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O SURGIMENTO DA FILOSOFIA

Influência da Civilização Grega na formação do mundo ocidental moderno.


Condições Históricas:
Desencantamento do mundo natural e relativização das crenças.
Comércio e contato com outros povos e culturas.
Novos segmentos sociais → novas necessidades.
Uso de moeda + escrita fonética → capacidade de abstração.
Democracia exige discurso lógico e argumentação.
Trabalho escravo → ócio dos homens livres.
Passagem do mito para a Filosofia.

OS FILÓFOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS
São chamados de filósofos da natureza.
Buscavam a arché, isto é, o elemento ou substância primordial que originava todas
as coisas da natureza.
Dirigiram sua atenção e suas investigações para a Physis (a natureza em sua
gênese e movimento).
Buscavam dar uma explicação causal para os processos e fenômenos observados
na natureza.
Os primeiros filósofos viveram em Mileto, uma colônia grega no litoral da Jônia
(Escola Jônica ou Milesiana).
TALES DE MILETO (± 640 a.c.): Acreditava que a água era a substância que origina
tudo na natureza. É considerado, pela tradição clássica, o primeiro grande filósofo. É
famoso também por suas contribuições na matemática.
ANAXIMANDRO (± 610-547a.c.): Concluiu que a substância primordial estaria além
da nossa capacidade de observação. Denominou a arché de apeiron, indeterminado
e ilimitado.
ANAXÍMENES (± 588 – 524a.c.): Tentou conciliar as concepções anteriores afirmando
que a substância primordial é o ar, por percebê-lo como força vital que anima o
mundo.
PITÁGORAS (± 570-490a.c.): Foi o principal representante da Escola Eleática, que
surgiu nas colônias gregas do sul da Itália. Introduziu a noção de ordem e regularidade
na Filosofia ao afirmar que a essências de todas as coisas reside nos números.
Heráclito (± 500a.c.) x Parmênides (± 510a.c.)
A primeira grande polêmica na história da Filosofia.

Heráclito (± 500a.c.) x Parmênides (± 510a.c.)


• Pluralidade e movimento • Unidade e repouso
• Impermanência das coisas • Permanência do ser.
• Nada é, tudo é devir (vir a ser) • O que é é, o que não é não é.
• Lógica dialética • Lógica formal
Heráclito
Para Heráclito de Éfeso “um homem nunca se banha duas vezes no mesmo rio” e
“o conflito é o pai de todas as coisas, de todas rei”
Heráclito afirma que tudo está em constante transformação na natureza, num
fluxo incessante. A realidade é um eterno vir-a-ser.
A impermanência das coisas resulta de uma contradição presente em todas elas:
ser e não-ser. Dessa oposição resulta a unidade do mundo.
Da tensão entre tese e antítese nasce a síntese, isto é, o novo que carrega em si
os elementos do velho reelaborados em um novo ser.
Parmênides
Parmênides afirmava que uma coisa não pode ser e não-ser ao mesmo tempo,
muito menos o seu contrário. Segundo ele, essa ideia contraria o principio básico da
lógica: o da identidade.
Ao colocar a exigência lógica acima das percepções sensoriais, inaugurou a
metafísica (existe uma essência por trás da aparência).
Para esse filósofo a sabedoria consiste em usar a razão para estabelecer uma
ordem no caos que as aparências revelam aos nossos sentidos.
O movimento que percebemos na realidade que nos cerca seria ilusório, pois os
nosso sentidos nos enganam. A verdade só poderia ser alcançada através do
pensamento lógico.
Zenão de Eléia ( ±488-430a.c.): Foi discípulo de Parmênides e formulou o famoso
paradoxo da corrida entre Aquiles e a tartaruga para provar que o movimento é
ilusório.
Empédocles de Agrigento (± 490-430a.c.): Defendeu a existência de quatro
elementos, que constituem as raízes de todas as coisas: a água, o ar, o fogo e a terra,
que seriam movidos por duas forças: amor e ódio.
Demócrito de Abdera (460-370a.c.): Formulou uma concepção de extraordinária
importância para o desenvolvimento da ciência ao afirmar que todas as coisas na
natureza eram formadas por unidades invisíveis e indivisíveis: o átomo.
Na Grécia antiga não existia uma distinção muito clara entre os objetos de estudo
da ciência e da filosofia, que se desenvolveram juntas até o século XVII, quando
ocorreu a revolução cientifica.
Os filósofos pré-socráticos também são chamados de filósofos da natureza, físicos
ou filósofos-cientistas. Depois deles, com Sócrates, a filosofia voltou-se para as
questões do homem e da sociedade.
Esses primeiros filósofos buscaram explicações para os fenômenos da natureza no
próprio mundo natural. Eles marcam a passagem do pensamento mítico para o
pensamento racional.
Outra diferença importante que aparece com a filosofia é a disposição para a
crítica. Esses pensadores estimulavam seus discípulos a criticar suas teses,
acreditando que era preciso aperfeiçoá-las.
OS SOFISTAS
Sábios que cobravam para ensinar e transmitir seus conhecimentos.
Dirigiram a filosofia para questões práticas e solução de problemas.
Preparavam os jovens da elite para a vida publica e osnegócios privados.
Desenvolveram a oratória, a retórica e a técnica de argumentação.
Relativismo moral e ceticismo com relação ao conhecimento.
Subjetivismo (tudo depende do sujeito) e Pragmatismo.
Protágoras: “O homem é a medida de todas as coisas”.
Górgias: “ O bom orador convence qualquer um de qualquer coisa”.

SÓCRATES (470-399a.C)
 Dirigiu sua filosofia para as questões do homem e da sociedade.
Ao contrário dos sofistas, não vendia seus ensinamentos.
Sócrates acreditava na existência da verdade, alcançada pela razão.
Não formulou teorias, nem redigiu obras. Questionava tudo e todos.
Partia da constatação da própria ignorância: “Só sei que nada sei”.
Aperfeiçoamento moral era mais importante. “Conhece a ti mesmo”.
O MÉTODO SOCRÁTICO
Diálogo crítico: Método utilizado por Sócrates para desenvolver sua filosofia. Divide-
se em:
- Ironia: mostra as incoerências e contradições no discurso do interlocutor.
- Maiêutica: Constrói um novo conhecimento mais coerente e fundamentado.
Foi acusado de corromper a juventude e não reconhecer os deuses de Atenas.
Condenado pelo tribunal a suicidar-se tomando cicuta.

O PENSAMENTO DE PLATÃO (427 – 347 a.C.)


Atenas no fim do Período Clássico.
Quem foi Platão.
A morte de Sócrates.
A academia → O Conhecimento; A Política.
O idealismo platônico.
Influência na história da civilização ocidental.

A obra de Platão → Os diálogos socráticos.
- Apologia de Sócrates;
- O banquete;
- Mênon;
- Fédon;
- A república;
- Timeu;
- Leis.
O mito da caverna.
Aspecto epistemológico

Teoria das Idéias

Aspecto político

Teoria do Rei-filósofo

O processo do conhecimento.


Rigor lógico da argumentação.
Método dialético → Diálogo crítico.

Afirmação X Objeção → Superação/Aperfeiçoamento/Purificação


(Tese) (Antítese) (Síntese)

Plano da opinião → Plano do conhecimento


(Doxa) (Episteme)
Mundo Ilusório Mundo das Idéias
(aparências) (essências, formas)
↓ ↓
● Mundo Sensível ; ● Mundo Inteligível;
● Impressões Sensoriais ; ● Atingido pelo raciocínio;
● Captado pelos sentidos. ● Alcançado com o uso da razão.
↓ ↓
Senso Comum Conhecimento da verdade


Conhecimento → Plano das ideias.

Reminiscência → A alma é eterna e conhece tudo.

Nossos sentidos “lembram” do que a alma sabe.

Graus de conhecimento: - opinião, crença, raciocínio, intuição intelectual.

Mundo Sensível Mundo Inteligível


• Concreto • Abstrato
• Particular • Universal
• Relativo • Absoluto
• Transitório • Permanente
• Imperfeito • Perfeito
• Incompleto • Completo
• Passageiro • Eterno
• Movimento • Imutável
• Superficial • Fundamental
• Corpo • Alma

Ética e Política.
O Bem Supremo.
Esparta: o modelo.
A República.
Teoria do Rei-Filósofo.
Influência sobre as concepção políticas.
O PENSAMENTO DE ARISTÓTELES (384 – 322 a.C.)

Idealismo
(Platão)
X
Realismo → Unidade no indivíduo
(Aristóteles) Aparência e Essência

Obra de Aristóteles → “Enciclopédia” da Antiguidade.


Origem das Ciências.

Organon
Física
Metafísica

Processo do conhecimento
Conhecimento Raciocínio Estrutura essencial
Ciência → indutivo → do ser

Níveis do conhecimento
Sensação → Memória → Experiência → Arte (Técnica) → Teoria (Ciência)

Inteligência Concreta → Inteligência Abstrata

Substância Acidente
• Geral • Particular
• Universal • Singular
• Genérico • Especifico
• Estrutural • Circunstancial
• Necessário • Contingente

→ Passagem da potência (o que pode ser)


ao ato (aquilo em que se torna).

↓ ↘

Causalidade Acidente → Lugar, quantidade,


qualidade(cineses) Substância → Geração no
ser (genesis)
Mudança estrutural
As quatro causas do ser:
• Causa material;
• Causa formal;
• Causa Eficiente;
• Causa Final → Define o ser, por isso é a mais importante.


Ética → Eudaimonia (Bem-viver) → Felicidade


Prática da Virtude → Hábito → excelência

Justa medida entre dois vícios
Excesso e Falta

Justiça → Tratar os iguais como iguais e os desiguais como desiguais.



