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Evangelho, Evangelismo

e Apologética
William R. Downing
.
Traduzido do original em Inglês
A Catechism on Bible Doctrine (Version 1.7)
An Introductory study of Bible Doctrine in the Form of a Catechism with Commentary
By W. R. Downing • Copyright © 2008

O presente volume consiste somente em um excerto da obra supracitada

Publicado por P.I.R.S. PUBLICATIONS


Um Ministério da Sovereign Grace Baptist Church (www.sgbcsv.org)
Publicações Impressas nos Estados Unidos da América
ISBN 978-1-60725-963-3

Todos os direitos reservados somente ao autor. Nenhuma parte deste livro deve ser reproduzida
em qualquer forma que seja sem a permissão prévia do autor.

Tradução por Hiriate Luiz Fontouro


Revisão por Paul Cahoon, Benjamin Gardner, Albano Dalla Pria e Erci Nascimento
Edição Inicial por Calvin G. Gardner
Revisão Final por William Teixeira e Camila Rebeca Almeida
Edição Final e Capa por William Teixeira
Imagem da Capa: São Paulo perante o Areópago, por Rafael (Domínio Público)

1ª Edição: Fevereiro de 2016

As citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida Corrigida Fiel | ACF
Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Publicado em Português como fruto de uma parceria entre os websites oEstandarteDeCristo.com e


PalavraPrudente.com.br, com a graciosa permissão do amado autor W. R. Downing (Copyright ©
2008) e do amado, saudoso e agora glorificado, Calvin G. Gardner.

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Evangelho, Evangelismo e Apologética
Por William R. Downing

[Excerto de Um Catecismo de Doutrina Bíblica, por William R. Downing • Parte VIII]

EVANGELISMO E O MINISTÉRIO DO EVANGELHO

Estes assuntos são geralmente tratados na esfera da Teologia Prática sob o título de
“Evangelísticos” (Gr. euaggelion, “Evangelho”). O Cristianismo Bíblico é por necessidade e
mandamento uma religião missionária. É, assim, evangelístico por sua própria natureza.
Biblicamente, o evangelismo assume duas formas básicas: a pregação pública e o teste-
munho pessoal. Pregar o Evangelho e evangelizar onde vivemos pode ser chamado de
missões nativas (nacionais); evangelismo externo é denominado missões estrangeiras.
Cada crente é chamado para ser uma testemunha fiel da verdade do Evangelho pelo lábio
e pela vida. A apologética, ou uma defesa inteligente da fé, é parte integrante do evan-
gelismo.

Pergunta 134: O que é o Evangelho?


Resposta: O Evangelho é a boa notícia da libertação do eu, do pecado e da ira Divina e da
condenação por meio da fé na Pessoa e na obra redentora do Senhor Jesus Cristo.

Romanos 1:16-17: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de


Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. 17
Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo
viverá pela fé”.

2 Coríntios 4:3-4: “Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem
está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos,
para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de
Deus”.

Gálatas 1:6-7: “Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à
graça de Cristo para outro evangelho; 7 o qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam
e querem transtornar o evangelho de Cristo”.

1 Tessalonicenses 1:4-5: “Sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus; 5

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porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e
no Espírito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor
de vós”.

Veja também: Mateus 4:23; 9:35; 24:14; Marcos 1:14-15; 16:15; Atos 20:24; Romanos 1:1-
4; 2:11-16; 1 Coríntios 1:17-18; 9:12-18; 1 Coríntios 15:1-4; 2 Coríntios 4:3-6; Gálatas 1:6-
9; 3:8; Efésios 1:13-14; Filipenses 1:7, 12, 16-17, 27; Colossenses 1:19-23; 1
Tessalonicenses 2:1-4; 2 Tessalonicenses 1:7-8; 2:13-14; 1 Timóteo 1:1-11; 1 Pedro 1:12,
23-25; 4:17-18.

Comentário

Da mesma forma que a palavra Inglesa “gospel” é derivada da palavra anglo-saxônica “god-
spell”, isto é, “história de Deus”, ou seja, a história a respeito de Deus, a palavra Portuguesa
“evangelho”, a partir do Latim e significa “boas novas”. O termo Grego do Novo Testamento
é euaggelion, ou “a boa notícia”. Esta realização das boas novas de salvação foi bem
colocada por William Tyndale, o Reformador e mártir Inglês, quem primeiro traduziu o Novo
Testamento do Grego para o Inglês. Na introdução desta grande obra, Tyndale escreveu
que o Evangelho significa “notícia boa, alegre, feliz, jubilosa, que faz um coração feliz, e o
faz cantar, dançar e buscar alegria!”. A palavra “evangelho” ocorre 114 vezes na Bíblia ACF,
todas no Novo Testamento. Existem vários termos para a pregação do Evangelho, um dos
quais é “euaggelizo”, a forma verbal, seguida de: “evangelizar” (pregar o Evangelho), “evan-
gelismo” (o ato de pregar o Evangelho) e “evangelista” (aquele que prega o Evangelho).

