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Suporte Avançado
de Vida
Cardiovascular
MATERIAL COMPLEMENTAR
@enfjulianegavazzi
Ao final da apostila você
compreenderá
@ENFJULIANEGAVAZZI
Epidemiologia da Parada
Cardiorrespiratória
Epidemiologia da Parada Cardiorrespiratória
Vigilância e prevenção
Reconhecimento e acionamento do serviço médico de emergência
RCP imediata de alta qualidade
Rápida desfibrilação, Suporte Avançado de vida e cuidados pós-PCR.
Ênfase na RCP: Mais uma vez, as compressões cardíacas são o destaque, reforçando a
necessidade de frequência cardíaca entre 100 e 120 compressões por minutos, com
mínimo de interrupções e retorno completo do tórax.
Melhoria nas estruturas e nos sistemas de saúde: Criação de um sistema integrado com
treinamento de pessoas, auxílio de materiais e transportes para um atendimento
unificado. Além da disponibilidade de DEA em locais públicos com alta movimentação de
pessoas.
Sabe-se que, cada minuto transcorrido do início do evento arrítmico súbito sem
desfibrilação, a probabilidade de sobrevivência diminui em 7 a 10%.
Compressões Torácicas
Realização de Ventilações
Devem ser realizadas em uma proporção de 30 compressões para duas ventilações, com
duração de apenas 1 segundo cada, fornecendo quantidade de ar suficiente para
promover a elevação do tórax.
Vítima que não respira de forma ineficaz (gasping), porém apresenta pulso palpável,
encontra-se em parada respiratória. Nesses casos, realize uma ventilação a cada 5 a 6
segundos (aproximadamente 10 a 12 ventilações por minuto) para vítimas adultas.
O pulso deve ser checado a cada 2 minutos, com a finalidade de verificar se a parada
respiratória progrediu para uma PCR, necessitando de RCP.
1. Ligue o DEA, apertando o botão on-off. Isso ativa os alertas verbais que orientam
todas as etapas subsequentes.
2. Conecte as pás (eletrodos) ao tórax desnudo da vítima, observando o desenho
contido nas próprias pás do posicionamento correto (selecionar pás do tamanho
correto, adulto ou pediátrico, para o tamanho/idade do paciente. Remover o papel
adesivo protetor das pás).
3. Encaixe o conector das pás (eletrodos) ao aparelho.
4. Quando o DEA indicar "analisando o ritmo cardíaco, não toque no paciente", solicitar
para que todos se afastem efetivamente.
5. Se o choque for indicado, o DEA emitirá a frase: "choque recomentado, afaste-se do
paciente".
6. Pressionar o botão indicado pelo aparelho para aplicar o choque, o qual produz uma
contração repentina dos músculos do paciente.
7. A RCP deve ser indicada pelas compressões torácicas, imediatamente após o choque.
A cada 2 minutos, o DEA analisa o ritmo novamente e pode indicar novo choque, se
necessário. Se não indicar choque, deve-se reiniciar a RCP imediatamente, caso a
vítima não retome a consciência.
8. Mesmo se a vítima retomar a consciência, o aparelho não deve ser desligado e as pás
não devem ser removidas ou desconectadas até que o serviço médico de emergência
assuma o caso.
9. Se não houver suspeita de trauma, e a vítima já apresentar respiração normal e pulso,
o socorrista pode lateralizar a vítima, porém deve permanecer no local até que o
serviço médico de emergência chegue.
A seguir, dituações onde é necessário cautela na colocação das pás ao usar um DEA
Excesso de pelos no tórax: remover o excesso de pelos, somente da região onde são
posicionadas as pás.
Tórax molhado: se o tórax da vítima estiver molhado, secar por completo; se ela
estiver sobre uma poça d'agua não há problema, porém se essa poça também envolver
o socorrista, remover a vítima para outro local, o mais rápido possível.
Marca-passo ou Cardioversos Desfibrilador Implantável (CDI): se estiver na região
onde é indicado o local para aplicação das pás, afaste-as ou opte por outro
posicionamento das pás (anteroposterior, por exemplo).
Adesivos de medicamentos: remover o adesivo se estiver no local onde são aplicadas
as pás do DEA.
Crianças com até 25kg: utilizar o DEA com pás pediátricas e/ou atenuador de
carga. Se necessário utilizar as pás de adulto, utilizar a posição anteroposterior.
Características do Desfibrilador/Cardioversor
Podem ser classificados em:
A) Manuais: Cujo reconhecimento do ritmo cardíaco e administração do choque dependem
do operador.
