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REVISÃO P2 SOCIOLOGIA

1. Discorra sobre a Teoria dos Sistemas de Luhmann e sua relação com autopoiesis,
desenvolvendo também o conceito de Direito para Luhmann.

Niklas Luhmann nasceu em 1927, na Alemanha, e faleceu em 1998. O sociólogo vê a


necessidade da elaboração de uma Teoria dos Sistemas porque acredita que a gênese da
sociedade é um processo, e inaugura uma nova forma de pensar ao dizer que o homem não
estava ao centro dessa sociedade, e sim ao seu entorno, sendo o centro a rede de
comunicação inter-sistêmica.

Em sua Teoria, uma palavra-chave é complexidade, que seria o caos, um complexo de


informações, uma multitude de variáveis e excesso de diversas expectativas. Para ele, a
sociedade se origina justamente da redução dessa complexidade existente no meio, da
organização desse caos. Essa redução de complexidade acontece por meio da quebra da dupla
contingência (que seria justamente a existência de múltiplas e variadas expectativas de ambos
os lados) quando um dos indivíduos faz a seleção forçada de uma expectativa. Essa seleção
forçada ocorre através da comunicação que, por consequência da sua função de redução de
complexidade, para Luhmann, é a base sobre a qual se ergue a estrutura social e formação de
sistemas sociais.

Para Luhmann, sistema é um conjunto de elementos determinados segundo diferenciação, e


pode ser dividido em 3 tipos: biológico, que se reproduz através de processos físico-químicos e
não há sentido; psíquico, que se constitui e se mantém pelo sentido mas não o reproduz; e
social, que se constitui e se mantém pelo sentido e o reproduz. O sentido é formado pela
comunicação e é o que seleciona certas informações para compor o sistema, diminuindo a
complexidade. Segundo o sociólogo, os sistemas são autopoiéticos, conceito que importa da
biologia para dizer que eles se autorregulam e se autoproduzem, como se fossem um
organismo, como o exemplo de uma célula-tronco. Desenvolve, então, que os sistemas são
operacionalmente fechados (autorreferentes) pois produz e se reproduz a partir de seus
próprios elementos, e cognitivamente abertos (heteroreferentes) na medida em que são
também capazes de fazer trocas com o meio para fazer essa reprodução e reconhecê-lo pelos
códigos específicos (chave utilizada para reconhecer o meio).

De acordo com o autor, a sociedade é o sistema global e, conforme há mais comunicações,


maior a redução da complexidade do meio e aumento da complexidade interna do sistema,
sendo necessária, então, a criação de subsistemas. Cada subsistema opera com uma rede de
comunicações particular, produzindo e reproduzindo tais comunicações conforme seus
códigos binários específicos. O Direito seria, então, um subsistema, resultante desse aumento
da complexidade interna do sistema. Ele é um exemplo prático da Teoria dos Sistemas, haja
vista que é autopoiético, reproduz normas jurídicas a partir de outras normas
(operacionalmente fechado) e pelo reconhecimento do que acontece no meio (cognitivamente
aberto) com seus códigos específicos (legal ou não legal). Nesse sentido, a função do sistema
jurídico é garantir expectativas normativas estabilizadas que viabilizem as interações
recíprocas entres os indivíduos, diminuindo, assim, a contingência.
2. Explique Racionalidade Moderna para Habermas, relacionando-a com sua Teoria Social.

Jurgen Habermas nasceu em 1929, na Alemanha. Fez parte da Escola de Frankfurt, o que fica
muito claro ao observar a influência em sua Teoria. Tal Escola, defendia, após o movimento
Iluminista e o desenvolvimento do homem como centro do universo e ascensão da razão
humana, que a racionalidade moderna pode ter um lado de dominação, possuía uma visão
negativa dessa razão. Além disso, compartilhava da visão marxista em alguns assuntos,
incluindo a ideia de dominação e necessidade da tomada de consciência.

