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Introdução
Uma das estratégias bastante utilizadas nas igrejas, visando seu crescimento e
saúde espiritual, é o chamado “Pequenos Grupos”. Outros nomes têm sido
dados para um projeto desta natureza, dentre eles “igrejas em células”, “grupos
familiares” e “koinonias”.1 Mas o nome que damos não é tão significativo.
Importante mesmo é saber que a prática de se reunir nos lares para estudar a
bíblia é muito antiga pois já encontramos sua utilização na Bíblia. Os primeiros
cristãos já se reuniam nas casas com a finalidade de ler as Escrituras e adorar
a Deus (At 2.42-47; 5.42; 10.24-48; 12.12; 20.7-12; Rm 16.3-5,14-15).
1
ROBSON, Russ & Bill Donahue. Edificando uma Igreja de Grupos Pequenos. São Paulo: Editora Vida.
2003. p. 15
2
LUTERO, Martinho. Formulário da Missa e da Comunhão para a Igreja de Wittenberg – 1523. In:
LUTERO, Martinho. Obras Selecionadas. Vol. 7. São Leopoldo: Sinodal; Porto Alegre: Concórdia 2000,
p. 155-172. p. 179s.
Ministério de Grupos Pequenos 2
John Owen
João Calvino
3
PACKER, J I. Entre os Gigantes de Deus. Ed. Fiel. 1996. P. 240
4
Ryken, Leland. Santos no Mundo: Os puritanos como realmente eram. São José dos Campos. Ed. Fiel.
1992. P. 35
5
CALVIN, John. Calvin´s Commentaries – The Epistles Of Paul – The Apostle To The Romans And To
The Thessalonians. Grand Rapids, Michigan: Eerdmans Publishins Company. p. 345 ( Ao camentar I
Tessalonissenses 2:11, Calvino insiste em que o pastor precisa ser um “pai” para cada pessoa.
Ministério de Grupos Pequenos 3
Como grupo social organizado, a igreja possui uma personalidade jurídica, uma
estrutura física onde os cristãos se reúnem para adorar a Deus. No entanto, a
igreja não pode ser identificada com um prédio. Como já vimos em aula anterior,
uma das figuras que Paulo usa para descrever a igreja é o corpo humano. Assim
como o corpo humano é organizado para funcionar pela cooperação e
interdependência das muitas partes, assim também a Igreja, como um corpo,
revela sua unidade (Ef 2.19; Rm 12.4-5). Esse Corpo, a igreja, é governado por
um "cabeça" - Cristo, e tem muitos membros, cada um deles dotados e investidos
por Deus a fim de contribuir para a obra de todo o corpo (Rm 12.4-5; 1Co 12.12-
1; Ef 4.4-5).
Sendo assim, todos os membros numa igreja local são necessários para o seu
desenvolvimento. Há uma interdependência dos membros no corpo. Os
Pequenos Grupos são uma estrutura prática para viabilizar nossa vivência como
corpo de Cristo.
Esta figura ressalta um aspecto muito importante na vida da igreja. Numa família,
os membros têm intimidade e cuidam uns dos outros. Assim deve ser na igreja
(I Tm 5.1,2; II Co 11.2; 6.18; Ef 2.19; 3.14; 5.32.). Num Pequeno Grupo ouvimos
uns aos outros, servimos uns aos outros, cuidamos uns dos outros, levamos as
cargas uns dos outros. No entanto, existem basicamente três grandes temores
na vida em comunidade para desfrutarmos de Intimidade:
2) Medo de confidências serem violadas: todo ser humano tem seus segredos.
Alguns têm deslizes e pecados por traz. Quem é que não tem medo de
confidenciar algum segredo ou fraqueza e isto se tornar público?
Atos dos Apóstolos nos mostra como as casas eram usadas para
reuniões de oração (Atos 12.12) para ocasiões de comunhão
(Atos 21.7), para celebrações da Santa Ceia (Atos 2.46) para
vigílias de oração, culto e ensino (Atos 20.7), para reuniões
evangelísticas improvisadas (Atos 16.32), para reuniões
programadas com o fim de se ouvir o evangelho cristão (Atos
10.22), para responder perguntas (Atos 18.26), para o ensino
organizado (Atos 5.42).6
Duas coisas ficam claras na Bíblia, quando pensamos nas reuniões dos
primeiros cristãos:
Ao longo da história tivemos vários líderes que fizeram uso dos Grupos
Pequenos como uma estratégia de dar uma nova vitalidade para a igreja. No
Séc. XVII Philip Jacob Spener (1635-1705) iniciou um movimento de pequenos
grupos que foi denominado de “reunião piedosa”. Ele tinha como objetivo
fortalecer a fé dos cristãos e levá-los à maturidade. No século XVIII John Wesley,
visando a comunhão entre os cristãos e o cuidado pastoral sobre eles, enfatizou
a importância desse ministério para a igreja. No século XX o grande incentivador
do movimento de pequenos grupos foi David (Paul) Yonggi Cho, pastor da Igreja
do Evangelho Pleno, na Coréia. Esse autor disseminou o conceito de pequenos
grupos por meio de livros e conferências.7 Depois deles, tantos outros fizeram
uso deste recurso.
Por que é importante participar de um pequeno grupo, já que participo dos cultos
da igreja? O que vou ganhar saindo da minha casa ou abrindo a minha casa para
participar de um pequeno grupo? Vejamos, então, pelo menos sete razões para
se participar de um pequeno grupo:
6
GREEN, Michael. Evangelização na Igreja Primitiva. SP: Edições Vida Nova. 1989. p. 262
7
CRUZ, Valberto da; RAMOS, Fabiana. Pequenos Grupos: para a igreja crescer integralmente. Viçosa:
Ultimato, 2007, p.56,57
Ministério de Grupos Pequenos 5
De fato, em seu livro O Pastor Aprovado, Richard Baxter faz um alerta aos
pastores, onde ele revela a sua preocupação com o ensino das famílias:
8
MARRA, Cláudio. A Igreja Discipuladora. SP: Cultura Cristã. 2007. p. 89
9
BAXTER, Richard. O Pastor Aprovado, SP: PES. 1989. p. 109
Ministério de Grupos Pequenos 6
São líderes comprometidos com a visão de Deus: São pessoas que amam
ao Senhor e querem ver outros crentes crescendo na vida cristã.
São líderes que conhecem a Bíblia. Ele precisa ter conhecimento das
Escrituras, porque este é o primeiro material que ele vai usar. O líder deve
ser “apegado à palavra fiel” (Tt 1:9; Js 1:7-8).
10
SITTEMA, John. Coração de Pastor – Resgatando a Responsabilidade Pastoral do Presbítero. São
Paulo, SP: Ed. Cultura Cristã. 2004 . p.189
Ministério de Grupos Pequenos 7
1. Diante do estudo de hoje, você não acha que vale à pena você participar
de um Pequeno Grupo?
2. Que barreiras existem que podem dificultar a sua participação num
Pequeno Grupo?
3. Você estaria disposto a ser um líder de um Pequeno Grupo? Que tal
conversar com seu pastor sobre isso?
4. Você estaria disposto a chamar outras pessoas para formarem um
Pequeno Grupo? Quem seriam estas pessoas?
5. Qual é, na sua opinião, o maior benefício de um Pequeno Grupo?