Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Desenvolvido por:
8931 – GEPES CURITIBA - PR
Curitiba, 2019.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................................5
2 OBJETIVO DO CURSO ..........................................................................................................................5
3 BRIGADA DE INCÊNDIO.......................................................................................................................5
3.1 Composição da Brigada de Incêndio ............................................................................................................. 5
3.2 Organização da brigada de incêndio ............................................................................................................. 6
3.3 Programa do Curso de Brigada de Incêndio .................................................................................................. 7
3.4 Ações da Briga da de Incêndio ...................................................................................................................... 7
3.5 Controle do programa de brigada de incêndio ............................................................................................. 7
3.6 Identificação da brigada ................................................................................................................................ 8
3.7 Comunicação interna e externa .................................................................................................................... 9
3.8 Grupos de apoio ............................................................................................................................................ 9
4 ASPECTOS LEGAIS ...............................................................................................................................9
5 IMPLANTAÇÃO DA BRIGADA DE INCÊNDIO..................................................................................... 10
6 TEORIA DO FOGO E ELEMENTOS DA COMBUSTÃO......................................................................... 10
6.1 Triângulo do Fogo........................................................................................................................................ 10
6.2 Reação em cadeia ....................................................................................................................................... 14
6.3 Fases do incêndio ........................................................................................................................................ 15
7 PRODUTOS DA COMBUSTÃO .......................................................................................................... 16
7.1 Lesões por inalação de fumaça ................................................................................................................... 17
8 PROPAGAÇÃO DO FOGO ................................................................................................................. 19
8.1 Condução .................................................................................................................................................... 19
8.2 Convecção ................................................................................................................................................... 20
8.3 Radiação ...................................................................................................................................................... 20
9 CLASSES DE INCÊNDIO ..................................................................................................................... 20
9.1 Incêndio classe A: ........................................................................................................................................ 21
9.2 Incêndio classe B ......................................................................................................................................... 21
9.3 Incêndio classe C ......................................................................................................................................... 21
9.4 Incêndio classe D ......................................................................................................................................... 21
9.5 Incêndio classe K ......................................................................................................................................... 22
10 TÉCNICAS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIO E EXPLOSÕES .................................................................. 22
10.1 Regras básicas ............................................................................................................................................. 23
11 MÉTODOS DE EXTINÇÃO ................................................................................................................. 23
11.1 Extinção por ISOLAMENTO .......................................................................................................................... 24
11.2 Extinção por ABAFAMENTO ........................................................................................................................ 24
11.3 Extinção por RESFRIAMENTO ...................................................................................................................... 24
11.4 Extinção QUÍMICA ...................................................................................................................................... 25
11.5 Extinção de incêndios classe C .................................................................................................................... 25
11.6 Algumas observações sobre extinção de incêndios classe D ...................................................................... 25
12 AGENTES EXTINTORES ..................................................................................................................... 25
12.1 Agua ............................................................................................................................................................ 26
12.2 Espumas mecânica ...................................................................................................................................... 27
12.3 Dióxido de carbono (CO2) ............................................................................................................................ 28
12.4 Pó químico seco (PQS)................................................................................................................................. 29
13 EPI – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ........................................................................... 30
13.1 Proteção respiratória .................................................................................................................................. 30
13.2 Proteção para cabeça .................................................................................................................................. 31
13.3 Proteção para o tronco ............................................................................................................................... 31
13.4 Proteção para as mãos e pés....................................................................................................................... 32
14 EQUIPAMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIO ................................................................................... 32
14.1 Extintores e acessórios ................................................................................................................................ 32
14.2 Sistema de Hidrantes .................................................................................................................................. 37
14.3 Sprinklers..................................................................................................................................................... 39
2
14.4 Detecção e Alarme de Emergência ............................................................................................................. 39
14.5 Iluminação de Emergência .......................................................................................................................... 40
14.6 Sinalização de Emergência .......................................................................................................................... 40
14.7 Porta corta-fogo .......................................................................................................................................... 41
14.8 Corrimão ..................................................................................................................................................... 41
15 ABANDONO DE ÁREA ...................................................................................................................... 41
15.1 Procedimentos básicos de emergência: ...................................................................................................... 42
15.2 Ordem de Abandono ................................................................................................................................... 43
15.3 Pontos de Encontro ..................................................................................................................................... 43
15.4 Recomendações gerais para a população da planta ................................................................................... 43
16 PESSOAS COM MOBILIDADE REDUZIDA .......................................................................................... 44
16.1 Transporte de Apoio ................................................................................................................................... 45
16.2 Transporte pelas Extremidades................................................................................................................... 45
16.3 Transporte de Cadeira ................................................................................................................................. 46
16.4 Transporte nas Costas ................................................................................................................................. 46
16.5 Transporte de Bombeiro ............................................................................................................................. 46
17 RISCOS ESPECÍFICOS ........................................................................................................................ 47
17.1 Produtos Químicos ...................................................................................................................................... 47
17.2 Gerador de energia ..................................................................................................................................... 47
17.3 Bomba de incêndio ..................................................................................................................................... 48
17.4 Grupo de abandono - GRUA ........................................................................................................................ 49
18 PSICOLOGIA EM EMERGÊNCIAS ...................................................................................................... 51
18.1 Tempo de Pré-movimento (TPre)................................................................................................................ 51
18.2 Viés da normalidade: .................................................................................................................................. 51
18.3 Reação de luta ou fuga ................................................................................................................................ 52
18.4 Pânico .......................................................................................................................................................... 52
18.5 Pânico x Afiliação ........................................................................................................................................ 52
18.6 Busca por locais familiares .......................................................................................................................... 52
18.7 Medo paralisante: ....................................................................................................................................... 52
18.8 Vítimas são vítimas;..................................................................................................................................... 53
18.9 Conclusões: ................................................................................................................................................. 53
19 SISTEMA DE CONTROLE DE ACIDENTES .......................................................................................... 53
19.1 Histórico ...................................................................................................................................................... 54
19.2 Utilização da ferramenta ............................................................................................................................. 54
19.3 Utilização da ferramenta no Banco do Brasil .............................................................................................. 55
20 PRIMEIROS SOCORROS .................................................................................................................... 57
20.1 Na situação de emergência cabe ao brigadista: .......................................................................................... 57
20.2 Na avaliação e realização dos primeiros socorros cabe ao brigadista: ....................................................... 57
21 AVALIAÇÃO DO CENÁRIO E ABORDAGEM INICIAL .......................................................................... 58
21.1 Acionamento do serviço especializado de urgência/emergência ............................................................... 59
21.2 Atendimento inicial à vítima ....................................................................................................................... 60
22 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA .................................................................................................... 61
22.1 DESOBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS ............................................................................................................... 64
23 HEMORRAGIA .................................................................................................................................. 68
24 DESMAIO ......................................................................................................................................... 68
25 CRISE CONVULSIVA .......................................................................................................................... 69
26 FERIMENTOS .................................................................................................................................... 70
26.1 Cortes e machucados .................................................................................................................................. 70
26.2 Ferimentos extensos ou profundos ............................................................................................................ 71
27 FRATURAS, ENTORSES E LUXAÇÕES ................................................................................................ 72
27.1 Fraturas ....................................................................................................................................................... 72
27.2 Entorses....................................................................................................................................................... 73
27.3 Luxações ...................................................................................................................................................... 74
28 QUEIMADURAS ................................................................................................................................ 74
29 CHOQUE........................................................................................................................................... 76
3
30 ENVENENAMENTO E INTOXICAÇÕES .............................................................................................. 77
31 PICADA DE ANIMAIS PEÇONHENTOS .............................................................................................. 79
31.1 Serpentes .................................................................................................................................................... 79
31.2 Aranhas ....................................................................................................................................................... 82
31.3 Escorpiões ................................................................................................................................................... 83
32 OUTRAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS ................................................................................................... 84
32.1 AVC (Acidente Vascular Cerebral) ............................................................................................................... 84
32.2 Hipoglicemia ................................................................................................................................................ 85
32.3 Corpos Estranhos ........................................................................................................................................ 86
33 TRANSPORTE DE ACIDENTADOS...................................................................................................... 87
34 KIT DE PRIMEIROS SOCORROS......................................................................................................... 88
4
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVO DO CURSO
3 BRIGADA DE INCÊNDIO
5
A composição da brigada de incêndio deve levar em conta a participação de pessoas de
todos os setores.
6
3.3 Programa do Curso de Brigada de Incêndio
a) Identificar a situação;
b) Acionar alarme e orientar para abandono do prédio;
c) Acionar bombeiros ou ajuda externa;
d) Corte de energia;
e) Primeiros socorros;
f) Combate ao princípio de incêndio;
g) Recepção e orientação ao corpo de bombeiros.
Para que o trabalho da brigada de incêndio tenha êxito, além do curso de formação, dos
treinamentos de reciclagem e exercícios simulados é importante a realização de reuniões
periódicas e extraordinárias.
7
c) Apresentação de problemas relacionados à prevenção de incêndios
encontrados nas inspeções para que sejam feitas propostas corretivas;
d) Atualização das técnicas e táticas de combate a incêndio;
e) Alterações ou mudanças do efetivo da brigada;
8
O brigadista deve utilizar constantemente em lugar visível uma identificação que o
reconheçam como membro da brigada.
