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Aprendizagem Baseada em Problemas I: Evolução da Biblioteconomia

Bibliotecas Comunitárias
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3
2 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................. 4
2.1 Diagnóstico......................................................................................................... 4
2.1.1 Biblioteca Comunitária Popular do Coque .................................................... 5
2.1.2 Problemas das Bibliotecas Comunitárias ..................................................... 7
2.1.3 O papel do bibliotecário nas Bibliotecas Comunitárias ................................. 7
2.1.4 Sugestões para solucionar os problemas ..................................................... 8
2.2 Hipóteses ........................................................................................................... 8
2.3 Investigação ....................................................................................................... 9
2.3.1 Papel do Bibliotecário nas bibliotecas comunitárias como mediador da
leitura..................................................................................................................... 9
2.3.2 A biblioteca comunitária como possibilidade de acesso a informação por
comunidades em situação de vulnerabilidade social. .......................................... 10
2.3.3 A missão básica de uma biblioteca comunitária assim como das demais, é
organizar, preservar e disseminar a informação. E tem o importante papel de
amenizar as carências informacionais da população assistida por ela. .............. 11
3 CONCLUSÃO......................................................................................................... 13
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 14
1 INTRODUÇÃO

As bibliotecas comunitárias são ambientes físicos criados e mantidos por


iniciativa das comunidades civis, geralmente sem a intervenção do poder público.
Estes centros comunitários possuem um acervo bibliográfico multidisciplinar,
abarcando diversas tipologias documentais. Suas coleções, por vezes, possuem
organização improvisada ou intuitiva, pois o objetivo principal desses espaços é
ampliar o acesso da comunidade à informação. As bibliotecas comunitárias ocupam
posição de destaque no mundo contemporâneo, como espaços de informação e
disseminação da cultura escrita nas sociedades.
Proposta semelhante tem os espaços públicos de informação que objetivam a
democratização do acesso à cultura, incentivo à educação e promoção à cidadania.
Esses espaços estão representados pelos centros culturais, postos de serviços ao
cidadão, espaços de diversão e arte, bibliotecas etc. Esses ambientes físicos de
compartilhamento, troca e fluxos de informação são vistos como instrumentos de
democratização e inclusão informacional ao ensejarem o amadurecimento das
relações sociais dentro comunidade e proporcionar o crescimento pessoal dos
cidadãos através de práticas informacionais, como atividades de leitura. Vistos como
uma prática social (MACHADO, 2008) as bibliotecas comunitárias e os espaços
públicos de informação são uma reação da própria comunidade no combate às
desigualdades de acesso à informação, situação tão preocupante nos países em
desenvolvimento.
O bibliotecário, dentro das bibliotecas comunitárias tem um papel social muito
mais do que um papel técnico, pois cabe a ele a captação e a fidelização de seu
usuário, pois esse tipo de biblioteca abrange a comunidade como um todo. Vai desde
a criança em idade escolar, até o idoso que mora no bairro. Portanto o bibliotecário
estará presente para fazer a ponte entre a biblioteca e este usuário, que na maioria
das vezes não está habituado com a leitura.
Sabemos que muitos dos espaços públicos de informação nascem a partir de
iniciativas e projetos já implementados pela comunidade local. É importante ressaltar
que a implementação de uma biblioteca comunitária não depende apenas de uma
infraestrutura material; é fundamental que haja um grupo organizado de cidadãos
dispostos a trabalhar por um objetivo. Este grupo é composto por membros da
comunidade onde estão instaladas as bibliotecas e espaços comunitários de
informação. São trabalhadores voluntários, motivados pelo poder transformador que
estas organizações sociais ensejam na comunidade local.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Diagnóstico

