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SHONISHIN – ACUPUNTURA PEDIÁTRICA

JAPONESA

Professor: Henrique Novaes


SHONISHIN – Acupuntura Pediátrica Japonesa

Abordagem Japonesa para se adaptar a acupuntura para crianças.

INTRODUÇÃO

PARTE 1
Abordagem de tratamento e princípios

PARTE 2
A Base do Modelo de Tratamento Shonishin
- Técnicas
- Precauções e contraindicações
- Técnicas para o tratamento básico

PARTE 3
Tratamento Raiz baseado em Padrões.
- Sintomas típicos associados com cada um dos 4 padrões
- Métodos de tratamento segundo a Terapia de meridianos (Keiraku Chiryo)
- Técnica de tratamento com Teishin com mola e Tsumoshin

PARTE 4
Métodos para o tratamento sintomático e combinando tratamentos em um todo.
- Asma
- Tosse
- Eczema
- Kanmushisho
- Constipação
- Diarreia
- Dor Abdominal
- Problemas de Estômago
- Vômito de Leite
- Pouco apetite persistente
- Distúrbios Urinários
- Otite Média
- Congestão Nasal
- Problemas no desenvolvimento
Introdução

SHONISHIN (terapia com agulhas para crianças), trata-se de um estilo de acupuntura


utilizado em crianças que se desenvolveu a cerca de 250 anos no Japão.
Reconhecendo o fato de que crianças não gostam de serem agulhadas, esta terapia
desenvolveu técnicas específicas, onde muitas delas não são invasivas, e portanto,
não se torna desconfortável ou assustadora para a criança.

A ideia de agulhamento não invasivo pode parecer estranha para aqueles que não
estão familiarizados com a história da acupuntura da China. Portanto é útil examinar
as prováveis influências da China levando ao desenvolvimento dessa tradição
Japonesa de acupuntura pediátrica. É possível que técnicas originalmente
concebidas na China que ao longo do tempo se tornaram menos usadas, foram
posteriormente desenvolvidas e refinadas no Japão, criando esta abordagem de
tratamento um tanto única.

Uma idéia básica e importante em qualquer terapia de “regulagem de qi” como a


acupuntura é a de regular ou harmonizar emoções. Como a maioria de nós estudou
na escola de acupuntura, as emoções são vistas como as causas internas de doenças.
A literatura tradicional é bem clara sobre como diferentes estados emocionais
perturbam o fluxo, a circulação e a distribuição e funcionamento do qi no corpo. É,
portanto, desejoso que se manifestem esses estados emocionais o mínimo possível
caso se esteja tentando produzir um efeito de “regulação de qi”. Em uma criança,
especialmente bebês e crianças menores, a expressão das emoções é uma parte
normal de como se comunicam. No entanto a expressão das emoções pode ser
irruptiva. Então, desde que se esteja tentando produzir um efeito regulatório geral
ao menos como parte da estratégia de tratamento raiz, é necessário ajudar a
prevenir comunicação emocional excessiva por parte da criança, particularmente
evitando-se que a criança não fique com medo, perturbada ou nervosa com o que
está acontecendo. Por esta razão acredito, acredito que técnicas especiais e
ferramentas foram desenvolvidas de forma que gerem o mínimo de desconforto ou
medo possível na criança. Este senso comum na abordagem ao se tratar crianças
parece percorrer ao longo das abordagens da acupuntura pediátrica no Japão, e
parece ser um fator de grande contribuição que motivou as técnicas de tratamento
não-invasivas, que não assustam e não são desconfortáveis para as crianças.
Obviamente, é importante fazer com que os bebês e as crianças parem de chorar,
porém uma meta básica é tentar não fazer com que se assustem ou fiquem
chateadas durante o tratamento, por isso é importante estabelecer um bom rapport
com a criança. Se a criança não gostar ou não confiar em você, é muito difícil
proceder com o tratamento.
Normalmente acupunturistas são ensinados a inserir agulhas em seus pacientes e é
isto que fazem para viver. No Ocidente, a maioria dos acupunturistas são treinados
no estilo MTC de tratamento onde é normalmente ensinado que a agulha deve ser
inserida para se obter o Qi, compreendido desde provavelmente por volta de 1950
como sensações distintas caracterizadas como “dolorimento, entorpecimento, peso,
distensão”, ou “sensação afiada, puxão, sensação elétrica, formigamento, peso,
pulsação, propagação, dolorimento ou calor. Quando muitos praticantes se esforçam
para aplicar este método de agulhamento em crianças, normalmente descobrem
que o mesmo gera desconforto e stress para a criança. A dificuldade de se inserir
agulhas em crianças sem que se incomodem é desconcertante para muitos
acupunturistas, que, em minha experiência como professor, preferem não tratar
crianças. Este deve ser um dos principais motivos do porque a terapia dominante na
China para o tratamento de crianças, historicamente, era a fitoterapia ao invés da
acupuntura, o que talvez seja verdade no período moderno também. No japão foi
descoberto que tais técnicas de agulhamento são normalmente desnecessárias em
crianças, assim como muitas vezes é desnecessário se aplicar tais técnicas de
agulhamento em adultos para se obter bons efeitos de tratamento por meio da
acupuntura.