Biblicamente, o “Evangelho” é o registro da vida do Senhor Jesus Cristo, a totalidade de


Seus ensinamentos acerca da salvação, de Seus milagres credenciando Sua Pessoa e
mensagem, do significado salvífico de Sua Pessoa e obra redentora (encarnação, vida, so-
frimento, morte, ressurreição e ascensão ao Céu), e da mensagem resultante proclamada
pelos Apóstolos a respeito do perdão dos pecados e da reconciliação com Deus por meio
dEle. Toda esta verdade, reunida como a verdade salvífica compreende a mensagem do
Evangelho. A ênfase da mensagem do Evangelho no Novo Testamento está sobre a vida
e morte vicária (obediência ativa e passiva) e da ressurreição e ascensão de Cristo como
prova final de Sua Pessoa e mensagem. É a mensagem de reconciliação com Deus por
meio da fé no Senhor Jesus Cristo.

O Novo Testamento contém referências ao Evangelho com várias designações: “o evan-


gelho do Reino de Deus” (Mateus 4:23; 9:35; 24:14; Marcos 1:14), “o evangelho da graça
de Deus” (Atos 20:24), “o evangelho da glória do Deus bendito” (1 Timóteo 1:11), “o
evangelho de Deus” (Romanos 1:1; 15:16; 2 Coríntios 11:7, etc.), “o evangelho de seu Filho”

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(Romanos 1:9), “o evangelho de Cristo” (Romanos 1:16; 15:19, 29; 1 Coríntios 9:12, 2
Coríntios 2:12, etc.), “o evangelho da paz” (Romanos 10:15; Efésios 6:15), “o evangelho da
glória de Cristo” (2 Coríntios 4:4), “o evangelho da vossa salvação” (Efésios 1:13), “o
evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Tessalonicenses 1:8) e “o evangelho eterno”
(Apocalipse 14:6). Estes todos se referem ao único e mesmo Evangelho. Existe ainda “um
outro evangelho” (Gálatas 1:6), “o evangelho da circuncisão... e o evangelho da incircun-
cisão” (Gálatas 2:7).

Existe, então, mais do que um Evangelho? O “evangelho da circuncisão” e “incircuncisão”


é linguagem figurada referindo-se aos respectivos ministérios do evangelho de Pedro aos
judeus, e de Paulo aos gentios. Seus ministérios diferentes; porém com a mesma mensa-
gem. A referência a “um outro evangelho [de um tipo diferente] que não é outro [do mesmo
tipo]” é a perversão do Evangelho pelos judaizantes que haviam seduzido os Cristãos da
Galácia em uma forma de Judaísmo que substituía a graça por obras, especialmente a
circuncisão (Gálatas 1:6-9; Atos 15:1). Sempre houve “um outro evangelho”, que quer omitir
ou perverter a verdade de Deus e seduz os pecadores por uma falsa segurança, seja por
negar a graça de Deus ou misturá-la com obras.

O Evangelho, em seu completo sentido teológico, é a boa notícia de libertação do eu, do


poder reinante do pecado, e da ira e da condenação Divina pela fé na Pessoa e obra reden-
tora do Senhor Jesus Cristo. Em outras palavras, o Evangelho, quando considerado em
seu contexto bíblico e teológico completo, é inclusivo de todas as doutrinas associadas à
salvação e necessariamente estabelecido no contexto da autoconsistência moral de Deus
(a lei moral), imutabilidade e soberania Divina; o estado caído e pecaminoso da humanida-
de, a destruição iminente da condenação e do castigo eterno, a essência e a natureza da
graça Divina, e a centralidade da Pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo.

A necessidade pelo Evangelho surge de três grandes realidades: da autoconsistência moral


do Deus Triuno (o qual é absoluta e perfeitamente reto, justo e santo); da natureza caída e
depravada do homem pecador, e da imutabilidade do propósito redentor eterno.

Para o pecador ser reconciliado com Deus, ou seja, ter seus pecados perdoados, e ser
justificado (declarado justo diante de Deus) por intermédio da imputação da justiça de
Cristo, isso deve ser por meio de um princípio de graça (favor imerecido no lugar da ira
merecida). Veja a Pergunta 92. Essa graça deve ser tanto livre (sem uma causa encontrada
no pecador) quanto soberana (Deus concede a graça a quem Ele quer). Deve ser livre
graça, por causa do estado espiritual, moral e intelectual do pecador. A livre graça vem ao
pecador como um princípio de poder espiritual, vivificando, iluminando, habilitando e liber-
tando-o para fugir de forma livre e espontânea para Cristo pela fé (João 5:40; 6:37, 44;
Romanos 9:16). A livre graça salva os pecadores que não podem e não salvarão a si

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mesmos. A graça soberana salva indivíduos específicos, que são os objetos do infinito e
eterno amor de Deus (Efésios 1:3-5). Veja as Perguntas 66 e 78. A graça soberana nunca
falha, é eficaz. Veja a Pergunta 78. No contexto do Evangelho, pela Pessoa e obra do
Senhor Jesus Cristo, Deus pode consistentemente ser Justo (reto) e Justificador (aquele
que declara a retidão) de quem crê em Jesus (Romanos 3:21-26).

Nem o princípio e nem o conteúdo do Evangelho se originou na mente ou no coração de


uma humanidade caída e pecadora. Quando entregue a si mesmo, sendo inescapável e
incuravelmente religioso como o portador da imagem de Deus, o homem por natureza evo-
ca sua própria religião. O Paganismo sempre foi inerentemente religioso e muitas vezes de
forma intensa. Apenas na moderna sociedade secularizada o homem tem procurado disfar-
çar a religião, transformando-a em uma educação materialista, estatal e psicológica ou em
uma forma ambientalista. O Paganismo era politeísta e abertamente idólatra (Romanos
1:23); o secularismo moderno adora o homem, o materialismo, a educação, a ciência, o
estado e o meio ambiente. O Homo mensura (“homem é a medida [de todas as coisas]”)
como manifesto pelo moderno humanismo secular, é tão propriamente idolatria como se
curvar a esculturas de pau, pedra e metais.

