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Dedico esta dissertação à minha família em especial à minha filha Clara e esposa
Sabrina que mais se sacrificaram para realização deste trabalho.
iii
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais (Maria Jovelina e Atos Roberto), minha irmã (Clarissa), minha
esposa (Sabrina) que sempre me apoiaram nas minhas decisões profissionais e sempre
estiveram ao meu lado para que eu nunca desistisse do sonho de ser Mestre.
Agradeço a Anglo American e ao meu gestor, Geraldo Dias, por ter me aberto a
oportunidade de realizar este curso que para tal foram necessárias semanas longe da mina.
Agradeço a todos com que tive oportunidade de trabalhar até este momento, em especial
os que passaram pela Gerência de Geotecnia e Hidrogeologia da Anglo American,
pessoas que me ajudaram e ainda ajudam na ampliação dos conhecimentos e que me
orgulho de estar desde o início.
Ao professor Rodrigo Figueiredo por aceitar meu convite em orientar neste trabalho e aos
demais professores pela dedicação, compartilhamento e atenção que tiveram com todos.
iv
RESUMO
Neste trabalho também serão apresentados problemas comuns durante a fase de coleta de
dados, como por exemplo, no recebimento dos ensaios de laboratório e a partir daí
interpretar e apresentar parâmetros de análise factíveis com a realidade.
v
ABSTRACT
In this sense, this dissertation will exemplify the development of this reasoning in a case
study regarding slope stability, Step 2 South, of the Serra do Sapo Mine in Conceição do
Mato Dentro, which consists of an open pit Itabirite mine.
In this paper, common problems will also be presented during the data collection phase,
such as the receipt of laboratory tests and from there interpreting and presenting feasible
analysis parameters with reality.
Being the object, from this dissertation the methodology, the result of it is to be able to
go through all the necessary steps for the development of a slope stability study with the
necessary quality for the decision making in the next step, either by confirmation or
change of the geometry or the need to improve some of the parameters of analysis.
vi
Lista de Figuras
Figura 1.1 - Imagem com localização das Cavas Step1 e Step 2 (Norte e Sul), extraído de
Google Earth Pro, 2017.
Figura 2.1 - Mapa de Localização da área de estudo (Fonte: CODEMIG -
http://www.portalgeologia.com.br/index.php/mapa/)
Figura 2.2 - Sequencia Estratigráfica Completa do Grupo Serra de São José e Serra da
Serpentina (modificado de Rolim, et. al. 2016)
Figura 2.3 – Variações faciológicas de intemperismo do Itabirito na Mina da Serra do
Sapo (Fonte: Guimarães et. al. 2012).
Figura 2.4 – Exemplos de tipos de tombamentos, sendo a) por blocos; b) flexural; c) por
blocos-flexural; e d) secundário. (modificado de Wyllie e Mah, 2005).
Figura 2.5 - Principais mecanismos de ruptura de taludes e suas condicionantes estruturais
mais comuns (modificado de Wyllie e Mah, 2005):
Figura 2.6 - Tipos de Instrumentos para monitoramento hidrogeológico, modificado de
Wyllie and Mah (2005).
Figura 2.7 - Representação de equipamentos e resultados típicos de cisalhamento direto
(modificado de Pinto, 2006).
Figura 2.8 - Modelo esquemático do arranjo do ensaio triaxial, modificado de
apresentação do Prof. Francisco Chagas da Silva Filho, da Universidade Federal do Ceará
(UFC).
Figura 2.9 – Modelo esquemático de arranjo para ensaio uniaxial em prensa hidráulica.
Modificado do de Apresentação do Professor Rodrigo Figueiredo, UFOP.
Figura 3.1 – Fluxograma das principais atividades para desenvolvimento do estudo de
estabilidade de taludes.
Figura 4.1 - Demonstração em diferentes escalas da foliação de mergulho para Leste
evidenciado no relevo da Serra do Sapo e no banco da cava (foto da esquerda de Google,
2017).
Figura 4.2 - Modelos de Rupturas potenciais da Mina.
vii
Figura 4.3 - Representação da seção 7909070, com aproximação do estéril alterado à face
do talude. IT – Itabirito; MCG - Metaconglomerado.
Figura 4.4 – Níveis de xisto abaixo do Itabirito na condição compacta.
Figura 4.5 - Gráfico de prismas e eventos de precipitação e desmonte.
Figura 4.6 - Visualização em planta da área interditada no Step 1.
Figura 4.7 – Detalhe da exposição do quartzito sericítico na face do talude (material
branco) circundado pela linha vermelha.
Figura 4.8 - Estereograma dos polos da foliação (Magalhães, 2016).
Figura 4.9 - Detalhamento da ZCA (Zona de Cisalhamento Alterada). IT-V (Itabirito
Classe V), MCG (Metaconglomerado) e Quartzito Sericítico IV (moderadamente
alterado).
Figura 4.10 - Lineamento interpretados a partir da imagem e das curvas de nível
primitivas.
Figura 4.11 – Representação da relação do sistema de empurrão com a geração de
lineamentos transcorrentes, borda de falhamentos, podendo evoluir para rasgamentos
devido à diferença de progressão entre blocos (modificado de Magalhães, 2016).
Figura 4.12 - Estereograma de lineações (Magalhães, 2016).
Figura 4.13 - Estereograma dos polos das famílias de juntas (Magalhães, 2016).
Figura 4.14 - Modificação do modelo geológico antes e depois da campanha de
investigação. Desenvolvimento de furos de circulação reversa (rasos) e furos diamantados
(profundos).
Figura 4.15 - Testemunho do furo SEFGSP041, entre as profundidades 86.35 e 91.75 m,
com fraturamento aberto com indícios de alteração das paredes por percolação de água.
Figura 4.16 - Modelo esquemático do aquífero em meio fraturado demostrando a
interação entre o plano de foliação e o sistema de fraturas.
Figura 4.17 - Modelo geológico de blocos, corte norte sul.
Figura 4.18 – Seção 01, com plano de lavra proposto com domínio geomecânicos e dados
hidrogeológicos.
Figura 4.19 – Testemunho de sondagem de Quartzo sericita xisto (Quartzito sericítico),
em dois furos distintos em profundidades diferentes.
Figura 4.20 - Seção 02, com plano de lavra proposto com domínio geomecânicos e dados
hidrogeológicos.
viii
Figura 4.21 – Testemunho de sondagem de Quartzo sericita xisto (Quartzito Sericítico),
em dois furos distintos em profundidades diferentes.
Figura 4.22 - Seção 03, com plano de lavra proposto com domínio geomecânicos e dados
hidrogeológicos.
Figura 4.23 – Testemunho de sondagem, trecho do contato entre o Itabirito compacto e o
Quartzo sericita xisto (Quartzito sericítico).
Figura 4.24 - Seção 04, com plano de lavra proposto com domínio geomecânicos e dados
hidrogeológicos.
Figura 4.25 – Testemunho de sondagem, trecho de Itabirito semi-compacto próximo ao
contato com o Itabirito compacto.
Figura 4.26 - Representação esquemática do mecanismo de ruptura dividido em setores.
Figura 4.27 – Representação gráfica dos dados selecionados para determinação dos
parâmetros do Itabirito compacto (R4-R5).
Figura 4.28 – Representação gráfica dos dados selecionados para determinação dos
parâmetros do Quartzito compacto (R4-R5).
Figura 4.29 – Representação gráfica dos dados selecionados para determinação dos
parâmetros do Xisto compacto (R4-R5).
Figura 4.30 - Desenho esquemático do arranjo das amostras em relação a descontinuidade
principal (foliação) e o sentido da aplicação do esforço no cisalhamento direto.
Figura 4.31 – Análise dos parâmetros de ruptura perpendiculares a anisotropia.
Figura 4.32 - Geological Strenght Index, modificado de BVP,2015, com correlações, de
acordo com banco de dados Anglo American.
Figura 4.33 – Resultados utilizando diferentes métodos de análise de estabilidade -
Anisotropic Function x Anisotropic Linear do software Slide 6.
Figura 4.34 – Janela para input dos dados na aplicação "Anisotropic Function", com
individualização dos planos.
ix
Lista de Tabelas
x
Lista de Símbolos, Nomenclatura e Abreviações
xi
GSI (Geological Strength Index) - Índice de Resistência Geológica
yf – ângulo da face do talude
as – direção da ruptura
at – direção do tombamento
ai – direção da interseção
t – tensão
V – Volume
u – poropressão
CD – ensaio que permite o adensamento e drenagem do material, havendo, portanto a
dissipação das pressões neutras, adquirindo, parâmetros em tensões efetivas.
CU – ensaio que permite o adensamento, sem drenagem do material, havendo interação
com pressões neutras e adquirindo parâmetros em função de tensões totais. Pode obter
dados de tensões efetivas, caso as pressões neutras sejam medidas.
UU – ensaio que onde não ocorre adensamento sem drenagem do material. Obtém
parâmetros em função de tensões totais.
c.ps. – corpo de prova utilizado para ensaios de laboratório.
ZCA – Zona de cisalhamento alterada
Ln – Lineação mineral
Fr – Fratura
R – Classificação de Resistência
SEFGSP – Código para os furos de sondagem que estão em Sudeste (SE) / Furos
Geotécnicos (FG) / Serra do Sapo (SP)
SEFDSP – Código para os furos de sondagem que estão em Sudeste (SE) / Furos
Diamantados (FD) / Serra do Sapo (SP)
c’ – coesão em unidade de Quilopascal (kPa)
F’ou phi – ângulo de atrito em graus (°)
g – peso específico
xii
kN/m³ - unidade para referência do peso específico – quilonewton por metro cúbico
mi – constante da rocha intacta
D – fator de perturbação do talude pelo desmonte ou escavação.
F.S. – Fator de Segurança
xiii
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA
xiv
3.8. AVALIAÇÃO HIDROGEOLÓGICA ..................................................................32
CAPÍTULO 4 - RESULTADOS
4.8.1Sondagem.......................................................................................................63
4.8.2Modelo geológico...........................................................................................64
4.8.3Carcaterização do maciço geomecânico.........................................................65
4.8.4 Nível d`água subterrâneo...............................................................................66
xv
4.8.5 Mapeamento superficial................................................................................66
4.8.6 Geometria de cava proposta...........................................................................67
4.8.7 Apresentação das seções................................................................................67
4.9.DEFINIÇÃO DOS MECANISMOS DE RUPTURA ...........................................75
xvi
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
A Mina da Serra do Sapo está inserida num contexto, onde ano após ano, a indústria
mineral vem se ajustando a leis ambientais cada vez mais rígidas e desta forma procura
mecanismos que permitam, dentro deste rigor, desenvolver seus projetos.
Esta foi a principal razão para a Mina da Serra do Sapo ter seu empreendimento divido
em três grandes fases, aqui denominados Steps, com a finalidade de agilizar o início da
exploração. Esta configuração, não estava prevista na fase de projeto e foram necessárias
adequações para atingir as metas de produção.
Os três Steps dividiram a Cava em três setores, o Step 1 como cava Norte, o Step 2 a cava
Central (e outra cava mais ao Norte que o Step 1) e o Step 3 a Cava Sul.
Neste modelo, o Step 1 foi iniciado em 2014 com uma cava de 1,5 km por 0,5 km e se
estendeu até o final de 2016, impondo um aprofundamento rápido, lavrando todo o
Itabirito friável e semi-friável e parte do itabirito compacto.
1
Figura 1.1 - Imagem com localização das Cavas Step1 e Step 2 (Norte e Sul), extraído de
Google Earth Pro, 2017.
Deste modo, serão aplicados diferentes níveis de estudo geotécnico no talude da cava do
Step 2, com verificar suas condições de estabilidade para uma geometria proposta, foco
desta dissertação, para elucidar tal processo de estudo.
Deste modo, esta dissertação tem por objetivo, demostrar, a partir de uma metodologia
simples e coerente, todo processo de entendimento para um estudo de estabilidade de
2
cava, tomando como exemplo a cava do Step 2 Sul da Mina da Serra do Sapo em
Conceição do Mato Dentro.
Neste estudo de caso, serão demonstradas todas as fases de investigação geotécnica, desde
o entendimento de eventos ocorridos nas áreas vizinhas até a elaboração de análises de
estabilidade e suas conclusões, procurando detalhar o objetivo de cada fase.
Desta forma, procura esclarecer e propor modos operacionais durante uma investigação
geotécnica.