De acordo com Vieira (2007) uma das maiores motivações para a criação de
bibliotecas comunitárias é o “apoio as atividades escolares, e a criação de um espaço
para a integração dos jovens e para a formação de leitores.” (VIEIRA, 2007, p. 142).
Em todos os casos analisados por esta autora, a motivação se deu também para
atender uma demanda da população mais carente, com acesso restrito a cultura,
como um reforço escolar. Existe nesses espaços a busca pela integração das classes
sociais menos favorecidas com o mundo da leitura. Nesses espaços existe o desejo
de que essas bibliotecas sejam a porta para um futuro melhor, longe do trabalho
infantil nas ruas e até mesmo longe das drogas. Possibilitando a essas crianças outra
visão de mundo e a possibilidade de uma vida diferente.
As bibliotecas comunitárias estudadas em Belo Horizonte tem o objetivo de
proporcionar o bem-estar a jovens em crianças, com um ambiente que dê suporte as
suas atividades de contra turno e ainda agregue valor cultural. No caso das bibliotecas
estudadas pela autora (VIEIRA, 2007) a tecnologia disponível para seus usuários
ainda é mínima e precária. Alguns casos estudados não têm nem linha telefônica.
Todas mantêm-se com ajuda voluntária, ou algum incentivo da prefeitura da cidade.
Em todos os casos faltam recursos tecnológicos e humanos para manter as
bibliotecas comunitárias em funcionamento.
A informatização do acervo ainda não aconteceu na maioria das bibliotecas
comunitária do Brasil. Em alguns casos os empréstimos são feitos manualmente,
anotando o nome e telefone da pessoa que retira o livro. Por vezes essas bibliotecas
não tem uma sede própria, utilizando espaços emprestados, conforme ressalta a
autora, essas bibliotecas comunitárias, “correm o risco de, em não sendo fortalecidas
pela sua atuação, virem a desaparecer, como já aconteceu anteriormente com outras
bibliotecas que já foram fechadas.” (VIEIRA, 2007, p. 157).
As soluções para os problemas apresentados são diversas, cada responsável
pela biblioteca tem suas particularidades, mas de maneira geral, o elemento mais
comentado é a busca de uma sede própria e adequada, com iluminação, móveis e
recursos humanos suficientes para atender a comunidade em que a biblioteca está
inserida. O acervo dessas bibliotecas é proveniente de doação, e em todos os casos
apresentados existe sim, uma grande quantidade de doação. O que falta é a
catalogação adequada e um sistema eficiente para realizar os empréstimo, seja feito
por meio de fichas ou informatizado, esse sistema ainda não está implantado.
A seguir apresentamos m exemplo de biblioteca comunitária em
funcionamento, na cidade de Belo Horizonte MG, o papel do bibliotecário nesse tipo
de biblioteca, além de um debate sobre seus principais problemas e possíveis
soluções.

2.1.1 Biblioteca Comunitária Popular do Coque

Inaugurada oficialmente em julho de 2007 como o primeiro espaço comunitário


de fomento à leitura no bairro, a Biblioteca Popular do Coque funciona, acima de tudo,
como um ponto de convergência de pessoas e ideias sobre como transformar a
realidade de carências de políticas públicas relativas à educação e cultura dentro do
Coque. A Biblioteca Popular do Coque é uma iniciativa coletiva. Surgiu a partir da
união entre pessoas e grupos, a exemplo da Ong Núcleo Educacional dos Irmãos
Menores de Francisco de Assis – NEIMFA, da Igreja São Francisco de Assis, do
coletivo Movimento Arrebentando Barreiras Invisíveis – MABI e de alunos da
graduação em Comunicação Social da UFPE, a partir do projeto Coque Vive de
extensão universitária. Esses grupos, que já desenvolviam ações sociais na
comunidade, acreditaram que a existência da Biblioteca estimularia na comunidade
não só o gosto pela leitura, como também a valorização da pequena casa na Rua
Centenário do Sul como um espaço legitimamente público provocando,
consequentemente, o despertar do papel político de cada um dentro dele.
Nestes dez anos de existência, a Biblioteca cresceu. O acervo do primeiro ano,
que já dispunha de mais de três mil exemplares construído a partir de doações de
amigos e colaboradores, como a União de Cordelistas de Pernambuco e a Fundação
Joaquim Nabuco, recebeu incremento do Ministério da Cultura. Se a campanha de
doação junto a lojas de material de construção conseguiu reformar o espaço,
adaptando a pequena casa de dois quartos para um uso coletivo, a integração a Rede
de Bibliotecas Comunitárias do Recife ajudou e continua ajudando a Biblioteca a
buscar sua auto sustentabilidade. Entre julho e dezembro de 2007, através da Oficina
de Formação de Leitores e Escritores do Nordeste, a Biblioteca Popular do Coque
recebeu o patrocínio do Programa BNB de Cultura, do Banco do Nordeste. Mas,
encerrado este projeto, foi a disposição de seguir em frente, a integração com a rede
e o apoio dos voluntários que garantiram o crescimento da biblioteca.
Hoje, a Biblioteca Popular do Coque continua recebendo doações, sempre bem vindas
e bem aproveitadas. Conta com a parceria fundamental do Instituto C&A, que garante
a sustentação financeira da coordenadora executiva do projeto. Tem apoio da
Prefeitura, a partir do projeto Manoel Bandeira, que mantém dois mediadores de
leitura no local. Conta com o apoio de voluntários mediadores e da Rede de
Bibliotecas Comunitárias.
O sonho daqueles que fazem a Biblioteca Popular do Coque é que ela continue
funcionando através dessa cooperação mútua e gratuita que dá força e longevidade
a um projeto que começou com o desejo de uma moradora do Coque de ver as coisas
mudarem.