No caso de uma situação real ou simulado de emergência, o brigadista deve usar
braçadeira, colete ou capacete para facilitar sua identificação e auxiliar na sua atuação.
É vedado ao brigadista ou brigadista profissional o uso de uniformes ou distintivos iguais
ou semelhantes aos utilizados pelo Corpo de Bombeiros
Nas plantas em que houver mais de um pavimento, setor ou edificação, deve ser
estabelecido previamente um sistema de comunicação entre os brigadistas, a fim de facilitar as
operações durante a ocorrência de uma situação real ou simulado de emergência.
Essa comunicação pode ser feita através de telefones, quadros sinópticos, interfones,
sistemas de alarme, rádios, alto-falantes, sistemas de som interno etc.
Caso seja necessária a comunicação com meios externos (Corpo de Bombeiros ou Plano
de Auxílio Mútuo), o(a) telefonista ou operador de rádio é o(a) responsável. Para tanto, faz-se
necessário que essa pessoa seja devidamente treinada e que esteja instalada em local seguro e
estratégico para o abandono.
4 ASPECTOS LEGAIS
Um dos critérios básicos para ser brigadista é ter responsabilidade legal, ou seja, maior
idade é quando todo indivíduo plenamente capaz é responsável civil e criminalmente pelos atos
que comete, ou seja, tudo o que fizer pode gerar obrigação de reparar seu prejuízo e cumprir
pena criminal.
O Brigadista pode, então, ser obrigado a indenizar todo e qualquer prejuízo que causar
ao patrimônio de terceiro, bem como pela morte ou lesão causada por seu erro.
A indenização varia de acordo com o bem atingido, o grau de lesão ou prejuízo causado,
a situação financeira da vítima e do brigadista e, ainda, em caso de lesão, conforme se a lesão
incapacita ou não para o trabalho e em caso de morte, com a idade da vítima.
Além das atribuições previstas na NPT 017 – Parte 02, deve o brigadista estar ciente da
documentação relativa à certificação do Corpo de Bombeiros referente à edificação, Certificado
de Vistoria em Estabelecimento (CVE) e Plano de Segurança Contra Incêndio e Pânico (PSCIP).
Deve atentar-se sobre atualização e validade dos documentos citados.
Acionar o Corpo de Bombeiros quando necessário, devendo o responsável de maior
hierarquia da brigada de incêndio (coordenador-geral, chefe da brigada ou líder, conforme o
caso) designar 1 (um) brigadista para aguardar o socorro na entrada principal da edificação, e
repassar as informações necessárias ao atendimento de sinistros.
Segundo item 6.2.3, da NPT 17, deve priorizar a evacuação da edificação nos casos de
sinistro.
9
5 IMPLANTAÇÃO DA BRIGADA DE INCÊNDIO
O Anexo “C” da NPT 17 traz todas as informações e etapas para implantação da brigada
de incêndio.
6.1.1 Combustível
10
a) Combustíveis Sólidos:
b) Combustíveis Líquidos
11
Os líquidos têm massa e volume definido, no
entanto, não possuem forma definida, exceto por
sua superfície sempre plana. Os líquidos assumem a
forma do recipiente que os contêm. Se derramados,
os líquidos se espalham pelo solo, fluindo para e se
acumulando nas partes mais baixas.
Exemplos: gasolina, etanol (álcool),
querosene, ...
Figura 3: Combustíveis líquidos
c) Combustíveis Gasosos
Expansão:
6.1.2 Comburente
12
O oxigênio é o comburente mais comumente encontrado, sua presença em
concentrações a partir de 16% no ar atmosférico possibilita vida às chamas e intensifica a
combustão.
A atmosfera é composta por 21% de oxigênio, 78% de nitrogênio e 1% de outros gases.
Em ambientes com a composição normal do ar, a queima desenvolve-se com velocidade e de
maneira completa. Notam-se chamas. Contudo, a combustão consome o oxigênio do ar num
processo contínuo. Quando a porcentagem do oxigênio do ar do ambiente passa de 21% para a
faixa compreendida entre 16% e 9%, a queima torna-se mais lenta, notam-se brasas e não mais
chamas. Quando o oxigênio contido no ar do ambiente atinge concentração menor que 9%, não
há combustão.
6.1.3 Calor
É uma forma de energia. É o elemento que dá início ao fogo, é ele que faz o fogo se
propagar.
Pode ser uma faísca, uma chama ou até um superaquecimento em máquinas e
aparelhos energizados.
Vimos que um corpo precisa ser aquecido para liberar destilados. Estes é que irão
queimar e no processo de aquecimento de uma substância, até que ela queime, são observadas
várias fases limitadas por temperaturas ou pontos.
a) Ponto de Fulgor
b) Ponto de Combustão
13
Figura 6: Ponto de combustão
c) Ponto de ignição
Existe uma temperatura a partir da qual os gases desprendidos irão queimar-se mesmo
que não se tenha aproximado nenhuma fonte de calor. É o ponto de ignição ou temperatura de
ignição.
14
Reação química: Toda reação química implica na obtenção de produtos os quais sofrem
transformações em suas propriedades físicas e químicas ao longo do processo de reação. Em
outras palavras, em um dado sistema, reação química é a transformação em que novas
substâncias são formadas a partir da atividade interatômica de outras.
Alguns exemplos de reação em cadeia: Reação de Combustão; Fissão nuclear.
Reação de Combustão: reação de combustão é uma reação de oxidação completa
autossustentada de um combustível, ao menos, até que o comburente e o combustível sejam
mantidos. O Hidrogênio (H), o Carbono (C) e o Enxofre (S) são os principais elementos
considerados combustíveis. Evidencia uma reação em cadeia pela liberação de radicais livres e
gases inflamáveis que mantém o ciclo de reação. O calor emitido é a energia liberada pelo
processo exotérmico.
15
Figura 10: Fase do incêndio
7 PRODUTOS DA COMBUSTÃO
Contrariamente a opinião popular, o maior risco à vida devido aos incêndios, não se
constitui nem das chamas, nem do calor, senão da inalação de fumaça e gases aquecidos e
tóxicos, assim como a deficiência de oxigênio.
A quantidade e os tipos de gases da combustão presentes durante e depois de um
incêndio varia fundamentalmente com a composição química do material da combustão, com a
quantidade de oxigênio disponível e também com a temperatura do incêndio.
Dentre os produtos da combustão, aqueles que apresentam impacto mais significativo
em bombeiros, brigadistas e pessoas envolvidas em um incêndio são o calor e a fumaça.
A fumaça gerada em incêndios contêm gases asfixiantes e irritantes.
Os asfixiantes são aqueles que causam a depressão do sistema nervoso central,
produzindo desorientação, intoxicação, perda da consciência e até morte.
A redução dos níveis de oxigênio como resultado de um incêndio também provocará
efeitos narcóticos nos humanos.
16
Os agentes irritantes são substâncias que causam lesões na respiração (irritantes
pulmonares), além de inflamação nos olhos, vias aéreas superiores e pele (irritantes sensoriais).
Os pulmões e as vias aéreas são mais vulneráveis a lesões decorrentes de incêndio que
outras áreas do corpo, em virtude de os sinistros, sejam ao ar livre ou confinados,
apresentarem atmosfera potencialmente tóxica. Por isso, somente bombeiros treinados e
protegidos, adequadamente, devem efetuar o combate ao fogo.
Existem quatro mecanismos de lesão inalatória associada a incêndio:
- Deficiência de oxigênio;
- Temperatura elevada;
- Partículas encontradas na fumaça; e
- Gases tóxicos associados ao incêndio
a) Deficiência de oxigênio
b) Temperatura elevada
17
Os ASFIXIANTES são aqueles que causam a depressão do sistema nervoso central,
produzindo desorientação, intoxicação, perda da consciência e até morte. Os mais comuns são:
a) Monóxido de Carbono – CO
a) Acroleína:
18
c) Ácido clorídrico - cloreto de hidrogênio:
Se forma a partir da combustão de materiais que contem cloro (exemplo: PVC). Agente
irritante sensorial e pulmonar. Irritantes aos olhos, parte superior do trato respiratório e pode
produzir distúrbios de comportamento. De forma geral eles produzem disfunções respiratórias
e certa susceptibilidade à infecções.
d) Outras complicações
8 PROPAGAÇÃO DO FOGO
8.1 Condução
19
8.2 Convecção
8.3 Radiação
9 CLASSES DE INCÊNDIO
20
9.1 Incêndio classe A:
21
Metais pirofórico como: magnésio, potássio,
alumínio em pó, que necessitam para sua extinção
de agentes extintores especiais que quebram a
reação em cadeia quando inflamados.
Os óleos de cozinha usados para fritura têm uma faixa ampla de temperaturas de
autoignição. Ela pode ocorrer em qualquer intervalo entre 288ºC e 385º C. Quando o óleo é
aquecido além destas temperaturas, ocorre a autoignição, uma vez em chamas, a temperatura
de autoignição pode baixar cerca de 10º C e incêndio será sustentado a menos que a massa
inteira de óleo for refrigerada abaixo da nova temperatura de autoignição.
Quando um agente extintor de base alcalina (Pó B-C) são aplicados, á gorduras
saturadas a altas temperaturas, ocorre uma reação chamada de “saponificação”. A reação
forma uma espuma “ensaboada” que abafa o fogo e contém os vapores inflamáveis e o
combustível quente.