 Política em Aristóteles → “A Política”

- Constituição → Essência Estado

Política + Ética

- Formas de governo.
Monarquia – Tirania
Aristocracia – Oligarquia
Democracia - Demagogia
O PERÍODO HELENÍSTICO E O MUNDO ROMANO
Características Básicas
Conformismo ▪ Pessimismo ▪ Ceticismo ▪ Materialismo
Contexto Histórico
Cultura Grega + Cultura Oriental → Civilização Helenística → Absorvida pelos
Romanos

Fim da democracia grega e desaparecimento da pólis.


Apogeu e decadência da civilização romana.
Contato com o Oriente e o aparecimento do Cristianismo.
Visão do homem e concepções do mundo se deslocam das questões coletivas e
assuntos públicos para as preocupações individuais e privadas.
Ser político (ético, livre e racional) → Ser “comum” (genérico e abstrato)
Filosofia → vida interior, intimidade, vida privada.
Regras e normas que ensinam como viver bem em qualquer circunstância.
Filosofia de vida e arte de viver bem, busca da paz de espírito e da felicidade.
Refúgio da vida privada → afastar-se da intranqüilidade da vida pública.
Homens desorientados e inseguros – pobreza material, violência, solidão.
Terapia para as causas da infelicidade humana, remédio para o espírito.

Cinismo e Ceticismo
 Crítica das certezas baseadas na opinião → ceticismo
 O conhecimento verdadeiro das coisas é impossível
 Antístenes seria o precursor do Cinismo.
 Diógenes é conhecido pelo desapego dos bens materiais e às convenções.
 Pirro, general de Alexandre, seria o fundador do Ceticismo (Pirronismo).
 Idéias gerais são falsas, porque só existem, realmente, coisas singulares.
 Investigar, discutir e tentar conhecer são esforços inúteis. Só percebemos a
aparência das coisas e, assim, é melhor não formular juízos sobre elas.
 Isolamento, desprezo pelas convenções sociais e pelos valores morais.
 Desapego dos bens materiais, pois quanto menos dependemos das coisas, mais
felizes podemos ser.
 Busca da ataraxia – imperturbabilidade, estado de tranquilidade absoluta,
capacidade de auto-controle, estar sem preocupação ou ansiedade.

Epicurismo
Epicuro e o seu Jardim.
Teoria atomista: materialista e hedonista (felicidade associada ao prazer)
Só existem átomos (nas suas combinações) ou vazio (ausência de átomos)
Os objetos emitem fluidos → órgãos sentidos – sensações
Conhecimento → seria somente o acúmulo de impressões sensoriais que a
memória classifica e organiza.
Felicidade → Satisfação de desejos físicos, poder desfrutar do prazer.
Prazer duradouro, perene, em repouso: alma tranquila, auto-suficiência
Medo da morte é a principal causa da infelicidade humana
Morte: Dissolução ou desagregação dos átomos e fim das sensações.
Quem não teme a morte, muito menos temerá a vida.

Estoicismo
Zenão de Cício e a Stoa (Pórtico)
Foi a corrente mais importante da época e influenciou o cristianismo.
Logos, physis, mundo → é um corpo vivo.
Simpatia: correspondência entre aspectos da realidade.
Homem deve conformar-se à ordem do mundo e aceitá-la como inexorável.
Felicidade significa adaptar-se, viver de acordo com a ordem natural e universal.
Indiferença frente aos males do mundo e aos problemas da vida.
As coisas ruins são passageiras e isoladas num plano existente maior.
Aceitando a ordem natural das coisas, qualquer um pode ser livre
Teve ampla aceitação em todas as classes sociais, incluindo escravos.
Estimula o conformismo, a resignação, e a passividade do indivíduo.
Estabelece uma moral rígida, severa e determinista.
Valoriza a serenidade, a moderação, o equilíbrio e o autodomínio
A obediência ao dever é o verdadeiro sentido da vida
Austeridade física e moral, firmeza de espírito e coragem frente ao perigo.
Indiferença frente à dor e resignação ao sofrimento.

Roma
Absorveu e assimilou características de outras culturas.
Filosofia tinha um caráter eclético, prático e moralista.
Predominou a filosofia estóica, mas com moral menos rígida.
Principais representantes: Cícero e Sêneca

Plotino
Filosofia marcada pelo neoplatonismo
“Uno indizível” é a fonte de tudo.
Prática do bem nos aproxima do Uno.
Passagem da Filosofia para a Teologia.
FILOSOFIA MEDIEVAL
Contexto Histórico
Passagem da Antiguidade para a Idade Média.
Decadência do Império Romano.
Surgimento e difusão do cristianismo.
O concílio de Nicéia e a organização da Igreja.
A elaboração da doutrina cristã.
Conciliar fé com razão – Filosofia → Teologia

Origem da Filosofia Patrística



São Paulo e os apóstolos.

Padres apologistas → Clemente de Alexandria.

São Justino Tertuliano


↓ ↓
É possível aprender com Somente na Bíblia se
os filósofos pagãos encontra a verdade
↓ ↓
Tolerância Fundamentalismo

Apogeu da filosofia Patrística → Início Idade Média.


Santo Agostinho → “Confissões”
“Solilóquios”
“A Cidade de Deus”

Influência de Platão → Teoria das Idéias


-Supremacia da alma sobre o corpo
- Mundo das idéias = Paraíso

Origens da Escolástica
Contexto histórico → Formação do feudalismo
Renascimento Carolíngeo
- Escola Palatina
- Alcuino de York, Eginhard, Pedro Lombardo
- Retomada da Filosofia e do desenvolvimento cultural
O apogeu da escolástica – O Tomismo
São Tomas de Aquino → “Suma teológica”
Conciliar revelação divina com as exigências da razão.
Influência de Aristóteles
Provas racionais da existência de Deis.
As Universidades
Nova cultura: Racionalismo, espírito crítico.
Primeiras Universidades:
Bolonha, Paris, Oxford, Coimbra, Salamanca, Leipzig
Trivium: Dialética, gramática, retórica.
Quatrivium: Aritmética, geometria, astronomia, música.
Cursos: Teologia, Direito, Medicina, Artes e Ofícios.
Dominicanos e franciscanos.

O Pós-Tomismo
São Boaventura – Retomada de Platão e reforço da fé.
Roger Bacon – Precursor da ciência experimental.
Duns Scotus – Não é possível provar as verdades religiosas
Filosofia não podia desvendar mistérios divinos.
Guilher Okham – Separação Igreja/Estado
Poder espiritual/temporal

FILOSOFIA MODERNA
 Contexto histórico – Transição do Feudalismo para o Capitalismo.
 Transformações econômicas, sociais, políticas e cultural-ideológicas.
 A Revolução Comercial – Expansão Marítima e Colonial.
 A ascensão da burguesia e a decadência da nobreza.
 As monarquias nacionais absolutistas.
 O Renascimento Cultural e a Reforma Protestante.

O RENASCIMENTO CULTURAL
Movimento artístico, literário, filosófico, científico, científico.
Início na Itália, Século XV – Resto da Europa, Séculos XVI-XVII.
Antropocentrismo – Racionalismo – Classicismo.
Individualismo – Naturalismo – Hedonismo.
Nova visão do homem, da natureza, do universo.

REFORMA PROTESTANTE
Divisão da cristandade ocidental.
Início na Alemanha. 
Relação individual com Deus.
Salvação pela fé, predestinação.
Livre interpretação da Bíblia.
Simplificação do culto e eliminação do clero.
TRANSIÇÃO DO FEUDALISMO AO CAPITALISMO
Da cultura medieval para a cultura moderna. 
Do teocentrismo ao antropocentrismo.
Do misticismo ao racionalismo.
Do coletivismo ao individualismo. 
Da cultura religiosa e clerical para a cultura laica e burguesa.
As universidades, o espírito crítico, o pensamento especulativo.
O contato com os árabes e bizantinos.
O movimento renascentista.
As navegações e o descobrimentode novas terras, povos e culturas.
 O espírito do protestantismo.
 Humanismo e Racionalismo.
Nova visão do homem e do mundo.
Revolução científica do século XVIII.
O Método Experimental

OS FILÓSOFOS RENASCENTISTAS (I)


Os Grandes Humanistas
Erasmo de Rotterdam
O Elogio da Loucura

Michel de Montaigne 
Ensaios

OS PRIMEIROS HUMANISTAS
Nicolau de Cusa. 
Marsilio Ficino.
Pico della Mirândola.
Pietro Pomponazzi.

OS FILÓSOFOS RENASCENTISTAS (II)


Thomas Morus
Utopia

Tomazo Campanela
A Cidade do Sul

O PENSAMENTO POLÍTICO MODERNO (I)


MAQUIAVEL
 Fundador da Ciência Política moderna – estadista e intelectual
 Primeiro pensador que separa política de moral/religião
Não devem existir limites éticos para o exercício do poder político.
Autonomia para a Política – Realismo e Pragmatismo
O Príncipe, Discurso sobre a Década de Tito Lívio, a Arte da Guerra

O PENSAMENTO POLÍTICO MODERNO (II)


THOMAS HOBBES
Natureza humana é intrinsecamente má (homo homini lupus).
Em “estado de natureza”, antes de conhecer a lei e o governo, homens viviam numa
“guerra de todos contra todos”
Estado teria origem num pacto social feito para obter paz/segurança. 
Os homens abdicam da sua liberdade em favor de um governo forte para manter
a ordem/propriedade e proteger os fracos da violência.
Obras: O Leviatã, De Cives

TEORIA DO DIREITO DIVINO DOS REIS


Defesa do Absolutismo
Jean Bodin
- Res Publicus
- Governante = Pai

Jacques Bossuet

- A Política Baseada nas Sagradas Escrituras
- Trono do Rei = Trono de Deus

RENASCIMENTO NA CIÊNCIA
Uma nova concepção do universo. 
Astronomia
Copérnico – Heliocentrismo
Kepler – Órbita elíptica dos planetas
Galileu – Método experimental
Física
Newton – Mercantilismo

FILOSOFIA MODERNA
CORRENTES EPSTEMOLÓGICAS (I)
Racionalismo
Inatismo: existem ideias inatas, ou fundadoras, de onde se origina todo o
conhecimento. Ideias que não dependem de um objeto.
Idealismo: Sujeito pensante é mais importante que o objeto pensado.
O processo de conhecimento se dá, fundamentalmente, pela razão.
Principais Filósofos – René Descartes, Baruch Espinoza, Gottfried Leibniz,
Malabranche.
CORRENTES EPSTEMOLÓGICAS (II)
Empirismo
Todo o conhecimento provém, em última instância, da experiência sensível. Não
existem ideias inatas.
A percepção sensorial é o ponto de partida do processo de conhecimento.
Valoriza a experiência concreta e o livre pensamento.
Principais Filósofos
- Francis Bacon, Thomas Hobbes, John Locke, David Hume e George Berkeley .

