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A E D U C A Ç Ã O A D I S TÂ N C I A N O C O N T E XT O AT U A L

A E D U C A Ç Ã O A D I S TÂ N C I A N O C O N T E XT O AT U A L
APOIO

ORGANIZAÇÃO FERNANDA FURUNO


Preparação de originais: Letícia Bispo de Lima

Editoração e projeto gráfico: Henrique Caravantes


Marketing e Comunicação: Ana Carolina Neujahr e Mayra de Andrade Pereira
VA L I D A R A M O S T E M A S SINTETIZARAM OS TEMAS
PA R A E S S E E - B O O K PA R A E S T E E - B O O K

Carolina Abdalla Normann de Freitas Adriene Sttéfane Silva Evellyn Ládya Franco Pontes Luciana Aparecida Santos
http://lattes.cnpq.br/5504834629917144 http://lattes.cnpq.br/7594745396182901 http://lattes.cnpq.br/7589864878308818 http://lattes.cnpq.br/1786228052391666

Ernandes Rodrigues do Nascimento Andréa César Pedrosa da Silva Santos Fellipe de Assis Zaremba Luis Paulo Soares Munhoz
http://lattes.cnpq.br/9318415678197836 http://lattes.cnpq.br/8871535002276871 http://lattes.cnpq.br/7510503631327382 http://lattes.cnpq.br/1909532527180259

Inês Aparecida Ferreira Andrea Filatro Fernando Novais da Silva Manoelle Silveira Andrade
http://lattes.cnpq.br/6883182465594496 http://lattes.cnpq.br/3218172587720249 http://lattes.cnpq.br/8723658567695773 http://lattes.cnpq.br/1045049796831184

Jacqueline de Oliveira Lameza Andreia Schley Francieli Paes de Carvalho Castro Oriana Gaio
http://lattes.cnpq.br/9889797466145933 http://lattes.cnpq.br/3781660092562115 http://lattes.cnpq.br/7313261718233665 http://lattes.cnpq.br/9531656222062876

Marcos Andrei Ota Carlos Alberto do Nascimento Junior Franklin Portela Correia Pablo Peruzzolo Patrício
http://lattes.cnpq.br/7245176161963314 http://lattes.cnpq.br/4285256366986312 http://lattes.cnpq.br/3354985489628169 http://lattes.cnpq.br/0970526556040548

Maria Bethânia Batista Claudia Mattos Kober Gilmar Mazurkievicz Renata Maria Silva Costa
http://lattes.cnpq.br/6868480799107124 http://lattes.cnpq.br/9932633811443396 http://lattes.cnpq.br/6396881223795869 http://lattes.cnpq.br/4273831436724213

Mônica Campos Santos Mendes Daiana Garibaldi da Rocha Gustavo Hoffmann Renato Luís de Souza Dutra
http://lattes.cnpq.br/7927571265136812 http://lattes.cnpq.br/2893064001425329 http://lattes.cnpq.br/2415271194014049 http://lattes.cnpq.br/6057786496252191

Pavlos Dias Elisa Boff João Augusto Mattar Neto Rita Maria Lino Tarcia
https://www.linkedin.com/in/pavlosdias
http://lattes.cnpq.br/0921326395979146 http://lattes.cnpq.br/9511610526352732 http://lattes.cnpq.br/5091970329164141

Renata Maria Silva Costa Eloi Francisco Rosa José Luiz Duizith
http://lattes.cnpq.br/4273831436724213
http://lattes.cnpq.br/2427839978566952 http://lattes.cnpq.br/8753732273797653

Sara Luize Duarte Enzo Oliveira Moreira Lana Paula Crivelaro


http://lattes.cnpq.br/4339537963129075
http://lattes.cnpq.br/1997063047855860 http://lattes.cnpq.br/4462098307174160
COLABORADORES NAS DISCUSSÕES DO COLABORADORES NAS DISCUSSÕES
F Ó R U M ( FA C E B O O K E B L A C K B O A R D ) C O M D O F Ó R U M ( FA C E B O O K E B L A C K B O A R D ) C O M
M A I S D E 7 5 % D E PA R T I C I PA Ç Ã O AT É 70 % D E PA R T I C I PA Ç Ã O

Aldorando Araujo ; Aline Albuquerque ; Ana Paula Oliveira ; Adelia Araújo ; Adriana Clementino ; Adriane Aparecida Carvalho ;

Annelise Arellano ; Arthur Santos ; Aryadynna Santos ; Adriano Bernardo ; Alexandre Saramelli ; Ana Bandeira ; Ana Carolina Janeli ;
Ana Oliveira ; Andressa Ribeiro ; Antonio Conte ; Aracele Garcia ; Bruna Vilela ;
Bruna Damiana Heinsfeld ; Bruno César ; Camila Evangelista ;
Bruno Weiblen ; Carla Patricia ; Carla Vital ; Carlos Renato Caldeira ;
Carlos André Pimentel Quintas ; Carlos Arcanjo ;
Carmen Penha ; Cassio Camargo ; Célia Lima ; Cida Souza ; Clayton Cunha ;
Daiani Damm Tonetto Riedner ; Daniela Mignoni ; Diego Fagundes ; Cristiane Rosa ; Danilo Valentim ; Débora Luana ; Deise Paiva ; Deniz Adriana ;
Eduardo Schorn Dalcin ; Edvaldo Biancarelli ; Francisca Monteiro ; Ébio Luiz ; Edson Diniz ; Eliana Demarques ; Eliana Salgado ; Elisabeth Silva ;
Francisco Romildo da Silva ; Gercimar Martins Cabral Costa ; Eliseu Roque ; Elton Castro ; Elton Simomukay ; Eunice Barros ; Fabiana Carvalho ;

Glória Freitas ; Gustavo Rocha ; Inês Aparecida Ferreira ; Izabella Cerutti ; Fabio Souza ; Fabiula Pimentel ; Fernanda Canabarro ; Fernanda de Aragão ;
Fernando Leonel ; Flavio Belchior ; Flávio Silva Belchior ; Franciele Medeiros ;
Jacqueline de Oliveira Lameza ; Jefferson Cardoso Oliveira ;
Geni Vanzo ; Glauber Lobato ; Ivanildo Lopes ; João Fernando Costa Junior ;
Jonas Periarde de Araujo Raimundo ; Jose L Esteves ; Leda Rodrigues ;
José Camelo Ponte ; Juliana Almeida ; Juliene Freire ; Julio Caldas ; Kacilene Amaral ;
Leonardo Rivetti ; Leydimar Silva ; Luciana Santos ; Luciano Gamez ;
Karen Monteiro ; Katia Ethienne Santos ; Laura Freitas ; Laura Gris ; Leandra Vale ;
Luis Paulo Mercado ; Mara Eneida Pregardier ; Marcos Galini ; Luciane Senna ; Luis Morais ; Luiz Fernando Gomes Pinto ; Manoel Araujo Filho ;
Maria Bethânia Batista ; Marineide Oliveira da Silva ; Marize Lyra Silva Passos ; Marco Oliveira ; Marcos Araujo ; Marcos Ota ; Mariane Kraviski ; Marjorie Ribeiro ;
Mônica Campos Santos Mendes ; Ody Marcos Churkin ; Raquel Acciarito Motta Marta Fabianna Silva ; Marta Lontra ; Monica Andrade ; Nathália Savione ;

; Regina Maria Pinna ; Renata de Oliveira Sbrogio ; Ricardo Ribeiro Paraíba ; Nayara Valois ; Noeli Gomes ; Pedrina Araújo ; Pedro Paulo ; Rafael Camppolino ;
Raphael Profmat ; Renata Costa ; Ricardo Praciano ; Robson Sousa ;
Rita Borges ; Roseli Gimenes ; Sergio Hage Fialho ; Simone Gonzalez ;
Rosemeri Leane Knebel ; Sara Luize Oliveira Duarte ; Selma Resende ; Sergio Argollo ;
Simone Guimarães Braz ; Thereza Cristina Guerra ; Valdir Lamim Guedes ;
Shirley Cunha ; Silvia Mistura ; Silvio Antonio Santiago ; Stella Nery ; Taize Lopes ;
Valeska Koch Moreira ; Viviane Rosa ; Wagner Ribeiro ; Zelito Sampaio ; Teresa Cristina Zanon ; Vâner Lima ; Vanessa Braz ; Vanessa Lima ; Walter Sobrinho ;
Sumário
14 anos depois. O que mudou?  7
DIA 01 A educação superior a distância no Brasil é uma forma de inclusão social?  8
DIA 02 Quais são os desafios e pré-conceitos que os docentes exclusivamente presenciais precisam superar?  9
DIA 03 Ensino superior 100% a distância: As instituições estão realmente preparadas para a oferta?  10
DIA 04 O que realmente importa para a EAD: a forma ou o conteúdo?  11
DIA 05 O que fazer em caso de pane tecnológica?  12
DIA 06 Quais são as limitações e as possibilidades de inovação vislumbradas no ensino superior a distância?  13
DIA 07 O currículo de um curso a distância deve ser igual ao de um curso presencial?  14
DIA 08 Os atuais recursos e tecnologias disponíveis para EAD são suficientes?  15
DIA 09 Quais das teorias de aprendizagem são mais praticadas na EAD atualmente?  16
DIA 10 Rompendo as distâncias: Em um curso a distância, quais são as estratégias para desenvolver/manter a proximidade?  17
DIA 11 E a aprendizagem contínua?  18
DIA 12 O professor virtual deve ter uma (ou mais) capacitação(ões) específica(s)?  21
DIA 13 Como remunerar um professor na EAD?  22
DIA 14 Virtual e presencial: distintos ou complementares?  24
DIA 15 Quais são as atividades presenciais são totalmente prescindíveis em cursos a distância?  26
DIA 16 Como garantir que o aluno virtual seja o real?  27
DIA 17 Além do desenvolvimento da empatia, ter sido aluno on-line torna um professor on-line melhor?  28
DIA 18 Conteudista ou orador? Que habilidades você considera as mais importantes para o professor?  29
DIA 19 Que cuidados indicam aos candidatos na hora de escolherem um curso EAD?  31
DIA 20 Quais estratégias utilizar quando estamos com acesso limitado?  33
DIA 21 Quais são os cuidados necessários com a escrita dos participantes nos cursos a distância?  34
DIA 22 Na era digital, há espaço para estudar os clássicos?  35
DIA 23 Chats, webconferências e/ou fóruns funcionam na EAD?  37
DIA 24 Fomentar a participação para evitar a dispersão?  38
DIA 25 E a resistência à tecnologia: como vencer esta barreira?  39
DIA 26 Que sugestões vocês dão para os profissionais que querem se aperfeiçoar continuamente?  41
DIA 27 Novas tecnologias, nova educação?  42
DIA 28 Podemos afirmar que os cursos EAD já são considerados uma boa alternativa de estudo para a população?  43
DIA 29 Qual é o número ideal de alunos on-line?  45
DIA 30 Como lidar com a concorrência desleal na EAD?  47
DIA 31 Como garantir a real autoria do material didático?  49
DIA 32 O que motiva um aluno a cursar uma disciplina on-line?  50
DIA 33 Como os tutores devem incentivar a interação e a troca de ideias nos fóruns de discussão?  53
DIA 34 Reflexão: Vocês consideram que estão aprendendo algo novo?  54
DIA 35 É possível delimitar espaços de interação exclusivamente acadêmicos entre estudantes e professores?  56
DIA 36 Para refletirmos: O ensino funciona a distância, ou a sala de aula é a instância do ensino?  57
DIA 37 Como incentivar os alunos da EAD a aprenderem colaborativamente?  59
DIA 38 Tempo real versus tempo virtual: Que conceito seguir na formatação de um curso a distância?  60
DIA 39 Será que temos como afirmar qual modalidade tem a maior eficácia pedagógica: a EAD ou a presencial?  61
DIA 40 Como liberar os conteúdos nos cursos on-line?  63
DIA 41 Qual a melhor forma de interação a distância?  64
DIA 42 Como controlar a frequência dos alunos em disciplinas on-line?  65
DIA 43 Ainda falta algo para a EAD realmente se difundir no Brasil?  66
DIA 44 Como garantir o desenvolvimento de habilidades e competências na EAD?  67
DIA 45 A parceria entre as áreas acadêmica e de TI pode definir o sucesso e/ou o fracasso das iniciativas/programas EAD?  68
DIA 46 Quais redefinições dos papéis do professor e do aluno na EAD são as mais significativas  69
DIA 47 Qual é a maior motivação para o trabalho da equipe de tutoria em disciplinas ou cursos a distância?  71
DIA 48 Como vocês enxergam o futuro da educação?  72
DIA 49 Quais são suas principais crenças, reais motivações, inspirações e propósitos para (continuar a) atuar na EAD?  74
DIA 50 O que lhes motivou a participar da construção colaborativa deste projeto e permanecer ativo até o final?  76
14 anos depois.
O que mudou?
Sim. Este projeto nasceu há 14 anos, quando eu atuava no Departamento de EAD da Universidade
Anhembi Morumbi, e abraçava todas as ideias e desafios que minha diretora (mentora, se considerar-
mos os termos dos dias de hoje), Carmem Maia, lançava.
Na ocasião, eu estava em SP, Beth no RJ e Carmem em Londres… distância? Só física, pois estávamos
ultraconectadas! E foi assim que reunimos 24 professores e profissionais que já atuavam na EAD para
discutirem virtualmente temas que estavam em alta na ocasião. Foi tão bom que ganhamos até um prê-
mio de Obra Colaborativa naquele ano! Nós ficamos orgulhosos do projeto - tenho meu exemplar (sim,
as discussões viraram livro impresso) com todos os autógrafos, é um bem precioso. Nossos resultados:

No ano passado, um #tbt que publiquei com a capa do livro chamou a atenção de alguns dos colabo-
• Mais de 50 dias de discussões on-line (sim, tivemos
radores da primeira obra, e foi aí que me lançaram um novo desafio: Por que não reeditar o livro? Os
que prorrogar alguns prazos de participação - teve
anos passaram, mas minha atração por projetos disruptivos não, e foi então que compartilhei a ideia de
um tal Carnaval no meio do projeto que fez muitos
relançar os temas com o time do Grupo A (do qual eu faço parte), que imediatamente abraçou e adotou
a ideia, disponibilizando o ambiente virtual para repetirmos a experiência (em 2005, os fóruns também participantes curtirem a folia deixando em dia as suas
foram realizados pela Blackboard); como cofundadora do Guia EAD Brasil, incluí nosso selo; e não participações).
podíamos deixar de contar ainda com o apoio da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED),
• Cerca de 50 colaboradores superengajados (participa-
que estimula toda e qualquer ação que fortaleça a nossa comunidade.
ram de mais de 75% dos temas).
Nesse ínterim, reuni fiéis amigos da EAD em um grupo secreto do Facebook, e eles me ajudaram a revi-
sar e atualizar cada um dos 50 temas - esse exercício já foi riquíssimo! • Mais de 300 colaboradores ativos (tivemos, sim, um
pouco mais de 50% de evasão).
Abrimos inscrições para participação do projeto e recebemos mais de 700! Dividimos aleatoriamente os
inscritos em dois grupos - um que vivenciaria a experiência no Facebook e outro que utilizaria a versão • Mais de 1.000 páginas de discussões (seria impossível
ultra da Blackboard - e iniciamos as atividades... publicar todas no e-book, por isso, convidamos novos
colaboradores para fazerem o extrato das discussões).

Espero que aproveitem a leitura e mergulhem nesta experiência! • E a convicção de que, sim, a maioria dos temas conti-
nuam superativos e merecem ser discutidos!
Fernanda Furuno
https://www.linkedin.com/in/fernandafuruno
http://lattes.cnpq.br/8607229029268922
DIA 01

A educação superior a distância no


Brasil é uma forma de inclusão social?
A educação superior a distância no Brasil é uma forma de inclusão social, considerando a
situação econômica do País, a fluência digital da população, a acessibilidade dos recursos
digitais e o acesso à infraestrutura tecnológica exigida para os estudos?

Por meio das discussões, constata-se que para os participantes a educação a distância (EAD) pode ser
uma das principais ferramentas de inclusão social no Brasil, uma vez que permite a oferta de cursos em
regiões remotas, flexibiliza os modelos de estudo – viabilizando a realização por estudantes trabalhado-
res –, e otimiza os custos, diminuindo os investimentos necessários, sendo mais acessível para classes
sociais menos abastadas. Contudo, para que todo esse potencial seja atingido, é imprescindível que se
analise todo o cenário complexo e multifatorial da educação brasileira, perpassando a necessidade de se
discutir e desenvolver mecanismos que promovam a fluência e a equidade digital, bem como estruturas
eficientes de controle e regulação da qualidade dos cursos oferecidos.

Eloi Francisco Rosa


http://lattes.cnpq.br/2427839978566952

SAIBA MAIS

Desafios da Educação
A educação a distância como instrumento de inclusão social
DIA 02

Quais são os desafios e pré-conceitos que os docentes


exclusivamente presenciais precisam superar?
Há habilidades exclusivas para EAD que eles precisam desenvolver? Para aqueles que atuam nas duas mo-
dalidades, é mais “fácil” atuar na EAD ou no presencial? Quais são os desafios e pré-conceitos que precisam
ser superados pelos docentes que atuam exclusivamente na modalidade presencial para ingressarem suas
atividades na EAD?

Atuar na EAD é mais trabalhoso, porém isso não significa que seja mais ou menos difícil. A modalidade EAD demanda
atenção do professor para respostas bidirecionais e, por outro lado, demanda também dedicação e compromisso do
aluno, que se propõe a estudar de forma mais autônoma, sendo protagonista do seu processo de aprendizagem. É ne-
cessário que haja desenvolvimento de competências específicas do professor – por exemplo, saber colocar em palavras
escritas um discurso que, na modalidade presencial, normalmente seria apenas oral –, pois escrever para EAD requer a
aquisição de habilidades para utilizar uma linguagem dialógica, propondo técnicas de interação textual que nem sempre
são do domínio dos especialistas orais. Apesar da tecnologia ser o meio e não o fim para que a EAD aconteça, manter-se
atualizado em relação a novas tecnologias e ferramentas que intermedeiam e facilitam o ensino-aprendizado também é
uma das habilidades que o professor de EAD deverá adquirir.

Nota-se pelos comentários dos participantes que o principal preconceito a ser vencido é achar que nada substitui o con-
SAIBA MAIS
tato face a face, sem ao menos assumir que o aluno de hoje pode ser protagonista do seu próprio processo de aprendiza-
gem, buscando construir seu p róprio discurso para aquisição do conhecimento. A partir dessas divergências, pré-con- Desafios da Educação
Crescimento da EAD exige formação específica para
ceitos e ajustes de modelo educacional, a modalidade EAD tem se reforçado a partir do modelo híbrido, por tornar-se professor e tutor virtual
uma forma inspiradora de educação que tende a ultrapassar a discussão de ser presencial ou a distância, consolidando
Leitura Recomendada
uma maneira moderna e eficaz de ensinar e aprender. DARLING-HAMMOND, L. et al. Preparando os professores
para um mundo em transformação: o que devem aprender e
estar aptos a fazer. Porto Alegre: Penso, 2019. 482 p
Lana Paula Crivelaro
http://lattes.cnpq.br/4462098307174160
DIA 03

Ensino superior 100% a distância: As instituições


estão realmente preparadas para a oferta?

Com um volume crescente de instituições credenciadas e cursos autorizados para oferta da EAD, além
de preencherem os requisitos solicitados pelo Ministério da Educação (MEC), as instituições de ensino
superior (IES) estão realmente investindo, se reestruturando e se reinventando para a modalidade?
Quais os principais avanços percebidos nos últimos anos?

Observa-se que poucas instituições estão realmente preparadas para uma Contudo, vale ressaltar que, entre as IES que estão há algum tempo no
oferta de qualidade quanto à estrutura física, às metodologias, aos recursos mercado e que têm preocupações com a qualidade, há a percepção da
educacionais e de pessoal em cursos EAD. Há um conjunto de instituições necessidade de metodologias para atender as expectativas e as diferen-
que está tentando se reinventar, enfrentando diferentes barreiras depen- tes realidades de seus alunos. Existem avanços claros na melhoria das
dendo de seu grau de experiência com a EAD. Muitas dessas instituições tecnologias de apoio, nos ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs)
apenas cumpriram os requisitos mínimos para o credenciamento, tendo a e nos recursos educacionais mais interativos realmente pensados e
concepção equivocada de que a EAD é uma forma de reduzir custos, com estruturados para a modalidade a distância.
material didático simples, sem preocupação com as metodologias adequa-
Acredito que, com a disseminação dessas iniciativas de qualidade e
das para a modalidade e sem as ferramentas de interação necessárias para
com o aprimoramento dos instrumentos de avaliação e fiscalização,
mediar a aprendizagem. Em muitos casos, verifica-se uma preocupação
será mais fácil garantir que as iniciativas de qualidade na EAD sejam
muito grande com aspectos relacionados à infraestrutura e pouca atenção
um balizador do mercado.
direcionada ao modelo pedagógico e à valorização de professores e tutores.
Essa visão equivocada pode resultar em um modelo de ensino-aprendiza- Renato Luis de Souza Dutra
gem pouco focado na aprendizagem dos alunos a distância, com uma EAD http://lattes.cnpq.br/6057786496252191
sem qualidade e apresentando altos índices de evasão.
SAIBA MAIS
O que se percebeu a partir da flexibilização foi um grande crescimento da
Desafios da Educação
oferta, principalmente com a facilidade de abertura de polos. Essa expan- A importância dos núcleos de EAD nas IES

são parece ser maior do que a preocupação com a qualidade e com a efetiva
aprendizagem do aluno. Infelizmente, o credenciamento e a avaliação do
MEC não têm sido critérios suficientes para garantir qualidade na EAD.
DIA 04

O que realmente importa para a EAD: a forma ou o conteúdo?

E quais são os recursos e atores que fundamentalmente colaboram na concepção e na oferta de um curso a distância de excelência?

Partindo de uma questão orientadora – que nos remete à importância da forma e do conteúdo para
a EAD e os recursos e atores que fundamentalmente colaboram na concepção e oferta de um curso
a distância de excelência –, observa-se um debate profícuo, com apresentação de várias opiniões
muito bem-elaboradas, a partir do qual emana rapidamente a percepção clara de que forma e con-
teúdo se complementam e são permeados por pessoas e tecnologias. O aluno deve aqui ser entendi-
do como o centro do processo de concepção e oferta de cursos na modalidade EAD, o planejamento
pedagógico definindo o equilíbrio e a articulação entre as formas e os conteúdos e a interação
necessária entre os vários atores, em que se destaca o aluno como foco principal da atuação de pro- SAIBA MAIS
fessores, tutores, monitores, designers (instrucionais, educacionais, web designers), conteudistas e
Desafios da Educação
demais profissionais de uma equipe multidisciplinar – que atua em momentos distintos de criação Produção de conteúdo e os dilemas da IES

dos cursos e tem papel fundamental na seleção de recursos tecnológicos e metodológicos que con-
Leitura Recomendada
tribuam para o sucesso e a excelência das ofertas. CAMARGO, F; DAROS, T. A sala de aula inovadora: estratégias
pedagógicas para fomentar o aprendizado ativo. Porto
Alegre: Penso, 2018.
Luis Paulo Soares Munhoz
http://lattes.cnpq.br/1909532527180259
DIA 05

O que fazer em caso de pane tecnológica?

