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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JATAÍ


UNIDADE ACADÊMICA ESPECIAL DE
CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM
HISTÓRIA DISCIPLINA: HISTÓRIA
CONTEMPORÂNEA II DOCENTE: DR. PEDRO
BARBOSA
DISCENTE: LUANA CLARA

FICHAMENTO:
HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos: o breve século XX. São Paulo, Companhia
das Letras, 1995.

Segundo Hobsbawm, são os mecanismos sociais que vinculam nossa


experiência pessoal à das gerações anteriores, e são um dos fenômenos mais
marcantes e lúgubres do final do século XX, onde a maioria dos jovens crescem
numa espécie de presente contínuo, sem relação com o passado público de sua
época. Nesse sentido, continua afirmando que os historiadores têm a função de
lembrar aquilo que outros esqueceram, ressaltando sua importância ao mesmo
tempo em que alega que, por esses motivos, eles precisam ser mais que simples
cronistas, memorialistas e compiladores.

Assim, a tarefa do historiador é compreender, e não julgar: “O que dificulta a


compreensão, no entanto, não são apenas nossas convicções apaixonadas, mas
também a experiência histórica que as formou.” Por isso, compreender a era nazista
e enquadrá-la em seu contexto histórico não significa perdoar o genocídio. (pag. 11 -
13)

De 1914 até depois da Segunda Guerra Mundial, seguiram-se cerca de 25 ou


trinta anos de crescimento econômico e transformação social. Retrospectivamente,
podemos ver esse período como uma espécie de Era de Ouro, e assim de foi visto
quase imediatamente depois que acabou, no início da década de 1970. A última
parte do século foi uma nova era de decomposição, incerteza e crise — e, com
efeito, para grandes áreas do mundo, como a África, a ex-URSS e as partes
anteriormente socialistas da Europa, de catástrofe. À medida que a década de 1980
dava lugar à de 1990, o estado de espírito dos que refletiam sobre o passado e o
futuro do século era de crescente declínio. Isso teve início com a Primeira Guerra
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Mundia. Se tratava de uma civilização capitalista em sua economia, burguesa, a


favor da ciência, conhecimento e educação, progresso material e moral,
eurocêntrica, etc.

Esta sociedade foi abalada por duas guerras mundiais, duas ondas de
rebelião e revolução globais que levaram ao poder um sistema que se dizia a
alternativa historicamente predestinada para a sociedade capitalista e burguesa e
que foi adotado, primeiro, em um sexto da população mundial, e, após a Segunda
Guerra Mundial, por um terço da população do mundo. Além disso, uma crise
econômica mundial sem precedentes abalou ou destruiu até mesmo as economias
capitalistas mais fortes e pareceu reverter a criação de uma economia mundial
única, feito bastante notável do capitalismo liberal do século XIX, inclusive os EUA,
enquanto avançava o fascismo.

O objetivo da Revolução de Outubro era a derrubada global do capitalismo.


Porém, mesmo tendo sobrevivido ao fascismo e a guerra, o capitalismo ainda
parecia enfrentar o avanço global da revolução, “que só podia arregimentar-se em
torno da URSS, egressa da Segunda Guerra Mundial como superpotência.” (pag. 14
– 16)

Na década de 1980 e início da de 1990, o mundo capitalista viu-se


novamente às voltas com problemas da época do entreguerras que a Era de Ouro
parecia ter eliminado: desemprego em massa, depressões cíclicas severas,
contraposição cada vez mais espetacular de mendigos sem teto a luxo abundante,
em meio a rendas limitadas de Estado e despesas ilimitadas de Estado. Os países
socialistas, agora com suas economias desabando, vulneráveis, foram impelidos a
realizar rupturas radicais com seu passado que, rumaram para o colapso. Esse
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colapso pode assinalar o fim do Breve Século XX, como a Primeira Guerra Mundial
pode assinalar o seu início.

Entretanto, a crise moral não dizia respeito somente aos supostos da


civilização moderna, como também às estruturas históricas das relações humanas
que a sociedade moderna herda de um passado pré-industrial e pré-capitalista e
que, agora é possível notar, haviam possibilitado seu funcionamento.

