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ESCOLA POLITÉCNICA
DCC/NPPG
2016
OS DESAFIOS DA COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS NA CONSTRUÇÃO
CIVIL
Orientador
Xavier Pedret Nadal
Rio de Janeiro
Janeiro / 2016
OS DESAFIOS DA COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS NA CONSTRUÇÃO
CIVIL
Orientador
Xavier Pedret Nadal
Aprovado por:
_________________________________
Nome do Prof. 1 , Titulação
_________________________________
Nome do Prof. 2 , Titulação
_________________________________
Nome do Prof. 3 , Titulação
Rio de Janeiro
Janeiro / 2016
ii
CADASTRO DA MONOGRAFIA
OS DESAFIOS DA COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS NA
Titulo:
CONSTRUÇÃO CIVIL
Data: JANEIRO
Monografia: ESPECIALIZAÇÃO
Departamento: DCC/NPPG
Pré-Textual: 11
iii
RESUMO
Resumo da Monografia:
Rio de Janeiro
Janeiro / 2016
iv
AGRADECIMENTOS
A toda minha família pelo amor, confiança e carinho. Ao meu namorado, por entender
à ausência e estar presente em todas as minhas decisões.
Ao meu orientador e chefe Xavier Pedret Nadal, por confiar no meu trabalho e
transmitir a mim toda sua experiência na construção civil.
v
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
1.1. Apresentação do tema ......................................................................................... 1
1.2. Objetivo do trabalho ............................................................................................. 1
1.3. Justificativa do trabalho ........................................................................................ 2
1.4. Metodologia Empregada ...................................................................................... 3
1.5. Conteúdo dos capítulos........................................................................................ 3
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. A indústria da Construção Civil no Brasil .............................................................. 5
2.1.1. Breve Panorama ............................................................................... 5
2.1.2. Características do Segmento de Mercado da Construção Civil ........ 7
2.1.3. A Incorporação Imobiliária e o Processo de Projeto ......................... 8
2.2. A Conceituação do Projeto ................................................................................... 9
2.2.1. Conceituação Teórica ....................................................................... 9
2.2.2. A Equipe Projetual .......................................................................... 11
2.2.3. As Etapas do Processo de Projeto.................................................. 12
2.2.4. O projeto e sua influência no custo total de um empreendimento... 15
2.2.5. Não conformidades oriundas das etapas do processo de projeto... 17
3. A COORDENAÇÃO DE PROJETOS
3.1. Definições Gerais ............................................................................................... 19
3.2. Gestão da Qualidade na Coordenação de Projeto ............................................. 21
4. COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS
4.1. Conceitos Gerais da Compatibilização de Projetos ............................................ 26
4.2. O Método das Dimensões Possíveis e Fundamentais........................................ 31
4.2.1. Dimensão do plano estratégico de projeto ...................................... 32
4.2.2. Dimensão da pesquisa de mercado ................................................ 33
4.2.3. Dimensão da viabilidade técnico – econômica................................ 33
4.2.4. Dimensão da construtibilidade ........................................................ 34
4.2.5. Dimensão de facilitação de fluxo da produção dos projetistas ........ 34
4.3. O Método da Engenharia Simultânea................................................................. 35
4.3.1. Visão Geral – A Simultaneidade das Atividades ............................. 35
4.3.2. Multidisciplinaridade da Equipe ....................................................... 36
4.3.3. Estrutura organizacional e integração na equipe ............................ 37
4.3.4. Desafios e Metas da Engenharia Simultânea ................................. 38
vi
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
5.1. Considerações Críticas ...................................................................................... 40
5.2. Recomendações para trabalhos futuros ............................................................. 41
REFERÊNCIAS
5.3. Referências Bibliográficas .................................................................................. 42
5.4. Referencias Normativas ..................................................................................... 43
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LISTA DE FIGURAS
viii
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ES – Engenharia Simultânea
EU – União Européia
ix
GLOSSÁRIO
x
1. INTRODUÇÃO
De acordo com MELHADO (2001 apud REIS; MELHADO, 1998), o mundo atual vem
passando por mudanças relacionadas à evolução dos aspectos tecnológicos, sociais e de
mercado, por meio da ruptura das fronteiras comerciais e como resultado da globalização da
economia, dando origem a novos mercados, estimulando o crescimento de pequenas
empresas e o surgimento de novas empresas.