Semiautomáticos, também conhecidos como DEA, cujo reconhecimento do ritmo é realizado
pelo dispositivo que informa se há recomendação para o choque elétrico, sendo a decisão da
aplicação dependente de um operador. Amplamente empregados no cenário pré-hospitalar e
hospitalar, na tentativa de propiciar a desfibrilação precoce.
B) Externos e internos:
Externos: nos quais a corrente é aplicada pela superfície do tórax por meio de pás manuais,
exercendo pressão de aproximadamente 13 kg, com o cuidado de colocar gel na interface,
visando diminuir a resistência à passagem da corrente elétrica. O uso de pás adesivas
dispensa a utilização do gel e da compressão.
Internos: nos quais a corrente elétrica é aplicada por cabos eletrodos geralmente
implantados através do sistema venoso.
C) Formato de onda:
Monofásicos. a energia selecionada é aplicada em um único sentido vetorial;
Bifásicos, a parte da corrente é administrada em um sentido, e a outra no sentido
inverso (inversão de polaridade)
Etapas do Procedimento
Na Desfibrilação, não há necessidade de sedação, visto que o paciente já está em PCR. Na
CVE deve-se administrar um sedativo antes da administração do choque para minimizar o
desconforto e a dor do procedimento (midazolam, fentanil, propofol).
Na CVE eletiva, é necessário pelo menos 6 horas de jejum. Não é necessário IOT, porém
cuidado adicional deve ser dado na abertura das vias aéreas e na ventilação. (geralmente
utilizando AMBU)
Passo a Passo: SBV Profissionais
Durante a CVE, deve-se:
Acionar o botão de sincronização antes da administração de cada choque.
Selecionar o nível adequado de energia de acordo com a arritmia.
Aplicar gel nas pás, posicioná-las sobre o tórax do paciente aplicando uma pressão
correspondente a 13k. Carregar o desfibrilador/cardioversor.
Solicitar e verificar o afastamento do operador e socorristas, pois existe o risco de
condução da corrente elétrica, podendo causar graves complicações.
Verificar a ausência de oxigênio em alto fluxo próximo ao desfibrilador, devido ao risco
de formação de faíscas.
Aplicar o choque elétrico, mantendo as pás sobre o tórax por alguns segundos,
principalmente durante a CVE, pois pode haver um pequeno atraso na administração do
choque, devido à necessidade de adequada sincronização.
Marca-Passo Transcutâneo
A estimulação cardíaca temporária, por meio do Marca-Passo Transcutâneo (MPTC) , é um
procedimento de emergência e tem a vantagem de ser uma técnica não invasiva e de
instalação praticamente imediata, fornecendo corrente elétrica por eletrodos colocados na
pele, cuja despolarização leva à contração cardíaca.
A principal indicação é em pacientes com bradicardia sintomática de alto grau (incluem
bloqueios atrioventriculares de segundo grau Mobitz II e o de terceiro grau ou total) como
também em pacientes com falência do tratamento da bradicardia sintomática com atropina.
A desvantagem do MPTC é a necessidade de alta energia em razão da impedância
transtorácica, que tem de ser vencida para chegar ao miocárdio.
Posicionamento anteroposterior
Valor superior a
10 mmHg é
indicativo de
manobras
adequadas de
RCP.
Após a obtenção de uma via aérea avançada, de sua confirmação e fixação, a RCP deve
prosseguir com compressões contínuas e uma ventilação a cada 3 segundos.
Suporte Avançado de Vida em
Cardiologia
Dispositivos Supraglóticos
Parâmetros Mecânicos
Dispositivos como metrônomos visuais ou auditivos, ou até mais sofisticados, como
monitores desfibriladores, que fornecem retorno da frequência, profundidade e pausa
das compressões torácicas (em tempo real), favorecem a realização de correlação da
qualidade da RCP com a sobrevida dos pacientes.
Parâmetros Fisiológicos
Outro mecanismo muito útil para a monitorização da RCP é a medida da Pressão Arterial
Diastólica (PAD) em pacientes com monitorização arterial invasiva no momento da PCR.
Seu valor tem sido correlacionado com a pressão de perfusão coronária e com o RCE.
Nas situações em que a pressão de diastólica é < 20 mmHg, é razoável considerar
melhorar a qualidade da RCP.
A PCR pode ser causada por quatro ritmos: FV, TVSP, AESP e assistolia. A sobrevida
depende da integração do SBV, do Suporte Avançado de Vida em Cardiologia (SAVC) e
dos cuidados pós-ressuscitação. Para vítimas de FV/TVSP, a realização de RCP e
desfibrilação precoce tem demonstrado aumento significativo da sobrevida.
