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O objetivo deste trabalho é estudar como a quantidade de teor de carbono nos aços SAE 1020
e do SAE 1045 influenciam nas suas propriedades mecânicas após os tratamentos térmicos
(recozimento e normalização) a partir dos ensaios de dureza, tração e análise metalográfica,
onde podemos observar se os resultados obtidos correspondem com o esperado.
Introdução
O aço é a liga ferro-carbono contendo geralmente 0,008% até 2% de carbono, além de certos
elementos residuais resultantes do processo de fabricação como alumínio, cromo, níquel, entre
outros.
Existem diversos elementos que garantem ao ferro a dureza necessária e o carbono é um dos
principais. A quantidade presente define sua classificação em: baixo, médio e alto.
Este tipo de aço carbono possui baixa resistência, porém é usinável e soldável. Possui baixa
dureza, altas tenacidade e ductilidade.
Possui uma maior resistência para dureza e tratamento térmico. Tem menor tenacidade e
ductilidade em relação ao baixo carbono. O médio carbono possui uma boa temperabilidade em
água e é um dos tipos mais comuns de aço.
Este tipo é o de maior resistência ao desgaste e dureza. No entanto, o alto carbono possui menor
ductilidade quando comparado aos demais. Geralmente, são utilizados temperados ou
revenidos.
Neste trabalho serão apresentadas as propriedades mecânicas dos aços carbono SAE 1020, o
qual contém 0,2% de carbono (baixo carbono), e do aço SAE 1045, que possui 0,45% de carbono
(médio carbono) tratados termicamente.
Propriedades do material
As propriedades do aço variam de acordo com o teor de carbono, por exemplo, a sua resistência
aumenta e a ductilidade diminui. São aços baixa dureza, oxidam-se facilmente, suas
propriedades deterioram-se a baixas e altas temperaturas, são fáceis de soldar e são os mais
utilizados por ser de mais baixo custo.
Pela grande variedade de tipos de aços existentes, há sistemas para sua classificação. Os
sistemas mais conhecidos e usados são os da “American Iron and Steel Institute” e o da “Society
of Automotive Engineers”, ambos usam um método numérico parecidos para tal identificação.
Basicamente os aços são designados por quatro números, os dois primeiros indicam o tipo e o
teor aproximado de elementos de liga e os dois últimos o teor de carbono.
Como neste trabalho estamos trabalhando com os aços SAE 1020 e o SAE 1045, esses 10XX
correspondem ao aço-carbono comum. E o 20/45 correspondem a porcentagem de teor
carbono presente.
O aço SAE 1020 é classificado como baixo carbono. Possui baixa resistência, por isso tem baixa
usinabilidade (são mecanismos de corte ou arranque de cavacos, onde é aplicada uma força
sobre o material, para que se rompam as partículas). Porém possui uma excelente soldabilidade
(propriedade dos materiais em unirem-se através de fusão ou pressão), plasticidade
(deformação permanente que ocorre devido a movimentação de átomos), ductilidade (é a
propriedade que representa o grau de deformação que um material suporta até o momento de
sua fratura) e forjabilidade (capacidade dos corpos em terem sua forma alterada por golpes e
calor).
Resistência à tração:
Recozimento: deve ser feito na temperatura entre 850 – 900°C por aproximadamente 1 hora
para cada 25mm. Resfriar lentamente dentro do forno.
Normalização: deve ser feito na temperatura entre 870 – 925°C por aproximadamente 1 hora
para cada 25mm. Resfriar ao ar.
O aço SAE 1045 é classificado como médio carbono. Possui uma maior dureza e resistência para
tratamentos térmicos em relação ao aço SAE 1020. Porém tem menor tenacidade (o impacto
necessário para levar um material à ruptura) e ductilidade.
Resistência à tração:
Normalização: deve ser feito na temperatura entre 825 – 900°C por aproximadamente 1 hora
para cada 25mm. Resfriar ao ar.
Tratamentos Térmicos
Os tratamentos térmicos são utilizados para alterar as características mecânicas dos metais e
ligas para atender aos requisitos de suas determinadas aplicações.
Recozimento
Normalização
A figura mostra o diagrama da liga binária Fe-C para teores de carbono até 6,7%.
Campo ferrítico (fase α) – Campo correspondente à solução sólida de carbono no ferro α, nesse
campo a estrutura atômica é cúbica de corpo centrado.
