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Alguns aspectos que condicionam o desempenho dos sistemas de transmissão

Adriano J. C. Moreira, Janeiro de 1999

Atenuação

A atenuação consiste numa redução da potência do sinal ao longo do meio de transmissão. A


atenuação resulta da perda de energia do sinal por absorção ou por fuga de energia. Nos
meios de transmissão não guiados (espaço livre), a dispersão da energia pelo espaço pode
também ser vista como uma forma de atenuação, uma vez que a potência do sinal que atinge
o receptor é menor que a potência emitida. Na Figura 1está representado o efeito da
atenuação num sinal.

Figura 1. Atenuação.

A atenuação mede-se através da relação entre a potência do sinal em dois pontos ao longo do
meio de transmissão e é, normalmente, expressa em decibéis por unidade de comprimento
(ex: 5 dB/km). Dada a potência emitida, Pe, e a atenuação do meio de transmissão por unidade
de comprimento, At, a potência, Po, ao fim de L metros é dada por:

em que os valores da potência estão expressos em dBm.

A atenuação pode ser compensada através da utilização de repetidores. Nos sistemas de


transmissão analógicos, os repetidores podem ser constituidos apenas por um amplificador.
Nos sistemas de transmissão digital, os repetidores podem ser do tipo regenerativo, incluindo
funções de sincronização, amostragem e decisão como se de um receptor se tratasse. Os
repetidores regenerativos “reconstroem” o sinal digital mas, tal como um receptor, podem
cometer erros de decisão e introduzir erros no sistemas de transmissão.

Distorção
A distorção consiste numa alteração da forma do sinal durante a sua propagação desde o
emissor até ao receptor. A distorção pode resultar do comportamento não-linear de alguns
dos componentes que compõem o percurso do sinal ou pela simples resposta em frequência
do meio de transmissão. Na Figura 2 é apresentado um exemplo da distorção sofrida por um
sinal digital.

Em alguns casos, os efeitos da distorção podem ser corrigidos ou minimizados através de


técnicas de condicionamento de sinal tais como filtragem.

Figura 2. Distorção.

Interferência

A interferência consiste na alteração de alguma das características do sinal transmitido por


efeito de um outro sinal exterior ao sistema de transmissão. A forma mais comum de
interferência consiste na adição de um sinal exterior ao sinal transmitido. No caso dos sinais
eléctricos ou electromagnéticos, a interferência é introduzida por indução electromagnética no
meio de transmissão ou no dispositvo receptor (antena).

Os efeitos da interferência podem ser minimizados através do isolamento do meio de


transmissão, no caso dos meios guiados, por blindagem, através do recurso a técnicas de
transmissão balanceadas, por filtragem ou através de técnicas de cancelamento. Em alguns
casos é possível identificar a fonte do sinal interferidor e simplesmente elimina-la ou atenuar a
potência do sinal emitido.

Exemplos de fontes de interferência electromagnética são os motores eléctricos, os


interruptores mecânicos, as lâmpadas fluorescentes e, de uma maneira geral, todos os
dispositivos eléctricos incluindo os próprios sistemas de transmissão. É muito frequente os
sistemas de transmissão serem afectados por interferência produzida por outros sistemas de
transmissão semelhantes que operam em bandas de frequência próximas da do sistema em
causa. Um outro tipo de interferência ocorre quando vários pares entrançados são agrupados
para constituir um só cabo, observando-se interferência mútua entre os sinais que se
propagam em cada um dos pares entrançados. Na Figura 3 está representado um sinal
afectado por interferência.
Figura 3. Interferência.

Ruído

O ruído consiste numa alteração de alguma das características do sinal transmitido por efeito
de um outro sinal exterior ao sistema de transmissão, ou gerado pelo próprio sistemas de
transmissão. Ao contrário da interferência, estes sinais indesejados são de natureza aleatória,
não sendo possível prevêr o seu valor num instante de tempo futuro.

Em muitos casos, o ruído é produzido pelos próprios equipamentos activos utilizados para
implementar os sistemas de transmissão, tais como os amplificadores utilizados nos
receptores e repetidores. Estes dispositivos produzem ruído, de origem térmica e de origem
quântica, o qual passa a ser processado juntamente com o sinal desejado nos andares
subsequentes.