CORRENTES EPSTEMOLÓGICAS (III)


O Apriorismo Kantiano
Formas de sensibilidade a priori – Tempo e espaço Permitem a experiência
sensorial.
Formas de conhecimento a priori – Causa, relação e necessidade Determinam a
compreensão que temos das coisas.
Não conhecemos as coisas como elas realmente são (em si mesmas) e sim
condicionadas por nossas estruturas mentais.

RENÉ DESCARTES (1596-1650)


Fundador do Racionalismo moderno.
Questionamento radical do conhecimento.
Ceticismo: submete à dúvida todo o conhecimento existente.
“Penso, logo existo” – única verdade livre de qualquer incerteza.
Ideias claras e distintas: ponto de partida para um conhecimento válido das coisa
porque são ideias incontestáveis, certas e seguras.

Obra: “Discurso Sobre o Método”


Condição para o conhecimento: - Conduzir corretamente o
pensamento/raciocínio.
Regras básicas: - Evidência, análise, síntese, enumeração (verificação).
Matemática: - Ideias claras e distintas demonstráveis e incontestáveis.
Racionalismo: - Desconfia das impressões sensoriais/ experiência sensível.
O homem é um ser pensante.
Idealismo: - valoriza a atividade do sujeito como fundamento da realidade.
Pensamento (consciência subjetiva) é mais importante que a matéria (ser
objetivo).
O Racionalismo/idealismo cartesiano separa o sujeito do objeto.

ESPINOZA (1632-77)
Obra: Ética, Tratado Teológico-político.
Deus é imanente – está em tudo o que existe.
Tudo o que existe é necessário.
Liberdade é a consciência da necessidade.
Bíblia não é fonte de conhecimento.
Estabelece princípios de conduta humana.
Deus transcendente – Justifica poder político.

NICOLAS MALEBRANCHE (1638-1715)


Obras: Da Investigação da Verdade, Tratado Moral.
Procurou adaptar o racionalismo cartesiano ao cristianismo.
Ideias claras e distintas – Modelos perfeitos.
Conhecimento é aproximação de Deus, que contém todas as ideias verdadeiras.

GOTTLIEB W. LEIBNIZ (1646-1716)


Obras: Discurso de Metafísica, Monadologia.
Crítica ao racionalismo e empirismo radicais.
Estabelece graus de aceitação/discordância.
Toda a verdade possui uma razão.
Filosofia universalista: Integrar, totalizar e unificar o conhecimento
 Monadologia: Universo – Harmonia e hierarquia.
Mônadas: Unidades dinâmicas e autocontidas ordenadas por Deus.
Melhor dos mundos possíveis – Uma entre infinitas possibilidades de organização.

BLAISE PASCAL (1623-62)


Obra: Pensamentos.
Crítica do Racionalismo cartesiano.
“O coração tem razões que a própria razão desconhece”.
É preciso aceitar os limites da razão humana e sua capacidade de explicar o
mundo.
Valoriza a razão, mas nega o mecanicismo.
Fragilidade da existência humana: entre o nada e o infinito

FRANCIS BACON (1561-1612)


Obra: Novum Organum.
Método indutivo de investigação.
Conhecimento para utilização prática.
Ciência experimental: observação, hipótese, experimentação, verificação,
comprovação.
Conhecimento: Libertar dos “ídolos” - Crenças, hábitos, preconceitos, tradição.

THOMAS HOBBES (1588-1679)


Obras: O Leviatã, De Cive
Conhecimento dos corpos naturais/artificiais.
Concepção empirista, mecanicista, materialista.
“No mundo não existe acaso ou liberdade”.
Teoria do Pacto Social como origem do Estado.
Visão pessimista do homem – Homo Homini Lupus.
Defensor do governo absolutista.

JOHN LOCKE – (1632-1704)


Obras: Ensaio Acerca do Entendimento Humano.
Empirismo não radical.
Não existem ideias inatas (a mente é uma folha em branco).
Experiência sensorial é o ponto de partida do processo de conhecimento.
Percepção sensorial + processo mental que organiza, associa, combina sensações.
Das ideias simples para as mais complexas.
Obras: Segundo Tratado do Governo Civil.
Pai do Liberalismo Político, filósofo empirista.
Direitos naturais: Vida, liberdade, propriedade.
Estado nasce de um pacto social e deve proteger os direitos.
Governo para ser legítimo tem que ser representativo.
Critica o absolutismo: Direito de rebelião contra a tirania.

GEORGE BERKELEY (1685-1753)


Obra: Tratado Sobre os Princípios do Entendimento Humano.
Empirismo idealista e radical; afirma a imaterialidade do mundo.
Não existe matéria independente da mente. A existência das coisas é somente a
percepção.
Só existe a percepção: “Existir é ser percebido.”
Deus: percebe de modo absoluto a existência dos seres e coordena a percepção
dos sujeitos.

DAVID HUME (1711-76)


Obra: Investigação acerca do entendimento humano.
Pensador ateu e empirista distingue: - Impressões: dados fornecidos pelos
sentidos. - Ideias: representações mentais derivadas.
Ceticismo teórico: questiona validade do raciocínio indutivo, porque não possui
fundamento lógico.
Crença na repetição (no hábito); dogma da Ciência.
Conclusões científicas são relativas, são apenas probabilidades.

IMMANUEL KANT (1724-1804)


CONTEXTO HISTÓRICO
Segunda metade do século XVIII – época de transformações econômicas, sociais,
políticas e cultural-ideológicas.
A Revolução Industrial e a consolidação do Capitalismo.
A Revolução Científica, o Iluminismo e a Enciclopédia.
As Revoluções burguesas e a difusão do liberalismo.
Kant era um dos 9 filhos da família de um seleiro da seita pietista.
Kant nasceu em Kögnisberg, cidade da Prússia (Alemanha), de onde nunca se
afastou durante a vida. Depois de uma longa espera foi admitido para lecionar na
universidade. Chegou a ser reconhecido pela importância da sua obra intelectual.
A vida cotidiana de Kant era extremamente regrada e austera. O seu trabalho era
bastante metódico e disciplinado. Nunca se envolveu nas questões políticas e
disputas ideológicas de sua época. Sua obra tem, entretanto um caráter progressista
e revolucionário.
Expoente do Iluminismo alemão.
Aufklarung: Racionalismo e idealismo.
Homem: Razão e liberdade.
Ilustração: Maioridade de razão.
Confiança na capacidade de explicar e dominar o mundo pela razão.
Autonomia de pensamento: “Ousa pensar”.
Obra: “Crítica da Razão Pura”.
Kant realizou um estudo crítico da razão e do conhecimento.
Conhecimento empírico – A posteriori – captado pelos sentidos
Conhecimento puro – A priori
-Resulta de uma operação da nossa mente.
- Independe dos dados fornecidos pelos sentidos.
- Existe em nossa mente – anterior à experiência.
- Produz juízos/afirmações universais e necessárias.

KANT AFIRMA QUE EXISTEM INTUIÇÕES PURAS E CONCEITOS PUROS


São estruturas de pensamento que permitem a experiência sensorial.
Formas de sensibilidade a priori – Tempo e espaço.
Formas de entendimento a priori – Causa/consequência. – Relação de
necessidade.
Essas estruturas nos permitem emitir juízos sobre a realidade

KANT CLASSIFICA OS JUÍZOS EM DOIS TIPOS:


Juízo analítico ou de elucidação.
-É aquele em que o predicado já está contido no conceito do sujeito.
-Não resulta em novos conhecimentos
-Ex: O quadrado tem quatro lados.
Juízo Sintético ou de ampliação
- O predicado acrescenta algo novo.
- Inclui algo que não é inerente ao sujeito.
- Gera ou produz um novo conhecimento.
- Ex: Os corpos se movimentam.
OS JUÍZOS SINTÉTICOS PODEM SER DIVIDIDOS EM DOIS TIPOS:
Juízos sintético a posteriori – Ex: esse vestido é verde
- Amplia o conhecimento sobre o sujeito, mas não produz um juízo de caráter
universal e necessário.
- Sua validade esta sempre condicionada ao tempo e ao espaço em que se da a
experiência.
Juízos sintéticos a priori – Ex: Retas paralelas nunca se encontram.
- Amplia o conhecimento e acrescenta informações novas ao sujeito.
- Produz um juízo universal e necessário que não esta limitado pela experiência.
Kant promoveu uma “revolução copernicana” na epistemologia, ou seja, na teoria
do conhecimento.
Na concepção kantiana, não são os objetos que regulam o nosso conhecimento.
Os objetos são regulados pelo nosso pensamento.
A teoria epistemológica de Kant realizou a síntese entre as teorias do
conhecimento da Idade Moderna: racionalismo e empirismo.
A sensibilidade oferece os dados do objeto, mas o entendimento determina as
condições nas quais o objeto é pensado/comhecido.
O conhecimento é o resultado da relação (interativa) entre sujeito, que conhece
(que pensa de acordo com sua estruturas a priori de pensamento) e o objeto que é
conhecido.
Não conhecemos as coisas em si mesmas ( as coisa em si), ou seja, como elas
realmente são. Conhecemos as coisas e os fenômenos tal como os percebemos (o ser
para nós).
Em síntese, nosso conhecimento da realidade está condicionado, em última
instância, por nossas estruturas mentais.

