãe do resto doOmundo? tem - Duas defensoras do direito de as mulheres trabalharem ola fora, Vi
po . A mãe que trabalha fora tem menos tempo para as tarefas que Klein e Alba Myrdal, afirmam que, se as mães querem ter certeza de
deve fazer. Somente o planejamento adequado lhe permitirá sobre- que seus filhos estão tendo a devida segurança emocional e o devido
viver às exigências que lhe são impostas. Se você é uma mãe que desenvolvimento físico, devem dedicar todo o seu tempo a eles até a
trabalha, encontrará algumas sugestões úteis neste capítulo. idade de três anos. Outros especialistas recomend am que a criança só
Estabeleça suas prioridades e simplifique seu trabalho tanto vá para a creche ou escolinha após completar três anos de idade. An-
quanto possível. tes disso,ela não está emocional mente preparada ra padeixar a mãe e
Peça ajuda aos lhos.
fi Eles podem jaudar mais do que você po- brincar com outras crianças, supervisionada por desconhecidos.
deria esperar. Quando as mães esperam até que os filhos tenham de seis a 11
Mantenha uma lista com as coisas que é pre
ciso fazer cada dia, anos para voltar a trabalhar, tudo parece se ajustar com mais facili-
e vá marcando as tarefas que foram feitas. dade. Neste caso, ela permane com os filhos durante os primeiros
Faça planos para descansar e se recrear fora de casa e longe anos de formação, desenvolvendo neles sentimentos de dignidade,
dos filhos (e não se sinta culpada) porque isso fará com que se tor- rodeado-os de afeto e inculcando neles os traços fundamentais do
ne mais produtiva. caráter. Quando a cri ança entra na escola, termina a etapa aismim-
Permita-se o prazer de fazer algo que gosta, e faça-o habitual- portante de sua formação. Por isso, se a mãe tem que trabalhar fora,
é melhor esperar até que o filho comece o primeiro ano escolar.
mente.
Dedique uma noite por semana aos entretenimentos. Descarte Embora certos estudos indiquem que os adolescentes que perma-
todo o trabalho pesado, sirva uma comida leve e agradável em pra- necem em casa sem vigilância não são mais delinqüentes, não che-
tos de papel e depois divirta-se com toda a família. gam tarde mais vezes, não faltam mais à escola nem são menos coo-
Dedique certo tempo por semana à realização de projetos im- peradores do que seus colegas que são supervisionados, não é o
portantes ou para estar com sua família. ideal deixá-los sozinhos no lar. Podem aparecer muitas emergên-
Lembre-se : é impossível
que uma só pessoa faça todas coisas.
as cias. Deixados a seu próprio cui dado no lar, eles podem amadure-
Muitas mãe s ocupadas confiam em um programa sem anal com pe- cer e ser independentes precocemente; mas, sem a direção adequa-
ríodos de tempo para as atividades familiares, as tarefas domésticas da, muitos deles poderão fazer travessuras evitáveis.
rotineiras, as obrigações e os entretenimentos. Convém não progra- As mães que trabalham por vontade própria freqüentemente ex-
mar os dias de forma muito apertada. Deixe uma hora livre cada dia perimentam mais sentimentos de culpa do que as que trabalham por
para outras atividades, de modo que não afete sua eficiência nem necessidade econôm ica. As crianças captam rapidam ente o conflito
seus propósitos. Esse tempo para dar uma pausa é muito importante. que surge em uma mãe que precisa satisfazer suas ambições profis-
O preparo de um programa eficaz implica em tentativas e erros, con- sionais e, ao mesmo tempo, cumprir suas responsabilidades em re-
tudo, mais cedo ou mais tarde, as coisas entram nos eixos. lação à criação dos filhos. Elas são afetadas por duas necessidades
O maior problema que as mães que trabalham fora enfrentam é o contraditórias: ficar em casa e trabalhar fora ao mesmo tempo. A
cuidado dosfilhos. Aproximadamente a metade das crianças da pré- culpa é improdutiva e gera ansiedade, depressão e fadiga crônica.
escola cujas mães trabalham fora são cuidadas em seus próprios la- Afeta definitivamente a habilidade da mãe para atender seus filhos.
res. Isso é mais aconselhável e também mais barato. Todas as mães Além disso, os filhos aprendem rapidamente a manipular os pais
devem se informar cuidadosamente quando pensam em contratar afetados pela culpa. Se a mãe se sente apreensiva, temerosa e cul-
babás para seus filhos. As palavras e as ações negativas podem sur- pada, transmitirá esses sentime ntos aosfilhos. Se ela decide traba-
tir efeito a longo prazo sobre o respeito próprio da criança. Além lhar fora, desde o início deve cultivar sentimentos positivos sobre

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
238/Fi lhos–edu can docom su cesso Ti r evan tagem desi tu açõessoci ai sdesvan taj osas/ 239
sua decisão, independentemente da idade da criança. nova rotina, se
O aumento do número de mães que trabalham, em diversos paí- você lhes oferecer
ses, está causando tensões em milhões de casamentos. Muitos ca- os incentivos ade-
sais ainda não se deram conta do que está envolvido a despeito de quados. Apresente
suas vidas mudarem drasticamente quando a mãe começa a traba- seu plano com en-
lhar. Eles não alteraram suas idéias básicas da dinâmica do casa- tusiasmo e ofereça-
mento, não mudaram suas idéias sobre os papéis do pai e da mãe. lhes recompensas
Isso gera inúmeros conflitos. A maioria dos casais continua achan- por seus esforços.
do que o principaltrabalho da mã e gira emtorno dolar e dos filhos, As mães que traba-
mesmo que ela trabalhe fora tantas horas quanto o pai. lham também acham
As entrevistas feitas para determinar o tipo de companheirismo difícil passar tempo
que as mulheres desejam no casamento revelam que a maior parte adequado com seus
delas prefere uma relação conjugal na qual o esposo e a esposa se filhos. Lembre-se: a
apóiam mutuamente e compartilham as tarefas domésticas e o cui- qualidade é mais im-
dado dos filhos. No entanto, estudos revelam que a esposa que tra- portante do que a
balha fora dedica 40 vezes mais tempo às tarefas do lar do que o es- quantidade. Mesmo
poso. Talvez não seja justo, mas o fato é que ela dedica em média 26 que pareça irônico, a
horas por semana às tarefas domésticas, enquanto o esposo dedica mãe que passa todo o
apenas 36 minutos às mesmas. Um estudo de três anos de duração dia com seus filhos,
entre 1.400 famílias com filhos menores de 11 anos, nas quais o pai fazendo compras
e a mãe trabalham, demonstrou que apenas um pai em cada cinco com eles, levando-os
ajudava a cuidar dos filhos. de automóvel a ativi-
As mães e os esposos que trabalham fora de casa devem pensar dades diferentes,
em termos de cooperação respo e de nsabili dade compar ti lhada na passeando com eles,
vida familiar. A esposa deve considerar como prioridade máxima a tal vez coloque menos
ajuda do seu esposo nas tarefas dom ésticas e no cui dado dos filhos. quali dade no tempo que passa com os fil hos do que a mãe que traba-
Mas issonão é tão fácilquanto parece. Alguns pais precisam de -tem lha fora de casa. Naturalmente, não estou propondo que as mães saiam
po para assum ir tal responsabilidade. Assumindo-a, poderão sair de de casa para dispor de oportunidades para fazer coisas de qualidade
seu trabalho para pegar o filho que passou mal na escola, assistir a durante o tempo que passam com seus filhos.
