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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL

Introdução

Este trabalho procura expor as principais correntes teóricas do século XX,


baseado na sistematização do autor José Domingues, em sua obra: Teorias
sociológicas do século XX. Esta atividade é requisito para a conclusão da disciplina
de Sociologia III e apresenta o caráter de resumo da obra acima citada.

Resumo

- Algumas chaves analíticas

Neste capítulo o autor apresenta as percepções sobre o dilema da teoria social,


situada nos domínios da “estrutura e da ação”, no entanto esclarece:

“Não nos interessa opor holismo e individualismo, mas entender como indivíduo
e sociedade se relacionam na teoria social e como a sociedade é, em sua
multiplicidade de “instâncias” e coletividades, definida.” (Domingues, 2004, p.17)

Deste modo, chama a atenção para aquilo que denomina de “unidades de


análise”, que deve ser entendido como categorias analíticas, assinalando que;

“...categorias analíticas não existem na realidade... são conceitos forjados pelos


sociólogos com o objetivo de, por meio da abstração do entrelaçamento dos
fenômenos concretos, poder observar aspectos discretos e específicos da
realidade social.”(Domingues, 2004, p.17)

Portanto, as unidades de análise favorecem o trabalho do cientista social, para


que este compreenda a realidade social, a partir de uma categoria específica,
significa em última instância, um procedimento científico.

Significado e interação: o interacionismo simbólico e a fenomenologia

George Mead, influenciado pelas perspectivas dos filósofos William James e John
Dewey, (que enfatizavam o simbolismo na ação humana como fundamental nas
relações), assim como Charles Cooley que desenvolvera o conceito do “eu espelho”,
recolhe estas heranças e a partir delas forja sua própria teoria. O conceito de “eu
espelho”, remete a observação de que os indivíduos tomam a si mesmos como
objeto, através do olhar do outro, por meio das interpretações daqueles com quem
interagiam; reconhecendo que os seres humanos sentiam a necessidade de
adaptação, mas em relação ao plano da cultura, sendo assim, a interação tornava-
se elemento fundamental para a compreensão da realidade; apresenta-se então à
Mead, a interação como unidade de análise, ou categoria analítica, alternativa
interessante para o dilema da estrutura x ação.

“Nossos gestos eram “significativos”, construídos reflexivamente dando origem a


símbolos. Isso implicava que por meio da comunicação simbólica, podíamos
“assumir o papel do outro”, permutar perspectivas, assim como, adaptarmo-nos ao
processo interativo e ensaiar nosso comportamento frente aos outros, na nossa
imaginação...a “mente” não existia de forma isolada, nem previamente à vida
social...ela mesma só podia ser compreendida como emergindo nos processos
interativos, numa relação de mútuo condicionamento.” (Domingues, 2004.p. 26)

Duas leituras posteriores a obra de Mead, questionavam a “memória social”,


como caráter decisivo na teoria social. Herbert Blumer enfatizava o caráter criativo e
imprevisível dos atores. Para ele, a sociedade estava em fluxo contínuo, era aberta
a intervenção dos indivíduos, concluindo que, não existem leis sociais, pois não há
regularidades empíricas.

Já para Manfred Kuhn, a interação era bastante determinada previamente, pois,


as estruturas eram estáveis, portanto, permitia a construção de conceitos claros em
uma teoria dedutiva, capaz de predizer o comportamento dos sujeitos.

Quanto a fenomenologia, o foco está na consciência individual, unidade de


análise na teoria de Alfred Schutz. Para ele, o mundo cotidiano do sujeito, expresso
no conceito de “mundo da vida”, é a via de compreensão das estruturas abstratas
que apresentam-se a consciência individual. Esvaziando a consciência de conteúdos
definitivos e de elementos concretos da vida social, para chegar a conhecer as
estruturas do mundo da vida em sua pureza, delineando assim, seus traços mais
gerais, tal como apresentam-se a consciência individual.