Uma vantagem adicional destes métodos simples de tratamento que meus colegas e
eu termos utilizado no Ocidente nos últimos 15 anos é o uso como forma de uma
terapia caseira para crianças pequenas. O Nan Jing nos ensina sobre a importância
de se tratar a mãe para tratar o filho. Isto é normalmente compreendido como se
referindo ao tratamento do canal mãe ou ponto mãe no canal afetado, porém pode
ser estendido literalmente quando tratar crianças. Descobrimos que é muito útil na
ocasião de ter um dos pais (normalmente a mãe), aplicando um tratamento simples
e leve na criança em casa, somado as visitas clínicas. Dessa forma, dar a mãe, que
normalmente se sente frustrada e desamparada, a oportunidade de fazer algo por
sua crianças doente pode ajudar a mãe, assim como a criança. Visto que algumas
formas de tratamento não invasivo podem ser aplicadas regularmente em casa
utilizando um padrão simples de raspagens ou percussões, pode ser fácil fazer com
que os pais utilizem esta abordagem em casa. Instruções cuidadosas são necessárias,
mas normalmente não é difícil.

PARTE UM: ABORDAGENS DE TRATAMENTO E PRINCÍPIOS

Qualquer um que tenha utilizado acupuntura em crianças concordará que crianças


são geralmente mais sensíveis ao tratamento do que adultos, e isto se manifesta de
diversas formas. Primeiramente, deve-se ter muito mais cuidado com relação a qual
tratamento será aplicado e como fazê-lo. Em segundo lugar, normalmente vemos
respostas muito rápidas ao tratamento. O primeiro problema envolve tanto a
necessidade de se regular a dose de tratamento e como se aplica tal tratamento as
crianças. Já o segundo problema é relacionado à sensibilidade, e requer o uso de
técnicas de avaliação, de forma que se possa determinar quando o tratamento é
considerado suficiente, com o intuito de minimizar o risco de sobredose de estímulo.
Caso não compreenda bem estes problemas, o terapeuta poderá achar difícil o
tratamento de crianças com acupuntura. Essa talvez seja uma das principais razões
aos quais muitos acupunturistas não tratam crianças, ou consideram difícil o seu
tratamento.
Crianças são muito sensíveis. A pele é um órgão muito sensível ainda mais em
crianças, então devemos aprender por meio da prática, como é a textura e a
condição da pele, e como ela muda conforme se começa a aplicar o tratamento (pois
em bebês e crianças pequenas ela muda quando começamos a aplicar o
tratamento). Manter um contato regular, quase continuo com a pele da região em
que se está trabalhando fornece um feedback imediato em relação ao fato da dose
suficiente já ter sido empregada. As mudanças podem ser muito sutis, mas com
cuidado e uma prática atenta e repetitiva, suas mãos começarão a compreender tais
mudanças de forma que se possa parar antes de causar uma sobredose. Portanto
treine suas mãos com um contato leve e suave. Toque com toda a extensão dos
dedos e palma, melhor não confiar apenas na ponta dos dedos para que sejam seus
instrumentos sensoriais.