O ruído pode ser aditivo (soma-se ao sinal) ou multiplicativo (o sinal resultante é o produto do
sinal transmitido pelo ruído).

Uma vez que o ruído é um processo aleatório, este deve ser descrito e tratado com recurso a
métodos estatísticos. O ruído diz-se branco quando a sua densidade espectral de potência
média é constante a todas as frequências; diz-se colorido no caso contrário. As características
do ruído são ainda descritas através da função densidade de probabilidade da sua amplitude.
Diz-se então que o ruído segue uma distribuição Normal (Gaussiana), de Poisson, etc.

Uma das formas de ruído mais utilizadas para modelar este aspecto de um sistema de
transmissão é o Ruído Branco Aditivo e Gaussiano (AWGN – Additive White Gaussian Noise).

Os efeitos do ruído no desempenho dos sistemas de transmissão podem ser minimizados


através da utilização de técnicas de projecto dos circuitos mais cuidadas e através de filtragem.
No entanto, e dada a natureza aleatória do ruído, não é possível eliminar completamente o
ruído num sistema de transmissão.

Os efeitos do ruído fazem-se sentir através de uma deterioração da qualidade do sinal


transmitido nos sistemas de transmissão analógicos e através da introdução de erros nos
sistemas de transmissão digital. Nos sistemas de transmissão analógicos, a qualidade do sinal
recebido mede-se através da relação entre a potência do sinal e a potência do ruído – relação
sinal/ruído (SNR – Signal to Noise Ratio). Nos sistemas de transmissão digital, o desempenho
mede-se através da probabilidade de ocorrerem erros, frequentemente erros de bit –
probabilidade de erro de bit (BER – Bit Error Rate).
Largura de banda

As limitações de largura de banda do meio de transmissão também se podem considerar uma


condicionante ao desempenho dos sistemas de transmissão. Se a largura de banda for
insuficiente, a forma do sinal é alterado durante a propagação do sinal, tendo como resultado
a introdução de interferência entre símbolos, isto é, parte da energia relativa a um símbolo
transmitido é recebida durante o período de tempo reservado a símbolos posteriores. A Figura
4 mostra um exemplo em que a largura de banda do canal é inferior à largura de banda
ocupada pelo sinal, resultando em interferência-entre-símbolos.

Figura 4. Interferência entre símbolos.

Dispersão multi-percurso

Em alguns sistemas de transmissão, a propagação dos sinais entre o emissor e o receptor faz-
se por vários percursos simultâneos, tal como acontece na fibra óptica multi-modo
representada na Figura 5.

Figura 5. Dispersão multi-percurso.

Uma vez que as diferentes partes da energia do sinal emitido se propagam por caminhos com
um comprimento total diferente uns dos outros, as diferentes partes do sinal atingem o
receptor em instantes de tempo diferentes. O sinal recebido é assim uma soma das diferentes
componentes que percorreram percursos diferentes. O resultado é um “espalhamento” no
tempo da energia do sinal. A este fenómeno chama-se dispersão. Os efeitos da dispersão são
semelhantes aos produzidos pelas limitações de largura de banda do meio de transmissão,
resultando em interferência-entre-símbolos.

Esvanecimento multi-percurso

Nos sistemas de transmissão por rádio, a propagação multi-percurso provoca um outro efeito
indesejado designado por esvanecimento multi-percurso (multipath fading). Um exemplo
deste efeito está representado na Figura 6.

Figura 6. Esvanecimento multi-percurso.

Neste sistema de transmissão a propagação do sinal faz-se por múltiplos percursos com
comprimentos diferentes. O sinal que atinge o receptor é a soma de todos os sinais que
percorreram os diferentes percursos. Uma vez que o comprimento dos diferentes percursos é
diferente, os vários sinais podem ou não estar em fase: os que estiverem em fase somam-se
construtivamente, os que estiverem em oposição de fase somam-se destrutivamente. O
resultado é um sinal cuja amplitude depende dos vários percursos que as diferentes partes do
sinal percorreram. Se a posição do receptor se alterar relativamente à posição do receptor,
como acontece nos sistemas móveis, a amplitude do sinal recebido irá variar.

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