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Curso de Atualização Jurídica

Direito Processual Penal


Prof. Heitor A. Pereira
Temas que compõem o presente estudo:

- Inquérito Policial;
- Procedimentos Penais;
- Recursos no Processo Penal.
INQUÉRITO POLICIAL

É um procedimento administrativo informativo, destinado a apurar a


existência de infração penal e sua autoria, a fim de que o titular da ação
penal disponha de elementos suficientes para promovê-la.

Trata-se de uma instrução provisória, preparatória e informativa, em que se


colhem elementos por vezes difíceis de obter na instrução judiciária.

Seu destinatário imediato é o Ministério Público (nos crimes de ação penal


pública) ou o ofendido (nos crimes de ação penal privada), que ele formam a
sua opinio delicti para a propositura da denúncia ou queixa.
INQUÉRITO POLICIAL

Art. 12 do Código de Processo Penal: "o inquérito policial acompanhará


a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra".

Se o artigo traz a expressão “sempre que servir de base”, daí se


depreende que o Inquérito Policial é uma ferramenta, embora
importante, DISPENSÁVEL.

Os artigos 39, § 5º e 46, § 1º, do CPP acentuam que o Parquet pode


dispensar o inquérito.
INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL

O inquérito policial pode começar:

• de ofício, por portaria ou auto de prisão em flagrante;


• requisição do Ministério Público ou do Juiz;
• por requerimento da vítima;
• mediante representação do ofendido.
CARACTERÍSTICAS

• Escrito: porque é destinado ao fornecimento de elementos ao titular da


ação penal. Todas as peças do inquérito serão, em um só processado,
reduzidas a termo.
• Sigiloso: pois só assim a autoridade policial pode providenciar as
diligências necessárias para a completa elucidação do fato sem que lhe
sejam postos empecilhos. O advogado poderá manusear e consultar os
autos findos ou em andamento (art. 7º, XIII e XIV, do EOAB). Diante do art.
5º, LXIII, da CF, que assegura ao preso a assistência de advogado, não há
dúvida que poderá o advogado, ao menos nessa hipótese, não só consultar
os autos de inquérito policial, mas também tomar as medidas pertinentes
em benefício do indiciado.
• Indisponível: porque uma vez instaurado regularmente, em qualquer
hipótese, não poderá a autoridade arquivar os autos (art. 17/CPP).
• Obrigatório: na hipótese de crime apurável mediante ação penal pública
incondicionada, a autoridade deverá instaurá-lo de ofício, assim que tenha
notícia da prática da infração (art. 5º, I, do CPP).
Um Delegado de Polícia, ao tomar conhecimento de um suposto crime de ação
penal pública incondicionada, determina, de ofício, a instauração de inquérito
policial. Após adotar diligência, verifica que, na realidade, a conduta investigada era
atípica. O indiciado, então, pretende o arquivamento do inquérito e procura seu
advogado para esclarecimentos, informando que deseja que o inquérito seja
imediatamente arquivado. Considerando as informações narradas, o advogado
deverá esclarecer que a autoridade policial

A) deverá arquivar imediatamente o inquérito, fazendo a decisão de arquivamento


por atipicidade coisa julgada material.
B) não poderá arquivar imediatamente o inquérito, mas deverá encaminhar
relatório final ao Poder Judiciário para arquivamento direto e imediato por parte do
magistrado.
C) deverá elaborar relatório final de inquérito e, após o arquivamento, poderá
proceder a novos atos de investigação, independentemente da existência de provas
novas.
D) poderá elaborar relatório conclusivo, mas a promoção de arquivamento caberá
ao Ministério Público, havendo coisa julgada em caso de homologação do
arquivamento por atipicidade.
DESTAQUES:

É vedado ao delegado de polícia, sob qualquer pretexto, promover o arquivamento


dos autos de inquérito policial, tal providência somente poderá ser
determinada, a requerimento do MP, pelo juiz de direito (art. 17 do CPP).

Uma vez ordenado o arquivamento do inquérito policial pelo juiz de direito, por
falta de base para a denúncia, nada obsta que a autoridade policial proceda a novas
pesquisas, desde que de outras provas tenha conhecimento – art. 18 do CPP.

Somente o MP, titular da ação penal pública, pode requerer o seu arquivamento,
cabendo ao juiz determina-lo. Pode acontecer de o magistrado entender que não é
caso de arquivamento. Nesta hipótese, segundo estabelece o art. 28 do CPP, deverá
o juiz fazer a remessa dos autos ao procurador-geral, que é quem tem atribuição
para proceder a nova análise do pedido de arquivamento, ratificando a decisão ou
determinando a denúncia, podendo ele mesmo fazê-lo ou determinar a outro
membro do MP que o faça.
HC N. 84.156-MG
RELATOR: MIN. CELSO DE MELLO

EMENTA: INQUÉRITO POLICIAL - ARQUIVAMENTO ORDENADO POR


MAGISTRADO COMPETENTE, A PEDIDO DO MINISTÉRIO PÚBLICO, POR
AUSÊNCIA DE TIPICIDADE PENAL DO FATO SOB APURAÇÃO - REABERTURA DA
INVESTIGAÇÃO POLICIAL - IMPOSSIBILIDADE EM TAL HIPÓTESE - EFICÁCIA
PRECLUSIVA DA DECISÃO JUDICIAL QUE DETERMINA O ARQUIVAMENTO DO
INQUÉRITO POLICIAL, POR ATIPICIDADE DO FATO - PEDIDO DE "HABEAS
CORPUS" DEFERIDO.