Outro princípio de tratamento importante para lidar e tratar crianças, é tentar não
perturbá-las. Tanto quanto possível, tentamos não forçar o tratamento, de forma
que não venham a chorar com o que fazemos. É sempre melhor não causar dor, e
sim, relaxar e deixar fluir conforme as reações da criança ao longo da aplicação do
tratamento (dança do tratamento), não insistir em trabalhar em algo que podem
deixá-las aborrecidas, mas sim mover-se de forma mais fluida ao redor da criança,
aplicando o que deseja fazer em qualquer ordem e sequência que possa ser aplicada
de forma que a criança permaneça mais calma durante o tratamento. Caso conquiste
sua confiança (o que podem levar algumas sessões de tratamento), torna-se mais
fácil aplicar os tratamentos que julgar necessários para ajudá-la, quando
aparentarem desconfortáveis ou causarem desconforto na criança. Logicamente, é
importante dominar as técnicas, por exemplo...Você consegue sempre agulhar uma
criança de forma indolor?
PARTE DOIS: A BASE DO MODELO DE TRATAMENTO SHONISHIN

Os métodos de tratamento podem ser resumidos em:

Percussão (Tapping)
Percussão rápida em uma área ou pontos, normalmente em uma frequência de 100-
200 vezes por minuto.

Raspagem (Stroking/Rubbing)
Esfregada rápida sobre uma área ou ao longo de uma superfície, normalmente em
uma frequência de 70-100 vezes por minuto.

Pressão (Pressing)
Pressão contínua e leve em um ponto ou em uma pequena área.

Esfregar/”Coçar” (Scratching)
Movimentos de raspagem relativamente rápidos sobre uma área ou ao longo da
superfície.

Agulhas e Ferramentas Especiais

Da Esquerda para Direita – Tsumoshin, Enshin, Yoneyama, Teishin


Ferramenta Plástica para Shonishin

A forma mais simples de aplicar o tratamento principal, o tratamento raiz sem base
em padrões, à maioria dos bebês e crianças, é usar a raspagem, combinada com
percussões direcionadas, ou apenas as percussões. Pressionar é uma forma de para
focar em pontos de acupuntura específicos ou pequenas áreas do corpo.

Técnicas para o tratamento básico


Administra-se de duas formas, utilizando raspagem sobre quase todo o corpo, e
percussões em uma ou mais áreas pequenas, ou utiliza-se a percussão em todas as
áreas.
A BASE DO TRATAMENTO RAIZ: Combinação de Raspagem e Percussão

Se a criança permitir que você aplique o tratamento sem muita resistência, não
importa onde ou como começar, muito menos a técnica inicial. Se a criança estiver
assustada, interagindo com os pais ou sendo resistente, pode ser útil pedir aos pais
que segurem a criança com as costas voltadas à você, sobre os ombros, enquanto
você se posiciona atrás dela. O tratamento tem início pela aplicação de técnicas de
percussão sobre a àrea ao redor de VG12, na região inter escapular.

Sequência:
1- Braços – Ombros até punhos.
2- Costas – Ombros até as nádegas
3- Perna Posterior – Nádegas até o tornozelo
4- Perna Anterior – Seguindo os Canais do Estômago e Vesícula Biliar
5-Tronco Anterior – Próximo Canal do Estômago, da margem das costelas até a
sínfese púbica.

Percussão na área do VG12.

Raspagens e especialmente percussão adicional são aplicados para focar em


tratamento sintomático.

Figura 1- Tratamento para bebês


Figura-2 Tratamento para crianças

PARTE 3 -TRATAMENTO RAIZ BASEADO EM PADRÕES

O tratamento raiz em acupuntura naturalmente se concentra nos locais onde as


agulhas serão aplicadas – os meridianos.
No Japão, o sistema Keiraku Chiryo de terapia de meridianos foi desenvolvido por
volta de 1930, quase 20 anos antes da MTC se desenvolver na China. Esta forma de
praticar permite ao praticante identificar e corrigir deficiências e excessos do
Sistema de Canais, de forma que o corpo possa começar a se autocorrigir e se curar.
Utiliza-se uma versão adaptada para crianças.