CONCEPÇÃO ÉTICA DE KANT


Obras de Kant sobre Ética e Moral: “Crítica da razão prática” e “Fundamentação
da metafísica dos costumes”
Kant afirma que a razão humana é legisladora, ou seja, é capaz de elaborar normas
ou leis de caráter universal, uma vez que a razão é um predicado de todos os homens.
As normais morais teriam origem, portanto, a sua origem na razão.
A “ética do dever de Kant” está baseada está baseada em dois princípios: razão e
liberdade. Um ato só pode ser considerado moral se for praticado de maneira
autônoma e consciente.
Em Kant, a noção de dever se confunde com a noção de liberdade. O indivíduo
que obedece uma norma moral atende à liberdade da razão, obedece aquilo que,
livremente, sua razão estabelece.
Na ética kantiana, a racionalidade é a única fonte legítima da moral, e agir de
acordo com a razão é uma exigência que Kant denomina como “imperativo
categórico”.
Imperativo categórico é uma determinação maior, que precisa ser observada
sempre, em todo e qualquer ato moral que for praticado.
Uma ação só é moralmente correta se puder ser universalizada, isto é, se puder
ser praticada por todos os homens, sem prejuízo para a humanidade. “Age de modo
que teu agir seja uma lei universal”
As inclinações (paixões, desejos, emoções) afetam a vontade e fazem o indivíduo
agir, muitas vezes, contrariamente à razão e ao dever.
A ética Kantiana é formal, porque não considera as condições reais e concretas
em que os indivíduos precisam fazer escolhas morais.

O ILUMINISMO
O CONTEXTO HISTÓRICO
Origens nos Séculos XVI E XVII – Apogeu no Século XVIII
Inglaterra e França – Centros do desenvolvimento capitalista
As Revoluções Burguesas e a Revolução Industrial
Bases ideológicas do Capitalismo: Liberalismo Político e Econômico
O Iluminismo – A Ilustração – A Enciclopédia – O Século das Luzes
Movimento filosófico – França, século XVII.
Consolidou a hegemonia ideológica da burguesia.
Influenciou:
- Independência dos EUA (1776)
- Revolução Francesa (1789)
- Independência da América Latina
- Movimentos Liberais da Europa do Século XIX.
Originou instituições político-ideológicas que predominam no mundo
contemporâneo
Precursores: Descartes – Discurso Sobre o Método
John Locke – Segundo Tratado Sobre o Governo Civil
Características → Racionalismo e Liberalismo
Iluministas criticavam:
- Governo absolutista
- Privilégios feudais
- Intolerância da Igreja.

PRINCÍPIOS DEFENDIDOS PELOS FILÓSOFOS ILUMINISTAS OU ILUSTRADOS


Direitos naturais do homem: vida, liberdade, propriedade.
Igualdade de direitos.
Governo representativo.
Liberdade de pensamento e expressão.
Direito de ir e vir.
Direito à propriedade.
VOLTAIRE (1694-1778)
Obras: Cartas Inglesas, Dicionário Filosófico, Tratado Sobre a Tolerância, Cândido.
Defensor da liberdade de pensamento/expressão. 
Crítico contundente da Igreja.
Influenciou déspotas esclarecidos.
Participou da enciclopédia.
MONTESQUIEU (1689-1755)
Obras: Cartas Persas, O Espírito das Leis.
Analisou as formas de governo.
Defendeu o Princípio da Divisão dos 3 Poderes.
- Executivo
- Legislativo
- Judiciário
Teoria dos Freios e Contrafreios.
Defendia a Monarquia Constitucional.
JEAN JACQUES ROUSSEAU (1689-1755)
Obras: O Contrato Social, Discurso Sobre a Desigualdade, O Emílio.
Pai da democracia moderna – Vontade geral.
Soberania popular não pode ser representada.
Forma de governo: República.
Origem da desigualdade social – Propriedade privada.
Precursor do romantismo e da pedagogia moderna.
Teoria do Bom Selvagem.
A ENCICLOPÉDIA
Obra em mais de 30 volumes.
Publicada clandestinamente na Holanda.
Organizadores: Diderot e D’Alembert.
Participação de Voltaire, Montequieu, Rousseau e dezenas de intelectuais.
Reunir, organizar, difundir o conhecimento acumulado pela humanidade.
O LIBERALISMO ECONOMICO
Defesa da liberdade de produção e comércio.
Condena as práticas mercantilistas.
Fisiocratas franceses: Quesnay, Turgot.
Doutrina do Laissez-Faire
– Leis naturais da economia.
Economia liberal clássica: David Ricardo, S. Mill
Adam Smith (1723-1790)
Obra: A Riqueza das Nações.
Defesa da livre iniciativa, da livre concorrência e do livre comércio.
Condena a intervenção do Estado na economia.
Teoria do Valor-Trabalho.
Escola clássica do pensamento economico.
David Ricardo, Thomas Malthus, Stuart Mill.

ROMANTISMO E IDEALISMO
(Século XIX)
O Idealismo alemão sofreu forte influência, na sua fase inicial, do Romantismo,
movimento cultural que se manifestou na Arte, na Literatura e na Filosofia. No seu
ponto culminante, com o otimismo racionalista de Hegel, o Idealismo rompeu com o
Romantismo.
O Romantismo foi uma reação ao racionalismo extremado, nascido com o
Iluminismo, que pretendia estabelecer um domínio absoluto da natureza e um
controle total da sociedade, através da razão.
Os pensadores românticos viam na uniformização e na mecanização, nascidas
com o mundo industrial, uma ameaça para a expressão do humanismo e para a
individualidade dos sentimentos.
O Romantismo denunciava as tensões sociais e as desigualdades geradas pela
sociedade urbano-industrial e o embrutecimento dos homens.
Numa atitude de resistência às mudanças, o romantismo resgatava o folclore e a
tradição cultural, com forte tendência ao conservadorismo.
Os escritores da época do romantismo retomaram uma concepção mística e
emotiva de Deus, que falaria ao coração dos homens, em oposição ao deísmo
racionalizado dos filósofos iluministas.
Os românticos viam a natureza como uma força vital que resiste à racionalização
tecnológica. Exaltavam e idealizavam a vida natural, em contraste com a vida regulada
pela máquina e pelo relógio.
Entre os principais escritores e pensadores ligados ao romantismo na Alemanha,
na passagem do século XVIII para o XIX, destacam-se: Friederich Schlegel, Johann von
Schiller e Wolfgang von Goethe.
O Romantismo valorizava a intuição, a criatividade, a inventividade, a
sensibilidade, as emoções, o amor, a paixão, a liberdade individual, o espírito de
aventura e a fantasia. Em síntese: a subjetividade.
Ao privilegiarem a sensibilidade e a subjetividade, os intelectuais do Romantismo
colocaram, especialmente, esse aspecto do homem no centro da sua visão de mundo
e das suas concepções filosóficas.
O Romantismo teve como desdobramento, no plano filosófico, uma forte
tendência ao idealismo. Entretanto, a vertente filosófica do movimento romântico
era, obviamente, mais racionalista.
Uma doutrina ou concepção filosófica é considerada idealista quando parte do
pressuposto de que, no processo do conhecimento, o sujeito tem papel mais
importante do que o objeto.
Os pensadores idealistas entendem que, em última instância, tudo que o sujeito
pode conhecer, com certeza, são suas próprias ideias, suas representações do mundo,
sua consciência.
Pensadores da antigos, como Platão, e modernos, como Descartes, formularam
concepções filosóficas idealistas, mas foram as ideias de Kant que serviram de base
para os filósofos idealistas alemães.
Segundo os filósofos idealistas, a existência do “eu”, como princípio da
consciência, é a condição fundamental para que possa ocorrer o processo do
conhecimento.
A existência de um “eu” pensante, de acordo com os idealistas, é o que torna
possível e, ao mesmo tempo, dá forma ao conhecimento.
Principais representantes do idealismo: Fichte, Schelling e Hegel.

JOHANN GOTTLIEB FICHTE (1726-1814)


Obras: “Sobre o conceito de doutrina da ciência” “Crítica de toda a revelação”
O “Eu” é o princípio da consciência e, portanto, é também princípio criador da
realidade. A realidade objetiva é somente um produto do espírito humano, que já traz
em si as concepções lógicas do mundo.
Se o mundo só reflete as estruturas lógicas do pensamento, tudo que é exterior
ao sujeito é somente um “não-Eu”, criado por ele.

FRIEDERICH SCHELLING (1775-1854)


Obras: “Do eu como princípio da Filosofia” “Idealismo transcendental”
Schelling, discípulo de Fichte afirma que existe um “princípio único”, entendido
como uma inteligência superior e exterior ao Eu, que rege todas as coisas do universo.
Essa inteligência se manifestaria em todas as coisas do mundo. No homem, ela se
manifesta no seu nível mais elevado, ou seja, aquilo que chamamos de razão.