- Não se revela cabível a reabertura das investigações penais, quando o


arquivamento do respectivo inquérito policial tenha sido determinado por
magistrado competente, a pedido do Ministério Público, em virtude da
atipicidade penal do fato sob apuração, hipótese em que a decisão judicial -
porque definitiva - revestir-se-á de eficácia preclusiva e obstativa de ulterior
instauração da "persecutio criminis", mesmo que a peça acusatória busque
apoiar-se em novos elementos probatórios. Inaplicabilidade, em tal situação,
do art. 18 do CPP e da Súmula 524/STF. Doutrina. Precedentes.
Maria, 15 anos de idade, comparece à Delegacia em janeiro de 2017, acompanhada de seu pai, e
narra que João, 18 anos, mediante grave ameaça, teria constrangida a manter com ele conjunção
carnal, demonstrando interesse, juntamente com seu representante, na responsabilização criminal
do autor do fato. Instaurado inquérito policial para apurar o crime de estupro, todas as testemunhas
e João afirmaram que a relação foi consentida por Maria, razão pela qual, após promoção do
Ministério Público pelo arquivamento por falta de justa causa, o juiz homologou o arquivamento
com base no fundamento apresentado. Dois meses após o arquivamento, uma colega de classe de
Maria a procura e diz que teve medo de contar antes a qualquer pessoa, mas em seu celular havia
filmagem do ato sexual entre Maria e João, sendo que no vídeo ficava demonstrado o emprego de
grave ameaça por parte deste. Maria, então, entrega o vídeo ao advogado da família.
Considerando a situação narrada, o advogado de Maria

A) nada poderá fazer sob o ponto de vista criminal, tendo em vista que a decisão de arquivamento
fez coisa julgada material.
B) poderá apresentar o vídeo ao Ministério Público, sendo possível o desarquivamento do inquérito
ou oferecimento de denúncia por parte do Promotor de Justiça, em razão da existência de prova
nova.
C) nada poderá fazer sob o ponto de vista criminal, tendo em vista que, apesar de a decisão de
arquivamento não ter feito coisa julgada material, o vídeo não poderá ser considerado prova nova,
já que existia antes do arquivamento do inquérito.
D) poderá iniciar, de imediato, ação penal privada subsidiária da pública em razão da omissão do
Ministério Público no oferecimento de denúncia em momento anterior.
DESTAQUES:

Súmula 524 do STF: “Arquivado o inquérito policial, por despacho


do juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação ser
iniciada, sem novas provas.”

A decisão que levou ao arquivamento do inquérito gerou coisa


julgada formal, o surgimento de outras provas enseja a
reabertura das investigações ou o oferecimento de denúncia pelo
MP. Vale o registro de que as “outras provas”, a que faz alusão o art. 18
do CPP, devem ser entendidas como provas substancialmente novas.

Não há que se falar, neste caso, em ação penal privada subsidiária da


pública, já que o MP não atuou com desídia.
O QUE É “COISA JULGADA”?

Coisa julgada significa que a decisão final no processo foi dada, como
explica Aury Lopes Jr., significa a decisão imutável e irrevogável,
imutabilidade do mandamento que nasce da sentença. (LOPES JR. Aury.
Direito Processual Penal, 11 ed – São Paulo, Saraiva, 2014.p, 1146.)

Pode, a coisa julgada, ser FORMAL ou MATERIAL, a depender do


conteúdo da decisão.
COISA JULGADA FORMAL E COISA JULGADA MATERIAL

FORMAL: Decorre da decisão que não trata sobre a MATÉRIA do fato,


não tocando o mérito. A coisa julgada formal JAMAIS terá como objeto
o próprio fato que deu origem ao processo, mas terá como objeto a
própria ritualística.

MATERIAL: Decorre, por sua vez, da decisão que trata sobre a matéria
de fato, sobre o “fato da vida” que ao processo originara.
É sempre é precedida da modalidade formal (pois primeiramente
ocorre a preclusão dos prazos recursais), e é preciso que a sentença
seja imutável. Somente com a imutabilidade da sentença é que esta
fará parte de um universo, isto é, que seus efeitos extrapolem o
processo (efeitos erga omnes), restringindo possibilidade de nova
denúncia.
COISA JULGADA FORMAL E COISA JULGADA MATERIAL

A coisa julgada formal, para Claus Roxin, refere-se a uma decisão


incontestável no mesmo processo, com efeito conclusivo, sendo que o
caso material, definitivamente resolve a causa, impedindo que seu
objeto seja reanalisada em outro processo. (ROXIN, Claus. Derecho
Procesual Penal. Buenos Aires, Del Puerto, 2000. P. 434)
No dia 01/04/2014, Natália recebeu cinco facadas em seu abdômen, golpes estes que
foram a causa eficiente de sua morte. Para investigar a autoria do delito, foi instaurado
inquérito policial e foram realizadas diversas diligências, dentre as quais se destacam a
oitiva dos familiares e amigos da vítima e exame pericial no local.
Mesmo após todas essas medidas, não foi possível obter indícios suficientes de autoria,
razão pela qual o inquérito policial foi arquivado pela autoridade judiciária por falta de
justa causa, em 06/10/2014, após manifestação nesse sentido da autoridade policial e do
Ministério Público. Ocorre que, em 05/01/2015, a mãe de Natália encontrou, entre os bens
da filha que ainda guardava, uma carta escrita por Bruno, ex-namorado de Natália, em
30/03/2014, em que ele afirmava que ela teria 24 horas para retomar o relacionamento
amoroso ou deveria arcar com as consequências. A referida carta foi encaminhada para a
autoridade policial. Nesse caso,

