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2.1 Qual a base legal para a ação de entidade de terceira parte no combate à não
conformidade?
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Cristiane Derani
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- O dever constitucional
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Princípio da cooperação “é um princípio de orientação do desenvolvimento político, por meio do qual
se pretende uma maior composição das forças sociais.” (...) “O princípio da cooperação informa uma
atuação conjunta do Estado e sociedade, na escolha de prioridades e nos processos decisórios. Ele está
na base dos instrumentos normativos criados com objetivos de aumento da informação e de ampliação de
participação [da sociedade civil] nos processos de decisões da política ambiental, bem como de
estabilidade no relacionamento entre liberdade individual e necessidade social.” (...) “Pode-se dizer que
o princípio da cooperação é resultado de uma divisão de funções [entre Estado e sociedade civil] dentro
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Tais normas políticas que atuam sobre o mercado, por atingirem a livre
negociação dos agentes de mercado, são contrapoderes ao poder econômico exercido no
mercado. Ao mesmo tempo, são normas de estímulo a participações e discussões, num
foro público, entre os agentes econômicos envolvidos. Além disto, são normas de
organização e de procedimento, que viabilizam os processos de efetivação de objetivos.
da ordem econômica fundada nas relações de mercado.” Derani, Cristiane, Direito Ambiental
Econômico. 2.ed. São Paulo, Max Limonad, 2001, pp. 161-2.
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“O conceito de “ação comunicativa” de Jürgen Habermas traz consigo a compreensão lingüística como
mecanismo da coordenação da ação e implica também na submissão dos atores, que orientam suas ações
em pretensões de validade, à imediata relevância na construção e manutenção da ordem social. A tensão
entre facticidade e validade existente na linguagem reproduz-se na integração comunicativa do indivíduo,
e nela deve ser eliminada, pois parte-se da premissa de que a linguagem é a fonte primária de toda
integração social” (Derani, Cristiane, Direito Ambiental Econômico,2ª ed, São Paulo, Max Limonad,
2001, p. 55).
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Concluindo, a Portaria 134/98 é uma norma política, emitida pelo Poder Público
Federal, o qual tem o dever constitucional de planejar o desenvolvimento econômico e
social, a ele competindo instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive
habitação, além do poder constitucional para regular a atividade econômica.
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“O direito é concebido na sua relação com a economia como um instrumento de sua efetivação e, ao
mesmo tempo, como meio de direcionamento da mesma. O direito econômico como garantidor das
relações econômicas apresenta os meios de realização da atividade econômica pelos seus sujeitos bem
como regulamenta a relação entre eles. Como direcionador da atividade econômica, produz seus efeitos
tanto num nível macroeconômico quanto na área mais imediata das atividades dos sujeitos. No
cumprimento deste seu papel orientador da atividade econômica, atua o direito perseguindo duas
finalidades gerais: por um lado defende os valores básicos do direito, expostos nos princípios
constitucionais de liberdade, igualdade de oportunidades e justiça social; por outro, dispõe sobre
objetivos de política e prática econômica, perseguindo principalmente eficiência da
economia.”(Cristiane, Opus. cit., p. 64).
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“todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição”. (grifei)
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Portaria. Uma vez escolhida a adesão, obriga-se o agente privado a obedecer às decisões
de qualidade construídas pelo programa.
Em síntese, prevê essa norma o dever de ação do poder público e dos agentes
econômicos privados na concretização dos princípios constitucionais da Ordem
Econômica.
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Uma vez ingressos oficialmente no programa, estes agentes privados contam com
os poderes estabelecidos em texto normativo e com os mesmos deveres e obrigações
próprios do funcionário público, inclusive para efeitos penais. O agente privado,
exercendo função pública, é um servidor público e, portanto, sujeito às mesmas
penalidades impostas ao servidor público que exerce função pública em razão de
ingresso em carreira pública.
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Existe uma crescente atuação do Estado para assegurar a produção social e as condições de reprodução,
com uma organização fora do tradicional enquadramento de competências e caminhos da administração
pública, que se torna mais flexível e aberta à inclusão dos recursos de negociação das empresas privadas e
dos elementos de mercado como um todo. Torna-se, assim, uma atuação mais desburocratizada, com
maior consciência do custo e com maior eficiência. Conforme: Scharmer, Eckart; Wollmann, Hellmut,
Die “Auslagerung” offentlicher Aufgaben zwischen gemeinen Nutzen und privaten Gewinn : Am
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Beispiel der Einsetzung von Sanierungstragern. In: Gessner, Volkmar; Winter, Gerd (hrsg.),
Rechstsformen der Verflechtung von Staat und Wirtschaft, Opladen, Westdeutscher, 1982.
