Discentes: CAMILLA ARAÚJO AMARAL DUARTE e PAULA JANIELE GOMES FILGUEIRA.
QUESTÃO 1 – ARTEFATOS GERENCIAIS CONHECIDOS
Custeio por absorção; Custeio variável; Custeio padrão; Retorno sobre o investimento (ROI); Valor presente; Orçamento; Custeio ABC; Just in time; Planejamento estratégico; Balanced Scorecard (BSC); Valor agregado (EVA).
O primeiro estágio evolutivo do IMAP 1 traz a contabilidade gerencial como uma
atividade focada em determinação dos custos e controle financeiro, evidenciando três artefatos de custeio (custeio por absorção, custeio variável e custeio padrão), e uma medida de desempenho (ROI – Retorno sobre o investimento). O custeio por absorção diz respeito á alocação de custos fixos e variáveis dentro do Custo do produto/mercadoria. Esse método tem por base o principio de competência, onde preza pelo reconhecimento dos respectivos custos fixos incorridos na fabricação de um determinado produto ou compra de determinada mercadoria dentro do seu custo total. Dessa forma, quando a mercadoria é vendida, seu custo total, constituído pelos fixos e variáveis, é reconhecido (CMV/CPV/CSP) no exercício no qual a venda foi realizada (fato gerador da receita de vendas) e que apesar dos custos fixos gerarem desembolso naquele período, os mesmos são necessários para a produção dos produtos e por isso é fundamental os inserir como custo do produto. Posto isso, o custeio variável considera os custos fixos como uma despesa do período, não o alocando aos custos totais das mercadorias/produtos. Os defensores desse método o justificam pelo fato de que os gastos fixos existem independentemente do volume de produção, como por exemplo o aluguel de uma fábrica/loja, o seguro e, por isto, deveriam ser reconhecidos apenas como despesas incorridas no período. O custeio padrão trata de um custo-padrão, ou seja, pré-atribuído, que do ponto de vista gerencial, indica um “custo ideal” que deverá ser perseguido, servindo de base para a administração medir a eficiência da produção e conhecer as variações de custo. Esse custo ideal seria aquele que deveria ser obtido pela indústria nas condições de alcance de eficiência e máximo rendimento. Pode servir de base para o registro da produção antes da determinação do custo efetivo. O ROI é um indicador de retorno sobre o investimento que expressa quanto a empresa obteve de retorno em detrimento de seu investimento, ou seja, o lucro operacional dividido pelo investimento, ou ainda a receita menos o custo, dividido pelo próprio custo. Em síntese, esse indicador é eficaz quando se trata de calcular o retorno de uma aplicação. Na prática, esse indicador mostra quanto a empresa ganhou ou perdeu em relação ao que investiu e auxilia na administração de futuros investimentos. Quanto ao segundo estágio dos artefatos gerenciais, é focado na informação para controle e planejamento gerencial, podendo citar o valor presente como método de avaliação de desempenho, pois informa ao investidor qual o preço atual, ponderado no tempo, de uma empresa, nada mais é do que o valor que o dinheiro possui hoje, no presente, sendo o somatório dos fluxos de caixa futuros descontados por uma taxa de desconto que represente a percepção de risco ou a exigência de retorno do investidor. Outro aspecto importante no contexto do segundo estágio é pensar no orçamento de investimento empresarial, por meio do qual será possível definir as melhores formas de investir no empreendimento, estabelecendo as quantias destinadas a cada setor/atividades/investimentos. O orçamento é diretamente um aspecto do planejamento estratégico. O terceiro estágio é voltado para a redução de perdas de recursos no processo operacional. Dentro dele encontra-se o Custeio baseado em atividades (ABC), que parte do princípio de que os custos de uma empresa são gerados pelas atividades desempenhadas nela e que essas atividades são consumidas por produtos e serviços gerados nesta mesma empresa. Essa metodologia permite mensurar com mais exatidão as despesas e os custos indiretos (aqueles que não estão diretamente ligados à produção), por meio da análise das atividades, dos seus geradores de custos e dos utilizadores. É um Custeio muito gerencial e que auxilia fortemente na tomada de decisões, entretanto esse modelo é dificilmente utilizado no Brasil devido ao alto custo das informações a serem observadas e analisadas e muitas empresas que necessitam de tal custeio, não o implantam uma vez que o perfil do brasileiro é relapso quanto ao custo-beneficio dos serviços prestados ou das mercadorias adquiridas. O Just in Time, que significa “no tempo justo”, exige do administrador o abastecimento ou desabastecimento da produção no tempo certo, no lugar certo e na quantidade certa, visando capacitar à empresa a produzir somente o necessário ao atendimento da demanda, com qualidade assegurada, assim o seu objetivo maior é promover a otimização de todo o sistema de manufatura, desenvolvendo políticas, procedimentos e atitudes requeridos para ser um fabricante responsável e competitivo. O planejamento estratégico é uma ferramenta administrativa que evidencia o modelo de gestão das empresas, isto é, o comportamento frente ao ambiente organizacional e como se posicionar diante das forças macroambientais, imaginando cenários de mercado e assim criando planos estratégicos. Esse planejamento foi aprimorado ainda mais com o 4º estágio evolutivo dos artefatos gerenciais, onde o Balanced Scorecard está intimamente relacionado com as estratégias de gestão, pois ele aborda 4 perspectivas distintas que influenciam o ambiente organizacional e estão voltadas a auxiliar o processo decisório nas organizações. O EVA é um indicador de desempenho financeiro que visa mostrar o retorno do investimento para os acionistas, por isso seu significado é “valor agregado”, também voltado para o pressuposto básico da contabilidade gerencial: auxiliar no processo de tomada de decisões. Esse índice auxilia o investidor a identificar a rentabilidade de seu investimento e o fazer pensar em continuar ou não com o mesmo.