Pós a base de monofosfato de amônia (ABC) são ácidos por natureza e não saponificam
quando aplicados a combustível de cozinha queimando.
22
- Manter GRUA e/ou Brigada de Incêndio devidamente dimensionados, treinados e
preparados para identificar situações de risco e atuar frente a emergências;
- Realizar os simulados de abandono conforme preconizado na NPT 17 e IN 399-1;
- Realizar inspeção nos equipamentos de prevenção e controle de incêndio;
11 MÉTODOS DE EXTINÇÃO
23
11.1 Extinção por ISOLAMENTO
Consiste na retirada ou interrupção do COMBUSTÍVEL que ainda não foi atingido pelo
incêndio, com suficiente margem de segurança do campo de propagação do fogo.
Esta técnica é mais aplicada nos incêndios em combustíveis classe B, pois estes
incêndios geram muito calor e sua extinção não é fácil. Necessitam, no entanto, de grandes
quantidades de oxigênio, cujo suprimento uma vez interrompido, irá extinguir a combustão.
24
Figura 21: Extinção por retirada de calor
Este método é mais adequado para incêndio em combustíveis classe A, uma vez que, as
características dos incêndios classe A é a geração de pouco calor e sobre esta característica,
portanto, que se deve atuar para extingui-lo.
A principal característica deste tipo de incêndio é o risco de vida por estarmos lidando
com eletricidade.
A extinção deve, portanto, iniciar-se com o desligamento do equipamento que queima.
Há casos em que o início de incêndio classe C gera incêndios classe A e/ou B (ar condicionado
entrando em curto-circuito e incendiando a cortina próxima, por exemplo).
12 AGENTES EXTINTORES
25
Os agentes extinguem o fogo física ou quimicamente, podendo, às vezes, combinar
estas duas ações. São armazenados e utilizados nos estados: sólido, líquido ou gasoso.
Os agentes extintores mais conhecidos e utilizados para a prevenção, combate ou
supressão de incêndio ou explosão, são os seguintes:
a) Água;
b) Espuma;
c) Dióxido de carbono (CO2);
d) Pós químicos.
12.1 Agua
A água é o agente extintor de incêndios mais antigo e mais utilizado através dos tempos,
sendo a substância mais difundida na natureza e de valor financeiro irrelevante em relação aos
outros agentes existentes. A água pode ser encontrada na natureza sob os três estados físicos
fundamentais da matéria, ou seja, sólido, líquido ou gasoso.
26
12.1.2 Neblina
É inadequado o uso da água como agente extintor para incêndios de Classe C, devido a
condutividade elétrica que a água apresenta, podendo causar danos à segurança do operador.
O meio mais comum de combate a incêndios desta classe, é a eliminação da fonte de
corrente elétrica para, só depois, promover a extinção utilizando água, ou simplesmente,
utilizar um outro agente extintor que não seja condutor de corrente elétrica.
27
12.2.1 Princípio de extinção
Vantagens
- É o único agente extintor que flutua sobre os combustíveis inflamados;
- É o único agente extintor que, em ambiente aberto, permanece isolando o combustível
por períodos prolongados; e
- Pelas características anteriores, é o único agente extintor capaz de extinguir incêndios
de Classe B em grandes áreas abertas.
28
que impedem a combustão, atuando desta forma por ABAFAMENTO, que é sua principal
característica. Age também por resfriamento como ação secundária.
a) Incêndios de classe A
Apesar de ser efetivo na extinção das chamas por abafamento, o gás carbônico torna-se
ineficiente para incêndios Classe A, em função de sua falta de penetração e do pouco poder de
resfriamento na superfície do combustível, permitindo sua reignição. Para contornar este
problema, é necessária uma concentração de CO2 capaz de reduzir a concentração de O2 no
ambiente para níveis abaixo de 6%, até o resfriamento total do combustível.
b) Incêndios de classe B
c) Incêndios de classe C
O CO2 é o mais eficiente agente extintor para incêndio Classe C, pois não é condutor de
corrente elétrica e não deixa resíduos que danificam equipamentos elétricos e eletrônicos.
29
a) À Base de Bicarbonato de Sódio (B-C)
b) Tipo ABC
30
Diante disso, o equipamento de respiração
autônoma é o EPI mais indicado.
- Cilindro com ar respirável sob pressão,
- Máscara facial inteira com visor transparente;
- Suporte para conduzir o equipamento nas
costas; e
- Demais instrumentos para operação e
controle.
Figura 27:Proteção respiratória
31
13.4 Proteção para as mãos e pés
32
Figura 31: Detalhe da fixação do extintor de incêndio
Nunca teste seu extintor. Mesmo uma pequena descarga poderá reduzir a pressão
interna tornando o extintor inoperante. Em caso de dúvida sobre seu funcionamento consulte
uma empresa de manutenção;
Não descarregue o extintor no rosto ou em qualquer parte do corpo de uma pessoa.
Esta ação poderá causar sérias queimaduras de pele;
Nunca incinere o extintor, mesmo que vazio, mantendo-o sempre longe do fogo. O
aumento da pressão interna poderá provocar explosão;
A manutenção desses equipamentos juntamente com o treinamento de pessoas para
seu uso é fundamental para seu objetivo.
Os extintores devem estar lacrados, com a pressão adequada e possuir selo de
conformidade concedida por órgão credenciado pelo Sistema Brasileiro de Certificação
(Inmetro).
Os lacres mudarão de cor a cada ano, veja abaixo as cores e seus respectivos anos:
- De 01/01/2016 a 30/12/2016 PRETO
33
- De 01/01/2017 a 30/12/2017 ALARANJADA
- De 01/01/2018 a 30/12/2018 PÚRPURA
- De 01/01/2019 a 30/12/2019 AMARELO
- De 01/01/2020 a 30/12/2020 VERDE
- De 01/01/2021 a 30/12/2021 BRANCO
34
- É indicado para combater incêndios da classe B;
- Pode ser utilizado na classes C, podendo danificar o
equipamento;
- Age por abafamento;
- Age por quebra da reação em cadeia, impedindo que os
radicais livres reajam entre si, dando continuidade a
reação em cadeia;
- A carga varia de 4kg a 12kg, sendo o de 4kg o mais
comum nas agências.
Figura 34: Extintor PQS
O Extintor Espuma Mecânica é composto por água e uma espécie de sabão líquido que
ao misturar com ar no difusor, forma o agente extintor, no caso a espuma.
35
14.1.7 Pó ABC (Fosfato de Monoamônico)
São extintores com pó químico de coloração amarelada que atuam também em fogo de
combustíveis Classe A. Estes utilizam o como agente extintor o fosfato de monoamônico que é
capaz de derreter e fluir a 177º C formando uma capa para abafar o fogo.
- Age por abafamento;
- Age por quebra da reação em cadeia.
Figura 37: Capacidade Extintora para Classe A Figura 38: Capacidade Extintora Classe B
Extintores portáteis de incêndio são aparelhos a serem usados por uma só pessoa para
combater princípios de incêndios. Constituídos de um recipiente contendo uma substância
36
extintora, expelida por ação manual devido à pressão de um gás propelente ou como resultado
de uma reação química.
- Identifique o Extintor através de sua aparência externa e etiqueta presa ao mesmo,
observando se o manômetro está carregado;
- Retire o Extintor do suporte preso a parede ou outro lugar em que esteja
acondicionado;
- Retire o lacre e o pino de segurança;
- Empunhe a mangueira para baixo e aperte o gatilho rapidamente, a fim de
confirmar o agente extintor;
- Transporte o Extintor até próximo do local sinistrado;
- Aperte o gatilho e direcione o jato para a base do fogo e movimente-o em forma de
"ziguezague" horizontal.
- Nos extintores de CO2, segure a mangueira sempre pelo cabo do difusor (nunca no
cone), evitando assim possíveis queimaduras pelo congelamento provocado pelo
agente CO2;
- Inicie o combate há uma distância segura e em seguida aproximando-se conforme a
capacidade de alcance do extintor.
37
A mangueira deve ser guardada de modo
ADUCHADA, ou seja, dobrada próximo ao meio, ficando o
lado de fora cerca de 40cm mais comprido que o de dentro
e enrolada a partir da dobra em direção as extremidades.
Após o uso as mangueiras devem ser deixadas para
secar em um plano inclinado ou em posição vertical para
escoar a água (em lugar seco e se possível ao abrigo do
sol).
Figura 40: Mangueira de hidrante
14.2.2 Esguicho
Os esguichos podem ser fixos para produzir um jato compacto de água ou reguláveis
para produzir jato compacto, jato de neblina ou fechar a saída de água.
A vantagem do jato compacto é o seu maior alcance. O jato de neblina permite maior
aproximação nos incêndios, provê resfriamento de uma maior área, formando uma cortina de
proteção ao usuário contra o calor e causa menos danos ao patrimônio.
38
Figura 43: Chave storz
14.3 Sprinklers
Este sistema fixo de proteção contra incêndios apresenta a grande vantagem de evitar a
propagação do fogo e os danos causados pela água
Quando se origina um princípio de incêndio o equipamento entra automaticamente em
operação fazendo soar um alarme e somente os chuveiros nas proximidades do fogo se
rompem e entram em funcionamento.
Sensibilidade Térmica: É a medida da velocidade de operação de um elemento termo
sensível, na maneira como instalado em um chuveiro específico. Uma medida da sensibilidade
térmica é o índice de tempo de resposta (RTI) medido sob condições padronizadas de teste.
