Sie sind auf Seite 1von 2

CONSULTA/2275/2006/AC

INTERESSADO: DMAE – DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ÁGUA E ESGOTO DE


UBERLÂNDIA – MG
At.: Sr. Hugo César Amaral

Consulta-nos o DMAE – Departamento Municipal de Água e Esgoto de U-


berlândia – MG, conforme o e-mail de 4/4/2006.

A orientação da Consultoria NDJ é no seguinte sentido:

Lei nº 11.101/2005 (Nova Lei de Falências) – Empresas que se encon-


tram em processo de recuperação judicial ou extrajudicial – Participa-
ção em licitação – Considerações.

Grife-se, inicialmente, que o tema afeto à participação de empresas concorda-


tárias em licitações sempre foi bastante polêmico na doutrina, em razão da natureza desse insti-
tuto. Uma posição mais restritiva sempre defendeu que o deferimento do pedido de concordata
preventiva é causa impeditiva de participação da empresa no certame. A posição menos restri-
tiva, todavia, sustenta a possibilidade de participação em licitações e celebração de contrata-
ções com essas empresas, sob o argumento de que a concordata preventiva não exterioriza um
quadro econômico-financeiro irrecuperável, já que admite reversão, além de prestigiar o prin-
cípio da supremacia do interesse público.
Com a entrada em vigor da Lei nº 11.101/2005, o instituto da concordata não
mais existe, já que fora “substituído” pelo instituto da recuperação judicial e extrajudicial, o
qual, ao menos à primeira vista, acaba por corroborar essa segunda tese, já que tem por objeti-
vos precípuos o “(...) saneamento da crise econômico-financeira e patrimonial, preservação da
atividade econômica e postos de trabalho, bem como o atendimento aos interesses dos credores
(...)” (cf. Fábio Ulhoa Coelho, in Curso de Direito Comercial, vol. 3, 5ª ed., Saraiva, 2005, pp.
381/382), vale dizer, a preservação da empresa.
Parece-nos, por esta razão, que a eventual tese de que uma empresa “em re-
cuperação” não poderá participar de uma licitação, ser considerada habilitada e/ou contratada
pelo Poder Público dificilmente logrará êxito. A questão, no entanto, permanece controvertida.
Esta Consultoria, data maxima venia, sempre manifestou simpatia pela se-
gunda tese acima exposta. A nosso sentir, portanto, não se poderá proibir a participação em
licitação de empresas que se encontrem em recuperação judicial ou extrajudicial.
Recomenda-se, entretanto, e para o caso de ser adotado este segundo enten-
dimento, que a Administração Consulente, ad cautelam, proceda a uma análise mais detalhada
dos documentos habilitatórios da licitante que se encontre nesta condição, afetos à sua capaci-
dade econômico-financeira (balanços, patrimônio, garantias), desde que solicitados no ato con-
vocatório, a fim de verificar se, de fato, a empresa possui as condições necessárias para o cum-
primento a contento do futuro contrato a ser eventualmente celebrado entre as partes.
Essas seriam, por fim, as considerações a serem feitas a respeito do tema
proposto, sem embargo de outros entendimentos em sentido contrário, para com os quais
manifestamos, desde já, o nosso respeito.

São Paulo, 5 de abril de 2006.

Elaboração:

(assinado no original)
Ana Cristina Fecuri
OAB/SP 125.181

Aprovação da Consultoria NDJ

(assinado no original)
Cerdônio Quadros
OAB/SP 40.808

Das könnte Ihnen auch gefallen