Os 4 padrões básicos da Terapia de Meridianos – Keiraku Chiryo


Vazio/deficiência de Pulmão – envolvendo um vazio de Baço e Pulmão
Vazio/deficiência de Baço- envolvendo um vazio de Baço e Coração
Vazio/deficiência de Fígado – envolvendo vazio de Fígado e Rim
Vazio/deficiência de Rim – envolvendo vazio de Rim e Pulmão

Sintomas Comuns Associados aos Padrões:

Vazio de Pulmão:

Problemas respiratórios, problemas de pele, fica facilmente resfriado etc;


constituição alérgica;

Vazio de Baço:

Problemas digestivos; problemas de nutrição (a criança é subdesenvolvida, “falha


em se desenvolver”)

Vazio de Fígado:

Problemas Comportamentais; problemas para dormir; espasmos musculares ou


problemas com espasticidade;

Vazio de Rim:

Defeitos no nascimento: problemas no desenvolvimento físico e mental;


desenvolvimento lento; pés frios, problemas urinários (urinar na cama).

Conforme a criança fica mais velha (a partir dos 6 anos), normalmente somos
capazes de aplicar outras formas de diagnóstico, assim como acompanhar o
tratamento para identificar a mudança nas condições. Portanto, embora essa regra
básica de diagnóstico por meio dos sintomas ainda pode ser utilizada, algumas vezes
é possível encontrar por meio do diagnóstico palpatório um padrão já evoluído,
devido ao estilo de vida e outros fatores.

Pontos selecionados para o tratamento:


Vazio de Pulmão: P9 + BA3
Vazio de Baço: BA3 + PC7
Vazio de Fígado: F8 + R10
Vazio de Rim: R7+P8

Experiência demonstra que é normalmente melhor agulhar o par de pontos em


apenas um lado do corpo. Algumas diretrizes simples foram desenvolvidas para
ajudar a decidir qual lado tratar:
Caso haja um sintoma ou sintomas em apenas um lado do corpo tonifique o outro
lado. Por exemplo: ombro direito dolorido, trate os pontos do lado esquerdo. Caso
haja sintomas em ambos os lados, ou sintomas internos, para homens tratar do lado
esquerdo, e mulheres do lado direito. Em bebês e crianças, como raramente
encontramos sintomas de um lado só, a última regra é normalmente aplicada.

Métodos de Tratamento na Terapia de Meridianos

Seguindo as tradições da Terapia de Meridianos que surgiram durante 1930, as


técnicas de agulhamento envolvem agulhamento “sem sensação”, ou inserções de
agulhas muito finas de forma muito superficial e indolor para técnicas de tonificação,
ou o uso de métodos de agulhamento sem inserção.

Em crianças, levando em consideração a alta sensibilidade e responsividade das


crianças, utilizamos agulhas de ponta arredondada (teishin), no lugar de agulhas
convencionais. Keiri Inoue, um dos pais do movimento da Terapia de Meridianos
estendeu ainda mais as aplicações da agulha Teishin, desenvolvendo um modelo
com molas, sendo ideal para bebês, ou então crianças pequenas.
A teishin utilizada em bebês e crianças deve possuir uma mola extremamente suave
dentro, tornando a pressão suave, e sem desconfortos. A teishin com mola feita no
Japão geralmente é adequada para isto. Uma Alternativa é a “Tsumo-shin”, que
conta com uma variedade de molas, sendo a mais macia indicada para o uso de
bebês e crianças.

PARTE 4 – MÉTODOS DE TRATAMENTO SINTOMÁTICO E COMBINAÇÕES DE


TRATAMENTO INTEGRAL.

Tipos de ferramentas:

- Agulhamento Suave > Inserção mínima e sem estímulo adicional


- Moxa > Difícil aplicação em crianças, porém muito útil
- Percussão em pontos e regiões específicas
- Ventosas > Fácil aplicação, não utilizar ventosa de fogo
- Sangria > Difícil aplicação – sangria dos pontos jing deverá ser indolor
Técnicas que podem ser utilizadas ao final do tratamento, em acupontos específicos:

- Esferas de Pressão > Fácil aplicação, com dose mínima


- Agulhas Intradérmicas > Dificuldade média de aplicação, porém com uma ação
mais forte, exige cuidados em relação a dose, bem como os cuidados gerais)

Podemos construir a rotina de tratamento integral, personalizado para o paciente,


seguindo os 3 pilares:

-Shonishin sem base em padrões

-Tratamento baseado em padrões, simplificado.