Como a IES pode manter os alunos motivados e interessados se ocorrer uma pane tecnológica
no AVA? Como aluno, é possível se manter motivado durante a pane, estudando de forma
autônoma? Quais são os planos B recomendados?

As respostas no fórum trazem alternativas – algumas viáveis, outras nem tanto –, porque cada projeto
pedagógico apresenta um modelo de EAD; contudo, o ponto importante é que, por meio da interatividade
e com recursos tecnológicos à disposição, a IES deve estar bem preparada para suprir os problemas vividos
em decorrência da tecnologia, que na grande maioria se resume à questão de infraestrutura e velocidade da
internet ou à falta dela. Essas situações podem ser resolvidas com o auxílio de tecnologias assíncronas, e
mesmo com o pensamento computacional e a computação desplugada.

No plano de contingência, os professores são fundamentais, pois devem continuar o cronograma das aulas
utilizando as metodologias ativas. Ou seja, a questão é ter um bom planejamento estratégico para prevenção
em casos de falhas – é preciso planejar as decisões mais adequadas sobre quais instrumentos tecnológicos
devem ser utilizados naquele contexto. Um exemplo é o uso de aplicativos educacionais off-line nos celula-
res, com compartilhamento do conteúdo através de meios físicos (pendrive, DVD) – o importante é ter um
conjunto de materiais didáticos claro e objetivo para as diferentes fontes de estudo do aluno.

Gilmar Luis Mazurkievicz


http://lattes.cnpq.br/6396881223795869 SAIBA MAIS

Desafios da Educação
Mensalidade acessível e flexibilidade atraem alunos para EAD
DIA 06

Quais são as limitações e as possibilidades de inovação


vislumbradas no ensino superior a distância?
Com o surgimento exponencial de tecnologias, recursos e mídias, há um estímulo constante para revolucionar e inovar a tradicional
estrutura das IES. Fiquem à vontade para compartilhar cases e modelos inovadores existentes na EAD.

As discussões foram intensas, destaco que entre outras características, a exponencialidade tecnológica está
relacionada à criatividade e ao pensamento não linear. Quando consideramos a criatividade, devemos levar
em conta a importância da liberdade no processo criativo. No caso do pensamento não linear, é essencial que
consideremos a ruptura do mapa conceitual sequenciado que, historicamente, está imbuído em nossa formação
– seja ela social, técnica ou familiar. Nesse contexto, dentro do cenário educacional, nos deparamos muitas
vezes com a tradicionalidade institucional em liderar processos e pessoas. Essa estrutura convencional acaba
limitando, em grande parte, as possibilidades de inovação – o que em muitos casos nem tem relação direta com
grandes investimentos econômicos e tecnológicos, ... mas sim com uma quebra de paradigmas, passando-se para SAIBA MAIS
uma liderança que investe no capital humano e intelectual das equipes multidisciplinares inerentes à revolução
inovadora vislumbrada como necessária, muitas vezes, pelos próprios dirigentes das IES. Desafios da Educação
Gustavo Borba: inovação não depende de tecnologia, mas de
metodologia

Leitura Recomendada

Renata Costa CAMPOS, F. R. ; BLIKSTEIN, P. (Orgs.). Inovações radicais na


educação brasileira. Porto Alegre: Penso, 2019. 480 p.
http://lattes.cnpq.br/4273831436724213
DIA 07

O currículo de um curso a distância deve ser igual ao de


um curso presencial?
Mantendo a estrutura de disciplinas e currículos dos cursos presenciais? Quais são as vantagens e as desvantagens
para a oferta e para a formação e experiência dos alunos?

Sem dúvida, este é um tema polêmico. As opiniões no fórum divergiram muito. As discussões estiveram longe de um
consenso, embora tenha havido uma tendência à defesa de um currículo único ou, pelo menos, o mais próximo possível.
Como principal vantagem de unificação dos currículos está a possibilidade de migração do aluno entre as duas modalida-
des, em uma mesma IES, sem prejuízo dos componentes curriculares já cursados na outra modalidade.

O consenso existiu ao se tratar da metodologia: por mais que tenha havido discordância em relação à similaridade dos
componentes curriculares, houve consenso no fato de que a metodologia – isto é, o formato de entrega – é diferente, e
assim deve ser.

Outro ponto interessante surgido na discussão foi a necessidade de ajuste de todos os currículos, inclusive dos cursos pre-
senciais: copiar na EAD os currículos obsoletos dos cursos presenciais está longe de ser considerada uma boa alternativa.

Um elemento importante que apareceu de maneira muito tímida no fórum foi o modo de oferta desse currículo – o que
considero um dos principais pontos deste tema: enquanto nos cursos presenciais os alunos cursam todas as disciplinas
previstas no semestre em paralelo, ao longo de 20 semanas, nos cursos EAD essa oferta é modularizada. Normalmente, as
disciplinas são agrupadas em dois ou mais blocos, ofertadas em menos tempo (por exemplo, dois módulos de 10 semanas,
com distribuição das disciplinas do semestre em dois blocos). Ou seja, por mais que os currículos tendam a ser similares, o
formato de oferta é distinto.

Por fim, acredito muito que esse tipo de discussão tenda a perder o sentido com o passar dos anos. É muito provável que
SAIBA MAIS em muito pouco tempo não tenhamos essa distinção tão clara entre o que é EAD e o que é presencial. Estamos caminhan-
do em direção a um formato híbrido de ensino, com inversão da sala de aula, em que tecnologia, conteúdo digital de qua-
Desafios da Educação
Currículo: EAD e presencial precisa ser diferente?
lidade e aplicação das metodologias ativas de aprendizagem promovam um modelo de ensino mais flexível, mais eficiente
e com maior engajamento dos alunos.
Leitura Recomendada
SACRISTÁN, J. G. (Org.). Saberes e incertezas sobre o currí-
culo. Porto Alegre: Penso, 2013. Gustavo Hoffmann
http://lattes.cnpq.br/2415271194014049
DIA 08

Os atuais recursos e tecnologias disponíveis


para EAD são suficientes?
Os recursos disponíveis na maioria das plataformas, hoje, são satisfatórios e auxiliam os tutores/professores/alu-
nos em suas atividades? O que ainda falta? As plataformas educacionais ou AVAs têm sido desenvolvidos com o
intuito de aprimorar a qualidade, a experiência dos usuários e as possibilidades para oferta da EAD, consideran-
do as ferramentas de comunicação, colaboração, produção e gestão de conteúdo, avaliação, engajamento etc.

Ao considerarmos as plataformas de código-fonte abertas ou as proprietárias, os recursos disponíveis – que


em grande parte são similares – as discussões sinalizaram que elas atendem em um primeiro momento, aos
principais requisitos da qualidade do processo de ensino-aprendizagem da EAD. Esses ambientes educacionais
possuem ferramentas que facilitam, por exemplo, o processo de comunicação entre as partes; o estudo coletivo
e individualizado; o ensino colaborativo e a aplicação de avaliações diferenciadas. Porém – talvez em virtude da
própria demanda do dia a dia institucional –, tais recursos deixam de ser administrados de forma satisfatória,
não atendendo, muitas vezes, às expectativas de tutores, professores e alunos. A lacuna entre as possibilidades
tecnológicas, a gestão educacional e as necessidades dos agentes no processo de ensino-aprendizagem está
relacionada, em muitos casos, à inexistência de uma metodologia de ensino fundamentada na própria personali-
zação da educação institucional.

Renata Costa
SAIBA MAIS
http://lattes.cnpq.br/4273831436724213

Desafios da Educação
Quando a tecnologia está a serviço da educação
DIA 09

Quais das teorias de aprendizagem são mais


praticadas na EAD atualmente?
No livro Tecnologia do ensino, de 1968, o psicólogo norte-americano Burrhus Frederic Skinner (1904-1990) apresentou
um invento, chamado de “máquinas de aprendizagem”, que nada mais eram do que a organização do material didático de
maneira que o aluno pudesse estudar sozinho, recebendo estímulos positivos à medida que avançava no conhecimento. A
ideia da máquina não era substituir a figura do professor, mas deixá-lo livre para a tarefa fundamental de ensinar o aluno
a pensar. Nesse sentido, podemos entender que, com sua “máquina para fazer o aluno estudar”, Skinner teria sido um dos
precursores ou, no mínimo, um visionário da EAD? Em sua opinião, quais das teorias de aprendizagem (behaviorista,
cognitivista, sociocultural, humanista, inteligências múltiplas etc.) são mais praticadas na EAD atualmente? Fiquem à
vontade para citar seus teóricos favoritos!

As concepções desenvolvidas e defendidas por Skinner, conhecidas como behaviorismo radical, propõem que os compo-
nentes da aprendizagem – motivação, retenção, transferência – decorrem da aplicação do comportamento operante. Nesse
sentido, a aprendizagem está relacionada à modificação do desempenho, ou seja, deve ocorrer um processo de condiciona-
mento por meio do uso de reforço das respostas que se quer obter.

As ideias e as práticas de Skinner influenciaram as práticas educacionais brasileiras, principalmente na segunda metade da
década de 1950 e, mais efetivamente, na década de 1960, com as propostas pedagógicas tecnicistas, que tinham por objetivo
implantar na escola um paradigma racionalista. Foi nesse momento que a abordagem comportamentalista de Skinner apre-
sentou as maiores influências na EAD, principalmente na construção de modelos pedagógicos e concepções de conteúdos
didáticos. O fato é que, mesmo de forma não intencional, o comportamentalismo proposto por Skinner acabou por balizar
processos de consolidação da EAD, sobretudo no Brasil. No entanto, quando se trata de teorias de aprendizagem na EAD,
percebe-se que as mesmas podem e devem ser utilizadas em situações e realidades distintas, de acordo com atividades e
objetivos desejados, em concomitância também com o projeto pedagógico do curso ao qual pertence o conteúdo a ser elabo-
rado. A abordagem comportamentalista pode ser útil em tarefas que exigem um caráter mais repetitivo.
SAIBA MAIS As premissas propostas pela abordagem cognitivista podem favorecer a resolução de situações-problema, em que ações e
regras são aplicadas em situações não familiares ou ainda naquelas em que é necessária uma reflexão mais instantânea.
Leitura Recomendada
BEHAR, P. A. (Org.). Recomendação pedagógica em educação Por fim, a abordagem proposta pela teoria humanista pode ser utilizada em ações que exijam trabalho e decisões coletivas,
a distância. Porto Alegre: Penso, 2019.
discussões reflexivas e mais flexíveis.

Adriene Sttéfane Silva


http://lattes.cnpq.br/7594745396182901
DIA 10

Rompendo as distâncias: Em um curso a


distância, quais são as estratégias para
desenvolver/manter a proximidade?

O crescente desenvolvimento de soluções e recursos tecnológicos tornou possível “aproximar” pessoas que estão geograficamente
separadas. Em um curso a distância, quais são as estratégias para desenvolver/manter essa proximidade e quais recursos (tecno-
logias da informação e comunicação – TICs) devem ser utilizados para que os alunos se sintam mais próximos dos tutores, profes-
sores e dos colegas, desenvolvendo a afetividade e colaborando para um melhor aproveitamento e engajamento?

É fato que os conceitos de distância e de presença foram ressignificados a partir do processo de globalização e, consequen-
temente, com o advento e a popularização das TICs, sobretudo na década de 1990. Na EAD, a difusão desses conceitos e
de novas ferramentas potencializou a interação entre os diversos atores do processo de ensino-aprendizagem. Seja em
momentos síncronos, seja em assíncronos, o grande desafio posto aos mediadores é o “se fazer presente, mesmo estando
distante” – isto é, romper a distância geográfica e criar espaços de interação e afetividade entre os partícipes. Expostos
cada vez mais a uma infinita variedade de ferramentas e suportes de interatividade, nos mais diversos contextos – des-
de telemarketing a chatbot –, o que se percebe é que a comunicação e o relacionamento estão cada vez mais artificiais e
mecanizados. Logo, acredito que o desafio a ser superado seja como promover uma mediação/interação mais humanizada, SAIBA MAIS
de modo a fomentar a afetividade e os laços de corresponsabilidade na construção da aprendizagem, para que ela se torne
significativa. Independentemente do suporte balizador da comunicação, a mediação pedagógica e, por que não, a media- Desafios da Educação
4 caminhos para uma educação a distância eficaz
ção tecnológica são as repostas para uma aprendizagem significativa na EAD.
Leitura Recomendada
PALLOFF, R.; PRATT, K. O aluno virtual: um guia para trabalhar
com estudantes on--line. Porto Alegre: Artmed, 2004.
Adriene Sttéfane Silva
http://lattes.cnpq.br/7594745396182901
DIA 11

E a aprendizagem contínua?
Vive-se atualmente um momento único: temos à disposição inúmeros recursos tecnológicos de comunicação e informação,
com possibilidade de gerar conhecimento em todos os níveis. Esse conhecimento adquirido a partir de fontes informais
(cursos corporativos, livres etc.) deve ser validado na universidade? Por exemplo, em Londres existe o Assessment Prior
Learning (APL), em que o conhecimento do indivíduo é validado pelas certificações que ele já tem e também por sua expe-
riência e atuação profissional (acesse http://urweb.roehampton.ac.uk/programmedetails/apl.asp).
Será que o futuro da EAD passará por um formato em que seja possível acompanhar os alunos e nutri-los nesse estímulo
de aprendizado por toda a vida, onde quer que estejam? E, caso ingressem no ensino superior, esses cursos/programas
de EAD com certificações e experiência profissional poderão ser convalidados, como créditos? Será possível começarmos a
pensar em certificações para educação pelo trabalho (WBL)*?

O conteúdo discutido sobre aprendizagem contínua, também conhecida como aprendizagem ao longo da vida, é um
tema que mantém sua atualidade por ainda vivermos em um contexto histórico de valorização da uniformização
formativa, com cursos formais enquadrados em currículos que nem sempre são projetados para proporcionar uma
experiência profissional. Estabelece-se, portanto, uma distância entre a arquitetura clássica teórica e prática da edu-
cação formal certificada e o terreno amplo da aprendizagem contínua.

Os participantes do fórum levantaram pontos que possibilitam a reflexão sobre a urgência de unir essas realidades
em favor de uma formação profissional mais integrada. Apesar da aprendizagem contínua já ser validada por insti-
tuições formais em outros países, no âmbito educacional, o Brasil ainda apresenta uma cultura de desvalorização de
conhecimento não formal frente à supervalorização de certificados, como pontuado por Renata Sbrogio na discussão.
Sob essa mesma perspectiva, reconhece-se que, apesar de existir o reaproveitamento de disciplinas de outras gradua-
ções, ainda é um desafio a validação de competências e habilidade desenvolvidas fora do ensino formal.
Por outro lado, na esfera do mundo do trabalho, alguns conselhos profissionais já utilizam a validação profis-
sional por expertise, certificando como especialista aquele que conquistou reconhecimento em determinada
área. Raquel Acciarito Motta defende um sistema de validação e certificação de competências adquiridas. Nesse
sentido, abre-se um campo de discussão acerca do papel das políticas públicas do MEC junto aos conselhos
representativos profissionais. Embora esse aspecto não tenha sido aprofundado, mostra-se um campo impor-
tante de reflexão.

Com base em minha experiência em processos de formação inicial e continuada de professores, acredito que a
aprendizagem contínua está relacionada a um real interesse, a uma motivação pessoal em aprender algo que o
qualifique constantemente para atuar em seu campo de trabalho. É nítido o quanto esse tipo de aprendizagem
se mostra consistente, pois os profissionais se mobilizam não apenas para solucionar problemas e desenvolver
novas soluções, mas abre-se um campo para pensar mais além, com base em novas perspectivas adquiridas.

O conhecimento profissional está envolto em uma dinâmica complexa que expande a pressuposição do que
se deve aprender, convidando os sujeitos a construírem suas aprendizagens não apenas pelo conhecimento
técnico, mas também pelas experiências e problemas advindos desta realidade. Sergio Hage Fialho destaca o
dinamismo das redes conectivas digitais e a amplitude de fontes de conhecimento que se abrem no contexto
atual para a formação profissional continuada, e, neste contexto, a EAD tem sido um dos caminhos mais procu-
rados, pois, assim como o processo educativo, independe de tempos e espaços para se desenvolver.

Integrar conhecimentos acadêmicos e práticos em um modelo de certificação por competência é defendido por
Izabella Saadi Cerutti, que aponta como necessário para o avanço curricular a gestão das conquistas dos alunos
por parte das IES, podendo apoiar o aluno em suas escolhas profissionais e formativas.

Carmem Maia já ressaltava, em 2005 que as instituições poderiam oferecer, por exemplo, parcerias com empre-
sas ou plataformas para proporcionar a vivência da profissão durante o curso, aliando empresa, instituições de
ensino e aluno por meio de um “contrato de aprendizagem”.

O Credit for Life Learning ou o Professional Life Learning podem servir para trazer de volta aos bancos da
universidade os profissionais que não tiveram a oportunidade de cursar uma graduação, mas que detêm um
conhecimento que não deve ser descartado.
Como indicado na discussão do fórum, é necessário que a educação formal se ressignifique, legitimando os
cursos livres, a formação individual, os cursos on-line abertos e massivos (MOOCs, do inglês massive open
on-line course) e outras experiências não formais ou informais de aprendizagem. Afinal, o investimento em
aperfeiçoamento e o aprofundamento dos conhecimentos técnicos profissionais ou de competências compor-
tamentais não se limitam aos conhecimentos curriculares universitários, pois são expandidos por meio das
experiências e da construção constante de sua própria práxis.

Sem encaminhar para uma conclusão, estimulando a continuidade das reflexões acerca do tema, provoco:
Será a certificação formal o caminho mais indicado para a valorização da formação continuada de competên-
cias para o trabalho? Não estaríamos reforçando um enquadramento da formação ao longo da vida?

É necessária uma mudança de paradigmas baseada na ressignificação do que se consente como aprendiza-
gem válida para aptidão para o trabalho. É consenso que as formas de organização curricular formal ainda
são confinadas em uma perspectiva de uniformização, disciplinar e fragmentada, quando as concepções
mais atuais de currículo o consideram um instrumento de construção social e cultural que deve ter base na
realidade. É importante não atribuir pesos hierárquicos aos contextos educativos formal, informal ou não
formal e pensar maneiras em que esses contextos possam ser integrados: nesse sentido, as tecnologias digi-
tais e a EAD são grandes aliadas. A formação que emerge do mundo do trabalho e do mundo acadêmico faz
parte de uma caminhada constante do sujeito que analisa e reflete sobre sua necessidade de aprendizagem e
se orienta pela busca constante de aperfeiçoamento de suas atividades profissionais e, inegavelmente, trará
benefícios também para a formação de seu próprio ser.

Evellyn Ládya Franco Pontes


http://lattes.cnpq.br/7589864878308818

SAIBA MAIS

Desafios da Educação
Peter Kronstrøm: “O lifelong learning é o futuro da educação”

*Saiba mais sobre Work Based Learning em https://www.redalyc.org/pdf/1891/189116834010.pdf


DIA 12

O professor virtual deve ter uma (ou mais)


capacitação(ões) específica(s)?

Nas últimas décadas, a maioria dos professores, em suas instituições ou até por conta própria, tem realizado
capacitações voltadas para o desenvolvimento e o entendimento do trabalho na EAD – desde uma capacita-
ção mais técnica, que diz respeito ao funcionamento de ferramentas tecnológicas disponíveis, até propostas
de capacitação voltadas para a reflexão sobre metodologias e o papel do professor na educação on-line. Nesse
sentido, o professor virtual deve ter uma (ou mais) capacitação(ões) específica(s)? Se a resposta é positiva,
justifique e cite a(s) que acredita(m) ser(em) essencial(is) para auxiliar no entendimento, na reflexão e na
qualificação desses profissionais nos dias de hoje.

Há algum tempo, um novo perfil de professor foi delineado na educação em geral, • O professor 2.0, ou millennial professor, deve ter fluência digital, isto é,
e as tecnologias digitais impactaram os processos de mediação da aprendiza- conhecer os meios e formas inovadoras de ensinar e aprender, realizar cur-
gem, tornando-se cada vez menor a separação entre os processos de formação sos de designer instrucional e ferramentas digitais ultramodernas a serem
e capacitação docente em educação presencial, virtual, digital ou a distância utilizadas na geração, no armazenamento e na distribuição de conteúdo
separadamente. Tudo isso se tornou uma coisa só, ou seja, o processo de ensino- educacional.
-aprendizagem deve ser continuado, não linear, colaborativo, descentralizado,
digital, presencial e a distância. Luciana Aparecida Santos
http://lattes.cnpq.br/1786228052391666
A partir do fórum, foram feitas as seguintes constatações relativas à capacitação
virtual de professores:
• Muitos cursos de EAD tratam os conteúdos como se fossem presenciais
• Os mediadores precisam estar atualizados quantos às tecnologias, os softwa- SAIBA MAIS
res, os apps e as demais ofertas dos AVAs. Também é importante que sejam
Desafios da Educação
dinâmicos e com adequado conhecimento na área do audiovisual.
A formação de professores no Brasil
DIA 13

Como remunerar um professor na EAD?

O número de horas que um professor dedica ao planejamento da sua disciplina e ao acompanhamento de


seus alunos na EAD é muitas vezes difícil de mensurar. Isso em geral ocorre pela flexibilização de tempo e
espaço no modo de trabalho do “mundo” virtual e a redefinição das suas atribuições. Nesse sentido, como cal-
cular a remuneração de um professor na EAD, considerando-o responsável pela condução da disciplina (não
professor autor e a tutoria)? A quantidade de horas designadas para o professor presencial e para o professor
na EAD deve ser diferenciada? Qual a proporção aluno versus professor na EAD?

Presencial versus EAD: “Não podemos comparar banana com laranja”.

Não estou falando de diferenças pedagógicas nas modalidades, e nem que uma é menos ou mais importante
que a outra. A intenção aqui é respondermos a discussão do fórum, destacando a importância de darmos
sustentabilidade a uma operação de EAD.