Uma questão que surge, atualmente, na construção civil, diz respeito ao emprego de
novas tecnologias, não apenas àquelas relacionadas ao ato de erguer uma edificação, mas,
também, atender às demandas ambientais e tecnológicas por parte da legislação e do
consumidor ou usuário final. Dessa forma, a complexidade na elaboração de projetos de
edificações tem se tornado crescente, exigindo que os profissionais envolvidos na execução
da obra participem de todas as fases, da preparação até a execução e entrega do produto
final, interagindo permanentemente.
2
Eficácia – que deve ser entendida como a utilização do aparato técnico e tecnológico
necessário para entregar o produto final em conformidade com as normas ambientais e
legais e, satisfação plena do demandante do produto final;
Compatibilização de Projetos
O presente trabalho tem por objetivo discorrer sobre os textos e artigos que
descrevem os dois métodos, identificando as diferenças fundamentais entre eles, os
aspectos positivos e negativos de cada um, as situações mais apropriadas para a utilização
de um dos dois e, finalmente, a posição do autor do trabalho quanto ao emprego de cada
um dos métodos.
De acordo com VANNI (1999), dentre a origem das falhas ocasionadas pelos erros em
projetos, destacam-se:
a) Projetos incompletos;
e) Falta de Coordenação;
h) Falta de detalhamento;
j) Planejamento inadequado;
Para atingir os objetivos descritos acima, a metodologia a ser aplicada nesse trabalho
se utilizará de Pesquisa Bibliográfica elaborada a partir da revisão da literatura, cujos textos
estão em conformidade com o tema escolhido pelo autor, levando o mesmo a entrar em
contanto com todas as vertentes do assunto.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Nesse tópico é necessário discorrer sobre o trabalho realizado por Mello e Amorim
(2009), que comparam alguns dados da Indústria de Construção Civil no Brasil, com foco no
subsetor edificações, com a Indústria de Construção Civil dos Estados Unidos da América
(EUA) e da União Européia (UE), que foram tomados como benchmarking para efeito de
comparação.
De fato, dois outros indicadores apresentados no artigo devem ser considerados mais
importantes do que aquele mencionado no parágrafo anterior, a saber:
( )
= ,e
O foco dessa pesquisa se concentrará nesse último subsetor, tendo em vista que,
como destaca ASSUMPÇÃO (1996), o mercado de empreendimentos imobiliários é o que
opera com o maior nível de riscos, especialmente devido aos seguintes elementos:
Em função dos fatores citados, infere-se que as empresas que atuam nesse segmento
de mercado operam num cenário de alta instabilidade e, em decorrência, de elevado risco,
dessa forma, a esse mercado tem sido imposto algumas práticas no desenvolvimento da
fase de projetos que, embora algumas vezes justificáveis, prejudicam a qualidade final do
processo.
De acordo com o art. 32 da Lei 4.591, toda incorporação imobiliária deve ser
registrada no cartório de registro de imóveis da circunscrição do terreno, obrigatoriamente
antes do incorporador poder iniciar a venda ou promessa de venda do empreendimento.
Para esse registro são necessários vários documentos, podendo ser divididos em duas
categorias:
terreno de cada unidade, necessários ao registro do cartório, sempre tomando como a base
as informações desenvolvidas através do projeto legal.
A divisão das atribuições pelo coordenador pode causar contratempos, bem como
atraso de obra, custo acima do esperado, chance de aparecimento de problemas
patológicos nas edificações, não atendimento aos requisitos de desempenho final do
produto, etc. Portanto, é de suma importância que o compatibilizador de projetos seja um elo
entre as partes envolvidas na execução de projeto.