QUESTÃO 2 – ARTEFATOS GERENCIAIS ATÉ ENTÃO DESCONHECIDOS
Preço de transferência Moeda constante Descentralização Benchmarking Kaizen Teoria das restrições Gestão econômica Simulação Gestão baseada em atividades (ABM) Gestão baseada em valor O Preço de Transferência é um dos artefatos que constituem o 2º estágio. Ocorre sempre em que duas empresas vinculadas (mesmo grupo empresarial) e que se situam em territórios diferentes vendem ou transferem entre elas bens, serviços ou propriedade intangível. As operações sujeitas ao Preço de Transferência incluem: Importações; Exportações e; Juros pagos e recebidos (contratos registrados no Banco Central). Esse artefato auxilia o próprio grupo empresarial, já que evita que sejam cobrados valores abusivos ou muito abaixo do ideal, o que afetaria a demonstração de resultados do grupo e ajuda a Administração Tributária, já que evita que sejam maquiados resultados a fim de manipular a apuração de lucros para questões de tributação. Outro artefato gerencial do 2º estágio é a moeda constante. As moedas constantes são taxas de câmbio que eliminam os efeitos das flutuações da taxa de câmbio ao calcular números de desempenho financeiro para várias demonstrações financeiras. As empresas com grandes operações no exterior geralmente usam moedas constantes ao calcular suas medidas de desempenho anual. Uma vez que as flutuações cambiais podem encobrir o verdadeiro desempenho financeiro de uma empresa, muitas empresas usam moedas constantes para tornar suas demonstrações financeiras mais claras ou mais significativas A gestão descentralizada é caracterizada por proporcionar autonomia aos grupos das empresas para tomarem decisões, ou seja, os funcionários podem tomar decisões e agir sem necessariamente cumprir ordens ou conferirem tudo com seus gestores. Assim, as decisões são tomadas na área em que a demanda ocorre. As principais vantagens são: agilidade na tomada de decisão, criatividade na solução do problema, competição positiva entre as unidades, menor dependência da diretoria, melhor utilização dos recursos, motivação de talentos, utilização de conhecimentos específicos, maior assertividade junto aos clientes por causa da proximidade. O benchmarking (ponto de referência) basicamente é uma ferramenta valiosa que responde a questão de “como meus produtos, processos e serviços estão em relação à concorrência? Pois é uma análise estratégica aprofundada (pesquisa) as melhores práticas usadas por empresas comuns ao mesmo setor, sendo uma espécie de “monitoramento do mercado”. As práticas de Kaizen trazem a ideia de redução de custos e aumento de produtividade. Isso ocorre a partir do pressuposto que as pessoas podem melhorar continuamente no desenvolvimento de suas atividades e dessa forma o lema é “aprender fazendo”, sendo o Kaizen baseado em uma estratégia barata pois acredita-se que um aumento de produtividade pode ser obtido sem investimentos altíssimos, sem a necessidade de se aplicar somas astronômicas em tecnologias e consultores. Assim, alguns “mandamentos” para a aplicação da filosofia em uma empresa são: eliminação do desperdício; envolvimento de todos os colaboradores; apoia-se no princípio de uma gestão visual, de total transparência de procedimentos, processos e valores, tornando os problemas e os desperdícios visíveis aos olhos de todos; a atenção deve ser dirigida ao local onde se cria realmente valor, ou seja, o “chão de fábrica”; orientar-se para os processos e dar prioridade às pessoas; pois o esforço principal de melhoria deve vir de uma nova mentalidade e de um estilo de trabalho diferente por parte das pessoas. Isso por meio da orientação pessoal para a qualidade e para valores como: espírito de equipe, sabedoria, moral e autodisciplina. Uma restrição é qualquer coisa numa empresa que a impede ou limita seu movimento em direção aos seus objetivos. Em outras palavras, um gargalo é uma máquina ou processo de fabricação incapaz de atender a demanda que lhe é requisitada; uma máquina parada devido a algum defeito é