39
Figura 46: Acionador manual Figura 47: Detector de fumaça
Figura 48: Luz de emergência de led Figura 49: Luz de emergência tipo farolete
40
Figura 50: Indicação de rotas de fuga Figura 51: Indicação de equipamento de combate a
incêndio
14.8 Corrimão
Os corrimãos das rotas de fuga devem ser contínuos e sem pontos de enrosco. Estes são
importantes para evitar quedas e ao mesmo tempo, levam ao local seguro, ou seja, caso ocorra
falta de luz e o sistema de iluminação de emergência falhar, o corrimão é o guia para chegar ao
local seguro.
15 ABANDONO DE ÁREA
41
15.1 Procedimentos básicos de emergência:
a) Alerta:
Identificada uma situação de emergência, qualquer pessoa pode alertar, através dos
meios de comunicação disponíveis, os ocupantes e os brigadistas
b) Análise da situação:
Após o alerta, a brigada deve analisar a situação, desde o início até o final do sinistro.
d) Apoio externo:
e) Primeiros socorros:
f) Corte de energia:
g) Abandono de área:
42
h) Confinamento do sinistro:
i) Isolamento da área:
k) Extinção:
43
- Nunca voltar para apanhar objetos;
- Ao sair de um lugar, fechar as portas e janelas sem trancá-las;
- Não se afastar dos outros e não parar nos andares;
- Levar consigo os visitantes que estiverem em seu local de trabalho;
- Ao sentir cheiro de gás, não acender ou apagar luzes;
- Deixar a rua e as entradas livres para a ação dos bombeiros e do pessoal de socorro
médico;
- Encaminhar-se ao ponto de encontro e aguardar novas instruções.
Em situações extremas:
- Evitar retirar as roupas e, se possível, molhá-las;
- Se houver necessidade de atravessar uma barreira de fogo, molhar todo o corpo,
roupas, sapatos e cabelo;
- Proteger a respiração com um lenço molhado junto à boca e ao nariz e manter-se
sempre o mais próximo do chão, já que é o local com menor concentração de
fumaça;
- Antes de abrir uma porta, verificar se ela não está quente;
- Se ficar preso em algum ambiente, aproximar-se de aberturas externas e tentar de
alguma maneira informar sua localização;
- Nunca saltar.
É a ação de remover ou retirar uma pessoa de um local para outro ou até leva-la ao
hospital. A vítima de um acidente pode ter seu estado agravado se não forem tomados
cuidados mínimos e essenciais em seu transporte para o atendimento médico. Portanto, para
evitar riscos:
- Alguns membros da equipe de brigada ou das equipes de auxiliares deverão ser
destacados para o auxílio à saída destas pessoas.
- A remoção das pessoas com mobilidade reduzida depende da análise do grupo
responsável pela retirada das pessoas considerando as características dos locais e
da população.
- Um transporte mal feito pode provocar danos muitas vezes irreversíveis;
- O transporte de vítimas é assunto que suscita polêmicas. Devemos tentar trocar
experiências.
- A proficiência depende quase que exclusivamente de prática e habilidade física.
- Enquanto se prepara o transporte de um acidentado, acalmá-lo, principalmente
demonstrando tranquilidade, com o controle da situação.
44
16.1 Transporte de Apoio
Uma das pessoas que estão prestando os primeiros socorros segura com os braços o
tronco da vítima, passando-os por baixo das axilas da mesma. A outra, de costas para o
primeiro, segura as pernas da vítima com seus braços.
45
16.3 Transporte de Cadeira
Este transporte pode ser aplicado em casos que não envolvam fraturas e lesões graves.
É um meio de transporte eficaz e muito útil, se puder ser realizado por uma pessoa ágil e
fisicamente capaz.
Primeiro coloca-se o acidentado em decúbito ventral. Em seguida, ajoelha-se com um só
joelho e, com as mãos passando sob as axilas do acidentado, o levanta, ficando agora de pé, de
frente para ele.
A pessoa que está prestando os primeiros socorros coloca uma de suas mãos na cintura
do acidentado e com a outra toma o punho, colocando o braço dela em torno de seu pescoço.
Abaixa-se, então, para frente, deixando que o corpo do acidentado caia sobre os seus ombros.
A mão que segurava a cintura do acidentado passa agora por entre as coxas, na altura da dobra
do joelho, e segura um dos punhos do acidentado, ficando com a outra mão livre.
46
Figura 58: Transporte de bombeiro
17 RISCOS ESPECÍFICOS
Quando houver vazamentos estancar com material absorvente (areia, terra, serragem) e
não provocar faísca ou chama (interromper fontes de ignição). Caso ocorra fogo, quando
pequeno, usar extintor pó químico.
Evitar que o produto derramado atinja meios hídricos com barreiras de material
absorvente.
Segundo a ABNT NBR ISO 8528-1:2014 “um grupo gerador consiste em um ou mais
motores alternativos de combustão interna para produzir energia mecânica e um ou mais
alternadores para converter a energia mecânica em energia elétrica.
47
Os grupos geradores incluem ainda componentes utilizados para conectar o(s)
motor(es) mecânico(s) e alternador(es)
elétrico(s), como acoplamentos, caixa de
transmissão, entre outros. O gerador de energia
é um equipamento bastante útil em casos de
interrupção ou oscilação do fornecimento de
eletricidade. Os geradores podem ser
classificados em dois tipos: gerador a gasolina ou
gerador a óleo diesel. A definição do combustível
que será utilizado dependerá da quantidade de
energia necessária e do tipo de aplicação. No
Banco do Brasil somente são utilizados geradores movidos a diesel.
O sistema pode ficar no interior ou exterior do edifício. Em ambos os casos devem ser
previstos meios de impedir o acesso de pessoas não autorizadas e sistemas de combate a
incêndio de acordo com o Plano de Segurança contra incêndio e Pânico – PSCIP.
O diesel fica armazenado em tanques que devem possuir sistemas de retenção de
vazamentos através de pisos, canaletas, tanques, entre outros. De acordo com a Ficha de
Informações de Segurança de Produto Químico – FISPQ ele é classificado como líquido
inflamável. A combustão pode formar gases irritantes e tóxicos como monóxido, dióxido de
carbono e sulfeto de hidrogênio. Ele é muito perigoso quando exposto a calor excessivo ou
outras fontes de ignição como: faíscas, chamas abertas ou chamas de fósforos e cigarros,
operações de solda, lâmpadas-piloto e motores
elétricos. Pode acumular carga estática por
fluxo ou agitação. Os vapores são mais densos
que o ar e tendem a se acumular em áreas
baixas ou confinadas, como bueiros, porões,
etc. Podem deslocar-se por grandes distâncias
provocando retrocesso da chama ou novos
focos de incêndio tanto em ambientes abertos
como confinados. O combate a incêndio neste
caso só pode ser realizado com Equipamento de
proteção respiratória do tipo autônomo (SCBA)
com pressão positiva e vestuário protetor
completo.
48
incêndio se tenha um fácil acesso a ela. As bombas devem passar por teste de funcionamento
com certa frequência, para garantir que tudo esteja funcionando perfeitamente.
49
Segundo a NPT 11 – Saída de Emergência as portas das ROTAS DE SAÍDA e das SALAS
COM CAPACIDADE ACIMA DE 50 PESSOAS devem abrir no sentido de trânsito de saída. Sendo
assim, a porta giratória não é considerada saída de emergência e no Plano de Emergência deve
constar os procedimentos para porta de saída de emergências.
Já as portas que possuem sistemas de abertura automática devem possuir dispositivo
que, em caso de falta de energia, pane ou defeito de seu sistema, permaneçam abertas.
A IN 739 – Projetos e Especificações de Arquitetura - Redes de Distribuição, recomenda
o uso de caixa tipo "quebre o vidro" para guardar a chave da porta alternativa. Esta deve estar
em paredes próximas a porta alternativa, em local de fácil visualização, para uso em caso de
emergência.
b) No item Outras Informações devem ser incluídos os seguintes itens da NPT 16:
B.2.3 Apoio externo: deve identificar quem é a pessoa responsável por acionar o Corpo
de Bombeiros ou outro meio de ajuda externa. Deve estar claro que esta pessoa deve
fornecer, no mínimo, as seguintes informações:
a. nome e número do telefone utilizado;
b. endereço da planta (completo);
c. pontos de referência;
d. características do incêndio ou do sinistro;
e. quantidade e estado das eventuais vítimas.
Uma pessoa, preferencialmente um brigadista, deve orientar o Corpo de Bombeiros ou
o meio de ajuda externa quando da sua chegada, sobre as condições e acessos, e
apresentá-los ao Chefe da Brigada.
B.2.4 Primeiros socorros e hospitais próximos: deve indicar quem são as pessoas
habilitadas para prestar os primeiros socorros às eventuais vítimas e os hospitais
próximos.
B.2.5 Eliminar riscos: deve indicar quem é a pessoa responsável pelo corte da energia
elétrica (parcial ou total) e pelo fechamento das válvulas das tubulações, se necessário.
B.2.7 Isolamento de área: deve indicar a metodologia a ser usada para isolar as áreas
sinistradas e as pessoas responsáveis por este processo.
B.2.8 Confinamento do incêndio: deve indicar a metodologia a ser usada para evitar a
propagação do incêndio e suas consequências, bem como, as pessoas responsáveis por
este processo.