Após o primeiro choque, procede-se à RCP por 2 minutos, seguida de checagem de ritmo
no monitor. Se a FV/TV persistir, procede-se a novo choque de alta energia, seguido por
RCP durante 2 minutos.
Suporte Avançado de Vida em
Cardiologia
Em qualquer ritmo de PCR, a primeira droga a ser utilizada deve ser a adrenalina. Embora
o nível de evidência seja limitado, recomenda-se administração de adrenalina 1 mg a cada
3 a 5 minutos.
O sulfato de magnésio não deve ser utilizado de maneira rotineira. Estudos demonstram
benefício do uso para FV ou TVSP associada a prolongamento do intervalo QT por drogas
ou TV polimórfica do tipo Torção das Pontas (TdP)
São ritmos em que a desfibrilação não está indicada. Devese, então, promover RCP de
alta qualidade, além de aplicar as drogas indicadas e procurar identificar e tratar as
causas reversíveis.
Na maioria das vezes é secundaria, sendo evolução tardia da FV/TV, ou via final de
hipóxia prolongada, acidose ou necrose miocárdica.
Uma vez que a amplitude do traçado da FV no monitor é dependente das reservas de
ATP do miocárdio, a visualização de uma linha reta no monitor deve levantar duas
hipóteses: assistolia ou FV fina. Deixar de desfibrilar uma FV é inadmissível, e desfibrilar
assistolia piora o prognóstico.
A assistolia deve ser confirmada em menos de 10 segundos, por meio das manobras
checagem da correta conexão dos cabos, aumento do ganho máximo do aparelho e troca
da derivação de monitorização.
Após 2 minutos de RCP, se houver um ritmo organizado no monitor, procede-se à
checagem do pulso carotídeo por 5 a 10 segundos. Caso não haja pulso palpável nesse
período, identifica-se AESP
Suporte Avançado de Vida em
Cardiologia
O Sulfato de magnésio não foi associado à maiores taxas de RCE, e nem à melhora no
índice de alta hospitalar e no prognóstico neurológico, independente do ritmo inicial da
PCR. A dose deve ser de 1 a 2g, diluida em 10 ml de soro Glicosado 5%. Suas indicações
são: suspeita de hipomagnesemia; TV com padrão eletrocardiográfico de TsP. Não se
recomenda o uso rotineiro em RCP.
Bradicardias
Correspondem à alteração do ritmo cardíaco com Frequência Cardíaca (FC) menor que
50 bpm. Este limite é individual, e frequências menores do que essas podem ser
consideradas fisiológicas para alguns pacientes e inadequadas para outros.
O tratamento está indicado somente nos casos em que a bradicardia, independente de
seu tipo ou causa, provoca sinais clínicos de baixo DC.
As causas podem ser não cardíacas (uso de drogas; causas metabólicas ou endócrinas,
distúrbios eletrolíticos, fatores neurológicos entre outros) ou de origem cardíaca
(isquemia miocárdica, cardiopatia valvar ou doença degenerativa primária elétrica, entre
outras).
Suporte Avançado de Vida em
Cardiologia
Atropina
Droga de escolha para bradicardia sintomática aguda na ausência de causas reversíveis .
O sulfato de atropina reverte as bradicardias mediadas por colinérgicos e deve ser
considerada medida temporária, enquanto se aguarda a colocação de um MPTC, nos
pacientes com BAV sintomático de alto grau. A atropina é útil para tratar a bradicardia
sinusal sintomática e pode ser benéfica para qualquer tipo de BAV em nível nodal. A
dose recomendada para a atropina na bradicardia é de 0,5 mg por via intravenosa a cada
3 a 5 minutos, com dose máxima total de 3 mg. As doses de sulfato de atropina menores
que 0,5 mg paradoxalmente podem causar lentificação do ritmo. Deve utilizar-se
atropina cautelosamente na presença de SCA.
Drogas alternativas
A dopamina e a adrenalina são drogas alternativas, quando a bradicardia não responde à
atropina e como medida transitória, para recuperação ou enquanto se aguarda a
disponibilidade de um marca-passo. O cloridrato de dopamina tem ações alfa e
betaadrenérgica B). A infusão é de 2 a 20 mcg/kg/minuto e pode ser associada à
adrenalina ou ser administrada isoladamente. A dose deve ser titulada de acordo com a
resposta do paciente. A adrenalina pode ser usada em pacientes sintomáticos não
responsivos à atropina, na indispinibilidade de marcapaaso ou caso este não ofereça
debito adequado. Dose inicial recomendada 2 a 10 mcg/minuto titulada de acordo com a
resposta do paciente.