Em princípio, a religião antrópica (originada pelo homem) tem sido historicamente uma
religião de justiça própria e habilidade humana, e manifesta em obras de mentalidade lega-
lista. A história revela que o princípio da graça é estranho ao homem pecador. Até mesmo
a verdadeira religião derivada da revelação Divina foi pervertida pelos judeus no sistema
religioso do Judaísmo da justiça própria e das obras (Atos 15:1; Romanos 9:32-10:3). O
mero Cristianismo tradicional, embora o ponto culminante da religião revelada (crença teísta
Cristã) sofreu o mesmo, degenerando rapidamente e sendo reduzido a um mero sistema
religioso sacerdotal exterior de ritos, rituais e cerimônias que são idólatras. O Cristianismo
moderno tende em grande parte tanto para o cerimonial ou o irracional. Não parece compre-
ender a graça de Deus em princípio ou em prática.

Deus levou milhares de anos para preparar o mundo para a plenitude e a finalidade do
Evangelho (Gálatas 4:4-5). Ele primeiro prometeu no Proto-evangelium de Gênesis 3:15;
que a semente da mulher esmagaria a cabeça da serpente. O princípio de sangue para
sacrifício e expiação vicária foi estabelecido pelo próprio Deus nas peles de animais que
Ele providenciou para os nossos primeiros pais (Gênesis 3:21). Abel ofereceu as primícias
do rebanho, o primeiro cordeiro sacrificial, que culminaria no “Cordeiro de Deus que tira o
pecado do mundo” (Gênesis 4:4; João 1:29). Em Caim encontramos a primeira instância da
autodeterminação (livre-arbítrio) na religião. Ele descaradamente ofereceu a Deus o que
ele mesmo tinha produzido por seus próprios esforços (Gênesis 4:3-7; 1 João 3:11-12). O
livre-arbítrio se opõe à livre graça (João 1:12-13; 6:44; Tito 3:5).

Deus de modo soberano escolheu e Se revelou salvificamente a Abraão (Atos 7:2-3), e, em

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Abraão, à nação hebraica, a “descendência física de Abraão”, e naquela nação Sua verda-
deira “descendência de Abraão” (“Descendência” no singular), O Messias; e no Messias,
Ele escolheu uma “descendência” espiritual, todos os verdadeiros crentes. Ele prometeu a
Abraão que nele todas as famílias da terra seriam abençoadas, uma promessa do Evan-
gelho centrada no Senhor Jesus, a verdadeira “Descendência de Abraão” (Gênesis 12:1-3;
Gálatas 3:6-9).

Sob Moisés a nação foi liberta do Egito pelo sangue (o cordeiro da Páscoa) e poder (as
pragas, a divisão do Mar Vermelho e o afogamento do exército de Faraó — Êxodo 20:1-2).
O Livro de Levítico detalha o sistema Levítico de ofertas e sacrifícios ordenados por Deus.
Cada um deles antecipa, ou é um tipo da Pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo. Mais tarde,
Israel exigiu um rei, e depois de Saul, a dinastia Davídica foi estabelecida. Assim, por meio
da promessa, da aliança, do governo e do sistema religioso de Israel, Deus estabeleceu os
princípios para os ofícios sacerdotais, proféticos e reais (Senhorio) do Senhor Jesus Cristo.
Veja as Perguntas 72-75. A nação de Israel foi, então, uma incubadora para a preparação
do Evangelho. De Moisés a Malaquias, a Palavra de Deus foi dada e escrita. Israel continu-
aria sendo o repositório para a Palavra de Deus escrita até a plenitude dos tempos (Gálatas
4:4-5). Mediante a encarnação, do nascimento virginal, da vida perfeita e sem pecado, do
sofrimento e morte vicários, e da gloriosa ressurreição e ascensão do Senhor Jesus Cristo,
os fatos históricos do Evangelho foram unidos como verdade salvífica (1 Coríntios 15:1-4).
Em Pentecostes, a igreja, já formada e comissionada como a instituição ordenada por Deus
para esta economia do Evangelho, foi autorizada pelo Espírito Santo a publicar o Evangelho
até os confins da terra (Atos 1:8; 2:1ss).

Os elementos essenciais do Evangelho foram todos antecipados ou explicados nas seções


anteriores. Se fossem colocados juntos em um sumário, eles poderiam ser considerados
como uma entidade compacta, um todo unificado e interrelacionado para a nossa compre-
ensão. Estes podem ser resumidos em seis afirmações sobre Deus, o pecado, o homem,
a graça, o Senhor Jesus Cristo, e a mensagem e metodologia do Evangelho:

Primeira, a natureza e o caráter de Deus ou o elemento Divino. O Triuno, a autorre-


velado Deus da Escritura é absoluta e infinitamente perfeito e NÃO contraditório em
todos os Seus atributos Divinos. Por causa disto, Sua amorosa bondade, graça e
misericórdia não podem contradizer Sua santidade, retidão e justiça. Porque Ele é
imutável e moralmente autoconsistente, Ele não pode de forma arbitrária tolerar o
pecado. O pecado corrompeu o universo, contaminou a criação, devastou a raça
humana e distorceu a imagem de Deus no homem. A criação, assolada no tempo e
na história, deve ser restaurada. A imagem de Deus no homem deve ser redimida.
Cada atributo Divino clama por exoneração: A justiça deve ser satisfeita, a retidão
vindicada, e a santidade preservada. O amor, a graça e a misericórdia Divinos devem

