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Temas Avançados em Comunicação | “The New Public Sphere” – Manuel Castells

Introdução
O presente relatório, realizado no âmbito da cadeira de Temas Avançados em
Comunicação, pretende, enquanto instrumento complementar à
apresentação realizada em aula, enquadrar a leitura prévia de um conjunto
de capítulos selecionados da obra Pós-Sociedade de Fernando Ilharco, com a
avaliação de algumas das categorias que descrevem a contemporaneidade.
A todas estas, o sentido de movimento que o “pós” proporciona veicula uma
mensagem concreta, materializada numa nova dinâmica social, que
caracterizarei adiante.

O Mundo está mergulhado em desafios que nenhum estado-nação resolve


por si próprio. A identidade passa a ser menos definida pelas nações, e mais
pelas ações que moldam e determinam comportamentos culturais comuns,
partilhados e próximos. Os poderes democráticos estão hoje menos influentes
e o Estado é paralelamente alimentado por um clima de profunda dicotomia
e ambivalência entre os vetores Local, Global e Transnacional. Este é o
contexto do “Pós-Mundo”. Um novo lugar no qual o processo de globalização
alargou a área de influência do debate público, de domínio nacional para o
domínio transnacional, permitindo a emergência de uma Sociedade Civil
Global.

Com o texto “The New Public Sphere: Global Civil Society, Communication
Networks, and Global Governance”, Manuel Castells, reconhecido sociólogo
de origem espanhola, procura caracterizar o impacto da sociedade em rede
assente na complexidade e evolução das relações humanas, no processo de
centralização e descentralização de estruturas políticas e sociais e na
emergência de novas dinâmicas comportamentais e tecnológicas que
confluem diretamente em sociedades pós-nacionais e pós-democráticas.

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Como Funciona o mundo em que vivemos?


O Autor começa por argumentar que, entre o Estado e uma Sociedade se
encontra a chamada Esfera Pública, que, segundo Habermas pode ser
caracterizada como “a rede ideal para a comunicação de informação e
opinião”. A Esfera Pública é, para Castells, um componente essencial da
organização sociopolítica, no sentido em que é o espaço no qual os cidadãos
vão a jogo, isto é, o espaço em que as pessoas vestem a pele de cidadãos e
ganham uma voz, falam, exprimem-se, e assim passam a influenciar as
estruturas políticas da sociedade.

Como consequência desta participação ativa e organizada de pontos de vista


surge o conceito de Sociedade Civil e é da relação entre o estado e a
sociedade civil que se encontram os pilares fundamentais da Democracia.

A expressão real e material da esfera pública varia consoante o contexto, a


história ou o fenómeno tecnológico. O espaço público, os locais concretos,
como as universidades, as instituições culturais, ou as redes informais de
partilha de opinião foram sempre elementos importantes no cultivo da esfera
pública. Hoje, a todas estas instituições se juntam os media, a comunicação,
as redes. Se as redes de comunicação e os media são parte integrante da
esfera pública, então a nossa sociedade, a sociedade em rede, deve definir a
organização desta nova esfera pública, que passa a incluir os media, a

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comunicação, a internet, o wireless, a era digital nas dinâmicas


comportamentais.

Para Castells, a esfera pública não é apenas constituída pelos media ou pelos
espaços públicos de interação social. É também o debate cultural e
informativo, o repositório de ideias que alimenta o debate público. É através
da esfera pública que a sociedade civil ajuda a influenciar opiniões, construir
caminhos e consequentemente a exercer pressão sobre o estado.

Se os cidadãos, a sociedade civil, ou o estado não são capazes de garantir as


condições necessárias para que exista interação, ou se os canais de
comunicação entre os vários componentes do processo estão bloqueados,
todo os sistema de representação das estruturas vai estagnar, gerando-se
uma crise de legitimação política, que conduz a uma crise de autoridade e que
faz com que o estado não saiba mais o que fazer.

Se um destes elementos falha, o estado deixa de funcionar corretamente, e


tudo o que está na fórmula passa a ser posto em causa. É esta harmonia que
está sistematicamente a ser jogada, e que o autor tenta explicar.

Esta harmonia depende de uma esfera pública, que hoje já não pode ser vista
apenas como estatal ou local. É transnacional, é global. O Mundo está
mergulhado em desafios que nenhum estado-nação consegue solucionar por
si próprio e que são enquadrados na dinâmica de uma Sociedade Civil Global.