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Portaria 134/98.
11
Calais-Auloy, Jean; Steinmetz, Frank. Droit de la consommation. 5 ed. Paris, Dalloz, 2000, p. 219.
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A presença, deste modo, da entidade é fundamental, posto que sem ela não há
como se afirmar de imediato pela legalidade das ações e dos produtos do fornecedor. É
com sua ação que o direito ganha força para enquadramento dos fornecedores, no que
concerne à técnica e à qualidade. Sem este expediente, a implementação do direito se
torna de difícil realização. Quem perde é o consumidor que não tem como avaliar a
tempo o bem ou serviço que adquire. Quem perde são os concorrentes que investem em
adequação e perdem pela concorrência desleal. Quem perde é toda sociedade que vê
prejudicado o exercício da cidadania, desacreditado o Estado de Direito pela inaplicação
do direito.
12
Maximiliano, Carlos, Hermenêutica e Aplicação do Direito, 15ª ed., Rio de Janeiro, Forense, 1995, p.6.
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Toda norma jurídica traz uma coerção que deverá ser exercida. Segundo Vicente
Rao, por dois modos principais a coerção se manifesta: por modo potencial, como
simples possibilidade de invocação da força ou da aplicação das cominações e, ainda,
por modo atual, pela intervenção material da força, ou pela material execução das
cominações13.
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13
Ráo, Vicente, O Direito e a Vida dos Direitos, Vol.1, tomo II, 2ª ed., São Paulo, Resenha Universitária,
1978, p.164.
14
Para acerto do correto sentido da expressão “interesse público” - inerente ao processo licitatório - e a
conseqüente delimitação do alcance do princípio de sua indisponibilidade, é necessário frisar que esta
expressão não se refere a um impreciso interesse do Estado. Trata-se do interesse do público. “Interesse
público é o interesse dos indivíduos em sociedade, no que concerne a sua inserção e convivência social.
Interesse da coletividade é o mesmo que dizer interesse público, quando o espaço público é organizado
em razão da existência coletiva. Somente o Estado democrático de direito tem a aptidão de fazer do
espaço público um espaço de desenvolvimento livre do cidadão, portanto a equivalência
público/coletividade só é possível com esta específica forma de ação política estatal”.(Derani, Cristiane,
Privatização e Serviços Públicos – As Ações do Estado na Produção Econômica, São Paulo, Max
Limonad, 2002, p. 46).
15
Art. 37, XXI da CF: “ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e
alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições
a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.”(grifei)
15
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isonomia, em que todos aqueles, que detêm condições pré-estabelecidas, têm o direito
de participar e de ser fornecedores do Estado. A isonomia, tomada em seu sentido
concreto, é o tratamento igual para iguais e desigual para desiguais. Se assim não fosse,
se não se estabelecesse um patamar mínimo de igualdade para competir, não seria
isonomia propriamente dita, mas uma enganosa competição onde ganhadores e
perdedores já estariam determinados pelas distintas condições e preparos que
detivessem.
16
Grau, Eros, Licitação e Contratos Administrativos (estudos sobre a interpretação da lei), São Paulo,
Malheiros, 1995, p. 14.
17
Idem.
16
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Desta forma, a “vantagem” que deve estar presente na licitação, conforme encerra
a doutrina e a Lei, consiste na forma concreta de atendimento pleno - ou melhor
possível - do interesse público. É, aliás, a realização deste interesse a causa da
existência do processo licitatório.
18
Justen Filho, Marçal, Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos (de acordo com a
Emenda Constitucional nº 19, de 4 de junho de 1998, e com a Lei Federal nº 9.648, de 27 de maio de
1998), 5ª ed., São Paulo, Dialética, 1998, p.60.
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“O princípio da padronização impõe que as compras de materiais, equipamentos e gêneros
de uso comum na Administração se realizem mediante especificações uniformes que, dentre
outras coisas, busquem compatibilizar a técnica com o desempenho e igualar as condições de
manutenção e assistência técnica, como prescreve o art. 15, I, da Lei 8.666/93.