Missão:
Atuar na área de educação e cultura favorecendo um espaço em que as crianças e
adolescentes possam criar e fortalecer o prazer da leitura literária como um direito
humano, fomentar o diálogo intercultural e a diversidade cultural.

Visão:
A Biblioteca Popular do Coque, no ano de 2022, será autossustentável, atingirá um
maior número da população da comunidade, terá espaço próprio, mais voluntários
atuando na biblioteca e que seja reconhecida em todo o Estado de Pernambuco.

Valores:
 Respeito
 Diálogo com a comunidade
 Gestão compartilhada
 Lazer
 União
 Autoestima
2.1.2 Problemas das Bibliotecas Comunitárias

Em Recife, de 2000 para cá surgiram pelo menos 11 bibliotecas comunitárias,


atuando nos três municípios de abrangência da Rede na Região Metropolitana do
Recife. Essas bibliotecas são constituídas sem profissionais especializados, com
espaços pequenos, muitas vezes inadequados, mas abertos às comunidades e com
iniciativas de estímulo à leitura. A origem da maioria delas está relacionada justamente
à ineficiência do Estado em oferecer o acesso à leitura como uma dimensão da
qualidade da educação e fator fundamental ao desenvolvimento humano. Essas
iniciativas vêm dando respostas, ainda que precárias, a esse vazio, organizando e
oferecendo acervos e serviços de estímulo a formação de leitores.

2.1.3 O papel do bibliotecário nas Bibliotecas Comunitárias

Podemos observar que a Biblioteca Popular do Coque não possui um


bibliotecário com graduação superior. Os profissionais são voluntários e formados em
outras áreas:

Coordenação executiva
A coordenadora é conhecida de muita gente na comunidade do Coque e é um
dos pontos de partida deste sonho coletivo. Ela, que sempre foi um dos braços direitos
de Frei Aloísio Fragoso em seu trabalho junto à comunidade. Pedagoga, pós-
graduada em ludicidade é a principal responsável pela Biblioteca Popular do Coque.
É ela quem rege a orquestra, quem participa da maior parte das reuniões com a Rede,
quem vai em busca de parceiros e colaboradores.

Os mediadores
Um dos mediadores, estudante de Letras pela Universidade Federal Rural de
Pernambuco, é parte da comunidade, filho da coordenadora, é colaborador desde o
início da biblioteca. Também ajuda nas atividades de mediação e articulação da
biblioteca com o poder público e outras parcerias. Ajuda na catalogação e organização
do acervo e, também, na atualização do blog.
Outra mediadora é jornalista e atriz, ela está há cinco anos como voluntária
na Biblioteca Popular do Coque. Duas vezes por semana, sempre pelas manhãs, ela
trabalha com contação de histórias, jogos lúdicos e educativos e atividades
pedagógicas. Também ajuda a atualizar o blog e na redação de projetos.