-Tratamento Sintomático.

Exemplo, para tratamento simples com Shonishin:

Queixa principal → Problemas para dormir.

Diagnóstico Básico: Padrão de Fígado

Tratamento:

1 – Tratamento rápido de Shonishin sem base em padrões e percussão adicional em


VG12, B17 e região occipital

2 – Tonificação de F8+R10

3 – Esferas de pressão em VG12, e semipermanentes de 0,3mm em B17


ABORDAGEM DE TRATAMENTO ESPECÍFICO:

ASMA
Realizar o tratamento objetivando a modificação de sua condição geral, tornando a
menos inclinada a ter ataques de Asma no futuro, ou seja, focar mais na prevenção.

Padrões mais comuns:


Se for em bebê ou criança pequena, melhor focar no sintoma, e então tratar vazio de
pulmão.

Crianças mais velhas, por apresentar histórico longo de medicamentos, podem


apresentar mudança de padrão, muito provavelmente padrões de Rim(tratamento
R7 e P8) e Fígado, conforme experiência.

Tratamento sem base em padrões


É de grande ajuda o tratamento caseiro, feito pelos pais, após a segunda ou terceira
sessão.

Somado ao tratamento sem base em padrões, pode-se adicionar percussões em


áreas específicas como ao redor de P1, VC17, região Inter escapular ao redor de
VG12, IG4, os ombros e a região da fossa supra clavicular.

Recomendações para o tratamento sintomático.


O ponto Shu da Asma. Localizado levemente lateral ao B17 e levemente superior ao
mesmo. Pode utilizar esferas de pressão, hinaishin, etc.
Pontos recomendados:
B13 – P1 – R25 a R27

Agulhamento – o método Chishin ou retenção de agulhas


Hyodo recomenda agulhamento leve nos seguintes pontos para o tratamento da
Asma: B11, B12, VC22, P1 E P5. Se não forem agulhados, também podem ser
tratados com esferas de pressão para ajudar a tratar a condição geral de Asma.

Okyu – Moxa Direta


Ponto Shu da Asma e VG12, VG10, P5 ou P6

Ventosa
A ventosa aplicada sobre a Região Inter escapular, pode ajudar na congestão dos
Pulmões. É necessário atenção a dose de tratamento com o uso de ventosas. Para
bebês, aplique ventosas por alguns segundos em cada ocasião, com menos pressão
e menos locais. Para crianças mais velhas e fortes, aplique ventosas por alguns
segundos a mais em cada local, com mais pressão e mais locais, nunca causando dor.
TOSSE
Tosse crônica é normalmente relacionada a um padrão de vazio de Rim, a tosse mais
aguda, e tosse associada a resfriados, é normalmente relacionada a um vazio de
Pulmão.

Em bebês e crianças pequenas, este é o melhor padrão a ser tratado. Em crianças


mais velhas, onde se é capaz de obter mais informações como pulso, e somos
capazes de diferenciar o padrão, trate conforme o que descobrir. Os pontos jing-rio
são especialmente indicados para tosse, portanto o padrão de vazio de pulmão,
pode-se tonificar P8 e BA5 no lugar de P9 e BA3. Pontos jing-rio são normalmente
tonificados para o padrão de vazio de Rim, R7 e P8. Tudo isso somado ao tratamento
raiz sem base em padrões, com percussões extras sobre o tórax especialmente a
região superior, percutindo até que a pele fique levemente rosada.

ECZEMA

Abordagem Geral
Problemas de pele geralmente levam tempo para melhorar, a algumas vezes não
apresentam grandes resultados com o tratamento. A maioria das crianças apresenta
algum grau de resposta, porém pode ser um problema complicado de se tratar. Em
geral, o tratamento baseado em padrões é muito importante, visto que o mesmo
permite começar a mudar a tendência constitucional da criança.