As especificações para a licitação de compras equivalem ao projeto-base exigido para obras e
serviços, devendo atender também às prescrições cabíveis do art. 12, em especial aos requisitos
segurança, funcionalidade, adequação ao interesse público e normas técnicas adequadas”
(Meirelles, Hely Lopes, Licitação e Contrato Administrativo, 11ª ed, São Paulo, Malheiros,
1996, p.56).
Natural é pensar, então, na padronização a partir de um nível qualitativo mínimo aceitável, qual
seja, aquele estipulado pelos entes e programas oficiais competentes para controle, como o
PBQP-H. Padronização estatal que não respeite tais programas, ainda que apenas para viger
“dentro” da máquina do Estado, é o mesmo que lhes tornar mortos, desprestigiando e
desautorizando os atos (estatais) que os criaram, servindo de mau exemplo à sociedade e
desincentivando o cumprimento de normas sobre padrões mínimos de qualidade.
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A lei contém outras disposições que são conformadoras das ações, como os
princípios, as diretrizes e finalidades. Nesses casos, a administração submete-se à lei,
mas para conformar as ações que ela pratica, e somente dentro desta conformidade de
valores é que estará dentro do princípio da legalidade. Assim, mesmo que não haja
disposição expressa para uma conduta realizada, não significa que a conduta por si seja
permitida ou proibida, a administração pode e deve realizar condutas que não estejam
previstas especificamente em lei. Contudo, esta atitude não significa agir à margem da
lei, mas, certamente, observa-la no que concerne aos princípios a serem obedecidos na
prática administrativa.
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qualidade é uma demanda própria da Lei de Licitações, fundada nos seus princípios
assim como decorrente de suas exigências específicas de comprovação de aptidão,
desempenho e competência.
20
Hely, opus. ct., p. 43.
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- da liberdade de iniciativa
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“Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: IV – os
valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;”
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22
Hegel, G.W.F., Vorlesungen uber die Philosophie der Weltgeschichte, p.144.
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As contribuições que um consumidor emprega na compra de uma mercadoria qualquer, diminui as
contribuições que ele poderia fornecer na compra de uma outra mercadoria. Todo empresário esforça-se o
tanto quanto possível em direcionar para seus cofres o meio monetário existente à disposição do publico.
Todas os bens e serviços permanecem em concorrência com todos os demais bens e serviços.
Concorrência não é então cindida em isoladas concorrências parciais. (Hoppmann, Erich,
Wirtschaftsordnung und Wettbewerb, 1.Aulfl. - Baden-Baden: Nomos,1988, p.337).
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24
Idem, p.186.
25
Continua a autora: “Da mesma forma que só andamos graças a um desequilíbrio controlado, que nós
chutamos se este desequilíbrio não é aceito e dominado, mas nos é brutalmente imposto e que não
progredimos se recusamos todo desequilíbrio, da mesma forma é necessária uma concorrência justa
dinâmica para ser efetiva. O mesmo sentido da medida se impõe para assegurar a lealdade do jogo
concorrencial. Não é necessário apenas que o Estado se limite a dar ou retirar vantagens a certos
concorrentes, é importante também que ele marque os limites da agressividade comercial. Todos os
golpes não devem ser permitidos na luta concorrencial.” (Brault, Dominique, Droit et Politique De La
Concurrence, Paris: Economica, 1997, p.123).
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Pela convicção de que a reprodução das decisões privadas não é suficiente para a
manutenção do equilíbrio na dinâmica produtiva, o Estado desenvolve sua atividade
político-normativa para resolver os problemas causados pelo exercício individualizado
do poder econômico.
26
“Art. 219 – O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incentivado de modo a viabilizar o
desenvolvimento cultural e sócio-econômico, o bem-estar da população e a autonomia tecnológica do
País, nos termos da lei federal.”.
27
É o que se depreende da leitura do art. 1o. da lei: “Esta lei dispõe sobre a prevenção e a repressão às
infrações contra a ordem econômica, orientada pelos ditames constitucionais de liberdade de iniciativa,
livre concorrência, função social da propriedade, defesa dos consumidores e repressão ao abuso do
poder econômico. Parágrafo único: A coletividade é a titular dos bens jurídicos protegidos por esta lei.”
