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Série de normas ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001

EMC 5287 - Projetos de Sistema de Qualidade


Joelson Goulart
Luís Felipe Noronha
Ricardo Raspini Motta
Introdução

A criação de instituições internacionais para padronização dos requisitos de qualidade


surgiu da necessidade de se equiparar diferentes empresas de diferentes países aos mesmos
sistemas de qualidade, segurança no trabalho e preocupação ambiental. Anteriormente, cada país
possuía suas próprias normas e regulamentações para determinar os padrões de qualidade.
Porém, com a crescente globalização, o comércio internacional se intensifica, e garantir que os
padrões sejam os mesmos é essencial para que exista comparação entre empresas diferentes.
Tais normas são utilizadas para garantir o padrão de qualidade de fornecedores, e para os
consumidores mais exigentes, que vêem nessas empresas certificadas uma garantia maior de um
produto de qualidade. Do mesmo modo, as certificações estimulam as empresas para competirem
por melhores padrões de qualidade, e isso eleva o status do mercado.
Desta forma, surgiram instituições que definem os padrões para tais certificações, como a
ISO (International Organization for Standardization), uma ONG com sede em Genebra, na
Suíça e que é responsável pelas normas ISO; e o BSI Group (British Standards Institution),
grupo inglês fundado em 2009, que criou a norma OHSAS. Essas normas serão abordadas no
decorrer deste relatório.

ISO 9001

A ISO possui algumas séries de normas, e cada uma se dedica a algum tipo de norma ou
aplicação. A principal missão dessas normas é a de facilitar a troca internacional de bens e
serviços pelo desenvolvimento da normalização e das atividades. Existem 145 organismos
normalizadores no mundo, sendo cada um de um país (dados de 2003). Uma das principais
vantagens do uso de normas independentes é o fato de elas serem determinadas por terceiros,
externos às partes que realizam os negócios (compradores e vendedores).
A série 9000 é, talvez, a mais famosa de todas, e trata da qualidade em sistemas genéricos
de gestão. Ela pode ser aplicada a qualquer tipo de organização, de qualquer nacionalidade e com
variadas finalidades (incluindo órgãos governamentais, ONGs, empresas de serviços, etc.). A
primeira versão das normas desta série foi publicada em 1987, baseada em normas existentes,
como a norma BS 5750 (Grã-Bretanha), a CSA Z299 (Canadá) e normas militares como a
NATO AQAP (Japão). Passou por revisões em 1994, 2000 e 2008, e a sua versão mais recente
foi publicada em 2015, e leva o nome de ISO 9001:2015. A partir de 2000 a ISO eliminou as
outras versões da série 9000 (9002 e 9003), mantendo apenas a 9001.
Dados mostram que até dezembro de 2007 foram emitidos 951.486 certificados em todo
o mundo, e isto demonstra o sucesso da padronização ISO. Só no Brasil entre 2007 e 2011 foram
emitidos 16.244 certificações (dados do comitê CB-25, ABNT).
A figura 1 esboça o processo cíclico de melhoria contínua do sistema de gestão da
qualidade proposto pela ISO 9001. Esse processo estrutura de maneira sistêmica a visão de
gestão da qualidade, baseando-se nos requisitos dos clientes, e validando seus resultados com a
sua satisfação, e desta forma retroalimentar o SGQ. Por estruturar a visão de maneira sistêmica, a
aplicação da norma ajuda a empresa a organizar seus sistemas de gestão da qualidade, gestão
ambiental e de segurança de forma integrada.

Figura 1 - Requisitos de gestão da qualidade ISO 9001:2008 (Carpinetti, 2012)

Apesar de ser uma norma de aplicação bastante genérica, as características do sistema


ISO 9001 estimula a criação de uma “cultura organizacional baseada nos conceitos de foco ao
cliente, liderança para a qualidade, visão sistêmica e de processos, abordagem científica para
melhoria contínua, comprometimento e envolvimento.” (Carpinetti, 2012).
A revisão de 2000 estabeleceu cinco requisitos para o modelo de sistema de gestão da
qualidade, e estes podem ser interpretados como processos de gestão da qualidade inter-
relacionados. São eles, e as respectivas seções da norma:
● Documentação do Sistema da Qualidade (seção 4)
● Responsabilidade da direção (seção 5)
● Gestão da qualidade (seção 6)
● Realização do produto (seção 7)
● Medição, análise e melhoria (seção 8).