Análises de Estabilidade;
Tipos de Ensaios.
3
Mapeamento Geológico Geotécnico Estrutural;
Modelo Geológico;
Avaliação Hidrogeológica;
Análise de Estabilidade;
4
CAPÍTULO 2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
As rochas que compõem esta porção estão ligadas ao desenvolvimento das rochas do
Cráton São Francisco e ao evento orogênico de encurtamento crustal da Faixa Araçuaí,
além de eventos tafrogênicos da reabertura continental (CODEMIG, 2017).
Quanto ao arranjo estrutural a Serra do Espinhaço Meridional pode ser definida como um
orógeno de direção N-S, marcada por sequenciados sistemas de falhas de empurrão e
zonas de cisalhamento (CODEMIG, 2017).
5
SERRA DO ESPINHAÇO
MERIDIONAL
Serra do Sapo
BELO HORIZONTE
6
2.2. CONTEXTO GEOLÓGICO LOCAL
Aproximando para o contexto local, no trabalho de Rolim, et. al. (2016) foram
caracterizados o embasamento granito-gnáissico e o Grupo Serra da Serpentina como as
principais assembleias litoestratigráficas que compõem o local onde hoje está a Mina da
Serra do Sapo. O embasamento granito-gnáissico está representado pelas rochas do
Complexo Guanhães, posicionada a leste da Serra do Sapo, limitada por um contato em
falha de empurrão que projeta o embasamento sobre as camadas metassedimentares do
Grupo Serra da Serpentina.
Rolim et. al. (2016), apresentam o Grupo Serra de Serpentina, com duas formações, a
Formação Meloso e a Formação Serra do Sapo (Figura ). A Formação Meloso ocorre na
porção basal, sobre o embasamento granito-gnaissico e é composta por quartzitos, quartzo
clorita sericita xistos, filitos e filitos grafitosos, podendo ocorrer enriquecimentos de
manganês associados a fraturamentos. A Formação Serra do Sapo, topo do Grupo Serra
da Serpentina, ocorre, de forma predominante, com formações ferríferas bandadas (BIFs)
intercaladas com quartzo sericita xistos (na forma de lentes descontínuas) e quartzitos
ferruginosos (correspondente à variação química), no topo, finalizando a formação
também ocorrem lentes descontínuas de metadolomitos.
Os níveis de BIFs dentro da Formação Serra do Sapo são frutos de deposição química e
possuem intercalações de escala milimétrica a dessimétricas de níveis de hematita
especular e quartzo. Este sistema de empurrão também se reflete em formações gerando
uma foliação penetrativa com mergulho marcante para leste e com lineamentos minerais
em diferentes unidades, acompanhando o comportamento regional, de um forte transporte
tectônico de leste para oeste, como citado no Contexto Geológico Regional.
Essas formações ditarão, de acordo com suas condições geomecânicas, as possíveis
geometrias de taludes capazes de estabelecer as cavas de explotação dentro dos critérios
de segurança.
Semi-paralelas a essas formações, são recorrentes rochas intrusivas básicas e ácidas que
podem estar associadas a idades mesoproterozóicas. Exemplificando essa condição,
7
Figura 2.2 - Sequencia Estratigráfica Completa do Grupo Serra de São José e Serra da
Serpentina (modificado de Rolim, et. al. 2016).
Guimarães et. al. 2012 apresenta diferentes estágios de alteração dos BIFs da Formação
Serra do Sapo, são eles: Itabirito Friável, semi-friável e compacto (Figura 2.3). A
estruturação das formações e maiores detalhes serão abordados mais à frente, no Capítulo
3.
8
Itabirito friável
Itabirito
Semi - friável
Itabirito
A aplicação desses sistemas é relativamente simples e rápida e pode a partir dela indicar
a necessidade ou não de estudos mais específicos para uma determinada região. Desta
forma, diversos são os métodos de classificação geomecânicas, desenvolvidas para
atender aplicações específicas como túneis e taludes de minas. Dos métodos elaborados,
os mais consagrados na mineração são os Sistema RMR (Rock Mass Rating) de
Bieniawski desenvolvido sua primeira versão em 1973 e o Sistema Q, de Barton,
desenvolvido em 1974. Ao longo da sua história, ambos os métodos já passaram por
ajustes e reanálises para calibração de seus parâmetros de análise.
9
O Sistema RMR, segundo Bieniawski, possui os seguintes objetivos:
10
penalizar (ou não) o maciço conforme a interpretação do classificador, uma vez que a
identificação de descontinuidades fica comprometida.
Para que esse horizonte não ficasse sem classificação, adota-se a classe VI, para graus de
intemperismo elevado. Para esses casos a mecânica das rochas não se aplica ou se aplica
parcialmente desenvolvendo superfícies circulares ou plano-circulares, respectivamente.
Onde correspondem:
11
Ja = índice de influência da alteração das paredes das descontinuidades;
Da mesma forma que no RMR, esses parâmetros são normalizados por planilhas (Anexo
I, Planilhas de E à I).
Apesar de Sistema Q ter critérios diferentes que o Sistema RMR, as rochas alteradas
ficariam sem classificação em diversos parâmetros, tornando difícil uma classificação
pela pontuação do maciço. Por este motivo torna-se mais eficiente de aplicar a
denominação de Classe VI para as rochas que não for possível desenvolver a classificação
dos parâmetros devido ao seu alto grau de alteração e/ou baixa resistência.
O GSI busca gerar um valor de referência do maciço e com ele interagir com outras
variáveis para definir parâmetros a serem utilizados em estudos e análises de estabilidade.
Este modelo de classificação obteve muitas adesões devido a facilidade de caracterização
proposta, no entanto Marinos et al., (2005) publicaram algumas limitações do método
incluindo casos de fraturamento e grau de alteração das rochas intensos, sendo necessário
uma análise de outros parâmetros uma vez que os parâmetros utilizados no GSI
apresentam-se de difícil identificação e análise nessas condições extremas.
12
2.4. ANÁLISE DE ESTABILIDADE (MECANISMO X MÉTODO USADO E
INFLUÊNCIA DA ÁGUA)
Os mecanismos de ruptura podem ser divididos em dois grupos, um primeiro que possui
comportamento anisotrópico, governado por plano (s) de descontinuidade (s) ou de
comportamento isotrópico, sem uma direção preferencial de ruptura. Esses parâmetros
fundamentais indicarão as hipóteses de mecanismos e direcionarão quais ensaios mais
adequados para obtenção dos parâmetros.
Desta forma, o domínio sobre os mecanismos potenciais de ruptura do talude é fator
crítico para definição dos ensaios e consequentemente dos parâmetros dos materiais.
Existem diversos mecanismos de ruptura (Wyllie e Mah, 2005), os mais comuns são:
Ruptura Circular
Além dessas duas condições extremas, este mecanismo pode ser considerado a maciços
intemperizados, que devido ao alto grau de alteração, eventuais planos de ruptura
transpassam planos estruturais reliquiares (Figura 2.5).
13
Figura 2.5 - Principais mecanismos de ruptura de taludes e suas condicionantes estruturais
mais comuns (modificado de Wyllie e Mah, 2005).
Tombamentos
Os tombamentos por blocos ocorrem quando, em rocha sã, são formadas colunas
individualizadas por famílias de descontinuidades que possuem mergulho acentuado para
dentro do talude conjugada com família de descontinuidades ortogonal que define a altura
dos blocos.
14
A dinâmica deste mecanismo está relacionada a transferência de carga entre os blocos,
do pé à crista do talude. A base da superfície de ruptura, geralmente, consiste numa
superfície irregular passando pelas descontinuidades ortogonais.
O tombamento secundário inicia-se pela remoção do pé do talude, podendo ser uma ação
natural ou antrópica. Em todos os casos, o modo de falha primária envolve um
deslizamento ou a ruptura da rocha e tombamento é induzido na parte superior do talude
como resultante da falha primária (Wyllie e Mah, 2005).
Figura 2.4 – Exemplos de tipos de tombamentos, sendo a) por blocos; b) flexural; c) por
blocos-flexural; e d) secundário. (modificado de Wyllie e Mah, 2005).
15
Ruptura Planar
1) A direção de azimute deve estar entre 20° com relação a face do talude;
4) A extremidade superior do plano de ruptura deve ser limitada pelo topo do talude ou
conectada a uma fenda de tração; e
Ruptura em Cunha
2) O plano de ruptura se seu strike está entre ±20° com a face do talude.;
O ângulo de mergulho da linha de interseção é menor que a face do talude e maior que o
ângulo de atrito.
16
Outro parâmetro de análise de estabilidade é o nível piezométrico das camadas próximo
à superfície, que podem gerar poropressões de modo a instabilizarem o talude em escala
global. A pressurização das paredes do talude abaixa o fator de segurança e, deste modo,
devem ser analisados para prever a necessidade de rebaixamento do nível piezométrico.
Para medir, este parâmetro, são instalados piezômetros tipo Casa Grande com definição
da profundidade de sua câmara conforme o interesse de medição (Figura 2.6).
17
maciço. Este cuidado é muito importante, pois a representatividade do maciço dependerá
de uma seleção adequada de amostras e consequentemente aquisição de parâmetros.
Outro fator influenciador nos ensaios é quanto à heterogeneidade dos materiais, como por
exemplo, do itabirito, que é composto por camadas de diferentes espessuras de quartzo e
hematita. Esta heterogeneidade [e principal motivo para se optar por ensaios de grandes
dimensões (ex.: 30cm x 30 cm x 30 cm), quando em material de baixa resistência (até
R≤1), minimizando o erro.
Os ensaios podem ser divididos em dois grupos. O primeiro o grupo formado por solo,
rocha muito alterada e alterada e o segundo os ensaios sobre rocha.
Apesar de muitas vezes, este tipo de material, não apresentar nitidamente suas
anisotropias, o arranjo dos seus minerais influencia sobremaneira, os parâmetros obtidos
para condição paralela e oblíqua à anisotropia (foliação). Destacamos aqui três tipos de
ensaios para definição desses parâmetros, são eles:
Neste é aplicada uma força normal ao sentido da direção de cisalhamento, onde se obtém
a curva de tensão cisalhante x tensão deformacional e nela extraem-se dois valores a
tensão; de pico e residual (Figura 2.7).
18
Figura 2.7 - Representação de equipamentos e resultados típicos de cisalhamento direto
(modificado de Pinto, 2006).
Executando no mínimo três ensaios desse com diferentes tensões normais obtêm-se três
pontos, que serão plotados em um gráfico de tensão cisalhante x tensão normal (Figura
2.7). Os gráficos gerados com as informações de pico são conceitualmente construídos
com os parâmetros mais resistentes ao cisalhamento, enquanto que os gráficos gerados
pelos valores residuais referem-se aos parâmetros que permanecem no material, mesmo
após sua ruptura.
19
de confinamento. A pressão confinante atua em todas as direções, deixando o corpo de
prova em um estado hidrostático de tensões (Pinto, 2006).
O carregamento, axial pode ser feito por meio de forças no pistão que penetra na câmara
(ensaio de carga controlada) ou deslocando a câmara para cima numa prensa (deformação
controlada) a carga é medida por um anel dinamométrico ou célula de carga intercalada
no pistão (Pinto, 2006). A tensão devida ao acréscimo da tensão axial é denominada
tensão desviadora (Figura 2.8).
Este ensaio pode ser variado em função de permitir ou não a drenagem do material,
denominados:
20
Figura 2.8 - Modelo esquemático do arranjo do ensaio triaxial, modificado de
apresentação do Prof. Francisco Chagas da Silva Filho, da Universidade Federal do Ceará
(UFC).
Este ensaio obtém como resultado a resistência à compressão máxima (c), e pode ter
também medidas de deformação do testemunho (módulo de Young e Razão de Poisson).
21
Figura 2.9 – Modelo esquemático de arranjo para ensaio uniaxial em prensa hidráulica.
Modificado da Apresentação do Professor Rodrigo Figueiredo, UFOP.
22
CAPÍTULO 3
METODOLOGIA
23
Nele será abordado cada etapa deste fluxograma, pontuando detalhes relevantes que
podem interferir no resultado final.
Este estudo servirá como “ponto de partida” para as investigações de campo, auxiliando
na busca das feições geológicas e domínios geotécnicos que devam ser considerados
relevantes.