Na EAD – para errarmos o mínimo na operação –, é necessário medirmos tudo o tempo todo. Partindo do
pressuposto de que a qualidade é a mesma (ou que deveria ser), as modalidades são diferentes em pratica-
mente todo o restante (investimento, operação, atuação docente, tutoria, produção de conteúdos etc.).

Normalmente, por atuarmos há muitos anos no ensino superior, partimos do nosso feeling em vez de me-
dirmos o que está acontecendo (IES com a EAD implantada). Quando resolvemos medir, descobrimos, por
exemplo, que:

• Acesso dos alunos ao AVA: em nossas análises, notamos que a maioria dos alunos acessam suas aulas
durante a semana pela manhã e/ou à tarde. Isso nos faz depreender que eles acessam durante o seu ho-
rário de trabalho. (Qual o horário de tutoria? Não adianta montá-lo por feeling, veja o exemplo citado).

• Interação tutor versus aluno: notamos também que mais de 80% das interações não são de cunho pe-
dagógico. As dúvidas mais frequentes são de suporte da plataforma, prazos, boletos etc., não fazendo sentido alocar-
mos um professor com carga horária docente, um profissional especializado que se tornará caro se estiver dedicado a
responder questionamentos como esses. (A indicação é de um tutor com contrato administrativo, graduado na área,
especialista.)

• Produção de conteúdo: o melhor modelo, na minha opinião, é o contrato com o professor autor: estabelecemos crono-
grama, prazos, direitos legais e remuneração, controlando a produção e efetuando o pagamento na entrega do material,
com todas as cláusulas atendidas (até de plágio).

• Valor do conteúdo: o mercado entendeu o que demandar do professor autor. A estrutura de produção envolve profissio-
nais diversos, como professor autor, designer instrucional, desenhista, animador digital, locutor, assessor pedagógico,
revisor etc., e não temos como exigir do professor autor tudo isso.

• Remuneração do professor da modalidade presencial versus da modalidade EAD: como falei no início, não podemos
comparar banana com laranja: na presencial, o professor cumpre sua carga horária semanal da disciplina; na EAD, de-
pende do modelo adotado. Normalmente, paga-se na EAD por hora trabalhada, e não pela carga horária da disciplina,
pois aqui o professor “não dá aula”: por exemplo, uma disciplina de 80 horas durará 10 semanas, e o professor terá ao
longo desse tempo 3 fóruns de 1 hora, 1 encontro presencial (metodologias ativas) de 3 horas, e 4 horas para corrigir as
provas, totalizando 10 horas – o professor trabalhará 10 horas das 80 horas. (Vale mencionar que esse cálculo depende
do modelo adotado.)

• Relação professor versus aluno: retomando o que foi dito sobre o processo, de uma turma de 400 alunos, normalmen-
te 20% teriam dúvidas pedagógicas, e 80% são interação diversas – isto é, estamos falando de 80 alunos. Não é porque
temos 400 alunos que todos interagem, principalmente ao mesmo tempo. Se estivermos falando de 100% on-line, esse
modelo é possível com tutor e professor. Contudo, se estivermos falando do híbrido, isso requer análise de infraestru-
tura (tamanho dos laboratórios). Vale mencionar que não estou aqui defendendo o número e nem avaliando qualidade,
isso deve ser medido na IES.
SAIBA MAIS
Resumindo, o investimento na EAD é muito mais alto do que no presencial, e tem um valor de mensalidade muito menor.
Desafios da Educação
Todas essas análises e decisões são importantes para que seja desenvolvida uma EAD com qualidade e sustentabilidade.
Quanto ganha um professor de EAD?
Não adianta acharmos o que é bom ou ruim, precisamos medir. Essa conta precisa fechar.

Jose Luiz Duizith


http://lattes.cnpq.br/8753732273797653
DIA 14

Virtual e presencial: distintos ou complementares?

Estamos passando por uma crescente oferta de cursos híbridos, e a legislação do ensino supe-
rior já aprova cursos presenciais com 40% EAD, cursos EAD com 30% presencial... e muitos
professores presenciais são também professores on-line. Com base em sua experiência, há
como definir se são trabalhos distintos ou complementares? Se uma opção tivesse que ser feita,
você optaria por qual delas? Por qual motivo?

As discussões apontam para uma convergência dos modelos presencial e EAD, resultando em
um modelo híbrido de ensino-aprendizagem. Nesse provável cenário, há duas alternativas: 1)
um mesmo professor trabalhando tanto no componente on-line quanto no presencial; ou 2) um
professor atuando no presencial, e outro, no on-line (neste caso, é necessário um grande alinha-
mento entre esses professores, que trabalharão de forma colaborativa e complementar). Voltan-
do à primeira situação, em que um mesmo professor assume os papéis de facilitador presencial
e on-line, sua formação é fundamental, não somente para que domine as tecnologias digitais de
informação e comunicação (TDICs), mas, sobretudo, para que, nos momentos presenciais, algo
realmente significativo seja proposto para a aprendizagem dos alunos.

É fato que o modelo de ensino presencial tradicional, predominantemente expositivo, preci-


sa sofrer importantes ajustes, pois desrespeita as individualidades inerentes ao processo de
aprendizagem. A EAD totalmente autoinstrucional também, pois precisa de mais interação entre
alunos e entre professor e alunos. Quando trabalhamos com o modelo de sala de aula invertida,
a oferta do conteúdo (componente instrucional do processo) se dá por meio de um AVA. Isso
permite que o aluno acesse o conteúdo, disponibilizado em vários formatos, em qualquer hora,
em qualquer lugar. Essa flexibilidade proporciona que o aluno com mais dificuldades para
assimilar determinado conceito dedique a ele mais horas de estudo, enquanto o aluno com
mais facilidade pode dedicar menos tempo. Isso permite que, nos momentos presenciais,
o professor faça menos exposição e mais aplicação do conteúdo, utilizando metodologias
ativas de aprendizagem.

No Brasil, ainda separamos muito o que é EAD do que é ensino presencial. É muito provável
que, em muito pouco tempo, tenhamos um modelo único, que não será exclusivamente a
distância nem exclusivamente presencial. Teremos um modelo híbrido, ou blended learning,
com momentos presenciais facilitados por TICs que funcionam muito bem na EAD. Já temos
tecnologia, conteúdo digital de qualidade e metodologias ativas que fazem tudo isso aconte-
cer. O que nos falta é investimento em formação de professores e iniciativa!

Gustavo Hoffmann
http://lattes.cnpq.br/2415271194014049

SAIBA MAIS

Desafios da Educação
Com EAD em 40% da carga horária, ensino híbrido ganha
espaço

Leitura Recomendada
BACICH, Lilian; TANZI NETO, Adolfo;TREVISANI, Fernando de
Mello (orgs.). Ensino Híbrido: Personalização e tecnologia na
educação. Porto Alegre: Penso, 2015, p. 47-65.
DIA 15

Quais são as atividades presenciais são totalmente


prescindíveis em cursos a distância?

Considerando que as práticas a distância e presencial são complementares, que atividades presenciais são to-
talmente prescindíveis em cursos a distância? E, por outro lado, o que os encontros presenciais podem trazer em
termos de aprendizagem que nenhuma relação virtual traz?

Potencialização da interação entre professor e aluno, aumento da motivação, redução da evasão, realização de
atividades colaborativas, desenvolvimento de relações afetivas, simulações, resolução de problemas, oficinas
práticas, autogerenciamento, atividades integradoras, conteúdos procedimentais e estágios supervisionados
foram alguns elementos citados nas discussões geradas a partir do tema proposto – a verdade é que há alguns
aspectos técnicos e alguns culturais relacionados a ele. Sem dúvida, a convergência dos dois modelos (EAD e
presencial) para um modelo único, híbrido, com sala de aula invertida, é uma forte tendência.

A tecnologia está cada vez melhor, a ponto de permitir experiências de ensino-aprendizagem muitas vezes
mais efetivas do que os encontros presenciais. Hoje, é possível reproduzir uma aula inteira com uso de metodo-
logias ativas como o peer instruction, por exemplo, em um ambiente 100% virtual. Ou seja, se analisarmos os
aspectos técnicos, é muito provável que nos próximos anos não haja mais barreiras tecnológicas para reprodu-
zir a experiência presencial em AVAs – em alguns casos, com uma riqueza muito maior. A principal dúvida está
relacionada a questões não técnicas, mas culturais. Engajamento, motivação e promoção de relações afetivas
relacionadas ao processo de aprendizagem extrapolam aspectos tecnológicos e dependem muito de questões SAIBA MAIS
predominantemente culturais. Neste caso, é bem provável que uma boa parcela da população ainda veja os
Desafios da Educação
momentos presenciais como imprescindíveis, ainda que possam ser fortemente reduzidos.
Nova onda da EAD é híbrida. Saiba como surfá-la

Leitura Recomendada
BACICH, L.; MORAN. J. (Org.). Metodologias ativas para uma
Gustavo Hoffmann educação inovadora: uma abordagem téorico-prática. Porto
http://lattes.cnpq.br/2415271194014049 Alegre: Penso, 2018.
DIA 16

Como garantir que o aluno virtual seja o real?


Ninguém garante, com absoluta certeza, que o aluno matriculado é quem realmente participa das atividades
on-line dos cursos. Que métodos podem ser utilizados para garantir que o aluno virtual seja de fato o real? Há
cases interessantes para compartilhar?

O tema permeia questões que abrangem a necessidade de ética do aluno no decorrer de seus estudos: se ele não
for o aluno real, o próprio mercado de trabalho pode cobrar dele o aprendizado que deveria ter assimilado. Ou-
tro ponto refere-se ao engajamento do aluno: há quem defenda que, se o aluno se sentir interessado pelo tema
das atividades on-line e contar com o professor e/ou tutor para orientá-lo e guiá-lo, ele se sentirá engajado e
participará das atividades.

Algumas instituições utilizam ferramentas e procedimentos para garantir que o aluno on-line seja o real, como
gravação de aulas e seleção de alunos para apresentarem temas aleatória ou obrigatoriamente, inclusão de
reconhecimento de face, íris, digitais, detecção de movimento do aluno ou telas do computador, conversa com
outras pessoas. A inteligência artificial assim como outras ferramentas ganham a cada dia mais destaque, mas
ainda são consideradas caras e de difícil acesso por algumas instituições.

O tema é polêmico, não existindo uma receita pronta para resolvê-lo; acredito que não seja uma das alternati-
vas mencionadas acima, de forma isolada, que resolverá. O bom desenho da trilha de aprendizagem, combi-
nada com ferramentas de monitoramento e inteligência artificial, precisa dar suporte ao acompanhamento dos
alunos, podendo amenizar o problema.
SAIBA MAIS

Desafios da Educação
Avanço social depende de uso qualificado de tecnologia na
Pablo Peruzzolo Patrício educação

http://lattes.cnpq.br/0970526556040548
DIA 17

Além do desenvolvimento da empatia, ter sido


aluno on-line torna um professor on-line melhor?
Deveria ser pré-requisito para a função? A empatia é uma das habilidades que faz com que nos
relacionemos melhor*.

A empatia é primordial dentro de qualquer relação – e nas relações de ensino-aprendizagem deve ser tratada
com obrigatoriedade, sem dúvida alguma! A transformação passa por refletirmos sobre o assunto em pauta,
que se torna verdade quando a temática faz sentido por meio de estímulos com situações em que o professor,
em seu planejamento, fez o exercício da construção da abordagem. Essa construção envolvendo as competên-
cias que serão desenvolvidas mediante abordagem é um exercício de empatia, o professor precisa se colocar
como aluno para desenhar essa trilha. A qualidade dessa construção será imensamente superior se o educador
já tiver traçado esse caminho, ou seja, ter essa experiência em seu histórico na modalidade EAD. Quando esse
profissional estiver no ápice de sua conexão com a experiência futura do aluno, ele saberá as possibilidades
de variações que existirão em sua proposta, e essa construção será real e empática, tornando-a, assim, mais
humana possível.

A experiência on-line em si consegue ser mais experimentada ainda, pois pode ser repetida, pode ser perso-
nalizada; e não pode ser uma surpresa um professor que estudou on-line conseguir desenhar uma trilha de
conhecimento mais próxima e realística, considerando o afeto como principal sentimento no desenvolvimento
dessa construção e tornando a experiência empática.

Fernando Novais da Silva SAIBA MAIS

http://lattes.cnpq.br/8723658567695773
Desafios da Educação
Mais do que personalizar a aprendizagem, é preciso
humanizar a educação

*Saiba mais sobre empatia em https://youtu.be/04TTQF5bY3c.


DIA 18

Conteudista ou orador? Que habilidades você


considera as mais importantes para o professor?
O modelo de ensino presencial ainda é baseado principalmente em aulas expositivas. Já na EAD, outros recursos mais
elaborados (textos, vídeos, podcasts) são utilizados para a comunicação e interação entre alunos e professores. Nesse
sentido, o professor virtual precisa ser melhor autor, escritor, roteirista, curador, designer do que orador?

Ao ser convidada para fazer o fechamento deste fórum, sabia que um grande desafio estaria me sendo posto – pri-
meiro, por estar diante da opinião de profissionais muito experientes e a quem respeito muito e, segundo, por estar
participando de uma discussão um tanto polêmica no campo educacional, que é o papel do professor – mais especifi- SAIBA MAIS
camente, o papel deste professor na modalidade EAD.
Desafios da Educação
Bom, o resultado me pareceu enriquecedor! Em todas as respostas, temos reflexões importantes, argumentos que nos O que professores devem saber sobre curadoria de
conteúdo EAD
fazem identificar, a todo momento, a docência como desafiadora e mutável.

Nota-se, pelas discussões deste fórum e publicações científicas, que não é somente na profissão de professor que as
TICs estão “batendo na porta”, elas vieram para “desacomodar” todas as áreas de atuação e conhecimento. O que im-
porta, neste momento, é as enxergarmos como aliadas, não como rivais.
Vencendo essa etapa, precisamos olhar para a nossa própria atuação: Como estamos “lidando com isso”? Como esta-
mos atuando em nossas salas de aula presenciais e EAD? Conhecemos os nossos alunos? Produzimos ou selecionamos
conteúdo tecnicamente com a essência e excelência que curadores o fariam? Valorizamos e utilizamos as expertises das
equipes multidisciplinares que nos são disponibilizadas em nossas IES ou empresas de soluções educacionais?

Somos professores, mas também aprendemos diariamente. Sabemos que não detemos todas as competências, mas como
docentes sabemos que existem metodologias que podem nos desenvolver para o desconhecido.

Muitas habilidade docentes foram mencionadas neste fórum, mas é difícil listá-las, os momentos em que o “fórum
esquentou”, foram fundamentais para o que vou escrever agora: precisamos nós, docentes, e nossas IES aprender a iden-
tificar quais são as nossas principais habilidades e competências como profissionais; nós, professores, não somos super-
-heróis, somos profissionais em desenvolvimento como em qualquer outra profissão, temos desafios diários e precisamos
nos desenvolver naquilo que ainda não sabemos como fazer.

A EAD está proporcionando esse desafio à docência, oferecendo equipes multidisciplinares para compartilharem seu
conhecimento conosco e vice-versa. Quando imaginaríamos trabalhar em conjunto com designers gráficos e modelado-
res de 3D para fazer a transposição do batimento de um coração e do sistema circulatório, ou representar as camadas de
uma ponte ou de uma construção civil? Neste momento de troca e construção, o professor apenas precisa utilizar o seu
conhecimento teórico – nenhuma outra habilidade –, e o resultado é tão fantástico quanto poderia ser a proposta de um
fórum como fechamento de uma aula com proposta de metodologias ativas, na qual as habilidade de escrita dialógica
seriam fundamentais para a mediação das respostas dos alunos e da relação da teoria com a prática.

Reitero que o que vale é a intencionalidade pedagógica e como estamos dispostos a utilizar e desenvolver nossas com-
petências para proporcionar uma aprendizagem significativa aos nossos alunos, seja como curadores, produtores de
conteúdo, tutores, designers, roteiristas. Não poderemos ser tudo ao mesmo tempo, nem teremos expertise para tudo,
mas, como professores experientes e gestores (neste fórum, temos muitos gestores também), precisamos estar prontos
para identificar nossos próprios potenciais e os que temos dentro das nossas IES, fazendo a diferença com as ferramentas
que nos são disponibilizadas.

Por fim, com o objetivo de sairmos deste fórum ainda mais desafiados e desacomodados do que entramos, compartilho
uma reflexão de Leonhard (2017), em seu livro Tecnologia versus humanidade: o confronto futuro entre a máquina e o
homem: “Temos de estar prontos para a Singularidade: abertos, mas críticos; científicos, mas humanistas; aventureiros e
curiosos, mas cautelosos; e empreendedores, mas munidos de um espírito coletivo”.

Daiana Garibaldi da Rocha


http://lattes.cnpq.br/2893064001425329
DIA 19

Que cuidados indicam aos candidatos na hora de


escolherem um curso EAD?
Os cursos superiores EAD (em instituições de ensino privado), em sua maioria, são mais acessíveis financeiramente do
que os cursos presenciais, mas ainda comprometem com sacrifício parte da renda dos alunos, que muitas vezes não podem
correr o risco de uma escolha errada.

Seguramente, o primeiro passo para a escolha de um curso superior EAD é verificar a autorização da instituição para oferta
de EAD no e-MEC (http://emec.mec.gov.br/) e o reconhecimento do curso, assim como os conceitos do Exame Nacional de
Desempenho dos Estudantes (ENADE – http://enade.inep.gov.br/enade/#!/index) e o indicador de diferença entre os desem-
penhos observado e esperado (IDD) da instituição (http://portal.inep.gov.br/educacao-superior/indicadores-de-qualidade/
indicador-de-diferenca-entre-os-desempenhos-observado-e-esperado-idd). Mara Eneida Pregardier destaca que é impor-
tante saber se a instituição “possui procedimentos ilibados [...] e se possui algum processo que desabone sua existência”, o
que é possível saber pesquisando na internet, redes sociais e sites de reclamações. É também interessante conversar com
ex-alunos ou alunos atuais da instituição e do curso para saber como é o funcionamento.

Contudo, mesmo após a verificação desses requisitos, ressalto a importância de se conhecer a proposta do projeto pedagógico
da instituição.

O espaço virtual contribui para a expansão de linhas de pensamento, pois, além do acesso a uma vasta fonte de informação,
não linear, com conexões diversas e interferências, e para além do professor, a forma de acesso ao conhecimento engloba
linguagens representativas variadas, trazendo diferentes possibilidades de construção da aprendizagem. Nesse sentido, é
preciso que o projeto pedagógico considere as formas de apropriação da aprendizagem deste contexto e se proponha a ofe-
recer uma experiência didática participativa e interativa, que supere as formas tradicionais de transmissão de informações,
baixo estímulo à interatividade, desconexão com as experiências reais, atividades descontextualizadas com as vivências dos
alunos e excesso de homeworks.

Em muitas situações, a falta de interatividade por parte de tutores e/ou professores é a causa da desistência na EAD: para
Jacqueline Lameza, é essencial “saber se os professores on-line acompanham seus alunos, se os feedbacks são personaliza-
dos, se seu empenho é valorizado, qual a metodologia utilizada, se são propostos desafios, projetos mão na massa, ou o curso
é muito teórico e só com questões de múltipla escolha”.
É importante saber quem é o corpo docente, quem são os professores. Simone Gonzalez enfatiza: “Se possível, acessar o
currículo lattes dos professores e verificar a experiência e o percurso acadêmico de cada um”. Um ponto crucial a ressaltar é
informar-se sobre as experiências docentes com mediação pedagógica a distância, pois, inegavelmente, a configuração da re-
lação professor-aluno no ambiente on-line reflete em mudanças no desenvolvimento do ensino e da aprendizagem, em que,
em comparação com o ensino presencial, há limites e potencialidades pedagógicas que devem ser consideradas.

Saber se a instituição investe em formação continuada de seus tutores, autores e professores e se promove o diálogo entre
esses três importantes profissionais mostra a importância que a instituição dá para a coerência de sua proposta e a valoriza-
ção dos processos de ensino.

A par disso, o “estar junto virtual” indica o papel do professor como orientador do aluno que acompanha seu desenvolvimen-
to no curso, provoca-o para fazê-lo refletir, compreender os equívocos e depurar suas produções, mas não indica plantão
integral do professor no curso. O professor se faz presente em determinados momentos para acompanhar o aluno, mas
não entra no jogo de corpo a corpo, nem tem o papel de controlar seu desempenho. Caso contrário, criará a dependência do
aluno em relação às suas considerações e perpetuará a hierarquia das relações aluno-professor do ensino instrucional, mais
sofisticado nos ambientes digitais de aprendizagem, perpetuando uma abordagem de ensino que já se mostrou inadequada e
ineficiente em situações tradicionais de sala de aula.

O estudo a distância demanda dos alunos dedicação, organização, rotina de estudos, interação com professores e colegas,
entre outras coisas. Bruno César coloca três pontos que precisam ser questionados antes de iniciar um curso, seja ele presen-
cial ou EAD: “1) Dá para pagar o curso ou sobreviver com a demanda e tempo dedicado? 2) O que a referida formação irá me
possibilitar: Emprego? Aumento de salário? Melhoria no emprego atual? Mudança de segmento? Iniciar na pesquisa científi-
ca? 3) Se eu não gostar do curso, o que farei: Desistirei ou irei até o final?”.

Fernanda de Aragão ressalta que “o primeiro ponto é o aluno saber identificar se os recursos do curso EAD vão suprir as ne-
cessidades que a profissão escolhida requer: “Quando eu terminar este curso, poderei entrar direto no mercado de trabalho,
ou terei que fazer um outro curso, complementar, para suprir aquilo que a minha instituição não me ofereceu?”.

Diante de todos esses apontamentos, é possível que o aluno consiga se decidir sobre se tem condições ou não de fazer um
curso EAD e se o curso que escolheu é o mais adequado aos seus interesses. Por fim, o preço não deve ser o fator decisório
quando nos referimos à formação profissional em um curso superior, pois a relação entre preço e resultado no contexto da
educação não é garantia de investimento com retorno. É preciso considerar o esforço, o tempo, a motivação pessoal antes de SAIBA MAIS

realizar esta escolha tão importante e buscar, durante a formação, oportunidades para experimentar a realidade profissional Desafios da Educação
que se almeja. Por que a graduação EAD superou a modalidade presencial
em número de vagas

Evellyn Ládya Franco Pontes


http://lattes.cnpq.br/7589864878308818
DIA 20

Quais estratégias utilizar quando estamos


com acesso limitado?
Quais são as alternativas possíveis e/ou orientações que os alunos precisam conhecer para terem acesso a experi-
ências cada vez mais utilizadas em cursos EAD, como encontros ao vivo por webconferência ou até mesmo acesso
às videoaulas? Sabemos que o acesso à internet ainda é limitado em algumas regiões do Brasil. Quais estratégias
utilizar quando estamos com acesso limitado?