A partir destes requisitos, percebe-se que a norma organiza os processos de maneira


sistemática e padronizada, mas não é ela que garante a qualidade dos produtos. Ela é uma
garantia de que a organização segue um sistema de padrões para todos os seus processos, e todo
o seu sistema de gestão da qualidade está organizado desta maneira. Outros métodos podem ser
utilizados de modo a aplicar os conceitos da norma, como por exemplo o ciclo PDCA (Plan, Do,
Check, Act), que é complementar e iterativo, assim auxiliando a aplicação da ISO 9001. A figura
2 demonstra o ciclo PDCA para a análise crítica do sistema de qualidade.

Figura 2 - Ciclo PDCA para melhoria do SGQ na ISO 9001 (Carpinetti, 2011)

A certificação ISO 9001 ocorre a partir de vistorias por empresas credenciadas e


especializadas. A empresa passa também por re-certificações periódicas para garantir que os
padrões estão sendo mantidos, e assim garantir a melhoria contínua do sistema de gestão da
qualidade, assim como demonstrado na figura 3.

Figura 3 - Melhoria contínua do sistema de gestão da qualidade (Carpinetti, 2011)


OHSAS 18001

A palavra OHSAS significa: Occupational Health and Safety Assessments Series oficialmente
publicada pela BSI – British Standards Institution. É uma norma de Sistema de Gestão de Segurança e
Saúde Ocupacional (SGSSO) que visa proteger e assegurar que os colaboradores de uma organização
tenham um ambiente de trabalho saudável e seguro.
Essa norma e a OHSAS 18002, que é um guia para a implementação da OHSAS 18001, foram
desenvolvidas em resposta à demandas de um padrão reconhecido de gestão de segurança e saúde
ocupacional para que os sistemas de gerenciamento das diferentes instituições possam ser avaliados e
certificados.
A OHSAS 18001 foi desenvolvida de modo a ser compatível com a ISO 9001(qualidade) e a ISO
14001 (ambiental), de forma a facilitar a integração de sistemas de gestão de qualidade, ambiental e de
Saúde e Segurança do Trabalho (SST).
Instituições de todo tipo estão cada vez mais preocupadas com alcançar e demonstrar boa
performance em saúde e segurança do trabalho, controlando os riscos de acordo com suas políticas e
objetivos. Isso se dá no contexto de legislações cada vez mais exigentes, de desenvolvimento de políticas
econômicas que premiam boas práticas de SST e de maior preocupação com problemas ocupacionais.Essa
norma OHSAS é baseada na metodologia conhecida como Plan-Do-Check-Act (PDCA).

Figura 4 - Modelo de sistema de gestão de SST para norma OHSAS 18001 (adaptado)

Requerimentos de gestão de SST

Requerimentos gerais
A organização deve estabelecer, documentar, implementar, manter e melhorar
continuamente a sua gestão de SST de acordo com os requerimentos da norma, além de
determinar como vai cumprí-los. A organização deve definir e documentar o escopo de seu
sistema de gestão.
Requerimentos específicos
São muitos, e se dividem basicamente em relação à:

1. O desenvolvimento da política de SST


2. Planejamento, que inclui as sub-etapas de:
1. identificação de perigos, avaliação de riscos e determinação das medidas de
controle;
2. Apontamento dos requisitos legais e outros requisitos;;
3. Definição de objetivos e programas;
3. Implementação e operação
1. recursos, atribuições das funções, responsabilidades, obrigações e autoridade;
2. definição do quadro de competências, treinamento e conscientização;
3. comunicação (disseminação das informações), definição da participação e
consulta aos empregados nas etapas;
4. definição da documentação necessária para inspeções e para execução das ações
de SST;
5. Controle de documentos e operacional;
6. Preparação e resposta a emergências;
4. Verificação e controle
1. monitoramento e medição do desempenho;
2. avaliação da conformidade;
3. investigação de incidentes e não-conformidades, ações preventivas e corretivas;
4. controle de registros;
5. auditoria interna;
5. Revisão pela gestão