Ainda, de acordo com a NBR 5674 (1999), projeto pode ser definido como a descrição
gráfica de um serviço ou obra de Engenharia ou Arquitetura, dando seus parâmetros
técnicos, econômicos, financeiros e legais.
Na construção civil de edifícios, na maioria das vezes o projeto tem sido usado apenas
para fins legais no sentido de viabilizar o processo, desprezando-se a associação do projeto
ao processo da construção. Atualmente, o projeto vem sendo levado apenas como
complemento do processo de construção, quando em verdade, o mesmo deve estar
norteando todo o processo de concepção e construção.
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Assim sendo, tendo por entendimento todos os participantes que podem estar
envolvidos no processo do projeto, nota-se no ramo a complexidade de se entender quem
será a figura responsável na tomada de decisões que envolvem o mesmo. De acordo com a
arquiteta, Rita Cristina Ferreira, em seu artigo publicado “Os diferentes conceitos adotados
entre gerência, coordenação e compatibilização de projetos na Construção Civil”, os
participantes da Equipe Gerencial do Projeto podem ser divididos da seguinte forma:
a) Gerente de Projetos
b) Coordenador de Projetos
c) Compatibilizador
d) Projetista
No mercado atual, todo o processo citado acima acontece de forma dinâmica. Com
frequência são puladas diversas etapas nesse processo e é nesse ponto que o Projeto pode
começar a influenciar negativamente o custo do empreendimento.
Para VANNI (1999, apud MEDALHO, 1994) o processo de projeto é composto por
diferentes atividades ou fases e segue “etapas conceitualmente progressivas, aonde a
liberdade de decisão entre as alternativas vai sendo gradativamente substituída pelo
detalhamento das soluções adotadas”. As etapas descritas por MEDALHO são: programa
de necessidades, estudo preliminar, anteprojeto, projeto executivo, projeto para produção,
planejamento e execução, assistência técnica.
SOUZA (1994) descreve que as etapas do projeto de uma edificação são as partes
sucessivas nas quais poderá ser dividido o processo de desenvolvimento das atividades
técnicas do projeto.
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Como se pode analisar na figura acima existe uma inter-relação entre todo o processo
de projeto, desde sua concepção até sua entrega. A divisão apresentada acima tem como
objetivo:
Ainda, de acordo com a ABNT NBR 13.531 (1995), considera-se a seguinte divisão do
processo de desenvolvimento das atividades técnicas do projeto de edificações:
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i) Projeto para produção: o projeto para produção é desenvolvido por uma equipe
multidisciplinar e está voltado para o apoio das atividades de planejamento e
execução da obra.
Toda construção civil está voltada para um conceito, cada vez mais consolidado no
setor, que pode ser definido como: “construir com qualidade e com o menor custo possível”
(eficácia e eficiência). Dessa maneira, é inevitável não correlacionar o projeto à idéia de
custo total de um empreendimento. Como resultado, trabalhar com criteriosidade o projeto
representará economia e, consequentemente, aumento de lucro das empresas (VANNI,
1999).
Der acordo com RUFINO (1999), pesquisas realizadas em vários países da Europa,
no sentindo de recolher dados relativos à existência e causa das falhas na construção de
edifícios, indicam que de 35% a 50% das falhas originam-se da etapa de projeto, enquanto
de 20% a 30% tem origem na execução, 10% a 20% nos materiais e 10% devido ao uso.
Figura 4: Relação entre o tempo de execução de empreendimento e o custo mensal das atividades.
Fonte: VANNI (1999, apud BARROS E MEDALHO, 1993)
Ainda, de acordo com VANNI (1999), o empreendedor encara o projeto como um ônus
já antes do início de execução da obra, e dessa forma tende a minimizar ao máximo os
custos do mesmo. Porém, não leva em consideração que o projeto executado com maestria
é a melhor garantia de um empreendimento economicamente viável.
Observa-se que, na construção civil, não existe uma cultura no que diz respeito a
implantar um selo de qualidade na etapa inicial de um empreendimento, salvo exceções, e
sim em desenvolver e investir em novas técnicas construtivas. Não obstante, acredita-se
que as soluções adotadas nos projetos refletem diretamente todo o processo da construção
e também na qualidade do produto final a ser entregue.
