Mariana Marques Pinheiro Michelle Dias Alves Rafael Fonseca Ferreira
Resumo
Educação a distância é uma modalidade de educação mediada por tecnologias e
ocorre de forma em que alunos e professores ficam em espaços separados. O avanço tecnológico permite que esse processo ocorra mais frequentemente e o uso da internet facilita consideravelmente a troca de informações entre alunos e professores. A partir de uma revisão na literatura, este trabalho visa esclarecer sobre a educação a distância, confrontando-a com o curso presencial. Apesar do enfraquecimento das relações interpessoais, é evidente que as facilidades que esse recurso proporciona são capazes de tornar ainda maior a procura por um curso superior. A praticidade do ensino e a comodidade motivam a procura pela educação a distância, promovendo uma maior disseminação do conhecimento. Apesar disso, a técnica ainda apresenta falhas que devem ser melhoradas de forma a garantir que esse tipo de ensino tenha a mesma credibilidade de um curso presencial.
Palavras-chave: educação à distância, praticidade, credibilidade.
“Educação a distância (EaD) é o processo de ensino-aprendizagem, mediado por
tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente”, segundo José Manuel Moran, especialista em projetos inovadores na educação presencial e a distância. Ela é hoje uma alternativa à tradicional educação presencial. O aumento da procura por esse tipo de ensino deve-se, principalmente, à praticidade e comodidade proporcionadas por ele. Segundo Moran: “Uma boa escola precisa de professores mediadores, vivos, criativos, experimentadores, presenciais e virtuais. De mestres menos falantes, e mais orientadores. Precisamos de uma escola que fomente redes de aprendizagem, entre professores e entre alunos. Onde todos possam aprender com os que estão perto e longe, conectados audiovisualmente. Aprender em qualquer tempo e qualquer lugar, de forma personalizada e, ao mesmo tempo, colaborativa.” (MORAN, 2010.)
Entretanto, a EaD ainda não possui a mesma credibilidade do ensino através de
um curso presencial, refletindo, inclusive, na maneira como é vista pelo mercado de trabalho. Através de uma análise de pontos positivos e negativos, esse artigo discute a validade da realização de um curso a distância, seja graduação ou outro tipo de curso e quais as consequências de se optar por uma ou outra situação.
Educação a Distância: histórico
Por ser caracterizada pela mediação do ensino por tecnologias, o desenvolvimento da educação a distância está intimamente atrelado ao desenvolvimento das tecnologias de comunicação e informação. Esta modalidade de educação é caracterizada por três fases (MENDES, A. A. R., et al.) A primeira fase refere-se ao ensino por correspondência, que surgiu devido ao desenvolvimento dos sistemas postais no século XVIII. Nesta fase, o material impresso é o único suporte para a distribuição de informação, de forma que os materiais necessários para o aprendizado eram enviados ao aluno pelo correio. A segunda fase ocorreu com o advento da radiodifusão, onde os sistemas de informação baseados no material impresso foram sendo substituídos pelos sistemas de telecomunicações, nos quais a distribuição de informação é realizada através de fitas de áudio e vídeo, sendo difundida através de TV e rádio. A terceira fase é a digital. A inovação nesta fase deve-se ao advento da informática, principalmente o desenvolvimento da internet que contribuiu para diminuir o distanciamento entre alunos e professores, possibilitando também aos sistemas de educação à distância substituírem o material impresso na distribuição da informação. Hoje em dia o multimídia propõe a convergência entre o áudio, o vídeo e a informática possibilitando novos espaços à educação a distância, para a veiculação de informação e para a interação. Educação a distância e relações interpessoais A Educação a distância dispõe de uma gama de tecnologias muito recentes e, por isso, ainda requer muito aprimoramento. Uma das suas principais deficiências é a pequena interação entre aluno/professor e aluno/aluno. Essa falta de interação gera frustrações de ambas as partes e faz com que essa modalidade de ensino não se desenvolva como esperado. Atualmente, o principal meio de EaD utilizado pelas universidades é a internet, no qual arquivos de vídeo e de texto são divulgados semanalmente. Os alunos acessam esse material, estudam e tiram dúvidas por videoaulas em tempo real (quando há) ou por fóruns e e-mails. Cria-se, assim, um modelo de professor extremamente coletivo e aluno anônimo. Além disso, não há uma preparação prévia do aluno para o estilo de aula que ele encontrará, já que, muitas vezes, as pessoas que se matriculam nesta categoria de ensino imaginam que é uma maneira de aprender sem esforço, o que não é verdade. Na realidade, em última instância, esse é um método que exige que o aluno seja autodidata. Vale a pena ressaltar, porém, que é crescente o número de escolas com a capacitação adequada dos professores, assim como a orientação correta dos seus alunos de EaD. Esse é um método que tende a evoluir e se tornar mais sólido no futuro, mas ainda há muita pesquisa e padronização a ser feita.