uma reunião de pais e mestres ou levar os filhos ao conservatório Como uma mãe muito ocupada pode dispor de tempo para pro-
musical, de modo tão eficiente como a mãe o faz. Alguns homens porcionar atividades de qualidade aos filhos? Uma forma de fazê-lo
precisam de um empurrãozinho e algumas instruções; mas poucos é manter o rádio e a televisão desligados para conversar com eles
oferecerão resistência a essas atividades, uma vez que se habituem durante o tempo disponível. Talvez você possa ouvir com atenção
e desenvolvam confiança em suas aptidões. enquanto faz exercícios na sala ou quando anda de bicicleta com
Há outra valiosa fonte de ajuda à disposição: os filhos. Por que seu filho. Aproveite toda oportunidade possível para conversar sin-
as mães em geral não a aproveitam? Porque muitas mães têm ne- ceramente com eles. Mesmo que suas crianças sejam capazes de ir
cessidade de fazer o “papel de mártires”. Como “boas” mães, sen- para a cama sozinhos, se você acompanhá-los descobrirá que esses
tem que devem fazer tudo. Se você tem esse problema, comece a momentos oferecem oportunidades de comunicação que não ocor-
dividir as tarefas domésticas e não se s i nt a culpa da por i sso . rem durante o dia.
Utilize a capacidade deajuda que os filhos têm; eles são uma Você separa algum tempo para si mesma enquanto corre de um
fonte barata de ene rgia. Ensine-os a pendurar as toalhasmedia- i lado para outro atendendo as necessidades de todo mundo? Muitas
tamente depois de usá-las, levar os pratos sujos para a pia, guar- mães se dedicam com tanto afinco a cumprir suas responsabilida-
dar a leiteira na geladeira depois de usá-la, jogar o lixo no reci- des que não lhes sobra tempo para rir, brincar e ser uma boa mãe ou
piente próprio para isso. Eles respondem positivamente a uma boa esposa. Sentem-se culpadas se dedicam tempo para si mesmas.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
240/Fi lhos–edu can docom su cesso Ti r evan tagem desi tu açõessoci ai sdesvan taj osas/ 241
É interessante saber que o pai que trabalha não tem qualquer pro-
blema em dizer uma dezena de coisas que gostaria de fazer e faria Para as mães que trabalham
sem culpa. As mães que trabalham também precisam de tempo livre
e de uma oportunidade para crescer pessoalmente: um passatempo As mães que trabalham fora de casa andam sempre com o tempo
favorito, um estudo, um projeto da igreja ou atividades no clube. curto. Têm tanta coisa para fazer pela família que descuidam de suas
As mulheres querem o melhor. Nesta época de liberação femini- necessidades pessoais. Leia cuidadosamente a lista a seguir e veja se
na, o mundo está aberto para elas; mas é bastante difícil, se não está dedicando tempo suficiente para si mesma e se está aproveitando
for impossível, ter tudo ao mesmo tempo. Ninguém pode ser um suas oportunidades. Use a escala para anotar a pontuação adequada.
bom pai ou uma boa mãe no tempo que sobra, independentemen- 1. Definitivamente sim
te do que alguns autor es possam dizer. Toda
mãe que trabalha pre- 2. Provavelmente sim
cisa examinar suas prioridades. Se o trabalho prejudica seus fi- 3. Não tenho certeza
lhos, então deve diminuir o número de horas que passa fora. La- 4. Provavelmente não
mentavelmente , com freqüência, nãopercebem os os sinais de pe- 5. Definitivamente não
rigo até que seja tarde. Uma coisa é certa: todos os filhos precisam
constantemente da presença materna para desenvolver uma saúde DURANTE ESTA SEMANA…
emocional adequada. Talvez seja necessário examinar cuidadosa- 1 2 3 4 5 1. Estabeleci minhas prioridades e realizei o que era mais
mente o significado de ser mãe. importante para mim.
1 2 3 4 5 2. Pedi a ajuda de meus filhos para fazer trabalhos
Para pais ou mães solitários domésticos que normalmente eu mesma faço.
O ideal é que os filhos tenham uma mãe e um pai. No entanto, es- 1 2 3 4 5 3. Anotei em minha lista de “trabalhos pendentes” os que
tamos num mundo que não é o ideal. Alguns filhos perdem um ou realizei.
1 2 3 4 5 4. Dei um presente para mim mesma ou fiz algo especial.
ambosos pais em casos de m orte, divórcio, separação ou aba
ndo- 1 2 3 4 5 5. Reservei uma noite como a “noite do entretenimento”
fio,do
no já que
lar. Viver
deve de
atuar
forma
sozinho.
criativa como pai único é um duplo desa- com a família, para prestar atenção especial à unidade
familiar.
Se você é um pai único e está diante da necessidade de criar um 1 2 3 4 5 6. Passei um tempo especial a sós com meu esposo, ou
filho sem a ajuda de outro cônjuge, faria bem em recordar um fato: com ele e meus filhos.
seu filho tem as mesmas necessidades que outras crianças. Seu de- 1 2 3 4 5 7. Manifestei uma atitude positiva e um ponto de vista
safio é satisfazer sozinho ou sozinha essas necessidades. No entan- otimista com respeito ao meu duplo papel como dona de
casa e mãe que trabalha fora.
to, não está sem ajuda. Você tem pelo menos duas opções: livros
como este, que lhe proporcionam instruções úteis, e Deus, que dá Analise sua maneira de se sentir, discutindo as questões com seu
força e sabedoria. esposo ou uma amiga.
Atualmente, há milhões de crianças que vivem só com um pai.
Além disso, muitas crianças que agora desfrutam da companhia do colares, dirigir o culto familiar, cuidar da roupa… Perguntou-se
pai e da mãe tiveram apenas um deles no passado ou terão um só a uma família com pai e mãe se ambos se mantêm ocupados o dia
no futuro. Se a a tendência atual continuar, quase a metade das todo e ambos insistiram que têm trabalho de tempo integral, tan-
crianças até 18 anos viverão em lares só com o pai ou só com a mãe.
Dar conta das responsabilidades da paternidade ou maternida- to em casa como fora. Então, se um sai do esquema, as coisas
de sozinho é mais difícil que fazê-lo com um companheiro ou complicam. O planejamento do tempo adquire um novo significa-
companheira. O trabalho de dois passa a se r feito por um: sus- do e deve receber atenção especial.
tentar a família, manter o carro,receber visitas, redecorar a casa, Todos os pais se preocupam com seus filhos, mas os pais e
reformar a casa, fazer limpeza. E também contam as tarefas rela- mães solitários têm uma razão ímpar para apreciá-los: na maior
cionadas ao cuidado da criança: sua alimentação, a disciplina, parte dos casos, osilhos
f são o que resta de suafamília”.