Segundo os dados da pesquisa realizada pelo Centro Regional para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação
(Cetic.br), entidade mantida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em
2015, 87% das escolas declararam já dispor de infraestrutura para conectividade à internet. No ano seguinte, o número
de instituições conectadas ampliou-se para 92%. Como exemplo, os dados do Censo Escolar 2018 divulgados em
janeiro revelam que, entre as escolas de ensino médio do país, 15% não têm acesso a banda larga. Além disso, 21,9%
não têm laboratório de informática e 4,9% não têm acesso a qualquer tipo de internet, ou seja, ainda não temos um
acesso confiável e rápido da internet: nosso País apresenta um cenário em que a tecnologia não é mesma – em algumas
regiões, é analógico.

As discussões no fórum revelaram essa disparidade nas regiões brasileiras, e ainda nas soluções (por exemplo, ter uma
equipe profissional na área de tecnologia da informação com suporte para todas as unidades, oferecendo sempre novas
possibilidades e outros meios de acesso mais rápido as informações). O modelo que funciona com polos de apoio ao
aluno tem pontos positivos, pois eles podem utilizar a infraestrutura tecnológica e pedagógica, diferentemente do que
ocorre em modelos baseados somente no AVA totalmente EAD.

Os encontros presenciais e as webconferências são pontos principais quando o acesso/uso da internet é limitado: nes-
ses momentos, as exposições dialogadas e as atividades através de projetos, a troca de experiências, fortalecem muito SAIBA MAIS
o projeto pedagógico e a aprendizagem colaborativa.
Desafios da Educação
Multiplataformas de aprendizagem, ensino híbrido e metodologias ativas são mais que propostas, são métodos e técni- Experiência do professor é decisiva para ensino de
competências digitais
cas de aprendizagem que possibilitam alternativas quanto à questão das falhas de internet e de tecnologias.

Gilmar Luis Mazurkievicz


http://lattes.cnpq.br/6396881223795869
DIA 21

Quais são os cuidados necessários com a escrita


dos participantes nos cursos a distância?
O que deve ser feito para evitar textos pouco claros e precisos e os erros de linguagem cometidos por professores e tutores? Essa
questão pode ser considerada como elemento avaliativo para os alunos? A importância do cuidado com a escrita em cursos vir-
tuais – os processos de interação dos cursos on-line são feitos principalmente por meio de textos escritos, mas, na rapidez com
que se dá essa interação on-line, muitas vezes a revisão, a qualidade e a compreensão dos textos podem ficar comprometidas.

O cuidado com a escrita é apontado como essencial para a formação dos estudantes na EAD. Toda produção de material
didático deve passar por um processo de revisão em relação ao conteúdo, mas também em relação à correção da escrita.
Apesar de ter velocidade maior, esse cuidado deve estar presente também quando tutores e professores escrevem em fó-
runs, discussões ou enviam comunicados, sendo necessária a revisão de qualquer texto antes da publicação, evitando-se
abreviações e outros encurtamentos, de modo a garantir que o processo de comunicação seja efetivo e sem ruídos e sejam
evitadas situações de dubiedade e imprecisão, as quais levam a muitos problemas.

Alguns participantes, no entanto, defendem que, durante as comunicações via chat (que, de certa forma, mimetizam a
comunicação oral), sejam admitidos emojis, abreviações e outros recursos que já fazem parte dessa linguagem, deixando
as exigências de correção e precisão da escrita para os trabalhos mais acadêmicos.

Para a maioria dos participantes do fórum, mesmo com o grande número de estudantes nas salas de EAD, eles devem
ser avaliados também em relação à escrita, uma vez que o mercado de trabalho exige que todo profissional seja capaz de
articular e expressar suas ideias por escrito.

Claudia Mattos Kober


http://lattes.cnpq.br/9932633811443396

SAIBA MAIS

Leitura Recomendada
BOALER, J. Mente sem barreiras : as chaves para destravar
seu potencial ilimitado de aprendizagem. Porto Alegre:
Penso, 2020. 212 p.
DIA 22

Na era digital, há espaço para estudar os clássicos?

Nos cursos on-line, o material didático produzido na forma de textos para os AVAs, e que remetem aos
links da internet, parece estar se sobrepondo e prescindindo da literatura clássica das diversas áreas do
conhecimento que geralmente circulam na forma de livros. Como impedir que isso aconteça? Quais estí-
mulos dar aos alunos para que busquem a literatura de livros e revistas especializadas que circulam na
forma impressa ou nas bibliotecas digitais? Como trabalhar o material didático produzido para cursos a
distância de forma que não seja substituto das literaturas clássicas e/ou de qualidade publicadas?

As discussões apresentadas neste fórum revelaram preocupações importantes quanto à exploração


do estudo da literatura clássica em consonância aos cursos a distância e os modelos adotados para a
produção de material didático. De forma geral, pode-se dizer que a recomendação dos clássicos não
pode ser utilizada de maneira descontextualizada – sobretudo, deve-se utilizar de forma intencional
e direcionada, buscando o equilíbrio entre o material produzido/indicado com o embasamento da
literatura clássica, sendo este passível de disponibilização por meio de bibliotecas virtuais ou pelo
compartilhamento de bibliotecas físicas em polos de apoio presencial.

Dentre as linhas de discussão realizadas, considera-se que não se pode desprezar o papel referencial
que os clássicos assumem diante das áreas do conhecimento. Para os participantes do fórum, o papel
do professor e a curadoria de conteúdo devem contemplar os clássicos, muitos já disponíveis na
internet em formato de ebook/pdf. O incentivo à leitura é um ponto importante a considerar, além
da combinação de atividades que levem o aluno a refletir e praticar os conceitos e as teorias estuda-
dos. A leitura dos clássicos não é exclusividade do ensino presencial: com a evolução das tecnologias
educativas, as práticas pedagógicas possuem um leque de possibilidades; o planejamento do material
didático assume um papel importante para condução deste processo de indicação e combinação de
diferentes recursos, mídias e conteúdo.
A mediação da tutoria surge como um elemento importante e motivacional para incentivar a leitura dos clássi-
cos combinada ao modelo pedagógico e atividades que possam estar alinhadas aos objetivos de aprendizagem.
A indicação de fontes seguras e de material de referência, que em geral constam na bibliografia básica e comple-
mentar do curso, todavia, deve estar alinhada com o material didático produzido e com as ações de mediação
do tutor, para que os alunos possam transitar pelos referencias e ter conteúdo de qualidade, dando suporte às
competências trabalhadas.

O acesso ao material, a diversificação das mídias e o uso de recursos didáticos que possam promover o pensa-
mento crítico e despertar o interesse dos alunos também foram pontos de destaque nas discussões deste tema.
Surgiram algumas ideias, por exemplo, sobre como explorar a indicação dos clássicos e de forma intencional
incluir fragmentos e/ou trechos da literatura clássica como proposição de atividades de reflexão e discussões em
fóruns.

Em resumo, os clássicos devem fazer parte da formação do estudante, dependendo apenas do planejamen-
to e estímulo docente para que ocorra o alinhamento entre atividades, objetivos de aprendizagem e o que se
pretende avaliar. Os materiais produzidos pelas IES devem ser trabalhados com outros materiais, incluindo os
clássicos. Aliás, nesse caso, produzir material didático é um desafio, pois seu objetivo não é resumir ou simpli-
ficar o que consta nos clássicos, mas provocar nos estudantes o interesse pelo acesso à fonte, e mesmo propor
atividades em que os alunos precisem desse conhecimento.

Marcos Andrei Ota


http://lattes.cnpq.br/7245176161963314

SAIBA MAIS

Leitura Recomendada
BEHAR, P. A. et al.. Educação a distância e competências:
uma articulação necessária. In: BEHAR, Patricia Alejandra
(Org.). Competência em educação a distância. Porto Alegre:
Penso, 2013.
DIA 23

Chats, webconferências e/ou fóruns funcionam na EAD?


Podemos perceber que, em alguns casos, as participações de alunos ocorrem apenas para “marcar presença” e
não são tão significativas. Chats podem ser monótonos, há webconferências sem nenhum participante e fóruns
não avaliados com pouquíssimas participações. Quais desses recursos e estratégias funcionam mais nos cursos
EAD para reforçar os vínculos, fortalecer a comunicação e o engajamento entre alunos e professores/tutores?
Como tornar esses recursos um show e não chatos?

Ao longo do período de discussões sobre a eficácia dos chats, webconferências e/ou fóruns na EAD, duas inten-
ções básicas que norteiam o uso das ferramentas foram identificadas: a interação e engajamento dos alunos, e o
processo de avaliação.

Para o uso das ferramentas de interação com a finalidade de avaliar, os participantes enfatizaram a importância
de haver regras claras para a participação e avaliação, devendo ser parte do processo de ensino e contar com o
envolvimento direto da equipe docente. A presença deve ser aferida, e a atribuição da nota servirá para aumentar
a adesão e estimular a participação.

Quanto à intenção de proporcionar momentos para o livre intercâmbio de ideias e a criação do sentimento de per-
tencimento – tão importantes para que o estudante da EAD não se sinta só –, foram apresentadas reflexões acerca
da importância de acompanhamento por parte da tutoria, estimulando pesquisas e indicando fontes externas que
somem ao processo de aprendizagem.

Várias foram as dicas para tornar esses recursos show e não chatos, como a importância da formulação das ativi-
dades, a utilização de boas técnicas de mediação, o domínio do assunto por parte da tutoria, e, como ponto recor-
rente, a atuação dinâmica e frequente do tutor, pois é a partir dela que os alunos serão estimulados e participar de
SAIBA MAIS
forma ativa, construindo de forma colaborativa as competências propostas no planejamento da disciplina.
Desafios da Educação
Webinar: modelos, planos e experiências de ensino híbrido

Andrea Cesar
http://lattes.cnpq.br/8871535002276871
DIA 24

Fomentar a participação para evitar a dispersão?

Que estratégias utilizam para manter o grupo motivado a participar e debater? A frequência de parti-
cipação nos fóruns cai um pouco a cada semana. Somos todos bastante ocupados com outros compro-
missos e responsabilidades, mas a análise da frequência nos faz refletir em como manter a motivação de
um grupo, seja este especificamente (sabemos que 1 tema por dia e por 50 dias é bem puxado) ou em um
curso on-line, em que os alunos parecem dispersar. Incentivos e frases de impacto são uma opção?

Uma das formas apontadas como mais efetivas para se manter o engajamento do estudante nos fóruns
de discussão é considerar a participação como elemento de avaliação, estipulando regras e critérios
claros de como ela deve ocorrer. No entanto, o feedback às postagens dos estudantes é essencial para
que a dinâmica de interação se mantenha ativa. Apontou-se também a importância do tutor ou profes-
sor questionar pressupostos, estabelecer relações entre fatos atuais e o que é estudado, fazer provoca-
ções, sugerir a leitura de textos ou outros materiais complementares. Em resumo, o tutor precisa estar
muito presente.

Outro aspecto mencionado foi a possibilidade e a importância de as redes sociais serem utilizadas
como locais de debate, por serem mais dinâmicas e informais. Também os convites pessoais à partici-
pação são relevantes, por e-mail ou outro modo, criando relações mais pessoais com os estudantes.

Claudia Mattos Kober


http://lattes.cnpq.br/9932633811443396

SAIBA MAIS

Desafios da Educação
Como os professores aprendem as competências que
precisam ensinar
DIA 25

E a resistência à tecnologia:
como vencer esta barreira?
Há situações em que alunos avessos às tecnologias só têm como opção cursar disciplinas on-line – nesses
casos, é bem provável que exista resistência por parte deles, mesmo que necessitem do crédito da matéria
para concluir o curso. Como solucionar situações como essa, já que, na maioria dos cursos presenciais,
as IES podem instituir até 40% da carga horária dos cursos a distância e é desobrigada, por portaria
governamental, a oferecer a mesma disciplina nas duas modalidades (presencial e a distância)?

Diante do atual cenário dos cursos superiores quanto à instituição de até 40% de disciplinas on-line
nas matrizes presenciais, nos deparamos com um cenário que envolve alguns conflitos de natureza
cultural, comunicacional, tecnológica e pedagógica.

A disciplina on-line em cursos presenciais, dentre outras vantagens, oportuniza aos alunos prin-
cipalmente flexibilidade e organização para os momentos de estudo, o exercício da autonomia e a
comunicação multidirecional, em que o aluno não é concebido como apenas receptor, mas partici-
pante da construção de sua aprendizagem. No entanto, desde a publicação da Portaria nº 4.059, de
10 de dezembro de 2004, que trata da possibilidade de organização pedagógica dos cursos superiores
presenciais reconhecidos com oferecimento, parcial ou integral, de até 20% de disciplinas EAD, temos
publicações e relatos de resistência de alunos e professores quanto à modalidade.

Na discussão acerca do tema, foram levantadas como possíveis causas da resistência à EAD nos
cursos presenciais, dentre outras questões: a falha das instituições pela falta de clareza, no momento
da matrícula, de como funciona a matriz do curso com ambas as modalidades; a falta de dispositivo
tecnológico por parte do aluno para desenvolver seus estudos on-line; o desconhecimento tecnológico
e a falta de orientações dessa natureza por parte das instituições; as próprias ferramentas e materiais
inadequados para uma melhor experiência do aluno; a falta de atenção e acompanhamento de tutores
e professores; o preconceito quanto à qualidade da disciplina pela modalidade digital.

Um ponto recorrente ao se abordar o tema de resistência tecnológica e que também surgiu nas dis-
cussões do fórum são as características geracionais de nativos ou imigrantes digitais. Talvez, em um
passado próximo, isso fosse de fato uma lacuna quanto às habilidades tecnológicas, mas não pode ser
parâmetro atualmente, em que a influência do mundo digital atinge toda a sociedade, das crianças
aos idosos, e já entendemos o acesso à tecnologia digital como um direito humano. Tal concepção tem
estimulado o ingresso em cursos a distância de indivíduos mais velhos, que já atingem mais de 30% das
matrículas segundo o Censo EAD.BR (2017, publicado em 2018).

As instituições devem estar atentas à dificuldade de algumas pessoas para estudar de forma on-line e ado-
tar uma postura que minimize essa dificuldade e prepare o aluno para lidar com situações na modalidade
a distância. Aryadynna Santos Feitosa destaca a responsabilidade da instituição em ambientar os alunos
neste contexto, abrir espaço para solução de dúvidas e criar materiais orientadores para minimizar o
impacto e auxiliar na adaptação dos alunos. Marcos Galini diz que é papel da instituição de ensino inserir
os alunos na cultura digital. Ressalto que é possível considerar que os alunos já estão inseridos na cultura
digital, pois não se trata especificamente dos recursos tecnológicos ou EAD, mas da forma como a atual
sociedade se organiza.

Então, podemos seguir as reflexões e perguntar: como propor a integração entre as experiências sociais
e as experiências acadêmicas no meio digital? Seria uma resistência quanto à forma de estudo (habilida-
des comportamentais) ou quanto ao meio de estudo (habilidades tecnológicas)? Sabemos que a principal
diferença entre as formas de estudo é a presença física do professor e do aluno, bem como a mudança de
postura do aluno e do professor, pois na EAD se pressupõe que o aluno deva exercer mais autonomia e
responsabilidade pessoal sobre o que aprende, mesmo que contando com o aporte de tutores e professo-
res, mas como mediadores e não como transmissores de informação como é comum vermos na dinâmica
didática presencial das IES.

Portanto, contrapomos as responsabilidades institucionais, as responsabilidades do aluno e as questões


didáticas, e podemos inferir pelas reflexões desenvolvidas que, em um cenário favorável, a instituição
deve deixar claro, desde o momento da matrícula, o formato do curso, disponibilizando-se a acolher
alunos resistentes, retirar dúvidas e esclarecer como se desenvolverá a trajetória acadêmica nos meios
digitais; a equipe pedagógica do curso deve se comprometer a proporcionar uma experiência de apren-
dizagem produtiva pelos meios digitais, viabilizando e orientando a adaptação a essa forma de estudar
tanto no que diz respeito às habilidades tecnológicas quanto às comportamentais de estudo; por outro
lado, o aluno deve estar disposto a aprender não apenas os conteúdos científicos, mas também a forma de
se organizar para o estudo e de exercitar sua autonomia.

SAIBA MAIS
Evellyn Ládya Franco Pontes
http://lattes.cnpq.br/7589864878308818 Desafios da Educação
5 livros para entender a educação em 2019
DIA 26

Que sugestões vocês dão para os profissionais que


querem se aperfeiçoar continuamente?
Ainda sobre capacitação docente para professores virtuais, debatemos em um fórum anteror a questão da necessi-
dade ou não de o professor virtual ter uma capacitação específica. Por sua importância, retomamos o tema, dessa
vez reforçando a ideia de apreensão e uso das novas mídias pelo educador (seja ele professor, tutor ou autor) – isto é,
devido à constante inovação no campo das novas tecnologias de informação e comunicação, a capacitação docente
é hoje não só necessária, mas também deve ser contínua, como um aprendizado ao longo da vida. Que sugestões
vocês dão para esses profissionais?

Impulsionada pela tecnologia exponencial e acelerada, as competências e habilidades profissionais estão exi-
gindo que os profissionais se reconstruam, constantemente, por meio de diversas formas de atualização, seja
de conhecimentos, de informações, de processos ou do uso de novos recursos e ferramentas.
E o mais importante: neste contexto de profundas transformações, o professor assume um papel fundamental
– cabe a ele protagonizar mudanças atitudinais, pesquisar, propor mudanças e experimentá-las, ser aberto ao
que há de novo, gerando um novo mindset de inovação, colaboração e aplicações pedagógicas.
A formação do professor é sempre um tema de destaque, e no fórum as discussões ficaram em torno da apre-
ensão e do uso das novas mídias pelo educador. Os apontamentos mais recorrentes estão em torno de:
• Capacitação permanente, instituições atentas às inovações e profissionais interagindo com outros da área.
• Participação ativa em webinars. E que os profissionais estejam conectados a associações como ABED e
nas Jornadas Virtuais da ABED de EAD (JOVEAD), além da ligados a grupos de discussão de temas afins.
• Os profissionais devem estar atentos a cursos rápidos, pós-graduação e a uma diversidade de formação e
SAIBA MAIS
atualização disponível no mercado da educação virtual.
Desafios da Educação
• Dica recorrente: que os profissionais se reinventem e estejam atentos à possibilidade de inovação, além de Não existe educação de qualidade sem bons professores
participarem de forma consciente em redes sociais.

Luciana Aparecida Santos


http://lattes.cnpq.br/1786228052391666
DIA 27

Novas tecnologias, nova educação?


Graças aos recursos de interatividade, as novas tecnologias de informação e comunicação contri-
buíram para uma remodelagem da EAD, principalmente no Brasil. Nesse processo, deposita-se
grande esperança nos recursos tecnológicos como “garantia” de uma nova forma de aprendizagem.
Como as TICs contribuem para mudar a forma de ensinar e de aprender?

As TICs fazem parte do nosso cotidiano. Podemos fazer compras on-line em um supermercado e
solicitar a entrega em casa, podemos fazer uma reunião de trabalho com participantes distribuídos
em diversas localidades e ainda agendarmos consultas, exames e até corte de cabelo. Se as TICs
impactam na forma como nos relacionamos com as pessoas e com nossas atividades, assim também
acontece nos espaços de aprendizagem. Mas, independentemente do segmento, a inserção da tecno-
logia vem para resolver uma necessidade ou demanda.

Na educação, as tecnologias podem ser utilizadas para apoiar estratégias de aprendizagem e poten-
cializar sua experiência, tornando o processo mais atrativo, mais aderente ao perfil do estudante
contemporâneo. A inovação deve estar na metodologia, mas as TICs a acompanham e impulsionam.
O planejamento da mudança deve partir da metodologia, da estratégia de aprendizagem, do plano de
ensino, para a seleção e definição das tecnologias mais adequadas. As tecnologias utilizadas devem
possibilitar ir além da aprendizagem presencial, devem desafiar os estudantes, devem possibilitar
a interação, a comunicação, a autoria e a colaboração. Contudo, para isso, os docentes devem estar
preparados, capacitados e apresentar fluência tecnológica: somente dominando estratégias de apren-
dizagem e tecnologias, ele conseguirá promover o pensamento crítico e científico nos estudantes, que
são os sujeitos-foco deste processo.

Elisa Boff
http://lattes.cnpq.br/0921326395979146
DIA 28

Podemos afirmar que os cursos EAD já


são considerados uma boa alternativa de
estudo para a população?
Quais são os desafios que as IES enfrentam ao ofertar cursos EAD com mensalidades mais baixas que
as dos cursos presenciais, com o desafio de garantir a qualidade, mesmo tendo investimentos altos em
tecnologia, produção de conteúdo, equipe acadêmica e técnico-administrativa especializada, marke-
ting e gestão dos polos, entre outros? Podemos afirmar que os cursos EAD já são considerados uma boa
alternativa de estudo para a população e que garante o ganho em escala das IES?

A EAD cresceu de forma rápida no Brasil e no mundo, transpondo barreiras geográficas, institucio-
nais, socioeconômicas e culturais – o avanço das TDICs, somado aos aspectos históricos e princi-
palmente à vasta regulamentação dessa modalidade de ensino, tem contribuído para o crescimento
exponencial. Diante desse cenário e das discussões apresentadas no fórum, os desafios são muitos e
perpassam, de modo especial, as concepções sobre o preço e a qualidade.

A partir da expansão dos polos de EAD no País, garantir a qualidade do ensino se tornou um desafio.
O posicionamento mercantil adotado por algumas instituições, amplamente discutido no fórum, aca-
ba distorcendo a visão sobre essa modalidade, pois afeta as instituições comprometidas, que buscam
como diferencial um modelo acadêmico que prime pela qualidade no ensino.
Como reflexo de uma crise econômica nacional, o ensino superior passa por um momento delicado,
fazendo com que as instituições tenham que se reinventar e estar atentas aos movimentos do merca-
do, que se torna cada vez mais competitivo. Esse cenário econômico evidencia o aumento do ingres-
so na EAD, entre outros motivos, pelas mensalidades mais acessíveis e por apresentar as mesmas
possibilidades de aprendizagem do ensino presencial, além de atender características próprias de
aprendizagem. Em contrapartida, em função da quantidade de concorrentes, do tempo de maturação
e consolidação, bem como pelo fato do investimento para oferta da EAD ser alto – ela requer tecnolo-
gia moderna e avançada, conteúdos atualizados, contextualizados e inovadores capazes de consolidar
a aprendizagem de forma continua –, o ganho em escala torna-se uma alternativa para manter os
valores mais acessíveis e não impactar na qualidade.

