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Por essa razão, foi criado o cargo de assessor político, cujas atribuições são determinadas
pelo regimento interno da Câmara dos Deputados. Ele é o profissional destinado a apoiar
o parlamentar nas tarefas que fogem do escopo de um político, sendo responsável por
diversas funções.
Ficou interessado pelo assunto? Então, para saber o que faz esse profissional,
acompanhe o nosso artigo e saiba mais sobre esse cargo estratégico!
As atribuições previstas pela Câmara dos
Deputados
O Anexo do Ato da Mesa nº 72/1997 define em seu texto as funções de um assessor
parlamentar. No geral, é ele quem coordena todas as rotinas administrativas do gabinete.
Controle da folha de pagamento, contratações de funcionários e organizações de reuniões
são algumas das atribuições previstas na lei interna.
Cabe a esse profissional elaborar minutas para possível encaminhamento para votação
em plenário. Projetos de lei, recursos, requerimentos, emendas e muitos outros
procedimentos inerentes ao exercício parlamentar passam primeiramente pelas mãos do
assessor.
Também é de sua competência redigir textos para as mais variadas finalidades, como
ofícios e correspondências para eleitores. Cabe ao assessor parlamentar aprovar o texto
final em todos os comunicados e materiais escritos, salvo quando o parlamentar tomar
para si essa responsabilidade.
Além de todas essas funções, o assessor deve estar pronto para dar suporte ao político
sempre que julgar necessário ou for solicitado. Portanto, espera-se que seja um
profissional com elevada capacidade de resolução de problemas.
As principais características de um
assessor parlamentar
Considerando a multiplicidade de tarefas sob sua responsabilidade, é desejável que um
assessor parlamentar reúna uma série de competências. A seguir, mostraremos algumas
das principais habilidades que ele deve ter!
Boa comunicação
A capacidade de se comunicar de forma assertiva é uma das principais características de
um bom assessor, incluindo a expressão escrita. Portanto, escrever bem é um dos
requisitos mais importantes para esse profissional.
Afinal, ele precisa representar o político diante da imprensa e do próprio eleitor ao fazer
comunicados, redigir cartas de respostas, entre outros. Como se sabe, as pessoas podem
ter visões políticas diferentes e, se o assessor não tiver também boa oratória, pode passar
pouca confiança para o público com o qual terá contato.
Vale ressaltar, ainda, que o bom comunicador consegue enriquecer a sua fala, o que
facilita a compreensão das pessoas que o escutam. Assim, o assessor consegue destacar
as informações mais relevantes, contribuindo para que o assunto seja lembrado por mais
tempo. Consequentemente, na hora de representar o político, ele construirá uma imagem
forte dele.
Conhecimento da legislação
Também é importante conhecer o regimento interno da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal. Não se pode deixar de conhecer, ainda, o regimento comum do
Congresso Nacional.
Pensamento crítico
Outra habilidade imprescindível para o assessor parlamentar é o pensamento crítico. Isso
quer dizer que é necessário saber julgar as questões sempre de maneira reflexiva, levar
em consideração diversas variáveis e deixar de lado crenças pessoais — ou seja, é
preciso ser racional, razoável e colaborativo no processo de tomada de decisões.
O assessor parlamentar precisa desenvolver e fortalecer essa competência, visto que ele
deve lidar com as mudanças constantes no ambiente político. Por exemplo: o país vive em
uma época de instabilidade política e falta de credibilidade nos representantes oficiais.
Sendo assim, o assessor precisa estar preparado para aproveitar as oportunidades certas
de inserção do candidato e torná-lo uma figura forte mesmo diante de mudanças drásticas.
Planejamento e organização
A eficácia do trabalho de um profissional assessor está embasada também na sua
capacidade de planejamento e organização. O cotidiano político é repleto de
compromissos para o eleito, logo, fica a cargo do assessor organizar essa agenda e
planejar a participação nos eventos estratégicos.
Com isso, a dinâmica do dia a dia político se torna mais fluida, o que é uma vantagem
tanto para o eleito quanto para o próprio profissional que o assessora, otimizando o
trabalho desenvolvido.
Inglês, espanhol, francês… existe uma série de idiomas nos quais se aprofundar e que
podem ajudar no crescimento do político. Isso porque muitas campanhas políticas
internacionais de impacto podem ser estudadas com maior profundidade, o que ajudará no
desenvolvimento de estratégias mais consistentes.
Vale lembrar que a comunicação com outros assessores também é facilitada. Ou seja,
será possível criar uma lista de networking mais ampla, o que é bastante proveitoso na
hora de trocar experiências.
Imagine um assessor político que atue junto a um deputado estadual, como já dissemos.
Ele não pode (nem deve) restringir o seu conhecimento apenas ao local em que atua. É
necessário expandir o conhecimento, pois muitas vezes as tendências globais ditam as
ações pontuais e locais.
Saber como atuar e ter o conhecimento para isso faz com que o assessor seja capaz de
impulsionar a carreira do político da maneira certa. Isso quer dizer que ele terá mais tato
na comunicação com a comunidade, mas também saberá lidar com assuntos em voga na
sociedade e que costumam ser delicados, como questões dos direitos LGBT, entre outros.
Tenha uma comunicação interativa com a
comunidade
O assessor parlamentar é o responsável por divulgar as ações do político, além de ser seu
porta-voz em meio aos seus eleitores. Por isso, é importante que ele tenha uma boa
capacidade de comunicação interativa, isto é, que seja capaz de produzir falas públicas,
direcionar o político a pautas prioritárias e manter um diálogo consistente com a
população.
Aliás, é essencial que o assessor saiba lidar com softwares e procure implementá-los,
ajudando na organização do trabalho desenvolvido. Quanto mais conhecimento sobre
liderança e gestão, melhor será a atuação da equipe em torno do político.
ASSESSORIA POLÍTICA
Por trás daquele brilho, entretanto, há uma equipe dedicada trabalhando para produzir o
sucesso político: seus auxiliares, em especial seus assessores.
Não é uma tarefa fácil, para quem a leva profissionalmente a sério. Entre o candidato e seus
humores, os familiares dele, os membros do partido, cabos eleitorais e os demais membros
da equipe, ele deve portar-se com discrição e reserva, deve produzir trabalhos de qualidade,
deve contar com a confiança do seu chefe e deve ser capaz de dizer a verdade para ele,
sobretudo a verdade inconfortável ou de conteúdo negativo.
O assessor nunca pode esquecer que em qualquer situação ele sempre representa seu chefe.
O que fala, com quem anda, o que faz..
Tendo realizado tudo isso a contento, permanecerá ainda sujeito sempre à delicada condição
em que a psicologia do político navega: “a necessidade de confiar e o risco de confiar”,
além do ciúme, o sentimento que “vigia” a lealdade.
“Quando você aconselha seu chefe você deve comportar-se como se estivesse lembrando-
o daquilo que ele já disse e esqueceu, mas nunca chamar a atenção para a luz que ele
não está enxergando.”
– Baltasar Gracián
Maquiavel e Gracián alertaram para as dificuldades desta importante função política.
Para quem ainda tiver dúvidas sobre a importância e grande complexidade dessa carreira,
basta lembrar que Maquiavel, em especial neste tema, sabe muito bem o que está dizendo.
Não apenas foi embaixador e assessor político da república de Florença, como escreveu O
Príncipe dedicando-o a Lorenzo de Medicis, na expectativa de que este o contratasse para
assessorá-lo.