“ Os pais
estabelecer limites e regulamentos, solucionar os problemas en- divorciados freqüentemente esperam que o sucesso na criação
tre os irmãos, levar à escola e a reuniões, ajudar nas tarefas es- dos filhos de alguma maneira compense o fracasso conjugal. Os

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
242/Fi lhos–edu can docom su cesso Ti r evan tagem desi tu açõessoci ai sdesvan taj osas/ 243
cônjuges viúvos se dedicam a seus filhos em um esforço para de- dem encher o vazio. Os pais solitários precisam de ajuda externa
monstrar uma continuação da fidelidade ao cônjuge que se foi. porque não têm a quem recorrer em casa. Sem um companheiro, to-
Os filhos enchem a vida dos pais solitários com significado espe- das as responsabilidades têm de ser enfrentadas por um só e repre-
cial. Ser um pai de sucesso, mesmo sozinho, se transforma num obje- sentam duplo desafio. Amigos, vizinhos, parentes, grupos de pais
tivo importante. Dessa forma, é mais fácil para um pai solitário con- sozinhos e a igreja podem fornecer o apoio necessário. Esse siste-
centrar sua atenção nas necessidades de seus filhos, porque ele ou ma de apoio é a chave do bem-estar emocional do pai ou da mãe so-
ela não tem que dividir o tempo com o cônjuge. Alguns pais se tornam litários tanto como da criança.
superprotetores ou se preocupam exageradamente quando seus fi- Se existe algum consolo para os pais solitários, é a oportunidade de
lhos têm dificuldades. Geralmente, eles têm razão de se preocupar, se ter relações mais estreitas com os filhos. Não havendo outros adultos
a separação, a morte ou o divórcio transtornaram a família. O mau no lar que distrai am a ate nção e requeiram temp o, é naturalcomentar
comportamento excessivo, a insegurança ou a busca de atenção por com os filhos os acontecimentos do dia, os planos para a semana, os
parte dos filhos são sinais de alerta para os paistários.
soli cardápios e muitas outras coisas. As crianças também podem achar
Um dos maiores problemas que os pais solitários têm que resol- mais fácil falarcom o pai ou a mãesobre seus problemas,usseamigos
ver é o cuidado dos ilhos
f enqua nto trabalham. Quem cuidará deles e a escola. Falar com crianças não é a me sma coisa que conve rsar com
quando o pai ou a mãe não estiver em casa? As pesquisas demons- um adulto, mas é melhor que não falar com ninguém.
tram que a maioria dos pais solitários não estão satisfeitos com o Os pais solitários precisam reconhecer, no entanto, que não de-
cuidado que seus fil hos recebem urante
d sua ausê
ncia. Os feriados vem confiar nos filhos para conseguir simpatia ou apoio durante os
escolares e as férias de verão são problemas especiais. Se os avós momentos de tensão. Com freqüênci a, as criançasdeduzemque
ou outros parentes moram perto, podem ajudar. são culpadas ou que têm de ajudar o pai ou a mãe a resolver seu pro-
Dados recentes indi cam que 55%das mãessolitárias trabalham blema. Elas não podem se transformar em substitutos emocionais
fora e outros 12%procuram trabalho. Elas precisam das vantagens do pai ou da mãe ausente.
que o trabalho lhes oferece: apoio financeiro, vida social e auto-es- Outro benefício que os pais solitários têm é que não há ninguém
tima. Os pais solitários que trabalham durante tempo integral se com quem discutir sobre a disciplina. Seus filhos têm menos opor-
preocupam com o efeito que sua ausência do lar pode ter sobre os tunidade de “dividir e conquistar” que outras crianças e, em geral,
filhos. Mas, ao que parece, suportam melhor que as mães que estão precisam assumir maior responsabilidade, podendo amadurecer
na mesma situação a carga de culpa por trabalhar fora. mais rapidamente.
Quando os problemas financeiros se amontoam sobre tudo o mais, A educação espiritual deve receber a máxima prioridade, no caso
o pai solitário pode chegar à beira do desespero. Se ele ou ela for for- dos pais solitários. Isso é especialmente verdadeiro quando o que falta
çado a depender de um orçamento limitado, deve falar de sua situa- no lar é o pai. Como os filhos vêem a Deus através do pai, torna-se di-
ção financeira com os filhos. Seja franco com eles. Apresente os fa- fícil, especialmente para o filho sem pai, relacionar-se com o Pai celes-
tos com calma. Sobretudo, não se sinta culpado por dizer-lhes que te. Uma mãe amorosa pode ajudar o filho a formar conceitos apropria-
não pode comprar uma bicicleta nova ou qualquer coisa que seja. dos de Deus através de seu exemplo, ensinando-lhe a Palavra de Deus.
Os pais solitários com filhos pequenos às vezes enfrentam proble- Lembre-se de que as necessidades de seu filho são exatamente as
mas especiais. Por mais que amem o filho, suas exigências constantes mesmas que as de outras crianças. A diferença vocêé, que
sem a co-
de atenção podem ser bem irritantes. Naturalmente, isso também podelaboração de seu cônjuge, deve fazer com que essas necessidades
ocorrer em famílias com pai e mãe, mas os pais solitários são especial- sejam satisfeitas. Mas Deus não o deixou sem ajuda, mesmo que
mente vulneráveis. Eles querem fazer as mesmas coisas que qualquervocê esteja sozinho ou sozinha. Ele pode guiá-lo passo a passo, e o
bom pai faz, mas fracassam, e isso aumenta seu sentimento de culpa. fará se você permitir.
Uma vez que o filho tenha chegado à idade escolar, geralmente di-
minui o sentimento de culpa dos pais. Mas surgem novos problemas Pais adotivos
à medida que a criança entra em um novo mundo social de espor- Milhões de crianças vivem com padrastos ou madrastas. Veremos
tes, jogos, festas de aniversários e atividades da igreja. em que sentido criar os filhos dos outros é diferente de criar os pró-
Por isso, os pais solitários, mais que os casados, precisam de um prios filhos. Uma autori dade em questões familiares disse queo pa-
sistema de apoio e companheirismo fora do lar. Os filhos não po- pel dos pais substitutos é cinco vezes mais difícil que o de pais na-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
244/Fi lhos – educan do com su cesso Tir e vant agem de sit uações sociai s desvant ajosas/ 245
os pais substitutos fizerem sentir sua presença e demonstrarem que
Exercícios para a família com apenas estão ali para ficar, tanto antes a criança aceitará a nova situação.
o pai ou a mãe Os pais substitutos devem preparar-se mentalmente para encon-
trar uma atitude inicial de resse ntimento. As cri anças mais novas se
Perder o pai ou a mãe através da morte ou do divórcio é uma experiên- adaptam melhor. No entanto, a maioria dos padrastos e madrastas
cia dolorosa para crianças, mesmo que elas não falem sobre isso. Normal- não são suficientemente afortunados para adota r essa responsabili
-
mente, elas se sentem responsáveis pela perda dos pais. Você pode fazer dade enquanto a criança é nova, de modo que possa se tornar uma
as crianças compreenderem seus sentimentos ajudando-as a lidar com parte deles. Em vez disso, têm que lidar com a criança depois que
essa experiência. Use estas frases para discussão: sua personalidade e seu caráter já estão mais ou menos solidifica-