Para que a qualidade dos cursos oferecidos nas instituições não seja negligenciada, é necessário po-
tencializar a formação de professores ampliando o capital tecnológico e a experiência em AVAs utili-
zando metodologias ativas. O grande diferencial da instituição para garantir a qualidade do processo
de ensino-aprendizagem são a mediação e a intencionalidade pedagógica, bem como a individualiza-
ção e a personalização do ensino pela criação de modelos acadêmicos próprios.

Diante do exposto, afirmamos que a EAD é uma excelente oportunidade para quem deseja ingressar
no ensino superior, inclusive superando as matrículas do presencial.

Manoelle Silveira Duarte


http://lattes.cnpq.br/1045049796831184

SAIBA MAIS

Desafios da Educação
Por que a graduação EAD superou a modalidade presencial
em número de vagas
DIA 29

Qual é o número ideal de alunos on-line?


A EAD abre espaço para alunos sem distâncias, pois qualquer um, de qualquer lugar do planeta,
pode participar de uma turma ou curso. Considerando o atendimento individualizado ao aluno
on-line por parte do tutor, são possíveis turmas de qualquer tamanho, ou é importante, para a
qualidade da aprendizagem, limitar o número de participantes? Existe uma proporção alunos
versus carga horária de tutoria?

Não podemos comparar banana com laranja. Repito a frase porque os assuntos
dos Dias 13 e 29 são correlatos.

O que quero dizer? Vamos tentar fechar a conta com um exemplo:

PRESENCIAL EAD

• 1 disciplina de 80 horas
• 1 disciplina de 80 horas
• 1 turma de 30 alunos
• 1 turma de 30 alunos
• Mensalidade de R$ 250,00
• Mensalidade de R$ 1.500,00
• Repasse de 33% para o parceiro (polo)

OPERAÇÃO:
OPERAÇÃO:
1 sala virtual + professor + tutor +
1 sala de aula + 1 professor
AVA + conteúdo + suporte AVA + polo + etc.
A modalidade EAD é muito mais cara que a presencial. Só a escala (número de alunos) torna a mo-
dalidade viável. Lembrem-se que não se parte de uma operação de 10.000 alunos. O investimento
aconteceu antes, com zero aluno, e o primeiro processo de captação (vestibular) não irá cobrir os
investimentos. Leva-se tempo!

Além da conta não fechar, não faz sentido trabalharmos com a modalidade EAD com turmas peque-
nas. Precisamos, sim, planejar a estrutura necessária para um atendimento de qualidade. Novamente
sugiro avaliarmos a performance – para errarmos o mínimo, precisamos medir. (volte ao Dia 13, para
exemplo detalhado).

Não estou aqui defendendo o número e nem avaliando qualidade, isso deve ser medido e decido na
IES, mas com certeza é possível trabalharmos com qualidade com pelo menos 200 alunos por profes-
sor. Quanto ao tutor, se possui 40 horas, ele consegue gerenciar uma turma de 400 alunos.

A EAD permite estarmos o tempo todo dentro de sala de aula, oferecendo-nos informações importan-
tes sobre o andamento e a qualidade de nossos cursos. Um PDCA - planejar (plan), fazer (do), checar
(check) e agir (act) - acadêmico em movimento.

Todas essas análises e decisões são importantes para desenvolvermos uma EAD com qualidade e sus-
tentabilidade. Não adianta acharmos o que é bom ou ruim – precisamos medir. Precisamos encontrar
o equilíbrio (acadêmico versus financeiro versus administrativo versus comercial). A qualidade é a
base do planejamento, mas a conta precisa fechar.

SAIBA MAIS
Jose Luiz Duizith
http://lattes.cnpq.br/8753732273797653
Leitura Recomendada
FAVA, R. Trabalho, educação e inteligência artificial: a era do
indivíduo versátil. Porto Alegre: Penso, 2018. 217 p.
DIA 30

Como lidar com a concorrência desleal na EAD?


Pode ser muito mais fácil “roubar” de uma instituição um aluno virtual do que um aluno presencial. Uma das estratégias é
introduzir “alunos espiões” em cursos on-line concorrentes, com o objetivo de criar problemas e, posteriormente, convencer
os colegas de turma a migrarem para a instituição que “representam”, com o argumento de que o preço é mais baixo, a estru-
tura pedagógica é melhor, os problemas (que ele ajudou a criar) não ocorrem na outra instituição etc. Como as instituições
podem se defender desse tipo de espionagem? Como os professores/coordenadores devem se comportar quando desconfiam
que um dos seus alunos está desempenhando essa função? Vocês já vivenciaram uma situação como essa?

Se há deslealdade, não podemos chamar de concorrência.

Faço uma analogia com o país do futebol. Quem já não ouviu falar que rolou a “mala preta” para que um
time entregasse um jogo? E a “mala branca”? O termo “mala branca” conheci quando, em uma semifinal
de um campeonato estadual entre o time A e B, o empate ou a vitória do time B faria com que o time C, que
aguardava o resultado dessa partida, fosse classificado para a final. Naquele instante, ouvi um jornalis-
ta de campo informando ao presidente do clube C que era preciso “motivar” o goleiro do time B para que
ele fechasse o gol. Veja bem, não estava rolando a “mala preta” para que o time A entregasse o jogo, não
estavam “comprando” os jogadores para serem desleais e antiéticos com o seu clube e sua torcida, mas,
sim, estavam propondo ao goleiro do time B um bônus pelo seu desempenho – ou seja, se ele fechasse o gol,
seria premiado.

O aluno oculto é uma prática concorrencial existente e saudável quando a IES está fazendo seu ben-
chmarking, buscando conhecer as boas práticas do mercado para melhorar a performance dos seus cursos.
A educação virou um mercado altamente competitivo, e alguns profissionais fazem de tudo para bater
suas metas em busca de resultados, isto é, começam a trabalhar no modelo da “mala preta”, sendo desle-
ais e antiéticos com a sua concorrência. Inicia-se uma guerra comercial, em que, na busca de resultados
(matrículas), matriculam alunos ocultos com a intenção de que os mesmos se infiltrem nas turmas para
criticarem e gerarem estresse entre os colegas e a instituição, com a nítida intenção de, ao final, propor
para que todos se transfiram para o concorrente. E é óbvio que já existe o fator motivacional para essa
transferência – o desconto já negociado nas mensalidades. SAIBA MAIS

Desafios da Educação
A concorrência é saudável e necessária para evoluirmos em nossas atividades, mas essa prática apresen-
Brasil precisa desesperadamente de bons gestores educacio-
tada não pode ser chamada de concorrência! nais, diz Leandro Karnal

Situações concorrenciais desse tipo são difíceis de serem identificadas e resolvidas, pois são difíceis a
fundamentação e a criação de evidências na busca de um apoio legal contra essa prática antiética.

Então qual é a solução para que esse jogo seja jogado com lealdade e ética?

Na minha opinião, a instituição precisa aperfeiçoar suas práticas de gestão. Como falei no início sobre
o aluno oculto, na busca de conhecer as boas práticas da concorrência para aprimorar o modelo da sua
instituição, a IES deve aproveitar e colher todos os feedbacks possíveis para aprimorar a qualidade de
seus cursos, o serviço prestado, a interação entre professor versus aluno e tutor versus aluno, o material
didático, o AVA etc.

Resumindo, jogue o bom jogo e, no final, a qualidade vencerá qualquer benefício momentâneo.

Jose Luiz Duizith


http://lattes.cnpq.br/8753732273797653
DIA 31

Como garantir a real autoria do material didático?


Quais itens do contrato podem resguardar as IES/empresas? É possível que todo o material didático de um
curso on-line seja apropriado e ofertado por outra instituição? Se acontecer, como garantir os direitos auto-
rais? Atualmente, os conteudistas recebem demandas com prazos apertados, valores baixos, muita exigência a
ser cumprida e atendem várias IES e empresas de produção de conteúdo simultaneamente.

O tema é bastante complexo e diversas questões aparecem na discussão, pois há IES que se apropriam de
material não produzido por elas e não pagam direitos autorais aos elaboradores, às IES que financiaram ou
pagaram por sua produção; por outro lado, há autores que, pressionados pela baixa remuneração do seu
trabalho e pelos prazos curtos, fazem um “autoplágio” e vendem ou utilizam o mesmo material em diferen-
tes IES. Embora exista a legislação de direitos autorais, que poderia, em tese, dar conta e responsabilizar
quem pratica esses atos, a fiscalização é difícil. Alguns participantes apontam que o compartilhamento de
material produzido utilizando o Criative Commons (https://br.creativecommons.org/) e outras formas de
reconhecimento de autoria é o caminho para que os autores dos conteúdos não deixem de ser reconhecidos.
No entanto, fica ainda a questão da remuneração dos autores, que para alguns deveria ocorrer pelo número
de reproduções e comercialização.

Claudia Mattos Kober


http://lattes.cnpq.br/9932633811443396

SAIBA MAIS

Desafios da Educação
Como incentivar o aluno a produzir trabalhos em formatos
não tradicionais
DIA 32

O que motiva um aluno a cursar uma


disciplina on-line?
Quais são os parâmetros que levam o aluno de graduação presencial a decidir pela matrícula em uma
disciplina on-line (optativa, regular e/ou outra)? E, caso ele não se adapte à metodologia, qual deve ser
a orientação do professor/coordenador?

Inicialmente, torna-se necessário definir o escopo das discussões do Dia 32! Estamos focados nas disci-
plinas on-line oferecidas em cursos presenciais. Nesse contexto, temos algumas situações apresentadas
que merecem destaque: IES que determinam a oferta das disciplinas on-line na matriz curricular, projetos
pedagógicos de curso (PPC) que contemplam disciplinas eletivas ou optativas oferecidas a distância e
alunos que realizam disciplinas on-line oferecidas pelas IES como atividades complementares ou cursos
de extensão. Observem que a motivação do aluno para escolher a disciplina on-line está diretamente rela-
cionada com a possibilidade de escolha.

O que motiva a escolha do aluno em cursar uma disciplina on-line, em cursos presenciais?

A flexibilidade foi considerada um elemento motivador da escolha pela maioria dos participantes desta
discussão. Consideramos a flexibilidade em relação à organização do tempo e da rotina por parte do aluno
para realizar seus estudos, em relação ao espaço e local onde estuda, em relação ao próprio ritmo e estilo
de aprendizagem e, finalmente, em relação à proposta pedagógica, uma vez que as IES estão trabalhando
com inovação e oferecendo aos alunos situações de aprendizagem diferenciadas, interessantes e mediadas
por tecnologias.
Ainda considerando a flexibilidade do estudo em tempo e lugar definidos pelo aluno, os participantes
desta discussão citaram o aspecto econômico da escolha, uma vez que o aluno economiza em condução,
estacionamento, alimentação e tempo quando realiza a disciplina on-line, ficando ainda com períodos
disponíveis para organizar sua rotina.

A autonomia do aluno e sua relação com a própria aprendizagem são fatores que motivam a escolha de
disciplinas on-line porque os nativos digitais estão no ensino superior nos desafiando com novos proces-
sos cognitivos mais autônomos e com total familiaridade com as tecnologias.

Quais seriam os parâmetros que levam o aluno de graduação presencial a decidir pela matrícula em uma
disciplina on-line (optativa, regular e/ou outras)?

Nesta discussão, poucos parâmetros foram apresentados, na sua maioria relacionados com os aspectos
motivadores para a escolha. Peço licença para inferir que a dificuldade para definição de parâmetros que
orientam a decisão do aluno, quando da escolha pela matrícula em uma disciplina on-line, está relaciona-
da com a carência de critérios de qualidade para EAD expressos formalmente pelo MEC – lembrando que o
documento oficial com os referenciais de qualidade para EAD é de 2007. Toda a comunidade de EAD está
mobilizada para definir os critérios de qualidade, uma vez que a partir de 2017 a legislação permitiu que
saíssemos de um modelo-padrão de EAD determinado pelo poder público, para que cada IES possa agora
construir o seu projeto e o seu modelo de EAD. Nessa diversidade de projetos e modelos de EAD e com o
incentivo dado à inovação, ao empreendedorismo e à empregabilidade nos novos instrumentos de avalia-
ção de cursos presenciais e a distância do MEC/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (INEP), certamente avançaremos, e os parâmetros serão definidos e divulgados para que a
escolha do aluno seja orientada com base na qualidade dos cursos e disciplinas on-line.

Caso o aluno não se adapte à metodologia, qual deve ser a orientação do professor/coordenador?

Os participantes desta discussão valorizaram muito a presença do coordenador do curso, do professor e


dos tutores, on-line e presencial, no acompanhamento dos alunos nos processos educativos a distância. A
importância de conhecermos o perfil dos alunos e identificarmos previamente as necessidades e dificul-
dades que eles possam ter foi abordada, e lembramos que o Analytics possibilitará conhecermos melhor o
aluno. A IES precisa desenvolver mecanismos presenciais e a distância para orientar e auxiliar o aluno na
superação das dificuldades.
Também foi destacada a necessidade de a IES informar o aluno e prepará-lo previamente para cursar
disciplinas on-line, destacando que alunos de cursos presenciais têm características e relações com a EAD
diferentes dos alunos que escolhem se matricular em cursos a distância.

Finalmente, compartilho a inquietação diante dos profissionais que consideram a EAD uma forma com-
plementar da educação presencial, que apontam as dificuldades para realização de projetos de qualidade
por falta de apoio institucional ou de colegas ou ainda aqueles que temem pelo avanço da modalidade e de
todo seu potencial. Nosso cotidiano está envolto em tecnologias, e elas fazem parte do nosso milênio: Por
que não nos abrirmos e nos prepararmos efetivamente para lidar com a inovação de forma madura, com-
petente, libertadora e assim participarmos da construção de um mundo melhor, mais solidário, inclusivo e
no qual a educação de qualidade seja efetivamente para todos?

Rita Maria Tarcia


http://lattes.cnpq.br/5091970329164141

SAIBA MAIS

Desafios da Educação
A projeção para a EAD em 2019
DIA 33

Como os tutores devem incentivar a interação


e a troca de ideias nos fóruns de discussão?

No ambiente interativo de um fórum de discussão – como o próprio nome diz –, devemos


interagir, pois o objetivo é atingir um grau de raciocínio crítico a partir da reflexão do grupo.
Porém, muitas vezes isso não ocorre, mesmo exigindo de nossos alunos nas disciplinas on-line.
Como os tutores devem incentivar e fazer com que haja maior interação e compartilhamento de
conhecimento em fóruns de discussão?

Nesta discussão, os participantes apontam, do mesmo modo como no Dia 24, a importância
de avaliar a participação nos fóruns, com regras claras e critérios definidos de antemão para
que eles tenham de fato participação. Também é destacada a importância do papel do tutor
como incentivador, colocando questões pertinentes e interessantes, relacionando o tema
estudado com situações práticas, fazendo as costuras necessárias à compreensão do tema
discutido, instigando o pensamento crítico, sugerindo outras fontes e recursos de apren-
dizagem – enfim, estando presente na discussão o tempo todo e fornecendo feedback aos
estudantes para que se sintam reconhecidos. Ressalta-se ainda a formação do tutor tanto no
que se refere à capacidade de moderação dos fóruns e de atuação na modalidade EAD como
na própria formação profissional teórica e prática.
SAIBA MAIS

Desafios da Educação
Claudia Mattos Kober 3 maneiras de aperfeiçoar a interação com alunos na sala de
aula virtual
http://lattes.cnpq.br/9932633811443396
DIA 34

Reflexão: Vocês consideram que estão


aprendendo algo novo?

Vamos fazer uma reflexão: ao participarem deste projeto colaborativo, lendo e respon-
dendo as diversas opiniões e temas, de alguma forma estamos refletindo sobre como
realizamos nossas ações de gestão, docência, virtual ou presencial.
Vocês consideram que estão aprendendo algo novo? Estão mudando algumas formas de
pensar e agir? Estão deixando algum pré-conceito de lado?

Tais questionamentos fizeram com que os participantes refletissem sobre si, sobre suas
atitudes e, de modo geral, entendessem a riqueza da colaboração por meio de experiên-
cias compartilhadas, pois, ao repensarem suas atividades práticas em EAD e terem aces-
so às riquíssimas experiências de colegas (incluindo dicas e aprofundamento de referen-
ciais teóricos que surgiram nessas discussões), foi possível estabelecer elos profissionais
que possibilitaram inclusive grandes parcerias.

Os participantes relatam que, mesmo tendo a impressão de que sabem muito sobre EAD,
sempre que há oportunidade de interagir com uma comunidade maior de profissionais
que vivem em diferentes realidades culturais (seja de hábitos, costumes, crenças, acessos
e tanta diversidade encontrada no Brasil), é possível aprender algo novo, que poderá
despertar para a construção científica de novas produções significativas tanto para o
presencial quanto para a EAD.
Alguns participantes confirmaram que houve mudanças de pensamento e atitudes,
transformando pré-conceitos em novos conceitos, fazendo-os sentir a necessidade de
estudar com maior profundidade certos temas e teóricos, para redirecionar e redimen-
sionar algumas práticas.

Os participantes acreditam que as trocas de experiências são importantes para saber se


aquilo que pensam, praticam e transmitem realmente está correto, ou seja, percebem
que há sempre melhorias e novidades para agregar.

De modo geral, o projeto proposto revelou uma ação colaborativa e contribuiu muito
para que o surgimento de promoções e mudanças significativas no ambiente educativo,
pautando-se nas experiências coletivas debatidas, nas fundamentações teóricas apre-
sentadas e nas práticas compartilhadas que promoverão a práxis.

Lana Paula Crivelaro


http://lattes.cnpq.br/4462098307174160

SAIBA MAIS

Desafios da Educação
O projeto que discute a educação a distância no
contexto atual
DIA 35
É possível delimitar espaços de interação
exclusivamente acadêmicos entre estudantes
e professores?
Atualmente, é quase impossível os alunos não encontrarem outros meios de contato com seus
professores (por exemplo, pelas redes sociais). É possível delimitar espaços, ou os professores devem
ampliar as possibilidades de interação, utilizando essas outras plataformas/recursos/ferramentas
também para ampliar a mediação da aprendizagem?

Em geral, os AVAs são disponibilizados pelas instituições para cursos EAD e como apoio aos cursos
presenciais, e a orientação é que todas as práticas acadêmicas sejam concentradas exclusivamente no
ambiente oficial.
Conforme mencionado pelos participantes, sem dúvida, é possível manter os acadêmicos nos am-
bientes fomentados pela instituição, independentemente da modalidade, presencial ou a distância.
Entretanto, a plataforma utilizada deve ter conexão com as mídias sociais: atualmente, existem meios
para isso, ou seja, tornar a plataforma acadêmica/ferramenta institucional de interação o principal
canal nesse sentido – os pacotes do Google ou da Microsoft permitem isso, os próprios aplicativos de
interação, games, quizzes e redes sociais podem e devem ser institucionais.
As instituições precisam ter seus educadores em constante atualização e ambientados com as ferra-
mentas de interação, as quais devem se assemelhar às ferramentas de rotina dos alunos para que essa
experiência faça sentido. Assim, as instituições conseguirão fazer com que as práticas acadêmicas ocor-
ram nas plataformas oficiais, colocando o estudante em constante atividade colaborativa dentro dos
canais institucionais. Além disso, é fundamental que as atividades tenham prazos e agendas, para que
os acadêmicos saibam os momentos síncronos e assíncronos de interagir com o mediador institucional.
Esse mediador deve estar munido de ferramentas que falam a mesma linguagem dos alunos, utilizando
SAIBA MAIS
recursos que sejam práticos e acessíveis, permitindo a inclusão de todos os perfis de estudantes.
Desafios da Educação
A influência das emoções (e da confiança) na aprendizagem
A delimitação do espaço formal de avaliação deve ser feita, mas a aprendizagem deve ser livre para
acontecer com interações mediadas pela instituição, mas nunca limitadas. Neste momento, o papel do
Leitura Recomendada professor na curadoria do conhecimento é fundamental para manter os limites das temáticas tratadas,
CAMARGO, F; DAROS, T. A sala de aula inovadora: estratégias mas não gerar bloqueio em relação às conexões que se formarão com outras áreas.
pedagógicas para fomentar o aprendizado ativo. Porto
Alegre: Penso, 2018.

Fernando Novais da Silva


http://lattes.cnpq.br/8723658567695773
DIA 36
Para refletirmos: O ensino funciona a distância,
ou a sala de aula é a instância do ensino?

É o que perguntava o professor Alípio Casali, em opinião publicada na extinta revista Caros Amigos
(seção República, edição 99, junho de 2005). O texto a seguir é o tema desta discussão. Vocês con-
cordam? Será que podemos afirmar que hoje, mais de 13 anos depois dessa publicação, oferecemos
uma EAD que serve para aproximar pessoas e conhecimentos?

“... Se com apenas seis contatos na www posso conectar-me a qualquer outro sujeito no mundo, já não
podemos dizer que a escola é coisa do passado, que o melhor modo de aprender é na rede, a distância? Não
duvido que se possa aprender, e muito, a distância. Mas nós não nascemos a distância, e sim de um útero.
O que realiza a aprendizagem é a fixação de memórias, que se formam e se fixam principalmente quando
associadas a emoções e afetos.

Daí vem uma importante diferença no modo de aprender, presencialmente ou a distância. Pois a vivência
de emoções e afetos acontece com mais frequência e intensidade nos espaços de proximidade. Sabemos
que a educação, como fato social, tem uma matriz histórica e cultural: aquela cena ancestral, milênios
atrás, de adultos e crianças em volta do fogo, na intimidade, compartilhando suas experiências do dia,
recontando histórias, rindo e amedrontando-se, fixando as memórias vitais do grupo. Fazendo cultura.
Uma sala de aula só é lugar de aprendizagem se e quando, de alguma maneira, revive essa cena originá-
ria, agregando a ela novas experiências.

Então, não embarquemos na ilusão de que a distância, no virtual, possamos aprender igualmente tudo
aquilo que só poderíamos construir na rede intersubjetiva real (emocional) que nos matriciou. E atenção
ao novo mito, que inculca no professor já combalido a ilusão de que a sua presença doravante será dispen-
sável; e que ele estaria desobrigado de fazer a difícil passagem das crianças, de ida e vinda, entre o mundo
próximo e o distante.
A EAD será boa se servir para aproximar pessoas e conhecimentos; será uma deseducação se, a pretexto de
aproximar o que está longe, distanciar as crianças e jovens da emoção de realizarem novas aprendizagens...”

