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Objetivo

O objetivo deste trabalho é estudar como a quantidade de teor de carbono nos aços SAE 1020
e do SAE 1045 influenciam nas suas propriedades mecânicas após os tratamentos térmicos
(recozimento e normalização) a partir dos ensaios de dureza, tração e análise metalográfica,
onde podemos observar se os resultados obtidos correspondem com o esperado.
Introdução

O aço é a liga ferro-carbono contendo geralmente 0,008% até 2% de carbono, além de certos
elementos residuais resultantes do processo de fabricação como alumínio, cromo, níquel, entre
outros.

O limite inferior (0,008%) corresponde à máxima solubilidade do carbono no ferro à


temperatura ambiente e o limite superior (2%) corresponde à máxima solubilidade de carbono
no ferro que ocorre a 1147º C. Essa quantidade máxima de 2% de carbono depende da presença
ou não nos aços de elementos de liga ou da presença dos elementos residuais em teores
superiores aos normais.

Existem diversos elementos que garantem ao ferro a dureza necessária e o carbono é um dos
principais. A quantidade presente define sua classificação em: baixo, médio e alto.

Baixo carbono (até 0,30% de carbono)

Este tipo de aço carbono possui baixa resistência, porém é usinável e soldável. Possui baixa
dureza, altas tenacidade e ductilidade.

Médio carbono (de 0,30% a 0,60%)

Possui uma maior resistência para dureza e tratamento térmico. Tem menor tenacidade e
ductilidade em relação ao baixo carbono. O médio carbono possui uma boa temperabilidade em
água e é um dos tipos mais comuns de aço.

Alto carbono (acima de 0,60%)

Este tipo é o de maior resistência ao desgaste e dureza. No entanto, o alto carbono possui menor
ductilidade quando comparado aos demais. Geralmente, são utilizados temperados ou
revenidos.

Neste trabalho serão apresentadas as propriedades mecânicas dos aços carbono SAE 1020, o
qual contém 0,2% de carbono (baixo carbono), e do aço SAE 1045, que possui 0,45% de carbono
(médio carbono) tratados termicamente.
Propriedades do material

As propriedades do aço variam de acordo com o teor de carbono, por exemplo, a sua resistência
aumenta e a ductilidade diminui. São aços baixa dureza, oxidam-se facilmente, suas
propriedades deterioram-se a baixas e altas temperaturas, são fáceis de soldar e são os mais
utilizados por ser de mais baixo custo.

Pela grande variedade de tipos de aços existentes, há sistemas para sua classificação. Os
sistemas mais conhecidos e usados são os da “American Iron and Steel Institute” e o da “Society
of Automotive Engineers”, ambos usam um método numérico parecidos para tal identificação.
Basicamente os aços são designados por quatro números, os dois primeiros indicam o tipo e o
teor aproximado de elementos de liga e os dois últimos o teor de carbono.

Como neste trabalho estamos trabalhando com os aços SAE 1020 e o SAE 1045, esses 10XX
correspondem ao aço-carbono comum. E o 20/45 correspondem a porcentagem de teor
carbono presente.

O aço SAE 1020 é classificado como baixo carbono. Possui baixa resistência, por isso tem baixa
usinabilidade (são mecanismos de corte ou arranque de cavacos, onde é aplicada uma força
sobre o material, para que se rompam as partículas). Porém possui uma excelente soldabilidade
(propriedade dos materiais em unirem-se através de fusão ou pressão), plasticidade
(deformação permanente que ocorre devido a movimentação de átomos), ductilidade (é a
propriedade que representa o grau de deformação que um material suporta até o momento de
sua fratura) e forjabilidade (capacidade dos corpos em terem sua forma alterada por golpes e
calor).

A propriedade para este aço são:

 Módulo de elasticidade E = 207 [GPa]


 Dureza Rockwell B: 92,3 a 93,9

Resistência à tração:

 Recozido: 395 MPa


 Normalizado: 440 Mpa

Recozimento: deve ser feito na temperatura entre 850 – 900°C por aproximadamente 1 hora
para cada 25mm. Resfriar lentamente dentro do forno.

Normalização: deve ser feito na temperatura entre 870 – 925°C por aproximadamente 1 hora
para cada 25mm. Resfriar ao ar.

O aço SAE 1045 é classificado como médio carbono. Possui uma maior dureza e resistência para
tratamentos térmicos em relação ao aço SAE 1020. Porém tem menor tenacidade (o impacto
necessário para levar um material à ruptura) e ductilidade.