1. O mais difícil de viver numa família com apenas o pai ou a mãe é…
dos. A sorte está lançada. Mesmo que um filho de mais idade sinta
amor por seu pai ou mãe substituta, é menos provável que expresse
2. Algumas vezes, imagino que estamos todos juntos como uma família e… verbalmente isso ou que o demonstre abertamente.
3. Às vezes, choro porque… Se você é padrasto ou madrasta, deve se preparar para enfren-
4. O melhor de viver numa família com apenas o pai ou a mãe é…
tar algumas dificuldades. Não espere amor instantâneo da parte
do filho. Lembre-se de que a criança experimentou uma grande
5. Quando me lembro de como éramos em família, eu… perda com a morte ou o divórcio. Ela passou por uma situação
6. Um dos melhores momentos que tive com meu pai (minha mãe) foi… emocional intensa e, por isso, é extremamente vulnerável às ofen-
7. Gosto mais de nossa família atual quando… sas e afrontas. Como resultado, com freqüência, pode agir de for-
ma pior que o normal. Os pais substitutos costumam interpretar
mal esse comportamento e supõem que o filho os recusa, mas
turais. Talvez tenha exagerado um pouco, mas a realidade é que eles isso não é necessariamente verdadeiro. O filho adotivo que visita
têm um trabalho difícil. apenas ocasionalmente seu padrasto ou madrasta provavelmente
Em primeiro lugar, o padrasto ou madrasta deve estabelecer o nunca sentirá verdadeiro “amor” por eles. Alguém sugeriu que os
que espera
ou divor dacom
ciadas criança. Nobos
filhos, am caso
os de
cônjcasamento com
uges devem esta pessoas
r de acor- viúvas pais substitutos devem eliminar de seu vocabulário a palavra
amor . Seria melhor formar uma relação de respe ito com os filhos
do no que se refere à criação do filho, para que suas expectativas adotivos, que com o tempo poderia conduzir a sentimentos mais
coincidam. De outro modo, terão uma situação caótica. Uma vez cálidos e profundos.
que estejam de acordo, ambos devem comentar a situação com a Nos segundos casamentos, as famílias se unem melhor quando os
criança ou adolescente, para que reconheça que o padrasto ou a ma- filhos menores são preparados adequadamente para viver com o pa-
drasta se transformou em membro permanente da família. drasto ou a madrasta. A regra mais importante na formação de uma
A mãe substituta, em especial, precisa do apoio do esposo. Como família adotiva é falaro que se es pera
ant es do casamento . Os côn-
recém-cheg ada a uma relação famil iar estabelecida, geralmente é vis- juges não precisamter opiniões idênticas sobretodos os temas, mas
ta como uma intrusa ou ajudante. Se o pai é tão passivo que permite é importante que cada um compreenda como a outra pessoa se sen-
que a madrasta tome a iniciativa, os filhos se ressentirão profunda- te e reage, especialmente nas questões disciplinares. Esse preparo
mente. Além disso, a madrasta se sentirá esmagada pelos complexos envolve a compreensão das limitações que encontrará. Os pais
problemas que encontrará. Numerosas situações críticas futuras po- substitutos não têm vínculos biológicos com os filhos e, portanto,
derão começar durante os primeiros meses dessa nova relação. devem ganhar respeito. Não recebem nada dos filhos apenas pela
Mesmo que tenham analisado corretamente as expectativas do posição que ocupam. Por isso, é necessário que demonstrem vez
comportame nto antes docasamento, ospais substitutospodem e spe- após vez que merecem seu carinho e apreço.
rar oposição dos filhos. Cada filho adotivo testará uma vez ou outra os Muita gente pensa que é muito fácil ser padrasto ou madrasta.
limites estabelecidos. A exploração dos limites de qualquer novo rela- Mas a vida demonstra queonã é assim. Muitos paissubstitutos pen-
cionamento ou situação faz parte da necessidade de uma criança. sam que são maduros, que amam seus filhos e que estabelecem vín-
Note oseguinte: a esposta
r do padrasto ou da madrastra a esse tipo de culos de amizade facilmente. “Será como ter um filho próprio”, di-
prova determinará o tempo que o teste durará. Por isso, quanto antes zem com otimismo. Mas a adoção é uma expe riência muito di feren-

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
246/Fi lhos – educan do com su cesso Tir e vanta gem de sit uações sociai s desvant ajosas/ 247
te. Não existem Toda criançaprecisa saber que tem umlugar especial. Se, no caso
vínculos biológi- de pais divorciados, visita opai ou a mãe nos ns fi de sem ana ou em
cos. A criança feriados, é necessário ter um lugar que seja exclusivamente seu:
não vê necessida- uma cama, um guarda-roupa e diversos artigos. Mesmo que sejam
de de amar seu vários filhos, é importante que cada um tenha um lugar exclusivo.
padrasto ou ma- Uma mãe que levou seus dois filhos ao lar do novo esposo, que tam-
drasta. Todo o bém tinha dois filhos, comentou: “As crianças terão que se ajustar.
amor que se Devem dividir os quartos. Minha filha mais velha quer ter um quar-
amontoe sobre o to só para ela, e os filhos de meu esposo se queixam, dizendo: ‘De
filho adotivo não quem é esta casa, afinal?’”
fará qualquer dife- A família substituta precisa estabelecer pontos em comum. Po-
rença. A com- dem sair juntos nos fins de semana, praticar algum esporte do qual
preensão desse todos gostem, caminhar pelo campo, pelo bosque ou na praia, ou
fato fica mais cla- podem realizar diversas tarefas na igreja. Mas deve ser algo que aju-
ra seis meses de- de a estabelecer vínculos de amizade.
pois do segundo Ninguém pode substituir um pai (ou mãe) biológico, e nenhum
casamento. pai adotivo deve tentá-lo. No entanto, a melhor coisa que poderia
Deixar a crian- acontecer a um filho de uma família afetada pela morte ou o divór-
ça sem preparo, cio é receber um pai (ou uma mãe) substituto adequado e compe-
quando se faz pla- tente. É possível ter uma família adotiva feliz, se os adultos forem
no de dar-lhe um maduros, pacientes, persistentes e se demonstrarem constante
novo pai ou uma amor durante o processo de adaptação. A união das famílias pode
nova mãe, pode curar as feridas emocionais deixadas pelo divórcio ou pela morte.
ter repercussões
duradouras. Os
adultos sábios ge-
ralmente convi-
dam o filho adotivo para participar da cerimônia de casamento.
Num caso específico, chegaram mesmo a mencionar o nome de
cada filho adotivo no momento de tomar o voto matrimonial. Isso
fez com que os filhos se sentissem parte da família com a qual esta-
vam lidando. O pai disse: “Eu me casei com ela e com seus filhos.”
Antes de um segundo casamento, convém permitir que a criança
veja seu novo paiou mãe com sua verdad
eira personali
dade, em todas
as circunstâncias. Os pais substitutos devem procurar por todos os
meios animar a criança a manifestar o que espera da nova relação.
Ser padrasto ou madrasta de um filho de uma pessoa divorciada
pode ser muito diferente de viver com uma criança que quer que al-
guém preencha o vazio deixado pela morte do pai ou da mãe. Quan-
to mais tempo a criança viver apenas com o pai ou com a mãe de-
pois da morte de um deles, mais duras serão suas lembranças, e
mais difícil sua adaptação. É provável que a criança espere que o
novo pai ou mãe continue agindo da forma como agia com o pai ou
a mãe que morreu, mas isso não é possível.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
Capítulo 13

Un i ão e
companheirismo
em f am íli a
O leitor aprendeu nas páginas deste livro os princípios que re-
gem a boa criação dosilhos
f e a formação do caráter, e os mé-
todos de disciplina necessários para sua aplicação. Os benefícios
superarão os esforços realizados. É preciso muito trabalho e dedi-
cação para ser pais e mães competentes. No entanto, a paternidade
e a maternidade requerem mais do que trabalho perseverante, esfor-
ço e domínio-próprio. Um benefício adicional é a possibilidade de
passar momentos agradáveis em mútua companhia.