2.1.4 Sugestões para solucionar os problemas

As bibliotecas comunitárias surgem pela vontade coletiva ou individual da


população e assim, necessita de estabelecer parcerias com escolas, associação de
moradores, dentre outros, proporcionando o fortalecimento da equipe humana para
seu funcionamento.
Os gestores e responsáveis deverão pensar no planejamento estratégico do
serviço oferecido quer pela contratação de profissional especialista, ou quer pela
parceria com instituições que ofereçam estagiários na área de biblioteconomia. E,
estes deverão capacitar os voluntários para a oferta de serviço capacitado.
Para tanto será necessária mais parcerias e investimentos de empresas e
fundações que provenham o financiamento para tais mudanças.

2.2 Hipóteses

HIPÓTESE 1: Papel do Bibliotecário nas bibliotecas comunitárias como


mediador da leitura.

Segundo Coelho (2016), as bibliotecas comunitárias têm como principal


objetivo atender à comunidade e despertar o interesse pela leitura, utilizando os mais
diversos suportes informacionais. Assim, o bibliotecário deverá desenvolver o papel
de mediador da leitura e criar laços entre seus serviços e a comunidade em que está
inserida.

HIPÓTESE 2: A biblioteca comunitária como possibilidade de acesso a


informação por comunidades em situação de vulnerabilidade social.
Muitas bibliotecas comunitárias nascem da necessidade de acesso à cultura
em comunidades muitas vezes esquecidas pelo poder público (MACHADO, 2008).
Para a autora essas bibliotecas são criadas não por pessoas ligadas à área da
biblioteconomia, e sim por uma pessoa que possui ou arrecada um pequeno acervo e
tem a intenção de disponibilizar esse acervo aos jovens e crianças de um local, como
forma de incentivo à leitura e também um contra turno escolar. Como muitos bairros
onde existem bibliotecas comunitárias tem altos índices de criminalidade, esse é um
espaço para que os jovens possam se afastar dessa realidade.

HIPÓTESE 3: A missão básica de uma biblioteca comunitária assim como das


demais, é organizar, preservar e disseminar a informação. E tem o importante
papel de amenizar as carências informacionais da população assistida por ela.

As bibliotecas comunitárias seguem a missão da biblioteca pública, que


devem promover o acesso aos registros do conhecimento, o estímulo à leitura e sua
interpretação através de atividades como a hora do conto, concurso de poesia e
literatura, e ainda, focar questões do cotidiano da comunidade como: saúde,
transporte, segurança, esportes, etc, (FACCIO JUNIOR, 2005, p.17 apud MILANESE,
1986, p. 69).

2.3 Investigação

2.3.1 Papel do Bibliotecário nas bibliotecas comunitárias como mediador da leitura.

Pode-se observar no diagnóstico feito da Biblioteca Comunitária Popular do


Coque que ela não dispõe do profissional bibliotecário. Os profissionais são
voluntários e formados em outras áreas. Como a Coordenadora que é pedagoga, e
atua na área administrativa buscando parceiros e colaboradores. E, conta com dois
mediadores, um formado em Letras e outra Jornalista e atriz. Além de fazerem a
catalogação, e organização do acervo, também ajudam a atualizar o blog e na redação
de projetos. E atuam como mediadores, desenvolvendo atividades de contação de
histórias, jogos lúdicos e educativos e atividades pedagógicas.
O bibliotecário mediador deve considerar os aspectos que envolvem as
particularidades de cada indivíduo levando em conta a personalidade, o meio em que
está inserido e as suas experiências de vida. Como mediador da leitura, o bibliotecário
deve possibilitar a participação do usuário, ele não deve ser tratado apenas como
consumidor da informação, mas como produtor de novas formas de expressão, pois
somente com a quebra desses paradigmas será alcançada a efetiva democratização
da informação (COELHO, 2016).
Cabe ao mediador pensar ações para integrar seu público ao ambiente da
biblioteca para que esse leve a leitura para sua vida e transforme o que foi adquirido
em conhecimento aplicável ao seu cotidiano. Consideramos que os voluntários da
Biblioteca Comunitária Popular do Coque podem não estar aptos a executar de forma
ideal a atividade de mediador da leitura. Mesmo assim, buscam desenvolver projetos
que integrem a comunidade ao espaço da biblioteca, o que se direciona ao objetivo
da biblioteca comunitária. Ela tem, a função social de desenvolver ações culturais em
seu espaço físico, formando sujeitos críticos e reflexivos, capazes de tirarem suas
próprias conclusões a respeito da realidade social.