O mundo estava repleto de uma tecnologia revolucionária em avanço


constante, baseada em triunfos da ciência natural previsíveis em 1914, mas que na
época mal haviam começado e cuja consequência política mais impressionante
talvez fosse a revolução nos transportes e nas comunicações, que praticamente
anulou o tempo e a distância. Ele dava condições às pessoas de se falarem entre si
cruzando oceanos e continentes. A partir de 1914, uma regressão dos padrões tidos
como normais nos países desenvolvidos e nos ambientes da classe média e que
todos acreditavam piamente estivessem se espalhando para as regiões mais
atrasadas e para as camadas menos esclarecidas da população. (pag. 17 – 20)

As potências europeias haviam desaparecido, como a URSS, herdeira da


Rússia czarista, ou sido reduzidas a um status regional ou provincial, com a possível
exceção da Alemanha. “Talvez a característica mais impressionante do fim do
século XX seja a tensão entre esse processo de globalização cada vez mais
acelerado e a incapacidade conjunta das instituições públicas e do comportamento
coletivo dos seres humanos de se acomodarem a ele.” A terceira transformação, em
certos aspectos a mais perturbadora, é a desintegração de velhos padrões de
relacionamento social humano, além da quebra do elo entre gerações.

“Desde a Era da Revolução, observadores de todos os matizes ideológicos


previram a consequente erosão dos antigos laços sociais na prática e
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acompanharam seu desenvolvimento.” Na prática, a nova sociedade agiu não pela


destruição maciça de tudo que o herdara da antiga sociedade, mas adaptando
seletivamente a herança do passado para uso próprio. (pag. 18 – 22)

A ERA DA CATÁSTROFE

A ERA DA GUERRAL TOTAL

Não é possível compreender o século XX sem compreender a guerra mundial


que o marcou, “a história de sua era inicial de colapso e catástrofe devem começar
com a da guerra mundial de 31 anos.” A Primeira Guerra Mundial envolveu todas as
grandes potências, e na verdade todos os Estados europeus, com exceção da
Espanha, os Países Baixos, os três países da Escandinávia e a Suíça, tropas do
ultramar foram, enviadas para lutar e operar fora de suas regiões, canadenses
lutaram na França, australianos e neozelandeses forjaram a consciência nacional
numa península do Egeu, mais importante, os Estados Unidos rejeitaram a
advertência de George Washington quando mandaram seus soldados para lá,
determinando assim a forma da história do século XX. Indianos foram enviados para
a Europa e o Oriente Médio, batalhões de trabalhadores chineses vieram para o
Ocidente, africanos lutaram no exército francês. A guerra naval foi mais uma vez
global: a primeira batalha travou-se em 1914, ao largo das ilhas Falkland, e as
campanhas decisivas, entre submarinos alemães e comboios aliados, deram-se
sobre e sob os mares do Atlântico Norte e Médio. (pag. 23 – 26)

Em 1914, certamente não era a ideologia que dividia os beligerantes, exceto


no fato de que nos dois lados a guerra tinha de ser travada mediante a mobilização
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da opinião pública. O motivo era que essa guerra, tipicamente travadas em torno de
objetivos específicos e limitados, travava-se por metas ilimitadas. Na Era dos
Impérios a política e a economia se haviam fundido. A rivalidade política
internacional se modelava no crescimento e competição econômicos, mas o traço
característico disso era precisamente não ter limites. A Alemanha queria uma
política e posição marítima globais como as que então ocupava a Grã-Bretanha,
com o consequente relegamento de uma já declinante Grã-Bretanha a um status
inferior. Era uma questão de ou uma ou outra. Para a França: compensar sua
crescente e aparentemente inevitável inferioridade demográfica e econômica frente
à Alemanha.

