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Conceito.
A tarefa de conceituar um ramo do direito pode ser muito extensa. Maurício
Godinho Delgado inicia o seu Curso com o seguinte parágrafo:
"O Direito do Trabalho é ramo jurídico especializado, que regula certo tipo de
relação laborativa na sociedade contemporânea. Seu estudo deve iniciar-se pela
apresentação de suas características essenciais, permitindo ao analista uma
imediata visualização de seus contornos próprios mais destacados".(1)
Características.
O autor paraense Noronha Neto explica que o Direito do Trabalho é um ramo
jurídico autônomo. Isto quer dizer que o mesmo detém características próprias
que o distinguem dos demais ramos do direito.(5)
Divisão.
O Direito do Trabalho pode ser dividido em diferentes sentidos. No sentido
amplo, há o Direito Material do Trabalho, que é composto do Direito Coletivo e
do Direito Individual do Trabalho. Há também o Direito Internacional do Trabalho
e o Direito Público do Trabalho. O Direito Público do Trabalho pode ser dividido
em Direito Processual do Trabalho, Direito Administrativo do Trabalho, Direito
Previdenciário e Acidentário do Trabalho, além de, finalmente, o Direito Penal do
Trabalho.
O Direito Penal do Trabalho, porém, é ainda um ramo de efetiva existência muito
controvertida.
Autonomia.
Lembra Delgado que autonomia, no Direito, é uma qualidade a ser atingida por
certo ramo jurídico de possuir enfoques, princípios, regras, teorias e condutas
metodológicas próprias de estruturação e dinâmica.(10)
Natureza.
Segundo Delgado, a definição, ou seja, a busca da essência e a classificação,
ou melhor, a busca do posicionamento comparativo fazem compreender a
natureza do assunto tratado.
Funções
O fundamento e a principal função do Direito do Trabalho seria a de impedir a
exploração do trabalho humano como fonte de riqueza dos detentores do
capital.
Luiz Carlos Amorim Robortella, em seu texto "Terceirização: tendências em
doutrina e jurisprudência", explica que o Direito do Trabalho tem a função de
organizar e disciplinar a economia, podendo ser concebido como verdadeiro
instrumento da política econômica. Este ramo do Direito teria deixado de ser
somente um direito da proteção do mais fraco para ser um direito de organização
da produção. Ao invés de ser apenas direito de proteção do trabalhador e
redistribuição da riqueza, converteu-se em direito da produção, com especial
ênfase na regulação do mercado de trabalho.(11)
Quando estamos lendo uma notícia, muitas vezes, não nos atentamos quem
seria o jornalista responsável por sua publicação.
O mesmo ocorre quando estamos tomando uma água, pois raríssimas vezes
verificamos de onde ela veio.
São fontes formais, por outro lado, aquelas que visam expressar juridicamente
as fontes materiais, dando-lhes o caráter de direito positivo.
Arion Sayão Romita[8], a seu turno, entende que a única divisão realmente
“aceitável” é a que distingue as fontes em heterônomas e autônomas, sendo as
primeiras “impostas por um agente externo, estranho à vontade das partes”,
enquanto as fontes autônomas “são elaboradas pelos próprios interessados, que
promovem a autodisciplina da atividade econômica e profissional.” Sendo assim,
a Constituição e as leis, verbi gratia, seriam normas heterônomas, enquanto os
acordos e convenções coletivas incluir-se-iam dentre as normas de produção
autônoma.
Os princípios são dotados de uma força normativa, pois dão sentido à norma
positivada, ou atuam na lacuna da lei, orientando, tanto a integração, quanto a
interpretação das normas jurídicas.
“Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
...
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada.”
Trata-se do direito adquirido. Plá Rodriguez afirma que a regra da condição mais
benéfica pressupõe a existência de uma situação concreta, anteriormente
reconhecida, que deverá ser respeitada, na medida em que a nova norma
aplicável é menos favorável ao trabalhador. Há que se dizer, ainda, que, para
que a regra da condição mais benéfica seja respeitada, a norma deve ter um
caráter permanente, já que, muitas vezes, as condições mais favoráveis são
provisórias, decorrendo do desempenho interino de um cargo ou de algum
acontecimento extraordinário, que tenha onerado o trabalhador.
A seu turno, o critério in dubio pro operario é a garantia de que, sendo possível
à atribuição de vários sentidos a uma norma, seja aplicado o mais benéfico ao
trabalhador. Vale ressaltar, contudo, que a utilização desta regra não se faz
livremente, vinculando-se à presença de duas condições: a existência de dúvida
real quanto à possibilidade de uma norma ser interpretada de diversas maneiras;
a inexistência de violação a disposição legal expressa, pois não é possível se
fazer uma interpretação diante do que é claro.
4.1. A Constituição
4.2.As Leis
4.4.As sentenças
4.7.A Jurisprudência
De acordo com uma parte da doutrina, uso e costume são expressões sinônimas.
Segundo alguns, há uma diferença: os usos seriam fatos sociais, confundindo-
se com as práticas, enquanto os costumes seriam as normas acolhedoras
desses fatos.
Mais uma vez, inexiste unanimidade, a não ser quanto à importância do direito
costumeiro do trabalho. Talvez como em nenhum outro ramo do Direito, no
Direito do Trabalho a norma tem sido, muitas vezes, costumeira, antes de ser
acolhida pela lei.[34]
Ocorre que, neste ramo do Direito, nos países em que tem prevalecido a norma
legal sobre a norma negociada – a despeito das críticas, na maioria das vezes
de conteúdo mais ideológico que jurídico – a lei e mesmo a Constituição
estabelecem um patamar mínimo de direitos, na maioria das vezes
inderrogável. Esse rol mínimo de direitos pode ser ampliado, por exemplo, pelas
convenções e pelos acordos coletivos.
“Citemos apenas um dispositivo constitucional em que isso é muito visível:
Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
...
Esse atributo é de especial relevância, uma vez que numa relação entre entes
coletivos não se deve instituir meras cláusulas contratuais, peculiaridade do
ramo privado, mas sim normas que conjuguem os interesses comuns.
Princípio da continuidade;
Em tese, todo contrato de trabalho deve ter prazo indeterminado, ou seja,
ele só cessa quando existe um motivo expresso em lei para que isso ocorra. Nas
palavras de Délio Maranhão:
Com base nesse princípio, esse contrato apresenta um vício, um erro que o
impede de ser cumprido na parte de sua obrigação. Em caso de audiência, onde
se pode negociar valores e condições, o funcionário pode optar pelo não
recebimento de alguns direitos visando facilitar o trabalho da Justiça e
descomplicar a situação. Nesse caso, chamamos de “transição”, e não de
renúncia de direitos.