ISO 14001

A ISO 14001 é a norma internacional que trata de questões ambientais: ela define
critérios para que empresas possam implementar um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) e
buscar a certificação. Mais que isso, é uma ferramenta criada para auxiliar as empresas na
identificação, priorização e gerenciamento de seus riscos ambientais como parte de suas práticas
usuais. Desta forma, quando uma empresa implementa o SGA, ela assume um compromisso com
a preservação ambiental, através de medidas que buscam reduzir o impacto de suas atividades no
meio ambiente, cumprir a legislação ambiental e buscar tecnologias mais limpas e sustentáveis.
Algumas vantagens da certificação ISO 14001 incluem a redução dos riscos de impactos
ambientais significativos, redução de desperdícios e fortalecimento da imagem pública da
empresa.
A primeira versão da ISO 14001 foi publicada em 1996, e desde então sofreu revisões e
atualizações. Inicialmente a norma pretendia aumentar o equilíbrio entre a rentabilidade e lucro
de uma empresa e uma melhor gestão dos impactos ambientais de suas atividades. Ela tornou-se
o padrão para a gestão ambiental, e a sua atualização de 2004 veio para esclarecer alguns pontos,
além de alterar e incluir certas definições como Desempenho Ambiental, que se refere aos
resultados mensuráveis de gestão de uma organização sobre seus aspectos ambientais.
A versão mais recente da norma foi publicada em 2015, e teve como principal alteração a
adequação à estrutura de alto nível (HLS), que é uma estrutura comum de normas para sistemas
de gestão, elaborada em 2012, de forma que as normas publicadas ou revistas após essa data
devem ser adequadas a essa estrutura. A HLS tem como objetivo promover a compatibilidade
entre as várias normas de gestão da qualidade para facilitar sua integração e implementação, com
uma base de capítulos iguais para todas as normas, textos introdutórios idênticos para artigos, e
uma mesma redação para os mesmos requisitos, além de termos comuns e definições de base.
Assim, na última revisão da ISO 14001 foi definido que além de identificar os impactos
de uma empresa no meio ambiente em que ela está inserida, deve-se analisar também como o
meio ambiente impacta na empresa, para que ao mesmo tempo em que se busca reduzir os danos
ambientais, as instituições devem minimizar a sua vulnerabilidade perante alterações ambientais.
Além disso, com base no documento “Future Challenges for EMS” (Desafios Futuros para
Gestão Ambiental), foram incluídos 23 pontos de melhoria padrão, dos quais pode-se destacar:
● Adicionar conceitos de responsabilidade social e desenvolvimento sustentável;
● Melhorar a eficiência do sistema e do desempenho ambiental da organização, e
demonstrar através de indicadores;
● Manter a base do ciclo PDCA;
● Reforçar a comunicação externa do desempenho ambiental;
● Fortalecer a relação entre a atividade principal de uma organização e a gestão ambiental;
● Evitar erros de interpretação dos requisitos da norma;

E levando em consideração o documento de Princípios Operacionais criados pela ISO,


inclui também:
● Minimizar custos de implementação para novos usuários;
● Ter compatibilidade com outras normas de sistemas de gestão;
● Apresentar clareza, simplicidade e fácil tradução;
● Proporcionar formas de verificação.

Dentre as mudanças estruturais que a revisão de 2015 proporcionou, a gestão de risco


ganhou destaque, de forma que agora a análise de riscos e oportunidades deixa de ser uma
exigência específica e passa a ser a base do pensamento, abrangendo todos os requisitos
normativos. O papel da liderança e das responsabilidades também é salientado através de uma
nova cláusula, que atribui responsabilidades específicas a todos aqueles que têm funções
principais na promoção da gestão ambiental dentro da organização, e busca garantir o sucesso
em todas as etapas, seja na implementação de um SGA ou no envolvimento da alta
administração. Em relação à proteção ao meio ambiente, a revisão não define “proteger o
ambiente”, mas afirma que o termo pode abranger a prevenção da poluição, a utilização
sustentável dos recursos, a redução e adaptação às alterações climáticas, a proteção da
biodiversidade e dos ecossistemas, entre outros, além de as empresas terem o dever de apresentar
de forma mais efetiva o conceito de indicador para avaliação do PDCA, e também de informar os
mecanismos e ações a serem utilizados para cumprir a legislação ambiental aplicável. Na
perspectiva do ciclo de vida, as organizações devem estender seu controle e influência a todas as
etapas do desenvolvimento, inclusive no que se refere a serviços terceirizados.
Até o fim de 2017, o Brasil possuía 2641 certificados ISO 14001. O prazo de validade
dos certificados emitidos antes da atualização de 2015 é o dia 15 de setembro de 2018, ou seja,
as organizações que não se adequaram nos 36 meses de prazo terão seus certificados cancelados.
A não adequação - e o consequente cancelamento da certificação - podem acarretar em sérios
prejuízos para as organizações, visto que para muitas a ISO 14001 representa uma licença para
operar.