B.2.9 Combate ao incêndio: deve indicar quem vai combater o incêndio e os meios a
serem utilizados em seu combate.
50
B.2.10 Investigação: após o controle total da emergência e a volta à normalidade, o
Chefe da Brigada deve iniciar o processo de investigação e elaborar um relatório, por
escrito, sobre o sinistro e as ações de contenção, para as devidas providências e/ou
investigação.
B.3 Responsabilidade pelo plano: o responsável pela empresa (preposto) e o
responsável pela elaboração do Plano de Emergência contra Incêndio devem assinar o
plano.
18 PSICOLOGIA EM EMERGÊNCIAS
Conforme Ripley (2008), nós temos a tendência de acreditar que tudo está bem porque
antes daquele momento quase sempre a situação esteve realmente bem.
É diferente do medo. Aqui não se observa uma reação de “congelamento” por medo.
Muito pelo contrário.
51
18.3 Reação de luta ou fuga
18.4 Pânico
Segundo a Organização Mundial da Saúde (1991), a ideia de que desastres trazem à tona
o pior do comportamento humano, como tumultos e saques é um mito. A organização coloca
que, “embora existam casos isolados de comportamento antissocial (...), a maioria das pessoas
responde de modo espontâneo e generoso”.
Quarantelli (1954) concluiu que para a existência de pânico são necessárias três
condições:
- As pessoas devem ter a sensação que estão aprisionadas;
- Devem ter uma grande sensação de impotência;
- Profundo isolamento.
Experimentos sobre o escape de pessoas de uma sala grande com uma porta principal e
uma saída de emergência foram relatados por Sime (1985) e mostram que, de maneira geral, os
funcionários saíram pela saída de emergência, enquanto membros do público saíram pela
mesma porta que entraram.
No World Trade Center em 2001, 94% dos coordenadores de abandono jamais havia
saído dos prédios como parte de um treinamento e apenas 50% se disseram capazes de se
evadir dos prédios sozinhos.
52
18.8 Vítimas são vítimas;
18.9 Conclusões:
53
19.1 Histórico
54
permitir a transição entre o período reativo e o período proativo sem solução de continuidade
das ações. Cada membro da Brigada deve saber qual medida tomar em cada provável situação
de emergência.
A primeira resposta e o período inicial: A gestão de um incidente é iniciada pelas
pessoas a chegam primeiro à cena, conhecidos como “primeiros respondedores”. A capacidade
dos primeiros respondedores de executar corretamente determinadas tarefas pode decidir se o
incidente será resolvido com sucesso ou não.
55
56
20 PRIMEIROS SOCORROS
57
- Priorizar o atendimento às vítimas mais graves, nos casos de acidentes com
múltiplas vítimas;
- Imobilizar fraturas, entorses e luxações, mantendo o posicionamento dos membros
da forma como se encontram. Não tentar colocar na posição anatômica normal;
- Verificar a existência de lesões menos graves;
- Manter a vítima calma (se consciente);
- Nunca administrar líquidos de qualquer espécie ou medicamentos;
- Preparar a vítima para a remoção segura;
- Se necessário, auxiliar a equipe especializada durante o atendimento.
Muitas sequelas e até mesmo mortes provocadas por acidentes acabam sendo fruto não
do acidente em si, mas da maneira incorreta com que as vítimas recebem os primeiros
socorros, principalmente, quando prestado por pessoas não preparadas. Entretanto existe
situações em que o auxílio imediato pode determinar a diferença entre a vida e a morte do
acidentado.
O objetivo do atendimento inicial à vítima é identificar rapidamente situações que
coloquem a vida em risco e demandem atenção imediata pela equipe de socorro. Deve ser
rápido, organizado e eficiente permitindo decisões quanto ao atendimento e ao transporte
adequados, assegurando à vítima maiores chances de sobrevida.
Contudo, antes de iniciar o atendimento deve-se garantir sua própria condição de
segurança, a das vítimas e dos demais presentes. Observe, reconheça e avalie cuidadosamente
os riscos que o ambiente oferece (para você, sua equipe e terceiros – paciente, familiares,
testemunhas, curiosos), qual o número de vítimas envolvidas, gravidade da situação. Ninguém
deve se expor a um risco de forma a se transformar em vítima, o que levaria a deslocar ou
dividir recursos de salvamento disponíveis para aquela ocorrência.
Tenha sempre em mente que o ambiente nunca está 100% seguro e uma situação
aparentemente controlada pode tornar-se instável e perigosa a qualquer momento. Portanto, a
segurança deverá ser reavaliada constantemente. Identifique as ameaças ao seu redor, tais
como riscos de atropelamento, colisão, explosão, desabamentos, eletrocussão, agressões, etc.
Na existência de qualquer perigo em potencial, aguarde o socorro especializado. Lembre-se:
não se torne mais uma vítima! Quanto menor o número de vítimas, melhor.
Verifique se há necessidade de solicitar recursos adicionais, tais como corpo de
bombeiros, defesa civil, polícia militar, companhia elétrica e outros. Acione-os de acordo com a
necessidade. É importante também sinalizar a cena e torná-la o mais segura possível. Utilize o
triângulo de sinalização, pisca-alerta, faróis, cones, galhos de árvores, etc.
Além disso, ao se aproximar da cena do acidente, é importante avaliar os mecanismo de
lesão, ou seja, observar e colher informações pertinentes, tentando identificar o que
aconteceu. Por exemplo, em uma colisão de automóveis, que tipo de veículos estão envolvidos
(carro, moto, caminhão, ônibus, etc.), a colisão foi frontal, lateral, traseira, capotamento ou
atropelamento; quais foram os danos nos veículos; número de vítimas; posição dos veículos e
das vítimas. O mesmo vale para outras situações, como quedas, em que se procura verificar a
altura da queda, superfície de impacto e posição da vítima. Esta observação oportuniza
prospectar as possíveis lesões e em qual parte do corpo estão localizadas.
Desta forma, devem ser seguidos os seguintes passos para o atendimento das situações
de acidentes:
58
1) Aproximar-se do local e verificar as condições de segurança;
2) Proteger-se e aos demais;
3) Acionar os serviços de apoio (defesa civil, corpo de bombeiros, polícia, companhia
elétrica, etc.);
4) Avaliar como ocorreu o acidente, buscando evidências e informações sobre o tipo
de acidente (queda, colisão de veículos, mau súbito, etc.);
5) Não havendo riscos, aproximar-se da vítima;
6) Verificar rapidamente se há lesões aparentes (hemorragias, fraturas, cortes,
eviscerações, etc.), e se a pessoa está respirando e consciente;
7) Confirmar o endereço, localização do acidente;
8) Acionar o serviço de urgência/emergência.
Praticamente em todas as cidades brasileiras existem dois serviços públicos que podem
ser acionados para o atendimento de situações de urgência e emergência: SAMU (Sistema de
Atendimento Móvel de Urgência) e o corpo de bombeiros. O serviço é gratuito e o acionamento
é feito por telefone (192 – SAMU; 193 – bombeiros).
SAMU – 192
BOMBEIROS – 193
O SAMU funciona 24 horas por dia com equipes de profissionais de saúde, como
médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e socorristas que atendem às urgências de
natureza traumática, clínica, pediátrica, cirúrgica, gineco-obstétrica e de saúde mental da
população. Realiza o atendimento de urgência e emergência em qualquer lugar: residências,
locais de trabalho e vias públicas, contando com as Centrais de Regulação, profissionais e
veículos de salvamento.
A ligação é atendida por técnicos na Central de Regulação que identificam a emergência
e, imediatamente, transferem o telefonema para o médico regulador. Este faz o diagnóstico da
situação, inicia o atendimento com orientações imediatas a serem adotadas, avalia o melhor
procedimento para o paciente, desde a procura por um posto de saúde; ou a designação de
uma ambulância de suporte básico de vida, com auxiliar de enfermagem e socorrista para o
atendimento no local; ou, de acordo com a gravidade do caso, envia uma UTI móvel, com
médico e enfermeiro. Ele ainda comunica a ocorrência aos hospitais públicos e, dessa maneira,
reserva leitos para que o atendimento de urgência tenha continuidade.
O corpo de bombeiros atende ocorrências que envolvem casos de urgência e
emergência, casos de incêndio urbano ou florestal, envolvimento de pessoas em situação de
risco, seja em ambiente aquático, confinado ou em altura e, ainda, decorrentes de trauma ou
emergências clínicas. Atendem às vítimas de acidentes ocorridos em vias e logradouros
públicos, em ambientes profissionais e domiciliares, garantindo o suporte básico e avançado de
59
vida, e transporte para os hospitais de referencias integrados ao sistema, por meio de
ambulâncias, em condições ideais, com equipamentos e procedimentos médicos indispensáveis
ao suporte de vida, evitando o agravamento das lesões e melhorando suas condições clínicas.
Geralmente, o corpo de bombeiros deve ser acionado quando há traumas e situações
que demandem uso de máquinas e equipamentos específicos para o resgate. Além disso, são
especializados no atendimento ao ataque de animais.