O tratamento sem base em padrões é mais limitado para eczema e problemas de


pele em geral, tende a ser aplicado apenas ao redor das regiões afetadas, o que
significa que normalmente não é utilizado como um tratamento “raiz” em si.
Portanto é necessário ênfase maior no tratamento raíz com base em padrões.
Existem alguns tratamentos sintomáticos para eczema, porém podem ser difíceis de
executar em crianças pequenas (como moxa direta).

Padrão mais provável → Vazio de Pulmão (P9 E BA3)

Caso o problema de pele esteja associado a alergia alimentar → Pode ter


envolvimento de baço e fígado. Neste caso, adicionar o ponto extra uranaitei.

Se a pele estiver muito avermelhada e irritada, nas partes superiores (ao redor do
pescoço e face), pode ser útil utilizar os ponto He-mar. Akihiro Takai recomenda o
uso dos pontos He-mar, como são indicados no capítulo 68 do Nan Jing, sendo
indicado para o contra fluxo de Qi, associando esse calor nas partes altas e na pele,
como um sinal de contra fluxo. Então pode-se utilizar P5 e BA9 e, para padrão de
Rim, R10 e P5.

Tratamento Raíz sem base em padrões

Utilizar percussão ao redor das lesões e sem técnicas de raspagem.


Percussão em: IG4, IG10, IG11, IG15, B40, BA10, E36, VC12, VG12.

Moxa direta
Palpar e selecionar os pontos mais reativos entre IG4, IG10, IG11, e IG15.

Ventosa
Pode ser aplicada ao redor do umbigo caso haja qualquer tipo de alergia alimentar
relacionada ao eczema. Cuidado para casar a dose do estímulo à criança, sem gerar
desconforto.

Sangria
Pode ser útil para algumas crianças. Caso encontre aranhas vasculares na região
superior do torso, pode valer a pena tentar sangrá-las. Utilize o método de lancetar e
apertar, ao invés de aplicar uma ventosa, para garantir uma dose menor

PROBLEMAS COMPORTAMENTAIS, EMOCIONAIS E DO SONO


Kanmushisho – A Criança Irritada

O termo “kanmushi” refere-se a conceitos (de significado muito amplo) no


desenvolvimento histórico da medicina pediátrica no Japão. Na era Tokugawa,
supostamente “maus espíritos” invadiam a criança e a tornava irritadiça, então
passavam por uma cerimônia chamada mushifuji, onde uma espécie de pó,
possivelmente moxa, era queimado na pele da criança para afastar os maus
espíritos. O entendimento geral de “kanmushi” era mais predominante na prática do
shonishin antes da segunda Guerra Mundial, mas desde então e parcialmente como
resposta ás necessidades da prática moderna de hoje, tais ideias antigas foram
reprimidas.

Na prática moderna de Shonishin, encontramos um ramo sobrevivente deste


conceito, o termo “kannomushisho” ou “kanmushisho”, é usado como uma forma
mais limitada de se referir à criança que não se aquieta, que é agitada, que chora e
grita muito, dorme mal, que tem irritabilidade, etc. Em recém-nascidos, associa-se a
crianças com “cólicas” ou “coliquentas”. Segundo a Terapia de meridianos ou Keiraku
Chiryo, podemos dizer que estes são sinais principais de perturbações do canal do
Fígado. Em geral, trata-se do bebê como padrão de vazio de Fígado.
Quando se trata de uma criança, onde conseguimos refinar o diagnóstico com a
leitura de pulso e abdomen, pode-se constatar se o padrão é de excesso ou
deficiência. O tratamento geral sem base em padrões é muito eficiente para este
tipo de bebês.

Sobre kanmushi, M. Tanioka escreve:

Kanmushi não é um nome especial para uma condição ou doença, mas sim um
termo Japonês para uma variedade de sintomas em bebês e crianças, de 3 meses a
5 anos de idade.

Outros sintomas:

- “Birra”
- Perturbações do sono, “terror noturno”
- Pesadelos
- Acordar frequentemente a noite, ou sonambulismo.