Marca-Passo
Este dispositivo tem como finalidade oferecer condição hemodinâmica até a reversão do
ritmo, tratamento da causa desencadeante ou implante de um Marca-Passo Transvenoso
(MPTV).
Suporte Avançado de Vida em
Cardiologia
Taquicardias
Na Massagem do Seio Carotídeo (MSC), temos esse mesmo reflexo, deflagrado pela
pressão externa no bulbo carotídeo, estimulando seus barorreceptores.
A manobra de Valsalva exige que o paciente force a expiração contra a glote fechada.
Para tanto, deve-se colocar o dorso da mão do paciente na boca, de modo a evitar a
saída de ar, ocluir o nariz, colocar a mão do profissional de saúde no abdome, para criar
resistência, e, em seguida, solicitar que o paciente faça o movimento de expiração contra
esta resistência.
A efetividade da manobra de Valsalva para cessação de Taquicardia Supraventricular
(TSV) foi avaliada em revisão do grupo Cochrane em 2015, não sendo encontradas
evidências definitivas a favor ou contra seu uso, com necessidade de mais estudos na
área, bem como padronização de sua técnica.
A taquicardia de QRS estreito e regular mais frequente é a TRN, respondendo por mais
de 50% dos casos. Após, temos a TRA e a TA.
A FA e o flutter atrial situam-se em um grupo de maior risco para eventos
cardioembólicos, tendo suas abordagens baseadas em horas do início da arritmia,
tratamento antitrombótico prévio e decisão entre reversão do ritmo e controle de
frequência.
Algorítimo para Diagnóstico diferencial das taquicardias de QRS estreito, de acordo com a resposta à
infusão de adenosina
Suporte Avançado de Vida em
Cardiologia
Drogas antiarrítmicas
Caso após realização de manobras vagais e adenosina, não houver resolução da arritmia,
procede-se à administração de outros bloqueadores do nó atrioventricular, como os
bloqueadores de canal de cálcio não diidropiridínicos e betabloqueadores.
Verapamil e diltiazem mostraram-se efetivos em reversão para ritmo sinusal em diversos
ensaios clínicos e permanecem como tratamento de primeira linha para o tratamento das
taquicardias supraventriculares.
propafenona via oral (“pílula de bolso”) mostrou-se muito efetiva na reversão do ritmo
em FA em um estudo, com sucesso em 56 a 83% dos pacientes.
Ibutilida intravenosa, antiarrítmico da classe III, ainda não disponível no Brasil, também
mostrou-se eficaz na reversão de FA em trials, porém nunca foi comparada com as
drogas supracitadas. Possui a vantagem de poder ser utilizada em paciente com doença
cardíaca estrutural, mas sem IC.
Em outras situações, ela ainda pode ser considerada entre as alternativas terapêuticas. É
importante ressaltar que tanto a procainamida (Estados Unidos), como a ajmalina
(Europa) não estão disponíveis comercialmente em nosso país, mas a importação direta
por diversos serviços é realizada. Assim, em nosso meio, a amiodarona por via
intravenosa passa ser a droga de primeira escolha para o tratamento das taquiarritmias
de QRS largo. A amiodarona é administrada por via intravenosa, na dose de ataque 150
mg durante período de 10 minutos. Posteriormente, infusão de 1 mg/minuto durante 6
horas e, então, dose de manutenção 0,5 mg/minuto. A dose nas 24 horas não deve
ultrapassar 2,2 g. A amiodarona por via intravenosa geralmente é bem-tolerada, inclusive
em pacientes com disfunção ventricular esquerda. Entretanto, nos casos que apresentam
disfunção ventricular sistólica acentuada, a infusão deve ser cautelosa pelo risco de
hipotensão arterial.
Neste caso, a TV deve ser sempre tratada como FV e, portanto ser submetida à
desfibrilação imediata com 200J (bifásico) ou 360J (monofásico).
O MPTV deve ser utilizado para pacientes que não respondem ao magnésio,
especialmente em pacientes bradicárdicos. Deve-se manter estimulação atrial ou
ventricular de 100 a 120 bpm, que diminui o QT e a predisposição para fenômenos R
sobre T.
O isoproterenol, droga que aumenta a FC, também, pode ser utilizado como medida
ponte até o posicionamento adequado do MPTV. DAA, como lidocaína e fenitoína,
evidenciaram-se efetivas em algumas séries de casos.
A reposição de potássio também deve ser realizada, mesmo em pacientes com seus
níveis normais, objetivando valores no limite superior da normalidade, porém poucos
estudos demonstraram sua eficácia