2.3.2 A biblioteca comunitária como possibilidade de acesso a informação por


comunidades em situação de vulnerabilidade social.

As bibliotecas comunitárias, segundo Machado (2008) procuram ter “a cara


da comunidade”, buscando identificar o local com o público que a frequenta.
A autora ainda comenta que esses espaços tem objetivo de emancipar as
pessoas que o frequentam, dando a eles acesso a outras possibilidades, para que
possam ter esperança de uma outra realidade, buscando mudar costumes e tentando
criar um ambiente de cidadania e conhecimento (MACHADO, 2008).
Essas bibliotecas comunitárias, que surgem em periferias, são uma “forma
sócio-político de reivindicação e luta da sociedade pelo direito à informação, à leitura
e ao livro.” (MACHADO, 2008, p. 145).
Existe ainda a preocupação com a questão de recursos para esses espaços,
Machado (2008) destaca que deve existir um cuidado em relação a interferência dos
recursos vindos da iniciativa privada, para que a biblioteca não se torne um projeto
filantropo ou de assistencialismo empresarial.
Um ponto em comum, que a autora encontrou em todos os exemplos por ela
pesquisados, foi a presença dos jovens das comunidades atuando dentro das
bibliotecas, estes são os protagonistas nessa jornada em busca do conhecimento,
pois eles possuem práticas inovadoras, e fazem o uso das redes sociais. Esse dado
reforça a hipótese, pois estando eles envolvidos nas atividades das bibliotecas
comunitárias, têm a possibilidade de buscar um futuro melhor e ficar longe dos índices
de criminalidade que envolvem sua comunidade.
A autora demonstra o impacto que essas bibliotecas tem sobre as
comunidades, apesar de não estarem organizadas no ponto de vista biblioteconômico,
elas são vistas como espaço de leitura e acesso a informação, e são capazes de
“mudar hábitos, comportamentos e agir como um espaço transformador, inclusive
perturbando a lógica de entendimento da tradicional tipologia das bibliotecas [...]”
(MACHADO, 2008, p. 159).
As bibliotecas comunitárias apresentadas por Machado (2008), tinham como
protagonista as comunidades que estavam inseridas e também membros individuais,
que possuíam um pequeno acervo e tinha o interesse de compartilhar esse acervo
com outras pessoas. O objetivo principal em todos os casos era democratizar o acesso
a informação, proporcionar um espaço de contra turno escolar e disponibilizar obras
de um modo a incentivar o acesso à cultura para as comunidades apresentadas.
(MACHADO, 2008).

2.3.3 A missão básica de uma biblioteca comunitária assim como das demais, é
organizar, preservar e disseminar a informação. E tem o importante papel de amenizar
as carências informacionais da população assistida por ela.

As bibliotecas comunitárias seguem a missão da biblioteca pública, que


devem promover o acesso aos registros do conhecimento, o estímulo à leitura e sua
interpretação através de atividades como a hora do conto, concurso de poesia e
literatura, e ainda, focar questões do cotidiano da comunidade como: saúde,
transporte, segurança, esportes, etc, (FACCIO JUNIOR, 2005, p.17 apud MILANESE,
1986, p. 69).
Sendo que a biblioteca comunitária nasce pelo desejo de alguém ou de uma
instituição que entende que o contato com a leitura e a escrita pode proporcionar à
sua comunidade informações e conhecimentos importantes. Essa possibilidade de
acesso proporciona uma reflexão mais profunda do papel do leitor como cidadão.
Desta forma, o leitor pode interferir em situações ou cenários que antes pareciam
distantes e impossíveis de serem mudados. O acesso por meio das palavras e das
imagens contidas nos livros contribui para o empoderamento do cidadão. Por isso,
garantir a qualidade deste acesso a materiais diversos e de qualidade ajudam a
constituir um pensamento aberto às diferenças. (FACCIO JUNIOR, 2005).
Para o autor, seus espaços dialogam com a cultura local, são geridas pelos
moradores e recebem doações da comunidade. Muitas bibliotecas comunitárias se
estabelecem nas próprias casas dos moradores e por isso, possuem horário de
atendimento mais flexível com a demanda da comunidade. Mesmo no horário do
almoço basta o menino ou a menina bater na porta com fome de história que sairá de
lá com um livro. Estas são algumas características das bibliotecas comunitárias que
garantem seus espaços apinhados de crianças todos os dias. (FACCIO JUNIOR,
2005).
Faccio (2005) ainda comenta que a biblioteca comunitária beneficia seus
usuários com a informação em diversos suportes e desenvolve uma série de
atividades como: empréstimos de livros, palestras, cursos, plantão de apoio e
pesquisa ao dever de casa, oficinas de leitura, aulas preparatórias para concursos,
reforço escolar, esportes e atividades de recreação, que envolve toda a comunidade
e dessa forma a biblioteca é vista como um ponto de referência para o apoio didático
pedagógico e de difusão cultural. O acesso à informação de maneira global é a
principal característica das bibliotecas comunitárias.
3 CONCLUSÃO