Diagrama TTT
A parte prática do nosso trabalho foi realizado no período de 26/09/2019 até 10/10/2019 de
Materiais de Construção Mecânica do Centro Universitário FEI, no prédio E, durante as aulas da
matéria MR5810.
Recozimento
Ensaio de Tração
Depois da normalização os aços recozidos foram escovados com escova de aço e, em seguida,
foram feitas as marcações para o ensaio de tração nos 4 Corpos de Prova (aço 1020 recozido e
normalizado, aço 1045 recozido e normalizado).
Limite de
Limite de Limite de Módulo de
ruptura ou Energia até a ruptura
Especificação escoamento resistência elasticidade
fratura (N*mm/mm^3)
(MPa) (MPa) (GPa)
(MPa)
1020R 275 428 308 204 210
1020N 300 446 317 214,2 204
1045R 322 615 534 228,4 203
1045N 433 720 562 244,5 207
Tabela 2 - Parâmetros obtidos no ensaio de tração (continuação)
Figura 3 - Gráfico Tensão x Deformação
Observando a Tabela 1, vemos que o corpo de prova 1020N teve maior redução de área e maior
alongamento em relação aos demais. Pode-se concluir com esses resultados, portanto, que o
aço 1020 normalizado é o mais dúctil, tendo em vista que teve maior capacidade de deformação
no regime plástico considerando os outros corpos de prova, fato este contraditório às
informações obtidas conceitualmente.
A Tabela 2 tem como um de seus dados a energia armazenada até a ruptura de cada material.
Sabendo que o corpo de prova 1045N armazenou maior energia conclui-se que segundo os
dados obtidos esse aço apresenta a maior tenacidade em relação aos demais.
Ensaio de Dureza
Para realizar o ensaio de dureza utilizamos a escala Rockwell B, utilizando um equipamento que
faz a leitura da escala anulando qualquer erro humano.
De acordo com a norma ASTM E18, para a realização de ensaio é aplicado uma pré-carga de 10
kgf. Depois aplica-se uma carga nominal que pode variar entre 60, 100 ou 150 kgf. No nosso
caso, a carga de 100 kgf foi utilizada com uma esfera de 1/16" em quatro diferentes pontos de
cada um dos quatro corpos de prova, fazendo assim uma média dos ensaios. A tabela a seguir
apresenta os resultados obtidos.
Metalografia
Após realizarmos os tratamentos térmicos, o preparo do corpo para realizar a análise foi
efetuado. Fizemos um corte transversal nos corpos de prova, que foram embutidos a quente em
uma prensa para facilitar o manuseio, lixamos, polimos e fizemos um ataque com reagente
químico, para que fosse revelado as interfaces entre os diferentes constituintes que compõe os
metais utilizados foi necessário usar uma solução Nital 2%, que influenciaria no contraste entre
ferrita e cementita.
·Microscopia, utilizada no nosso trabalho, analise feita em um microscópio com aumentos que
normalmente são 50X, 100X, 200X, 500X, 1000X, 1500X e 2500X. É uma análise realizada em
microscópios conhecidos como "microscópios metalográficos" ou "microscópios metalúrgicos",
que possui baixo campo focal, permitindo apenas a observação de superfícies perfeitamente
planas e polidas. Por isso, a preparação metalográfica é muito importante. Integrado ao
microscópio existe um sistema fotográfico que nos permitiu registrar a análise realizada.
Macroscopia, análise feita a olho nu, lupa ou com utilização de microscópios estéreos (que
favorecem a profundidade de foco e dão, portanto, visão tridimensional da área observada) com
aumentos que podem variar de 5x a 64X.
http://sites.poli.usp.br/geologiaemetalurgia/Revistas/Edi%C3%A7%C3%A3o%2011/artigo11.1.
pdf
http://www.grupoacocearense.com.br/blog/vender-mais/principais-tipos-de-aco/
https://giassiferroeaco.com.br/qual-a-especificacao-dos-acos-1020-e-1045/
http://www.durferrit.com.br/downloads/13_Diagrama%20Ferro-Carbono.pdf
https://ggdmetals.com.br/wp-content/uploads/2015/07/A%C3%87O-
1020.pdfhttps://ggdmetals.com.br/wp-content/uploads/2015/07/A%C3%87O-1045.pdf
http://metalurgicavera.com.br/produtos/TABELA-DE-CONVERSAO-DE-DUREZAS.php