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Globalização
Vivemos num mundo marcado pela realidade da Globalização, uma realidade
que constitui um sistema social novo, diferente, e que, para Castells, comporta
um conjunto de novas capacidades:

 A Capacidade tecnológica: era da nova informação, de comunicação,


da tecnologia, que permite quebrar barreirais espácio-temporais de
comunicação em rede, e que permite ligar qualquer pessoa a qualquer
objeto, a era da internet das coisas.

 A Capacidade institucional: A capacidade institucional refere-se à


desregulamentação, liberalização e privatização das regras e
procedimentos utilizados por um Estado-nação para manter o controlo
sobre as atividades dentro de seu território. São agora dinâmicas, e
dependem das redes

 A Capacidade organizacional: A capacidade organizacional refere-se


à capacidade de organizar a informação e o pensamento e usar as
redes como novas formas flexíveis, interativas em qualquer atividade,
em qualquer domínio.

“Not everything or everyone is globalized, but the


global networks that structure the planet affect
everything and everyone.”

Castells argumenta, nessa medida que não somos todos globais, mas que as
redes globais que estruturam o planeta afectam diretamente tudo e todos. E
este fenómeno existe desta forma porque todas as principais atividades
económicas, politicas, culturais, comunicacionais são globalizadas. Ou seja,
hoje estamos dependentes de um conjunto de nós estratégicos que ligam a

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nossa vida às atividades e à realidade deste mundo. E são milhares os


exemplos que o autor identifica no artigo científico:

“Mercados financeiros globais; Produção e distribuição


global de bens e serviços; comércio internacional; redes
globais de ciência e tecnologia; uma força de trabalho
global qualificada; integração global seletiva dos mercados
de trabalho pela migração do trabalho e pelo investimento
estrangeiro direto; os médios globais; as redes interativas
globais de comunicação, principalmente a Internet, mas
também redes de computadores dedicadas; e culturas
globais associadas ao crescimento de diversas indústrias
culturais globais.”

Para Castells, as sociedades espelham um modo de funcionamento em rede:


As redes ligam-se e desligam-se ao mesmo tempo. As redes conectam tudo
o que é valioso, ou o que pode ser valioso, de acordo com os valores
programados nas redes, com os temas que importam as sociedades. As redes
ignoram e excluem qualquer coisa ou qualquer pessoa que não adicione valor
à rede e / ou desorganize o processamento eficiente dos programas da rede.

“Nem todos somos globalizados, mas a geografia social, económica e cultural


de nosso mundo segue a geometria variável das redes globais que
incorporam a lógica da globalização multidimensional”, e que, tal como as
redes, pode incluir ou excluir do debate corrente, do dia-a-dia das pessoas, a
tangibilidade das questões concretas. (guerras, conflitos armados,
aquecimento global, justiça social, terrorismo...)

Por isso é que o autor defende que existe uma diferença significativa entre o
espaço onde as questões surgem (global) e o espaço onde os problemas são
geridos (o estado-nação). Este fosso está na base da origem de crises

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políticas interrelacionadas que afetam as instituições do estado tal como as


conhecemos. – identidade, legitimidade política, eficiência, equidade.

“The growing gap between the space where the issues


arise (global) and the space where the issues are
managed (the nation-state) is at the source of four
distinct, but interrelated, political crises that affect the
institutions of governance.”

Como resultado dessas crises e da diminuição da capacidade dos governos


para mitigá-las, atores não-governamentais tornam-se os defensores das
necessidades, interesses e valores das pessoas em geral. A diminuição da
capacidade dos sistemas políticos nacionais para gerir os problemas
mundiais à escala global induziu o surgimento de uma Sociedade Civil Global,
que se pode manifestar das mais variadas formas, e que o autor caracterizou
ao longo da sua reflexão crítica:

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1 – Movimentos de Grupos locais e ONG’s

Em cada contexto local existem atores que defendem os interesses dos seus
grupos, dos seus pares e das suas comunidades, mas que simultaneamente
se preocupam com os problemas sociais resultantes da globalização. Ao
mesmo tempo, surgem organizações não-governamentais (ONGs) como
marcos de referência global para o cumprimento de ações e objetivos globais.

São organizações privadas


(embora muitas vezes apoiadas
ou parcialmente financiadas por
instituições públicas) que atuam
fora dos canais governamentais
para enfrentar problemas
globais.

Entidades que retratam ruturas no status-quo e que contribuem também para


um descrédito das instituições políticas estatais. Regem-se pela resolução de
problemas globais e geralmente defendem princípios básicos e / ou valores
intransigentes, como a igualdade de oportunidades, o fim da repressão
política, ideológica ou religiosa ou a defesa do ambiente, independentemente
dos interesses em jogo.