A) nada poderá ser feito, pois o arquivamento do inquérito policial fez coisa julgada
material.
B) a carta escrita por Bruno pode ser considerada prova nova e justificar o
desarquivamento do inquérito pela autoridade competente.
C) nada poderá ser feito, pois a carta escrita antes do arquivamento não pode ser
considerada prova nova.
D) pela falta de justa causa, o arquivamento poderia ter sido determinado diretamente
pela autoridade policial, independentemente de manifestação do Ministério Público ou do
juiz.
Na cidade “A”, o Delegado de Polícia instaurou inquérito policial para
averiguar a possível ocorrência do delito de estelionato praticado por
Márcio, tudo conforme minuciosamente narrado na requisição do
Ministério Público Estadual. Ao final da apuração, o Delegado de Polícia
enviou o inquérito devidamente relatado ao Promotor de Justiça. No
entendimento do parquet, a conduta praticada por Márcio, embora
típica, estaria prescrita. Nessa situação, o Promotor deverá

A) arquivar os autos.
B) oferecer denúncia.
C) determinar a baixa dos autos.
D) requerer o arquivamento.
Tiago, funcionário público, foi vítima de crime de difamação em razão de suas funções.
Após Tiago narrar os fatos em sede policial e demonstrar interesse em ver o autor do fato
responsabilizado, é instaurado inquérito policial para investigar a notícia de crime. Quando
da elaboração do relatório conclusivo, a autoridade policial conclui pela prática delitiva da
difamação, majorada por ser contra funcionário público em razão de suas funções, bem
como identifica João como autor do delito. Tiago, então, procura seu advogado e informa a
este as conclusões 1 (um) mês após os fatos.
Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Tiago, de acordo com a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, deverá esclarecer que

A) caberá ao Ministério Público oferecer denúncia em face de João após representação do


ofendido, mas Tiago não poderá optar por oferecer queixa-crime.
B) caberá a Tiago, assistido por seu advogado, oferecer queixa-crime, não podendo o
ofendido optar por oferecer representação para o Ministério Público apresentar denúncia.
C) Tiago poderá optar por oferecer queixa-crime, assistido por advogado, ou oferecer
representação ao Ministério Público, para que seja analisada a possibilidade de
oferecimento de denúncia.
D) caberá ao Ministério Público oferecer denúncia, independentemente de representação
do ofendido.
Em relação ao inquérito policial, assinale a opção incorreta.

A) Caso as informações obtidas por outros meios sejam suficientes para


sustentar a inicial acusatória, o inquérito policial torna-se dispensável.
B) O MP não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade
policial, senão para que sejam realizadas novas diligências, dado que
imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.
C) Nas hipóteses de ação penal pública, condicionada ou
incondicionada, a autoridade policial deverá instaurar, de ofício, o
inquérito, sem que seja necessária a provocação ou a representação.
D) A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de
inquérito, uma vez que tal arquivamento é de competência da
autoridade judicial.
PROCEDIMENTOS E RITOS PENAIS

Em termos simples, podemos dizer que “processo” é o instrumento


para a aplicação do direito ao caso prático, enquanto “procedimento” é
o componente formal do instrumento. Logo, se pode dizer que o
processo nada mais é do que um conjunto de procedimentos
ordenados, que, a depender de certas condições, direcionam a
ritualística cabível ao processamento de cada espécie de fato.

Compreendemos, então, que o procedimento faz saber qual é o rito, a


ritualística, a configuração correta e ordenada dos atos no processo.
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO

O procedimento será ordinário quando a pena máxima em abstrato do


crime em questão for maior ou igual a 4 anos. Este procedimento se
inicia com a denúncia do réu (ação penal pública), ou com a queixa-
crime (ação penal privada).

Neste procedimento, as partes poderão arrolar até 8 testemunhas.


PROCEDIMENTO SUMÁRIO

O procedimento será sumário quando a pena em abstrato for superior


a 2 anos e inferior a 4 anos. Aqui, podem ser arroladas até 5
testemunhas.
O procedimento sumário ocorrerá da mesma forma que o ordinário,
respeitando as mesmas regras processuais, com exceção do prazo para
a realização da audiência, que deverá ocorrer em 30 dias e não em 60,
como no ordinário.
PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO

Este é o procedimento adotado para o julgamento de infrações penais de


menor potencial ofensivo, ou seja, quais quer contravenções penais ou
crimes cujas penas máximas em abstrato não ultrapassem 2 anos e a
competência para o julgamento destes é do Juizado Especial Criminal
(JECRIM)
Este procedimento não está previsto no Código de Processo Penal, mas sim
na lei 9099/1995.