Dependendo do detalhamento obtido nesta fase, pode ser possível adquirir com estudos
em áreas análogas, até mesmo parâmetros de resistência que se correlacionam com os
litotipos da área de estudo.
Este tipo de informação é válido para uma análise preliminar, ou até mesmo, num estágio
avançado (ex.: Definição dos Parâmetros de Resistência), como guia para julgar se os
parâmetros obtidos estão dentro de uma faixa esperada, ou não.
No entanto, esse estudo preliminar, não deve se sobrepor aos dados levantados após as
investigações de campo, como, Mapeamento Geológico-Geotécnico e Estrutura,
Descrição de Furos de Sondagem, Avaliação Hidrogeológica e Ensaio Específicos,
representando apenas, um modelo prévio, para que, em linhas gerais, guiar o início do
processo de estudo.
Em áreas onde ainda não foi desenvolvida uma mina, os dados que mais se aproximam
de um Mapeamento Geológico Geotécnico Estrutural, são coletados por uma equipe de
24
exploração, constituída basicamente por geólogos, onde o foco dos estudos está para o
mapeamento dos contatos geológicos e para o teor de minério, carecendo assim de dados
geomecânicos.
Litologia;
Grau de Resistência;
25
A). Este método de correlação é recomendado pela Sociedade Internacional de Mecânica
das Rochas (ISRM, 1981).
Grau de Alteração;
Os registros dos tipos de estruturas levantados auxiliarão nas indicações dos mecanismos,
juntamente com os dados de caracterização dessas descontinuidades.
26
Jv – metragem volumétrica de descontinuidades, definida por Palmstrom (1974) onde
este índice é correlacionado com o RQD (índice de designação da qualidade da rocha),
pela equação abaixo (3.1).
A forma de levantamento desses dados em campo pode ser variável, dependendo das
condições de afloramento. Em uma área onde não há lavra, os pontos de coleta dessas
informações ficarão restritos aos afloramentos naturais. Enquanto que em áreas de lavra,
esses pontos podem ser coletados a cada 50 metros ao longo de uma berma ou se
identificada a mudança de um dos parâmetros coletados
27
3.4. ESTUDO DA CAVA PROPOSTA e SELEÇÃO DAS SEÇÕES CRÍTICAS;
Porém, ao longo da implantação da cava, sua forma pode assumir diferentes modos de
evolução, com variações de posicionamentos de rampa, diferentes estágios para
aprofundamento da cava, etc.
A região de maior valor potenciométrico tanto para aquífero livre quanto para aquífero
cristalino deverão ser analisados.
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Elaboração de ao menos uma seção nos taludes considerados não críticos;
O Modelo Geológico é um produto elaborado pelos geólogos da mina, com foco principal,
para os contatos do corpo de minério e seus teores, contendo as linhas básicas dos contatos
entre os principais litotipos da mina, baseado nos dados de mapeamento e furos de
sondagem.
Deste modo, os contatos de escala centimétricas, ou até mesmo de poucos metros, são
geralmente subtraídas ou simplificadas desse modelo.
Apesar de não existir uma regra que determine uma quantidade mínima de sondagens,
esta avaliação é muito importante, visto que, essa densidade de sondagem será
determinante para detalhamento do modelo.
Apesar de parecer banal, muitas campanhas de sondagem, não de atentam para esta
informação, interrompendo as sondagens logo após o final do corpo de minério,
29
prejudicando o entendimento do que será a face do talude da cava final e muitas das vezes
este detalhe deve ser sinalizado pela equipe de geotecnia.
Como comentado no item 3.5, este plano de sondagem associado a instrumentação, tem
por objetivo de adensar e refinar o modelo geológico, adensando a malha de sondagem,
atravessando o corpo de minério e instalando instrumentação (piezômetros tipo
Casagrande, medidores de nível d´água, etc.) para entendimento da dinâmica
hidrogeológica no maciço.
30
3.7. DESCRIÇÃO DE TESTEMUNHOS DE SONDAGEM
Comumente esses métodos são utilizados para agrupar classes de maciços que
posteriormente receberão valores de parâmetros (ex.: coesão e ângulo de atrito) para
desenvolvimento de análises de estabilidade.
A criação de uma litoteca, com as rochas que ocorrem no site em diferentes condições de
resistência (R, indicado por ISRM, 1981) e grau de alteração (W, indicado pela ISRM,
1981), têm grande valor para auxiliar nessa padronização de interpretação.
31
3.8. AVALIAÇÃO HIDROGEOLÓGICA
Neste planejamento, também devem ser considerados que com os avanços da lavra
ocorrerão perdas de instrumentos e esses deverão ser repostos para manutenção da malha
de investigação.
32
Dependendo do tamanho da malha de instrumentos monitorados cabe a avaliação de
instalação de instrumentos que enviam seus dados de modo remoto agilizando a
campanha de monitoramento e tratamento dos dados.
Este modelo geomecânico pode ser gerado em duas ou três dimensões, a primeira na
forma de seções e a segunda na forma de superfícies. Essas superfícies trarão a
informação do litotipo e da classe geomecânica definindo fronteiras dos domínios
geomecânicos.
Esta subdivisão pode ser baseada no sistema RMR, no sistema Q, ou qualquer outro
critério, desde que sua subdivisão agrupe, respeitando o contato litológico, os mesmos
parâmetros geomecânicos.
33
Atualmente, não existe um software único que integre todas essas informações de forma
automatizada, tendo como produto as seções de análise, sendo necessário o conhecimento
de uma séria de softwares.
A interação dessas duas variáveis indicará quais mecanismos atuarão de modo pertinente
ao longo de cada região da cava, realizando nada mais, nada menos que a avaliação
cinemática mencionada no capítulo 2.4, onde Wyllie e Mah, 2005, apresentam os
principais mecanismos de ruptura de taludes e suas condicionantes estruturais mais
comuns.
34
De posse dos dados de campo, realiza-se um tratamento estatístico em estereograma
avaliando as variações das estruturas.
Nesta avaliação, também são identificadas quais rochas estão com comportamento
isotrópico ou anisotrópico, quais regiões estão condicionadas a uma ruptura paralela ou
obliqua a descontinuidade principal e assim por diante.
35
Orientação - pode variar de acordo com a superfície de ruptura, sendo por exemplo,
orientado para cisalhar paralelo ou obliquo em relação a foliação.
Dependendo de como uma amostra foi danificada e de como será desenvolvido o ensaio,
uma amostra pode ser descartada contendo apenas uma trinca, sendo necessário uma
avaliação criteriosa do laboratório para não gerar dados distorcidos.
Número de séries;
Avaliação do laboratório
Após a entrega dos ensaios o realiza-se a avaliação dos resultados quanto a qualidade e
desempenho dos espécimes e a coerência das informações geradas.
36
3.12. DEFINIÇÃO DOS PARÂMETROS DE ANÁLISE
Outro detalhe importe na avaliação dos parâmetros é que, não raramente, os ensaios
podem produzir resultados incoerentes, em função da amostra ou de imprevistos durante
o ensaio. Esta análise crítica dos dados é fundamental para validação dos dados ou
descarte de valores incoerentes.
Além da avaliação dos parâmetros dos espécimes ensaiados, existe também a necessidade
de aplicar parâmetros em espécimes não ensaiados. Isto porque, nem todos os espécimes
são de fácil amostragem e aplicação de ensaio. Como exemplos desses espécimes são as
rochas brandas, não totalmente friáveis que possa moldar um bloco regular e não
totalmente compactas que possa ser testemunhada e manter sua estrutura indeformada.
37
3.13. DEFINIÇÃO DOS MÉTODOS PARA ANÁLISE
Este por sua vez permite a determinação do fator de segurança utilizando dados como a
propriedade de resistência ao cisalhamento da rocha e das descontinuidades, a pressão do
poro dentre outras (Aguilera, 2009).
A maioria dos métodos de análises de equilíbrio limite têm em comum a comparação das
forças dos momentos resistentes e os atuantes sobre uma determinada superfície de falha.
A razão entre essas forças define o fator de segurança, que é a resistência ao cisalhamento
disponível (resistentes) dividido pelas tensões cisalhantes atuantes. Se essas forças forem
iguais o fator de segurança é 1 e está na eminência de ruptura.
Definido o método, é preciso definir o tipo de busca que será ela executada pelo software
e também como serão inseridos os parâmetros para as possíveis interações.
38
Tabela 3.1 – Comparação entre métodos não rigorosos e rigorosos.
Método Não Rigoroso Método Rigoroso
Bishop Simplificado Morgenstern-Price
Hipóteses
A resultante das forças entre fatias é Direção das resultantes entre as fatias é
horizontal, ou seja, as forças cisalhantes definida usando uma função arbitrária
entre fatias são nulas. f(x). A parcela de f(x), requerida para
satisfazer o equilíbrio de forças e
momento é calculada.
Superfície de Ruptura/comentários
Circular – n hipóteses sobre o ponto de Qualquer – n hipótese sobre o ponto de
aplicação da força normal e (n-1) sobre o aplicação da força normal e (n-1) sobre a
ponto de aplicação das forças normais magnitude relativa das forças entre fatias.
entre fatias. Fatias de espessuras infinitesimal.
O equilíbrio de momento da última fatia
não é calculado.
O Fator de segurança é determinado pelo
equilíbrio de momentos.
Neste parte, foram unidas duas etapas que ocorrem quase que concomitantes, pois a
análise de estabilidade corresponde ao teste de uma hipótese que dependendo do resultado
pode gerar uma nova hipótese e assim sucessivamente.
Uma das formas de organizar as análises é elaborando códigos que correspondem a uma
variável da hipótese, por exemplo: A – ruptura global; B-ruptura de bancada; C- nível
d´água não rebaixado; D – nível d´água não rebaixado, etc. A medida que essas hipóteses
39
vão se combinando são montados os códigos, como análise AC, que significaria que a
análise apresentada é de talude em escala global com nível d´água não drenado.
De acordo com cada hipótese podem variar também o modo como as forças serão
aplicadas na análise. Em softwares como Slide 6.0 (da Rocsinece), essa escolha é definida
nas propriedades do material, denominada Stregth Type.
Ainda utilizando o software Slide 6.0 como exemplo, existem 18 diferentes Strength
Types que podem ser escolhidos conforme o tipo de ruptura a ser analisa e os dados e
parâmetros disponíveis.
𝜎`3 𝑎
𝜎`1 = 𝜎´3 + 𝜎𝑐𝑖 (𝑚𝑏
𝜎𝑐𝑖
+ s) (3.3)
40
A Anisotropic Stregth Function (Resistência da Função Anisotrópica), permite definir
intervalos de inclinação, referente a base da lamela, e determinar parâmetros de coesão e
ângulo de atrito (Mohr-Coulomb) distintos para cada intervalo de inclinação.
Entre esses dois parâmetros fixos, aplica-se uma função de transição linear.
O coeficiente t, demostrado na equação 3.4, é que define quais parâmetros deverão ser
utilizados e quando a função de transição se aplica, conforme Tabela 3.2:
||𝛼||−𝐴
𝑡=
𝐵−𝐴
(3.4)
, onde α é o ângulo da base da lamela com a horizontal.
Tabela 3.2 – Tabela de regra para variação de parâmetros no uso da Anisotropic Linear
Stregth.
Quando Aplica-se
c = c1
t≤0
tan ɸ = tan ɸ1
c = c1(1 – t) + c2t
0 < t< 1t
tan ɸ = tan ɸ1 (1 – t) + tan ɸ2t
c = c2
t≥1
tan ɸ = tan ɸ2
41
Além dessas variáveis existem outros recursos disponibilizados no Slide 6, por exemplo,
que podem ser utilizados para a busca do plano de ruptura de menor fator de segurança,
são eles:
Grid Search: define o posicionamento da malha de pontos de onde partirá o centro da
superfície de ruptura. Aplicado para rupturas circulares;
Slope Search: utilizado também para rupturas circulares, este método de busca
permite ao software fazer uma busca sem a necessidade de um grid pré-estabelecido.
Block Search: utilizado em rupturas não planares, este método de busca necessita da
indicação na forma de um ou mais blocos por onde ela deva passar, indicando-se
também os intervalos do ângulo de entrada e saída da superfície de ruptura.
Block Search Polyline: é uma variação do Block Search, no formato de linha, forçando
a superfície de ruptura passar por ela.