Em contraste com os partidos políticos, as ONGs têm considerável


popularidade e legitimidade, que se traduz na sua capacidade de obtenção
de financiamento quer através de doações, como também de voluntariado. A
sua actividade centra-se em questões práticas, casos específicos e
expressões concretas de solidariedade humana: salvar as crianças da fome,
libertar prisioneiros políticos, parar a lapidação das mulheres e melhorar o
impacto do desenvolvimento insustentável nas culturas indígenas. Um
desafio de rutura com os interesses instalados em prol do bem comum.

A política instrumental está em descrédito. Ao tornarem concretos os


problemas do mundo, as ONG, aumentam o apoio. E de que forma podem

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tornar concretos estes problemas? É através dos media que as organizações


chegam verdadeiramente ao público e mobilizam pessoas no apoio às causas
que defendem. Ao fazê-lo, acabam por pressionar os governos ameaçados
pelos eleitores ou as organizações, que passam a temer as reações dos
consumidores. Assim, os media tornaram-se o campo de batalha predileto
para uma campanha de ONGs. Uma vez que estas são campanhas globais,
os media globais são o principal alvo.

Durante a apresentação, foram enunciados exemplos de organismos não-


governamentais que se enquadram nas perspetivas defendidas pelo autor,
como é o caso da Greenpeace, da Amnistia Internacional ou da Unicef.

2 – Movimentos sociais que visam controlar o processo de Globalização

Estes movimentos são, para o autor “formas de


moldar as forças da globalização, criando
movimentos sociais com redes de ação e
organização próprias tendo em vista a
promoção da justiça no mundo.”

Os zapatistas, por exemplo, formaram em


1994 no México um movimento social que se
opunha aos efeitos económicos sociais e
culturais da globalização. No entanto, para garantir a sua subsistência e
sobrevivência, apelaram à solidariedade internacional, acabando por se
tornarem como verdadeiros heróis de uma rede de movimentos indígenas que
cresceram e ganharam relevância à escala global.

A ligação entre muitos destes movimentos numa rede global de debate e a


coordenação de redes permanentes de iniciativas sociais voltadas para a
alteração dos processos de globalização redefinem o cenário sociopolítico do
mundo.

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3 – Movimentos da Opinião Publica

O autor explica também a importância dos chamados “Movimentos da


Opinião Pública”, que se consubstanciam em fluxos de informação e
exposição mediática global, turbulenta num contexto complexo dos media.
Movimentos políticos organizados pelas redes sociais, alimentados pelo
fenómeno dos media, da partilha de informação em rede. Um fenómeno que
tem significado e implicação politica direta. A internet, o wireless, as redes
móveis, a latência e a velocidade, ao contruírem redes de comunicações
horizontais, providenciam simultaneamente ferramentas para despoletar o
debate e incitar ao movimento, à ação e à organização coletiva.

A apresentação do trabalho permitiu trazer alguns exemplos


contemporâneos desta realidade, bem como enunciar muitas das dinâmicas
associadas à rede enquanto promotora de organização e ação. O ano de
2013 ficou marcado pela utilização da rede social Facebook para permitir a
organização de um evento social de relevância significativa para o estado de
direito democrático português. Pela primeira vez, uma manifestação inspirava
outros tantos movimentos que, através da internet e das redes, concentraram
em espaços da capital portuguesa um conjunto significativo de estudantes,
de lesados de bancos nacionais que faliam ou de populares que se juntavam
em prol da defesa dos seus direitos.

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Esta nova Sociedade Civil Global tem agora os meios tecnológicos para existir
independentemente das instituições políticas tradicionais e dos meios de
comunicação de massa.

Conforme analisado nos movimentos acima descritos, esta é a sociedade que


faz eclodir movimentos de Citizen-journalism, de transmissão de SMS, vídeos
no Youtube, conversações no Whatsapp, partilha de notícias no Facebook,
informação em primeira mão no Twitter que alimenta os meios tradicionais,
num novo contexto de fluxo noticioso que eclode. A sociedade que faz eclodir
novas tendências que tornam mais difícil o garanto da sobrevivência dos
media tradicionais.

No entanto, a capacidade dos movimentos sociais para mudar a mentalidade


pública ainda depende, em grande medida, da necessidade de moldar o
debate na esfera pública, no domínio político.

A crescente incapacidade dos Estados-nação de enfrentar e gerir os


processos de globalização leva à criação de modelos ad-hoc de governo
global e, em última análise, a uma nova forma de “estado”.