O excesso de união e companheirismo pode sufocar o cr
escimen-
to e o desenvolvimento dos filhos, mas a insuficiência produz o
mesmo resultado. Muitas famílias fracassam atualmente porque de-
Keystone
dicam seu tempo e energias a uma enorme quantidade de ativida-

Res umo d o capítulo II. Mantendo o equilíbrio IV. Pense novamente em seus V. A criação do s filhos pod e ser:
A. A união excessiva afeta o valores A. Uma experiência devastadora
II. O desafio crescimento A. Diminua o passo B. Uma experiência proveitosa
A. A criação dos filhos requer B. A união insuficiente afeta o B. Estabeleça prioridades e gratificante
esforço crescimento C. Seu filho precisa de você e
B. Proporciona entretenimento C. Equilíbrio entre qualidade e não das coisas que possa
quantidade de tempo lhe dar
D. Seu filho precisa de tempo
III. Tradições familiares E. Algumas coisas são urgen-
A. As tradições promovem a tes, outras são importantes
unidade
B. Estimulam o entretenimento
e a criatividade

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
250/Fi lhos–edu can docomsu cesso Un i ãoecom pan hei r i sm oemfam íli a/ 251
des: prestam serviço na escola, na igreja e em diversas instituições maternidade de sucesso
da comunidade; dedicam-se a seus passatempos favoritos, aos es- requer. Mas aprendemos
portes e ao clube. Transitam pela via rápida da vida e não sobra tem- ao longo dos anos que os
po para cultivar a união e o companheirismo em família. membros da família,
Muitos pais argumentam que o que importa mesmo é a qualidade para serem felizes, preci-
do tempo e não quantidade. Têm razão em certo sentido; mas as fa- sam entender uns aos
mílias que queiram cultivar a solidariedade familiar devem pensar outros e se agradarem
na qualidade e na quantidade. em mútua companhia.
Como esse objetivo pode ser alcançado? Quando os filhos cres- Às vezes, não alcança-
cem, costumam se lembrar com mais clareza e apreço do tempo mos completamente os
passado em companhia de seus pais, e não do ano em que recebe- ideais acariciados, mas
ram uma bicicleta como presenteedaniversário. m E minha família, agradecemos a Deus os
promovemos a uniãoe o companheirismo observando certas tradi- momentos felizes que
ções. Por exemplo, mantivemos durante anos a tradição de servir- desfrutamos em compa-
nos certa comida mexicana às sextas à noite. Nossos três filhos já nhia de nossos filhos.
não moram conosco, mas, quando nos visitam, esperam que no jan- Nossos filhos apren-
tar de sexta-feira sirvamos a saborosa refeição tradicional. deram a manifestar ale-
Transformamos, também, as sextas à noite em ocasião dereunião gria e a ter um espírito
familiar. Depois do jantar, nos reuníamos para ler juntos. Às vezes, criativo. No dia em
nos revezávamos na leitura, e assim líamos muitos livros que nos quem completamos 17
ensinaram lições espiri tuais e deram rum o a nossa vida. Arepetição anos de casados, eles
dessa prá tica transformou-a numa tradição famili ar. organizaram uma festa
Outra tradição que estabelecemos era sentarmos juntos na igreja. de comemoração, sem que soubéssemos. Quando meu esposo e eu
Isso não era obrigatório, mas eram poucas as exceções. Quando chegamos em casa à noit e, ficamos gratam ente surpresos ao encontrá-
nossos filhos saíam das divisões infantis antes do serviço de culto, la cheia de am igos que les
e tinham convidado. Conduzi ram-nos aos as-
não precisávam os buscá-los. lEes vinham por conta própria e não ti- sentos que nos haviam rese rvado, e nossalha fi Carlene, que orga
nizou
nham dificuldade para nos encontrar, pois sempre sentávamos no o edital, leu um proclama escrito com letra infantil:
mesmo lugar. Isso nos permitia observar a atitude de nossos filhos “A primeiro dejane iro, às itoo danoite, há so mente17 curtos e
durante o culto, o que era importante para nós. Essa tradição deve felizes anos, ho uve uma boda n o lar deCarl WilliamR eal eespo -
ser estabelecida quand o os filhos são pequenos e, depois, prati
cada sa. Sua filha, Nancy L ue, secasou com o Sr. H arry Arthu r Van
constantemente. Quando nossos filhos tiverem suas próprias famí- P elt. Nesta no ite, desejamos repe tir umapeque na parte dessa m a-
lias, esperamos vê-los sentados juntos sempre no mesmo lugar na ravilhosa o casião.”
igreja. É a tradição. E a festa começou em seguida. Tivemos uma noite muito agradá-
Outros acontecimentos e atitudes que também se transformaram vel, com divertimentos, comida esica. mú Escutamos inclusive uma
em tradição eram as festas de aniversário, o culto familiar diário e gravação da cerimônia de nosso casamento. Como parte principal
mãos dadas durante a oração. Essas tradições nos ajudaram a com- do programa, nossos três filhos nos entregaram um envelope. Nós o
preender que éramos membros de uma família unida. Uma família abrimos bastante curiosos. Seu conteúdo era este:
piedosa não deve ser constituída por membros que vivem isolados
dos demais morando sob omesmo teto. Pelocontrário, deve se r for- “Quer i dos Van Pelt,
mada por um grupo de pessoas que participam das mesmas ativida- “Vocês acabam de ganh ar um a estadi a par a du as pessoas, de
des e que fazem o que for necessário para viverem unidas pelos vín- tr ês di as e duas n oi tes de dur ação, em u ma caban a de tr oncos em
culos do amor e do res peito. Toda famíli
a precisa te
r característi
cas, Can mor e, Can adá.
valores e atividades que a tornem diferente das demais famílias. “Esperamos que te nham um a boa segunda l ua-de-mel e q ue des -
Meu esposo e eu não pretendemos saber tudo o que a paternidade e afr utem de um descanso das tarefas do lar, dos fi lhos e da r oti na de

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
252/Fi lhos – educan do com su cesso Uni ão e companh eir i smo em fam íli a/ 253
todos os di as. Vocês conhecem bem o l uga r, de m odo qu e não ter ão Reserve tem po para passea r com seus filhos pela Natureza, respon-
qualquer i nconveniente, mas ape nas mu i ta di versão e tempo agra - dendo suas perguntas. Tire tempo azer par fuma pipa e apreciar a e-al
d ável. gria de seu filho ao vê-la subindo e dançando nas asas do vento. Re-
“Fi cam can celad os todos os dema i s comp r omi ssos que vocês serve tempo para brincar com os filhos em casa, onde todos podem
acredi tavam ter. Er am t odos falsos! V ári as pessoas nos aju dar am rir e se alegrar. Guarde tempo para ouvir seus filhos, porque pode ser
a cri ar esses supostos compr omi ssos par a vocês, e lhes desejam os que não queiram falar com você amanhã. Reserve tempo
agor a para
melhores votos.” essas atividades, porque o amanhã não oferece qualquer garantia.