Na primeira audiência haverá, primeiramente, uma tentativa de conciliação


que poderá ser de duas formar:
- Composição Civil: acordo entre vítima e acusado com a finalidade de se
alcançar a reparação do dano causado.
- Transação Penal: acordo entre o acusado e o MP onde se estabelece
alguma pena alternativa e, se o acusado cumprir o acordo, o MP deixará de
propor ação penal. Porém, caso o acusado não venha a cumprir o acordo, a
situação inicial retornará e o MP irá dar início a ação penal.
ESPECIFICIDADES

• Crimes contra a honra: Os crimes contra a honra estão tipificados nos art. 138 a
145 do Código Penal, e seu procedimento está disciplinado no Título II, Capítulo
III do Código de Processo Penal (art. 519 a 523). São crimes contra a honra:
calúnia, injúria e difamação. Embora o Código Processual Penal tenha feito
previsão apenas a calúnia e difamação, a doutrina entende que tais normas
regem também o procedimento do crime de injúria.
Se o crime contra a honra tiver pena máxima de até dois anos de prisão, a ação
penal tramitará no Juizado Especial Criminal, pelo rito Sumaríssimo, tendo em vista
que, neste caso, trata-se de infração de menor potencial ofensivo, todavia, pode
ocorrer de o processo com tramitação inicial no juizado especial ser encaminhado
ao juízo comum, um exemplo é quando ocorre necessidade de citação editalícia.
• Lei de Drogas: Atenção, pois a disposição da Lei especial, que estabelece a
realização do interrogatório do réu ao início da instrução, o STF têm aplicado
entendimento contrário.

A Lei 9.099/1995, embora crie e estabeleça a ritualística dos Juizados Especiais, não
traz normas exclusivas a este rito. Atenção à suspensão condicional do processo
(art. 89).
Luiz foi condenado, em primeira instância, pela prática de crime de homicídio
qualificado em razão de recurso que dificultou a defesa da vítima. Durante seu
interrogatório em Plenário, Luiz confessou a prática delitiva, mas disse que não
houve recurso que dificultou a defesa da vítima, tendo em vista que ele estava
discutindo com ela quando da ação delitiva. Insatisfeito com o reconhecimento da
qualificadora pelos jurados, já que, diferentemente do que ocorreu em relação à
autoria, não haveria qualquer prova em relação àquela, o advogado apresentou, de
imediato, recurso de apelação.
Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Luiz deverá buscar,
em sede de recurso,

A) o reconhecimento de nulidade, com consequente realização de nova sessão de


julgamento.
B) o reconhecimento de que a decisão dos jurados foi manifestamente contrária à
prova dos autos em relação à qualificadora, com consequente realização de nova
sessão de julgamento.
C) o afastamento da qualificadora pelo Tribunal de 2ª instância, com imediata
readequação, pelo órgão, da pena aplicada pelo juízo do Tribunal do Júri.
D) o afastamento da qualificadora pelo Tribunal de 2ª instância, com baixa dos
autos, para que o juízo do Tribunal do Júri aplique nova pena.
DESTAQUES:

Aplicação do art. 593, III, "d" e §3º, CPP:


Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando:
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos
autos.
§3º Se a apelação se fundar no n. III, d, deste artigo, e o tribunal ad
quem se convencer que a decisão dos jurados é manifestamente
contrária a prova dos autos, dar-lhe-á provimento para sujeitar ao réu a
novo julgamento; não se admite porém, pelo mesmo motivo segunda
apelação.
Durante audiência de instrução e julgamento em processo em que é
imputada a José a prática de um crime de roubo majorado pelo
concurso de agentes, Laís e Lívia, testemunhas de acusação, divergem
em suas declarações. Laís garante que presenciou o crime e que dois
eram os autores do delito; já Lívia também diz que estava presente,
mas afirma que José estava sozinho quando o crime foi cometido. A
vítima não foi localizada para prestar depoimento. Diante dessa
situação, poderá o advogado de José requerer

A) a realização de contradita das testemunhas.


B) a realização de acareação das testemunhas.
C) a instauração de incidente de falsidade.
D) a suspensão do processo até a localização da vítima, para superar
divergência.
DESTAQUES:

Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e


testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a
pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem,
em suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes.

Por sua vez, a CONTRADITA DE TESTEMUNHAS é o ato pelo qual uma


das partes envolvidas no processo contesta alguma testemunha, por
entender que esta é impedida, suspeita ou incapaz de depor (Art 457,§
1º).
Victória e Bernadete entram em luta corporal em razão da disputa por um
namorado, vindo Victória a desferir uma facada no pé da rival, que sofreu
lesões graves. Bernadete compareceu em sede policial, narrou o ocorrido e
disse ter intenção de ver a agente responsabilizada criminalmente.
Em razão dos fatos, Victória é denunciada e pronunciada pela prática do
crime de tentativa de homicídio. Em sessão plenária do Tribunal do Júri, os
jurados entendem, no momento de responder aos quesitos, que Victória foi
autora da facada, mas que não houve dolo de matar.
Diante da desclassificação, será competente para julgamento do crime
residual, bem como da avaliação do cabimento dos institutos
despenalizadores,

A) o Juiz Presidente do Tribunal do Júri.