A verificação do pulso deve ser na carótida, havendo pulsação, observe se as vias aéreas
estão desobstruídas. Se houver algum objeto que esteja impedindo a passagem de ar, ele deve
ser removido, se não houver verifique a respiração. Não havendo circulação e/ou respiração
deve-se proceder, o mais breve possível, às manobras de ressuscitação cardiopulmonar. Nos
próximos itens (parada cardiorrespiratória e desobstrução de vias aéras) serão abordadas as
técnicas que devem ser utilizadas para tal.
Nas situações em que há mais de uma vítima, o atendimento deve ser priorizado
conforme o risco, ou seja, primeiro as que apresentem risco de morte, em seguida as que
apresentem risco de perda de membros e, depois as demais.
60
A abordagem primária é realizada sem mobilizar a vítima de sua posição inicial, salvo em
situações especiais que possam comprometer a segurança ou agravar o seu quadro, tais como:
- Situações climáticas extremas: geada, chuva, frio, calor, etc.;
- Risco de explosão ou incêndio;
- Risco de choque elétrico;
- Risco de desabamento.
De preferência não movimentar a vítima, pois esta mobilização pode agravar o seu
estado ou produzir lesões. Se for extremamente necessária, a mobilização deve ser feita em
bloco, ou seja, mantendo o posicionamento do corpo.
22 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA
Sinais e sintomas:
- Ausência de pulso (batimentos cardíacos);
- Ausência de movimentos respiratórios;
- Inconsciência.
Diversas podem ser as causas de parda cardiorrespiratória (PCR), como obstrução das
vias aéreas, afogamento, overdose de drogas, choque elétrico, problemas cardíacos, trauma,
grandes hemorragias e outras situações clínicas. Independente da causa, o atendimento à
vítima é o mesmo.
61
O que fazer:
1) Avalie se a vítima está respondendo e observe se a respiração está normal ou
anormal. Se sem resposta, sem respiração ou com respiração anormal (gasping),
chame por ajuda.
2) Acione o serviço de emergência/urgência e busque o desfibrilador, se disponível, e
retorne à vítima;
3) Verifique o pulso da vítima (por no mínimo 5 seg e no máximo 10 seg);
4) Se não sentir nenhum pulso em 10 seg, execute as compressões;
5) Posicione-se ao lado da vítima;
6) Verifique se a vítima está deitada sobre uma superfície plana e firme. Se estiver
deitada com o rosto voltado para baixo, vire-a para cima com cuidado. Se suspeitar
que a vítima tenha traumatismo craniano ou trauma cervical, tente manter a
cabeça, o pescoço e tronco alinhados ao rolar a vítima para colocá-la com o rosto
voltado para cima;
7) Coloque o calcanhar de uma mão no centro do tórax da vítima, na metade inferior
do esterno;
8) Coloque o calcanhar da outra mão sobre a primeira mão;
9) Estique seus braços e posicione seus ombros alinhados ao tórax da vítima;
c) Comprima com força e rapidez
- Pressione pelo menos 5cm em cada compressão. Lembre-se de comprimir o esterno
em linha reta.
- Administre as compressões de modo regular, a uma frequência de, no mínimo,
100/min.
- Ao final de cada compressão permita o retorno do tórax. Se o retorno for
incompleto há redução no fluxo sanguíneo criado pelas compressões torácicas.
Portanto, os tempos de compressão e de retorno/relaxamento do tórax devem ser
aproximadamente iguais.
10) Em crianças, comprimir o tórax com a parte inferior da palma de uma das mãos e
atentar para a profundidade que deve ser de 4cm;
11) Em bebês, fazer compressão com o dedo indicador ou com os dedos indicador e
médio de uma das mãos;
12) Verificar retorno da pulsação palpando o pulso carotídeo.
13) Minimize interrupções.
62
É importante iniciar as compressões nos primeiros 10 segundos da constatação da
parada cardiorrespiratória. Além disso, de acordo com a American Heart Association
(Associação Americana de Cardiologia), que estabelece e atualiza as diretrizes para o
atendimento a PCR, a ressuscitação cardiopulmonar deve ser de qualidade, ou seja, com
frequência e profundidade de compressão adequadas, permitindo retorno total do tórax após
cada compressão, minimizando interrupções nas compressões. A frequência de compressão
mínima é de 100/min e a profundidade de compressão, em adultos, 5 cm. Verifique nas
imagens a seguir o posicionamento das maõs e do corpo durante as compressões.
Figura 61 – Posicionamento das mãos sobre o tórax para realização das compressões torácicas
63
Figura 63 – Posicionamento das mãos para compressão torácica em bebês
64
- Gestos de sufocação (levar as mãos à garganta);
- Incapacidade de falar, gemer ou tossir;
- Cianose.
Os métodos de desobstrução das vias aéreas variam de acordo com o tipo de objeto que
está causando a obstrução. Caso ocorra a obstrução por líquidos, a vítima deve ser lateralizada
para que o líquido seja retirado pela boca evitando assim, sua aspiração para os pulmões. Caso
a vítima apresente uma obstrução das vias aéreas por sólidos, deve-se realizar:
- Remoção manual do objeto – se superficial e visível;
- Manobra de Heimlich.
Para remover manualmente o objeto que está visível (alimentos, próteses dentárias,
etc.), abra a boca da vítima, eleve sua mandíbula, insira o dedo indicador em gancho, sem
aprofundar, e retire o objeto. Se o objeto não está visível realize a manobra de Heimlich.
Manobra de Heimlich:
1) Posicione-se em pé atrás da vítima;
2) Posicione uma perna entre as pernas da vítima, e a outra perpendicular (90°) a esta,
para que possa apoiar a vítima caso ela desmaie;
3) Coloque ambos braços em torno do abdomem da vítima;
4) Feche uma das mãos e apoie o lado do polegar contra o abdômen da vítima entre o
umbigo e o apêndice xifoide (final do osso esterno);
5) Apoie a outra mão aberta e pressione o abdômen da vítima, fazendo um
movimento rápido para cima e para dentro;
6) Repita o procedimento até a vítima expelir o corpo estranho ou ficar inconsciente.
Acione o mais rápido possível o serviço de emergência se a vítima ficar
inconsciente.
65
Figuras 65 e 66 - Manobra de Heimlich
66
Figura 67 - Manobra de Heimlich em vítima inconsciente
67
23 HEMORRAGIA
24 DESMAIO
Sinais e sintomas:
- Tontura;
- Sensação de mal estar;
- Pulso rápido e fraco;
- Respiração presente de ritmos variados;
- Pele fria, pálida e úmida;
- Inconsciência superficial.
68
O que fazer:
- Se a vítima estiver consciente, faça-a se sentar com os joelhos um pouco afastados
e colocar a cabeça entre eles. Afrouxe as roupas e retire óculos, e peça para que
inspire profundamente pelo nariz e expire pela boca;
- Se a vítima estiver inconsciente, deite-a e eleve as pernas, de modo que a cabeça
fique em nível mais baixo que o resto do corpo;
- Em ambas situações, mantenha o ambiente arejado;
- Se o desmaio durar mais do que 1 minuto, acione o serviço de emergência e siga as
orientações.
25 CRISE CONVULSIVA
Sinais e sintomas:
- Inconsciência;
- Queda abrupta da vítima;
- Contração brusca e involuntária dos músculos;
- Salivação abundante e vômito;
- Enrijecimento da mandíbula, travando os dentes;
- Pode ocorrer perda de urina e fezes;
- Amnésia;
69
- Após a crise ocorre cansaço e sonolência (profunda ou não), confusão mental
discreta e dor de cabeça.
O que fazer:
- Deite a vítima no chão e afaste tudo o que estiver ao seu redor que possa machucá-
la;
- Proteja a cabeça e gire-a para o lado, para que a vítima não se engasgue com a sua
própria saliva ou vômito;
- Afrouxe as roupa da vítima;
- Não introduza nenhum objeto na boca, nem tente puxar a língua para a fora.
- Se a crise persistir por mais de 3 minutos, é necessário acionar o serviço de
emergência.
26 FERIMENTOS
O que fazer:
1) Lave bem as mãos antes de atender o ferido;
2) Limpe o ferimento com soro fisiológico, usando uma gaze esterilizada ou pano
limpo;
3) Se houver sangramento, comprima o local para estancamento;
70
4) Proteja o ferimento com gaze esterilizada ou pano limpo, para evitar contaminação;
5) Faça um curativo;
6) Não tente retirar vidros ou partículas de metal do ferimento, a menos que elas
saiam facilmente durante a limpeza. Nestes casos, é necessário encaminhar a vítima
para atendimento médico;
7) Nunca coloque lenços usados e outros materiais sujos sobre o ferimento, para
evitar contaminação;
8) Oriente a vítima a procurar atendimento médico se a ferida estiver com corpo
estranho ou mesmo ficar dolorida ou inchada posteriormente.
71
g) Cubra o órgão exposto com gaze estéril ou pano limpo umedecido com soro
fisiológico, para protegê-lo;
h) Jamais tente reintroduzir o órgão eviscerado.
27.1 Fraturas
São caracterizadas pela ruptura parcial ou total de qualquer osso do corpo. Podem ser
fechadas ou abertas (expostas), neste último caso, há rompimento da pele e exposição do
tecido ósseo e demais tecidos adjacentes.
Sinais e sintomas:
- Deformidade do local afetado;
- Edema e hematomas;
- Incapacidade funcional (não consegue movimentar o membro atingido);
- Crepitação óssea (ao palpar se percebe um atrito entre as partes fraturadas).