É possível aprender a distância! – essa é a conclusão desta discussão! Em primeiro lugar, a distân-
cia física não significa necessariamente distância psicológica ou pedagógica. A teoria da distância
transacional, de Michael Moore, já discutia o sentido de distância na EAD, e o professor Romero
Tori defende a expressão “educação sem distância”. Como foi dito na discussão, aulas presenciais
não são sinônimo de proximidade (o aluno pode estar bem distante), e a EAD pode aproximar
alunos e professores. Além disso, novas tecnologias permitiram novas formas de interação e
interatividade na EAD que não eram possíveis nas primeiras gerações da EAD, marcadas pelos
materiais impressos enviados pelo correio, e mesmo pelo rádio e pela televisão. Por fim, a tendên-
cia observada, tanto na teoria quanto na prática, é o ensino híbrido, em que se misturam ativida-
des presenciais e a distância. Então, não faria mais sentido, hoje, conceber a impossibilidade de
aprendizagem a distância.

Francieli Paes de Carvalho Castro


http://lattes.cnpq.br/7313261718233665

João Augusto Mattar Neto


http://lattes.cnpq.br/9511610526352732

Oriana Gaio
http://lattes.cnpq.br/9531656222062876
DIA 37
Como incentivar os alunos da EAD a
aprenderem colaborativamente?
Vivemos na era da colaboração em todas as áreas. Um dos grandes desafios é a promoção de trabalhos
em grupos... quais seriam as práticas inovadoras que estimulam e podem promover uma aprendizagem
colaborativa nos cursos a distância?

Uma das grandes demandas pedagógicas da atualidade é a formação de profissionais que apresentem
competências e habilidades ligadas à aprendizagem colaborativa e ao desenvolvimento e aplicação de
projetos também ligados ao trabalho cooperativo.

Diante desse contexto, o processo de ensino-aprendizagem pautado na aprendizagem colaborativa


ocorre quando os discentes são estimulados com atividades que estabeleçam uma interdependência
positiva entre eles, o que cria um compromisso com o próprio sucesso e o de seus companheiros. Em
diversos modelos propostos em cursos na modalidade EAD, o que se percebe é uma intensa valorização
de ferramentas que subsidiem a interação entre os atores da aprendizagem.

O protagonismo deve estar centrado na mediação pedagógica e no roteiro de atividade proposto pelo
projeto de curso. Desse modo, fomentar a cooperação dos estudantes por meio das células de aprendi-
zagem tem se mostrado uma excelente alternativa, sobretudo como balizador de projetos de extensão,
aprendizagem baseada em projetos (sejam eles tradicionais ou aprendizagem baseada em problemas),
em wikis e nos chamados projetos integradores.

SAIBA MAIS
Adriene Sttéfane Silva
Desafios da Educação
http://lattes.cnpq.br/7594745396182901
Por que os professores escolhem usar a aprendizagem
invertida
DIA 38
Tempo real versus tempo virtual:
Que conceito seguir na formatação
de um curso a distância?
Em geral, no momento de formatação de um curso a distância, parte-se de modelos e
conceitos das disciplinas presenciais (horas-aula, sistema de avaliação), que são ba-
seadas no tempo real; contudo, a EAD é ministrada em um tempo diferente, o virtual.
Como lidar com esse conceito para formatar um curso a distância?

O dimensionamento do tempo, dentro de uma realidade virtualizada de formação, é


complexo e subjetivo porque ultrapassa a marcação concreta dos tempos reais usados em
aulas presenciais. Contudo, dadas as exigências do MEC, o dimensionamento do tempo
virtual se faz obrigatório. Nesse contexto, a discussão multiprofissional, envolvendo todos
os personagens do processo, e as experiências e vivências dos profissionais que atuam
nesta modalidade a mais tempo podem minimizar as subjetividades e imprecisões no
dimensionamento do suposto tempo empregado em cada curso, em função dos diferentes
recursos pedagógicos utilizados. Vale ressaltar, entretanto, que sempre será uma definição
sujeita a grande margem de erro, tendo em visto que o tempo empregado é individual para
cada estudante, que é, per se, um universo humano específico em desenvolvimento.

SAIBA MAIS
Eloi Francisco Rosa
Desafios da Educação
http://lattes.cnpq.br/2427839978566952
Como as IES devem se preparar para a digitalização do
acervo acadêmico
DIA 39

Será que temos como afirmar qual


modalidade tem a maior eficácia
pedagógica: a EAD ou a presencial?

Em geral, os professores sempre reclamaram de alunos presenciais desinteressados


nas aulas, que não fazem as tarefas, não tem concentração etc. Hoje, sabemos que os
cursos on-line acabam desenvolvendo nos alunos foco, responsabilidade com os prazos,
concentração, disciplina, entre outros. O tema do Congresso Internacional ABED de
Educação a Distância (CIAED) deste ano, 2019, “Abordagens híbridas no ensino-
-aprendizagem na EAD”, e o crescimento gradativo das ofertas de cursos semipresen-
ciais e híbridos dão alguns indícios?

Manter a inspiração de nossos estudantes não é tarefa fácil, e a combinação das boas
práticas das modalidades EAD e presencial (por exemplo, a junção do conteúdo de cursos
a distância, que em geral são muito mais dinâmicos e atraentes que os livros tradicionais,
com aulas presenciais que proporcionam humanização no processo de aprendizagem)
cria uma proposta promissora para o ensino superior. Digo promissora, pois, se não
levarmos em conta outras dimensões do projeto pedagógico – como estrutura curricular,
atuação docente e perfil do estudante –, o ensino híbrido será apenas uma repetição de
práticas já conhecidas.
Para construir uma trilha de aprendizagem engajadora, o professor precisa assumir o pa-
pel de mediador da aprendizagem, com uma postura dinâmica, provocativa, que estimula
o diálogo, a interação e a cooperação. Deve estar sempre focado no estudante, entenden-
do-o como um sujeito ativo, protagonista do seu processo de aprendizagem, viabilizando
o desenvolvimento acadêmico e profissional. As metodologias ativas de aprendizagem são
ótimas ferramentas para esses momentos.

A estrutura curricular precisa ser construída de forma que possibilite aos docentes experi-
ências e práticas concretas, e não apenas de ideias e abstrações, visto que o conhecimento,
quando contextualizado, sempre será significativo para quem aprende.

Ainda temos poucos insumos práticos para afirmar qual modalidade é mais eficaz, o
ensino híbrido está amadurecendo no Brasil e estimulando a produção científica sobre o
assunto, a CIAED é um exemplo.

Gostaria de terminar com uma resposta definitiva para esse questionamento, no entanto,
estendo a provocação: Existe uma modalidade mais eficaz ou a eficácia da modalidade
varia de acordo com o perfil do aluno? O que acham?

Carlos Alberto do Nascimento Junior


http://lattes.cnpq.br/4285256366986312

SAIBA MAIS

Desafios da Educação
Como aplicar metodologias imersivas na educação superior
DIA 40
Como liberar os conteúdos nos
cursos on-line?
Existem diversas formas de se ofertar os cursos on-line/EAD, mas sempre há um momento para
questionar: Os conteúdos didáticos/atividades dos cursos on-line devem ser liberados aos poucos,
no decorrer das aulas, gradativamente seguindo um cronograma fechado, ou de forma adaptati-
va, ou de uma só vez, privilegiando a flexibilidade? Existe um “modelo” mais assertivo?

Na EAD, organização é um princípio basilar: a organização das atividades e dos estudos é essen-
cial para aproveitar da melhor maneira possível a experiência de ensino-aprendizagem. Uma
oportunidade que permite otimização de tempo, aprendizagem significativa e conciliação de
três grandes atenções: identidade, estudo e trabalho. Entretanto, algumas questões se apresen-
tam frequentemente: os conteúdos didáticos/atividades dos cursos on-line devem ser liberados
aos poucos, no decorrer das aulas, gradativamente seguindo um cronograma fechado, ou de
forma adaptativa, ou de uma só vez, privilegiando a flexibilidade? Existe um “modelo” mais
assertivo? Considerando as muitas definições apresentadas, podemos destacar cinco elementos
essenciais em comum entre elas: identidade metodológica, ciclo de aprendizagem, princípios,
autoavaliação e a técnica de gestão conhecida como indicador-chave de desempenho.

Aberto, personalizado, adaptativo ou fechado? Verificamos, nas respostas desta discussão, que
o acesso às informações sobre os cursos e a compreensão da identidade metodológica são os
pontos-chave para uma jornada comprometida com a qualidade. E isso pode ser traduzido em
manter os estudantes ativos e engajados, com forte experiência de aprendizagem, vivência uni-
versitária e permanência (sucesso acadêmico e certificação). Gestores, especialistas e admira-
SAIBA MAIS
dores apresentaram nas discussões sobre o tema, verdadeiras “fórmulas secretas” da mais bela
receita: educação transformadora flexível e aberta para todos e em qualquer lugar. Desafios da Educação
Como as metodologias ágeis podem transformar o
ensino superior

Leitura Recomendada
Fellipe de Assis Zaremba SILVA, R. B.; BLINKSTEIN, P. Robótica e computação física na
http://lattes.cnpq.br/7510503631327382 educação brasileira. Porto Alegre: Penso, 2020
DIA 41

Qual a melhor forma de


interação a distância?
Com tantos recursos disponíveis, na EAD, qual é a forma de comunicação ideal
para que a interatividade com os alunos realmente resulte em aprendizagem?
Podem compartilhar aqui boas práticas?

Como já mencionado, na EAD, organização é um princípio basilar. A organização


das atividades e as ideias compartilhadas sobre o tema foram intensas e muito
proveitosas, mostrando a importância de encontrar as melhores práticas para uma
comunicação ideal entre os agentes de aprendizagem e os alunos. No momento
em que vivemos, com muita informação desarticulada, é fundamental estreitar as
relações e reorganizar as informações para estimular a aprendizagem.

Com o avanço tecnológico e o constante surgimento de novas ferramentas de


comunicação, torna-se complexa a escolha de qual ferramenta utilizar em determi-
nados momentos. Nas discussões, foi muito comentada a importância dos fóruns,
desde que bem-mediados, chats, softwares de videoconferências e principalmente
aplicativos de mídias sociais como o WhatsApp, mas sem estar desvinculado de um
AVA, para que os alunos tenham todas essas comunicações centralizadas.

Contudo, independentemente da ferramenta a ser utilizada para a comunicação,


SAIBA MAIS
ela deve proporcionar recursos que sejam de fácil compreensão e acesso, que per-
Desafios da Educação mita a inclusão e garanta a aprendizagem para os alunos, oferecendo-lhes inclusive
Da educação básica à superior: como executar o ensino
híbrido
a oportunidade de escolherem a melhor forma de aprender, e não somente utilizan-
do uma única ferramenta.

Franklin Portela Correia


http://lattes.cnpq.br/3354985489628169
DIA 42
F
Como controlar a frequência dos
alunos em disciplinas on-line?
Na EAD, a frequência é um tema geralmente polêmico, pois há os que defendem o controle e os que
discordam disso. Indiscutível é o fato de que o acompanhamento da frequência dos alunos é um dos
F indicadores de sua retenção na EAD, para que ações preditivas possam ser realizadas antes da evasão.

Acessos ao AVA, realização das atividades, participação nos encontros presenciais, ou o conjunto delas,
quais são as melhores formas de fazer esse acompanhamento e quais são as melhores estratégias para
engajar e/ou resgatar os alunos EAD quando identificamos que eles não estão “frequentando” as aulas?
É possível reprovar o aluno EAD por frequência?

F F
Quando nos comprometemos em fazer educação com qualidade, o controle de todo o processo envolvido é
importante para evidenciar os resultados desse objetivo. Por esse motivo, acredito que controlar a frequência
é um dos processos que necessita ser bem planejado e alinhado com os objetivos do projeto de ensino, assim
como todos os outros processos que compõem uma formação de qualidade no processo educativo.

O controle da frequência e o impacto que ela trará para a vida do acadêmico, com força para aprovar ou repro-
F F var, são definidos pelo modelo pedagógico que sustenta a proposta de formação oferecida. Se, para o resultado
da aprendizagem, for coerente ter esse controle, o desafio é construir estratégias adequados para coletar as evi-
dências através de diferentes ferramentas. Quais as melhores estratégias? Podemos mergulhar em um universo
de possibilidades quando nos deparamos com todas as tecnologias e recursos on-line disponíveis em diferentes
plataformas virtuais de aprendizagem. Também podemos construir estratégias off-line e avançar para “um
controle” de frequência híbrido.

Esse conjunto de estratégias resulta na construção de trilhas de engajamento com diferentes possibilidades
SAIBA MAIS
de tempo e espaços para uma aprendizagem efetiva. Esse é um caminho sinalizado por todos que assumem o
desenvolvimento de projetos educacionais com qualidade.
Desafios da Educação
4 passos simples para uma aprendizagem digital de sucesso

Andreia Schley
http://lattes.cnpq.br/3781660092562115
DIA 43
Ainda falta algo para a EAD
realmente se difundir no Brasil?
Apesar de já termos ultrapassado várias barreiras, a falta de entendimento e desconfiança por parte do
mercado, alunos, professores, o preconceito das próprias instituições de ensino e de conselhos profissio-
nais, além da dificuldade de conexão e o acesso às tecnologias, ou uma cultura do ensino tradicional
predominante ainda impactam negativamente a área?

Com um grande potencial de abrangência nos processos metodológico e pedagógico, a EAD está em constante
crescimento, tornando-se uma das mais importantes modalidades no ensino superior. No entanto, ainda há
desafios a serem superados, conforme as reflexões do grupo do fórum, tais como sair definitivamente do parâ-
metro das experiências presenciais de educação, trazendo maior inovação didática e interativa.

Embora muito já tenha evoluído, a infraestrutura ainda aparece como algo a ser melhorado no que se refere
à qualidade da conexão de internet para transmissões ao vivo, por exemplo. A legislação precisa ser revista,
assim como o uso praticamente exclusivo do LMS Moodle, como AVA com sistemas de interação mais interes-
santes e que permitam uma maior aproximação entre alunos e tutores.

Os cursos EAD devem formar profissionais qualificados, sendo necessário um conjunto de requisitos para que
esses profissionais produzam conteúdo coletivo, inovações em pesquisa, e sejam capazes de contribuir signifi-
cativamente nos fóruns com conhecimentos que extrapolem o curso, gerando aprendizado contínuo e perma-
nente. Para isso, é preciso tecnologia e segurança da informação.

O País não tem histórico de valorização da autonomia, motivo pelo qual a metodologia tradicional ainda impe-
ra. Para um formato de aprendizagem autônomo, é necessário o fortalecimento humano. Há falta de políticas
públicas que fomentem a modalidade, perpassando por falta de recursos, qualificação na aprendizagem, entre
outros, afirma Jonas Periarde de Araujo Raimundo. Zelito Sampaio segue na mesma linha, pois acredita que a
cultura do ensino tradicional, no presencial e a distância, coloca a tecnologia como solução, mas é necessário SAIBA MAIS

que se transformem também os professores, deixando para trás a automatização da transmissão do conteúdo. Desafios da Educação
Ilka Serra: “Universidades públicas precisarão aderir à EAD”

Evellyn Ládya Franco Pontes


http://lattes.cnpq.br/7589864878308818
DIA 44
Como garantir o desenvolvimento de
habilidades e competências na EAD?
Quais são os recursos, as estratégias e metodologias a serem utilizadas na EAD para que
os alunos adquiram o domínio das competências e habilidades técnicas e socioemocionais?
Exemplos são bem-vindos!

Competências e habilidades são temas presentes em quaisquer debates sobre educação e uma
das pautas mais recorrentes é como avaliar seu desenvolvimento. Existem diversas definições
a esse respeito disponíveis, que utilizam diferentes palavras, mas que possuem uma essência
muito similar e podem ser descritas como os insumos necessários para executar atividades e
alcançar um objetivo, sendo necessariamente mensuráveis e passíveis de desenvolvimento.

Durante esta discussão, o ponto pacífico foi a premissa de que esse planejamento deve estar
integralmente descrito no PPC e alinhado com a Diretriz Curricular Nacional.

Ressaltou-se também a importância do conhecimento cada vez mais profundo de seus estudan-
tes, aliado à capacitação de docentes e tutores, para que, uma vez definidas as competências e
habilidades necessárias de desenvolvimento, as evidências determinadas para aferi-lo tenham
um acompanhamento efetivo.

A verdade é que mais uma vez precisamos sair da zona de conforto e entender que o tema,
apesar de ser considerado por muitos como um grande desafio, nos faz reexaminar o processo
de aprendizagem, amplia o debate sobre a maior presença de competências socioemocionais no
dia a dia da sala de aula, virtual e presencial, e reforça a necessidade permanente de capacitação
de nossos docentes.

Carlos Alberto do Nascimento Junior


http://lattes.cnpq.br/4285256366986312
DIA 45
A parceria entre as áreas acadêmica e de TI
pode definir o sucesso e/ou o fracasso das
iniciativas/programas EAD?
Em algumas IES, é comum ainda encontramos times de tecnologia de informação
(TI) e acadêmico com dificuldade para atuarem juntos em prol da EAD. Quais são as
estratégias mais indicadas para que esses times trabalhem integrados? Quais são os
pontos fortes e fracos dessa parceria?

O trabalho integrado e harmônico entre os acadêmicos e a TI é essencial para a que a


EAD se desenvolva de modo satisfatório. Contudo, é um grande desafio para as institui-
ções criar mecanismos e processos que favoreçam a articulação entre as áreas, compos-
tas por profissionais com formação e visão muito distintas. Nesse sentido, um planeja-
mento estratégico que promova o diálogo permanente entre os diferentes personagens
é fundamental. Além disso, é imprescindível que cada área tenha fluxos, processos e
atribuições muito bem-definidos, incluindo estruturas e dinâmicas de democratização
do conhecimento e fortalecimento do respeito de uma área pela outra. Sem que todos
esses fatores sejam trabalhados permanentemente e implantados de modo intencional,
a chance de fracasso, em cada empreitada na EAD, é grande.

Eloi Francisco Rosa SAIBA MAIS


http://lattes.cnpq.br/2427839978566952
Desafios da Educação
O projeto que pretende mapear a TI nas instituições de ensino
superior
DIA 46
Quais redefinições dos papéis do professor e
do aluno na EAD são as mais significativas
Pela metodologia que empregam, os cursos a distância contribuem para redefinir o papel
do professor e do aluno. Quais redefinições se mostram mais significativas?

O tema permitiu opiniões interessantes: ficou claro que a linha condutora foi a unanimidade
sobre a ressignificação dos papeis do docente e do discente para uma postura ativa no pro-
cesso de ensino-aprendizagem não só para a EAD, mas para toda modalidade de ensino, com
aporte fundamental das metodologias ativas.

O grupo deixou claro que é necessário mudar antigos conceitos e quebrar paradigmas. Com
as mudanças na sociedade, a difusão e o avanço dos recursos tecnológicos e sua integração
com as telecomunicações, os benefícios da adequada utilização das TDICs na EAD estão se
tornando cada dia mais conhecidos.

Novas necessidades têm surgido, dentre as quais a preparação dos educadores para atuarem
neste cenário: para tanto, a formação deve ir além dos conhecimentos sobre os aspectos
tecnológicos, abrangendo a reflexão das questões pertinentes ao processo educativo e motiva-
cional dos atores envolvidos no processo.

O grupo mostrou preocupação pela busca de uma educação que resulte na formação integral
dos cidadãos, tornando-os competentes para o enfrentamento e a superação dos desafios da
atualidade.
Conduzir o sistema tutorial para o entendimento dos conceitos e das relações em atividades
de descoberta, construção e comunicação, aliado ao processo de utilização dos recursos tec-
nológicos com finalidades educacionais, também foram aspectos mencionados pelo grupo.
Levantou-se a bandeira da distinção entre os papeis dos professores e tutores: talvez aí tenha
marcado o ponto de maior polêmica entre as discussões, com a abordagem de um conceito
marcante neste processo, a polidocência.

As opiniões do grupo também mostraram a preocupação com a formação dos agentes do


sistema tutorial, as IES precisam estar preparadas para formar o trabalhador, o cidadão, o
usuário, não como entidades segmentadas, mas como pessoas integradas em um mundo
cada mais tecnológico. Neste contexto parece que o Grupo entendeu a importância da tarefa
da formação do docente capaz de se mover neste mundo e de movê-lo, de viver nele e de
transformá-lo.

Cabe as instituições de ensino, então, tomar para si o papel de problematizadora dessa


informação e dessa formação, pois o professor repassador de informações sucumbiu perante
o papel do professor problematizador, orientador de processos de reflexão a respeito do que
acontece com a nossa vida em sociedade.

Enzo Oliveira Moreira


http://lattes.cnpq.br/1997063047855860

SAIBA MAIS

Desafios da Educação
Como engajar os alunos no ambiente virtual de aprendizagem
D I A 47

Qual é a maior motivação para o trabalho da equipe


de tutoria em disciplinas ou cursos a distância?
E o papel do tutor? Com a mudança no papel dos professores e dos alunos na EAD, uma atividade
que se destacou, foi a da tutoria. Realizados pelos próprios docentes ou por times administrativos,
eles têm papel fundamental no suporte, engajamento e retenção dos alunos.

O trabalho de tutoria é um dos mais importantes na EAD, porque dele depende o sucesso ou não do curso
uma vez que o aluno não tem o hábito cultural de se sentir sozinho, pois no modelo de nossa educação sem-
pre existiu um responsável em ensinar. Mesmo havendo uma proposta metodológica por mediação, mode-
ração, colaboração ou transmissão teórica do conhecimento, o aluno precisa de estímulos constantes para
continuar seus estudos, e na EAD, modelo inovador de autoestudo, autonomia, flexibilidade de horários de
estudos, não é diferente, os alunos pedem atenção.

O grande equívoco é que o papel do tutor, que na prática, muitas vezes atua e interage bem mais do que o
professor da disciplina, infelizmente, é desvalorizado financeira e profissionalmente. Várias pesquisas abor-
dam sobre a importância de uma boa motivação para sucesso do curso e é o tutor a distância quem precisa
deste reconhecimento profissional, merecendo uma melhor remuneração para sentir-se sempre motivado
e engajado junto aos estudantes, propiciando a discussão e a problematização com objetivo de fomentar a
transformação da realidade social, assim como tem a função de manter alto número de retenção e aprova-
SAIBA MAIS
ção dos alunos. O feedback contínuo dos estudantes no ambiente da EAD, mantém tutor e aluno motivados.
Poder transformar histórias rompendo a barreira do tempo e distância é uma das grandes motivações que
Desafios da Educação levam tutores para um trabalho desafiador e que traga um grande retorno
EAD: como pequenas IES podem se diferenciar
dos grandes grupos

Leitura Recomendada
ARGUIS, R.; VIDAL, V. Tutoria: com a palavra, o aluno. Porto Alegre:
Penso, 2004. 150p. (Coleção inovação pedagógica; v. 6).
Lana Paula Crivelaro
http://lattes.cnpq.br/4462098307174160
DIA 48

Como vocês enxergam o futuro da educação?