G. W. FRIEDERICH HEGEL (1770-1831)


Elaborou um sistema filosófico de extraordinária abrangência, capaz de abarcar a
realidade com um todo, nos seus mais variados aspectos.
Algumas obras: “Fenomenologia do Espírito” “Lições sobre a História da Filosofia”
“Princípios da Filosofia do Direito”
Hegel foi o expoente da filosofia idealista alemã. Representa, também o ponto
culminante do otimismo racionalista, que havia surgido entre os filósofos do
movimento iluminista, no século XVIII.
Como os idealistas, Hegel afirma que a Razão ou Espírito é inteligência superior,
que se realiza e se concretiza na História dos homens.
A filosofia hegeliana entende a realidade como Espírito, o que significa que, além
de coisa (substância), ela é também sujeito(consciência).
Para Hegel, a realidade é Espírito e, portanto, tem vida própria. Deve ser
entendida como um processo que se apresenta num movimento dialético, isto é, se
realiza em momentos sucessivos e contraditórios.
A dialética hegeliana resgata a concepção de Heráclito, que entende a realidade
como fluxo incessante, como mudança permanente.
A transformação constante do mundo resulta de uma contradição que está
presente em todas as coisas que existem (ser e não-ser).
A realidade é dinâmica e, no seu desenvolvimento, apresenta etapas que se
contradizem, sem que o processo perca sua unidade.
A superação das contradições leva a uma nova etapa e a uma nova realidade
contraditória, num crescimento e superação constantes.
O movimento da realidade se daria, então, numa espiral em que estão presentes
a contradição ou conflito e o progresso ou evolução.
Na concepção hegeliana, o movimento dialético do real ou Espírito se processa
em três etapas: a tese (afirmação), a antítese (negação) e a síntese (superação).
O primeiro momento é o do “ser em si”
O segundo é o do ser outro, “ser fora de si”.
O terceiro é o do retorno, enriquecido ou
ampliado, do “ser para si”
O sistema filosófico hegeliano permite
abarcar o real como um todo racional, e permite
pensar, simultaneamente, as manifestações da
natureza e a sociedade.
A filosofia de Hegel conseguiu harmonizar
subjetividade e objetividade, a realidade
material com o mundo espiritual.
A concepção hegeliana rompeu com a visão
romântica do mundo, que exaltava e divinizava a
natureza, afirmando a absoluta superioridade do Espírito, que se realiza na história
dos homens, por meio da liberdade.
Segundo a concepção hegeliana, existem três instâncias do Espírito:
Espírito subjetivo: se refere à pessoa e à consciência individual.
Espírito objetivo: se refere às instituições e costumes historicamente produzidos
pelo homem.
Espírito absoluto: se manifesta na arte, na religião e na filosofia, como espírito
superior, que compreende a si mesmo.
Segundo Hegel, a História é o desdobramento do Espírito objetivo no tempo. Ele
é a realização da liberdade na sociedade e se manifesta no direito e na ética,
englobando a família, a sociedade e o Estado.
O Estado político, na concepção de Hegel, é o momento mais elevado do Espírito
objetivo. Para Hegel, o indivíduo somente tem existência enquanto membro do
Estado.
A História, na filosofia hegeliana, é a contínua evolução da ideia de liberdade que
se realiza num plano racional.
De acordo com a teoria hegeliana, os conflitos, guerras, injustiças e outras mazelas
do mundo devem ser entendidas como contradições, inevitáveis e até necessárias
para que possa haver o progresso.
Os momentos negativos funcionariam como antíteses, indispensáveis, ao
movimento dialético em que se desenrola a História.
A filosofia de Hegel serviu para justificar a ordem vigente, pois, para ele, todas as
coisas que acontecem, mesmo as ruins, fazem parte de um plano racional e têm um
motivo para ocorrerem.

ARTHUR SCHOPENHAUER (1788-1860)


Obra: “O mundo como vontade e representação”
Schopenhauer criticou Hegel que, para ele, seria um oportunista ou acadêmico
mercenário que transformou a Filosofia em instrumento para justificar o Estado
autoritário prussiano e, assim, se beneficiar.
Para contestar o otimismo racionalista hegeliano, ele retomou ideias de Kant e
negou a possibilidade de um saber absoluto ou mesmo a existência de uma realidade
absoluta.
Para Schopenhauer o mundo é representação porque tudo que ele inclui ou pode
incluir é inevitavelmente dependente do sujeito. Para existir o conhecimento do
mundo é preciso, antes, existir o sujeito.
A filosofia de Schopenhauer tem uma visão pessimista do homem e da vida. O ser
humano seria essencialmente vontade, o que o levaria a desejar sempre mais,
produzindo uma insatisfação permanente.
Nessa vontade insaciável, que anima o homem (e todas as coisas da natureza)
estaria a origem de todos os males e de todo sofrimento.

A FILOSOFIA NO SÉCULO XIX


LUDWIG FEUERBACH (1804-1872)
A filosofia de Feuerbach é materialista, isto é, toma como princípio o ser concreto,
e tem como ponto de partida a realidade objetiva. O homem deve ser entendido
como um ser natural e social.
As ideias de Feuerbach exerceram forte influência na formação do pensamento
de Karl Marx e sua concepção materialista da História.
Feuerbach critica radicalmente o idealismo hegeliano, por se basear em noções
abstratas como espírito, razão, etc. e não tratar de coisas reais e concretas.

SÖREN KIERKEGAARD (1813-55)


Obras: “Temor e Tremor” “Migalhas Filosóficas” “Conceito de Angústia
Kierkegaard criticou o sistema filosófico de Hegel por não considerar a
subjetividade humana e outras formas de conhecimento não racionais.
O pensamento de Kierkegaard influenciou os chamados filósofos “irracionalistas”
e inspirou, também, o existencialismo, corrente filosófica que surgiu no início do
século XX.
Kierkegaard procurou conhecer as condições específicas da existência humana,
que ele situou em três grandes planos: a dimensão estética (prazer), a dimensão ética
(dever), a dimensão religiosa (fé).
Ao analisar os problemas da relação existencial do homem com o mundo (com a
natureza e com os outros homens), Kierkegaard concluiu que ela é marcada pela
angústia.
As obras de Kierkegaard abordam temas estranhos ao racionalismo filosófico e à
objetividade científica, predominantes na época, como o amor, o sofrimento, a
solidão, a angústia, etc.

AUGUSTE COMTE (1798 - 1857)
É considerado o fundador da Sociologia e do Positivismo (cientificismo)
Necessidade de um estudo sistemático do comportamento humano, por meio de
uma ciência teórica da sociedade, para assim melhorá-la.
Concepção organicista e funcionalista da sociedade.
Otimismo com relação ao progresso capitalista.
Conservadorismo e autoritarismo.
O POSITIVISMO DE COMTE
 Extrema valorização do método científico: observação/experimentação.
 Recusa qualquer explicação metafísica para os fenômenos naturais.
 Despreza outras formas de conhecimento não-empíricas.
 Aplicação das leis naturais nas ciências sociais (física social).
 Razão instrumental: capacidade de manipular a natureza e o homem.
 Fenômenos sociais e comportamento humano podem ser previstos.
 A Sociologia constitui o “coroamento das ciências”.


Os três estágios do conhecimento:
- Teológico, fictício ou religioso.
- Metafísico, abstrato ou especulativo.
- Positivo, científico ou empirista.
Somente interessam os fatos concretos e observáveis.
Formular leis gerais com caráter universal.
Sistematizar os conhecimentos: ver para prever.
Filosofia positivista: organicista e funcionalista. Ordem e Progresso.
Indivíduos, classes e instituições cumprem funções necessárias.
Conservadorismo, autoritarismo, hierarquização e elitismo.
Reestruturação moral e intelectual da sociedade.
Aperfeiçoamento do indivíduo como ser social.
Crença absoluta no progresso técnico-científico e no capitalismo.
Busca conciliar as aspectos estático e dinâmico da sociedade.
KARL MARX (1818 - 1883)
A contribuição intelectual de Marx.
Sociedade compreendida como uma totalidade histórica.
Sistema econômico-social, político e cultural ideológico num determinado
momento histórico.
Influenciou todas as áreas da ciências humanas: História, Economia, Filosofia,
Sociologia, Psicologia, Direito, etc.
“Os filósofos têm apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes, a questão,
porém, é transformá-lo.” MARX, Karl. Teses sobre Feuerbach, 1845.
Práxis: A teoria que se funde com a prática.
Crítica do capitalismo - teoria e prática
Importância da prática e da ação revolucionária.
Marx revolucionário e o apoio à causa dos trabalhadores.

As 3 fontes do Marxismo
Filosofia dialética de Hegel.
A Economia clássica de Adam Smith.
O Socialismo utópico de Saint-Simon, Charles Fourier.

A síntese realizada por Marx: O Materialismo Histórico

O Materialismo Dialético
O processo de transformação é dialético, pois resulta das contradições presentes em
qualquer realidade.
Heráclito – A dialética na natureza O conflito é o pai de todas as coisas
Hegel – A dialética na história. Idealismo: O espírito objetivo.
Marx – A dialética materialista A luta de classes é o motor da história

O Materialismo Histórico

Infraestrutura Superestrutura

↓ ↓
Base material Vida espiritual
Estrutura econômica e social Instituições políticas e jurídicas
↓ ↓
Relações de produção Aspectos culturais
Nível das forças de produtivas e ideológicos
Determina ↔ Condiciona

O Prefacio à “Contribuição para a Critica da Economia Política” Uma síntese, feita


pelo próprio Marx, da concepção marxista.
“O resultado geral a que cheguei [...] pode resumir-se assim: na produção social da
sua vida, os homens contraem determinadas relações necessárias e independentes da
sua vontade, relações de produção que correspondem a uma determinada fase de
desenvolvimento das suas forças produtivas materiais. O conjunto dessas relações de
produção forma a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se
levanta a superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas
formas de consciência social. O modo de produção da vida material condiciona o
processo da vida social, política e espiritual em geral. Não é a consciência do homem
que determina o seu ser, mas, pelo contrário, o seu ser social é que determina a sua
consciência. Ao chegar a uma determinada fase de desenvolvimento, as forças
produtivas materiais da sociedade se chocam com as relações de produção existentes,
ou, o que não é senão a sua expressão jurídica, com as relações de propriedade dentro
das quais se desenvolveram até ali. De formas de desenvolvimento das forças
produtivas, estas relações se convertem em obstáculos a elas. E se abre, assim, uma
época de revolução social. Ao mudar a base econômica, revoluciona-se, mais ou
menos rapidamente, toda a imensa superestrutura erigida sobre ela. [...] A grandes
traços podemos designar como outras tantas épocas de progresso, na formação
econômica da sociedade, o modo de produção asiático, o antigo, o feudal e o moderno
burguês.”
MARX, Karl. Prefácio à Contribuição para a Crítica da Economia Política

O Conceito de Modo de Produção


Conceito marxista – modelo teórico.
Permite descrever um determinado momento histórico como uma totalidade ou
um sistema.
Integra as múltiplas relações que se estabelecem entre os elementos econômicos,
sociais, políticos e culturais.
Modos de produção: Primitivo, Asiático, Escravista, Feudal, Capitalista.