A presente investigação buscou compreender as características e


particularidades pertinentes à biblioteca comunitária. Para tanto, encontramos
informações referentes a uma rede de bibliotecas comunitárias do estado de
Pernambuco, dentre elas escolhemos para analisarmos a Biblioteca Comunitária
Popular do Coque. As informações foram encontradas em um site mantido pela
referida biblioteca, e consideradas a partir dos referenciais teóricos.
A respeito dos obstáculos encontrados, ponderamos que a pesquisa on-line
não foi o suficiente para conhecer melhor e mais a fundo a biblioteca e seus
problemas, que com certeza existem, como é previsto em qualquer organização.
Porém constatamos o empenho e a dedicação dos voluntários para a manutenção e
funcionamento da biblioteca, e para conservação das ações que contribuem para a
educação da comunidade. Ainda, comprovamos que apesar de todas as dificuldades
enfrentadas a biblioteca continua funcionando com parcerias com empresas, e
principalmente, com o apoio de voluntário e da própria comunidade.
As bibliotecas comunitárias são exemplos de organizações criadas na busca
de suprir bens e serviços de leitura que o Estado deveria ofertar. Mesmo com os
desafios que elas encontram, conservam-se como espaços de ação cultural
democrática, para a formação da cidadania e transformação das realidades locais.
São motivadoras e protagonistas na procura de resgatar as possibilidades culturais e
as práticas de leituras críticas e emancipatórias dos cidadãos, enquanto sujeitos
sociais de direitos.
REFERÊNCIAS

BIBLIOTECA POPULAR DO COQUE. Disponível em: < http://bpcoque.com.br/ >.


Acesso em: 11 mar. 2018.

COELHO, C. D. Mediação e bibliotecas comunitárias: o papel do mediador no


incentivo à leitura. In: SECIN, 6, 2016, Londrina. Anais VI SECIN... Londrina: UEL.
2016. p. 418-428. Disponível em <
http://www.uel.br/eventos/cinf/index.php/secin2016/secin2016/paper/viewFile/
291/149>. Acesso em: 18 abr. 2018.

FACCION JUNIOR, Carlos Magno. Biblioteca Comunitária: uma alternativa à


biblioteca Pública e a biblioteca Escolar. Rio de Janeiro, 2005. Disponível em:<
http://rabci.org/rabci/sites/default/files/faccionjunior-tcc.doc> Acesso em: 17 fev. 2018.

MACHADO, E. C. Bibliotecas Comunitárias como prática social no Brasil. Tese


(Doutorado em Ciência da Informação) - Universidade de São Paulo. São Paulo, 2008.
Disponível em: < http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27151/tde-07012009-
172507/pt-br.php>. Acesso em: 22 abr. 2018.

MADELA, Rosângela. Bibliotecas comunitárias: espaço de interação social e


desenvolvimento pessoal. 2010. 222 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da
Informação) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2010.
Disponível em: < https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/93628>. Acesso em: 22
abr. 2018.

VASCONCELOS, Karina Teixeira; SILVA, Maria do Carmo Costa; PEREIRA, Marlene


Edite. 1º Diagnóstico das Bibliotecas Comunitárias de Belo Horizonte. Releitura, Belo
Horizonte, n.18, 2004. p.33-39. Disponível em: <
http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/ECID-
79CNHN/dissertacaoheloisa.pdf?sequence=1>. Acesso em: 22 abr. 2018.

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