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TAVARES JUNIOR (2001) ainda descreve que FRUET & FORMOSO (1993)
identificaram uma série de não conformidades, provenientes de um desenvolvimento
deficitário das etapas de projeto, através de pesquisa realizada a partir de entrevistas com
executivos de 45 empresas de pequeno porte de construção civil em Porto Alegre. Os
principais problemas verificados foram: erros de cotas, níveis e alturas, incompatibilidade de
projetos, falha na especificação de materiais, detalhamento inadequado ou falta do mesmo.
3. A COORDENAÇÃO DE PROJETOS
FETZ (2009, apud BAIA 1998) destaca que com a inexistência da coordenação,
observaram-se alguns desafios para a obtenção de melhorias na qualidade dos projetos,
tais como: falta de mecanismo para levantamento das necessidades dos clientes, excesso
de retrabalhos resultante de alterações no projeto pelo contratante, ausência de
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i) Planejamento de projetos;
v) Controle de pendências.
Dentro desse contexto, cabe salientar que NOBREGA JUNIOR E MELHADO (2013,
apud MELHADO, 2005) discorrem em seu artigo sobre a necessidade de redefinição do
perfil do coordenador, das atividades e da autonomia do mesmo, uma vez que “com a
crescente especialização dos projetos, a coordenação é uma atividade cada vez mais
importante e complexa e torna-se necessário que o seu perfil, sua formação e sua atuação
estejam bem definidas e fundamentadas, e que o coordenador tenha autonomia para tomar
as principais decisões do processo de projeto”.
Em seu sentido comum, de acordo com a ABNT NBR ISO 9000 (2000),
NOVAES (1999) assegura que o controle da qualidade de projetos pode ser definido
como qualitativo ou quantitativo. Quando qualitativos, fazem referencia à inspeção de
documentação, detecção dos principais erros e definição de estratégia para controles
complementares. Já os quantitativos buscam exercer cuidadosamente a verificação de
todos os elementos do projeto.
Ainda, é importante citar que NOVAES (1999, apud PICCHI, 1993) considera
pertinentes os instrumentos de garantia e controle da qualidade de projetos de edifícios, a
mencionar: qualificação de profissionais de projeto, controle das modificações projetuais
durante a execução, fazer uso da tecnologia e gestão do tempo de execução.
No mercado atual, observa-se que, com frequência, a terceirização dos projetos tem
gerado deficiência na gestão da qualidade, tendo em vista que não vem acompanhado de
um processo de gerenciamento que assegure a integração entre as diversas decisões
tomadas em cada projeto.
VANNI (1999) afirma que dentro da área de projetos, vários são os obstáculos que
dificultam a implantação de um sistema de qualidade, dentre eles:
Conforme MELHADO (1999), o processo projetual deve ser analisado de forma crítica
por todos os seus participantes e o mesmo validado pelo incorporador ou empreendedor,
projetista e construtores, de forma a certificar a sua coerência com o objetivo proposto e
com a execução do mesmo. Dessa maneira, haverá a garantia do atendimento aos diversos
aspectos que compõe a qualidade do projeto.
Segundo FABRICIO (2002, apud MELHADO, 1998), nas fases iniciais do projeto
quando existe maior flexibilidade para se promover um sistema de gestão, os esforços para
promover a qualidade do empreendimento são reduzidos, percebendo-se a carência de uma
organização que torne viável a integração e compatibilidade entre os projetos. Logo,
percebe-se que a desarticulação entre qualidade e produção inicia-se na “alma” do processo
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A solução adotada tem impacto direto no processo executivo da obra, através dela são
definidos partidos arquitetônicos, detalhes técnicos de construtibilidade, especificações de
materiais, memórias de cálculo, etc. De acordo com OLIVEIRA (2005, apud SILVA, 1996), a
qualidade de solução pode referir-se ao conjunto subsequente:
Dessa maneira, de acordo com MANSO e FILHO (2011), para garantir a qualidade do
produto final é de extrema importância a correta contratação de projetistas experientes e
atualizados em suas áreas de atuação, além de fazer-se necessário que os mesmos
recebam todas as informações relativas às expectativas dos diversos clientes internos
participantes do processo e externos. Faz-se necessário também, a introdução de uma
visão de qualidade nos processos de desenvolvimento de projeto, de forma à possibilitar
que cada profissional envolvido no desenvolvimento do projeto possa assegurar a qualidade
daquilo que lhe diz respeito no produto final à ser gerado.