B) o corpo de jurados, que decidiu pela desclassificação.
C) o Juiz Criminal da Comarca, a partir de livre distribuição.
D) o Juiz em atuação perante o Juizado Especial Criminal da Comarca em que
ocorreram os fatos.
DESTAQUE:

Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá sentença que:

§ 1° Se houver desclassificação da infração para outra, de competência


do juiz singular, ao presidente do Tribunal do Júri caberá proferir
sentença em seguida, aplicando-se, quando o delito resultante da nova
tipificação for considerado pela lei como infração penal de menor
potencial ofensivo, o disposto nos arts. 69 e seguintes da Lei no 9.099,
de 26 de setembro de 1995.
§ 2° Em caso de desclassificação, o crime conexo que não seja doloso
contra a vida será julgado pelo juiz presidente do Tribunal do Júri,
aplicando-se, no que couber, o disposto no § 1º deste artigo.
Hugo foi denunciado pela prática de um crime de furto qualificado praticado contra
Rosa. Na audiência de instrução e julgamento, Rosa confirmou a autoria delitiva,
mas apresentou versão repleta de contradições, inovando ao afirmar que estava
junto com Lúcia quando foi vítima do crime. O Ministério Público ouve os policiais
que participaram apenas, posteriormente, da prisão de Hugo e não deseja ouvir
novas testemunhas. A defesa requer a oitiva de Lúcia, mencionada por Rosa em seu
testemunho, já que antes não tinha conhecimento sobre a mesma, mas o juiz
indefere afirmando que o advogado já havia arrolado o número máximo de
testemunhas em sua resposta à acusação.
Diante dessa situação, o advogado de Hugo deve alegar que

A) as testemunhas referidas não devem ser computadas para fins do número


máximo de testemunhas a serem ouvidas.
B) o Código de Processo Penal não traz número máximo de testemunhas de defesa,
pois previsão em contrário violaria o princípio da ampla defesa.
C) as testemunhas referidas não podem prestar compromisso de dizer a verdade.
D) o testemunho de Rosa, ao inovar os fatos, deve ser considerado prova ilícita, de
modo a ser desentranhado dos autos.
DESTAQUES:

Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas,
além das indicadas pelas partes.
§ 1º Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as
testemunhas se referirem.

Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas


arroladas pela acusação e 8 (oito) pela defesa. (B)
§ 1º Nesse número não se compreendem as que não prestem
compromisso e as referidas. (A)
§ 2º A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas
arroladas, ressalvado o disposto no art. 209 deste Código.
André foi denunciado pela prática de um crime de homicídio doloso
consumado contra sua ex-esposa Lívia, famosa na cidade de Maricá, Rio de
Janeiro, pela contribuição em serviços sociais com crianças humildes. A
população local ficou revoltada com o fato, razão pela qual o magistrado
avaliou que os jurados não teriam isenção suficiente para o julgamento.
Diante da situação narrada, é correto afirmar que:

A) o acusado poderá requerer o desaforamento, sendo tal requerimento


decidido pelo magistrado de primeira instância.
B) o magistrado poderá representar pelo desaforamento, sendo que a
decisão sobre o mesmo independerá de manifestação prévia da defesa.
C) o acusado poderá requerer o declínio de competência, de modo que
todos os atos processuais passarão a ser realizados pelo juízo da comarca
mais próxima.
D) o magistrado poderá representar pelo desaforamento e, sendo os motivos
relevantes, o órgão competente poderá, fundamentadamente, determinar a
suspensão do julgamento pelo júri.
DESTAQUE:

Art. 427. Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a


imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a
requerimento do Ministério Público, do assistente, do querelante ou do acusado ou
mediante representação do juiz competente, poderá determinar o desaforamento
do julgamento para outra comarca da mesma região, onde não existam aqueles
motivos, preferindo-se as mais próximas.

§ 1º O pedido de desaforamento será distribuído imediatamente e terá preferência


de julgamento na Câmara ou Turma competente.

§ 2º Sendo relevantes os motivos alegados, o relator poderá determinar,


fundamentadamente, a suspensão do julgamento pelo júri.

§ 3º Será ouvido o juiz presidente, quando a medida não tiver sido por ele
solicitada.
Guilherme foi denunciado pela prática de um crime de lesão corporal
seguida de morte. Após o recebimento da denúncia, Guilherme é
devidamente citado. Em conversa com sua defesa técnica, Guilherme
apresenta prova inequívoca de que agiu em estado de necessidade.

Diante da situação narrada, o advogado de Guilherme, em resposta à


acusação, deverá requerer a

A) rejeição de denúncia, que fará coisa julgada material.


B) absolvição sumária do réu, que fará coisa julgada material.
C) absolvição imprópria do réu, que fará coisa julgada material.
D) impronúncia do acusado, que não faz coisa julgada material.
DESTAQUE

Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste


Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:

I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;

II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente,


salvo inimputabilidade;

III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou

IV - extinta a punibilidade do agente.