Em 1940 a França foi superada com facilidade e rapidez por forças alemãs
inferiores e aceitou sem hesitação a subordinação a Hitler. A Grã-Bretanha jamais
voltou a ser a mesma após 1918, porque o país arruinara sua economia travando
uma guerra que ia muito além de seus recursos. O remapeamento do Oriente Médio
se deu ao longo de linhas imperialistas. Enfim, as potências vitoriosas buscaram
desesperadamente o tipo de acordo de paz que tornasse impossível outra guerra
como a que acabara de devastar o mundo e cujos efeitos retardados estavam em
toda parte. Vinte anos depois, o mundo estava de novo em guerra. (pag 28 – 32)

“Quanto ao mecanismo para impedir outra guerra mundial, era evidente que
desmoronara absolutamente o consórcio de “grandes potências” européias que se
supunha assegurá-lo antes de 1914.” O acordo de Versalhes não podia ser a base
de uma paz duradoura. É possível que a guerra seguinte pudesse ter sido evitada,
se se houvesse restaurado a economia pré-guerra como um sistema global de
prósperos crescimento e expansão econômicos.
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Em meados da década de 1920, a economia mundial mergulhou na maior e


mais dramática crise que conhecera desde a Revolução Industrial. E isso levou ao
poder, na Alemanha e no Japão, as forças políticas do militarismo e da extrema
direita. A geração seguinte cresceu esperando a próxima guerra. (pag. 33 – 36)

A guerra começou em 1939 como um conflito puramente europeu. “A guerra


foi revivida pela invasão da URSS por Hitler em 22 de junho de 1941, a data
decisiva da Segunda Guerra Mundial.” A guerra, ainda basicamente europeia, se
torna de fato global. Isso se deveu em parte às agitações anti-imperialistas entre os
súditos e dependentes da Grã-Bretanha. (pag. 37 – 40)

No Ocidente, a resistência alemã se mostrou dura de vencer, mesmo depois


que os aliados reentraram em peso no continente em junho de 1944. No Leste
houve ainda menos sinais de racha na determinação do Japão de lutar até o fim,
motivo pelo qual se lançaram armas nucleares sobre Hiroxima e Nagasaki, para
assegurar uma rápida rendição japonesa. A vitória em 1945. Os Estados inimigos
derrotados foram totalmente ocupados pelos vencedores. Não se fez qualquer paz
formal, pois não se reconhecia nenhuma autoridade independente das forças de
ocupação, pelo menos na Alemanha e no Japão.

Ou seja, a Segunda Guerra Mundial foi travada até o fim, sem idéias sérias
de acordo em nenhum dos lados, com exceção da Itália, que trocou de lado e
regime político em 1943 e não foi inteiramente tratada como território ocupado, mas
como um país derrotado com um governo reconhecido. O preço foi alto, como na
Polônia e nas partes ocupadas da URSS, e pelo destino dos judeus, cujo extermínio
sistemático foi de conhecimento geral, era a escravização e a morte. Daí a guerra
ser travada sem limites. “A Segunda Guerra Mundial ampliou a guerra maciça em
guerra total.” A guerra matou tanto civis quanto pessoas de uniforme, e grande parte
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da pior matança se deu em regiões, ou momentos, em que não havia ninguém a


postos para testemunhar. (pag. 41 – 45)

A partir de 1914, as guerras foram inquestionavelmente guerras de massa. É


possível observar que um tal nível de mobilização de massa, durante anos, não
pode ser mantido, a não ser por uma economia industrializada de alta produtividade
em grande parte nas mãos de setores não combatentes da população. Mesmo em
sociedades industriais, uma mobilização tão grande de mão-de-obra impõe enormes
tensões à força de trabalho, motivo pelo qual as guerras de massa fortaleceram o
poder do trabalhismo organizado e produziram uma revolução no emprego de
mulheres fora da casa, temporariamente na Primeira Guerra Mundial,
permanentemente na Segunda. Também neste caso, as guerras do século XX foram
guerras de massa, no sentido de que usaram, e destruíram, quantidades até então
inconcebíveis de produtos durante a luta.