Portanto,“...a atenção para com a flexibilidade e fluidez do mundo social, para com
a temática da ação e da criatividade são contribuições permanentes dessas escolas
de pensamento sociológico.” (Domingues,2004.p.33)

Integração e Poiesis: o funcionalismo, Parsons e Luhmann

Dentre os expoentes do funcionalismo, Domingues enfatiza a teoria Parsoniana


como uma das mais influentes no século XX, aponta no entanto, para a distinção
entre três fases distintas da teoria.

Na primeira fase, Parsons abordava a questão a normas sociais, internalizadas


nos indivíduos, que por sua vez, possibilitavam a estes a construção dos “fins-
meios”, através de procedimentos racionais. Em grande medida influenciado por
Pareto, descobre a noção de sistema, que não podia ser reduzido a seus elementos,
e assim, sustenta o “realismo analítico”, afirmando que o orgânico do qual são
formados os sistemas podem ser decompostos somente por operações analíticas.
“Normas, fins e meios, eram apenas abstrações, pois encontravam-se imbricados na
realidade” (Domingues,2004.p.41)

Na segunda fase, o papel da interação ganha força na teoria de Parsons, de


modo que a questão referente às normas sociais forneceriam aos indivíduos os
subsídios para que os mesmos lidassem com a dupla contingência presentes nos
processos (o alter-ego e o ego), remetendo assim, a noção de “ator coletivo” como a
forma de relação entre sistemas, deste modo, faz-se presente a distinção entre
sistema da personalidade, sistema cultural e sistema social, agora unidades de
análise. Parsons sustentava a correspondência estreita entre estes sistemas, sob
pena de disfunções e desvios no curso das interações, e é por meio destas que
ocorrem as mudanças sociais, por meio de mecanismos de integração, motivação e
disfunção.

Destaque para a terceira fase, que concentrava o esquema “AGIL”,


correspondente as quatro funções do sistema: Adaptação do sistema a seu
meio,(Goals),realização das metas, Integração, e a Latência, que fornecia os valores
padrões, especificando as normas operativas nos processos de integração. Assim
estabelecia-se o “funcionalismo-estruturalista” na teoria Parsoniana.

Para Luhmann era fundamental a redução da complexidade, para tanto, buscava


excluir os sujeitos psíquicos, tomando assim, a questão da relação entre sistema e
meio, ambos em permanente intercâmbio, como ponto alto de sua teoria. No
entanto, a redução da complexidade toma força quando Luhmann adota a noção de
sistemas fechados, auto-referidos e autopoiéticos.

Ou seja;

“...os sistemas fazem uso de seus próprios elementos para reproduzirem estes
mesmos elementos, e é nesse processo que vêm a mudar, recriando-se,
autônoma e independentemente. Essa autopoiesis se efetua por intermédio de
processos de comunicação intra-sistêmica e cada sistema tem a sua própria
“semântica”. (Domingues,2004.p.51)

Estruturismo e Estruturação: Bordieu e Giddens

Os pólos da estrutura e da ação, ou do “objetivismo’ e do “subjetivismo”, na teoria


de Bordieu, revelam-se sob aspectos da dialética entre indivíduo e sociedade. Para
Bordieu, a superação deste dilema apresenta-se em torno da noção de “habitus” e
dos diversos campos especializados da vida social, assentados em relações de
poder.

“O habitus, assim, responde pelo pólo da ação, em grande parte pela memória
social e, mais modestamente, pela criatividade e pela mudança social. Já a noção
de “campo” entre em cena para fazer a parte daquilo que outros autores, como
Parsons, conceituaram como sistemas sociais”. (Domingues,2004.p.59)
Os campos advém da transformações impulsionadas ou criadas, por indivíduos
com perspectivas “heterodoxas”, estabelecendo consequentemente, novos campos,
em relação direta com o maior ou menor poder detido por eles, sendo assim, estas
estruturas de posição irão influenciar o habitus dos atores, no entanto, estas
posições apenas informam o comportamento, pois este, de algum modo, é criativo,
devido ao comportamento heterodoxo, na criação, ou modificação dos campos de
poder e capital. “Ele, de fato, define sua sociologia como relacional”.
(Domingues,2004.p.61)