Continuaremos a manter EAD versus presencial? Quais os dispositivos que serão mais utilizados?
Quais os recursos/conteúdos que vão se destacar? Quais as novas tecnologias que poderão (pre)do-
minar? Como acreditam que serão as universidades desse “futuro” (que não deve ser tão distante)?

No nível macro, há um consenso de que o ensino presencial não será mais o mesmo. Al-
terações profundas nas salas de aula físicas apontam para o crescimento e a consolidação
do ensino híbrido, com o papel da EAD 100% claramente voltado à superação de barreiras
geográficas. Essa perspectiva viabiliza uma educação globalizada, de alcance mundial,
bem como o rompimento dos muros que mantêm o domínio e a chancela do saber dentro
da escola e da universidade. Novos players poderão congregar ou não ações de formação
e de certificação de conhecimentos e competências desenvolvidos ao longo da vida.

No nível micro, a sala de aula invertida se mostra uma opção híbrida bastante aceitável,
em que o espaço e o tempo presencial serão ocupados com atividades práticas, interação
social e avaliação. Plataformas digitais gamificadas, móveis e adaptativas oferecerão uma
experiência aprimorada de aprendizagem, com materiais didáticos e recursos abertos
produzidos na forma de microconteúdos, vídeos e podcasts. As atividades de aprendiza-
gem serão ricas em simulações, experimentações em laboratórios remotos, cenários prá-
ticos e reflexivos, robótica, impressão 3D, holografia, transcrição interativa, programas
de reconhecimento vocal e gestual, e Internet das Coisas. A personalização será assegura-
da por meio da análise de dados e da inteligência artificial, desde a seleção dos alunos até
sua avaliação, com currículo adaptável às necessidades individuais e sociais.
Esse cenário tem o aluno como protagonista na busca pelo desenvolvimento do pensamento críti-
co, da criatividade e da inovação. Metodologias ativas como a solução de problemas e o desenvol-
vimento de projetos possibilitarão uma visão mais holística do processo educacional, integrando
as dimensões cognitiva, afetiva, social, emocional, física, artística, cultural e espiritual.

Destaca-se a necessidade de qualificação dos profissionais de educação para subordinar os desen-


volvimentos tecnológicos à dimensão pedagógica e para equilibrar o aspecto demasiado mer-
cantil e de comoditização da educação. Propõe-se assim, no nível político e em articulação com
o mercado, um amplo projeto nacional de construção – mais do que de previsão – de um futuro
acessível a todos.

Andrea Filatro
http://lattes.cnpq.br/3218172587720249

SAIBA MAIS

Desafios da Educação
Phill Miller, da Blackboard, e os quatro princípios da educação
do futuro

Leitura Recomendada
HORN, M. B.; STAKER, H. Blended: usando a inovação disruptiva
para aprimorar a educação. Porto Alegre: Penso, 2015.
DIA 49

Quais são suas principais crenças, reais


motivações, inspirações e propósitos para
(continuar a) atuar na EAD?

A educação pode transformar vidas e quem decide atuar na área, tem um papel muito nobre dentro da
sociedade. A EAD, por muito tempo esteve à margem dos processos educacionais, e muitos profissionais
desistiram de atuar por conta do preconceito e do “estranhamento” que ela provocava. Apesar de agora ela
ter conquistado um espaço considerável no mercado, nas IES e no conhecimento das pessoas, ainda enfren-
tamos muitos desafios, quais as motivações que nos impulsiona a permanecermos na área?

As inspirações e motivações giram em torno de que a EAD é uma alternativa educacional, que permite o
acesso àqueles que estão distantes geograficamente da educação. Francisca Monteiro afirma que, mes-
mo na falta de faculdade e universidades físicas, é possível estudar e seguir nos estudos e na profissão
escolhida pelo indivíduo. E o uso das tecnologias só potencializa esta modalidade. Não há tempo e nem
espaço, apenas possibilidades.

Luis Paulo Soares Munhoz afirma que quem busca esta modalidade, em sua maioria, são jovens que
buscam desenvolver habilidades e competências através da autonomia e do uso das tecnologias. Segundo
Flávio Belchior, a EAD cria nos alunos um perfil automotivado, independente e organizado, qualidades
úteis para a vida profissional e pessoal. Já Leda Rodrigues diz que a EAD é a democratização da educa-
ção, além de desenvolver diversas habilidades, como disciplina, gestão de aprendizagem, facilidade com
AVAs, entre outros.

Conforme Mara Eneida Pregardier, “quando nos apropriamos das novas tecnologias, ferramentas intera-
tivas e plataformas amigáveis, profissionais competentes e conteúdos relevantes, podemos desenvolver
cursos edificantes”. Sendo presencial ou a distância, acredita-se que a educação é capaz de mudar vidas
e transformar o mundo em um lugar melhor. É possível, através da educação, tornar as pessoas mais
produtivas profissionalmente e mais felizes.
A motivação de Jonas Periarde de Araujo Raimundo é “poder promover novas experiências nos alunos
mediante a aprendizagem EAD, até mesmo em aspectos pessoais do desenvolvimento humano, pois as
responsabilidades se afloram e vejo pessoas sendo transformadas, amadurecendo por causa desta experi-
ência”. Como dito por Zelito Sampaio: “a educação é para transformar vidas e não conservar a vida como
ela é” e por isso acredita que ao ser aceita como parte do processo de aprendizagem, do desenvolvimento
socioemocional e em conexão com a sociedade, integralidade do sujeito, valorização do professor, do
aluno e da aprendizagem, a EAD terá ainda mais importância.

Dentre os desafios a valorização do docente e tutor carece de legislação que considere as atividades com
justa remuneração e carga horária adequada, assim como a proporção de alunos por professor-tutor ade-
quada para garantir a qualidade educacional.

Evellyn Ládya Franco Pontes


http://lattes.cnpq.br/7589864878308818

SAIBA MAIS

Desafios da Educação
Quais são os desafios de um gestor de programas EAD?
DIA 50

O que lhes motivou a participar da


construção colaborativa deste projeto e
permanecer ativo até o final?
Chegamos ao final! Como todo MOOC, sabemos que, apesar do número grande de inscritos, o percentual de participantes é baixo
e, daqueles que concluem, menor ainda! Com este projeto não foi diferente (na primeira versão e agora). Mas contamos com
excelentes participantes, que estiveram conosco o tempo todo, então queremos saber: O que lhes motivou a participar ativamente
durante todo o período de construção colaborativa deste projeto e permanecer ativo até o final? Ah! Agradecemos imensamente
sua participação! Para aqueles que ainda não deixaram seus depoimentos, convidamos a registrá-lo agora!

Luis Paulo A principal motivação foi querer saber qual seria a próxima questão a ser debatida. Todas
foram de uma riqueza e visão da realidade e de um futuro para a EAD. Me senti como se estivesse lendo o
livro 1001 noites, pois todos os dias tinha a expectativa de uma nova discussão! E os debates e experiên-
cias traçados foram muito ricos. Usarei muitas das questões nas discussões das minhas aulas na pós-gra-
duação. Parabéns a todos os participantes e a nossa coordenadora Fernanda Furuno – espero me ver no
livro resultante desse belo trabalho! Adorei essa experiência e aguardo a 3ª edição desse processo projeto!

Renata Sbrogio Olá, Fernanda e colegas! Foi um prazer imenso participar. Minha motivação maior foi
aprender mesmo. Eu já amanhecia curiosa para o tema do dia e consegui me organizar relativamente bem
para responder e não perder nada... fiz meu próprio checklist e deu certo. Creio que foi importante para
mim perceber que meus estudos e opiniões sobre a EAD estão bem próximos da realidade dos demais
colegas, e isso foi bom para reforçar que estou no caminho certo. Novamente, agradeço a oportunidade e
a partilha/convivência de aprendizagem com todos os participantes!
Débora Luana
Gostei muito de ler sobre as experiências dos participantes, me senti um “peixinho” (rsrs) perto de tantos
depoimentos maravilhosos. Parabéns pelo projeto, e aguardo a discussão de outros temas!

Leda Rodrigues
Atuo com implantação de processos gerenciais, pedagógicos e acadêmicos para EAD, sou há mais de 15
anos gerente projetos em EAD em redes de Educação Estadual e professora em pós-graduação a distância,
ou seja, respiro e amooooo EAD. Por isso sempre busco formação na área. Acredito que EAD é o futuro e já
sinto nos projetos e editais dos governos o aumento significativo dessa modalidade.

Carla Patricia
Minha maior motivação foi exatamente por serem temas relacionados ao meu interesse, mas, de alguma
forma, também a minha necessidade de revisão de conceitos e de capacitação em função de atuar na área
tecnologias e educação há 18 anos.

Luciano Gamez
O que me motivou a participar deste projeto foi a possibilidade de refletir sobre a prática. Isso é muito
importante e fundamentalmente necessário. Nos últimos 22 anos, tenho me dedicado à EAD profissional-
mente. Ao longo dessas duas décadas, acumulei várias experiências que me permitiram falar facilmente
sobre os temas propostos, com alguma propriedade. Não foi fácil me manter assíduo, confesso que tive
que fazer um certo esforço, mas felizmente não me perdi pelo caminho. Assim, entendo que persistência
é a palavra que melhor define o que senti, e imagino que é isso que sentem os nossos alunos a distância. Já
comecei vários MOOCs, sempre acho difícil chegar ao fim de algum, apesar de não considerar essa experi-
ência um MOOC. O sentimento também é de satisfação por ter conseguido encontrar tempo para responder
às provocações. Mas há também um sentimento de desperdício de oportunidade por não ter conseguido ler
todas as interações dos colegas, o que, sem dúvida, faria grande diferença na dinâmica deste debate. Perce-
bo que com os demais não foi diferente, vinham aqui “cumprir a tarefa”, postando suas opiniões sem usar
o recurso de uma discussão, que é o que de fato teria sido mais interessante. Também acho que um projeto
como esse não pode ser uma iniciativa de uma pessoa sozinha, sem grandes apoios institucionais, pois
ela sozinha não dá conta. Faltou mediação pedagógica, a tal costura necessária, e isso se refletiu na forma
como cada um também participou de forma mais isolada.
Apesar disso, entretanto, quero dar parabéns à iniciativa. Principalmente a você, Fernanda Furuno, por
criar espaços de diálogo, entendendo que isso é fundamental, sobretudo nos dias de hoje, em que muita
gente se furta ao diálogo, fugindo dele como o diabo foge da cruz, ou o vampiro do dente de alho. Obrigado
pela oportunidade de transformar meu conhecimento tácito em conhecimento explícito. Agradeço a todos
pelas contribuições, que também me permitiram rever posicionamentos. Um abraço carinhoso a essa
comunidade da qual me orgulho pertencer.
Eduardo Schorn Dalcin
Além de ter a motivação de participar de um tema de tamanha relevância, a EAD representa a evolução da
educação, potencializada por todos os recursos digitais atualmente. Como trabalho com EAD desde 2012,
e ela me acompanhou em estudos e projetos ligados a meu desenvolvimento profissional (especialização,
mestrado e doutorado), interessou-me o debate e a riqueza das ideias expostas neste seminário on-line.
Vivencio a EAD como uma possibilidade forte de inclusão e de permitir a qualificação profissional de
milhares de pessoas que se encontram impossibilitadas de frequentar os grandes centros educacionais do
País, seja pela distância, seja pela falta de tempo. Parabéns aos organizadores... obrigado, colegas, pela
pluralidade e relevância dos depoimentos!

Gustavo Rocha
Minha maior motivação foi a de poder debater acerca de temas que amo e aprecio tanto. Falar de EAD e
ensino é falar de minha vida! Sou graduado em três universidades e especialista em 2 pós-graduações,
todas a distância, e acredito plenamente no potencial da modalidade. Atualmente, curso Mestrado na área
de Letras pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e pretendo manter minhas pesquisas na área.
Participar deste projeto colaborativo foi uma honra. Obrigado pela oportunidade.

Mara Eneida Pregardier A construção colaborativa em EAD é um dos motivos que me fez participar. A
EAD aproxima saberes e constrói por meio da colaboração, interação, competência e respeito. Muito me é
prazeroso atuar como professora/tutora, bem como aluna/educanda. Neste MOOC “A educação a distância
no contexto atual: 50 temas e 50 dias on-line”, minha participação ativa até o final corre também pela con-
fiança e empatia com a docente/tutora/mediadora/facilitadora Fernanda Furuno, que conduziu de forma
exemplar, técnica e motivadora, demonstrando competência, carinho e respeito. Fomentou a construção
colaborativa, proporcionou um ambiente de crescimento e fomentou a ampliação de conhecimento por
meio de novos conceitos, metodologias, TICs, ferramentas modernas, valorizando ainda mais a EAD. Acre-
ditamos nas novas tecnologias e nos profissionais formados por cursos em EAD, pois nos aprimoramos
cada vez mais, porque temos uma EAD que acompanha a evolução e a necessidade da sociedade. Sou grata
pelos ensinamentos. Gratidão pela oportunidade.

Glória Freitas
Senti que era uma oportunidade para aprender! Foi uma oportunidade rica! Fiquei contente por ler tantas
e boas opiniões! Foi possível refletir sobre as minhas práticas em EAD! Muito importante esta iniciativa e
superenriquecedora!
Jose L. Esteves
Participação colaborativa: acredito que a satisfação foi por participar, somar e poder contribuir com algo
que se relaciona diretamente com o propósito desta realização! Estamos – sem dúvida alguma – vivencian-
do um momentum mais vibrante na educação do que sonhava a nossa vã filosofia (parodiando o célebre
William...). Totalmente! Mas é oportuno mencionar que, com a importância escalada por essa moderni-
dade, pela modalidade EAD e tudo o que é referenciado neste projeto, também aumenta nossa responsa-
bilidade. Exponencialmente, eu penso – tal e qual queremos fazer crer que será a transformação vivida
por alunxs e professores :-). A jornada 50 temas e 50 dias on-line tem uma referência única, de despertar a
atenção e o aprofundamento sobre uma caminhada mental e comportamental ao longo desse corpo vivo e
pulsante, que é a prática do educare. Paradoxalmente, os impactos se dão de forma diferente quando apon-
tamos o sistema privado e o público da educação no Brasil. Temos igualmente uma responsabilidade por
desenvolver metodologias, práticas e modelagens pedagógicas que refletem a modernidade e fazer com que
elas possam se refletir mais no âmbito público. O ensino público é o majoritário no Brasil. O reflexo propo-
sitivo de algumas dessas mudanças tem de alcançar a matrix de alunxs que fazem parte de suas estruturas.
Assim, creio que uma grande contribuição será a disseminação das ricas e proveitosas discussões, pontos
de vista, colocações, insights – ou seja, de tudo aquilo que foi possível aportar em termos de conteúdo ao
longo de nossa jornada. Contem comigo para isso! Obrigado, obrigado e obrigado por ter tido o privilégio
de fazer parte do grupo. Saudações fraternas a todxs!

Marcos Galini
Discutir os caminhos da educação na modalidade EAD de forma colaborativa foi a minha maior motiva-
ção em participar ativamente deste projeto. Gosto de refletir sobre os caminhos da educação, e escutar (e
aprender) o que outros profissionais têm a dizer foi muito gratificante. O desafio de participar deste projeto
foi o tempo, muitas vezes corrido, com diversas demandas, mas busquei sempre um momento para colocar
em dia as discussões. Pensar em temas tão amplos como os que foram debatidos aqui foi prazeroso. Para-
béns a todos! Sucesso!

Francisca Monteiro
Minha maior motivação para continuar foi a identificação que tenho com a EAD. Acredito muito na moda-
lidade e sei que ela é responsável pela grande inclusão e democratização do ensino superior no nosso País.
O que me motivou a participar até o final foi principalmente as doses diárias de informações que não foram
cansativas, também acompanhar a participação dos colegas interagindo com suas vivências e opiniões.
Obrigada por tudo e a todos. Aprendi muito.
Ivanildo Lopes
Corroboro o que Jose L. Esteves, Marcos Galini e Francisca Monteiro colocaram. E deixo também as pala-
vras de Gonzaguinha que em parte explicam o motivo pelo qual tentei ficar até o final:
“E a pergunta roda
E a cabeça agita
Fico com a pureza da resposta das crianças
É a vida, é bonita e é bonita
Viver e não ter a vergonha de ser feliz
Cantar... (E cantar e cantar...) A beleza de ser um eterno aprendiz”

Kacilene Amaral
No meu caso, assumo que não participei ativamente desde o início das postagens, das provocações. Apesar
de me identificar muito com o tema e também possuir uma vivência com EAD – e, mais ainda, ter gosta-
do das provocações enviadas pela Fernanda, muitos fatos corroboraram para eu não ser ativa no canal:
primeiro, as dificuldades de acesso à internet; depois, em muitos momentos que consegui o acesso, entrei
no canal do evento, além das provocações que li para estimular a discussão, eu percebi que havia apenas
respostas dos participantes. Ou seja, não consegui me motivar diante das dificuldades de tempo/acesso,
entre outros, para fazer o mesmo que os demais – responder as provocações enviadas pela Fernanda. Eu
senti que faltou mais interação, para que pudesse chegar a uma verdadeira discussão do tema... Lógico que,
para mim que me identifico com o tema, ler os colegas é bom, mesmo porque a curiosidade é aguçada!!!
Mas não foi suficiente para me levar a enviar mensagens desde o início.
A iniciativa é muito boa, mas, futuramente, será melhor se houver mais discussão desde o início, talvez
alguns participantes ausentes também se manifestando, ou seja, irmos além de ler as mensagens provoca-
tivas e as mensagens dos demais participantes.
Muito obrigada pela oportunidade, mesmo que não tenha sido tão proativa neste projeto, ele foi bastante
produtivo!

Aryadynna Santos Feitosa


Minha maior motivação para continuar foi o aprendizado, a troca de experiências! Aprendi bastante, todos
os dias ficava ansiosa pelo próximo tema, lia todos os comentários, tendo sido uma aprendizagem muito rica.
Quero participar de todas as versões daqui para frente – muito obrigada por todo aprendizado! Gratidão.
Francisco Romildo da Silva
Escrever a última postagem tem um ar de lamento e ao mesmo tempo surpreende pelo tema ou não tema,
porque, esperando curiosamente pela divulgação do assunto final a escrever, a autora nos surpreende com
a recomendação de dissertar sobre o que pensamos da modalidade MOOC: para escrever sobre esse tema, já
é possível encontrar farto e excelente material para compor o estado da arte; entretanto, verifica-se que não
há consenso quanto ao padrão, mesmo na literatura internacional (Friedman, 2012). Estudos sobre MOOC
têm recebido grande atenção nos centros de pesquisa e sendo aceito com exaltação (Caplan, 2013); ao mes-
mo tempo, muitos são céticos em relação aos valores por trás dos MOOCs e suas possíveis consequências
prejudiciais (Kolowich, 2013) – por exemplo, a qualidade final do aprendizado on-line neste formato e se
ele merece credenciamento (Snyder, 2012). Talvez seja mais correto dizer que não existe um objetivo geral
unificado para os MOOCs. No Brasil, encontramos mais fortemente experiências com o MOOC na moda-
lidade híbrida, ou seja, o ensino EAD ofertado concomitante ao presencial de forma complementar. Há
também muitos outros exemplos da EAD na forma híbrida, mas para componente curricular específica, o
que é diferente do híbrido como complemento mais próximo do flipped classroom ou sala de aula inverti-
da, em que o estudante vê o assunto/tema na plataforma e chega à sala de aula presencial para discussão de
exercícios. Podemos perceber, neste curto texto, como há enorme espaço de aplicabilidade para a moda-
lidade EAD e, ao lado disso tudo, a necessidade de estudos sob o ponto de vista da cultura e antropologia,
pois surgem no contexto muitos elementos que só neste campo será possível encontrar âncoras teóricas.
Observa-se no contexto brasileiro, por exemplo, a questão a supremacia do elemento nota/rendimento em
relação à aprendizagem. Tal fato parece vir do berço, quando os pais, desde a mais tenra idade, exigem das
crianças a nota máxima e nem questionam a aprendizagem. Nas escolas regulares do ensino fundamental
e médio, muitos professores evitam a nota máxima nos primeiros exercícios, sob pena de esvaziamento no
final causado pelo efeito nocivo do “já estou passado, tenho dois 10s”. Indivíduos com esse perfil, ao chega-
rem no ambiente metodológico que move o MOOC, não encontram o elemento de pressão para os estudos,
que no caso seria a nota. Eis um dos fatores do abandono dos cursos no formato MOOC. Finalmente, quero
dizer que sinto uma certa falta de espaço de dialogicidade sobre o tema, e esse foi um dos motivos para
estar escrevendo o tema 50, tendo cumprido até aqui, não o mínimo exigido de 75%, mas TODOS os temas
com muito aplicabilidade e carinho. O carinho vem um pouco como retribuição à excelente iniciativa que
Fernanda Furuno conduziu, movida por grande habilidade metodológica, que no meio do caminho ofe-
receu motivação e condições para o retorno daqueles que, por algum motivo, deixaram de produzir sobre
esse ou aquele tema. Parabéns. Muito obrigado. Um forte abraço a tod@s direto do Sertão de Pernambuco!
Thereza Cristina Guerra
Minha motivação é a certeza de que o futuro em EAD será, cada vez mais, intenso e cheio de novidades
(não só tecnológicas) sobre aprendizagem e formas de interação aluno-professor. A aula presencial será
sempre bem-vinda, mas complementando a EAD. Essa modalidade ainda precisa “crescer” e encontrar seu
espaço. Minha motivação para responder a 50 temas é minha vontade de aprender e ensinar sobre esse
novo universo. É minha vontade de encontrar pessoas com experiências tão diversificadas e interessantes.
É uma oportunidade ímpar de “trocar figurinhas” com os colegas. Obrigada a todos e que em breve nos
encontremos novamente. Sucesso!

Carlos Arcanjo Arcanjo


A motivação foi podermos apresentar nossas experiências, dúvidas, sugestões e percepções dos próximos
passos. Desejo que possamos contribuir com a educação do nosso País, pois esse é o papel do professor e
da educação: compartilhar conhecimento. Parabéns pela iniciativa de promover este debate tão importante
para o nosso fazer!

Edson Diniz
Gostei da forma como o curso foi desenvolvido e da possibilidade de interagir com pessoas de diferentes
segmentos da EAD, alguns sendo inclusive meus professores. Muitas vezes presenciei e participei de deba-
tes polêmicos e saí enriquecido de todos eles. Sou grato pela oportunidade de participar de uma iniciativa
tão interessante, inovadora e que me fez pensar e repensar sobre as minhas práticas na educação.