Mas a produção também exigia organização e administração, até mesmo nos


campos de extermínio alemães. Falando em termos mais gerais, a guerra total era o
maior empreendimento até então conhecido do homem, e tinha de ser
conscientemente organizado e administrado. Por outro lado, as guerras foram
visivelmente boas para a economia dos EUA. Sua taxa de crescimento nas duas
guerras foi bastante extraordinária, sobretudo na Segunda Guerra Mundial. (pag 46
– 47)

O aumento da violência deveu-se não tanto à liberação do potencial latente


de crueldade e violência no ser humano, que a guerra naturalmente legitima,
embora isso certamente surgisse após a Primeira Guerra Mundial entre um certo
tipo de ex-soldados, sobretudo nos esquadrões da morte ou arruaceiros e “Brigadas
Livres” da ultradireita nacionalista. Os conflitos totais viraram “guerras populares”,
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tanto porque os civis e a vida civil se tornaram os alvos estratégicos. Havia também
a impessoalidade da guerra. “A tecnologia tornava suas vítimas invisíveis, como não
podiam fazer as pessoas evisceradas por baionetas ou vistas pelas miras de armas
de fogo.”

Ou seja, a catástrofe humana que a Segunda Guerra Mundial desencadeou é


quase certamente a maior na história humana na visão do autor. Afinal, a
humanidade aprende a viver num mundo em que a assassinato, a tortura e o exílio
em massa se tornaram experiências rotineiras que não se nota como antes. (pag 48
– 49)

A REVOLUÇÃO MUNDIAL

A Segunda Guerra Mundial para o autor, possibilitou algumas soluções, pelo


menos por décadas. Os problemas sociais e econômicos do capitalismo na Era da
Catástrofe sumiram. A economia do mundo ocidental entrou em sua Era de Ouro; a
democracia política ocidental, apoiada por uma considerável melhora na vida
material, ficou estável. Mesmo as revoluções que terminaram ambas as guerras
foram diferentes. As do pós-Primeira Guerra Mundial tinham raízes numa repulsa a
matança sem sentido. “Tinham sido revoluções contra a guerra.” Por outro lado, as
revoluções posteriores à Segunda Guerra Mundial surgiram da participação popular
num conflito mundial contra inimigos, e os que participaram julgavam justo. “E, no
entanto, como as duas guerras mundiais, os dois tipos de revolução pós-guerra
podem ser vistos na perspectiva do historiador como um único processo.”

Revolução Russa de 1917, que criou a União Soviética, transformada em


superpotência pela segunda fase da “Guerra dos Trinta e Um Anos”. Tornou-se,
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portanto, tão fundamental para a história deste século quanto a Revolução Francesa
de 1789 para o século XIX. Na verdade, não é por acaso que a história do Breve
Século XX, segundo a definição deste livro, praticamente coincide com o tempo de
vida do Estado nascido da Revolução de Outubro. Os partidos socialistas, com o
apoio das classes trabalhadoras em expansão de seus países, e inspirados pela
crença na inevitabilidade histórica de sua vitória, representavam essa alternativa na
maioria dos Estados da Europa.

A Revolução de Outubro foi o movimento mais formidável e revolucionário


organizado na história moderna. Durante grande parte do Breve Século XX, o
comunismo soviético proclamou-se um sistema alternativo e superior ao capitalismo,
e destinado pela história a triunfar sobre ele. E durante grande parte desse período,
até mesmo muitos daqueles que rejeitavam suas pretensões de superioridade
estavam longe de convencidos de que ele não pudesse vencer. Na década de 1980,
tinha tão pouca relevância para a política internacional quanto as Cruzadas. (pag.
50 – 53)