 Módulo de elasticidade E = 207 [GPa]


 Dureza Rockwell B: 102 a 103,5

Resistência à tração:

 Recozido: 355 MPa


 Normalizado: 375 Mpa
Recozimento: deve ser feito na temperatura entre 780 – 870°C por aproximadamente 1 hora
para cada 25mm. Resfriar lentamente dentro do forno.

Normalização: deve ser feito na temperatura entre 825 – 900°C por aproximadamente 1 hora
para cada 25mm. Resfriar ao ar.

Tratamentos Térmicos

Os tratamentos térmicos são utilizados para alterar as características mecânicas dos metais e
ligas para atender aos requisitos de suas determinadas aplicações.

A microestrutura do aço está diretamente ligada às suas propriedades e o emprego dos


tratamentos térmicos permite modificá-las, ocorrendo por meio de processos de aquecimento
da peça, seguido por uma permanência a uma determinada temperatura e, em seguida,
encaminhamento para o resfriamento.

Recozimento

O recozimento é um processo onde o material é exposto a uma temperatura elevada durante


um período de tempo prolongado e então é resfriado lentamente. Normalmente ele é realizado
para aliviar tensões, reduzir a resistência e aumentar a ductilidade e a tenacidade e produzir
uma microestrutura específica. O processo consiste do aquecimento da peça acima da zona
crítica seguido por um resfriamento lento no forno em que foi aquecido (recozimento pleno) ou
na temperatura ambiente.

Normalização

O tratamento térmico de recozimento conhecido como normalização é usado para refinar os


grãos e produzir uma distribuição de tamanhos mais uniforme e desejável. A normalização é
obtida mediante o aquecimento até uma temperatura de pelo menos 55ºC acima da
temperatura crítica superior e é encerrado resfriado ao ar.
Diagramas

Diagrama de equilíbrio Fe-C

Os diagramas de fase ou diagramas de equilíbrio têm como objetivo mostrar alterações de


estado físico e de estrutura que sofrem as ligas metálicas, em decorrência de aquecimentos ou
resfriamentos lentos. O estudo do diagrama nos permite compreender porque variações do teor
de carbono nos aços resultam na obtenção de diferentes propriedades, e dessa maneira,
possibilitam a fabricação de aços de acordo com propriedades desejadas.
Figura 1 – Diagrama de equilíbrio Fe-C

A figura mostra o diagrama da liga binária Fe-C para teores de carbono até 6,7%.

Campo ferrítico (fase α) – Campo correspondente à solução sólida de carbono no ferro α, nesse
campo a estrutura atômica é cúbica de corpo centrado.

Campo austenítico (fase γ) – Campo correspondente à solução sólida de carbono no ferro γ,


nesse campo a estrutura atômica é cúbica de face centrada. Essa fase tem solubilidade máxima
de carbono de 2,06% à 1147°C.

Cementita (Fe3C) – Microconstituinte composto de ferro e carbono. Esse carboneto apresenta


elevada dureza, estrutura atômica ortorrômbica e 6,7% de carbono.

Ponto eutetóide – Ponto correspondente à composição de carbono de 0,8%. Ligas dessa


composição, elevadas até o campo austenítico (fase γ) e em seguida resfriadas lentamente,
atravessam a reação eutetóide, reação onde a austenita transforma-se em perlita,
microestrutura constituída de lamelas de cementita (Fe3C) envoltas em uma matriz ferrítica
(fase α).

Ponto eutético – Ponto correspondente à composição de carbono de 4,3%. Trata-se do ponto


de mais baixa temperatura de fusão ou solidificação, 1147°C. Ligas dessa composição são
denominadas ligas eutéticas.

O diagrama pode ser dividido em duas faixas de porcentagem de carbono, a faixa


correspondente aos aços, de 0,008% até 2,11% de C, e a faixa correspondente aos ferros
fundidos, com porcentagens de carbono acima de 2,11%. Os aços com porcentagem de carbono
acima de 0,8% (composição eutetóide) são denominados aços hipereutetóides, enquanto que
os aços com porcentagem de carbono inferior a 0,8% são denominados aços hipoeutetóides.
Analogamente, os ferros fundidos com porcentagem de carbono acima de 4,3% (composição
eutética) são denominados ferros fundidos hipereutéticos, e os ferros fundidos com
porcentagem de carbono inferior a 4,3% são denominados ferros fundidos hipoeutéticos.

