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Boa tarde!
Hoje, dia 20 de novembro é marcado em todo o Brasil o dia da Consciência
Negra, data que lembra a morte de Zumbi dos Palmares, escravo que virou símbolo
da luta do povo negro contra a escravidão ao liderar o Quilombo dos Palmares, em
Pernambuco.
A cultura africana chegou ao Brasil com os povos escravizados trazidos da
África. Durante muito tempo, a economia brasileira fundamentou-se na exploração
do trabalho forçado de africanos e afrodescendentes. Eram pessoas de diferentes
etnias, por exemplo, bantos, nagôs e malês, que falavam idiomas diferentes e tinham
tradições distintas.
Segundo se conta, antes de serem
embarcados nos navios negreiros, os africanos
escravizados sofriam diversos maus-tratos,
dentre eles eram obrigados a dar dezenas de
voltas em torno de um imenso baobá, enquanto recebiam chibatadas. Deixavam, aos
pés da árvore, suas origens, suas crenças, seu território, para receberem, em seguida,
uma identidade cristã ocidental, ou seja, eram batizados com um nome português e
obrigados a converter-se ao catolicismo.
O baobá passou a ser chamado de árvore do esquecimento, pois os escravos
teriam deixando ali toda a sua história. Contudo, a rica cultura afro-brasileira
demonstra que suas histórias, seus costumes e suas crenças nunca foram esquecidos.
Como no Brasil temos um riquíssimo folclore, cheio de lendas, contos
populares e histórias, na África também encontramos algumas lendas que tentam
explicar alguns fenômenos ou acontecimentos. Vamos ouvir umas das mais famosas
lendas africanas já contadas, a “Lenda do Ubuntu”, uma belíssima lenda africana que
aborda valores sobre cooperação, igualdade e respeito.
Conta-se que um antropólogo ao visitar uma tribo africana, quis saber
quais eram os valores humanos básicos daquele povo. Para isso, ele propôs uma
brincadeira às crianças. Ele então colocou uma cesta cheia de frutas embaixo de
uma árvore e disse para as crianças que a primeira que chegasse até a árvore
poderia ficar com a cesta. Quando o sinal foi dado, algo inusitado ocorreu. As
crianças correram em direção à árvore todas de mãos dadas. Assim, todas
chegaram juntas ao prêmio e puderam desfrutar igualmente.
O homem ficou bastante intrigado e perguntou:
— Por que vocês correram juntos se apenas um poderia ganhar todas as
frutas?
Ao que uma das crianças prontamente respondeu:
— Ubuntu! Como um de nós poderia ficar feliz enquanto os outros
estivessem tristes?
O antropólogo ficou então emocionado com a resposta.
Ubuntu é um termo da cultura Zulu e Xhosa que quer dizer "Sou quem
sou porque somos todos nós". Eles acreditam que com cooperação se alcança a
felicidade, pois todos em harmonia são muito mais plenos.
Professora Kátia