O que fazer:
1) Imobilize a parte afetada com talas e ataduras, sem alterar a posição em que foi
encontrada. As talas devem abranger as articulações acima e abaixo da lesão.
2) Na falta de talas é possível improvisar com tábuas, revistas dobradas, cabos de
vassouras, palitos de sorvete, revestidos de panos para não lesionar a pele;
3) Nas fraturas expostas é possível que haja sangramento, que deve ser estancado
mediante compressão da articulação acima da área da lesão. Não pressionar a área
exposta diretamente. Além disso, o ferimento deve ser protegido com gaze estéril
ou pano limpo.
4) Encaminhar a vítima para atendimento hospitalar.
72
Figura 73 e 74 – Exemplos de imobilização
27.2 Entorses
Sinais e sintomas
- Dor local intensa;
- Dificuldade em movimentar a região afetada;
- Hematoma;
- Edema.
O que fazer:
1) Aplique gelo ou compressas frias no local (não colocar o gelo diretamente na pele e
sim sobre um pano, pois o gelo queima);
2) Imobilize a articulação afetada;
3) Mantenha o membro afetado elevado e em repouso;
4) Encaminhe para avaliação médica.
73
Figura 75 – Aplicação de gelo
27.3 Luxações
Sinais e sintomas
- Dor intensa;
- Deformidade local, com edema;
- Perda completa do movimento;
- Palidez do membro.
O que fazer:
1) Aplique gelo ou compressas frias no local (não colocar o gelo diretamente na pele e
sim sobre um pano, pois o gelo queima);
2) Imobilize a articulação afetada;
3) Mantenha o membro afetado elevado e em repouso;
4) Encaminhe para avaliação médica.
28 QUEIMADURAS
74
- Terceiro grau - a lesão atinge as camadas mais profundas da pele, podendo atingir
músculos e ossos. A lesão se apresenta seca, esbranquiçada ou de aspecto
carbonizado, sem bolhas e sem dor, devido a destruição das terminações nervosas.
É comum nos acidentes com energia elétrica.
O que fazer:
1) Queimadura por calor:
a) Aplique compressas frias umedecidas com água ou soro fisiológico;
b) Estimule a vítima a beber líquidos, para evitar desidratação;
c) Se possível, retirar anéis, pulseiras e relógios, pois o tecido circundante a lesão
incha e estes acessórios podem restringir circulação local;
d) Caso a vítima esteja com as roupas pegando fogo, não deixe-a correr, para não
alastrar as chamas; abafe o fogo com toalhas ou cobertores, de preferência
molhados; ou oriente a vítima a rolar no chão.
e) Queimadura por agentes químicos:
f) Lavar a área com água em abundância para retirada completa do produto
químico;
g) Em queimaduras por pó químico retirar primeiramente o excesso de pó antes
de lavar com água em abundância, para que o produto não fique aderido ao
tecido subcutâneo;
h) Seguir as instruções contidas nos rótulos do produto ou nas suas fichas de
emergência (FISPQ – Ficha de Informações sobre Produtos Químicos).
75
a) Em primeiro lugar, interrompa o contato da vítima com a corrente elétrica.
Desligue rapidamente a chave geral de energia. Se for o acidente for em áreas
externas (postes, fiação de alta tensão, transformadores, etc.) acione o serviço
responsável para que seja feito o desligamento;
b) Se isso não for possível, afaste a fonte elétrica da vítima com material isolante
(material emborrachado, pedaço de madeira, couro ou panos secos). Não
esqueça de verificar se seus pés estão secos e calçados, e se não está pisando
em chão molhado;
c) Verifique as condições gerais da vítima: pulso, respiração, nível de consciência,
presença de hemorragias e fraturas. Se necessário, inicie as manobras de
ressuscitação cardiopulmonar.
d) Solicite o atendimento do serviço de urgência ou encaminhe a vítima para
assistência médica especializada.
29 CHOQUE
O choque acontece quando o fluxo de oxigênio para as células do corpo diminui ou para
por completo. Ele vai aumentando gradativamente e causando danos nos tecidos de acordo
com sua extensão, até o momento em que o coração não recebe oxigênio suficiente e para de
bater, causando a morte.
As causas podem ser várias: traumatismo externo ou interno do crânio, tórax e
abdômen; grandes hemorragia; infarto e outros problemas cardíacos; queimaduras graves;
envenenamentos; afogamento; choque elétrico, picada de animais peçonhentos; infecção,
exposição a extremos de frio e calor; entre outros. Todo acidentado pode entrar em estado de
choque, progressiva ou insidiosamente, nos minutos ou horas que se seguem ao acidente. Se a
76
vítima apresentar algum dos sintomas abaixo, é necessário agir rapidamente, principalmente
para tentar evitar que ela entre em choque.
Sinais e sintomas
- Pulso rápido e fraco;
- Respirações curtas, rápidas e irregulares;
- Pele fria e úmida;
- Extremidades pálidas e arroxeadas;
- Agitação ou redução do nível de consciência.
O que fazer:
1) Colocar a vítima em local arejado, afastar curiosos e afrouxar as roupas;
3) Manter a vítima deitada com as pernas mais elevadas;
4) Manter a vítima aquecida;
5) Lateralizar a cabeça em casos de vômitos;
6) Procurar manter sinais vitais (ventilação e circulação);
7) Encaminhar para atendimento hospitalar.
30 ENVENENAMENTO E INTOXICAÇÕES
O que fazer:
1) Em casos de contaminação na pele:
a) Retirar a roupa impregnada;
b) Lavar a região atingida com água em abundância;
c) Retirar substâncias sólidas (resíduos) antes de lavar com água;
d) Agasalhar a vítima;
e) Encaminhar para atendimento hospitalar.
2) Em casos de contaminação por aspiração/inalação:
a) Afastar a vítima do local de exposição;
77
b) Abrir e manter vias aéreas;
c) Encaminhar para atendimento hospitalar.
3) Nos casos de ingestão (via digestiva):
a) Identificar o tipo de substância ingerida;
b) Não provocar vômitos;
c) Oferecer água, desde que a pessoa esteja consciente e não tenha ingerido soda
cáustica;
d) Encaminhar para atendimento hospitalar.
4) Em todas as situações:
a) Avalie as condições da vítima quanto a respiração, circulação e nível de
consciência;
b) Se necessário, realize as manobras de ressuscitação cardiopulmonar;
c) Se houver parada cardiorrespiratória ou perda de consciência acione o serviço
de emergência;
d) Se possível investigue o acidente: informações sobre a vítima (idade, doenças
prévias, uso de medicamentos); informações sobre o produto ao qual foi
expostas (nome, forma de apresentação, concentração, quantidade, via de
penetração); tempo decorrido desde a exposição; local da exposição. Repasse
estas informações para os profissionais responsáveis pelo atendimentos
especializado.
e) Se possível, faço contato com o Centro de Informações e Assistência
Toxicológica (Ciat de seu estado ou do DF. E siga as recomendações que forem
passadas pelo atendente.
A Anvisa criou o Disque-Intoxicação, cuja ligação é gratuita e atende pelo número 0800-
722-6001. A pessoa é atendida por uma das 36 unidades da Rede Nacional de Centros de
Informação e Assistência Toxicológica (Renaciat).
Os Ciats funcionam em hospitais universitários, Secretarias Estaduais e Municipais de
Saúde e fundações, em 19 estados brasileiros. Há estados que ainda estão em processo de
abertura dos centros, como Amapá, Acre, Maranhão e Tocantins.
Disque-Intoxicação
0800-722-6001
Ao acionar o serviço pelo 0800, a ligação é transferida para o Ciat mais próximo, que
está preparado para receber ligações de longa distânia, 24 horas por dia, sete dias por semana,
durante o ano todo. A resposta rápida fornecida permite à população e aos profissionais de
saúde o atendimento inicial às vítimas de intoxicação e envenenamento.
78
31 PICADA DE ANIMAIS PEÇONHENTOS
31.1 Serpentes
79
Figura 83 – Quadro comparativo de características entre cobras peçonhentas e não peçonhentas
Sinais e sintomas:
Dependem do tipo de animal envolvido no acidente:
Jararaca – são os acidentes mais comuns, ocorrem em todo o país.
- Pequeno sangramento;
- Dor e inchaço precoces;
- Equimose (extravasamento de sangue) no local ou próxima dele;
- Pode haver bolhas de conteúdo variável (seroso, hemorrágico, necrótico ou
purulento).
80
Figura 84 – Picada de jararaca
Cascavel – cursa com poucas manifestações locais sendo as sistêmicas as mais
importantes:
- Turvação visual;
- Queda de pálpebra;
- Diferença no tamanho da pupila;
- Dificuldade para engolir;
- Alterações no olfato e paladar.
Coral:
- Dormência e sinais inflamatórios locais;
- Turvação visual, queda da pálpebra e visão dupla são os primeiros sintomas
sistêmicos a aparecer.
O que fazer:
1) Mantenha a pessoa deitada e imóvel;
2) Mantenha elevado o membro atingido;
3) Retire anéis, pulseiras e outros objetos que possam dificultar a circulação do
sangue, proncipalmente se estiverem próximos ao local da picada;
4) Se houver dor, aplique gelo ou compressa de água fria;
81
5) Encaminhe para atendimento médico imediatamente, cuidando para que a pessoa
se movimente o mínimo possível;
6) Se possível, leve também o animal que a atacou, porém, atentando-se para não ser
mais um ferido.