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erguem-se para responder a estas demandas na autoconsistência dos atributos Divi-
nos. Para revelar totalmente o amor, a graça e a misericórdia de Deus, e redimir a
imagem dEle no homem, alguns homens devem ser redimidos. Para vindicar a justiça
Divina, alguns devem ser sentenciados a uma condenação eterna e ao Inferno por
seus pecados. A criação em si deve ser destruída e recriada, e haverá “novos céus e
uma nova terra, onde habita a justiça” (Isaías 65:12; 66:22; 2 Pedro 3:7-13). Assim, o
Evangelho encontra as suas mais profundas raízes, sua motivação final, causa e
essência: na autoconsistência moral do Triuno e autorrevelado Deus da Escritura.

Segunda, a natureza e o caráter do pecado, ou o elemento destrutivo. Veja a Pergunta


36. O pecado é um princípio regente e reinante do mal que se estabelece contra o
Altíssimo. Ele está arraigado no coração do homem e é usado por Satanás. Cada um
e todo pecado é contra Deus. O pecado corrompeu toda a criação e governa sobre
cada ser humano. Toda a criação deve ser destruída e recriada: tal é o mal, a contami-
nação envolvente e a impiedade do pecado. E o homem caído e pecador? Alguns
serão condenados pelos seus pecados; outros devem ser libertos pela livre graça de
Deus. Qualquer obra está sobre a mais enorme escala por causa da natureza horren-
da e efeitos consequentes do pecado. O salvo deve ter a sua mente, alma e corpo
totalmente transformados. Em suma, estes devem ser necessariamente transforma-
dos como os novos céus e a nova terra para que o pecado seja erradicado da criação
de Deus.

Terceira, a natureza e o caráter do homem caído, ou o elemento humano. O homem


caído desfigurou a imagem de Deus. O intelecto pressuposicional que governou a
personalidade do homem em seu estado primitivo e originalmente justo tornou-se
horrivelmente mutilado pelos efeitos noéticos do pecado: ele está epistologicamente
arruinado (Romanos 1:18-32; Efésios 4:17-19). Veja as Perguntas 4, 13 e 31. As
afeições e volição, isto é, a manifestação da vontade, tornaram-se terrivelmente cor-
ruptas. O corpo, uma vez subserviente ao intelecto, surgiu, com seus apetites e dese-
jos pecaminosos, para dominar a personalidade (Romanos 6:6, 12, 17-18). Veja a
Pergunta 95. A doença, infecção, morte física e eterna pairam sobre cada membro da
raça humana caída. Veja a Pergunta 165. Todo ser humano é pecador por imputação,
por herança e por transgressão pessoal. Veja a Pergunta 38. A transgressão de Adão
é nossa por imputação: o pecado original. Nós herdamos sua natureza depravada. A
isto, devem ser acrescentadas as inúmeras transgressões pessoais de cada indivíduo.
Veja a Pergunta 36. O homem, caído e pecador, está em um estado tão depravado
que sua condição é irreparável se for entregue a si mesmo. Ele não pode salvar os
outros; não pode libertar-se. Ele é mais um súdito disposto e obediente do reino ímpio
de Satanás. Veja a Pergunta 131. A lei de Deus clama por sua condenação absoluta.
Veja as Perguntas 39 e 40. Contudo, ele é chamado para crer no Senhor Jesus Cristo

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em fé salvífica, comprometer-se absolutamente sem reservas a Ele, arrepender-se do
próprio pecado, e descansar sobre a justiça imputada do Filho de Deus. Veja as
Perguntas 89 e 90. O perdão do pecado, a imputação da justiça e a reconciliação com
Deus são encontrados apenas em Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Veja a
Pergunta 92. O que o homem não podia fazer e não faria, Deus o fez. Veja a Pergunta
66.

Quarta, a natureza e o caráter da graça Divina, ou o elemento eficaz. O pecado é


indescritivelmente horrendo: uma injustiça, contaminação, maldade, um poder e mal
aparentemente infinitos, o qual se estabeleceu contra Deus, Sua criação e Seu
propósito. Deus deve punir o pecado. A graça Divina reina da eleição até a glorifica-
ção. Veja a Pergunta 78. Sua natureza e poder gloriosos supervisionam a redenção
dos pecadores e a retirada deles do reino das trevas para o Reino do Filho do amor
de Deus (Colossenses 1:12-13), o chamado deles das trevas para a luz; a transfor-
mação completa da personalidade deles em justiça; a santidade em verdade e do
conhecimento (Efésios 4:22-24; Colossenses 3:9-10); a obra graciosa da regenera-
ção, conversão, justificação, adoção e santificação. Veja as Perguntas 83, 86, 92, 93
e 94. Esta obra gloriosa, graciosa e soberana de Deus não terminará até que todos
os pecadores redimidos estejam diante de Deus glorificados no corpo, completamente
redimidos em todos os sentidos. Veja a Pergunta 169. A salvação da penalidade,
culpa, contaminação, poder e até mesmo da presença do pecado então estará com-
pleta.