Educação a distância frente ao mercado de trabalho
Alunos recém-formados em cursos não presenciais são vistos de diversas maneiras pelo mercado de trabalho. De acordo com Carmem Alonso, gerente de treinamento do Núcleo Brasileiro de Estágio, “o aluno em idade de cursar a graduação, deve dar preferência ao modelo presencial”. Nessa idade, a maioria dos alunos ainda não desenvolveu maturidade suficiente para enfrentar a disciplina e o comprometimento exigidos nos cursos a distância. Além disso, no mercado de trabalho ainda existe um conservadorismo e preferência por aqueles que cursaram graduação presencial. Entretanto, o último censo do ensino superior a distância mostrou que apenas 2% dos jovens menores de 18 anos apresentam interesse por essa modalidade de graduação. Nos cursos não presenciais a maioria dos alunos tem entre 30 e 39 anos, casados, com filhos, estudantes advindos de escolas públicas, com renda de até três salários mínimos e que trabalham durante o dia. Em geral, são alunos que já estão no mercado de trabalho e não tiveram oportunidade de cursar uma graduação presencial quando jovens e já estão mais preparados para essa modalidade de ensino. O ensino a distância, quando bem aproveitado pelo aluno, resulta em diferenciais muito importantes para os profissionais formados, como autodisciplina, organização do tempo e atenção ao cumprimento de prazos - características muito bem recebidas pelo mercado. Já na pós-graduação, os cursos a distância são considerados como um diferencial no currículo. Essa modalidade de ensino nos cursos de especialização já é tradicionalmente aceita pelo mercado de trabalho e difundida entre os alunos.
Por que optar pela Educação a distância?
A crescente adesão ao ensino superior a distância se justifica por diversos motivos. Avaliações do sistema têm mostrado bons resultados - dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão ligado ao MEC, mostrou que estudantes a distância se saíram melhor do que alunos presenciais em sete de treze graduações avaliadas no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). Segundo Moran, essa modalidade de ensino permite uma eficaz combinação de estudo e trabalho, garantindo a permanência do aluno em seu próprio ambiente, seja ele profissional, cultural ou familiar. Além disso, a educação a distância tem como características flexibilidade, eficácia, formação permanente e personalizada e economia de recursos financeiros. Ao contrário da educação presencial, na educação a distância é o próprio aluno quem decide quando, como e onde estudar.
Dessa maneira, pode-se dizer que há ainda um grande obstáculo separando o
aluno do professor e os recém-formados e o mercado na EaD. Além disso, há uma percepção generalizada que essa modalidade de ensino é um nível secundário de educação, o que acaba gerando um senso comum de uma “pior educação”. A EaD e seus métodos, recursos, ferramentas e tecnologias aplicados à otimização do ensino presencial deve preservar todas as qualidades de uma boa educação para possibilitar a cada pessoa o desenvolvimento de suas capacidades cognitivas, sociais, emocionais profissionais e éticas, e para poder viver em sociedade, exercitando sua cidadania plena. Um curso superior à distância não deve ter conteúdos curriculares reduzidos ou objetivos truncados. Enfim, todos os esforços e recursos disponíveis devem ser utilizados na educação a distância para que seja garantida uma formação de qualidade. O caminho a ser percorrido para que a EaD cresça em importância e adeptos é a melhor capacitação dos professores e um melhor uso das tecnologias, dentro da realidade dos seus alunos. Referências Bibliográficas
[1] da FONSECA, J. J. S., As novas tecnologias contribuem para o fim da escola.
Disponível em: <https://sites.google.com/site/cursoavancadoemead/tecnologias-e- educacao-a-distanc> Acesso em: 30 de nov 2012. [2] MENDES, A. A. R., et al., A relação histórica da educação a distância com a inclusão social e os desenvolvimentos das tecnologias de informação e comunicação. Artigo apresentado a Semana Educa I Encontro de Pós-graduação em Educação da UNIR. [3] MERCADO, L. P. L., Dificuldades na educação a distância online. 2007 [4] LARA, E., EaD - Vantagens da Educação a Distância. Disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/7671/ead-vantagens-da- educacao-a-distancia> Acesso em: 01 de nov 2012. [5] BENAKOUCHE, T., Educação a distância(Ead): Uma solução ou um problema?. Paper apresentado no XXIV Encontro Anual da ANPOCS, Petrópolis, RJ, 2000. [6] Graduação supera pós no ensino a distância. Disponível em: <http://www.cursoseducacaoadistancia.com.br/cursos_a_distancia_noticias_ensino/curs os_ensino_educacao_a_distancia.htm> Acesso em: 01 nov de 2012. [7] ESTADÃO. Mercado ainda desconfia do ensino a distância. Disponível em: <http://www.educacaoadistancia.blog.br/mercado-ainda-desconfia-do-ensino-a- distancia> Acesso em: 01 nov de 2012. [8] REDAÇÃO. Número de matriculados em cursos a distância chega a 3,5 milhões no país. Disponível em: <http://guiadoestudante.abril.com.br/vestibular-enem/numero- matriculados-cursos-distancia-chega-3-5-milhoes-pais-703528.shtml> Acesso em: 01 de nov 2012. [9] O que é?. Disponível em: <http://www.telecurso.org.br/o-que-e/> Acesso em: 30 de nov 2012. [10] MORAN, J. M., Educação a distância. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/> Acesso em: 01 de nov 2012. [11] Saiba como os alunos de cursos a distância são vistos pelo mercado. Disponível em: <http://wpos.com.br/bricsped/noticia/unitau/saiba-como-os-alunos-de-cursos-a- distancia-sao-vistos-pelo-mercado/52.html> Acesso em: 01 nov de 2012.