Aline Albuquerque
Primeiro quero deixar registrados os seguintes pontos:

• Quando boa parte das postagens aconteceu, eu estava viajando de férias, por isso, não postei na sema-
na que alguns temas estavam abertos.
• Foi dado um prazo para postar durante o Carnaval, o que para mim também não foi viável, pois eu
amo Carnaval e me planejei há bastante tempo para curtir vários dias de folia na Sapucaí.
• Felizmente, foi dado um novo prazo, e eu fiz questão de responder todos os tópicos (e a leitura de todas
as postagens ainda é um objetivo a ser atingido por mim), pois (esses foram os meus fatores motiva-
dores):
• Acredito na EAD.
• Pesquiso sobre aprendizagem mediada por tecnologias no Doutorado.
• Creio que não podemos deixar passar oportunidades que permitem aos profissionais de EAD rela-
tarem os aspectos negativos e positivos da modalidade.
• A EAD precisa de publicações que mostrem o valor da modalidade, mas ficando claro também que
nem tudo são rosas.
Não posso deixar de parabenizar pela iniciativa! Achei as perguntas muito bem elaboradas, e a forma de
condução do fórum, muito inteligente!
Que nossas postagens tragam bons frutos para a EAD!

Arthur Santos
Trabalho com EAD há pouco tempo e estou aprendendo a cada dia. Comprovei neste fórum o que imagina-
va: participar deste ambiente foi enriquecedor! Debater com pessoas altamente qualificadas é importante
e prazeroso. Aprender em colaboração com profissionais competentes tem sido ótimo. Aguardo novos
projetos como este!

Ana Paula Oliveira


Agradeço a oportunidade de participar deste projeto. Foi a minha primeira participação em um projeto
de cunho educacional voltado ao público EAD. Os questionamentos diários fizeram com que eu tivesse a
oportunidade de me posicionar, mas também de ver o posicionamento de meus colegas de projeto. Foi uma
experiência incrível! Aguardo por outra oportunidade!

Leonardo Rivetti
Estive motivado a participar deste projeto por se tratar de uma grande oportunidade de aprofundar meus
conhecimentos, pela troca de ideias e reflexões sobre diferentes temas dentro do universo da EAD. Além
disso, motivou-me por considerar importante me envolver e colaborar com iniciativas que ajudam a sis-
tematizar experiências e discussões no contexto da educação e suas transformações, em especial sobre a
modalidade da EAD.
Aproveito o momento para agradecer a oportunidade de participar e a todo o esforço da equipe organiza-
dora do projeto. Agradeço ainda a todos os colegas que se dedicaram e participaram deste espaço de intera-
ção, informação, debates e construção de conhecimentos. Muito obrigado e um grande abraço a tod@s!

Jacqueline de Oliveira Lameza


A maior motivação sempre foi o aprendizado! Aprender e compartilhar! Nem pensar em ficar de fora desta
oportunidade única de aprender com representantes de todas as esferas da EAD. Amei!

Flávio Belchior
A motivação estava na qualidade das perguntas, que realmente nos fizeram repensar o modelo e analisar
criticamente sua evolução no Brasil.
Valdir Lamim Guedes
Olá, pessoal! Tentei participar, mas não foi como eu gostaria. Estou na fase final da tese, fiz uma disciplina
de pós, escrevi artigos neste período e continuei com as minhas atividades docentes. Ainda assim, talvez
mais do que participar dos fóruns, eu ficava pensando nas questões, o que para mim foi muito relevante.
Por exemplo, a frequência na EAD é um assunto que temos abordado nas nossas reuniões de coordenado-
res de curso, ou seja, é algo que faz parte do meu dia a dia... Abraços.

Zelito Sampaio
Olá a todos e a todas. Assim como na 1ª edição, gostei muito de participar. Acho que é uma forma inte-
ressante de trocarmos ideias, posições, críticas, sugestões, valores sobre educação como um todo e EAD
especificamente, como um processo de construção de conhecimento, checando e questionando o que
pensamos. Confesso que gostaria de ter tido mais tempo para comentar as colocações dos colegas, ou pelo
menos colocar um 👍 ou 👏. Mesmo assim, consegui ver muitos comentários que me estimularam a respon-
der, diretamente ou na minha própria resposta. Acredito que poderíamos aprofundar mais os temas se
pudéssemos continuar as conversas com os colegas, conseguindo maior envolvimento, e profundidade.
Não sei o que aconteceu em relação às desistências, mas, como professor de marketing, acho importante
conhecer o feedback dos colegas. Uma pesquisa mais profunda com os desistentes deixaria mais claras as
nossas limitações.
Também é interessante esse processo de responder rápido sem muita elaboração acadêmica, sem despre-
zar nossos coleg@s que estão pesquisando o assunto e que trouxeram informações bem relevantes.
Minha maior motivação foi participar de um documento que considero histórico, tanto esta edição como
a anterior, que capta um momento do desenvolvimento da tecnologia, da educação, da sociedade, do
emprego do aluno futuro e do professor presente, de valores, de habilidades, do ser humano que queremos,
enfim, enxergando um pano de fundo, um ambiente que está se modificando constante e organicamente,
entendendo melhor o todo e suas partes.
Valeu, parabéns para todos nós e à Fernanda em especial, que abraçou este projeto com tanta dedicação e
motivação. Um grande abraço a todos, e até mais, nos “bares da vida”.

Jonas Periarde de Araujo Raimundo


O diferencial de aprendizagem a partir da discussão de temáticas em uma frequência tão intensa como 50
temas em 50 dias foi o que mais me chamou a atenção. Amo estudar e pensar a EAD, e nesse caso vi como
uma oportunidade significativa para mim. Pude ver o quanto é valiosa a aprendizagem através do fórum, o
quanto é sempre forte a experiência de autonomia e responsabilização.
Ricardo Ribeiro Paraíba
Pessoalmente, foi uma oportunidade bem significativa, pois já vinha buscando aprender cada vez mais
sobre EAD, e certamente não existiria lugar melhor do aqui! Sei que este espaço é para o compartilhamento
de ideias e experiências, mas o bom de ensinar é que aprendemos muito no processo, e o que me motivou
chegar até o final foi essa incrível oportunidade de aprender com os mais variados tipos de profissionais,
discutindo temas significativos e relevantes para EAD.
Agradeço muito a oportunidade, tive vários problemas pessoais durante o desenrolar do projeto, mas me
esforcei o máximo para contribuir. Obrigado a todos!

Maria Bethânia Batista


Olá, Fernanda e colegas! A experiência singular, de ter sido convidada por você, Fernanda, para ser parece-
rista das questões junto com os colegas Jacqueline Lameza, Renata Costa, Mônica Campos Santos Mendes,
Carolina Abdalla, Pavlos Dias, Ernandes Rodrigues, Ines Aparecida Ferreira, Sara Luize Duarte e Marcos
Ota foi muito enriquecedora. Obrigada!!!
Participar do livro colaborativo fez sentir-me novamente como aluna, em um processo de troca de conheci-
mentos e reflexões, que só numa abordagem colaborativa, como preconizamos na EAD, pode ser atingida.
A oportunidade de interagir com tantos profissionais engajados e dispostos a compartilhar seus conhe-
cimentos, experiências e atitudes em relação a EAD também me deixa feliz. Feliz porque sabemos que a
EAD é o futuro da educação! Quanto mais discutirmos, analisarmos e explorarmos os vários temas que
envolvem a EAD, tais discussões serão ampliadas a fim de que essa educação seja realmente de qualidade e
aplicada da forma que leve à construção do conhecimento dos discentes.
Acredito que um dos pilares de uma sociedade justa e com qualidade de vida para todos se faz através da
educação. Portanto, termos profissionais engajados e comprometidos (contribuindo com suas competên-
cias) para que muitos outros possam conhecer sobre a EAD é excepcional. Tal fato me estimula e me deixa
esperançosa em um País onde o fruto de uma educação de qualidade ainda precisa ser colhido. Abraços,

Jefferson Cardoso
Além da vontade de estar sempre buscando conhecimento sobre a modalidade, e de ampliar meu horizonte
de expectativas sobre o assunto, tive a sorte de encontrar alguns participantes totalmente comprometidos
em fomentar, sempre com muita qualidade, todas as discussões propostas. Feliz de ter me inscrito e ter
encontrado essa turma aqui! =)
Rita Borges
Bem, o que me motivou a participar deste projeto, tanto na 1ª versão quanto nesta, é a possibilidade de
conhecer e interagir com pessoas que pensam e trabalham com a modalidade de EAD em seus múltiplos
aspectos. Ademais, poder participar diariamente com temas tão relevantes e que nos fazem refletir sobre
as nossas práticas é muito positivo! As trocas foram excelentes, o que provocou uma interatividade entre
os participantes. Gostaria de agradecer aos colegas, à querida professora e instrutora Fernanda Furuno e a
toda equipe do Grupo A, pela oportunidade de participar desta rica experiência, na produção de discussões
para o livro Educação a distância no contexto Atual: 50 temas e 50 dias. Parabéns a todos!!!

Carlos André Pimentel Quintas


O que me motivou a participar durante todo o período do fórum foi a oportunidade de aprender mais. À
medida que fui me inteirando dos depoimentos e das experiências de cada colega que aqui fizeram suas
postagens, mais ainda me motivei, pois foram momentos de aprendizagem riquíssimos! Saio daqui dife-
rente de quando iniciei: mais consciente da importância de meu papel na EAD e feliz por estar ajudando a
mudar e a emancipar a vida de muitas pessoas pela EAD. Agradeço aos colegas do fórum e a toda equipe da
Blackboard por esta oportunidade única! Um abraço a todos e até breve!

Simone Gonzalez
Minha resposta começa com o que está na própria pergunta: construção colaborativa. Gosto demais de
processos colaborativos no que tange ao tão vasto universo da educação. Neste fórum, ao longo dos 50
temas, aprendi inúmeras coisas, tive acesso a muitos conceitos, pontos de vista, argumentações, posicio-
namentos, informações, publicações científicas, vídeos, gráficos etc. etc.
Foi muito bom poder (re)pensar, refletir e discutir com os colegas temas e questões tão prementes na EAD
e na educação como um todo. Sim, educação como um todo, porque os participantes transcenderam em
muitos momentos.
Outro ponto que me motivou bastante foi o bom humor inteligente, as sutilidades, a assertividade, os ele-
gantes e estilísticos/estilosos textos que compuseram essa colcha de retalhos sobre a qual há tanto agora o
que pensar, ponderar, reagir, responder, transformar.
Sem dúvida alguma, meus colegas de fórum foram motivadores e inspiradores nessa trajetória.
Além disso, tenho um profundo e infinito interesse pela educação e pelos sujeitos que dela participam e se
envolvem. A proposta deste fórum, na minha opinião, é por si só motivadora e instigante. Ademais, assu-
mo sério compromisso com as atividades que desempenho relacionadas a minha formação profissional e
pessoal. E, claro, a pertinência e abrangência também foram fatores importantes, bem como a organização
da plataforma e o acompanhamento da professora Fernanda.
Passou rápido. Puxa... Quanta coisa aconteceu na minha vida pessoal e profissional desde o Dia 1. Muitas
vezes encontrei neste espaço um território seguro e profícuo. Obrigada a todos e a todas. Foi sensacional!
Raquel Motta
Já que perguntou, não posso deixar de mencionar: Fernanda Furuno, você mobiliza pessoas! E me mobi-
lizou!! :) Além desse motivo, o fato de estar dialogando com pessoas extremamente atuantes na área é um
incentivo. Também por sentir que o caminho do debate é o que mais me instiga a permanecer ativa, dentro
do que gosto e dentro do que acredito ser o que nos manterá vivos em um mercado mutante e cheio de
desafios!
Foi muito bom estar aqui com todos vocês!! Obrigada pelas colocações, foram muito ricas para refletirmos
sobre nossa área de atuação!! Bjs.

Inês Aparecida Ferreira


A motivação principal é aprender, ampliar o conhecimento com outras pessoas que atuam na área. É como
uma reciclagem, percebo que não tinha pensado sobre este ou aquele aspecto, e então a curiosidade aguça e
vamos procurar mais, aprender mais – é um círculo vicioso. Os participantes foram uma motivação à parte,
riquíssimos posts e uma grande interação. Sou viciada em estudar e aprender!

Valeska Koch Moreira


Olá! Minha motivação esteve alicerçada na troca de conhecimentos, na oportunidade de abrir os horizontes
no que diz respeito ao cenário atual. A oportunidade de ter um prazo maior para participar no que diz res-
peito à publicação diária. A possibilidade de networking e o desafio de participar de 50 discussões. Abraços.

Izabella Saadi Cerutti


A maior motivação foi ter a oportunidade de dedicar um tempo para refletir e discutir sobre questões dire-
tamente relacionadas a minha área de pesquisa e trabalho. Alguns aspectos colaboraram para que eu não
desistisse:
1) A flexibilidade de alguns prazos para retomar temas que não foram respondidos.
2) A flexibilidade de responder ou não os posts dos colegas.
3) A relevância dos temas e a conexão com o momento atual da EAD.

Annelise Arellano Minha maior motivação foi poder discutir sobre temas ligados à EAD: nesses 50 dias,
pude conhecer o que diferentes pessoas pensam sobre ela e refletir sobre temas que ainda não havia pen-
sado. Foi riquíssimo poder participar do fórum e com certeza alguns pontos de vista foram modificados ao
longo das discussões.
Jonas Periarde de Araujo Raimundo
Foi demais! Realmente, pensar também a partir da experiência do outro foi algo muito legal neste projeto.
Acredito que a maneira de falarmos agora com os nossos alunos sobre as atividades em fórum será numa
outra perspectiva!

Gercimar Martins Cabral Costa


Seguir um padrão/rotina realmente pode não ser fácil, mas foi muito gratificante ter participado. Acredito
que, na minha atuação no EAD, este fórum veio a contribuir bastante, principalmente pelas colaborações dos
demais colegas, o que, sem dúvida, agregou muito.

Simone Guimarães Braz


Primeiramente, debater sobre EAD é algo necessário e torna-se motivador. Os temas levantados ao longo dos
dias contribuíram para o envolvimento da atividade, pois alguns não faziam parte de meu repertório, então
tive que aprender e refletir sobre eles.

Diego Fagundes
O que me motivou foi o tema macro trabalhado e suas nuances dia a dia, além da rica troca de experiências
que pude vivenciar.

Viviane Rosa
O que me motivou foi a chamada do fórum, o desafio lançado; em alguns momentos, os temas se repetiram,
e de fato o número de evasão foi alto, mas gostei da experiência. Minha maior motivação foi reservar alguns
momentos do meu dia para refletir sobre cada discussão, conhecer a perspectiva de outras pessoas e aprender
com cada experiência. (Sou bastante comprometida com tudo o que me proponho a fazer, não me sentiria
nada bem se não tivesse conseguido chegar até o fim!)
Estou supercuriosa para ver o resultado deste projeto, e mais uma vez deixo os meus parabéns a todos os
envolvidos. Gratidão por fazer parte disso!
Ody Marcos Churkin
Olá, pessoal. O que me trouxe ao fórum foi uma inquietação pessoal e a curiosidade, pois a abordagem e o
tema chamaram muito a atenção. Fui me envolvendo pelas chamadas, principalmente com a participação dos
colegas, fator que também contribuiu em muito para minha permanência na atividade. Conforme o questio-
namento feito, eu ficava muito ansioso para ver os depoimentos.
Passou muito rápido! Diz um dos mitos gregos que, quando estamos com quem gostamos, o tempo encolhe;
no entanto, quando estamos com pessoas que não nos envolvemos, o tempo estica. Eis que encurtou demais,
gente! Encurtou por causa da Roseli, do Edvaldo, do fantástico senso de humor do Bruno, que adora filmes
cult, de grandes épicos, da Daniela; ultimamente, com Marize, Wagner, Marineide, Daiani e o Sérgio, e tam-
bém a Bruna. Não esqueci de vocês, Andressa e Leydmar. Confesso que curti bastante, espero vê-los por aí.
Brigdooooooooooooooo.

Daniela Mignoni Foram


50 dias, 50 assuntos ricos, em que foi possível expormos nossas ideias através de um processo interativo.
Nossa colaboração foi 100% on-line em um AVA. Me senti motivada em participar todos os dias. Tive cuidado
ao responder todos os tópicos propostos, diariamente, para não criar um acúmulo de informações e não ficar
desmotivada ou até desistir. Acredito que responsabilidade é uma das características de quem participa de um
curso (gratuito ou pago) de EAD. O foco é aprendizagem, e aqui posso dizer que a troca de informações com
os demais colegas foi muito enriquecedora. Valeu muito a pena!

Daiani Damm Tonetto Riedner


Acredito que é uma motivação bem pessoal. Eu estava no evento em que foi lançado o projeto e fiquei bem
interessada na proposta, para conhecer o AVA, para trocar ideias e conhecimentos com os demais participan-
tes, para “ver no que ia dar”. Tudo que eu começo eu tenho por missão finalizar, e com esse projeto não seria
diferente.
Em alguns momentos, contudo, me vi desmotivada, pois ter que pensar e responder questionamentos todos
os dias não é uma tarefa fácil. Mas me ajudou a refletir sobre várias questões do meu trabalho, ajudou a me
colocar no lugar do aluno e a experimentar novas experiências de aprendizagem.
Edvaldo Biancarelli
Olá a todos e a todas! Sou curioso por natureza e não desisto facilmente de nada... Entrei aqui por curiosida-
de, e as primeiras postagens foram despretensiosas, devo confessar. Mas a interação dos colegas foi funda-
mental para provocar uma real motivação para escrever cada vez mais (discursos, como a Luciana disse uma
vez, rsrsrs). A todos, meu sincero agradecimento!
Conheci virtualmente várias pessoas e espero que possamos nos reencontrar “nos bares da vida” reais ou
virtuais, ou melhor, físicos ou on-line, pois todos são bem reais para mim. Reitero o agradecimento ao grupo
gestor do projeto pela oportunidade e espero não ter sido muito chato nas críticas, foram sempre no intuito de
aprimorarmos os próximos. Vida longa e próspera!

Wagner Ribeiro
O motivo que me levou à participação foi poder estar em contato com outras visões, pensamentos, pessoas,
poder contribuir e buscar atualizações, uma necessidade vital para os mundos presencial e virtual em que
vivemos. Agradeço a iniciativa e projeto do Grupo A e a oportunidade de poder participar deste acontecimen-
to. Paz e bem a todos!

Bruna Damiana Heinsfeld


Uma das motivações foi a curiosidade sobre quais questões e tópicos de debate seriam levados em considera-
ção por aqui. A temática da EAD, no nosso País e no mundo, é bastante ampla, mas com questões nevrálgicas
para debate. Também tive interesse em observar como seria a mediação e a dinâmica proposta para o debate,
sendo um debate sobre EAD em um formato a distância.

Bruno César
Sendo simples e direto: discutir, ler e expor ideias a respeito da EAD, em especial daqueles envolvidos no fazer
cotidiano de tal cenário educacional. Em tempos bicudos, ser lido, recebido e desenvolver a escuta e paciência
foram elementos primordiais para continuar aqui. E, como disse a Roseli, tivemos uma turma divertida (pa-
recia o exército de Brancaleone, quero ver ser o Ody já assistiu ao filme, rsrsrs!), discutindo, de verdade e sem
imposições cristalizadas os temas mais carrancudos. Afinal, o que vale é dar risada dos males diários.
Um abraço a todos, espero poder encontrá-los na ABED ou nos roadshows da vida presenciais ou virtuais.
Bjão!

Marineide Oliveira da Silva


Quando me escrevi no fórum, foi por curiosidade de que temas iriam ser abordados e se já eu tinha conhecimen-
to, pelo menos, mediano sobre a EAD. O fórum me proporcionou crescimento nesta área que gosto muito de
atuar. Agradeço a oportunidade de compartilhar momentos preciosos com colegas críticos e estudiosos da EAD.
Roseli Gimenes
Então, a última postagem. O porquê fiquei motivada a participar e ficar até o final:
ABED que já conhecemos de outros Carnavais, do JOVEAD, CIAED...
Saber o que falam os demais participantes.
Poder contribuir com algumas ideias.
Conhecer o pessoal motivou-me mais porque, apesar de pequeno, tivemos uma equipe participante, ativa,
bem-humorada e com muitas coisas interessantes.
Deixo aqui meus abraços a todos. Nos vemos pelos eventos EAD por aí, e no próximo por aqui!

Leydimar Souza da Silva


A motivação foi a construção de conhecimentos significativos. O projeto me fez refletir sobre questões que
não tinha pensado ainda na EAD. Por vezes, a mesma questão foi colocada de maneira diferenciada, o que
mostrou outros lados de uma mesma problemática. Só tenho a agradecer a oportunidade!

Andressa Ribeiro
Lamentei não estar disponível para participar mais ativamente deste projeto, mas o que vi e o que pensei já
valeu a pena!

Marize Lyra Silva Passos


A princípio, entrei no projeto por curiosidade, queria saber como iria funcionar, o que seria discutido e como
seria a dinâmica do projeto. Ao longo do processo, fui me envolvendo e criando vínculos com os colegas. Todo
dia esperava a hora da abertura de um novo tema e via o que havia sido postado nos dias anteriores. A cada
nova postagem, percebia novos pontos de vista de um tema já conhecido, mas que ficava mais interessante
com a visão dos colegas. Muitas convergentes, algumas divergentes, mas todas muito ricas. (Lembrando que
aprendemos muito mais com os diferentes, pois trazem um olhar que até então não tínhamos sobre os mais
diversos temas.) Só tenho a agradecer a todos esses mais de 50 dias que ficamos juntos e construímos uma
nova comunidade que, espero, consiga ser, pelo menos um pouco, mantida para além do projeto.
Sentirei saudades de vocês! Abs.

Sergio Hage Fialho


Minha motivação está diretamente ligada ao meu trabalho de pesquisa, focado nos impactos da difusão da
EAD nos processos educacionais. Esta é uma oportunidade importante, para minha pesquisa, de conhecer
uma diversidade de pensamentos sobre a EAD, vindo de pessoas que mantêm distintos graus de experiência e
conhecimento na área, e de submeter meu pensamento às críticas de considerações.
E as discussões vão continuar!
Sim! Você leu corretamente: vamos aceitar novas inscrições na FanPage do projeto no Facebook e,
mensalmente, um novo tema será lançado!

Para acessar, clique no botão abaixo, inscreva-se e tenha acesso à integra das discussões – você poderá
participar dos Dias 01 a 50 e dos próximos!

ENTRE NO GRUPO!

A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO CONTEXTO ATUAL :


50 TEMAS E 50 DIAS ONLINE

A ideia é manter ativa esta comunidade de troca!

Contamos com a sua participação!


Esperamos você por lá!

Fernanda Furuno

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