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Direito Penal

RESENHA DO JÚRI SIMULADO


Discente: Stella Cácia Bento Schiavom - 3º ano de Direito (noturno)

Inicialmente, o Professor Ricardo Alexandre Ferreira, parceiro no desenvolvimento do


júri simulado, deu uma leva pincelada sobre o contexto histórico da época em que aconteceu o
julgamento. Segundo ele, no Brasil Imperial, o Tribunal do Júri era extremamente criticado,
Visconde do Uruguai afirmava que ele era um teatro que legalizava a criminalidade. Além
disso, neste período na história do Brasil, buscava-se apagar a cor, o que foi concretizado nesse
processo, o qual sua vítima é um homem negro, um liberto, morto por 4 homens livres.

Assim, foi dado início ao julgamento. A acusação começou a estabelecer o


procedimento de culpa dos réus. Foi lido o laudo do corpo de delito, que apresentava todas as
crueldades feitas à vítima Vicente. Em seguida, o caso foi apresentado aos jurados, foi dito que
os cinco envolvidos estavam na Fazendo do Sapé, em uma vendinha. Vicente chegou no local
e Floriano ofereceu um vintém de cachaça a ele, que recusou, mas em seguida ofereceu um
vintém de cachaça à Floriano. No momento em que o alforriado disse não à Floriano, os ânimos
se exaltaram, e apontaram armas na frente e nas costas de Vicente. As testemunhas acalmaram
a situação e o desentendimento parecia resolvido. Com isso, os envolvidos saem da vendinha
para beber em outro lugar, e no meio do caminho, Vicente é surpreendido por uma emboscada
feita pelos criminosos. A vítima foi arrastada para a mata, foi arramada em uma árvore, e sofreu
com espancamentos, tortura, até ser morta pelos homens que trabalharam conjuntamente,
motivados futilmente, apenas para conseguirem afirmar sua virilidade e honra em relação ao
ocorrido na vendinha. Também, segundo o testemunho de Joaquim Borges, Domingos tinha
uma rixa antiga com Vicente, e se aproveitou da situação para acertar as contas. E para
demonstrar ainda mais a frieza dos homens que cometeram o crime, a acusação disse que o
dinheiro que Vicente possuía foi tomado por Floriano, o qual distribui igualmente o dinheiro
entre ele, Domingos, Mariano e José Ignácio.

A segunda parte da acusação começou dizendo que os quatro criminosos eram homens
livres, que tinham livre-arbítrio, e podiam escolher o que quisessem ser, e escolheram ser
assassinos cruéis de um homem que, diferente deles, não tinha o privilégio da escolha, que era
inferior a eles e que vivia no limbo da cidadania. Eles não aceitaram que um homem negro
pudesse recusar ou ainda oferecer algo à eles, se sentiam como brancos superiores.
Conforme a acusação, não punir esses criminosos significaria legitimar o racismo, a
caça aos negros, a supremacia, deixar a população amedrontada e a permissão da barbárie. Punir
estes homens seria punir a exceção e não a regra – brancos estariam sendo julgados por matar
um negro. Eles mereciam a forca tanto pelo o que o Código afirmava, quanto pelo o que a Bíblia
dizia em Gêneses 9:6. O correto era a punição em grau máximo, sendo retribuído a eles o mal
que fizeram, mantendo o pacto social e a justiça. Assim, finalizaram a primeira parte da
acusação dizendo que o crime foi premeditado, cruel, por motivo fútil, em lugar ermo, com
surpresa e emboscada, abusando da confiança da vítima, da sua boa-fé, com concurso de
pessoas e tortura.

A defesa tomou a palavra, iniciando sua fala dizendo que os réus foram falsamente
postos como vilões psicopatas. Segundo a defesa, não era correto afirmar que o crime foi
cometido por racismo, porque já existiam homens negros livres, os chamados libertos, que
embora houvessem diferenças sociais, por todos estarem em um mesmo cenário, não haviam
tantas diferenças assim. Além disso, os réus provavelmente eram pardos.

Também declararam que a maioria dos testemunhos eram duvidosos, pois boa parte das
testemunhas viram e ouviram falar do ocorrido, e não necessariamente presenciaram o que
aconteceu. Dessa forma, os testemunhos podem sofrer alterações, pois cada vez que a situação
é repassada, ela é contada de uma maneira diferente. Um exemplo que põe em questão a
veracidade dos testemunhos é o fato de que foi dito que supostamente aconteceram torturas que
sequer foram relatadas no corpo de delito. O júri deveria apenas se atentar as testemunhas
diretas do caso.

A defesa buscou deixar muito claro que o mandante do crime era Floriano, que estava
foragido e não participou do julgamento. Os outros três participantes do delito foram coagidos
por ele para que cometessem o crime, sendo que cada um deles teve uma atuação, e por isso
cada um deles deveria ter uma punição diferente, sendo que a forca, punição máxima deveria
ser deixada para Floriano, que arquitetou todo o crime. Assim, Domingos por exemplo, foi
apenas cúmplice, e Mariano foi enganado, ele achou que iam beber e quando o crime aconteceu,
apenas observou.

Por fim, a defesa afirmou que a pena de morte como mera vingança perdia sua
finalidade. Considerando o viés racionalista da Constituição de 1824, em que as penas cruéis
foram abolidas, a pena de morte não deveria ser executada nesse caso.
Com isso, a acusação se utilizou da réplica para dizer que a defesa distorceu tudo o que
foi ditos por eles, que os criminosos trabalharam conjuntamente nesse crime segundo o próprio
testemunho dos réus dado no inquérito policial, em que assumem a culpa e dizem como cada
um contribuiu para o assassinato.

Em relação a suposta coação sofrida pela réus, pode-se dizer que era duvidoso. Os três
possuíam armas e poderiam enfrentar Floriano dizendo que não queriam participar daquilo, e
Floriano se encontraria sozinho e fraco em um dos polos. Também, responsabilizar Floriano
que nem do julgamento estava participando e não tinha a chance de se defender era muito fácil.

Logo, o correto seria o punir em grau máximo um crime com o máximo de crueldade.

Por fim, a defesa usa sua réplica dizendo que cada um deles deveria ter uma pena
diferente, pois tiveram participações distintas; não possuíam antecedentes criminais; estavam
embriagados (atenuante) e não tiveram oportunidade de defesa. Ainda lembraram os jurados
que a Constituição excluía as penas cruéis e o Direito não deveria ser usado como instrumento
de vingança.

Finalmente, foram lidas as doze perguntas que caberiam aos jurados responderem, as
quais definiriam os réus culpados ou não. Ao final da apuração, os réus foram julgados culpados
e como punição, deveriam ser executados na forca, conforme o artigo 192 do Código Imperial.

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