Quinta, a importância do Senhor Jesus Cristo, ou o elemento redentor. Não existe


salvação ou reconciliação com Deus fora dEle mesmo (João 14:6; Atos 4:12; 1 Timó-
teo 2:5). A Pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo estão no centro do eterno propósito
redentor. Ele é em Si mesmo a própria personificação da graça. Toda graça é mediada
por Ele. Veja a Pergunta 78. Em Sua encarnação, obediência ativa e passiva, e
gloriosa ressurreição, Ele realizou uma redenção completa e final para todos por quem
Ele viveu, sofreu e morreu. Esta redenção gloriosa, completa e final é aplicada no tem-
po, na história e na experiência dos pecadores individuais por intermédio da obra efi-
caz do Espírito Santo, de acordo com o eterno propósito redentor. Veja a Pergunta
81.

Sexta, a mensagem e metodologia do Evangelho, ou o elemento instrumental. Deus


ordena que a mensagem da salvação seja declarada por meio da pregação. Veja as
Perguntas 135 e 138. Ela deve ser considerada como a mensagem e a sua metodolo-
gia. A mensagem da “boa nova” do Evangelho é declarada contra o pano de fundo
escuro do horror do pecado e de suas consequências. Somente os pecadores em
desesperada necessidade de libertação precisam ou querem “as boas novas”. Apenas

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aqueles a quem Deus desperta, vivífica e capacita respondem a esta mensagem de
salvação, todos os outros ou rejeitam-na completamente, ou são seduzidos por uma
falsa mensagem, ou na melhor das hipóteses, tornam-se companheiros de caminhada
por um tempo, ainda não-regenerados e contentes com uma mera religião exterior
(Mateus 13:18-22). Veja a Pergunta 108.

Esta mensagem do Evangelho deve conter várias características necessárias:

Primeira, os pecadores devem ser despertados para a necessidade deles. A natureza


e o caráter de Deus devem ser declarados. Os homens devem ser confrontados com
a própria incapacidade total de estarem diante do santo e justo Deus das Escrituras.
As exigências da lei moral devem frequentemente ser exercidas para convencer os
homens da sua própria culpa e absoluta condenação diante de Deus. A lei descreve
o pecado nos termos de Deus, não do homem. Veja a Pergunta 40.

Segunda, a salvação deve ser oferecida gratuitamente a todos sem exceção ou distin-
ção. O Senhor Jesus Cristo é a única esperança de salvação deles. Os pecadores
devem ser conduzidos a Cristo somente e pela fé somente. Veja a Pergunta 139.

Terceira, a necessidade de fé no Senhor Jesus Cristo e arrependimento do pecado


devem ser proclamados fielmente. A fé repousa na justiça imputada operada por
nosso Senhor em Sua obediência ativa e passiva. Tanto a fé quanto o arrependimento
são necessidades absolutas. O arrependimento não é simplesmente de certos peca-
dos, mas do pecado como a entidade dominante da vida. Veja a Pergunta 90. É a
partir de um coração e de uma mente crentes que o arrependimento salvífico surge.
A fé sem arrependimento é engano; arrependimento sem fé é meramente remorso.

A metodologia ordenada por Deus para espalhar o Evangelho é por meio da pregação e do
testemunho pessoal (Atos 1:8; 8:1, 4; Romanos 10:14-17; 1 Tessalonicenses 2:13). Deus
chama e dota os homens para que levem esta “boa notícia” aos outros. Este chamado e
dom da pregação são aparentemente muito fracos e precários para o homem sozinho reali-
zar, mas Deus o capacita, ordenando glorificar o poder da Sua graça.

O ponto focal do Evangelho é a justiça de Deus (Romanos 1:16-17). Essa justiça que Ele
exige em Sua autoconsistência moral é provida na obra redentora do Senhor Jesus Cristo.
Este é o cerne (parte essencial) da mensagem do Evangelho no contexto do perdão dos
pecados e da reconciliação com Deus. A fé salvífica se apodera e se apropria da própria
justiça de Cristo. Este é o coração do Evangelho: “a justificação pela fé”. Veja a Pergunta
92.

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A mensagem do Evangelho não traz consigo nenhum poder intrínseco ou inerente. A mera
pregação do Evangelho não garante por si só conversões. O poder do Evangelho é externo
a si mesmo. Seu poder é encontrado na graça salvífica de Deus (1 Coríntios 2:2-5). É o
“poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1:16). O Evangelho em
poder é a única esperança para este mundo amaldiçoado pelo pecado, confuso, devastado
pela guerra e alienado no qual vivemos. Ele é o único poder que pode transformar a
natureza humana no contexto da graça Divina. Veja a Pergunta 140.

Você tem sido alcançado pela salvação pela fé no Senhor Jesus Cristo como apresentada
no Evangelho como o seu direito de estar diante de Deus? Somente nEle está o perdão do
pecado, a imputação da justiça e a reconciliação com Deus!

Pergunta 135: O que é evangelismo?


Resposta: Evangelismo é declarar a mensagem do Evangelho.

1 Coríntios 2:2: “Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este
crucificado”.

Atos 8:4: “Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando a palavra”.