Deve-se ressaltar que o diagrama Fe-C é um diagrama dependente somente da temperatura e


da porcentagem de carbono, e as transformações microestruturais que ocorrem sob
aquecimento e resfriamento lentos são transformações ditas de equilíbrio.

 Dureza Rockwell B: 102 a 103,5

Diagrama TTT

Figura 2 – Diagrama TTT

Para transformações rápidas o suficiente a ponto de evitar as transformações de equilíbrio


estuda-se um diagrama distinto, o diagrama TTT (tempo-temperatura-transformação).

O diagrama TTT demonstra, de acordo com a velocidade de resfriamento, o resultado na


determinação das estruturas e propriedades.
Experimento

A parte prática do nosso trabalho foi realizado no período de 26/09/2019 até 10/10/2019 de
Materiais de Construção Mecânica do Centro Universitário FEI, no prédio E, durante as aulas da
matéria MR5810.

Recozimento

O tratamento térmico de recozimento foi feito previamente pelos técnicos do laboratório no


corpo de prova do aço 1020 em uma temperatura de 870ºC por 40 minutos e no corpo de
prova do aço 1045 em uma temperatura de 845ºC também por 40 minutos. Ambos
foram resfriados lentamente dentro do forno.
Normalização

Os aços 1020 e 1045 passaram pelo tratamento de normalização em um forno pré-aquecido a


870°C e continuaram em aquecimento à vácuo por 30 minutos. O resfriamento ocorreu à
temperatura ambiente durante aproximadamente 20 minutos e, em seguida, foi finalizado em
água.

Ensaio de Tração

Depois da normalização os aços recozidos foram escovados com escova de aço e, em seguida,
foram feitas as marcações para o ensaio de tração nos 4 Corpos de Prova (aço 1020 recozido e
normalizado, aço 1045 recozido e normalizado).

De acordo com a norma ASTM E8 as velocidades primária e secundária devem ser,


respectivamente, 0,8mm/min e 4mm/min. Devido ao curto tempo de aula, entretanto, as
velocidades utilizadas foram de 1mm/min e 10mm/min. As tabelas e a figura a seguir
apresentam os resultados obtidos.

Diâmetro Alongamento Estricção ou


Especificaçã final do CP Lf para Diâmetr total em Área Área final redução de área
o (mm) AT (mm) o (mm) 50mm (%) (mm^2) (mm^2) (%)
1020R 7,14 69,83 11,98 39,7 112,7 40 43,2
1020N 7,13 70,6 11,97 41,2 112,5 39,9 43,5
1045R 8,94 69,51 11,97 39 112,5 62,8 44,2
1045N 8,13 63,67 12,03 27,3 113,7 51,9 54,3
Tabela 1 - Parâmetros obtidos no ensaio de tração

Limite de
Limite de Limite de Módulo de
ruptura ou Energia até a ruptura
Especificação escoamento resistência elasticidade
fratura (N*mm/mm^3)
(MPa) (MPa) (GPa)
(MPa)
1020R 275 428 308 204 210
1020N 300 446 317 214,2 204
1045R 322 615 534 228,4 203
1045N 433 720 562 244,5 207
Tabela 2 - Parâmetros obtidos no ensaio de tração (continuação)
Figura 3 - Gráfico Tensão x Deformação

Observando a Tabela 1, vemos que o corpo de prova 1020N teve maior redução de área e maior
alongamento em relação aos demais. Pode-se concluir com esses resultados, portanto, que o
aço 1020 normalizado é o mais dúctil, tendo em vista que teve maior capacidade de deformação
no regime plástico considerando os outros corpos de prova, fato este contraditório às
informações obtidas conceitualmente.

A Tabela 2 tem como um de seus dados a energia armazenada até a ruptura de cada material.
Sabendo que o corpo de prova 1045N armazenou maior energia conclui-se que segundo os
dados obtidos esse aço apresenta a maior tenacidade em relação aos demais.

Ensaio de Dureza

Para realizar o ensaio de dureza utilizamos a escala Rockwell B, utilizando um equipamento que
faz a leitura da escala anulando qualquer erro humano.

De acordo com a norma ASTM E18, para a realização de ensaio é aplicado uma pré-carga de 10
kgf. Depois aplica-se uma carga nominal que pode variar entre 60, 100 ou 150 kgf. No nosso
caso, a carga de 100 kgf foi utilizada com uma esfera de 1/16" em quatro diferentes pontos de
cada um dos quatro corpos de prova, fazendo assim uma média dos ensaios. A tabela a seguir
apresenta os resultados obtidos.