temporariamente um gargalo. Numa empresa industrial, a TOC envolve três indicadores de desempenho que permitem avaliar se o conjunto das operações está se movendo em direção aos objetivos (lucro): rentabilidade, despesas operacionais e estoques. Existem dois tipos básicos de restrições: físicas e não-físicas. As restrições físicas na maior parte das vezes estão relacionadas a recursos: máquinas, equipamentos, veículos, instalações, sistemas etc. As restrições não-físicas podem ser a demanda por um produto ou um procedimento corporativo. Para Catelli, os gestores devem ser avaliados com relação aos resultados econômicos que trazem para as empresas. Dessa forma, o modelo de Gestão Econômica (GECON) busca a eficácia empresarial destacando a administração por resultados econômicos. Controladoria e Modelo de Gestão estão interligados pois o setor é o responsável por avaliar a eficiência e a eficácia de todos os departamentos. Em suma, o controller deve constantemente analisar se os objetivos econômico-financeiros estão sendo cumpridos pelos gestores e se os mesmos são alcançados da maneira mais econômica possível (com menos tempo, menos recursos etc). A Controladoria tem por finalidade garantir informações adequadas ao processo decisório, assegurando a otimização do Resultado Econômico. Segundo os princípios do GECON, a maximização dos resultados empresariais não pode ser isolada, ou seja, o papel de cada área é importante para o todo. Em uma empresa, todas as modificações e iniciativas a serem implementadas trazem consequências para o negócio de maneira direta ou indireta, sendo elas positivas ou não pois o ambiente empresarial é influenciado por diversos fatores como competitividade, tendências de mercado, comportamento de consumidores e demandas. Esses aspectos tornam difícil o processo de tomada decisões. Por exemplo, na implementação de novos métodos para melhoria na empresa, é preciso ter entendimento das modificações que elas podem causar na empresa para decidir quais métodos implementar e quais descartar. Sendo assim, através da simulação empresarial, é possível criar estratégias para solução de situações específicas, de forma segura, por meio de testes, hipóteses etc. Portanto, essas simulações são indispensáveis para quem precisa avaliar as consequências de mudanças a aplicar em uma empresa. A gestão de atividades (ABM), é o processo que utiliza as informações geradas pelo ABC para gerenciar a organização, sendo todo o conjunto de ações gerenciais executadas a partir do ABC. A utilização do ABM ajudará a organização a tomar as melhores decisões, a melhorar o desempenho e a obter maior retorno dos ativos de que dispõe. Partindo do ponto onde o ABC é uma metodologia que mede o custo e o desempenho de atividades, recursos e objetos de custos se guiando por: “Quanto custam as atividades e os objetos de custos?” O ABM, por sua vez, será como uma disciplina que se concentra na gestão de atividades por considera-la o caminho para a melhoria dos preços cobrados e dos lucros alcançados com base nesse preço, pois emprega uma visão de processo e se preocupa com os fatores que fazem com que os custos existam. A gestão baseada em valor é o artefato gerencial mais evoluído. Essa ferramenta visa auxiliar a tomada de decisões com objetivo de agregar valor, ou seja, aumentar a riqueza dos acionistas, remunerando os custos implícitos de oportunidade de capital investido pensando em obtenção de vantagem competitiva para maximização de valor para o acionista, dessa forma é um modelo de gestão que planeja a longo prazo. Para que a empresa desenvolva uma estratégia que esteja alinhada aos objetivos do negócio, precisa levar em consideração alguns fatores: a cultura corporativa, o incentivo ao desenvolvimento profissional, avaliação de desempenho. Dessa forma, se espera como resultado da gestão baseada em valor um desenvolvimento da liderança, otimização na gestão de pessoas, fortalecimento do relacionamento com fornecedores e a potencialização com os stakeholders de forma geral.