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M4| A Europa nos séculos XVII e XVIII – sociedade, poder e dinâmicas coloniais 1. A população da Europa nos séculos XVII e XVIII: crises e crescimento

Sistematizar conhecimentos

GUEHA11 © Porto Editora


Por seu turno, a fome tornava os corpos menos resistentes às epidemias: a doença, trans-
1. A população da Europa nos séculos XVII e XVIII: portada por bandos de esfomeados, acabava por atingir ricos e pobres. Foi o caso da peste
crises e crescimento bubónica, que voltou a atingir violentamente a Europa entre 1590 e 1670. A falta de condições
de higiene e de assistência médica, em especial nas cidades, agravavam o panorama das cri-
ses populacionais.
1.1. A evolução demográfica
Somava-se a estes dois factores a guerra, responsável por um número elevado de perdas
humanas, quer pelo confronto entre tropas inimigas, quer pelos efeitos da passagem dos exér-
Objectivo 1. Relacionar a economia pré-industrial com o modelo demográfico antigo
citos pelas aldeias (devastação dos campos, desorganização económica, fuga das popula-
Na Idade Moderna (séculos XV-XVIII) vigorou na Europa uma economia de tipo pré-industrial, ções). A Guerra dos 30 Anos (1618-1648), em especial, contribuiu para os picos de sobremor-
isto é, caracterizada por uma base agrícola e pelo atraso tecnológico. A maior parte da popula- talidade do século XVII que afectaram, em particular, a Alemanha.
ção (cerca de 80%) dedicava-se à agricultura utilizando utensílios rudimentares (foice, enxada), No século XVIII, as crises demográficas esmoreceram, em virtude da transição para um novo
empregando, exclusivamente, a força animal e humana, praticando o pousio e desconhecendo modelo demográfico.
o uso de fertilizantes. A debilidade tecnológica não permitia aumentar a produtividade, logo, o
aumento da população era “bloqueado” pelas fomes. Objectivo 5. Explicar a alteração demográfica verificada na segunda metade do século XVIII
Em resumo, as crises alimentares ajustavam as populações às subsistências. Este equilíbrio A partir do século XVIII (1730-1740), na Europa e a nível mundial, verificou-se um cresci-
precário entre os recursos alimentares e o contingente populacional só viria a ser rompido em mento demográfico até então nunca registado e que não mais voltaria a conhecer retrocesso:
meados do século XVIII, graças às revoluções agrícola e industrial. tratava-se da transição para um regime demográfico moderno.

Objectivo 2. Caracterizar a demografia pré-industrial Esta alteração explica-se, em primeiro lugar, pela redução da Taxa de Mortalidade, em espe-
cial da mortalidade infantil. A criança torna-se a preocupação central da família: nasce com o
Antes da Revolução Industrial do século XVIII, a Europa caracterizava-se, no que diz respeito auxílio de um obstetra – médico com formação adequada – o qual substitui a parteira suja e
à população, por aquilo a que se chama o modelo demográfico antigo ou modelo demográfico ignorante; passa a ser criada pela mãe (e já não por amas, no campo, a troco de dinheiro) e
de Antigo Regime (séculos XV, XVI, XVII, primeira metade do século XVIII), apresentando os deixa de ser enfaixada. Os cuidados com a criança são, simultaneamente, uma causa e um
seguintes indicadores: reflexo da redução da Taxa de Mortalidade Infantil.
1. Uma Taxa de Mortalidade (número de óbitos por cada 1000 habitantes, numa dada região)
muito elevada, na ordem dos 35‰. Relativamente à redução geral da Taxa de Mortalidade na Europa Ocidental, foram avançadas
2. Uma Taxa de Mortalidade Infantil (número de crianças mortas antes de perfazerem o primei- várias propostas de explicação:
ro ano de vida por cada 1000 habitantes, numa dada região) muito elevada, contribuindo, – os avanços na produtividade agrícola (que explicariam o recuo da fome, contribuindo para
em primeiro lugar, para a elevada TM geral (no século XVII, em cada 100 crianças nasci- uma maior resistência à doença);
das, 25 morriam antes da idade de 1 ano). – os progressos na higiene (pelo uso do sabão, nomeadamente);
3. Uma Taxa de Natalidade (número de nados-vivos por cada 1000 habitantes, numa dada – as conquistas na medicina (graças, por exemplo, à vacina contra a varíola, descoberta por
região) ligeiramente mais elevada do que a TM (na ordem dos 40‰), o que permitia, em Jenner, à prática da quarentena para os enfermos de doenças contagiosas e ao desenvol-
anos normais, um ligeiro crescimento da população. vimento, já referido, da obstetrícia);
4. Casamentos tardios, que actuavam como meio de controlo da natalidade. – o desenvolvimento dos meios de transporte (facilitando o acesso aos bens essenciais de
consumo);
Objectivo 3. Reconhecer uma crise demográfica
– a ocorrência de menos guerras;
No modelo demográfico antigo, as crises demográficas eram frequentes. Caracterizavam-se – o clima mais favorável (resultando em boas colheitas);
por uma elevação brusca das mortes para o dobro ou ou triplo da Taxa de Mortalidade corren-
– o recuo da Peste (desde 1720).
te (picos de mortalidade), acompanhada de uma quebra muito acentuada dos nascimentos e
dos casamentos (recuo da natalidade e da nupcialidade), a que se seguia uma fase de recupe- Enfim, todo um conjunto de factores (dos quais é difícil destrinçar o mais importante)
ração da crise, restabelecendo-se os índices habituais de mortalidade, natalidade e nupcia- concorreram para o surgimento de um novo modelo demográfico. O recuo da mortalidade,
lidade. Estas crises, geralmente de curta duração (alguns meses), são uma característica do juntamente com a manutenção de uma Taxa de Natalidade elevada, provocaram o rejuvenes-
modelo demográfico antigo e explicam-se pela quebra do equilíbrio, já de si precário, entre mor- cimento da população e o aumento da esperança média de vida. No século XVIII, Thomas
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talidade e natalidade, devido a uma fome ou a uma epidemia. Malthus reflectia, na sua obra Ensaio Sobre o Princípio da População, as preocupações com
este crescimento populacional, ao preconizar a limitação dos nascimentos como único meio
Objectivo 4. Avaliar a incidência destas crises nos séculos XVII e XVIII
de evitar as catástrofes alimentares que adviriam da desproporção entre o crescimento da
No século XVII, em virtude do arrefecimento climático, as colheitas apodreciam, pelo que o população e o dos alimentos.
preço dos cereais se elevava e, em consequência, os mais pobres eram atingidos (por vezes
morriam) pela fome.
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