Especificação Dureza (100 HRB)


1020R 64,4
1020N 65,5
1045R 83
1045N 91
Tabela 3 – Resultados obtidos no ensaio de dureza
Observando os resultados obtidos podemos concluir que o aço SAE 1045 possui resultados
superiores ao aço SAE 1020, por conter um maio teor de carbono.

Metalografia

Na metalografia estudamos a morfologia e a estrutura dos metais, inclusive a determinação das


causas de fraturas, desgastes prematuros e outros tipos de falhas.

Após realizarmos os tratamentos térmicos, o preparo do corpo para realizar a análise foi
efetuado. Fizemos um corte transversal nos corpos de prova, que foram embutidos a quente em
uma prensa para facilitar o manuseio, lixamos, polimos e fizemos um ataque com reagente
químico, para que fosse revelado as interfaces entre os diferentes constituintes que compõe os
metais utilizados foi necessário usar uma solução Nital 2%, que influenciaria no contraste entre
ferrita e cementita.

Quanto ao tipo de observação, esta é subdividida em duas classes:

·Microscopia, utilizada no nosso trabalho, analise feita em um microscópio com aumentos que
normalmente são 50X, 100X, 200X, 500X, 1000X, 1500X e 2500X. É uma análise realizada em
microscópios conhecidos como "microscópios metalográficos" ou "microscópios metalúrgicos",
que possui baixo campo focal, permitindo apenas a observação de superfícies perfeitamente
planas e polidas. Por isso, a preparação metalográfica é muito importante. Integrado ao
microscópio existe um sistema fotográfico que nos permitiu registrar a análise realizada.

Macroscopia, análise feita a olho nu, lupa ou com utilização de microscópios estéreos (que
favorecem a profundidade de foco e dão, portanto, visão tridimensional da área observada) com
aumentos que podem variar de 5x a 64X.

As figuras a seguir apresentam as micrografias obtidas:

Figura 3 – SAE 1020 Normalizado 100x


Figura 4 – SAE 1020 Normalizado 500x

Figura 5 – SAE 1020 Recozido 100x


Figura 6 – SAE 1020 Recozido 500x

Figura 7 – SAE 1045 Normalizado 100x


Figura 8 – SAE 1045 Normalizado 500x

Figura 9 – SAE 1045 Recozido 100x


Figura 10 – SAE 1045 Recozido 500x

Especificação Temperatura(˚C) Tempo (min) Meio de resfriamento Metalografia


teórico real teórico real teórico real
1020 R 870 870 40 Forno Perlita grossa + Ferrita Perlita grossa + Ferrita
1020 N 925 870 40 30 Ambiente Perlita fina + Ferrita Perlita fina + Ferrita
1045 R 785 870 40 Forno Perlita grossa + Ferrita Perlita grossa + Ferrita
1045 N 900 870 40 30 Ambiente Perlita fina + Ferrita Perlita fina + Ferrita

Especificação Limite de Limite de Módulo de Alongamento Estricção Dureza (100 HRB)


escoamento resistência elásticidade total em ou redução
(MPa) (MPa) (GPa) 50mm (%) de área
(%)
Teórico Real Teórico Real Teórico Real Teórico Real Teórico Real Teórico Real
1020 R 295 275 395 428 207 210 36,5 39,7 64 43,2 92,3 64,4
1020 N 345 300 440 446 207 204 38,5 41,2 60 43,5 92,3 65,5
1045 R 355 322 520 615 207 203 30,2 39 48 44,2 102 83
1045 N 375 433 590 720 207 207 28 27,3 43 54,3 102 91

http://sites.poli.usp.br/geologiaemetalurgia/Revistas/Edi%C3%A7%C3%A3o%2011/artigo11.1.
pdf

http://www.grupoacocearense.com.br/blog/vender-mais/principais-tipos-de-aco/

https://giassiferroeaco.com.br/qual-a-especificacao-dos-acos-1020-e-1045/

http://www.durferrit.com.br/downloads/13_Diagrama%20Ferro-Carbono.pdf
https://ggdmetals.com.br/wp-content/uploads/2015/07/A%C3%87O-
1020.pdfhttps://ggdmetals.com.br/wp-content/uploads/2015/07/A%C3%87O-1045.pdf

http://metalurgicavera.com.br/produtos/TABELA-DE-CONVERSAO-DE-DUREZAS.php

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