É preciso tempo para ser um pai ou uma mãe eficaz, mas não es-
A carta terminava com a assinatura de nossos filhos: Carlene, tou sugerindo que seja necessário investir todas as energias no fi-
Rodney e Mark. Incluía 15 dólares que tinham juntado entre si. Não lho. Você deve setabelecer suas pri oridades considerando a diferen-
sei quais seriam os sentimentos do leitor, mas em meu caso as lágri- ça entre o que é urgente e o que é importante. Os assuntos urgentes
mas encheram meus olhos. Temos boas lembranças de momentos da vida têm prior idade, enq uanto as coisas importantes são poster-
felizes passados com nossos fil hos durante seus anos de cres cimen- gadas. Por exemplo, pode ser que o toque do telefone o tenha inter-
to e desenvolvimento. rompido enquanto lê uma história da Bíblia para seu filho. Talvez
Chegou o momento em que os pais devem voltar a considerar você tenha ficado meia hora ao telefone enquanto seu filho perma-
seus valores. Éo momento de diminuiro passo. Épreciso se esqu e- nece deitado no chão. O urgente ganhou outra vez.
cer do carro novo, dostapetes novos para a casa ou dos móveis com PAI, DIMINUA O PASSO. MÃE, DIMINUA O PASSO. Reserve tem-
que sonhavam decorar a sala. É preciso pôr em segundo ou tercei- po agora para as coisas importantes. Selecione suas prioridades.
ro lugar todas as coisas materiais que se deseja dar aos filhos. Eles Deus abençoará e honrará seus esforç os.
não necessitam de coisas tanto quanto de seus pais. O valioso tem- A criação dos filhos pode ser uma experiência devastadora. Pode
po pessoal só você pode dar. dar dor de cabeça efetar
a os nervos. alvez, T alguns dias, você sinta
vontadede trocar seu fil ho por qualque r outra coisa. Em outras oca-
siões, sentirá que fracassou lamentavelmente e fez tudo errado. Pro-
Avaliação da unidade familiar vavelmente será invadido pelo desespero.
Isso significa que os casamentos não devem ter filhos por causa
Para ajudá-lo na tarefa de estabelecer suas prioridades e avaliar das dificuldades e tensões inerentes da paternidade? De maneira al-
o atual nível de unidade familiar, faça um círculo ao redor do número que guma! O casal que que r ter filhos (não apenas porque todos osdemais
descreve melhor seus sentimentos. Guie-se pela escala. tiveram) e que deseja participar com Deus na bênção e privilégio da
1. Todo o tempo procriação deve responder seriamente ao desafio da paternidade.
2. Quase sempre Uma das maiores recompensas da vida é ver os filhos amadurecendo
3. Às vezes e começando a devolver o cuidado que tivemos com eles. E de repen-
4. Poucas vezes te, um dia, você descobr irá que de ve ter acertado mais do que errado,
5. Nunca porque aí, na sua frente, estará seu filho ou filha com um caráter que
revela as qualidades que você tanto se esmerou em cultivar.
1 2 3 4 5 1. Planejamos uma noite de entretenimento para a família É provável que o mundo em geral nunca aprecie devidamente o
pelo menos uma vez por semana.
1 2 3 4 5 2. É divertido pertencer à n ossa família. esforço efetuado para desem penhar a pate rnidade comresponsabi -
1 2 3 4 5 3. Em nossa família, todos participam das atividades lidade. Mas, no Juízo Final, o trabalho apa recerá naforma como
escolhidas para a ocasião. Deus o vê e Ele recompensará em público os pais que preparam
1 2 3 4 5 4. Em nossa família, a unidade de seus membros é uma seus filhos para o reino. Então, veremos que um filho criado corre-
questão de elevada prioridade. tamente vale mais doque o esforço ealizado.
r Acompanhar e diri gir
1 2 3 4 5 5. Promovemos a unidade familiar observando certas o desenvolvimento de um filho talvez custe lágrimas, ansiedade e
tradições, como ficar de mãos dadas durante a oração de noites de insônia, mas os pais que se preocuparem com a salvação
ação de graças que fazemos antes das refeições e
outras similares. de seus filhos ouvirão Deus dizer: “Muito bem, servo bom e fiel.”

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
Chave de r esp os tas Bibliografia
Página 16 Teste– para pais e mães Abrahamson, David. The Emotional Care of Gatley, Richard H., and David Koulack. Si ngle
Pontuação: Some as questões de números ím- Página 158 Adolescentes
– e disciplina Your Child . Richmond Hill, Ontario, Canada: Si-Father ’s Han dbook –A Gui de for Separated and Di -
pares circuladas. Coloque o resultado aqui: Pontuação: (1) c; (2) b e/ou d; (3) e; (4) b; (5) e; mon and Schuster, Inc. vorced Fathers. Garden Cit y, N.Y.: Doubleday, 197 9.
–––––––– (6) a; (7) d; (8) a; (9) d. A Healthy Personality for Your Child . Wa- Gaulke, Earl H. You Can Have a Fami ly Whe-
Em relação aos números pares, inverta a pon- shington, D.C.: Govermment Printing Office,1952. re Everybody Wins. St. Louis: Concordia, 1975.
tuação: se o número circulado for 4, vale 1 ponto;Página 176 Teste – sobre prevenção de uso Ainsworth, Mary.Deprivation of Maternal Gesell, Arnold, and Frances L.The Ilg. Chi ld
se for 3, vale 2; se for 2, vale 3; e se for 1, de valedrogas
4. Care – A Reasse ssment of Its E ffects. Geneva: From Fi ve to Ten. New York: Harper and Row, 1946.
Some tudo e coloque o total aqui: ––––––––– Pontuação: Se você marcou VERDADEIRO World Health Organization, 1962. ––––––. Infant and Child in the Culture o f To -
Total de números pares e ím pares: ––––––– para todas ou a maioria das afirmações, PARA- Beck er, Wesley C. Parents Are Te a cher s . day. New York: Harper and Row,Publishers, 194 3.
In ter pr etação: BÉNS! A probabilidade de rteque lidar com uso de Champaign, .:Ill Research Press Company, 1971. Ginott, Haim G. Betwee n Parent and Child.
De 82 a 88, você é um BOM PAI, mas de qual- drogas em sua família é muito pequena. Benson, Dan. The Total Man. Wheaton, Ill.: N.Y.: The Macmillan Company, 1965.
quer forma encontrará ajuda neste livro. Tyndale House Publishers, 1977. ––––––. Between Parent and Teen-ager. New
De 75 a 81, você merece menção honrosa por Página 182 Rivali
– dade en tre irmãos Benhardt, David K. Being a Parent. Toronto: York: Avon Books, 1969.
seu conhecimento sobre educação de filhos. O li- Pontuação: Todas as respostas são verdadei- University ofToronto Pre ss, 19 70. Gordon, Thomas. Parent Effecti veness Tr ai ni ng.
vro o animará. ras. O teste serve como um sólido parâmetro para Briggs, Dorothy Corkille. Your Chi ld’s S elf-Es - New York: Peter H. Wyden, Inc., Publisher, 1970.