Estudo de caso

Empresa dos ramos de construção civil, sediada em Guarulhos, São Paulo-SP. Ela
escolheu por implementar as normas ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001, num sistema de
gestão integrado (SGI) com integração total. Para possibilitar a implementação, ela contou com
colaboradores que já tinham conhecimento sobre as normas e que ajudaram a elaborar e realizar
os treinamentos do resto do pessoal.
Mesmo assim eles acabaram contratando uma empresa de consultoria para auxiliar no
processo. Tanto a estratégia quanto a metodologia, porém, dependem da empresa e de seus
objetivos. Na instituição a integração da política da qualidade, a disponibilização das normas em
painéis eletrônicos e a similaridade dos requisitos delas fazem com que o processo seja mais
fácil. Para integração total foram tomados os seguintes passos:
● Padronização documentos;
● Único representante;
● Unificação auditoria e CAPA;
● Uniformização treinamentos;
● Unificação de políticas;
● Padronização dos indicadores.

Por outro lado a organização apresentou diversas dificuldades de implantação do SGI, tal
como a “Confecção e atualização de documentos para a metodologia”, já que utilizam um
software para a disponibilização dos documentos para todos os colaboradores e o “Grau de
escolaridade dos colaboradores”, assim como o tempo por eles despendido. Os resultados obtidos
foram:
● Ganhos financeiros;
● Aumento na produtividade;
● Aumento na Qualidade;
● Satisfação de clientes internos e externos;
● Economia de recursos.
A instituição contou com a colaboração e o amplo apoio da alta gerência, com o
envolvimento de todos os setores e com o treinamento dos colaboradores, entre outros fatores
que possibilitaram o sucesso da implantação das normas e também do Sistema de Gestão
Integrado.

Vantagens e Desvantagens

Vantagens
● Padrão reconhecido Internacionalmente;
● Melhor relacionamento com o mercado;
● Organização e padronização;
● Aumento da qualidade geral da organização.

Desvantagens
● Alto Custo;
● Burocracia para certificação e manutenção do sistema;
● Inflexibilidade em alguns pontos das normas;
● Dependência de terceiros para certificação.
Referências

● PERUZZO, P.S.;SANTOS, C.A.A;BOARIN, S. Integração de sistemas de gestão da


qualidade: um estudo de caso em uma empresa do setor de construção civil. Engema
XVII, São Paulo, n. 353, 2015.
● CHAMBEL, S. As vantagens da integração de sistema qualidade, ambiente e segurança
(QAS). Ideias Ambientais, 2007.
● https://www.consultoriaiso.org/importancia-da-ohsas-18001-para-as-empresas/
● http://sstvirtual.com.br/5-vantagens-da-ohsas-18001-para-os-profissionais-de-sst/
● http://www.lrqa.pt/Certificacao/OHSAS-18001-Saude-e-Seguranca-no-Trabalho/
● https://www.consultoriaiso.org/15-perguntas-e-respostas-imperdiveis-sobre-a-ohsas-
18001/
● https://www.bsigroup.com/pt-BR/OHSAS-18001-Saude-e-Seguranca-
Ocupacional/Introducao-a-OHSAS-18001/
● https://app.croneri.co.uk/feature-articles/accredited-ohsas-18001-pros-and-
cons?product=17
● https://www.shponline.co.uk/pros-and-cons-of-bs-ohsas-18001-examined/
● https://www.certificationeurope.com/certification/ohsas-18001-occupational-health-and-
safety-management/
● http://www.rinabrasil.com.br/tópicos-principais/revisão-de-iso-9001-e-iso-
14001/estrutura-de-alto-nível
● https://www.consultoriaiso.org/para-que-serve-iso-14001/
● http://www.lrqa.com.br/Certificacao/ISO-14001-meio-ambiente/
● http://www.lrqa.com.br/Noticias/2017/iso-9001-2015-e-iso-14001-2015-o-prazo-final-
para-a-transicao-e-agora-de-um-ano.aspx
● https://br.lead.bureauveritas.com/estrutura-de-alto-nivel

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