Os Estados-nação, os partidos políticos, os sistemas judiciais, os governos ou


o parlamento não desaparecem. Ao invés, transformam-se para se
adaptarem ao novo contexto. E transformam-se de forma rápida, forçada,
mas pragmática, mudando a paisagem contemporânea da política e das suas
decisões, das suas leis.

E, conforme apresentado em aula, algo acontece. Os tecidos geopolíticos


sofrem mutações, permitindo o surgimento de novas tendências
transnacionais e globais :

 Estados nação associam-se uns aos outros, criando redes de estados


com propósitos específicos e constitucionalmente protegidos (União
europeia, Mercosur - Mercado Comum do Sul, Nafta - Tratado Norte-
Americano de Livre Comércio)

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 Estados constroem uma rede densa de instituições internacionais e


transatlânticas para gerir problemas globais (Nações unidas, FMI, Nato
- Organização do Tratado do Atlântico Norte, agências
internacionais…)
 Estados descentralizam o poder e os seus recursos num esforço para
garantir e preservar a sua legitimidade e/ou devolvem o poder aos
governos locais, regionais, às ONG’s, que têm a capacidade de
estender o processo de tomada de decisões na sociedade civil.

O estado é agora um Estado em Rede, num contexto de sociedade global. –


Rede de Estados Global

No entanto, o autor alerta para uma realidade: Os governos não partilham os


mesmos códigos discursivos, linguísticos, os mesmos valores ou tradições. As
redes de governo passam a ser espaços privilegiados para a negociações de
interesses de cada estado, ao serviço de cada estado. Os governos veem esta
visão global como uma oportunidade para maximizar os seus interesses e
influência, ao invés de olharem para eles e crescerem juntos de forma
sustentada. Quanto mais se desenvolve a globalização, mais contradições
surgem, crises identitárias económicas e de segurança, numa tendência para
o ressurgimento de regimes nacionalistas.

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Conclusão
Para Castells, a nova esfera pública é o resultado da formação de uma
Sociedade Civil Global e de uma Rede de Estados Global que integra as
nações e os países, sem que para isso signifique a existência de um governo
global.

A esfera pública global contemporânea depende, nessa medida, dos media,


da televisão, rádio e imprensa, bem como de uma variedade de sistemas de
comunicação e multimédia, entre os quais a Internet e as redes horizontais de
comunicação, que agora desempenham um papel decisivo.

O autor explica também que os sistemas de media atuais são locais e globais
ao mesmo tempo. Estão organizados em torno de um núcleo formado por
grupos empresariais de media com alcance global. Mas, ao mesmo tempo,
são dependentes das regulamentações do estado e estão focados no
narrowcasting para públicos específicos.

Ao atuar no sistema de media, particularmente através de eventos, imagens


e mensagens poderosas, ativistas transnacionais induzem o debate da
verdadeira globalização, das escolhas da sociedade, dos desafios globais.

É no equilíbrio entre os media sociais, os mass media e as redes horizontais


de comunicação que se jogam estas questões, e que os cidadãos passam a
ganhar palco mediático na defesa da promoção da mudança social.

Por vivermos num mundo globalizado e interdependente, o espaço da


codecisão política é necessariamente global. E, conforme argumenta o autor,
a escolha que a humanidade enfrenta está entre construir o sistema político
global como expressão de relações de poder independentes, sem mediação
cultural ou desenvolver uma esfera pública global em torno das redes globais
de comunicação, a partir das quais o debate público possibilita novas formas
de governação.

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Esta nova sociedade em rede, concatena as características de um mundo


cada vez mais pós-literário, pós democrático, pós-nacional e pós-ocidental, e
deixa levantadas questões do foro político, ético e sociológico, que a
humanidade responderá de forma orgânica e consecutiva, com a
previsibilidade da realidade da informação a tornar cada vez mais
imprevisível o propósito da utilização dessa informação, num contexto
transnacional e global.

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Bibliografia
Beck, Ulrich (2000), What is globalization? Malden, MA: Polity.

Brown, M. H., & May, J. (1991), The greenpeace story. Dorling Kindersley, Inc..

Castells, Manuel (2008), The New Public Sphere: Global Civil Society,
Communication Networks, and Global Governance, in The ANNALS of the
American Academy of Political and Social Science, Vol 616, Issue 1, pp. 78 –
93

Ilharco, F. (2014), Pós‐Sociedade: a sociedade pós‐literária, pós‐nacional,


pós‐democrática e pós‐ocidental. Lisboa: INCM

Martinez-Torres, M. E. (2001), Civil society, the Internet, and the Zapatistas.


Peace Review, 13(3), 347-355

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