Dependendo da idade da criança, as manifestações ocorrem de forma diferente, por


isso existem 3 estágios para tratamento. O primeiro é o bebê kanmushisho, depois é
a criança em idade pré-escolar, de dois a 4 anos com diversas manifestações, e por
último é a criança mais velha, em idade escolar, que possui diagnóstico de TDAH
(Transtorno do déficit de atenção e Hiperatividade), neste último caso, a criança
provavelmente estará sob medicamentos para o controle dos problemas, ou seja, as
manifestações em crianças mais velhas nem sempre são sob a forma de
hiperatividade. Pode também, incluir crianças distraídas e com pouca concentração
etc.

Objetivos do tratamento
Regular o qi, movendo-o para baixo, de forma que ajude a criança a se acalmar e
liberar regiões tensas que se desenvolvem em relação à tais problemas
comportamentais.

Diagnóstico Raiz baseado em padrões

Geralmente o padrão de vazio de fígado é o mais detectado > Tratamento – tonificar


F8 – R10 | Caso a criança esteja superaquecida (irritada, chorando muito, aparência
avermelhada), F2 – R3 como adicionais.

Em crianças mais velhas, onde podemos efetuar uma melhor leitura do pulso e
abdomen, pode-se tratar utilizando padrões da terapia de meridianos.
Obs.: O padrão de Fígado é ainda mais comum, mesmo em crianças mais velhas.

(-) Pulmão e (+) Fígado e também, (-) Pulmão e (-) Fígado

Tonificar P9+BA3 ou (unilateral)


Tonificar P5+BA9
e F3 ou F8 do outro lado (Dispersar se (+), Tonificar se (-)).

(-) Baço e (+) Fígado e também, (-)Baço e (-) Fígado

Tonificar BA3+PC7 ou (unilateral)


Tonificar BA9+PC3
e F3 ou F8 do outro lado (Dispersar se (+), Tonificar se (-)).

O tratamento raiz sem base em padrões pode ser aplicado também, porém, é
necessária aplicação constante. Pode-se adicionar percussão adicional ao redor de
VG12, VB 20 e B10.

Caso os sintomas sejam persistentes, pode-se usar Okyu em VG12. Manaka o


recomenda para choro noturno severo em bebês. Shiroda o recomenda em conjunto
com VG4 para criança agitada e irritadiça.

Constipação

Verificar:
- Stress da criança por dor a evacuação.
- Esforço para evacuação
- Medo de ir ao banheiro
- Kanmushisho

Padrão mais provável: Baço


Agulhamento ou esferas de pressão: E25 B25

Diarréia

Tratamento raíz sem base em padrões + percussão concentrada no abdomen e na


região de IG4, VG12 e VG3.

Padrão mais provável: Baço (BA3+PC7)


Caso apresente sinais de irritabilidade utilizar também o Padrão Vazio de Fígado.

Pelo Cap.68 do Nanjing, de que os pontos he-mar são bons para sintomas de
diarreia, onde pode-se utilizar BA9+PC3 (Baço), P5+BA9 (Pulmão), e R10+P5 (Rim).

Agulhamento B20 B21 B22 VC12 E25


Verificar tensão ao longo canal da bexiga.

Esferas de Pressão B20 B18 VC12 VG3 ou VG4

Okyu – Pode-se utilizar calor ao redor do umbigo, por exemplo, usando chinetsukyu.
Em geral, tende-se a não utilizar okyu em bebês e crianças muito pequenas, exceto
quando os sintomas estão muito resistentes.
Agulhamento B20+B21+B22+VC12 e VC15

Em crianças mais velhas (acima dos 2 anos), agulhamento em BA14 esquerdo


(inserção e retirada).

Dor Abdominal

Geralmente conhecido como “cólica”. De certa forma não é fácil dizer que se trata de
“dor abdominal”, visto que a criança não pode indicar onde a dor está localizada. Em
boa parte dos casos, tem-se boa resposta aplicando-se o tratamento para
Kanmushisho, portanto é bom investigar certos sintomas, tais como mau humor,
choro constante, sono ruim etc.
Muitas vezes relaciona-se também com o que o bebê ingere, principalmente
derivados do leite. Por isso pode-se recomendar aos pais um teste de intolerância.

Tratamento com base em padrões

Baço
Fígado (kanmushisho)

Observação: observar pontos reativos no canal da bexiga, na região do canal do


estômago (E36 A E41), podendo utilizar esferas de pressão ou agulhamento de
inserção e retirada.

