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1) Objetivos Gerais
O capítulo 7 objetiva validar das Leis de Kirchhoff em circuitos de corrente alternada em
regime permanente através da ferramenta matemática fasor. Além disso, o capítulo verifica a
aplicação do teorema de rede de Thévenin em circuitos CA contendo elementos armazenadores de
energia, que nesse caso são os indutores e capacitores.
2) Prática 1
2.1) Objetivos
Esta prática tem como finalidade verificar a aplicação da Lei de Kirchhoff em circuitos de
corrente alternada em regime permanente. Esta prática também visa a introdução do conceito de
ressonância de circuito RLC série, bem como o conceito de impedância em um circuito com
características reativas.
2.2) Metodologia
Dado o circuito modelo para a Prática 1 descrito na Figura 1, cuja a tensão de entrada é
senoidal com amplitude de 2V e frequência de 5kHz, foi solicitada a simulação do mesmo a fim de
obter os valores das tensões nos elementos do circuito em questão. Para isso foi utilizada a
biblioteca SimPowerSystems do MATLAB e, além dos elementos já conhecidos das práticas
anteriores, isto é, fonte de tensão alternada, resistor, indutor, capacitor, voltímetro, fio terra, from,
goto, displays, scopes, multiplexadores e a função discrete do powergui, foi utilizado, também, o
dispositivo Signal RMS, que calcula o valor eficaz do sinal da onda em questão, emulando o
comportamento do multímetro e da função Vrms do osciloscópio. O circuito simulado encontra-se
na Figura 2 e nele estão os valores simulados das tensões eficazes de cada um dos seus elementos.
Figura 1 – Circuito modelo para a Prática 1
Figura 2 – Circuito simulado da Prática 1
Além disso, foram observadas as mesmas formas de onda pela função Measurements do
osciloscópio e verificou-se que elas são idênticas às simuladas.
Sabendo-se que as reatâncias capacitiva e indutiva são dadas, respectivamente, por:
−𝑗
𝑋𝐶 = 𝑒 𝑋𝐿 = 𝑗𝜔𝐿
𝜔𝐶
Onde j é a unidade imaginaria √−1, conclui-se que a impedância total do circuito será:
𝑍 = 𝑅 + 𝑋𝐶 + 𝑋𝐿
Já que o circuito é do tipo RLC série. Além disso, sabe-se também que as tensões no indutor e
no capacitor estão sempre defasadas de π radianos o que justifica as formas de ondas da Figura 5,
cujas senóides que representam as tensões no indutor e no capacitor estão deslocadas do seu ângulo
de defasagem.
A partir dos cálculos, percebe-se que a magnitude das reatâncias depende da frequência de
modo que, para determinado valor de ω, os módulos são iguais, isto é:
1 1 1
|𝑋𝐿 | = |𝑋𝐶 | ∴ 𝐿𝜔 = ∴ 𝜔2 = ∴ 𝜔= ,𝜔 > 0
𝜔𝐶 𝐿𝐶 √𝐿𝐶
Quando isso ocorre, acontece um fenômeno chamado ressonância, cuja frequência de
ressonância é ω. Sabendo-se que ω = 2πf, obtém-se o valor de f por:
1
𝑓=
2𝜋√𝐿𝐶
Substituindo o valor encontrado de ω na equação da impedância total do circuito, encontra-se
que Z = R. Ou seja, na ressonância, a impedância total do circuito é igual à resistência do mesmo.