Veja também: Mateus 28:18-20; Marcos 16:15; Lucas 24:45-47; Atos 8:25; 13:2-5; 14:1, 4-
7; 15:7; 16:10, 17-18, 21; 17:1-3; Romanos 10:9-15; 15:18-20; 1 Coríntios 1:17-31; Efésios
6:18-20; Filipenses 1:7; 1 Tessalonicenses 1:3-5; 2:2; 1 Timóteo 1:9-11; 1 Pedro 1:25; 4:17;
Apocalipse 14:6.

Comentário

Biblicamente, evangelismo é simplesmente pregar ou proclamar a verdade do Evangelho.


Ele é inerente ao Cristianismo. Qualquer conceito de Cristianismo que não é evangelístico
é antibíblico. O evangelismo pode assumir muitas formas, tais como: o testemunho pessoal
da verdade do Evangelho na conversação, na pregação pública, na distribuição de Bíblias,
folhetos e literatura religiosa, e missões tanto nativas (nacionais) quanto estrangeiras.
Embora Deus especifique e pessoalmente chame alguns homens para o ministério evan-
gélico para servir em sua terra natal ou em um campo estrangeiro, cada crente é chamado
para ser testemunha da verdade do Evangelho, tanto de lábio quanto pela vida.

Há três assuntos de importância vital acerca do evangelismo:

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Primeiro, o testemunho do crente é o de toda a vida (Atos 1:8). A vida que ele vive e
a doutrina professada não devem ser contraditórias caso alguém deva possuir credi-
bilidade diante dos homens e experimente a bênção de Deus (2 Timóteo 2:19-21; 1
Pedro 1:15-16; 2:9-12).

Segundo, deve haver uma gratidão fervorosa nascida da grandeza e glória da graça
salvífica e da realidade da graça e do amor de Deus na própria experiência de alguém
(Atos 9:1-31; Romanos 5:5; 1 Timóteo 1:15-16). Sem tal devoção e convicção, uma
tendência natural tanto para complacência, ou seja, o desejo de agradar os outros,
quanto para indolência (indiferença) pode estabelecer-se.

Terceiro, é Deus quem salva os pecadores (João 1:12-13; 6:37, 44; 1 Timóteo 1:15).
Assim, nós precisamos de Suas bênçãos e do poder do Seu Espírito sobre o nosso
testemunho (João 15:5; Atos 1:8; 1 Coríntios 2:2-5; Efésios 2:4-10; 1 Tessalonicenses
2:13).

Enquanto as Escrituras enfatizam a proclamação da doutrina do Evangelho; o evangelismo


moderno dá ênfase à metodologia. O Novo Testamento dá a primazia à pregação pública
e testemunho pessoal; o Cristianismo moderno tende a estar embaraçado em várias meto-
dologias engrenadas para fazer o evangelismo eficaz. Por que esta mudança da mensagem
para a metodologia? As causas parecem ser triplas:

Primeira, uma mudança na teologia da graça de Deus para o livre-arbítrio do homem.


Se o pecador possui o poder de escolha contrária, então a distinção entre a livre agên-
cia moral e o livre-arbítrio torna-se obscurecida, e toda a abordagem ao evangelismo
é alterada.

Segunda, a ideia do evangelismo centrado no homem tende a rebaixar a metodologia


evangelística do espiritual até o mero nível psicológico ou emocional.

Terceira, ao invés de ver o evangelismo como uma testemunha fiel à mensagem do


Evangelho, a ênfase tende a ser sobre a obtenção de uma “decisão” do pecador. A
mensagem torna-se assim secundária à metodologia empregada. O pragmatismo
então se torna a regra para o evangelismo eficaz, e o sucesso é medido pelo número
de “decisões” religiosas em vez de fidelidade à mensagem bíblica e de conversões
bíblicas. Veja a Pergunta 88.

Nós somos evangelísticos?

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Pergunta 136: O que é Apologética?
Resposta: Apologética é uma defesa inteligente da fé.

1 Pedro 3:15: “Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre prepa-
rados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperan-
ça que há em vós”.

2 Coríntios 10:3-5: “Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne. 4


Porque
as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição
das fortalezas; 5 destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhe-
cimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo”.

Judas 3: “Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação


comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez
foi dada aos santos”.

Veja também: Filipenses 1:7, 17.

Comentário

Existem tentativas racionais e irracionais na defesa da fé de alguém. As tentativas irracio-


nais, subjetivas ou emocionais são geralmente focadas nos sentimentos religiosos, experi-
ência ou crenças pessoais. Existem momentos nos quais demonstrar a experiência de
conversão de alguém pode ser proveitosa para outros (Atos 22:1-21; 26:1-18). Declarar a
verdade objetiva da salvação, no entanto, é própria e tecnicamente evangelismo.

Uma defesa inteligente ou racional está preocupada com o conteúdo objetivo ou doutrinário
da fé. A apologética é o termo técnico para este objetivo, a defesa racional e inteligente da
fé Cristã. Este termo deriva do termo Gr. apo, “de”, e legō ou logia, “falar uma palavra”, e
assim falar de uma determinada posição a fim de defendê-la. O evangelismo e apologética
são inseparáveis. O apóstolo compreendeu isto quando ele afirmou que estava pronto para
“a defesa e confirmação do evangelho” (Filipenses 1:7, 17). O evangelista e o testemunho
pessoal são chamados para defender a fé quando as objeções são feitas à Escritura com
sua mensagem de salvação. O apologista deve também ser evangelístico. Apologética sem
evangelismo reduz isso ao mero debate intelectual ou religioso, o que é estranho à Escri-
tura. A questão não é ganhar os argumentos, mas as almas (Provérbios 11:30; Atos 26:26),
ou seja, de forma inteligente, de forma clara e convincente apresentar a verdade da salva-
ção, e, no processo, responder de forma inteligente tais objeções que podem ser levan-
tadas.