Hyodo recomenda B21 B20 VC12 VC6.

Manaka: VC12 B20 VG12 (Okyu)


Vômito de Leite

Tratamentos sem base em padrões + percussão PC6 e B20


Padrão mais provável: Baço.

Pouco Apetite Persistente


Tratamento sem base em padrões + percussão nas áreas de VC12, VG3 até VG4
Padrão mais provável: Baço

Distúrbios Urinários

Este tratamento varia bastante em relação ao tempo de tratamento, sendo que em


alguns casos a mudança é notada rapidamente e, em outros casos, serão necessários
vários meses de tratamento.

Diagnóstico mais provável


Padrão de Vazio de Rim

Agulhamento
Crianças com menos de 6 anos, por Shimizu:
Tratamento sem base em padrões + VC3, B32, F8 ou F1, VG20 e VG12.

Crianças em idade escolar (6 anos ou mais) por Shimizu:


VC12, R10, VC3, R12, Josen (ponto extra entre a L5 e S1)

Yoneyama e Mori recomendam: VC3, E28, B25 e B32.

Okyu – Moxa direta


Pode-se aplicar okyu em todos os pontos recomendados para agulhamento.

Problemas de Estômago

É necessário examinar questões associadas a dieta para casos de pacientes com


problemas estomacais. Outro problema comum é o stress, onde muitas vezes a
gastralgia ou gastrite é manifestada devido a reações do stress em casa.

Diagnóstico por Padrões


Padrão de Baço – caso tenha dor e distensão
Padrão de Fígado – Mais reações de stress
Agulhamento (também válido esferas de pressão)
VC12 VC 10 E21 E25 B17 B18 B20 B22
Okyu:
Ponto Uranaitei – Caso o problema estomacal ser devido a alergia ou sensibilidade
alimentar.
B18, B20, e VG12 – para sintomas mais extremados.

Observar tensões na região dorsal, na região do trapézio e na região da tíbia (Canal


do Estômago), e se a criança aparentar ter problemas relacionados ao stress, pode
utilizar percussão ao redor de VG20, VB20, IG4 e região do trapézio.

Otite Média

Diagnóstico mais provável


Vazio de Pulmão – Se a infecção de ouvido for devido a resfriados recorrentes
Vazio de Pulmão ou Rim – Se a infecção ocorre independente de ter tido resfriado.

Agulhamento
Palpar pontos reativos da região de VB12 a TA17

Okyu – Moxa direta

Yoneyama recomenda okyu em R2 ou R3, com destaque para R2.


Indicação de pontos para tratamentos de adultos (em crianças recomenda-se
palpação e seleção de somente um ou dois pontos para aplicação):
ID19, TA17, VB12, C3, R3, B23, B11,B12.

Congestão Nasal

Diagnóstico mais provável


Vazio de Pulmão

Agulhamento
Yoneyama recomenda a inserção superficial em B10 e VB20.

Ponto IG4 -método de inserção e retirada.


Em crianças mais velhas, palpar Yintang e B2

Percussão em IG4, IG11 e E36, e algumas vezes, Yintang.

IG20 e B2 – utilizar Teishin


Okyu – Moxa direta
VG12 e VG23, porém o tratamento com okyu somente se não houver resposta com
agulhamento e percussão.

Problemas no desenvolvimento

Geralmente essas condições não são curáveis, portanto o objetivo ao tratar desses
casos é ajudar a minimizar as manifestações sintomáticas de tais problemas

Diagnóstico mais Provável


Padrão de Vazio de Rim
Para problemas de desenvolvimento mental:
Examinar o pulso do coração, e caso esteja fraco, tonificar usando C7+PC7, como
padrão secundário.

Agulhamento
Para problemas nos membros superiores: IG4, IG10 e IG11 (inserção e retirada)
Pontos Ashi na região dos ombros e também na região inter escapular.

Para problemas nos membros inferiores: E36, VB34 (inserção e retirada)

Okyu – Moxa direta

Problemas envolvendo paralisia ou parte motora do membro superior: VG12, VG13


ou VG14.

Problemas envolvendo paralisia ou parte motora do membro inferior: VG4 ou VG3.

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