Lúcio Flavio, advogado, ofereceu queixa-crime em face de Rosa, imputando-
lhe a prática dos delitos de injúria simples e difamação. As partes não
celebraram qualquer acordo e a querelada negava os fatos, não aceitando
qualquer benefício. Após o regular processamento e a instrução probatória,
em alegações finais, Lúcio Flávio requer a condenação de Rosa pela prática
do crime de difamação, nada falando em sua manifestação derradeira sobre
o crime de injúria.
Diante da situação narrada, é correto afirmar que

A) deverá ser extinta a punibilidade de Rosa em relação ao crime de injúria,


em razão da perempção.
B) deverá ser extinta a punibilidade de Rosa em relação ao crime de injúria,
em razão do perdão do ofendido.
C) deverá ser extinta a punibilidade de Rosa em relação ao crime de injúria,
em razão da renúncia ao direito de queixa.
D) poderá Rosa ser condenada pela prática de ambos os delitos, já que
houve apresentação de alegações finais pela defesa técnica do querelante.
DESTAQUE

Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-
se-á perempta a ação penal:
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do
processo durante 30 dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não
comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60
(sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o
disposto no art. 36;
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a
qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o
pedido de condenação nas alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar
sucessor.
Em 16/02/2016, Gisele praticou um crime de lesão corporal culposa simples
no trânsito, vitimando Maria Clara. Gisele, então, procura seu advogado para
saber se faz jus à transação penal, esclarecendo que já foi condenada
definitivamente por uma vez a pena restritiva de direitos pela prática de
furto e que já se beneficiou do instituto da transação há 7 anos.
Deverá o advogado esclarecer sobre o benefício que

A) não cabe oferecimento de proposta de transação penal porque Gisele já


possui condenação anterior com trânsito em julgado.
B) não cabe oferecimento de proposta de transação penal porque Gisele já
foi beneficiada pela transação em momento anterior.
C) poderá ser oferecida proposta de transação penal porque só quem já se
beneficiou da transação penal nos 3 anos anteriores não poderá receber
novamente o benefício.
D) a condenação pela prática de furto e a transação penal obtida há 7 anos
não impedem o oferecimento de proposta de transação penal.
DESTAQUE

Lei 9.099/95:

Art. 76 (…) § 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:

I – ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena


privativa de liberdade, por sentença definitiva;

II – ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos,


pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;

III – não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do


agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente
a adoção da medida.
Fabrício, com dolo de matar, realiza vários disparos de arma de fogo em direção a Cristiano. Dois
projéteis de arma de fogo atingem o peito da vítima, que vem a falecer. Fabrício foge para não ser
preso em flagrante. Os fatos ocorreram no final de uma tarde de domingo, diante de várias
testemunhas. O inquérito policial foi instaurado, e Fabrício foi indiciado pelo homicídio de Cristiano.
Os autos são remetidos ao Ministério Público, que denuncia Fabrício. O processo tem seu curso
regular e as testemunhas confirmam que Fabrício foi o autor do disparo. Após a apresentação dos
memoriais, os autos são remetidos para conclusão, a fim de que seja exarada a sentença, sendo
certo que o juiz está convencido de que há indícios de autoria em desfavor de Fabrício e prova da
materialidade de crime doloso contra a vida.
Diante do caso narrado, assinale a alternativa correta acerca da sentença a ser proferida pelo juiz na
primeira fase do procedimento do Júri.

A) O juiz deve impronunciar Fabrício pelo crime de homicídio, diante dos indícios de autoria e prova
da materialidade, que indicam a prática de crime doloso contra a vida.
B) O juiz deve pronunciar Fabrício, remetendo os autos ao Juízo comum, diante dos indícios de
autoria e prova da materialidade, que indicam a prática de crime doloso contra a vida.
C) O juiz deve pronunciar Fabrício, submetendo-o ao plenário do Júri, diante dos indícios de autoria
e prova da materialidade, que indicam a prática de crime doloso contra a vida.
D) O juiz deve pronunciar Fabrício, submetendo-o ao plenário do Júri mediante desclassificação do
crime comum para crime doloso contra a vida, diante dos indícios de autoria e prova da
materialidade, que indicam a prática de crime doloso contra a vida.
DESTAQUES

A sentença que o juiz profere na primeira fase do Rito do Júri é diferente de uma
sentença normal porque o juiz não aplica pena nem mesmo afirma ser o réu
culpado, podendo ele pronunciar, impronunciar ou absolver sumariamente.

Primeiramente, o juiz pode pronunciar o réu e o faz quando está convencido de


que o crime que ocorreu está entre aqueles que devem ser julgados pelo Tribunal
do Júri e que todos os indícios apontam que foi o réu quem o cometeu, seguindo o
processo para ser julgado pelos jurados.

Ainda, o juiz pode impronunciar o réu, quando ele não se convenceu de que tenha
ocorrido crime ou a falta de provas suficientes para apontar que o réu tenha
envolvimento no crime. Ocorrendo isto, o processo termina e não segue para o
julgamento pelos jurados.