De 68 a 74, seu conhecimento é aceitável em lidar
re-com as brigas entre irmãos. teem. Garden City, N.Y .: Doubleday and Company , Greenleaf, Barbara Kaye, with Lewis A. Schaf-
lação à educação de filhos, mas pode melhorar. Inc., 1970. fer, M.D.Help – A Hand book for Workin g Mothers.
De 61 a 67, seu conhecimento em relação à edu- Página 204 Q – ue instrução sexual você Campbell, D. Ross. How to Really Love Your New York: Thomas Y. Crowell, 1978.
cação de filhos precisa definitivamente de ajuda. teve? Child . Wheaton, Ill.:Victor,1977. Hardisty,Margaret. How to Get Your Husband
De 52 a 60, você tem pouco conhecimento so- Quanto maior for sua pontuação, maior a pro- Canfield, Jack, and Harold C. Wells. 100 Ways to Fulfill Your Emotional Needs. Irvine, Calif.:
bre educação de filhos e precisa desesperadamen- babilidade de você estar passando atitudes saudá- to Enha nce Self-concept in the Classroom – A Harvest House, 1980.
te de ajuda. veis para seus filhos. Handbook for Teachers and Par ents. Englewood Heffner, Elaine. Mothering – The Emotional
Pontuação inferior a 52 é lamentável e mostra Cliffs, N.J.: Prentice-Hall, Inc., 197
6. Experience o f Motherhood After Freud and Femi -
que você está violando a maioria dos princí pios ne- Página 217– Estou preparado parater hos?
fil Caprio, Frank S., and Frank Parents B. and nism. Garden City, N.Y.: Doubleday, 1978.
cessários para educar os filhos com sucesso. MasSome os números marcados e verifique a ava- Teenagers. New York: The Cit adel Press, 1969 . Herzog, Elizabeth, and Cecelia E. Sudia. Boys
não desanime. A ajuda está a caminho. E não liação:
há Christenson, Larry. The Christian Family . in Fatherless Famili es. Washington, D.C.: U.S. De-
hora melhor para começar do que agora! 24-35: Parabéns! Se você foi realmente hones- Minneapolis, Minn.:ethany
B Fellowship, 1970
. partment of Health, Education, and Wel f ar e,
Depois de ler este livro, por favor, volte a fazerto, possui
o muita habilidade para ser pai ou mãe. Cotton, Dorothy.
Case fo r the Worki ng Mother. DHEW Publication No.(OCD) 72-33, 1971.
“Teste para pais e mães” e verifique seu aprendiza- Em todas as áreas testada s, você indica estabilida
- New York: Stein and Day, 1965. Homan, William E. Child Sens e: A Pediatr i -
do. Vamos ajudá-lo a encontrar o caminho. de conjugal, maturidade pessoal e preparo para Curtis, Jean.Working Mothers. Garden City, cian’s Guide for Today’s Famili es. New York: Ba-

Página 26 Auto-ava
– liaçãopara adultos educar
realmen tfilhos. (Espero
e tiver um filho!)que não se desiluda quando N.Y.:
Dillow,
Doubleday,
Linda. 1976.Counterpart. Nashville:
Creative sic Hope,
Books,Karol,
1969.and Nancy Young, eds. Momma
Para encontrar seu índice de amor-próprio, 36-48: Você se saiu bem! Você possui uma habi- Thomas Nelson Publishers, 1977. Han dbook: The Source Book for Single Mothers.
basta somar os pontos de todas as declarações lidade
do acima da média para enfrentar as pressões e Dobson, aJ mes C.Dare to Discipline. Whea- New York:New American Library, 1976 .
teste. O resultado pode ir de 0 a 100 pontos.responsabilidades
O to- da paternidade. Se continuar es- ton, Ill.: Tyndale Houseublishers,
P 197
0. Hurlock, Elizabeth Child B. Development. 6th
tal de 95 ou mais indica um sólido índice de tudando
amor- e se preparando para essa tarefa tão exi- ––––––. Dr. Dobson Answers Your Questions. Edition. New York: McGraw-Hill Book Co., 1977.
próprio. A experiência tem demonstrado que gente,qual- terá sucesso e sentirá prazer em desempe- Wheaton, Ill.: Tyndale House Publishers, 1982 . Hymes, James L.Teaching the Child U nder Six.
quer pontuação inferior a 90 é desvantajosa,nhar umaas funções da paternidade. ––––––. Hi de or Seek. Old Tappan,N.J.: Fle- Englewood Cliffs, N.J .: Prentice-Hall, Inc., 196 3.
pontuação de 75 ou menos é uma séria desvanta- 49-60: Não se entusiasme! Você demonstrou ter ming H. Revell Company, 1974. Ilg, Frances L., and Louise Bates Ames. Child
gem, e uma pontuação de 50 ou menos indicaum umapotencial médio para a paternidade. Se pensa ––––––. The Strong-wi lled Child. Wheaton, Ill.: Behavior. New York: Harper and Row,1955.
falta de amor-próprio que é prejudicial. que isso é suficiente, vá em frente com seus planos Tyndale House Publishers, 1978. It’s Your World of Good Food. Cooking for
de ter filhos. Mas o mundo já está cheio de pais e ––––––. What Wives W ish Their Husbands Health and Happiness. Lessons 1-12. Glendale, Ca-
Página 112Você
– estáensinando seuho fila mães medíocres. Porisso, convém ter um período Knew About Women. Wheaton, Ill.: Tyndale House lif.: The Voice of Prophecy.
odiar? intenso de estudo e preparo. Leia alguns livros
so- Publishers, 1975. Jersild, Arthur T. Child Psycho logy. Englewood
Quanto menos “um” e mais “cinco” tiver,bre me-a educação de filhos, freqüente grupos de edu- Dodson, Fitzhugh.How to Parent. New York: A Cliffs, New Jersey: Prentice-Hall, Inc., 1. 196
nor será a probabilidade de você estar ensinandocação para pais, e alcance seu objetivo. Signet Book From New American ibrary, L 197 0. Klein, Carole. The Single Parent Experi ence.
seu filho a ter ódio. 61-89: Cuidado! Sua pontuação revela um pre- Donovan, Frank R. Raising Your Children: New York: Walker and Co., 1973.
Discuta suas respostas com seu cônjuge ou paro
umabaixo da média para a paternidade. Seria me- What Behavioral Scientists Have Di scovered. Klein, Ted.The Father’s Book. New York: Ace
amigo. lhor se você abandonasse por um tempo a idéia de New York: Crowell,1968. Publishing Corp., 1968.
ter filhos, até que algumas de suas maneiras de Dreikurs, Rudolf, with Vicki Soltz.
Children: The Kuzma, Jan and Kay. Building Charac ter. Mt.
Página 143Direitos
– X privil
égios pensar se modifiquem. Um intenso período de es- Challenge. New York: Duell, Sloan and Pearce, 1964. View, Calif.: aPcific Press, 197 9.