Esse fato implica que, quando o circuito opera na frequência de ressonância, a corrente do circuito é
dada por:
𝑉𝑆
𝐼=
𝑅
Onde VS é a tensão da fonte. A tensão no resistor será:
𝑉𝑆
𝑉𝑅 = 𝑅𝐼 = 𝑅 ∙ ∴ 𝑉𝑅 = 𝑉𝑆
𝑅
Ao observar a Figura 4, nota-se que a tensão na fonte e no resistor são iguais e isso implica que
a frequência do circuito é a própria frequência de ressonância. Para verificar isto, basta substituir, na
equação da frequência, os valores da indutância e capacitância do circuito dado. Logo:
1
𝑓= ≈ 5𝑘𝐻𝑧
2𝜋√10−3 ∙ 10−6
De fato, o circuito dado está trabalhando em um valor muito próximo da sua frequência de
ressonância, e, portanto, as tensões na fonte e no resistor são iguais, o que justifica as formas de
onda da Figura 4. Entendidos os comportamentos dos gráficos e observando as semelhanças do
osciloscópio com os mesmos, é importante, também, verificar a proximidade dos resultados
algébricos, cujos valores eficazes simulados e medidos nos elementos do circuito com os seus
respectivos erros estão descritos na Tabela 1. Para uma melhor análise das proximidades dos
valores, torna-se imprescindível o cálculo dos seus erros percentuais, através da seguinte equação:
|𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑠𝑖𝑚𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 − 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜|
𝐸𝑟𝑟𝑜(%) = 100 ∙
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑠𝑖𝑚𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜
Tabela 1 – Valores eficazes simulados e medidos nos elementos do circuito com os seus
respectivos erros
Elemento de Circuito Vrms simulados Vrms medidos Erros
Fonte 1,41V 1,35V 4,26%
Capacitor 204,60mV 182mV 11,05%
Indutor 201,90mV 203mV 0,54%
Resistor 1,41V 1,31V 7,09%
Observando a Tabela 1, é notório que a soma dos valores eficazes de tensão dos elementos do
circuito é diferente de zero, o que, a princípio, iria contra a Lei de Kirchhoff das tensões. No
entanto, é válido salientar que, diferente do que ocorre nos circuitos CC, os circuitos CA satisfazem
a Lei de Kirchhoff das tensões não de maneira algébrica, mas sim fasorial, isto é:
𝑉𝑆 − 𝑉𝑅 − 𝑉𝐶 − 𝑉𝐿 = 0
Onde:
𝑉𝑛 = 𝑉𝑛0 ∙ 𝑒 𝑗𝜔𝑡+𝜑
Para o resistor, indutor e capacitor, as equações de tensão são, respectivamente:
𝑉𝑅 = 𝑅𝐼0 ∙ 𝑒 𝑗𝜔𝑡+𝜑 , 𝑉𝐿 = 𝑗|𝑋𝐿 |𝐼0 ∙ 𝑒 𝑗𝜔𝑡+𝜑 𝑒 𝑉𝐶 = −𝑗|𝑋𝐶 |𝐼0 ∙ 𝑒 𝑗𝜔𝑡+𝜑
Em que:
𝑅𝐼0 = 𝑉𝑅0 , |𝑋𝐿 |𝐼0 = 𝑉𝐿0 𝑒 |𝑋𝐶 |𝐼0 = 𝑉𝐶0
As tensões em cada elemento são medidas como valor eficaz. Então:
2.4) Conclusões
A prática permite a conclusão de que a Lei das Malhas de Kirchhoff é válida para circuitos CA
assim como circuitos CC. No entanto, esta validade é comprovada por meio de fasores, e não
algebricamente. A partir da ferramenta fasorial, foi introduzido o conceito de impedância, que é o
“impedimento” que um elemento de circuito oferece à passagem de corrente. Também se observou
que um circuito RLC traz a tona um parâmetro chamado frequência de ressonância tal que, quando
um circuito deste tipo é excitado por uma frequência f determinada de ressonância, este passa a
apresentar impedância puramente resistiva.
3) Prática 2
3.1) Objetivos
Esta prática tem como finalidade validar o teorema de Thévenin para circuitos fasoriais,
efetuando as mudanças adequadas em relação aos equivalentes obtidos nos circuitos CC. Além
disso, a prática tem como objetivo, também, verificar que os equivalentes dependem da frequência
na qual o circuito está trabalhando.
3.2) Metodologia
Dado o circuito modelo para a Prática 2 descrito na Figura 6, foi solicitado um procedimento
experimental para calcular o módulo da sua impedância de Thévenin, vista dos terminais A-B, para
duas frequências distintas.
Figura 6 – Circuito modelo para a Prática 2
𝑗 1 1
𝑍 = 𝑅𝑒𝑞 − ∴ |𝑍| = √𝑅𝑒𝑞 2 + 2 2 ∴ |𝑍| = √𝑅𝑒𝑞 2 + 2 2 2
𝜔𝐶 𝜔 𝐶 4𝜋 𝑓 𝐶