O Modo de Produção Capitalista


Origens e evolução histórica.
A economia de mercado.
O trabalho “livre ou assalariado”
A propriedade privada dos meios de produção.

As Contradições do Capitalismo
A estrutura dinâmica do capitalismo.
O fim da concorrência e surgimento dos monopólios.
A concentração da riqueza nas mãos da burguesia.
A pauperização crescente da classe trabalhadora.
Trabalho alienado e desumanização.
Mercantilização das relações sociais.
Teoria Revolucionária de Marx
O papel histórico da burguesia como classe revolucionária.
O progresso capitalista – Avanços científicos e tecnológicos Formação do mercado
mundial Dignificação do trabalho.
O esgotamento, a crise e a superação do capitalismo.
A revolução, a ditadura do proletariado, o socialismo e o comunismo.
A Revolução Francesa → O modelo.
A organização da classe operária.
A tomada do poder político.
A ditadura do proletariado.
A abolição da propriedade privada dos Meios de Produção.
O fim das classes sociais e o fim do Estado.
O conflito com os anarquistas.

A Evolução Histórica do Capitalismo

O Pré-Capitalismo na Europa da Baixa Idade Média


O renascimento comercial e urbano da Europa.
O surgimento de uma nova classe social: a burguesia.
Gradativa dissolução das relações servis de produção.
Centros dinâmicos: cidades italianas (Veneza e Gênova) e a Flandres.

Revolução Comercial na Idade Moderna


A expansão marítima, comercial e colonial – Portugal e Espanha.
A acumulação primitiva do capital e a expansão dos mercados.
Passagem do artesanato para a produção manufatureira.
Transição do trabalho servil para o trabalho livre assalariado.
Mercantilismo e a apropriação dos meios de produção pela burguesia.

A Revolução Industrial na Inglaterra do Século XVIII


Mecanização da produção e avanço das forças produtivas
Consolidação do Modo de Produção Capitalista.
Revolução nos transportes e comunicações.
Formação do proletariado urbano e rural.
Era do liberalismo econômico e do capitalismo concorrencial.

A difusão da Revolução Industrial no Século XIX


Mecanização da produção: indústria, mineração, transporte.
Consolidação do Modo de Produção Capitalista na Europa.
Bélgica, França, Itália, Alemanha, EUA, Japão, Áustria, Rússia, etc.
Crescimento do proletariado êxodo rural e urbanização.
Era do liberalismo econômico e do capitalismo concorrencial.
O MARXISMO PÓS-MARX
A difusão do Marxismo.
O contexto histórico:
- Imperialismo
- I Guerra Mundial
- Revolução Russa.
Prioridade: A tomada do poder pelos trabalhadores.
Socialistas X Comunistas.

A Social Democracia Alemã


Eduard Bernstein (1850 - 1932)
- Ala direita, moderada
- Revisionismo – Reformas graduais.
Karl Kautsky (1854 - 1932)
- Concepção fatalista
- Socialismo resulta de evolução natural.

Rosa Luxemburgo (1870 - 1919)


Ala esquerda social democracia alemã.
Liderou os espartaquistas.
Espontaneidade revolucionária das massas.
Imperialismo: Teoria do subconsumo.

Os Social-Democratas Russos
Mencheviques e Bolcheviques
A Revolução Russa.
-O Capitalismo tardio.
- O regime Czarista.
- A participação na I Guerra Mundial.
- A primeira fase: Mencheviques e Burguesia Liberal.
- A Revolução Bolchevique.
- A Guerra Civil.

Vladimir Ilitch Ulianov (Lênin) (1870 - 1922)


Imperialismo – Fase superior do Capitalismo.
Monopólios – Superprodução – Neocolonialismo.
Necessidade de uma direção revolucionária.
Partido político → Centralismo democrático.
Stalin X Trotsky
↓ ↓
- Nacionalismo e Estado forte – Internacionalismo
- Socialismo em um só país - Revolução permanente
- Totalitarismo de esquerda - Criticou burocratização

O Marxismo no Ocidente
Segunda geração dos marxistas.
Período entre Guerras.
Volta-se mais para questões filosóficas e culturais.
Pensamento marxista autônomo – Instituições acadêmicas.
Alemanha, França, Itália, Hungria.
Geörge Lukács e Antonio Gramsci.

Geörg Lukács (1885 - 1971)


Filósofo marxista húngaro.
“História e consciência de classe”.
“Ontologia do ser social”.
Consciência de classe → Liga teoria e prática revolucionária.
Questões subjetivas e ligadas à estética.

Antonio Gramsci (1891 - 1937)


Fundador do PCI – Prisioneiro do fascismo.
“Memórias do cárcere” (1926 - 37).
Conceito de “intelectual orgânico”.
Função dos intelectuais na sociedade.
Desenvolver a consciência revolucionária da classe trabalhadora.
Obra: “Maquiavel, a Política e o Estado Moderno”
Dominação de classe: Coerção e consenso.
Consenso estabelece hegemonia.
Hegemonia é obtida pela dominação ideológica.
Educação, Religião, Meios de Comunicação.
Veiculam valores, concepções, visão de mundo.
Dominação de classe: Hegemonia.
Luta de classes: ocorre nos planos ideológico, econômico, político e ideológico.
Hegemonia – Consenso – Ideologia.
Bloco de poder – Faz concessão para outras classes.
Contra-Hegemonia – Ideologia revolucionária.

ESCOLA DE FRANKFURT
Instituto de Pesquisas Sociais – Décadas de 20-30.
Influência do pensamento de Marx e Freud.
Crítica do racionalismo iluminista.
Razão Instrumental → Manipular fenômenos – naturais e sociais.
Razão → Libertadora ou opressora do homem.
Cultura de massa ou indústria cultural
Teoria crítica da sociedade
Análise da sociedade/cultura de massa.
Avanço tecnológico → Reproduzir lógica capitalista.
No plano econômico, social, político e ideológico.
Individualismo, consumismo, lazer alienado.
Função → Aliviar tensões sociais e frustrações Neutralizar discurso anti-
hegemônico.

Max Horkheimer e Theodor Adorno


“Dialética do esclarecimento”.
Visão pessimista da industria cultural.
Consumismo, lazer alienado → Válvula de escape.
Tendência → Homogeinização, uniformização da sociedade.
Morte da razão crítica.
Arte → Único reduto da razão emancipadora e da crítica à opressão social.

Walter Benjamin
“A Obra de Arte na Época das suas Técnicas de reprodução”
Visão otimista da industria cultural.
Acesso das camadas populares à arte.
Potencialidade libertadora da cultura de massas.
Desenvolvimento da consciência crítica.
Politização da sociedade.

HERBERT MARCUSE
Influência de Marx e Freud.
Civilização = Repressão e mal estar.
Repressão – Produto da formação histórico-social.
Prazer X Trabalho
(desejo) (dever)
Potencial libertador da tecnologia.

JÜRGEN HARBEMAS
Ação/Razão comunicativa.
Verdade dialógica.
Crítica do irracionalismo pós-moderno.
Razão ainda não esgotou seu potencial libertador da humanidade.

FILOSOFIA PÓS-MODERNA
Século XX
O termo “pós-moderno’ se aplica aos filósofos e outros intelectuais que têm em
comum a crítica ao projeto da modernidade, ou seja, a emancipação humano-social
através do desenvolvimento da razão.
Esses pensadores partem da constatação das catástrofes produzidas pela
humanidade e do colapso do seu modelo civilizatório: guerras, miséria, desigualdades
extremas, degradação ambiental, corrupção políticas, fanatismo religioso, retorno à
barbárie, etc.
Seguindo a trilha de Adorno, esses filósofos percebem a absorção dos indivíduos
pelo sistema capitalista como um fenômeno totalitário que se dá pela narcotização
das consciências pela indústria cultural.
Para os pensadores pós-modernos, o processo de alienação atinge todos os
setores da vida social: no trabalho, no lazer e no consumo, na educação, na política,
etc.
Essas tendências, segundo eles, se acentuaram com o fracasso das experiências
socialistas realizadas em diversos países e com a sua degeneração em regimes
políticos autoritários.
A falência do socialismo, como modelo alternativo ao capitalismo, teria levado o
mundo a se conformar ou se resignar com a ordem vigente, sem qualquer perspectiva
de transformação.
Além da desilusão, historicamente constatada, de que o avanço científico-
tecnológico possa contribuir para a emancipação humana, a filosofia pós-moderna é
marcada pela debilitação da esperança e pelo fim das utopias.
Diante das frustrações históricas e do sentimento de impotência, os pensadores
cocluíram que perdemos o controle da economia global e não é possível a
transformação conjunta da vida social.
Na filosofia pós-moderna, os grandes projetos emancipatórios, como o do
socialismo marxista, perderam o sentido e não podem mais orientar iniciativas
coletivas.
Sem a perspectiva de transformação social radical, os filósofos pós-modernos
passaram a analisar os diversos aspectos da vida social de forma fragmentária, sem
se estruturar numa visão de conjunto.
Os intelectuais pós-modernos abandonaram a pretensão filosófica, tão típica do
pensamento da modernidade, de tentar compreender o mundo como uma
totalidade, um sistema ordenado e dotado de sentido e coerência.
Os filósofos pós-modernos desenvolveram uma visão fragmentada da vida social
e dos indivíduos. Preocupam-se em captar os aspectos singulares e as
particularidades da realidade social.
A filosofia pós-moderna dirige suas investigações e reflexões para a diversidade
do real. Valorizam as pluralidades culturais e o também a alteridade, a consideração
pela diferença do outro.
A produção teórica desses filósofos se concentrou, especialmente, nos aspectos
da vida social em que se verifica maior racionalização rumo ao controle dos
indivíduos, denunciando formas de opressão que os acompanham na sua vida
cotidiana.