O autor desenvolve que, na Modernidade, a Racionalidade possui duas faces, é ambígua:


pode ser tanto uma via de dominação como uma via de emancipação. Nisso, alega que existe a
razão sistêmica, que é a imposição do sistema inerente ao indivíduo e funciona como
instrumento de dominação, ou seja, independente de sua vontade ele é inserido de maneira
imposta; e a razão comunicacional, que serve como via de emancipação na medida em que a
comunicação liberta o indivíduo, a partir dela ele pode se livrar da dominação a partir da
criação de uma consciência emancipatória. Dentro da razão comunicacional, ainda estabelece
a divisão entre a experiência sensorial, que se relaciona com o sistema psíquico desenvolvido
por Luhmann, sendo a absorção do indivíduo do sentido mas sem a reprodução desse, e a
experiência comunicativa, que relaciona-se com o sistema social também desenvolvido por
Luhmann, em que há sentido e também há sua reprodução pela comunicação. Disto, emerge a
distinção entre “proferimento constatativo”, em que há a simples constatação decorrente das
interações, e o “proferimento performativo”, em que desenvolve-se uma ação a partir de uma
comunicação feita.

Habermas elabora, então, sua Teoria social baseando-se nessas duas razões e relacionando-
as a dois diferentes espaços de integração: o sistema social e o Mundo da Vida. O sistema
social vincula-se a razão sistêmica, ligado a dominação, possui integradores sistêmicos (os
próprios ordenamentos), instrumentos especializados em criar códigos específicos e capazes
de impor esses códigos a sociedade sem deliberação. Como exemplo, tem-se a Economia, um
indivíduo é inserido nela por seu integrador sistêmico, que nesse caso é a moeda, sem
realmente pensar sobre o assunto. Já o Mundo da Vida está ligado a racionalidade
comunicativa, emancipatória, é pautado na linguagem e na comunicação. Nele, as experiências
cotidianas podem ganhar outros significados a partir de tematizações, deliberações no espaço
público. Tal espaço, muito importante para Habermas, seria essencial para essa troca
deliberativa, pois se conceitua como um espaço de discussão que todos deveriam ter acesso
para, assim, se emancipar.

Como exemplo prático dessa duplicidade da Razão aplicada na Teoria Social, Habermas
estuda o Direito. Este funcionaria como uma “Correia de Transição”, que perpassa, acopla, o
sistema social e o Mundo da Vida pois, ao mesmo tempo que é produzido sistematicamente,
com seus códigos específicos e instrumentos de imposição, pode ser constantemente
tematizado em diversos aspectos de seu conteúdo e, consequentemente, sofrer alterações
adaptativas. Para o autor, o lado sistêmico do Direito está associado a sua validade, vinculado
com o que o próprio ordenamento, código específico jurídico, diz que é válido; e o âmbito
comunicacional associa-se a sua legitimidade, ou seja, uma norma é legitimada pela troca
argumentativa feita no Mundo da Vida. Quanto mais restringido o espaço público de
discussão, menos legítima é a norma, sendo necessários mais mecanismos de coerção e
imposição. Por isso, Habermas defende um Direito Procedural, em que haja o
desenvolvimento de procedimentos que visem equilibrar os dois espaços de integração, de
modo a fomentar discussões democráticas, permitindo a interpenetração entre o sistêmico e o
comunicacional.

MARCELO NEVES

- Nasceu em 1957 (Pernambuco), sua teoria mais contundente é a “teoria da Constituição


simbólica”, que se conecta diretamente com os estudos de Luhmann.

- O Direito usa a linguagem como instrumento de investigação científica por meio da


semiótica, que é, a grosso modo, a Teoria dos Signos em sua tríplice relação: signos entre si
(sintaxe), em que o ponto central de observação é a relação do signo analisado com os demais
do sistema; em relação ao objeto (semântica), em que o campo de estudo é o vínculo do signo
com a realidade de exprime; e aos seus usuários (pragmático), em que interessam os efeitos
interacionais que o uso da linguagem produz entre os membros de uma comunidade
linguística. A linguagem jurídica é especializada a partir da situação semântica-pragmática,
variando o significado conforme a situação e o contexto comunicativo.

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