Além desses métodos de busca, o Slide 6, oferece uma função de otimização das
superfícies (optimize surfaces) que consiste basicamente em realizar interações para obter
um maior refinamento do resultado. Essa função só é habilitada para superfícies não
circulares.
Certamente, este capítulo da análise é o que será mais consultado pelas áreas parceiras,
principalmente a área de planejamento.
42
CAPÍTULO 4
RESULTADOS
Esta mina pertence a empresa Anglo American, que cedeu os dados para elaboração da
presente dissertação.
A área de estudo teve sua pesquisa iniciada em agosto de 2006, pela empresa MMX
Mineração e Metálicos, quando foi executado o primeiro furo de sondagem exploratório.
A partir daí, centenas de outros furos de sondagem foram executados, revendo a
viabilidade do projeto de explotação de minério de ferro em itabirito, vindo a ser adquirida
pela Anglo American em agosto de 2008.
43
4.1.1. Estudo das características geomecânicas na cava step 1
Os estudos realizados para o Step 1, antes de sua abertura, levaram em consideração dois
mecanismos de ruptura distintos.
O segundo mecanismo refere-se à face leste da cava, com uma ruptura circular totalmente
obliqua a foliação (Figura 4.2b).
44
a) Modelo de Ruptura típico para o Talude Oeste b) Modelo de Ruptura típico para o Talude Leste
Trinca de tração
Superfície de ruptura
circular
Setor da ruptura predominantemente
paralelo a descontinuidade
Ruptura circular oblíqua a
descontinuidade
Setor da ruptura obliquo a
descontinuidade.
Descontinuidades Descontinuidades
Ao final do estudo de estabilidade da cava do Step 1, a cava foi subdividida em três setores
(Oeste acima do nível 865, Oeste abaixo no nível 865 e Leste), e aplicados e para cada
um definida uma geometria, especificando o ângulo inter-rampa, o ângulo de face e a
largura de berma, sob uma altura de banco máximo, pré-estabelecido pelo planejamento
de mina (Tabela 4.1).
45
Com as restrições ambientais e a limitação de operação ao Step 1, a lavra precisou realizar
o aprofundamento rápido da cava, antecipando o cenário de aproximação de litotipos
como Filitos, Quartzo Sericita Xistos, Quartzitos Sericíticos, Filitos, Filonitos e Filitos
Grafitosos, com alto grau de alteração, das faces dos bancos do talude oeste (Figura 4.3)
antes do planejado em projeto inicialmente.
Figura 4.3 - Representação da seção 7909070, com aproximação do estéril alterado à face
do talude Oeste. IT – Itabirito; MCG - Metaconglomerado.
Após o início da estação das chuvas de 2016, e com a cava a uma profundidade de 120
m, foram identificados dois mecanismos distintos no talude oeste.
Esta dinâmica fica evidente quando observado a saturação de lentes argilosas (níveis de
xistos), dentro do pacote de itabirito (Figura 4.4).
46
Figura 4.4 - Níveis de xisto abaixo do Itabirito na condição compacta.
47
Em planta, observa-se que o movimento dos prismas ocorreu em uma determinada região,
onde foram paralisadas as atividades de lavra e ampliado a rede de monitoramento por
prismas (Figura 4.6).
O refinamento dos dados indicou que dentro da área interditada ocorria o afloramento do
contato entre a Formação Ferrífera Bandada e a sequência de metassedimentos alterados
e cisalhados, denominados como Zona de Cisalhamento Alterada (ZCA). Na seção onde
foi indicada a maior taxa de movimentação aflora o Quartzo-Sericita-Xisto em grau de
alteração elevado e resistência muito baixa (Figura 4.7).
48
Figura 4.7 - Detalhe da exposição do quartzito sericítico na face do talude (material
branco) circundado pela linha vermelha.
49
As sondagens e instrumentações de detalhamento possibilitaram definir e caracterizar os
contatos e as rochas que compõe a ZCA (Figura 4.9) e assim direcionar as campanhas de
amostragem, os ensaios de laboratório.
Com os ensaios foram definidos os parâmetros de resistência para cada litotipo e gerar as
análises de estabilidade.
Além disso, foi simulando a continuidade da geometria definida (Tabela 4.1) para quatro
bancos abaixo do fundo de cava da época demonstrando que o FS seria ainda menor.
Deste modo concluiu-se que a geometria proposta não é estável quando considerado o
sequenciamento de bancos com a parede do talude próxima a Zona de Cisalhamento
Alteradas.
Como soluções propostas podemos destacar três alternativas, sendo as duas primeiras
reativas e a última preventiva:
50
Modificação da geometria dos bancos abaixo de um determinado nível – altera-se a
geometria a partir de um determinado nível (ex.: nível 800m), mantendo a geometria
implantada nos níveis superiores (ex.: acima do nível 800m. Esta medida, mantém o
F.S., dos bancos superiores ao nível modificado e aumenta o F.S. do talude global,
sob a consequência de impedir a retomada total do minério do nível determinado para
baixo.
Pushback do material estéril de melhor qualidade – esta medida implica em buscar o
material estéril de melhor qualidade (não alterado) para compor a parede do talude. A
consequência dessa medida está em elevar a relação estéril/minério.
Modificar a geometria global – esta ação agiria de modo preventivo, adequando a
geometria global do topo ao fundo da cava, buscando o melhor equilíbrio na relação
estéril/minério e a estabilidade de talude.
Especificamente na área onde será instalado a cava do Step 2 Sul, ocorre predomínio de
cobertura laterítica no topo e coluvionar na base, havendo alguns poucos afloramentos,
deste modo, grande parte das interpretações feitas nesta foram realizadas com base na
área vizinha, Step 1.
A Serra do Sapo é delimita a Oeste e Leste por duas falhas de empurrão de escala regional.
A primeira, a Oeste, marca o cavalgamento da sequência metavulcano-sedimentares sobre
a Suíte Meta-ígnea Conceição do Mato Dentro composta por metariolítos, metariodacitos
51
e metamicrogranitos e a leste corresponde ao sistema de empurrão do complexo basal
composta por granitos e gnaisses milonitizados (Zacchi, 2010).
52
Figura 4.11 - Representação da relação do sistema de empurrão com a geração de
lineamentos transcorrentes, borda de falhamentos, podendo evoluir para rasgamentos
devido à diferença de progressão entre blocos (modificado de Magalhães, 2016).
Litologia;
Grau de Resistência;
Grau de Alteração;
Grau de Fraturamento;
53
Estes dados também são correlacionáveis a dobramentos abertos ao longo da direção da
foliação e a dobramentos isoclinais com vergência para Leste.
A análise das lineações indicam a direção Leste-Oeste, bem definida, com atitude 95°/29°
(azimute/caimento), com uma variação de ±10° para o azimute e para o caimento,
indicando a direção de maior tensão cisalhante e de transporte de massas (Figura 4.12).
54
Figura 4.13 - Estereograma dos polos das famílias de juntas (Magalhães, 2016).
55
4.3. ESTUDO DA CAVA PROPOSTA e SELEÇÃ DAS SEÇÕES CRÍTICAS
A cava que aplicada neste estudo, foi desenhada em Fevereiro de 2017, utilizando as
premissas geométricas do Step 1, as mesmas já citadas na Tabela 4.1.
Pelo menos uma das seções deverá cortar ortogonalmente o maior talude possível da
cava – como observado na cava do Step 1, o fator, altura de talude e sequenciamento
de bancos em material friável, pode desencadear uma instabilidade, além de
possibilitar maiores variações litológicas ao longo da parede do talude;
A região de maior valor potenciométrico tanto para aquífero livre quanto para
aquífero cristalino deverão ser analisados – a aproximação da parede do talude com o
nível potenciométrico ou freático, pode desencadear um processo de instabilidade,
ainda com presença de superfícies argilosas como às identificadas no Step 1 (Zona de
Cisalhamento Alterada).
Com base nesses critérios foram traçadas quatro Seções que serão apresentadas no item
3.9.
56
Devido a restrições de acesso no período que antecederam a esse estudo, poucos
detalhamentos foram feitos na região do Step 2 Sul. Assim, logo que obtida a licença de
operação da área, iniciaram-se os estudos de investigação para o refinamento das
informações.
57
Os dados existentes antes da licença possuíam um intervalo de pouca ou nenhuma
informação no local que será instalada a cava (Figura 4.14). O adensamento da malha de
sondagem foi orientado pela Geotecnia com base na cava da época, indicando os
principais locais a serem sondados.
Antes do ano de 2016 na área de estudo e proximidades haviam 144 furos de sondagem,
no entanto a maioria desses furos ou estavam a margem da área de estudo ou não
possuíam profundidade suficiente para obtenção das informações necessárias.
Abaixo, segue tabela com dados dos PZs (Tabela 4.2) e INAs (Tabela 4.3).
58
Tabela 4.2 – Dados Hidrogeológicos dos PZs.
camara camara Última
Instrumento Furo Profundidade Litologia Câmara
de até medicao
PZ609 SEFDSP 609 BQQ 156.70 90.00 210.00 Itabirito Compacto 761.32
PZ0515 SEFDSP 645 DD36 196.65 186.00 200.00 Itabirito CompactoSemi-CompactoFriável 748.52
PZ1015 SEFDSP 664 DD45 210 167 210 Itabirito Friável 796.80
PZ1116 SEFDSP 673 AMN 171 140 145 Itabirito Compacto 754.07
PZ1216 SEFDSP 674 ER 124 109 126 Itabirito Friável XistosoItabirito Friável 749.66
PZ1316 SEFDSP 675 RU 110 92 110 Quartzito Friável 749.51
PZ1516 A SEFGSP 023 210 155 168 Itabirito Semi-CompactoItabirito Friável 754.60
PZ1516 B SEFGSP 023 210 180 210 Itabirito Compacto 754.60
PZ1616 SEFGSP 024 77 52 78 Quartzto MetaconglomeradoCompactos 814.90
PZ 2016 SEFDSP 680 175 145 176 Itabirito Friável 753.59
PZ 2216 SEFGSP 032 251 226.5 252 Itabirito CompactoFilito 771.76
PZ 2416 SEFGSP 034 204 190 205 Itabirito Compacto >815,73
PZ 2816 SEFDSP 694 100 40 100 Itabirito Compacto >819,19
59
Para isto, foram utilizados furos de sondagem executados na fase de exploração,
complementado com furos atuais, sendo alguns específicos para o melhor recobrimento
da área.
Neste estudo foram utilizadas um total de 17 furos de sonda diretos (3444,7 metros de
sondagem) e 733 sondagens indiretas, estas últimas incluem sondagens além dos limites
da área de estudo, as quais foram utilizadas na análise estatística de parâmetros e na
definição das classes geomecânicas.
Este mesmo domínio no talude Leste, quando sobreposto pelo Complexo Basal,
apresentam artesianismos e em alguns casos jorrante.
60
Figura 4.15 - Testemunho do furo SEFGSP041, entre as profundidades 86.35 e 91.75 m,
com fraturamento aberto com indícios de alteração das paredes por percolação de água.
O mapeamento estrutural indica que os principais planos são ao longo da foliação (89/30)
e secundariamente ocorrem planos transversais, 180/89, que possuem forte ligação com
lineamentos leste/oeste observados nas imagens de satélite e interpretadas pelo arranjo
topográfico.
Além desses, também foram identificados planos com atitude e mergulho de 232/76,
309/82 e 268/76. O modelo esquemático abaixo (Figura 4.16) tenta representar esses
planos interceptando a foliação e demostrando de forma esquemática o comportamento
do aquífero em meio fraturado.
61
Figura 4.16 - Modelo esquemático do aquífero em meio fraturado demostrando a
interação entre o plano de foliação e o sistema de fraturas.
62
Figura 4.17 - Modelo geológico de blocos, corte norte sul.
A linha tracejada vermelha mais a norte, da Figura 4.17, coincide também com inflexão
das linhas potenciométricas apresentadas no mapa potenciométrico referente aos INAs
(Anexo 3).
4.8.1. Sondagens
Muitas das vezes essa malha não é obedecida, devido a irregularidades topográficas,
restrições ambientais ou impedimentos dos proprietários da terra, porém, essa malha foi
elaborada e seguida como premissa para a execução das sondagens.
Para elaboração das seções foram utilizados furos que se distanciavam até 50 m
lateralmente para utilização de suas informações como guia dos contatos geológico e
63
geomecânicos. Deste modo foram utilizados um total de 20 furos de sondagem (Tabela
4.4), totalizando 3.462,60 m de sondagem. A essas sondagens acompanham descrições
geológicas e geotécnicas que possibilitam a subdivisão dos domínios geomecânicos.