31.2 Aranhas
Aranha marrom
Estes acidentes predominam na região Sul do Brasil, principalmente nos meses quentes
e chuvosos da região metropolitana de Curitiba. O quadro, que tem instalação lenta e
progressiva, inicia-se com dor discreta após a picada. Posteriormente, em período que pode
varia de 4 a 8 horas, a dor reaparece juntamente com edema e eritema. Na evolução, surgem
áreas de equimose mescladas com palidez (placa marmórea) e, posteriormente, em intervalo
de até duas semana, forma-se uma área de necrose seca de extensão e profundidade variável.
Associado à lesão de pele, podem ser observados, jás nas primeiras 24 horas do acidente,
fenômenos gerais como febre, náuseas, vômitos, tontura, cefaleia e exantema maculopapular.
82
Aranha armadeira
São venenosas e responsáveis pela maioria dos acidentes graves, que ocorrem
principalmente nos estados do Sul e Sudeste, nos meses de abril a maio. A dor imediata é o
sintoma mais frequente, podendo ser de forte intensidade e irradiar-se até a raiz do membro
afetado. Outras manifestações como edema e eritema também são comuns, e a sudorese
também pode ser observada no local da picada.
O que fazer:
1) Aplique gelo ou compressa de água fria no local;
2) Encaminhe para atendimento médico;
3) Se possível, leve também o animal causador do acidente.
31.3 Escorpiões
Os acidentes com escorpiões são mais comuns na zona urbana e sua sazonalidade varia
em cada região do país.
A dor local da picada é o sintoma mais frequente, e ocorre logo após a inoculação do
veneno e em geral é intensa. Pode haver irradiação para a raiz do membro acometido. Outras
manifestações incluem formigamento, vermelhidão, sudorese e piloereção.
O que fazer:
1) Aplique gelo ou compressa de água fria no local;
2) Encaminha para atendimento médico;
3) Se possível, leve também o animal causador do acidente.
83
Figura 90 - Escorpião
Sinais e sintomas
- Dificuldade ou incapacidade na fala;
- Desvio da boca para um dos lados;
- Pálpebra caída em um dos olhos;
- Perda de força ou da coordenação motora em um dos lados do corpo;
- Alteração súbita da sensibilidade com sensação de formigamento na face, braço ou
perna de um lado do corpo;
- Perda súbita de visão em um olho ou nos dois;
- Dor de cabeça súbita e intensa sem causa aparente;
- Instabilidade, vertigem súbita intensa e desequilíbrio associado a náuseas ou
vômitos.
O que fazer:
1) Aplique a escala pré-hospitalar de AVC para avaliação, se um dos itens avaliados
estiver presente (sinal positivo) é indicativo de AVC:
a) Peça para a vítima sorrir, para verificar se há desvio da boca;
84
b) Peça para a vítima levantar os dois braços, e verá se um deles cai por falta de
força;
c) Peça para a vítima cantar uma música ou falar uma frase simples, como “o céu
é azul”, para verificar se há alguma dificuldade na fala;
2) Acione o serviço de emergência ou levar imediatamente a vítima para atendimento
hospitalar;
3) Enquanto aguarda o atendimento, siga as orientações da central de emergência, e
mantenha a vítima confortável e longe de riscos que possam agravar sua situação
clínica.
32.2 Hipoglicemia
Trata-se do nível baixo de açúcar no sangue (glicemia), e pode afetar pessoas portadoras
ou não de diabetes. As causas são variadas, como uso inadequado de hipoglicemiantes por
diabéticos, consumo de ácool, jejum prolongado, esforço físico intenso, hipersecreção de
insulina.
Sinais e sintomas
85
- Tremor, ansiedade, confusão, agitação;
- Palpitação, taquicardia, dilatação das pupilas;
- Sudorese, sensação de frio, palidez, dificuldade para respirar;
- Visão dupla ou embaçada, cefaleia;
- Alteração do nível de consciência e comportamentos que podem ser confundidos
com embriaguez, cansaço, fraqueza, sensação de desmaio.
O que fazer:
1) Se a vítima estiver consciente:
a) Oferecer líquido doce (suco de laranja, refrigerante, água com açúcar, etc.), e
depois alimentos como pão e bolacha;
b) Deixá-la sentada ou deitada, em local arejado;
c) Acompanhar sinais vitais (C – A – B);
d) Encaminhar para atendimento médico;
2) Se a vítima estiver inconsciente, acionar o serviço de emergência, o mais breve
posspivel, ou levá-la para atendimento hospitalar.
São pequenas partículas de poeira, madeira, vidro, carvão, areia, minerais diversos,
grãos, sementes, pequenos insetos, espinhos ou farpas que se alojam em alguma parte do
corpo.
Quando alojados na garganta, causam obstrução das vias aéreas e a conduta
recomendada é a manobra de Heimlich, já apresentada anteriormente. Quando presente nos
olhos, causa dor, ardência, vermelhidão e lacrimejamento.
O que fazer:
1) Não esfregar os olhos;
2) Lavar o olho com água limpa;
3) Não remover o corpo estranho manualmente e nem soprar;
4) Se o corpo estranho não sair com a lavagem, cobrir os dois olhos com pano limpo;
5) Encaminhar para atendimento hospitalar.
86
Se o objeto estiver nos ouvidos ou nariz, causam edema local, que pode estar associado
a dor, secreção de pús e/ou sangue.
O que fazer:
1) Encaminhar para atendimento médico.
É possível ainda que farpas, espinhos, ferrão de insetos sejam introduzidos na pele.
Nestes casos, pode se tentar retirar os corpos estranhos com pinças, desde que visíveis e
salientes.
O que não fazer:
I. Se o objeto for um anzol, não puxe-o, pois sua ponta farpada aumenta o
tamanho da lesão, da dor e do sangramento. Ao contrário, se possível,
empurre-o para que a ponta apareça livre do outro lado, corte esta ponta
farpada e retirar o anzol pelo lado de entrada;
II. Não esprema, pois este procedimento aumenta a lesão e pode agravá-la;
III. Encaminhe a vítima ao serviço de saúde para atendimento.
33 TRANSPORTE DE ACIDENTADOS
O transporte de feridos é tarefa complexa que deve ser executada por profissionais
treinados. Diante de uma emergência, você deve acionar o serviço de emergência e solicitar o
atendimento pré-hospitalar.
Diante da impossibilidade de se conseguir ajuda, desde que não haja riscos, algumas
medidas podem ser observadas. Em primeiro lugar, deve-se lembrar que a manipulação da
vítima sem o devido cuidado ou mal feita pode causar-lhes problemas, que podem ser de maior
gravidade que aqueles do próprio acidente, principalmente se houver ferimentos na coluna,
tórax, bacia ou crânio. Movimentos imtempestivos podem causar paralisia irreversível e até a
morte.
Ao socorrer uma pessoa que tenha caído de uma altura considerável ou tenha sido
atropelada, considere sempre a possibilidade de lesão medular (coluna), fraturas, hemorragias,
parada cardiorrespiratória. Portanto, tome cuidado ao transportá-la ou mesmo muda-la de
posição. O recomendado é não mobilizá-la da posição em que se encontra, e apenas manter a
coluna estabilizada e imobilizada até a chegada do socorro.
O transporte do acidentado com suspeita de lesão medular exige sempre muito
cuidado. O indivíduo com fratura de coluna pode apresentar dor intensa, impossibilidade de
movimentação do tronco, formigamento ou paralisia nas extremidades (braços e pernas) e
dificuldade de respiração.
O que fazer:
1) Faça o controle da cervical e mantenha a vítima na posição em que foi encontrada
até a chegada da equipe de socorro;
87
2) Se não houver risco à sua segurança, mas a vítima precisar ser removida do local em
que se encontra, ela deve ser mantida na mesma posição e o transporte deve ser
feito preferencialmente em tábua de madeira própria para resgate. Se esta não
estiver disponível, utilize chapa de metal ou qualquer superfície firme e lisa. É
imprescindível que a espinha dorsal não seja curvada ou deslocada de posição. Siga
os seguintes procedimentos:
a) Coloque a tábua de madeira no chão ao lado da vítima, role o acidentado sobre
seu próprio corpo (mobilização em bloco) e, a seguir, sobre a maca, sem que
ele dobre ou curve a coluna ou gire a cabeça;
b) Se possível, preste o socorro com outras duas pessoas, para que uma segure a
cabeça, a outra as costas da vítima, e a terceira as nádegas e as pernas. As três
pessoas devem erguer a vitima ao mesmo tempo e colocá-la sobre a tábua de
madeira, cuidando para não dobrar a coluna e não mobilizar a cabeça da vítima
(se necessário, a cabeça deve girar junto com o corpo, sem ficar deslocada para
trás ou para os lados).
c) Imobilize a vítima na tábua antes do transporte, ou seja, coloque almofadas de
pano ou toalhas em ambos lado da cabeça e amarrando sua testa à tábua com
uma faixa ou qualquer tira de pano. Amarre também o corpo à tábua, na altura
do peito, do quadril, do joelho e próximo aos pés.
Antes de preparar a vítima para o transporte, os ferimentos devem ser protegidos e
imobilizados, se for o caso. Vítimas com quadros graves devem ser acompanhadas na
ambulância até o local de atendimento, e há necessidade de informar seus familiares.