MICHEL FOUCAULT (1926-84)


Segundo Michel Foucault, filósofo francês, as sociedades modernas apresentam
uma nova organização do poder, que se desenvolveu a partir do século XVIII.
Nessa nova estruturação, o poder não se concentra apenas no setor político, isto
é, no Estado e nas suas formas de repressão, pois está disseminado nos vários âmbitos
da vida social.
Para Foucault, o poder se fragmentou em muitos micropoderes e se tornou muito
mais eficar na sua capacidade de controle sobre a sociedade.
Foucault analisou os micropoderes que se espalham pelas mais diversas
instituições da vida social, que são exercidos por uma imensa rede de pessoas que
interiorizam e cumprem as normas estabelecidas pela disciplina social.
Nessa perspectiva de análise, desenvolvida na sua obra intitulada Microfísica do
poder, Foucault afirma que o poder está em toda parte, não porque englobe tudo,
mas porque emana de tudo.
O objetivo da filosofia de Foucault foi colocar à mostra as estruturas veladas ou
ocultas de poder. Assim, o filósofo francês se inspirou na obra de Nietzsche e
desenvolveu uma genealogia do poder.
Foucault afirma que valores (bem e mal, verdadeiro ou falso, certo ou errado,
sadio ou doente, etc.) são consagrados historicamente em função de interesses
relativos ao poder dentro da sociedade, isto é, dependem das instâncias nas quais o
poder se encontra.
Nesse sentido, na concepção de Foucault esse poder não teria mais um caráter
criativo, pois produz a realidade e seus conceitos, do que um poder repressivo ou de
censura.
Em seu livro Vigiar e punir, Foucault aborda a questão do poder a partir do estudo
da evolução dos mecanismos de controle social e punição que se tornaram, segundo
ele, cada vez menos visíveis e mais racionalizados.
Foucault define a sociedade contemporânea como uma sociedade disciplinar, na
qual prevalece a produção de práticas disciplinares voltadas para a vigilância e
controle constantes dos indivíduos.
Por outro lado, se o poder se encontra em múltiplos espaços, resisrtir a esse
estado das coisas não caberia a um partido político ou classe revolucionária. Exigiria
a ação de múltiplos focos de resistência.
JEAN BAUDRILLARD (1929- )
Baudrillard é um pensador que dedica seus estudos e investigações à
compreensão da indústria cultural, do consumismo e do processo de massificação
que caracterizam a sociedade de massa.
No processo de massificação e uniformização da sociedade, segundo ele, ocorre a
neutralização das perspectivas de transformação social e os indivíduos são absorvidos
pela banalização da vida cotidiana.
Baudrillard afirma que a sociedade contemporânea não pode mais ser
compreendida a partir de sua estruturação em classes sociais, pois essas perderam a
sua identificação como tal.
Para esse filósofo, a sociedade atual é a sociedade do espetáculo. Nessa
sociedade, as novas tecnologias e os meios de comunicação de massa ganham cada
vez mais espaço e importância.
Na sociedade pós-moderna a mídia desenvolveu a capacidade de criar uma
realidade virtual que substituiria, gradativamente, a própria realidade vivida pelos
indivíduos.

JACQUES DERRIDA (1930-2004)


Derrida é um filósofo que também critica a forma como se desenvolveu a razão
na civilização do Ocidente, a partir do próprio conceito de razão. Ele afirma que toda
a filosofia ocidental é marcada pelo que ele chamou de logocentrismo.
Isso significa que, desde o início, a filosofia se baseou na ideia de um centro, de
algo que unifica e estrutura sua construção teórica. Deus, homem, verdade são
exemplos de noções que organizam o entendimento do mundo.
Segundo Derrida, a cada um destes centros, em torno dos quais se construiu a
civilização ocidental, corresponde o seu oposto, a sua antítese: Deus-diabo, homem-
mulher, verdade-mentira, etc.
Essa lógica das oposições, segundo ele, teve origem na Grécia, na oposição entre
logos (razão) e mito, sendo preservada em toda a trajetória da filosofia ocidental.
Derrida propôs desconstruir o conceito de logus, ou seja, negar sua supremacia
em relação ao seu par lógico, sem o qual o logus não teria sentido. Sua filosofia é o
desconstrutivismo.
Derrida afirma que o pensamento filosófico ocidental atribuiu um valor absoluto
a um dos elementos que compõem essa dualidade central, criando verdades
absolutas. O filósofo nega essas verdades, afirmando que elas são, de fato,
construções culturais.
A desconstrução desses centros da filosofia ocidental, em especial as noções de
razão e de sujeito, porque elas acabaram se tornando ou sendo utilizadas como
formas de dominação.
A desconstrução seria uma filosofia voltada principalmente para a análise da
linguagem que, para Derrida, seria a estrutura essencial da cultura.
O EXISTENCIALISMO
O Existencialismo foi a corrente ou tendência filosófica que marcou,
especialmente, a primeira metade do século XX.
O termo existencialismo é utilizado para designar o conjunto das manifestações
filosóficas que, apesar das suas divergências, têm na existência humana o objeto
fundamental das suas reflexões.
Entre os principais filósofos existencialistas destacam-se: Martim Heidegger e
Jean-Paul Sartre.

O CONTEXTO HISTÓRICO
A primeira metade do século XX foi marcada por guerras, revoluções, genocídios,
epidemias, crise econômica, desemprego, destruição e sofrimento humano em larga
escala.
I Guerra Mundial (1914-18)
A Revolução Russa (1917)
A Crise de 1929 e a Depressão
O nazi-fascismo e a II Guerra Mundial

(Séculos XIX e XX)


Na passagem do século XIX para o XX, o otimismo e o entusiasmo com o progresso
foram substituídos pela perplexidade e pela incerteza.
Na Filosofia, a confiança na razão cedeu lugar a um pensamento mais pessimista
e desconfiado, com relação ao destino do homem e às possibilidades abertas pelo
avanço tecnológico.
As contradições vividas pela humanidade, nessa época, suscitaram uma série de
questionamentos por parte dos filósofos, que chegaram a conclusões divergentes e,
às vezes, antagônicas.
O termo “existencialismo” designa o conjunto das manifestações no plano
filosófico, que têm na existência humana o ponto de partida e o objeto principal de
suas investigações e reflexões.
As filosofias existencialistas têm como foco as múltiplas e dinâmicas relações
concretas que o homem estabelece, simultaneamente, consigo mesmo e com os
outros seres humanos, com os objetos culturais e com a natureza.
De maneira geral, os filósofos entendem a existência humana como uma realidade
dramática ou trágica. O homem pode transformar o mundo, mas em condições que
são historicamente determinadas.
De maneira geral, os filósofos existencialistas entendem o homem como um ser
imperfeito e inacabado, que foi “lançado no mundo” e precisa viver os riscos,
ameaças e possibilidades dessa existência.
Segundo esses pensadores, experiência humana, concretamente falando, é
marcada pela insegurança, pelo sofrimento, pela uma luta pela sobrevivência que,
absurdamente, termina na morte.
A liberdade humana, que é uma imposição, implica a angústia da escolha e a
responsabilidade pelas consequências. Essa liberdade, porém, não é plena, mas
condicionada por circunstâncias históricas.

FRIEDERICH NIETZSCHE (1844-1900)


Nasceu em Rocken, no interior da Alemanha, filho de um pastor protestante. Foi
aluno brilhante e estudou grego, latim e teologia.
Foi bastante influenciado, quando jovem, pelas ideias de filósofos como
Schopenhauer. A partir de 1869, assumiu o cargo de professor na Universidade de
Basileia.
Nietzsche escreveu boa parte de sua obra sob a forma de aforismos, isto é,
sentenças curtas que exprimem concepções, ensinamentos, conceitos e conselhos.
Nos seus escritos, Nietzsche aborda temas diversos, como religião e moral, artes
e ciências, etc. Ao centrar suas reflexões nos problemas da existência humana e nas
questões relacionadas com a moral, ele é considerado um precursor do
existencialismo.
No seu conjunto, a obra de Nietzsche promove uma crítica profunda e radical dos
valores do cristianismo, que embasaram a construção da civilização ocidental.