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Quais são as questões essenciais na defesa da fé?

Primeiro, todo Cristão deve ser capaz de defender não só a validade de sua expe-
riência de conversão pessoal, mas também o conteúdo doutrinário da religião Cristã
(1 Pedro 3:15; Judas 3).

Segundo, ele deve ser capaz, pela graça e pelo Espírito de Deus, de desmontar os
argumentos lógicos de seus opositores pela Palavra de Deus por meio do Espírito.
(Em 2 Coríntios 10:3-5 as palavras “destruindo os conselhos” são literalmente “des-
mantelando argumentos lógicos”).

Terceiro, a questão a ser decidir em nossa abordagem à apologética é esta: Devemos


argumentar a partir de ou até a Escritura? Em outras palavras, devemos começar de
fora da revelação Divina com vários fatos científicos, históricos, arqueológicos ou
argumentos filosóficos e persuasão psicológica a fim de credenciar as Escrituras como
uma base para defender a fé; ou devemos pressupor a autoridade Divina e a autocer-
tificada natureza da Escritura e a razão dela como nosso ponto de referência? Veja a
pergunta 10. A primeira abordagem é denominada Apologética Clássica ou Evidencia-
lista, esta última é denominada Apologética Pressuposicionalista. A primeira pode ser
resumida como “Eu entendo, e, portanto, acredito”, a segunda pode ser resumida
como “Eu acredito e entendo”. A primeira dá prioridade à compreensão, esta última
dá a prioridade à fé. Às vezes, é contestado que o Pressuposicionalismo recorre ao
raciocínio circular. Todas as questões finais recorrem a um raciocínio circular. Veja a
Pergunta 10.

As questões decisivas são as seguintes:

Primeira, qual abordagem é encontrada no ensino doutrinário das Escrituras e em seus


exemplos evangelísticos e apologéticos?

Segunda, qual metodologia é coerente com a natureza caída do homem? O Evidencialismo


falha perante a Escritura. Nenhum milagre testemunhado por Israel nacional por meio de
sua longa história trouxe a eles a verdadeira e duradoura fé. A mera repetição de milagres,
até mesmo diariamente, em grande parte, se mostrou ineficaz para conter a incredulidade
deles. Os milagres de nosso Senhor, realizados constantemente, e dados para credenciar
Sua identidade e mensagem, falharam em convencer ou converter os líderes religiosos de
Seus dias. Até mesmo Seus próprios discípulos ficaram em dúvida até a fé deles ser aviva-
da quando viram o Senhor ressuscitado (Lucas 24:1-11, 13-26; João 20:24-25). O que os
homens precisam na salvação não é mais evidência ou conhecimento, ou mesmo milagres
(Eles suprimem o que a evidência faz conhecer e ver — Romanos 1:18-20), mas a graça

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salvífica em poder Divino: uma mudança de coração e mente. A ordem Divina é “Pela fé
entendemos...”. (Hebreus 11:3). As palavras de Abraão devem também apontar que se os
homens não ouvem a Palavra de Deus (“Moisés e os profetas”), eles não serão persuadidos
pelo maior dos milagres ou evidências (Lucas 16:29-31).

A clássica passagem é o discurso do apóstolo Paulo em Atenas (Atos 17:22-34). Veja a


Pergunta 121. Este discurso foi precedido por várias semanas de pregação diária do Evan-
gelho no mercado, o que explica sua forma abreviada e por que ele não mencionou direta-
mente nosso Senhor. Este discurso foi a conclusão e o resumo deste longo ministério
evangelístico (Atos 17:16-18). Ele estava simplesmente colocando “Jesus e a ressurreição”
no contexto histórico remidor em relação a eles. Embora ele não tenha citado a Escritura,
cada declaração pressupôs a verdade e autoridade dela. Em cada ponto ele e seus ouvintes
basicamente discordaram, contudo, ele declarou a verdade da natureza, do caráter, da
soberania e da iminência de Deus; do homem sendo o portador da imagem de Deus, de
sua inabilidade pecaminosa de buscar salvificamente a Deus, da futilidade e da culpabili-
dade da idolatria, e finalmente do Dia do Juízo destinado em virtude da ressurreição do
Senhor Jesus dos mortos.

Estes e outros exemplos são claramente pressuposicionais. Na verdade, a própria Bíblia,


como claramente revelada em Gênesis 1:1, começa com uma declaração pressuposicional.
A declaração de abertura das Escrituras pressupõe a existência de Deus, a distinção
Criador-criatura, e a realidade que cada fato é um fato criado; e não procura provar nenhum
destes. As evidências podem ser importantes para ilustrar a verdade Divinamente revelada
(Atos 14:8-18), mas elas nunca podem credenciá-la. O maior não pode ser credenciado
pelo menor, ou seja, qualquer evidência que pode ser usada para credenciar a Bíblia deve
ter maior credibilidade do que a Bíblia. A apologética Cristã deve lidar com a verdade abso-
luta, e não apenas com a plausibilidade ou possibilidade de uma abordagem empírica. Deus
dá a maior autoridade para a Sua própria Palavra. O testemunho do Espírito Santo confirma
a autocertificação da Escritura. Veja a Pergunta 10.