“A Revolução de Outubro foi feita não para proporcionar liberdade e


socialismo à Rússia, mas para trazer a revolução do proletariado mundial.” As
sociedades da Europa beligerante começaram a vergar sob as extraordinárias
pressões da guerra em massa. Baixara a onda inicial de patriotismo que se seguira
à eclosão da guerra. Em 1916, o cansaço de guerra transformava-se em hostilidade
surda e calada em relação a uma matança aparentemente interminável e incerta. O
sentimento antiguerra elevou o perfil político dos socialistas, que cada vez mais
reverteram à oposição que seus movimentos faziam à guerra antes de 1914. Ao
mesmo tempo, e em todos os grandes países beligerantes, o movimento trabalhista
organizado nas vastas indústrias de armamentos tornou-se um centro de militância
industrial e antiguerra.
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A rebelião contra a guerra passou a ter “concentração e atuação.” A Rússia,


cansada de guerra e à beira da derrota, foi o primeiro dos regimes da Europa
Central e Oriental a ruir sob as pressões e tensões da Primeira Guerra Mundial. A
reivindicação básica dos pobres da cidade era pão, e a dos operários, entre elas,
melhores salários e menos horas de trabalho. A reivindicação básica dos 80% de
russos que viviam da agricultura era, como sempre, terra. Do momento em que a
queda do Governo Provisório se tornou certa, a Revolução de Outubro foi
mergulhada em polêmicas.

O programa de Lenin, de empenhar o novo governo do soviete na


“transformação socialista da República russa”, era uma aposta na transformação da
Revolução Russa em revolução mundial, ou pelo menos europeia. O novo regime
pouco fez sobre o socialismo. Os bolcheviques ampliaram, seu poder, durante anos
de ininterrupta crise e catástrofe, conquista alemã e imposição de paz punitiva,
separações regionais, contra revolução, guerra civil, intervenção armada
estrangeira, fome e colapso econômico.

Uma onda de revolução varreu o mundo nos dois anos após os


acontecimentos de Outubro, e as esperanças dos bolcheviques não pareceram
irrealistas, em 1918, logo espalhando-se por toda a América Latina e gerando
líderes e partidos marxistas revolucionários. Os acontecimentos na Rússia
inspiraram revoluções por todo o mundo. (pag. 54 – 56)

Hobsbawm se apoia em Hobbes ao afirmar que a Guerra Fria foi a Terceira


Guerra Mundial, pelo fato de que, a vontade de ir à batalha foi demonstrado por
ambos os lados, ao mesmo tempo em que reproduziam o discurso de que o mundo
estava ameaçado por armas nucleares. Entretanto, Hobsbawm afirma que as
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potências não tinham verdadeiramente a intenção de desencadear a guerra, pois


ambos os lados tinham consciência do desastre proeminente para a humanidade.

Os EUA dominavam o hemisfério norte, o mundo ocidental capitalista e os


oceanos. Já a URSS, ficou com o leste europeu e localidades dominadas pelo
Exército Vermelho ou Forças Armadas Comunistas. Concluindo suas ideias,
Hobsbawm demonstra como depois da Segunda Guerra Mundial, o mundo passa a
estar nas mãos dessas duas potências. O autor afirma ainda que, o governo norte-
americano alimentou a ideia da “ameaça vermelha” para manipular a mídia com
propagandas pró-governo para angariar votos elevar a representação do partido no
congresso. Esses fatos levaram a um crescimento no setor bélico americano,
acarretando no armamento de todo o globo consequentemente. Assim, os Estados
ainda que não comunistas, se aliaram à URSS na luta contra o imperialismo norte-
americano. (pag. 57 – 59)

Hobsbawm afirma que, ainda que a Guerra Fria tenha acarretado na corrida
armamentista com alta tecnologia bélica, isso se revela pouco decisivo. Por isso, o
autor usa de exemplo acontecimentos de outros países periféricos a Guerra, como a
China que se torna comunista e a Coréia do Sul, Vietnã e Afeganistão. O autor
declara ainda os aspectos positivos da guerra fria: Um novo mundo polarizado
eliminou as rivalidades mais regionais e deu lugar aos grandes antagonismos entre
os blocos econômicos. Para ele, a economia mundial também se beneficiou, pois a
economia estava estabilizada (e enriqueceu ambos os lados com o lucrativo
comércio de armas) até o desmoronamento da URSS.

Hobsbawm definiu as diferenças entre URSS e EUA como uma farsa de


nações acomodadas com as conquistas adquiridas na Segunda Guerra. Por isso, é
possível utilizar a tese desse autor até a atualidade. (pag. 60)
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