O Modelo geológico utilizado neste estudo foi desenvolvido pela equipe de geologia com
bases nos furos e mapeamento geológicos com data de até dezembro de 2016. Este
modelo, apresenta os contatos geológicos na forma de modelo de blocos, onde cada bloco
possui no máximo quinze m de altura por 25 m de comprimento e largura.
64
4.8.3. Caracterização do maciço geomecânico
No caso deste estudo, a classificação geomecânica dos maciços foram utilizadas para
compartimentar diferentes domínios que, segundo observações de campo, análise do
banco de dados, variam com relação à resistência do material.
Outra evidência forte, desta correlação, foi evidenciada após análise estatística dos dados
de todas as sondagens existente em BVP, 2015. Onde é clara a correlação entre Itabiritos
friáveis e graus de resistência baixo, Itabiritos semi-friáveis com grau de resistência
intermediários (R2 e R3) e Itabiritos compactos com grau de resistência elevados (R4 e
R5), na sua predominância.
65
inviabilizar o modelamento ou simplificar o modelo ao ponto de não detalhar uma feição
crítica para o maciço.
Tabela 4.5 – Classificação pela resistência do método indicado por ISRM, 1981.
Valor de “R” Classificação de Resistência
Muito Brando R0-R1
Brando R2
Mediamente Resistente R3
Resistente R4-R5
Com esses dados foram gerados dois mapas (Anexo I) referentes ao nível d`água em
aquífero livre e outro em aquífero confinado, sendo o primeiro relacionado ao meio
friável e o segundo ao meio compacto, ou cristalino.
Com auxílio desses mapas foram traçados em prancheta, os níveis piezométricos dos dois
aquíferos (livre e confinado) e em seguida incorporado ao software Studio 3, da mesma
forma que os dados de classificação geomecânica.
66
Essa informação contribui com o refinamento, interpretação e checagem de alguns dados
evidenciados em sondagem, como sequenciamento estratigráfico, lineamentos e zonas de
falhas e fraturamentos.
A geometria de cava proposta utilizada como ponto de partida das análises foi
disponibilizada em Abril de 2017, devido a revisões estratégicas do plano, essa cava
sofreu grandes modificações desde o ano de 2016 até o momento. Deste modo, tomou-se
a decisão de aguardar ao máximo a geração da cava que se aproximasse ao máximo da
cava a ser aplicada, conforme diretriz da Tabela 4.1.
Durante esse tratamento, foi necessário, girar a seção de análise de modo a garantir que
esta estivesse perpendicular à vista escolhida.
Após os ajustes necessário, é preciso modificar o nome dos layers das linhas de contorno
da seção e dos contatos dos materiais, respectivamente External e Material, para
reconhecimento do software de análise de estabilidade, Slide 6.0 da Rocsience.
67
Seção 01
Figura 4.18 - Seção 01, com plano de lavra proposto com domínios geomecânicos e dados
hidrogeológicos.
68
Figura 4.19 – Testemunho de sondagem de Quartzo sericita xisto (Quartzito sericítico),
em dois furos distintos em profundidades diferentes.
Seção 02
69
fina lente (entre 5 e 10 m de espessura) de quartzito sericíticos de resistência entre R4 e
R5.
Essa lente é persistente ao longo da formação no Step1 e confirma-se também no Step2
Sul. Diferentemente das seções anteriores, observa-se a ocorrência de lentes métricas de
itabirito friável aluminoso, este litotipo possui parâmetros próximo ao de um itabirito
friável e sua ocorrência junto a itabiritos compactos, como observado nos bancos 790,
775 e 760 requer atenção especial.
Análogo à seção 01, ocorre camada de Quartzo sericita xisto compacto (Figura 4.21).
Figura 4.20 - Seção 02, com plano de lavra proposto com domínio geomecânicos e dados
hidrogeológicos.
70
Figura 4.21 – Testemunho de sondagem de Quartzo sericita xisto (Quartzito Sericítico),
em dois furos distintos em profundidades diferentes.
Seção 03
71
Figura 4.22 - Seção 03, com plano de lavra proposto com domínio geomecânicos e dados
hidrogeológicos.
O talude oeste, mais uma vez apresenta-se quase que exclusivamente em itabirito
compacto, restando apenas uma pequena ocorrência de itabirito friável no topo, banco
910, mergulhando por traz do itabirito semi-compacto até aproximadamente a cota 855.
Como demonstrado na seção, observasse nesta região que a “lente” de quartzito
sericíticos, observado nas seções anteriores, ganha em espessura, chegando a medir entre
35 e 40 m de espessura.
72
Figura 4.23 – Testemunho de sondagem, trecho do contato entre o Itabirito compacto e o
Quartzo sericita xisto (Quartzito sericítico).
O aquífero confinado, nesta seção, apresenta piezometria acima do nível da cava proposta
próximo ao banco 865, nível bem superior comparado às seções 1 e 2.
Seção 04
Por se tratar do limite sul da cava, por questões de licenciamento, uma parte considerável
de itabirito friável apresenta-se remanescente a cava. Outra pequena ocorrência é entre os
bancos 850 e 835, além de uma superfície e itabirito semi-compacto entre os bancos 850
e 760.
73
Figura 4.24 - Seção 04, com plano de lavra proposto com domínio geomecânicos e dados
hidrogeológicos.
74
Quanto a aquífero confinado, do mesmo modo que foi observado para a seção 3, nesta
seção observa-se altas poro pressões próximo ao topo do talude, ultrapassando o nível do
terreno no banco 895.
A partir das seções e do corte da cava proposta, é possível identificar quais rochas estarão
envolvidas nas análises e de que forma elas interagem com a geometria da cava. Com
essas premissas identificam-se os mecanismos envolvidos e os melhores parâmetros para
a análise.
Analisando as seções percebe-se uma forte tendência anisotrópica das rochas, essa
anisotropia vem a se confirmar com as observações de campo, retratadas com ocorrências
constantes no período de abertura da cava do Step 01, quando eram recorrentes as rupturas
de caráter planar, sobretudo em escala de bancada e posteriormente, como apresentado
no item 4.1 foi identificado um movimento mais profundo de caráter global, num
mecanismo análogo, conjugado a anisotropia da foliação do maciço.
75
Com o posicionamento das rochas menos resistentes no topo do talude (setor 1 da Figura
4.26) associado às trincas de tração obliquas à foliação, podendo ser ativado por trincas
de tração em rocha alterada, entrando no setor 2, encaixando o plano de ruptura paralelo
à foliação (principal anisotropia do talude oeste da cava) e uma relativa melhora na
qualidade da rocha posicionada no fundo da cava (setor 3 da Figura 4.26) associada a
ruptura obliqua à foliação em rochas pouco, ou não alteradas, geralmente posicionadas
no fundo da cava.
Desde o projeto de implantação, na fase de investigação 2010, até o ano de 2016, foram
realizadas diversas campanhas de amostragem para diferentes ensaios em uma grande
variedade de litotipos. Em cada campanha, diferentes objetivos de investigação,
direcionaram na escolha da rocha e no tipo de ensaio a ser executado. Quando realizados
os ensaios em testemunhos de maciços de classe I e II (referência à classe RMR), em
2010, os estudos direcionavam para uma cava em que toda sua parede fosse composta
apenas de material compacto.
76
Esta premissa, admitida na fase de exploração, não se realizou na fase de operação da
cava, sendo necessário, a partir do início das operações de mina, incorporar ensaios de
rochas alteradas.
Com esta variedade de amostras foi possível fazer a seleção e calibração dos parâmetros,
que também será apresentado no item 4.11.
Além de apresentar os ensaios será apresentado uma breve análise crítica dos parâmetros
analisados.
A campanha de ensaios realizada, foi ainda na fase de projeto, com amostras coletadas de
sondagens amostradas pela própria Anglo American e ensaiadas no Instituto de Pesquisas
Tecnológicas, IPT entre os anos de 2010 e 2011.
Os dados gerados desse ensaio foram, tensão confinante e tensão axial, utilizados na
determinação dos parâmetros de coesão e ângulo de atrito com auxílio o software
RocData, da Rocscience, fase posterior ao ensaio.
Os litotipos escolhidos para este ensaio foram Itabirito, Quartzito e Xisto. Este ensaio
seguiu as recomendações ISRM (International Society for Rock Mechanics), conforme
(ISRM, 2006) e segundo procedimentos internos do laboratório. O número total de corpos
de prova (CPs) foram 49, sendo 10 (dez) CPs. de Itabirito, 19 (dezenove) CPs. de
Quartzito e 20 (vinte) CPs. de Xisto. Abaixo segue Tabela 4.6 e a Tabela 4.7, resumo do
resultado dos ensaios realizados e fotos dos testemunhos utilizados.
77
Analisando os dados ensaiados observa-se inconsistências relacionadas entre as litologias
amostradas em furos de sondagem diferentes e no mesmo furo.
As medidas consideradas inconsistentes estão assinaladas em vermelho e em verde
assinaladas as medidas que serão utilizadas nas estimativas de parâmetros subsequentes.
Tabela 4.6 - Tabela resumo com dos ensaios triaxiais realizados pelo IPT entre 2010 e
2011.
g Força de Ruptura s3 s1
Litologia Série Furo
(kg/m³) (kN) (MPa) (MPa)
3397 2317,58 20 593
3336 1312,17 16 336
8 SEFGSP017 3183 1771,33 8 452
2891 575,11 2 147
3071 440,42 4 112
Itabirito
3436 1932,6 4 498
3101 440,09 2 113
10 SEFGSP017 3615 1884,18 16 483
3518 781,42 8 200
3339 899,77 20 229
2753 1944,96 20 497
2719 708,67 4 181
2 SEFGSP029 2709 452,21 2 116
2673 2080,85 16 536
2792 1265,38 8 325
3230 687,53 4 394
2909 1002,04 20 574
4 SEFGSP012 3035 534,36 8 306
2964 203,38 2 116
Quartzito 2979 802,54 16 460
2649 1819,42 20 468
2695 660,39 16 169
6 SEFGSP142
2644 803,56 8 207
2679 424,27 4 111
3062 619,48 2 158
2682 1819,78 20 465
14 SEFGSP112 2672 1947,31 16 497
2740 950,08 4 243
2644 1316,5 8 337
2916 757,7 8 433
2705 293,63 4 167
3 SEFDSP036 2859 224,27 12 128
Xisto
2763 299,35 16 171
2817 125,82 2 72
78
g Força de Ruptura s3 s1
Litologia Série Furo
(kg/m³) (kN) (MPa) (MPa)
2821 503,73 16 130
2689 367,7 4 95
5 SEFDSP142 2711 419,9 8 108
2732 261,3 2 67
2750 424,95 12 109
2698 1410,08 12 361
2694 305,08 2 78
Xisto 12 SEFDSP124 2855 501,04 4 129
2836 838,78 16 215
2821 550,54 8 142
3012 156,51 4 40
2795 339,43 8 87
13 SEFDSP090 2845 388,58 12 99
2841 332,69 2 85
2788 489,93 16 125
Tabela 4.7 - Foto de alguns dos testemunhos antes e depois do ensaio triaxial.
Litologia Anterior ao ensaio Posterior ao ensaio
Itabirito
Quartzito
Xisto
79
exemplo na litologia Itabirito, série 8, s3 de 16MPa, com s1 de 336MPa enquanto que
Para o caso do Itabirito, como tanto na série 8 quanto na 10, houve um número
considerável de inconsistências, optou-se para fazer a estimativa de parâmetro utilizando
os resultados de ambas, escolhendo os melhores dados.
As Figuras 4.27 a 4.29, são as representações gráficas dos ensaios escolhidos para o
Itabirito, o Quartzito e o Xisto, respectivamente.
Figura 4.27 – Representação gráfica dos dados selecionados para determinação dos
parâmetros do Itabirito compacto (R4-R5).
80
Figura 4.28 – Representação gráfica dos dados selecionados para determinação dos
parâmetros do Quartzito compacto (R4-R5).
Figura 4.29 – Representação gráfica dos dados selecionados para determinação dos
parâmetros do Xisto compacto (R4-R5).