Algumas obras de Nietzsche


O nascimento da tragédia no espírito da música
A Filosofia na era trágica dos gregos
Humano, demasiadamente humano
Assim falava Zaratustra
Para além do bem e do mal
Ecce Homo, O Anticristo, A Gaia Ciência

Na sua crítica da tradição filosófica ocidental, o pensador alemão acusa Sócrates
de ter negado o valor da intuição criadora presente nos filósofos que o antecederam.
Na sua análise, Nietzsche estabeleceu uma distinção entre dois princípios
fundamentais: o apolíneo (de Apolo, deus da razão da clareza e da ordem e o
dionisíaco (de Dionísio, deus da aventura, da música, da fantasia e da desordem).
Esses dois princípios seriam complementares na realidade humana. A Filosofia
pós-socrática, porém, optando pelo culto da razão teria anulado a potencialidade
criadora contida na dimensão dionisíaca.
Nietzsche desenvolveu um estudo da formação histórica dos valores. Ao realizar
uma “genealogia da moral”, ele concluiu que não existem noções absolutas de bem e
de mal.
As concepções morais seriam elaboradas pelos homens em função dos seus
interesses reais e concretos, ou seja, os códigos morais são produtos histórico-sociais.
As religiões, como o judaísmo e o cristianismo, teriam se apropriado da moral,
difundindo certos valores morais como se fossem uma determinação da vontade
divina.
O cristianismo representaria uma “moral de rebanho”, baseada na submissão
irrefletida, no conformismo, na valorização da fraqueza. Seria uma moral que os
fracos e covardes usam contra os fortes.
Nietzsche afirmava que era preciso questionar o valor dos valores, fazendo nossas
próprias escolhas e vivendo nossa liberdade com todos os seus riscos. “Ouse
conquistar a si mesmo” afirmava ele.
Isso significa viver a liberdade da razão, sem conformismos ou resignação,
defendendo os valores afirmativos da vida que possam expandir as energias criativas
do homem.
Para Nietzsche, na medida em que o cristianismo deixou de ser a única verdade
para ser uma das interpretações possíveis do mundo, toda a civilização ocidental, com
seus valores, entrou em crise.
Neste contexto, ocorreria a difusão de um sentimento opressivo e difuso, típico
da fase de decadência aguda de uma cultura, que Nietzsche denominou “niilismo”,
que segue a “morte de deus”.
Cresceria a percepção coletiva de que, nos planos ético, religioso e político nossos
sistemas de valores já não têm consistência e nem conseguem dar significado ou
sentido para nossas ações.

EDMUND HUSSERL (1859-1938)


Nasceu numa cidade da Morávia. Estudou matemática e filosofia. Lecionou por
muitos anos na Universidade de Freiburg, tendo sido afastado pelos nazistas, por sua
origem judia.
Husserl formulou o chamado método fenomenológico de investigação filosófica.
Sua obra intitulada Investigações lógicas, publicada no final do século XIX, exerceu
forte influência sobre as reflexões dos filósofos existencialistas.
Para encontrar as bases psicológicas da lógica, Husserl investigou a experiência
que está situada antes de todo pensamento formal, resgatando algumas teses dos
empiristas ingleses.
O método fenomenológico consiste na observação e descrição rigorosa do
fenômeno, isto é, daquilo que se manifesta, aparece ou se apresenta aos nossos
sentidos ou à nossa consciência.
Busca analisar como se forma o campo da nossa experiência, sem que o sujeito
ofereça resistência ao fenômeno estudado, nem dele se desvie.
Na concepção de Husserl, a atenção do sujeito deve orientar-se para o fenômeno,
o que em termos filosóficos significa uma espécie de realismo que propõe uma volta
ao objeto, um retorno às coisa.
Para Husserl, a consciência do sujeito é sempre consciência de algo, de alguma
coisa. A fenomenologia se apresentaria, portanto, como a investigação das
experiências conscientes, isto, o mundo da vida.
O método fenomenológico, utilizado inicialmente na matemática, foi aplicado
depois no campo da psicologia. Na Filosofia, foi Heidegger, um dos discípulos de
Husserl, que aprofundou suas reflexões.

MARTIN HEIDEGGER (1889-1976)


Heidegger foi um dos mais importantes filósofos do século XX. Nasceu no interior
da Alemanha e estudou na Universidade de Freiburg, onde foi discípulo de Husserl.
Em 1927, publicou Ser e tempo, sua obra mais importante. Em 1933, foi nomeado
para a reitoria da universidade e aderiu formalmente ao nazismo. Mais tarde,
decepcionado com o regime, retirou-se da universidade e viveu isolado o resto da
vida.
Heidegger rompeu com a tendência da Filosofia Moderna, que desde Descartes
se voltara para a teoria do conhecimento, e recolocou a questão ontológica, ou seja,
a investigação do ser no centro da sua reflexão filosófica.
Para Heidegger, o problema central da Filosofia é a existência de tudo. Ele
procurou, entretanto, distinguir “ente” de “ser”, conceitos que teriam sido
confundidos ao longo da história da filosofia ocidental.
Segundo ele, ente é a existência, a manifestação dos modos de ser, enquanto o
ser é a essência, aquilo que ilumina e fundamenta a existência ou os modos de ser.
A filosofia heideggeriana buscou, primeiramente, o conhecimento do ser através
da análise do ente humano, isto é, da existência humana. Depois, ela toma o próprio
ser para poder compreender a existência.
Apesar da base fenomenológica da sua filosofia, Heidegger nunca se assumiu
como um existencialista. Ele afirma que devemos partir da nossa existência porque é
dela, primeiro, que tomamos consciência.
Para investigar o sentido do ser, portanto, Heidegger começou pela análise do ser
que nós próprios somos, isto é, pela nossa própria existência, que ele denominou
“modo de ser do homem”.
Heidegger define a existência humana como um “ser/estar-aí” e descreve três
etapas que marcam a vida e culminam, para a maioria dos homens, numa existência
inautêntica.
A primeira é determinada pela existência em si mesmo, em que o homem é
lançado no mundo, sem escolher ou saber porque. Ao tomar consciência da vida, ele
já “está-aí” nesse mundo, sem ter pedido para existir e tendo que dar um sentido para
sua existência.
A segunda é a do desenvolvimento dessa existência. O homem estabelece
relações com o mundo. Para existir, ele projeta sua vida num ambiente natural e
social historicamente situado e procura agir dentro de suas possibilidades. Existir,
então, significa construir um projeto, tentar realizar o que ainda não é.
A terceira é marcada pela destruição do eu. Tentando realizar seu projeto, o
homem se depara com uma série de fatores adversos que o desviam de seu projeto
existencial. No confronto com “os outros”, tem seu eu derrotado e dissolve-se na
massa e na banalidade do cotidiano. Em vez de tornar-se “si-mesmo”, é absorvido no
“com-o-outro” e “para-o-outro”.
Segundo Heidegger, o sentimento profundo que nos faz despertar da existência
inautêntica é a angústia, que revela como nos dissolvemos em atitudes impessoais,
envolvidos nas futilidades cotidianas.
Frente à angústia duas possibilidades se abrem para o homem: ele pode fugir para
o esquecimento da sua dimensão profunda (o ser) e voltar ao cotidiano ou pode
manifestar seu poder de transcendência sobre o mundo e si mesmo.
Para Heidegger o homem é capaz de atribuir um sentido ao ser e é na angústia, a
meio caminho entre o ser e o nada que o homem se depara com a finitude da
existência e a possibilidade de superá-la.

JEAN-PAUL SARTRE (1905-80)


Foi o mais famoso dentre os filósofos existencialistas. Sartre foi um pensador
diferente, que participou ativamente dos grandes acontecimentos que marcaram o
século XX e se tornou mundialmente conhecido pelo seu engajamento nas causas
políticas e nos movimentos sociais de sua época. Seu pensamento foi fortemente
influenciado pelas obras de Karl Marx e de Martin Heidegger.
Sartre nasceu em Paris. Lutou com a resistência francesa durante a ocupação
nazista, na II Guerra Mundial. Aderiu ao Partido Comunista, com o qual rompeu
depois da intervenção soviética na Hungria, em 1956. Escreveu várias obras
filosóficas, romances, peças para teatro e muitos textos sobre temas diversos. Chegou
a ser agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura, mas recusou-se a recebê-lo.
Entre seus trabalhos mais conhecidos, citam-se: O ser e o nada, A náusea, A idade
da razão, A imaginação, O muro, O diabo e o bom Deus, O humanismo é um
existencialismo, As mãos sujas, Os caminhos da liberdade
Sartre afirma que o ser humano tem uma existência específica. Ele concebe o
homem como “ente para-si”, em oposição ao “ente em-si” que representaria a
plenitude do ser.
O “ente para-si” é, portanto, o nada. Isso significa que a característica essencial
do ser humano é esse espaço aberto que faz dele um ser inacabado, incompleto,
aberto às possibilidades de mudança.
Segundo Sartre, se o homem fosse um ser total, pleno e acabado, com uma
essência definida, ele não poderia ter consciência ou liberdade. Isso porque a
consciência é um espaço aberto a múltiplos conteúdos e a liberdade representa a
possibilidade de escolha.
Se a existência do homem é caracterizada pelo “não-ser”, não se pode falar de
uma “natureza humana”, previamente determinada. O que existe é uma “condição
humana”, isto é, um conjunto de limites e de possibilidades que definem a situação
do homem no universo.
Para Sartre, o homem constrói a si mesmo através de suas escolhas e torna-se
responsável pelo que faz. A liberdade, portanto, é um dos valores fundamentais da
condição humana.
Apesar dos limites determinados pelas condições econômicas e pelos fatores
culturais, é o exercício da liberdade, em situações concretas, que move o homem e
gera necessidade de dar sentido para o mundo.

O ESTRUTURALISMO
Claude Levi-Strauss (1908-2009) → Antropologia.
Associa as relações sociais com os mecanismos de funcionamento da linguagem.
Aplicação da lingüística aos estudos antropológico.
Influência sobre as outras ciências humanas.
França – Jacques Lacan – Psicanálise. - Louis Althusser – Filosofia/Sociologia.
Filosofia analítica → B.Russel, Whitehead, Wittgenstein.

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