Por fim, caso o juiz esteja convencido de que não foi o réu quem cometeu o crime
ou por exemplo tenha agido em legitima defesa absolverá o réu.
RECURSOS
“O fundamento do sistema recursal gira em torno de dois argumentos:
falibilidade humana e inconformidade do prejudicado.” (LOPES JR.,
Aury. Direito processual penal. 9 ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva,
2012)
A falibilidade humana pode decorrer de um erro de aplicação ou até
mesmo de interpretação da lei, ou seja, no jargão jurídico, quando
ocorrer um error in procedendo (ou de natureza processual), ou um
error in judicando (ou de natureza material), fazendo-se necessária a
possibilidade de reanálise pelo órgão que proferiu a decisão ou por um
órgão jurisdicional de hierarquia superior. Ao passo que a
inconformidade do prejudicado justifica-se até mesmo pela consciência
dessa possível falibilidade.
RECURSOS
A segunda explicação é aquela que atribui o fundamento constitucional do
recurso ao princípio do duplo grau de jurisdição podendo ser claramente
percebida nas lições de Guilherme de Sousa Nucci (2013, p. 868):
“Trata-se de garantia individual do duplo grau de jurisdição, prevista
implicitamente na Constituição Federal, voltada a assegurar que as decisões
proferidas pelos órgãos de primeiro grau do Poder Judiciário não sejam
únicas, mas submetidas a um juízo de reavaliação por instância superior.”
Nesse sentido, o art. 5º, LV da Constituição Federal dispõe que: “aos
litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com meios e recursos a
ela inerentes” evidenciando-se, dessa forma, a relevância dos recursos para
o exercício pleno do direito de defesa.
RECURSOS
Recurso, então, é o meio de impugnação de uma decisão judicial que
visa à sua reforma ou invalidação.
É ato da parte (voluntário), excluindo-se a possibilidade de ser ato do
juiz (“de ofício”). Tem como pressuposto um gravame que adveio
daquela decisão, e se dá sempre dentro do mesmo processo. Sua
interposição impede a coisa julgada, e normalmente permite que a
questão seja reexaminada por um órgão jurisdicional de hierarquia
superior.
RECURSOS
Tempestividade: Interposição dentro do prazo legal.
Obrigatoriedade: princípio que impede, ao MP, a desistência de recurso
interposto.
Quem pode interpor recurso? MP, querelante, réu, seu advogado ou
defensor, e assistente de acusação, nos termos da Lei.
Interesse recursal: só haverá se houve pedido não atendido - total ou
parcialmente.
Fungibilidade: Em caso de erro, o judiciário recebe como sendo o próprio
recurso peça que assim não tenha sido identificada.
Exemplo: Num caso em que é cabível RESE, a parte interpõe Apelação. É
necessário, contudo, que a parte não tenha agido de má-fé; tenha respeitado
o prazo do recurso correto; deve ser possível depreender que houve dúvida
na interposição. Uma vez aceito pelo órgão julgador, ele manda processar o
recurso da forma correta.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Dois tipos: contra sentença e contra acórdão.


Para ambos, cabível em caso de obscuridade, ambiguidade, contradição ou
omissão.
Embargos de declaração de sentença: art. 382, CPP. Prazo: 2 dias.
Contra acórdão: art. 619. Mesmo prazo.

Regra: INTERROMPE O PRAZO dos demais recursos.

NA LEI 9.099:
Prazo: 5 dias (e não 2)
SUSPENDE o prazo dos outros recursos (não interrompe).
CARTA TESTEMUNHÁVEL

Cabível na hipótese de que o recurso interposto é denegado ou tem o


seguimento denegado pelo juízo a quo.
Então, requer-se ao ESCRIVÃO ou SECRETÁRIO DO TRIBUNAL o
andamento.
Prazo: 48 horas, indicando as peças que serão trasladadas.
O servidor, caso não dê andamento ao recurso, poderá ser suspenso
por 30 dias. E se, ainda assim, não houver andamento, comunica-se o
Tribunal, e ele avoca o processo. O processamento da Carta segue a do
recurso denegado, sem efeito suspensivo.
ATENÇÃO: se o recurso denegado for a Apelação, não cabe Carta
Testemunhável, e sim Recurso em Sentido Estrito (581, XV, CPP).
APELAÇÃO

Cabível para reforma de sentença (art. 593, CPP).


Prazo para interposição: 5 dias.
Prazo para apresentação das razões: 8 dias para crime comum, e 3 dias para contravenção
penal.
Prazo para apelação nos processos de competência do Tribunal do Júri ou do juiz singular:
15 dias.
Para o assistente apresentar suas razões de apelação: 3 dias, após o Ministério Público.

O que acontece se o MP perder o prazo para sua apelação? O ofendido (ou cônjuge,
ascendente, descendentes e/ou irmãos - art. 31) podem apelar subsidiariamente, mesmo
não habilitados como assistentes de acusação.
O Prazo para interpor essa apelação supletiva é de 15 dias, contados do fim do prazo para
o MP.

Outro ponto prático: dois ou mais apelantes ou apelados – PRAZO COMUM, não sucessivo.
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO – RESE

Hipóteses de cabimento – art. 581. Mas atenção com às hipóteses:


Em caso de sursis, não é mais cabível RESE. O inc. XI, que trata do sursis, ou é
apelável (se o instituto é fixado na sentença) ou atacável por agravo, se a
suspensão for fixada na execução.
Outros incisos atacáveis via Agravo em Execução: XII, XVII, XIX, XX, XXI, XXII e
XXIII.
Não se converte mais pena de multa em prisão, logo, o inciso XXIV não tem
mais aplicação.

Prazo: Interposição – 5 dias; Razões – 2 dias.

O QUE DELIMITA A MATÉRIA A SER EXAMINADA NO TRIBUNAL É A


INTERPOSIÇÃO, e não as razões.
Cabe juízo de retratação no RESE. Uma vez só, no prazo de 2 dias.
DESTAQUES (Enunciados da Súmula do STF)

Súmula 700
É DE 5 DIAS O PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO CONTRA DECISÃO DO
JUIZ DA EXECUÇÃO PENAL.