Se os pecadores devem racional, autoritativa, sincera e amorosamente ser confrontados


com a verdade doutrinária da fé, ao invés de meros fatos científicos e históricos, existe
algum fundamento comum? Se cada fato é um fato criado (Gênesis 1:1), e todos os fatos
são interpretados pelas pressuposições de alguém, então não existe um fundamento
comum viável ou acordo entre o crente e o não-crente fora do Triuno e a autorrevelado
Deus das Escrituras e Sua Palavra. Então, que base existe para uma troca significativa
entre o crente e o não-crente, se a graça regeneradora é a necessidade primária?

Existe um ponto de contato, que é triplo:

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Primeiro, o homem é o portador da imagem de Deus, o que o torna um ser racional e
moralmente responsável. Ele possui um senso inato de Deus, do qual ele não pode
escapar (Gênesis 1:26; Atos 17:28-29; Tiago 3:9). Ele também é Divinamente pré-
condicionado a reconhecer o testemunho de Deus, tanto na criação quanto na Escri-
tura. Veja a Pergunta 10.

Segundo, a lei de Deus está indelevelmente inscrita sobre seu ser interior (Romanos
2:11-16). Estes testemunhos e realidades, ele constantemente procura suprimir ao
passo que ele vê a criação (evidência) que o rodeia. Esta evidência é suficiente para
torná-lo indesculpável (Romanos 1:18-20).

Terceiro, embora ele professe ser autônomo em seu pensamento, ainda inconsciente-
mente age sobre certas pressuposições que ele admite como corretas enquanto
suprime a verdade. Em outras palavras, ele deve assumir os fatos e leis criados por
Deus que lhe permitam ser consistente, lógico e científico. Estas três áreas fornecem
um ponto de contato para uma apologética evangelística.

Nós estamos dispostos e somos capazes de defender a fé?

Pergunta 137: Quais são as responsabilidades evangelísticas e apologéticas incumbidas


para cada crente?
Resposta: Cada crente é uma testemunha da verdade do Cristianismo por seu estilo de
vida e conversação. Este testemunho inclui a propagação e a defesa da fé.

Atos 1:8: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis
testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da
terra”.

Filipenses 1:7: “Como tenho por justo sentir isto de vós todos, porque vos retenho em meu
coração, pois todos vós fostes participantes da minha graça...”.

Veja também: Mateus 28:18-20; Marcos 16:15; Lucas 24:46-47; Atos 2:36-42; 8:4; 13:1-4;
14:8-18; 17:2-3, 16-18, 22-31; 20:26-27; 1 Timóteo 1:11-12; 2:7.

Comentário

Cada crente é chamado para ser testemunha fiel à verdade do Evangelho e também para
defender às suas reivindicações. Portanto, cada crente deve se preparar tornando-se um

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Cristão consistente e um estudante sério e piedoso das Escrituras, buscando entender
completamente a doutrina do Evangelho e aprender a responder às objeções mais comuns
levantadas contra ela.

Um Cristão consistente é aquele que ordena a sua vida de acordo com a Palavra de Deus
(Salmos 1:1-3; 19:7-13; 2 Timóteo 2:15; 1 João 2:3-5). É a partir de tal vida que alguém
pode esperar a bênção de Deus sobre o seu testemunho. Uma vida profana ou inconsis-
tente desacreditará o testemunho da pessoa diante dos homens e impedirá a bênção de
Deus. A força do testemunho de alguém é pela graça e poder do Espírito Santo (1 Coríntios
2:3-5). Tornar-se um estudante sério das Escrituras necessariamente inclui tanto uma visão
espiritual para as verdades da Escritura como também uma firme compreensão do ensino
doutrinário dela. Ser um apologista da fé significa ser capaz de responder biblicamente às
objeções levantadas contra a verdade das Escrituras em geral e do Evangelho em parti-
cular. O testemunho de alguém não deve ser apenas preparado com estudo, mas também
com oração sincera e fervorosa. Todo esforço feito no serviço Cristão deve ser santificado
pela oração para ser eficaz e receber a bênção Divina. Veja a Pergunta 98.

Nós não devemos apenas testemunhar (um verbo) pela verdade como ela é em Jesus, mas
devemos ser testemunhas (um substantivo) da verdade (Atos 1:8). Isto não implica só uma
atividade, mas em uma vida!

ORE para que o ESPÍRITO SANTO use este Catecismo para trazer muitos
ao conhecimento salvífico de JESUS CRISTO para a glória de DEUS PAI!

Sola Scriptura!
Sola Gratia!
Sola Fide!
Solus Christus!
Soli Deo Gloria!

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— Sola Scriptura • Sola Gratia • Sola Fide • Solus Christus • Soli Deo Gloria —
2 Coríntios 4
1
Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;
2
Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,
3
na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se ainda o nosso evangelho está
4
encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória
5
de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo
6
Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus,
que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,
7
para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém,
este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.
8
Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
9 10
Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre
por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus
11
se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre
entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
12 13
nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. E temos
portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,
14
por isso também falamos. Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará
15
também por Jesus, e nos apresentará convosco. Porque tudo isto é por amor de vós, para
que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de
16
Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o
17
interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação
18
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas
que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se
não veem são eternas. Issuu.com/oEstandarteDeCristo

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