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livre de um capital. E o abuso deste poder econômico é o uso livre deste capital que
resulta na exclusão de outros agentes econômicos, os quais, apesar de deterem capital,
não podem competir, por ter o concorrente empregado esse poder de maneira deliberada
a excluí-los.
28
Carvalho, Nuno T.P., As Concentrações de Empresas no Direito Antitruste, São Paulo: Resenha
Tributária, 1995, p.25.
29
Idem, p. 26.
26
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O direito contra concorrência desleal reúne normas jurídicas que reprimem modos
de comportamento na concorrência econômica, os quais, por causa de sua deslealdade,
não podem ser tolerados. A partir daí, algumas ações são proibidas por causa de seu
perigo típico de uma concorrência desleal. O fato de se destacar dentro de um mercado
relevante por oferecer produtos normalizados fora das normas técnicas é uma ação que
resulta na alteração de preços, causando prejuízos horizontais e verticais para o
mercado. Horizontal: abuso de poder econômico e concorrência desleal, prejudicando
concorrente; vertical: engano do consumidor.
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30
Reich, Norbert, Mercado y Derecho (Teoría y praxis del derecho económico en la República Federal
Alemana), Barcelona: Ariel , 1ª ed., 1985.
31
Assmann, Heins-Dieter; Bruggemeier, Gert; Hart, Dieter; Joerges, Christian. Wirtschaftsrecht als Kritik
des Privatrechts, Konigstein: Athenaum, 1980.
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32
Reich, Norbert, Mercado y Derecho (Teoría y praxis del derecho económico en la República
Federal Alemana), p.159.
33
Cf. Keynes, John Maynard, The Collected Writings of John Maynard Keynes, Toronto, Mc Millan
Cambridge Univesity Press, p.101.
34
Reich, Norbert, Mercado y Derecho..., p.199.
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São valores que requerem posturas ativas dos agentes envolvidos, assim como do
Estado no seu papel político-normativo, atuando sobre o mercado. Uma política de
favorecimento ao consumidor serve a quem questiona o paradigma de mercado, como o
exclusivo direcionador das atividades sociais de produção.
O direito atua sobre conflitos gerados pela atividade econômica. Um deles está na
relação empregador e empregado, outro entre produtor e consumidor. O interesse do
consumidor – é possível, assim, radicalizar – não se dá, nem isoladamente, nem como
35
Keynes, John Maynard, The Collected Writings of John Maynard Keynes, p. 99
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“Art.5o. XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; ”
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O CDC define em seus artigos os dois sujeitos: “art. 2o. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica
que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Parágrafo único. Equipara-se a
consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo as relações de
consumo. Art. 3o. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem,
criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de
produtos ou prestação de serviços.”
38
Marques, Cláudia Lima, Contratos no Código de Defesa do Consumidor, Vol.1. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 3ª ed., 1999, p.578.
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39
Idem, p.579.
40
Idem, p.579.
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- da responsabilidade penal
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A Lei n º 8.137/90, por sua vez, define crimes contra ordem tributária, econômica
e relações de consumo:
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Este preceito geral é tomado pelo CDC que o reapresenta em seus princípios e
regras específicas. É um princípio do CDC: “incentivo à criação pelos fornecedores de
meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim
como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de consumo”. (art. 4., V)
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- a normalização no CDC
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41
Boy, Laurence, La valeur uridique de la normalisation, mimeo, p. 1.
42
Jean-Baptiste Racine afirma que uma das funções primeiras da normalização é, de fato, favorecer a
livre concorrência. A normalização permite e estimula a livre circulação de produtos e serviços.
(Normalisation, Certification et droit de la concurrence, mimeo, p.1).
43
Idem, p. 14.
44
Boy, Laurence, opus cit., p. 10.
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- do direito à informação
CDC consagra o direito à informação como princípio que orienta suas normas e a
atuação dos sujeitos a ela obrigado47, proclamando a informação como direito básico do
consumidor48.
45
“A administração pública direta e indireta, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência ...”
46
“Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.”
47
“Art. 4o. IV. Educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e
deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo.”
48
“Art. 6o. São direitos básicos do consumidor: …, III. A informação adequada e clara sobre os
diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição,
qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentam.”
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É o Parecer.
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