Na teoria da “estruturação”, de Anthony Giddens, sua unidade de análise é a


“dualidade da estrutura”, considerando o condicionamento das estruturas prévias, e
a reflexividade dos atores. Com relação à ação, subdivide-a em consciência prática
(conhecer e seguir regras, sem questionar seus significados e suas características) e
consciência discursiva (mais reflexiva, e capaz de proporcionar a racionalização,
possibilitando explicações e projetos definidos).

À noção de estrutura, atribui caráter condicionante, e ao mesmo tempo


capacitadora da ação, “simultaneamente composta de regras e recursos, que
definem parâmetros para a ação, fornecendo-lhes também os instrumentos, do
contrário inexistentes, para agir”. (Domingues,2004.p.65)

“...Giddens teoriza a história utilizando-se genericamente dos conceitos da teoria


da estruturação, sobretudo emprestando ênfase à ação social...e às
conseqüências não-intencionais que dela se desdobram em episódios que
modificam por vezes brutalmente a face e o curso da vida social”.
(Domingues,2004.p.68-69)

Da escola de Frankfurt aos sistemas e mundo da vida na teoria dual de


Habermas

Em sua “Teoria da ação comunicativa”, Habermas procura abarcar as principais


contribuições teóricas da sociologia, influenciado portanto, pelas obras dos autores
da Escola de Frankfurt, a tese sociológica de Schutz, o caráter interativo do
processo social de George Mead, a abordagem sistêmica de Luhmann e a teoria
evolutiva de Piaget. “A relação entre “mundo da vida” e sistemas é compreendida
apenas se a colocamos nos quadros da teoria da evolução que se desdobra de sua
absorção da obra de Piaget.” (Domingues,2004.p.84)

Na teoria da ação comunicativa, Habermas analisa o processo de racionalização


do mundo da vida, que seria constituído por três elementos, a cultura, os processos
de socialização dos indivíduos e as instituições.

“Inicialmente, o mundo da vida seria “egocêntrico” e indiferenciado.Em outras


palavras, a sociedade se veria como o centro do universo, subsumindo a natureza
e a subjetividade de seus membros, que não possuiriam, destarte, quaisquer
vestígios de individualização. Aos poucos, o mundo da vida se tornaria mais
reflexivo e aberto, com a diferenciação daqueles três mundos, com o que se faz
possível o tratamento da natureza, da subjetividade individual e das normas
sociais como independentes e distintas. Essa maior fluidez permite que os
conteúdos do mundo da vida, e o das consciências individuais, sejam menos
rígidos, o que permite à ação comunicativa conquistar um espaço mais amplo para
se exercitar.” (Domingues,2004.p.85)

Esta flexibilização sobrecarrega a coordenação da vida a partir de situações que


supostamente estariam dadas, de comum acesso pelos indivíduos, verifica-se então,
o surgimento dos sistemas auto-regulados, que farão uso de outras formas para a
coordenação da vida social.

“Para Habermas, o sujeito individual é estruturado interativamente no mundo da


vida, no curso de sua socialização. Em contrapartida, a ação instrumental, por
meio da qual realizamos nosso intercâmbio co a natureza, e a ação estratégica
ficam reservadas para aqueles sistemas de poder e do dinheiro, nos quais nos
tratamos como meios para atingir fins, sem consideração de fato quanto à
humanidade à individualidade daqueles co quem interagimos...Uma racionalidade
sistêmica específica passa, assim, a comandar a economia e a política.”
(Domingues,2004.p.88)

Conclusão

Nos guiamos durante a elaboração da resenha, pela ideia de transparecer as


diferentes abordagens da teoria sociológica, partindo do dilema da estrutura x ação,
e de como as teorias procuram dar conta desta questão.

Referência

Domingues, José Maurício. Teorias sociológicas do século XX. 2 ed.- Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2004.

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