Súmula 705
A RENÚNCIA DO RÉU AO DIREITO DE APELAÇÃO, MANIFESTADA SEM A
ASSISTÊNCIA DO DEFENSOR, NÃO IMPEDE O CONHECIMENTO DA APELAÇÃO
POR ESTE INTERPOSTA.

Súmula 708
É NULO O JULGAMENTO DA APELAÇÃO SE, APÓS A MANIFESTAÇÃO NOS
AUTOS DA RENÚNCIA DO ÚNICO DEFENSOR, O RÉU NÃO FOI PREVIAMENTE
INTIMADO PARA CONSTITUIR OUTRO.
Miguel foi denunciado pela prática de um crime de extorsão majorada pelo emprego de arma e
concurso de agentes, sendo a pretensão punitiva do Estado julgada inteiramente procedente e
aplicada sanção penal, em primeira instância, de 05 anos e 06 meses de reclusão e 14 dias multa. A
defesa técnica de Miguel apresentou recurso alegando:
(i) preliminar de nulidade em razão de violação ao princípio da correlação entre acusação e
sentença;
(ii) insuficiência probatória, já que as declarações da vítima, que não presta compromisso legal de
dizer a verdade, não poderiam ser consideradas;
(iii) que deveria ser afastada a causa de aumento do emprego de arma, uma vez que o instrumento
utilizado era um simulacro de arma de fogo, conforme laudo acostado aos autos.
A sentença foi integralmente mantida. Todos os desembargadores que participaram do julgamento
votaram pelo não acolhimento da preliminar e pela manutenção da condenação. Houve voto
vencido de um desembargador, que afastava apenas a causa de aumento do emprego de arma.
Intimado do teor do acórdão, o(a) advogado(a) de Miguel deverá interpor

A) embargos infringentes e de nulidade, buscando o acolhimento da preliminar, sua absolvição e o


afastamento da causa de aumento de pena reconhecida.
B) embargos infringentes e de nulidade, buscando o acolhimento da preliminar e o afastamento da
causa de aumento do emprego de arma, apenas.
C) embargos de nulidade, buscando o acolhimento da preliminar, apenas.
D) embargos infringentes, buscando o afastamento da causa de aumento do emprego de arma,
apenas.
DESTAQUE

Art. 609 CPP.

Os embargos infringentes versam sobre o MÉRITO (jus puniendi) e os


embargos de nulidade versam sobre VÍCIO PROCESSUAL. E na
questão, o que fora alegado pelo advogado de defesa está voltado para
o mérito, e não vício processual. Com isso, observando as alternativas,
apenas a alternativa D não traz a expressão EMBARGOS DE NULIDADE.
Marcus, advogado, atua em duas causas distintas que correm perante a Vara Criminal da Comarca
de Fortaleza. Na primeira ação penal, Renato figura como denunciado em ação penal por crime de
natureza tributária, enquanto, na segunda ação, Hélio consta como denunciado por crime de
peculato.
Entendendo pela atipicidade da conduta de Renato, Marcus impetra habeas corpus, perante o
Tribunal de Justiça, em busca do “trancamento” da ação penal. Já em favor de Hélio, impetra
mandado de segurança, também perante o Tribunal de Justiça, sob o fundamento de que o
magistrado de primeira instância, de maneira recorrente, não estava permitindo o acesso aos autos
do processo.
Na mesma data são julgados o habeas corpus e o mandado de segurança por Câmara Criminal do
Tribunal de Justiça do Ceará, sendo que a ordem de habeas corpus não foi concedida por maioria de
votos, enquanto o mandado de segurança foi denegado por unanimidade.

Intimado da decisão proferida no habeas corpus e no mandado de segurança, caberá a Marcus


apresentar, em busca de combatê-las,

A) Recurso Ordinário Constitucional, nos dois casos.


B) Recurso em Sentido Estrito e Recurso Ordinário Constitucional, respectivamente.
C) Embargos infringentes, nos dois casos.
D) Embargos infringentes e Recurso Ordinário Constitucional, respectivamente.
DESTAQUES

Fundamentação normativa Artigo. 105, II "a e b" da CRFB/88:


Artigo: 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
II - julgar, em Recurso Ordinário:
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão
for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando
denegatória a decisão.

Só caberá Embargos Infringentes e de nulidade da decisão não unânime de tribunal de


decisão que julgar Recurso de Apelação; Recurso em Sentido Estrito, ou Recurso de Agravo
em Execução.

Quanto ao Habeas Corpus, o RESE seria cabível se a decisão denegatória do HC fosse de


primeira instância. Como não é, aplicam-se as disposições acima.
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL

É o recurso cabível contra decisão denegatória de habeas corpus ou


mandado de segurança, proferida em segunda instância ou por Tribunal
Superior. A interposição do recurso deverá ser endereçada ao Presidente do
Tribunal que proferiu a decisão denegatória. As razões recursais deverão
estar anexadas à petição de interposição, devendo ser dirigidas ao STF ou
STJ, conforme o caso. O prazo para a interposição do recurso ordinário
constitucional contra denegação de habeas corpus será de cinco dias, e
contra denegação de mandado de segurança, de quinze dias.
• Fundamentação:
• Artigos 102, inciso II, alínea "a"; e 105, inciso II, alíneas "a" e "b", da CF
• Artigos 30 a 35, da Lei nº 8.038/90

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