81
4.10.2. Campanha de Ensaios - 2014 e 2016
As amostras dessas campanhas tiveram como foco ensaio de materiais alterados de baixa
resistência (entre R0 e R1) das quais foram extraídas do campo na forma de blocos
indeformados com o objetivo principal de serem executados ensaios de cisalhamento
direto de pequenas e grandes dimensões, triaxiais, além das caracterizações.
Ensaios de Caracterização
82
Tabela 4.9 – Dados do Ensaio de Caracterização. Campanha de amostragem de 2014 e
2016.
Granulométrica
Frações Granulométricas
Classificação
Limites de Atteberg
ABNT (%)
r(g/cm³)
(ABNT)
Pedregulh
Material
Argila
Areia
Silte
LL (%) LP (%) IP (%)
o
Silte
Filito A 2 76 22 0 2,769 36 24 12
Arenoso
Silte
Filito B 0.7 88.4 10.9 0 1,963 34 25 9
Arenoso
Silte
Filito C 0.3 77.6 22.1 0 1,747 31 19 12
Arenoso
Filito Silte
2 89 8 0 2,793 45,0 30,0 15,0
carbonoso Arenoso
Silte
Gnaisse 2 54 43 0 2,716 30,0 24,0 6,0
Arenoso
Silte
Xisto 2 61 37 0 2,823 37,0 31,0 6,0
Arenoso
Areno
Quartzito A 0 31 69 0 2,699 NP NL NP
Siltoso
Arenoso
Quartzito B 2.4 47.4 50.3 0 1,534 NP NP NP
Siltoso
Arenoso
Quartzito C 0.3 44.6 55.0 0 1,543 31 20 11
Siltoso
Areno
Itabirito A 2,2 36 42,3 19,5 3,735 NP NL NP
Siltoso
Areno
Itabirito B 2,6 40,2 57,2 0 3,677 NP NL NP
Siltoso
Areno
Itabirito C 0.3 24.0 69.3 6.5 3,778 NP NP NP
Siltoso
Areno
Itabirito D 0.3 16.3 76.7 6.8 3,767 NP NP NP
Siltoso
Areno
Itabirito E 0.3 25.6 69.2 4.9 4,479 NP NP NP
Siltoso
Areno
Itabirito F 0.3 35.6 59.0 5.2 4,587 NP NP NP
Siltoso
Areno
Itabirito G 0.2 21.1 63.3 15.1 4,105 NP NP NP
Siltoso
Areno
Itabirito H 0.3 18.6 70.8 10.4 4,216 NP NP NP
Siltoso
83
Foram realizados duas séries de ensaios para cada litotipo, uma série paralela a
descontinuidade (anisotropia) principal (foliação) e outra perpendicular (Figura 4.30).
Para compor cada série, foram aplicadas as tensões normais de 100, 200, 400 e, 600 kPa,
até que as leituras de deformação vertical se estabilizassem e em seguida levados a ruptura
com velocidade de deformação de 0.15 mm/min.
84
Tabela 4.10 - Dados do Ensaio de Cisalhamento Direto.
c’ Tipo de ruptura referente a
Litotipo Amostra F’ (°)
(kPa) anisotropia principal.
CIS 14-019R 743 37 Oblíqua
Filito A
CIS 14-020 42 31 Paralela
CIS 16-022 129 51 Oblíqua
Filito B
CIS 16 - 023 49 17 Paralela
CIS 16 - 025 109 31 Obliqua
Filito C
CIS 16 - 024 12 22 Paralela
Filito CIS 14-018 51 24 Oblíqua
Carbonoso CIS 14-017 4,0 25 Paralela
CIS 14-021 112 29 Oblíqua
Gnaisse
CIS 14-022 64 29 Paralela
CIS 14-024 109 44 Oblíqua
Quartzito A
CIS 14-025 164 36 Paralela
CIS 16-027 38 25 Oblíqua
Quartzito B
CIS 16-026 32 26 Paralela
CIS 16-029 60 36 Oblíqua
Quartzito C
CIS 16-028 19 34 Paralela
CIS 14-026 137,0 27,0
Xisto A Paralela
CIS 14-027 54,0 20,0
CIS 14-034 15,0 34,0 Oblíqua
CIS 14-035 22,0 29,0 Paralela
Itabirito A
CIS 14-030 3,0 44,0 Oblíqua
CIS 14-031 6,0 31,0 Paralela
CIS 14-032 89,0 45,0 Oblíqua
CIS 14-033 29,0 32,0 Paralela
Itabirito B
CIS 14-028 180,0 47,0 Oblíqua
CIS 14-029 5,0 33,0 Paralela
Filito: alta dispersão dos valores oblíquos à anisotropia, principalmente para a amostra
Filito A, em relação às demais. Os parâmetros paralelos, apresentam-se menos dispersos,
porém a amostra Filito C, neste caso, obteve resultado de ângulo de coesão muito abaixo.
Apesar de haver a correlação de algumas amostras, os valores correlacionados estão mais
altos que os percebidos em campo. Este valor dever ajustado para parâmetros de menor
resistências.
85
Filito Carbonoso, Xisto e Gnaisse: só possuem uma amostra obliqua e paralela à
anisotropia ensaiada no cisalhamento direto. Limitando o universo de análise.
Itabirito: boa correlação para o ângulo de atrito, porém apresenta grande dispersão nos
dados de ângulo de atrito.
Foi considerado este ensaio mais adequado para o itabirito friável, com resistência entre
R0 e R1, pois nele e possível abranger um número maior de bandamentos e variação que
compõe esta rocha e que influenciam na qualificação dos seus parâmetros.
Para este ensaio foram utilizadas 16 amostras de itabirito friável indeformadas, coletadas
em campo de acordo com as necessidades de variação da direção de cisalhamento em
função da anisotropia. Dessas 16 amostras 12 foram utilizadas para medir os parâmetros
na condição paralelas e 3 foram utilizadas na condição obliqua. Deste modo, foram
ensaiados um conjunto de blocos paralelos a anisotropia e outro oblíquos a anisotropia
variando as tensões normais em 200, 400, 600 e 900 kPa.
86
Tabela 4.11 - Dados do Ensaio de Cisalhamento Direto em amostras de grandes
dimensões.
Tensão Parâmetros Parâmetros Tipo de ruptura
Registro
Normal geotécnicos de pico geotécnicos residuais referente a desc.
Cliente
(kPa) c´(kPa) F’ (°) c´(kPa) F’ (°) principal.
Itabirito I 200
Itabirito J 400
25,65 29,26 13,01 28,43 Paralela
Itabirito K 600
Itabirito L 800
Itabirito M 200
Itabirito N 400
13,08 31,54 5,35 31,19 Paralela
Itabirito O 600
Itabirito P 800
Itabirito Q 200
Itabirito R 400
4,96 30,78 23,57 32,49 Paralela
Itabirito S 600
Itabirito T 800
Itabirito U 200
Itabirito V 400 109,05 19,95 72,7 22,26 Obliqua
Itabirito X 800
Para a condição obliqua, uma das amostras rompeu após ser posicionada na prensa e os
dados obtidos do ensaio sob tensão normal de 800 kPa, não descreveu o momento de pico
claro, como pode ser observado na Figura 4.31.
Desta forma, este parâmetro será utilizado em conjunto com os dados do ensaio de
cisalhamento direto de pequenas dimensões, além de observações de campo.
87
Análises oblíquas, de litologias estratificadas, como Itabirito, são sobre maneira
interessantes para ensaios em grandes dimensões, pois induzirá a superfície de ruptura
transpassar por mais camadas que as de um bloco de menor dimensão.
Foram realizados duas séries de ensaios triaxiais não drenados (CU) por litologia (apenas
no estéril), sendo uma mobilizando a resistência paralela e outra obliqua à anisotropia
principal. Essas amostras forma moldadas em células triaxiais, submetidas a percolação
e aplicadas a tensões confinantes de 150, 300, 600 e 900 kPa até a saturação adquirindo
os parâmetros efetivos.
Os dados obtidos neste ensaio serão analisados em conjunto com os demais para definição
dos parâmetros de análise.
88
Tabela 4.12 - Dados do Ensaio Triaxial Axissimétrico da campanha de 2014.
Campanha 2014 Tipo de Modelagem relativa à
Litotipo
c’ (kPa) F’ (°) anisotropia principal
47,8 28,4 Oblíqua
Filito A
54,3 25,5 Paralela
43,7 16,2 Oblíqua
Filito Carbonoso
17,8 17,0 Paralela
75,3 30,3 Oblíqua
Gnaisse
91,4 24,8 Paralela
0 41,8 Oblíqua
Quartzito A
37,3 24,3 Paralela
Xisto B 60,8 34,7 Oblíqua
Xisto A 43,3 36,1 Paralela
Esses maciços estão representados pelos materiais que estão caracterizados com os
valores de R0 e R1. Os blocos indeformados utilizados nos ensaios de pequenas e grandes
dimensões e também para moldagem dos corpos de prova do ensaio triaxial estão dentro
desses domínios, e seus resultados de coesão e ângulo de atrito, calibrados com as
observações de campo, podem ser aplicados nas análises de estabilidade, tanto na
condição paralela a descontinuidade quanto obliqua.
Os dados de peso específico (kN/m³) também serão retirados das análises realizadas nas
campanhas. Para fins de comparação ou caso algum litotipo não tenha sido amostrado
89
foram utilizados os dados de levantamento em campanha específica para densidade
conduzida por equipe interna da Anglo American.
Não foram realizados ensaios das rochas intrusiva, itabirito friável aluminoso e quartzito
ferruginoso, por este motivo foram utilizados os parâmetros de coesão e ângulo de atrito
dos xistos, itabiritos friáveis e quartzitos, respectivamente (litotipos com características
próximas).
Maciços de alta resistência e resistência intermediária
Esses maciços estão representados pelos materiais que estão caracterizados com os
valores de R4 e R5. Para esses domínios foram utilizados os recursos software Rocdata
versão 4.014, para aplicar os dados obtidos em laboratório depreciando quanto às
descontinuidades chegando em parâmetros de resistência em termos de coesão e ângulo
de atrito.
Para chegar a esses valores foram necessárias 6 etapas para inserir os parâmetros no
software.
2ª Etapa – Determinar o valor de GSI – para tal, foi utilizada a tabela Geological
Strenght Index – GSI (Figura 4.28) para correlacionar os parâmetros referentes à
Condição da Superfície com o Grau de Fraturamento.
90
Seus valores foram organizados para utilização da tabela de correlação (Figura 4.32) e
assim normalizando um valor de GSI para cada domínio geomecânico.
91
3ª Etapa input do mi – calculado no software Rocdata, utilizando a ferramenta “Use lab
data” a partir dos resultados de s1 e s3 obtidos no ensaio triaxial (IPT,2011).
Os litotipos que não forma ensaiados, tiveram esse parâmetro estimado do banco dados
do RocData;
4ª Etapa definição do fator de perturbação (D) – Estimado o valor de 0,7 para todos
os litotipos, considerando que todas possuem boa resposta aos efeitos do desmonte;
5ª Etapa definição da Altura do talude (altura máxima) – aplicado 160 metros para
todos os casos;
6ª Etapa input do Peso específico – definido com base nos ensaios de caracterização
expostos na Tabela 4.9 e estimativas com base em conhecimento de campo.
Na Tabela 4.12 abaixo seguem os respectivos inputs e outputs para cada litotipo utilizado
no RocData versão 4.014.
Além dos litotipos de resistência R4 e R5, também foi aplicado essa metodologia para
rochas brandas, como: Itabirito R2 na condição obliqua, Itabiritos R3 (considerando
comportamento isotrópico), Quartzito R2 na condição obliqua.
92
Tabela 4.13 – Dados de input e output para RocData.
