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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – DCSA


COLEGIADO DO CURSO DE DIREITO – CCD
DIREITO PREVIDENCIÁRIO – PROFESSOR MANOEL PESSOA

BRENO REBOUÇAS COSTA

ATIVIDADE AVALIATIVA - III UNIDADE


Texto opinativo sobre a Reforma Previdência
Por meio desse texto, venho pontuar algo fundamental: há déficit na
previdência. Parece-me absurdo que consigam convencer as pessoas que
não há. Como bem pontuou Claudia Safatle, colunista do jornal Valor
Econômico. O fato é que, sem reforma, a previdência engolirá o orçamento.
Segue…
Na luta pela aprovação da PEC 287, o governo compareceu fraco nos
primeiros rounds. Não está claro e evidente para a opinião pública que há
déficit e que o rombo é crescente. Se nada for feito, em 2026 a despesa com
o pagamento de benefícios ao setor privado (RGPS), ao funcionalismo
público (RPPS) e aos deficientes e idosos extremamente pobres (Loas)
consumirá 82% do gasto total, definhando, assim, todos os demais
programas do governo. Hoje a Previdência representa 55% do gasto total
(excetuados os juros, amortizações, refinanciamento das dívidas e
transferências a Estados e Municípios.)
Sem a reforma, em alguns anos “não haverá Estado” por absoluta falta de
dinheiro, alerta o secretário adjunto do Planejamento, Rodrigo Cota. Em
2031, todo o orçamento da União estaria destinado à Previdência Social.
Com a aprovação da PEC 287, a trajetória de aumento continuará, mas de
forma mais suave. Segundo os estudos oficiais, a despesa previdenciária
nesse caso passaria dos atuais 55% para 66% do total em 2026. Ou seja, a
reforma não equilibra o sistema previdenciário. Ela estabiliza o déficit. E esse
ponto é fundamental. Todo mundo endividado entende. Mais importante do
que pagar as dívidas é parar de fazer dívidas.
É com preocupação frente ao apelo do discurso de oposição à reforma que
o Executivo tenta agir. Contas são feitas e refeitas para provar que cálculos
alternativos, que apuram superávit na Previdência, são ilusórios e não ficam
em pé na primeira checagem metodológica.
O estudo da Anfip (Associação dos Auditores Fiscais), que circula nas redes
sociais, tem sido usado com frequência nos argumentos da oposição. A
contabilidade alternativa, porém, tem seu próprio método. Ela subestima a
despesa – não leva em conta, por exemplo, os gastos com a aposentadoria
do funcionalismo público que carrega um déficit de mais de R$ 77 bilhões. E
infla as receitas com recursos da DRU e com recursos do FAT, dentre outros,
como destaca relatório da Instituição Fiscal Independente. O fato é que a
Previdência tem déficit, como sustenta o governo, e é a despesa que mais
cresce no orçamento. Só o crescimento vegetativo já eleva esse gasto, na
média, em 3,8% ao ano.
Estudo feito pelo Ministério do Planejamento mostra que de 2011 a 2016 o
gasto com a previdência urbana aumentou 27,73% em valores reais. Era de
R$ 315,9 bilhões e passou para R$ 403,6 bilhões. As aposentadorias pagas
ao trabalhador rural saltaram de R$ 88,2 bilhões para R$ 113,3 bilhões em
igual período, com aumento real de 23,17%. O regime geral, que atende a
mais de 30 milhões de beneficiários, no ano passado registrou déficit de R$
149,7 bilhões. Os aposentados e pensionistas do setor público federal
representam cerca de 10% do gasto primário. Para esse um milhão de
servidores civis e militares o aumento entre 2011 e 2016 foi de 0,64% em
valores reais e o déficit, em 2016, chegou a R$ 77,2 bilhões. Os benefícios de
prestação continuada (como a Loas, lei orgânica de assistência social)
tiveram aumento de 37,6%, saindo de R$ 25,2 bilhões para R$ 49 bilhões.
Em síntese, os dados oficiais apontam que o RGPS e o RPPS abocanham
metade da despesa total anual. Acrescentando a Loas, que confere um
salário mínimo pessoas a deficientes e idosos muito pobres, e a área da
saúde chega-se ao conceito de seguridade social, que responde por 63% do
gasto total. Se forem adicionados o abono salarial, seguro desemprego e
assistência social (inclusive Bolsa Família), o percentual do orçamento
comprometido com gastos sociais é de 70%. É de 5% a parcela de livre
administração do orçamento pelo governo.
Não há dúvida sobre o caráter deficitário da previdência e da seguridade
social. Mas há muitos questionamentos sobre a equidade de tratamento da
PEC 287 entre os trabalhadores do setor privado e do setor público,
sobretudo dos militares que ficaram fora do alcance da proposta. O governo
assegura, porém, que os militares também passarão por uma reforma já em
negociação.
No Congresso, as resistências parecem claras. O governo terá dificuldades
para convencer os parlamentares a aprovar as duras regras de transição, a
idade mínima para o trabalhador rural e o aumento da idade dos muito
pobres para recebimento do benefício de prestação continuada.
Portanto, ou Reforma da Previdência, ou nada! E há sim movimentos e
partidos políticos que sabem disso e que mesmo sabendo da importância da
reforma previdenciária fazem disso um cavalo de batalha pra brigar
politicamente. O grande derrotado dessa disputa seria o Brasil e não o
governo atual. Antes de ser usado por massa de manobra por alguém,
aquele que está preocupado com a própria previdência deveria entender
que sem mudanças ele de fato pode sequer recebê-la. Aliás, o Brasil pode
simplesmente falir. Não é previsão catastrófica. É simples matemática.

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