Pontuação: Cada um dos 4 itens é um direito tudo e preparo poderá ser útil. Drescher, J ohn M. Seven Thin gs Children Kuzma, Kay.Pr im e-Tim e Parenting. New
dos pais. Mas lembre-se de que cada direito dos 90-120: Perigo!Definitivamente, vocênão está Need. Scottdale, Pa.: e Hrald Press, 197
6. York: Rawson,Wade Pub., Inc., 1980.
pais precisa ser dosado com sabedoria. Leia preparado
a se- para enfrentar as exigências da paterni- English, Horace B. Dynami cs of Child Deve - ––––––. Understanding Children. Mt. View,
ção “Os direitos dos pais e os privilégios dos ado-
dade. Tire da mente a idéia de ter filhos até que haja lopment. New York: Holt, Rinehart and Winston, Calif.: Pacific Press, 19 78.
lescentes”, no capítulo 6, e discuta suas respostas
uma mudança drástica na sua forma de pensar. Inc., 1961. LaHaye, Beverly. How to Develop Your Child’s
com seu cônjuge ou um amigo. Felker, Evelyn.Raising Other People ’s Ki ds. Temperament. Irvine,Calif.: Harvest House, 197 7.
Grand Rapids, Mich.: Eerdman’s, 1981. LaHaye, Tim.The Battle for the Family. Old
Foster, Constance Developing
J. Res ponsibi - Tappan, N.J.: FlemingH. Revell,1982.
lity in Children. Chicago, Ill.: Science Research Laycock, S. Family R. Livin g and Se x Education .
Associates, Inc., 1953. Toronto,Canada: Mil-Mac Publications, Ltd., 1967.
Fraiberg,Selma.The Magic Years. New York: Leman, Dr. Kevin. Parenthood Without Hass -
Scribner, 1959. les. Irvine, Calif.: Harvest House. 197 9.

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução
256/Fi lhos – educan do com su cesso
LeShan, Eda J.How to Survi ve Parenthoo d. Smith, Lendon H. Feed Your Ki ds Right. New
New York: Random House, 1965. York: Dell Books, 1979.
Maltz, Maxwell. The Magic Po wer of Se lf-Ima - ––––––. ImprovingYourChild’sBeha viorChe -
ge Psychology. New York: Pocket Books, 197 0. mistry. New York: Pocket Book s, 1976.
Mayhall, Jackand Carole. Marri age Tak es More Smith, Sally Liberman. Nobody Saidt’s Easy.
Than L ove. Colorado Springs: Navepress, 1978. New York: The Macmillan Company, 1965.
McEntire, Patrícia. Mommy, I’m Hungry: How Stevens, Anita, and Lucy Freeman. Hate My
to Feed Your Child Nut ri tiously . Sacramento, Ca- Parents. New York: Tower Publications.
lif.: Cougar Books, 1981 . Television an d Social Behavior. An annotated
Menning e r, William C., et al. How to Help Your bibliography of research focusing on the impact of
Children. New York: Sterling, 19 59. television on children. Rockville, Maryland: Natio-
Mow, Anna B.Your Teen-age r and You. Grand nal Institute of Mental Health, 1971 .
Rapids, Mich.: Zondervan Publishing House, 1967. Tomlinson-Keasey, Carol. Child’s Eye View.
Murdock, Carol V. Singl e Parent s Are People New York: St. Martin’s rPess, 198 0.
Too. New York:Butterick Publications, 198 0. Thomson, Helen. The Successful Stepparent.
Musson, Paul Henry;ohn J Janeway Cong er; New York: Harper and Row,1966.
and Jerome Kagan. Child Deve lopment and Perso - Trasler, Gordon, et al. The Formati ve Years.
nality . New York: Harper and Row, 1974. London: British Broadcasting Corporation, 196 8.
Narramore, Clyde M. Understandi ng You r Van Pelt, Nancy L.The Compleat Co urtshi p.
Children. Grand Rapids, Mich.: Zondervan Publis- Washington, D.C.: Southern Publishing Associa-
hing House, 1957. tion, 1982.
Neisser, Edith.How to Live With Children. Chi- ––––––. The Comple at Mar ri age. Washington,
cago, Ill.: Science Research Associates, nc., 195
I 0. D.C.: Southern Publi shing Association, 1979.
––––––. The Roots of S elf-Confi dence. Chicago, ––––––. To Have and to Hold. Washington,
Ill.: Science Research Associates. Inc., 1954. D.C.: Southern ublishing
P Association, 1980.
Newman, George. 101 Ways to Be a Long Dis - Vigeveno, H. S., and Anne Claire. Divorce and
tance Super Dad. Mountain View, Calif.: Blossomthe Children. Glendale, Calif. G/L Publications,
Valley Press, 1981. 1979.
Noble, June and W illiam.How to Live With Wagemaker, Herbert. Why Can’t I Understand
Other People’s Chi ldr en. New York: Hawthom My Kids? Grand Rapids: Zondervan, 1973.
Books, 1979. Watts, Virginia.The Single Parent. Old Tappan,
Ostrovsky, Everett. SiblingRivalry . New York: N.J.: Revell, 1976 .
Cornerstone Li brary, 1969 . Weiss, RobertS.Going I Alone. New York: Ba-
Peppler, Alice Stolper. Single Again – This sic Books, 1979.
Time With Children. Minneapolis: Augsburg, 1982. White, Ellen G. Or i enta ção da Cr i an ça . Tatuí,
Profiles of C hildr en. 1970. White House Confe- S.P.: Casa Publi cadora Brasileira, 1995.
rence on Children. Washington, D.C.: U.S. Govem- ––––––. Lar Sem Sombras. Tatuí,S.P.: Casa Pu-
ment Printing Office. blicadora Brasileira,1995.
Reed, Bobbie. I Didn’t Plan to Be a S ingle Pa - White, Harvey, M.D. Your Family Is Good fo r
rent. St. Louis : Concordia,1981. You. New York: Random House, 19 79.
––––––. Stepfamili es Livi ng in Christian Wilkerson, David R. Parents on Trial. New
Harmony . St. Louis: Concordia, 1980. York: Hawthorn Books, Inc., 1967.
Renich, Fred.The Christi an Husband Whe a - Winnicott, D. Mother
W. and Child: A Primer of
ton , Ill.: Tyndale House Publishers, 197 6. Fir st Relationships. New York:Basic Books,1957.
Robertson, ame J s.Young Childre n in Hos pi - Wolf, Anna.The Parent’s Manual: A Guide to
tal. New York:Basic Books,1959. the Emotional Developme nt of Young Chil dren.
Ross Laboratories. Developin g Self-esteem; New York: Ungar, 1962.
When Your Child Is Unru ly; Your Children and Di s - Wood, Barry.Question s Teenagers Ask About
ci pli ne. Columbus, Ohio: Ross Laboratories, 1969. Datin g and Se x. Old Tappan, N.J.: leming F H. Re-
Scanzoni, Letha. Sex Is a Parent Affai r. Glen- vell Co., 1981.
dale, Calif.: G/LPublications, 1973 . Woodley , Persia.Creative S urvi val for Single
Schuller, Robert H. Self-love. New York: Haw- Mothers. Celestial Ar ts, 1975 .
thorn Books,Inc., 1969 . Wright, Norman, an d Rex Johnson. Communi -
Seidma n, Jerome M.The Child: A Book of Re a - cati on – Key to Your Teens. Irvine, Calif.: Harvest
di ngs. New York: Holt, Rinehart and Winston, 1969. House,1978 .

Texto do livro "Filhos - Educando Com Sucesso", de Nancy Van Pelt, publicado pela Casa Publicadora Brasileira no CD-ROM "Educando com Sucesso".
Proibida a reprodução

Das könnte Ihnen auch gefallen