Inputs Outputs
Altura do
Série
Furo
Litologia s3 s1 sCi Peso phi
GSI mi D talude c (MPa)
(MPa) (MPa) (MPa) (MN/m³) (°)
(m)
20 593
SEFGSP017 16 483
8 e 10
Itabirito
8 452 325,87 85 19,286 0,7 160 0,03 13.351 61
R4/R5
2 147
Itabirito
Sem ensaio triaxial 35 70 26 0,7 160 0,027 13,63 48
R3
Itabirito
Sem ensaio triaxial 10 35 26 0,7 160 0,024 0,342 24
R2
20 497
SEFGSP029
Quartzito
4 181
Sericítico 216,80 83 20,440 0,7 160 0,029 7,82 60
2
2 116
R4/R5
8 325
Quartzito
Sericítico Sem ensaio triaxial 13 35 23 0,7 160 0,024 0,362 25
R2
Quartzito
Ferruginoso Sem ensaio 228,86* 55 20,440 0,7 160 0,027 1,989 53
R4/R5
4 129
SEFDSP124
Xisto 8 142
50 80 45,61 0,7 160 0,026 2,305 58
12
R4/R5 12 215
2 78
Itabirito R0/R1
Os parâmetros oblíquos à anisotropia, foram definidos pela correlação dos dados obtidos
em ensaios de cisalhamento direto de pequenas e grandes dimensões, além da sua
caracterização nos furos de sondagem e ocorrências em campo. Optando-se por seguir o
valor obtido no ensaio de grandes dimensões.
93
Itabirito R2
Deste modo, optou-se por aplicar, nesta condição (paralela à anisotropia), os mesmos
parâmetros de resistência aplicados para o Itabirito friável.
Os parâmetros oblíquos foram estimados com base nas correlações entre as informações
contidas no banco de dados e a tabela GSI (Figura 4.32) e posteriormente calculado no
software RocData.
Itabirito R3 e R4/R5
Seus parâmetros de resistência foram estimados com base nas correlações entre as
informações contidas no banco de dados e a tabela GSI (Figura 4.32) e posteriormente
calculado no software RocData.
Este domínio geomecânico não foi ensaiado diretamente, no entanto, para tal domínio
geomecânico, foram copiados os valores obtidos para o Itabiritos friáveis (R0 e R1).
Este domínio geomecânico não foi ensaiado diretamente e da mesma forma que o domínio
dos Itabiritos R3 e R4/R5, este domínio geomecânico foi caracterizado como maciço
isotrópicos.
94
Seus parâmetros de resistência foram estimados com base nas correlações entre as
informações contidas no banco de dados e a tabela GSI (Figura 4.32) e calculado no
software RocData.
Quartzito Sericítico R2
Os parâmetros oblíquos foram estimados com base nas correlações entre as informações
contidas no banco de dados e a tabela GSI (Figura 4.32) e calculado no software RocData.
Da mesma forma que o domínio dos Itabiritos R3 e R4/R5, estes domínios geomecânicos
foram caracterizados como maciços isotrópicos.
Seus parâmetros de resistência foram estimados com base nas correlações entre as
informações contidas no banco de dados e a tabela GSI (Figura 4.32) e posteriormente
calculado no software RocData.
95
Filito R1/R2
Seus parâmetros de resistência foram estimados com base nas correlações entre as
informações contidas no banco de dados e a tabela GSI (Figura 4.32) e posteriormente
calculado no software RocData.
O domínio Filito R4/R5, teve seu parâmetro copiado do Xisto, devido a inexistência de
ensaios e suas características estarem próximas.
96
Gnaisse R0/R1
Como citado no item 3.14, para este cenário existem 18 aplicações no software Slide 6
(software que será utilizado para gerar as análises), no entanto nem todas são efetivas
para um mesmo mecanismo de ruptura.
Para este tipo de mecanismo de ruptura e com de acordo com os dados existentes as
melhores aplicações são ”Anisotropic Function” e “Anisotropic Linear”.
97
Com a intensão de comparar os resultados produzidos pelas diferentes aplicações, gerou-
se duas análises de estabilidade. Uma para cada aplicação, na mesma seção (Seção 01),
sob as mesmas condições (Figura 4.33).
É possível observar que, apesar de estarem com aplicações diferentes o fator de segurança
se manteve praticamente o mesmo.
98
Com esta análise optou-se por desenvolver as análises de estabilidade utilizando a
aplicação “Anisotropic Function”.
Como pontuado no item 3.14, é possível inserir diversos parâmetros entre diferentes
faixas de ângulo.
Para este estudo serão utilizados apenas dois valores para os maciços considerados
anisotrópicos, o paralelo variando entre 30° ± 10° e obliquo entre -90° e -40° e -20° e 90°
(Figura 4.34).
Figura 4.34 – Janela para input dos dados na aplicação "Anisotropic Function", com
individualização dos planos.
Para chegar a uma variação de 20° do meio anisotrópico (entre 20° e 40°), foram
utilizados os dados de mapeamento das estruturas foliações e analisadas as maiores
concentrações. Neste caso, a medida que apresentou maior concentração foi 087/30°,
sendo 30 o ângulo de mergulho.
Tomando como referência 45% da concentração das medidas, temos a uma faixa de
abrangência de 20°, ou seja, ±10° em função do ângulo médio de 30°.
99
Aos maciços classificados como R4 e R5, foram definidos como isotrópicos, ou seja, o
parâmetro paralelo e o parâmetro obliquo à anisotropia são iguais.
Nesta etapa serão apresentadas as análises de estabilidade com suas respectivas variações
de hipóteses.
Tipo de busca de superfície: podendo ser circular ou plano circular. Com o objetivo
de verificar o comportamento em maciços alterados e não alterados em diferentes
condições e compará-los;
100
Além das variações acima descritas, também serão aplicadas as ferramentas de busca tipo,
Grid Search, Slope Search, Block Search e Block Search Polyline a fim de explorar em
cada resultado o melhor método de busca.
Para todas as superfícies não circulares foi habilitada a opção Optimize Surface, nas
configurações padrão do software Slide 6. Exceto nos casos em que nitidamente a
superfície de ruptura não se comporta corretamente.
101
Seção Variações F.S. Observação
ACFHc B.S. 0.90 Plano de Ruptura global entre os bancos 900 e 805
ADFHc B.S. 0.90 Plano de Ruptura global entre os bancos 900 e 805.
01 G.S. 4.01 Menor F.S. ruptura de bancada entre cota 895 e 865
BCEG
S.S. 4.64 Menor F.S. ruptura de bancada entre cota 880 e 865
BCFG B.S. 3.59 Menor F.S. ruptura de bancada entre cota 895 e 865
G.S. 2.31 Menor F.S. ruptura de bancada entre cota 925 e 910
ACEG
S.S 2.41 Menor F.S. ruptura de bancada entre cota 925 e 910
ACFG B.S. 22.81 Menor F.S. ruptura de bancada entre cota 925 e 760
B.S. 3.70 Acompanha superfície crítica entre a cota 895 e 760
02 ACFHa
B.S.P. 2.92 Superfície de ruptura inicia no banco 895 até 810.
ACFHb1 B.S. 13.64 Menor F.S. ruptura de bancada entre cota
ACFHb2 B.S. 17.29 Menor F.S. ruptura de bancada entre cota
BCFHc B.S. 1.85 Superfície entre os bancos 810 e 760.
G.S. 1.68 Ruptura de um banco, no itabirito semi-friável.
ACEG
S.S. 1.76 Menor F.S. ruptura de bancada entre cota 910 e 880
ACFG B.S. 28.16 Menor F.S. ruptura de bancada entre cota 925 a 760
ACFHa B.S. 4.22 Menor F.S. ruptura de bancada entre cota 925 a 760
03
ACFHc1 B.S. 0.99 Entre os bancos 925 e 895 (2 bancos)
ACFHc2 B.S. 0.93 Entre os bancos 880 e 865 (abaixo da rampa)
ACFHc3 B.S. 1.13 Entre os bancos 825 e 820 (menor que 1 banco)
ACFHc4 B.S. 21.74 Menor F.S. ruptura de bancada entre cota 925 a 805
G.S. 1.85 Menor F.S. entre banco 850 e 805.
ACEG
S.S. 1.99 Menor F.S. entre os bancos 945 e 900.
B.S. 1.32 Menor F.S. ruptura de bancada entre cota 945 e 895
ACFHa
B.S.P. 1.26 Entre os bancos 945 e 760 (global)
04
ADFHa B.S.P. 1.55 Menor F.S. ruptura de bancada entre cota 945 e 760
ACFHb1 B.S. 1.09 Entre os bancos 945 e 895 (3 bancos)
ACFHb2 B.S. 0.96 Entre os bancos 848 e 760 (6 bancos)
ADFHb2 B.S. 0.96 Entre os bancos 848 e 760 (6 bancos)
GS – Grid Search; SS – Slope Search; B.S. – Block Search; B.S.P. – Block Search Polyline
Seção 01
Nesta seção, os pontos críticos estão relacionados a superfície crítica hipotética, quando
esta se encontra junto ao inter-rampa, conectando os pés de consecutivos bancos ao longo
do talude (análise ACFHc da seção 01).
102
Seção 02
Das seções analisadas esta é a seção mais estável. Esta estabilidade pode ser atribuída ao
grande volume de Itabirito de característica compacta que é preservado nesta seção.
Seção 03
Nesta seção, assim como nas demais, obteve baixo F.S., quando analisada a superfície
crítica hipotética, neste caso, intercalada entre as duas rampas, como demostrado nas
análises, ACFHc1, ACFHc2 e ACFHc3.
Esse F.S. baixo se deve a associação da superfície crítica, em rocha alterada (Itabirito
R0/R1/R2), próximo à face do talude.
Da mesma forma que foi diagnosticado para a seção 01, também serão necessárias
modificações no plano de lavra que considere eliminar ou distanciar da superfície crítica.
Seção 04
103
4.14. CONCLUSÕES/CONSIDERAÇÕES / RECOMENDAÇÕES
Caso seja identificada tal superfície crítica, será analisa da de forma detalhada e estuda
alternativas de intervenção.
Outra observação se faz para a aderência geométrica aqui estudada, tanto por parte do
planejamento de mina quanto para as frentes operacionais. A perda da aderência
geométrica é fator de degradação para estabilidade de talude.
104
CAPÍTULO 5
CONCLUSÕES, CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES
105
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARTON, N., Lien, R. & Lunde, J.. Engineering classification of rock masses for the
design of tunnel support. Rock Mechanics. 6: 4: 189-236, 1974.
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de resistências dos materiais AA 024-15-E-TA-RT-03-126, 2015. 26p..
106
GOOGLE. Google Earth PRO. Version 7.1.2.2041. 2016. Nota (Mina Serra do Sapo,
Conceição do Mato Dentro, MG - Brasil). Disponível em:
<https://www.google.com.br/earth/download/gep/agree.html>. Acesso em: 07/05/2017
GUIMARÃES, F. R.; Sawasato, E.; Dias, G. S.; M; Magalhães, C.; Mensdes, C.; Morais,
F.; Santiago, C. M.; Barros, M. S., Rocha, A.; Costa, A. M. N.; Filho, C. R. S. (2012).
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Geologia, 2012.
HOEK, E. Strength of jointed rock masses, 23rd Rankine Lecture. Géotechnique, 1983,
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Geotechnical and Geological Engineering (Melbourne, Victoria, Australia). Lancaster,
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107
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PALMSTROM A., 1974. Characterization of jointing density and the quality of rock
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PINTO, C. S.. Curso Básico de Mecânica dos Solos em 16 aulas, 3ª Edição. Rua Cubatão,
959, São Paulo-SP, Oficina de Textos, 2006. 367 p..
ROLIM, Khoury Vassily, Carlos A. Rosiere, João Orestes Schneider Santos, Neal J.
McNaughton. “The Orosirian-Statherian banded iron formation-bearing sequences of the
southern border of the Espinhaço Range, Southeast Brazil” - Journal of South American
Earth Sciences v.65, 43-66, 2016.
WYLLIE, D. C; MAH, C. W. Rock Slope Engineering: Civil and Mining, 4th Edition.
270 Madison Avenue, New York, NY 10016, Taylor and Francis Library, 2005. 456p.
108
ANEXO I
I.1
Planilha A - Classificação do Maciço Rochoso (Rock Mass Rating System) de Bieniawski
de 1989.
Parâmetros Faixas de Valores
Resistência à Para a faixa de valores inferior,
Resistência da
Rocha Intacta
Superfícies Slickensides ou
Superfícies Superfícies
levemente Preenchimento
muito rugosas levemente
rugosas < 5 mm de Preenchimento macio > 5mm
Não contínuas rugosas
Condição das Juntas Separação < largura ou ou
4 Paredes duras Separação <
1mm Juntas abertas Juntas abertas > 5mm, contínuas
Sem abertura 1mm
Paredes 1-5 mm,
Paredes duras
macias contínuas
Pesos 30 25 20 10 0
Fluxo por 10m Nulo <10 < 25 25–125 > 125
de comprimento
Água Subterrânea
de túnel (L/min) ou ou ou ou ou
Razão:
0 <0.1 0.1 – 0.2 0.2 - 0.5 > 0.5
Pressão de água
5 na junta / tensão
principal maior ou ou
ou ou ou
Condições Completamente
seco
Ùmido Saturado Gotejando Com fluxo
Gerais
Pesos 15 10 7 4 0
I.2
Planilha C - Ajuste em relação com a direção da anisotropia (Bieniawski, 1989)
Orientação do Strike
Muito Muito
e Dip das Favorável Pobre Desfavorável
Favorável Desfavorável
anisotropia
Tuneis e
minas 0 -2 -5 -10 -12
Pesos subterrâneas
Fundações 0 -2 -7 -15 -25
Taludes 0 -5 -25 -50 -60
I.3
Planilha F - Parâmetro Jr – Índice de influência da rugosidade das paredes das
descontinuidades.
Condição da Rugosidade das Paredes Jr
a) Paredes das descontinuidades em contato e
b) Paredes das descontinuidades em contato com deslocamentos diferenciais < 10
cm
A. Descontinuidades não persistentes; 4
B. Descontinuidades rugosas ou irregulares, onduladas; 3
C. Descontinuidades lisas e onduladas; 2
D. Descontinuidades polidas e onduladas; 1,5
E. Descontinuidades rugosas ou irregulares e planas; 1,5
F. Descontinuidades lisas e planas; 1
G. Descontinuidades polidas ou estriadas e planas; 0,5
c) Sem contato entre as paredes das descontinuidades quando cisalhadas
H. Descontinuidades preenchidas por material argiloso, suficiente para impedir o
1
conato entre as paredes;
J. Descontinuidades preenchidas por material granular; 1
Notas:
1. Acrescentar 1,0 se o espaçamento entre descontinuidades for > 3 m.
2. Jr = 0,5 no caso de descontinuidades planas e estriadas com lineação.
I.3
Planilha G - Parâmetro Ja – Índice de influência da alteração das paredes das
descontinuidades.
Condições de Alteração das Paredes das Descontinuidades Ja
a) Descontinuidades com contato rocha/rocha e sem deslocamento relativo entre
as paredes
A. Paredes duras, compactas, com preenchimento de materiais impermeáveis. 0,75
B. Descontinuidades sem alteração, pigmentação superficial incipiente. 1
C. Paredes levemente alteradas; partículas arenosas e rochas desintegradas não
2
brandas.
D. Paredes com partículas siltosas com pequena fração argilosa. 3
E. Paredes com películas de material mole ou de baixo ângulo de atrito, tais
como caunita, micas, gesso, talco, clorita, grafita etc., com ocorrência de argilas 4
expansiva.
b) Descontinuidades com contato rocha/rocha e com deslocamento relativo
incipiente entre as paredes (deslocamento diferencial inferior a 10 cm)
F. Paredes com partículas arenosas, fragmentos de rocha, etc. 4
G. Paredes com preenchimento contínuo e poucos espessos (< 5 mm) de
6
material argiloso fortemente sobreadensado.
H. Paredes com preenchimento contínuo e pouco espesso (< 5 mm) de material
8
argiloso, variando de pouco a medianamente sobreadensado.
J. Descontinuidades com preenchimento argiloso expansivo, como por exemplo
montmorilonita (contínuo, mas com espessura < 5 mm); o valor de Ja depende 8-12
da percentagem de partículas de argila expansiva e do acesso da água, etc
c. Descontinuidades sem contato rocha/rocha e com deslocamento relativo entre
as paredes
K. Zonas ou bandas com rochas desintegradas ou esmagadas e argila de
6
preenchimento contínuo, poucos espessa (< 5 mm) fortemente sobreadensada.
L. Zonas ou bandas com rochas desintegradas ou esmagadas e argila pouco
8
espesso (< 5 mm), variando de pouco a medianamente sobreadensada.
M. Zonas ou bandas com rochas desintegradas ou esmagadas e argila expansiva,
como, por exemplo, montmorilonita (contínuo, mas com espessura < 5 mm); o
8-12
valor de Ja depende da percentagem de partículas de argila expansiva e do
acesso da água, etc
N. Zonas ou bandas de preenchimento com material arenoso ou siltoso-argiloso,
5
sendo pequena a fração argilosa
O. Zonas ou bandas contínuas e de preenchimento contínuo de material argiloso
10
poucos espessos (< 5 mm) de material argiloso fortemente sobreadensado.
P. Zonas e bandas contínuas de preenchimento contínuo de material argiloso
pouco espesso (< 5 mm) de material argiloso pouco ou medianamente 13
sobreadensado.
R. Zonas e bandas contínuas de preenchimento argiloso expansivo, como por
exemplo, montmorilonita (contínuo, mas com espessura < 5 mm); o valor de Ja 13 –
depende da percentagem de partículas de argila expansiva e do acesso da água, 20
etc
I.3
Planilha H - Parâmetro Ja – Índice de influência da alteração das paredes das
descontinuidades.
Pressão da
Fator Redutivo das Água das Descontinuidades Jw água aprox.
(MPA)
A. Escavações secas ou caudal afluído pequeno, isto é <5 l/min
1.0 <0.1
localmente
B. Caudal médio ou pressão que ocasionalmente arraste o
0.66 0.1 – 0.25
preenchimento das descontinuidades
C. Caudal elevado ou pressão elevada em rochas competentes
0.5 0.25 – 1
sem preenchimento
D. Caudal elevado ou pressão elevada 0.3 0.25 – 1
E. Caudal excepcionalmente elevado ou pressão explosiva,
0.2 – 0.1 >1
decaindo com o tempo
F. Caudal excepcionalmente elevado ou pressão contínua, sem
0.1 – 0.05 >1
decaimento
Notas:
i) Os fatores nos casos C e F são estimados para condições naturais. O parâmetro Jw deverá
ser aumentado caso sejam efetuadas drenagens.
ii) Os problemas especiais relacionados com a formação de gelo não são considerados
I.3
Planilha I - Parâmetro SRF – Índice de influência das tensões do maciço.
Condição das Tensões do Maciço (Stress Reduction Factor - SRF)
a) Zonas de baixa resistência interceptando a escavação SRF
A – Múltiplas ocorrências contendo material argiloso ou rochas quimicamente
10,0
decompostas (qualquer profundidade)
B – Múltiplas ocorrências de zonas de cisalhamento concentradas, sem ocorrência
7,5
de argilas e com blocos individualizados e soltos (qualquer profundidade).
C - Ocorrência específica com ou sem material argiloso ou rocha quimicamente
5
decomposta (profundidade de escavação ≤50m)
D – Blocos soltos, fraturas abertas, intensamente fraturado, etc 5,0
E – Ocorrência isolada com ou sem material argiloso ou rocha quimicamente
2,5
decomposta (profundidade > 50m)
F - Zonas singulares de corte em rocha competente, sem argila (profundidade de
2,5
escavação ≤50m)
Nota: I) esses valores devem ser reduzidos entre 25 e 50% caso as zonas de fraqueza
influenciam, mas não interceptam o túnel.
b) Rocha competente, problemas de tensões na rocha σc/σ1 σθ/σc SRF
F – Tensões baixas, próximo da superfície, diaclases abertas >200 <0,01 2,5
G – Tensões médias, condições de tensão favoráveis 200-10 0,01-0,3 1,0
H – Tensões altas, estrutura rochosa muito fechada
0,5-2,0
(usualmente favorável para a estabilidade, pode ser 10-5 0,3-0,4
2,5
desfavorável para a estabilidade das paredes)
J – Explosões moderadas de rochas maciças depois >1 hora 5-3 0,5-0,65 5-50
K – Explosões moderadas de rochas maciças em poucos
3-2 0,65-1 50-200
minutos
L - Explosões intensas de rochas maciças <2 >1 200-400
Nota:
II) Para maciços muito anisotrópicos aplicar correção de c e t de acordo com os
seguintes critérios:
a) quando 5 ≤ 1/3 ≤ 10 reduzir c para 75%;
b) quando 1/3 > 10, reduzir c para 50% ;
c) quando c = resistência a compreensão simples, 1 e 3 são as tensões principais máxima
e mínima, e = tensão tangencial máxima.
III) Quando a profundidade da coroa é inferior ao vão, deve-se aumentar o valor de
SRF 2,5 a 5 vezes (ver F).
c) Rocha esmagada: deformação plástica de rochas incompetentes
σθ/σc SRF
sob a influência de altas pressões
M – Pressão moderada da rocha esmagada 1-5 5-10
N – Pressão elevada da rocha esmagada >5 10-20
d) Rochas expansivas: atividade química expansiva devida à presença da água SRF
O – Pressão de expansão moderada 5-10
P – Pressão de expansão elevada 10-15
I.3
Planilha J – Índice de Resistência Geológica - GSI – Geological Strength Index de Hoek
e Marinos, 2000.
I.3
ANEXO II
II.1
Planilha A – Classificação do grau de resistência da rocha adaptado e incorporado pela
Sociedade Internacional de Mecânica das Rochas (ISRM - International Society for Rock
Mechanics, 1981).
Resistência a Ensaio
Grau Descrição Características do Material Compressão Uniaxial Point Load
Estimada (MPa) (MPa)
A rocha lasca depois de sucessivos
Extremamente
R6 golpes de martelo e ressoa quando >250 >10
elevada
batida
Requer muitos golpes de martelo
R5 Muito elevada para partir espécimes intactos de 100 - 250 4 – 10
rocha
Requer mais que um golpe de
R4 Elevada 50 - 100 2–4
martelo para fraturar um espécime.
Não é riscável ou desagregável com
lâmina de aço. Um espécime pode
R3 Mediana 25 - 50 1–2
ser fraturado com um golpe de
martelo.
Desagregável com a lâmina de aço,
forma endentações com golpes
R2 Baixa 5 - 25 ()
firmes com a ponta do martelo de
geólogo.
É possível criar buracos com golpes
R1 Muito Baixa firmes da ponta do martelo de 1-5 ()
geólogo.
Extremamente É possível formar endentações com o
R0 0,25 - 1 ()
Baixa dedão.
( ) – dados de point load não confiáveis para esses materiais.
II.2
Planilha B – Estimativa de alteração de rocha intacta, adaptado e incorporado pela
Sociedade Internacional de Mecânica das Rochas (ISRM - International Society for Rock
Mechanics, 1981).
Grau Descrição Caracterização do Material
W6 Solo residual Material totalmente transformado em solo. Estruturação da rocha
maduro matriz destruída.
W5 Rocha Material completamente alterado para solo estruturado.
completamente Extremamente descolorido, minerais resistentes quebrados e outros
alterada (friável) transformados em argilo-minerais. Foliação preservada.
saprolito Descontinuidades não identificáveis.
W4 Rocha Alteração mineralógica muito acentuada. Alguns materiais
intensamente parcialmente decompostos em argilo-minerais. Matriz totalmente
alterada oxidada e cores esmaecidas. Descontinuidades abertas (2< e <5 mm)
e oxidadas, preenchidas por materiais alterados. Foliação realçada
pelo intemperismo, desplacamentos ao longo da foliação.
W3 Rocha A matriz apresenta-se descolorida, com evidências de oxidação.
moderadamente Descontinuidades abertas (<1 mm) e oxidadas, podendo ocorrer
alterada material mais alterado ao longo das descontinuidades.
Foliação realçada pelo intemperismo.
W2 Rocha levemente Alteração mineralógica perceptível, cores esmaecidas e perda de
alterada brilho. Leve descoloração e oxidação na matriz ao longo das
descontinuidades. Foliação visível e selada. Descontinuidades
fechadas e paredes ligeiramente alteradas.
W1 Rocha sã Alteração mineralógica nula a incipiente. Minerais com preservação
do brilho original, cor e clivagem. Eventual descoloração nas
descontinuidades.
II.3
ANEXO III
III.1
III.2
III.3
III.4
III.5
ANEXO IV
IV.1
IV.2
IV.3
IV.4
IV.5
IV.6
IV.7
IV.8
IV.9
IV.10
IV.11
IV.12
IV.13
IV.14
IV.15
IV.16
IV.17
IV.18
IV.19
IV.20
IV.21
IV.22
IV.23
IV.24
IV.25
IV.26
IV.27
IV.28
IV.29
IV.30
IV.31
IV.32
IV.33
IV.34
IV.35
IV.36