Nesse sentido, vale ressaltar que vários projetos são apresentados de maneira que
apenas os profissionais no qual trabalharam na execução do projeto têm condições de
interpretar. Assim sendo, a padronização garante o completo entendimento das atividades a
serem executadas, facilitando a leitura do projeto, evitando dúvidas ocasionadas por
desinformação no projeto e modificações ocasionadas pela execução incorreta no decorrer
da obra.
comprometimento dos participantes, e que “um bom projeto somente é obtido com o
gerenciamento adequado do seu processo de desenvolvimento multidisciplinar” (MANSO e
FILHO, 2011).
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4. COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS
TAVARES JUNIOR (2001, apud NOVAES 1998) afirma que “pelo caráter de ação
projetual, este que permite conciliar física, geometria, tecnologia e produtividade, os
componentes que interagem nos elementos construtivos horizontais e verticais das
edificações, a compatibilização de projetos pode constituir-se em importante fator de
melhoria da construtibilidade e de racionalização construtiva.”
ii) Dificuldades geradas pelo projetista: não se atentar aos demais projetos que
estarão sendo executados em paralelo, não comprometimento com a
integração dos projetos, ausência de padrão técnico no câmbio de
informações projetuais entre projetistas, baixo ou nenhum conhecimento
técnico de execução de obra.
Em decorrência, PRETTI (2013) discorre sobre como pode ser considerado alarmante
o desmembramento do processo, dado que tardar definições de grande valia e postergar
para um momento limite onde elas se tornam seguramente um obstáculo para a execução
da obra gera alterações tardias de projetos, atraso de cronograma, retrabalho e desperdício
de mão de obra.
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O modelo seqüencial foi consolidado e tem sua prática incitada pelo modelo de
desenvolvimento imobiliário no Brasil, modelo este que provocou o desmembramento das
diversas especialidades abrangidas em escritórios de engenharia e arquitetura
especializados em cada área. Em contrapartida, MANSO e FILHO (2011, apud GRAZIANO,
2003) apresentam um modelo no qual todo o sistema de compatibilização de projetos ocorre
de forma integrada, sendo finalizado antes do inicio da execução de obras. Logo, toda
adequação deve ser discutida e finalizada com antecedência.
Fundamentado no que foi apresentado pelo autor até o presente momento, pode-se
concluir a importância do projeto no processo construtivo, com reflexo direto nos custos do
empreendimento, podendo interferir na redução, se bem executado, dos custos relacionados
a falhas na edificação.
MANSO e FILHO (2011) apresentam ainda que o êxito na implantação de uma rotina
de compatibilização, seja ela sequencial ou integrada, depende de diversos fatores, a se
destacar: entrosamento entre equipe, boa disposição dos envolvidos diante da análise
projetual, capacidade do contratante de gerir projetos simultaneamente e espírito
participativo entre os colaboradores.
Alguns passos já foram dados para a solução desse sistema, contudo não há um
consenso na literatura a respeito de um escopo definido para a gestão da compatibilização,
sendo necessário que cada projeto seja interpretado de maneira a entender qual método
adequado deve ser implementado. Dessa maneira, após revisão de literatura da área de
atuação, duas diretrizes para compatibilização tem se destacado, sendo alvo de um estudo
mais aprofundado:
Para discorrer sobre este tema, é preciso analisar o trabalho efetuado por SOLANO
(2005), que apresenta cinco dimensões para a compatibilização de projetos: estratégica,
pesquisa de mercado, viabilidade técnico-econômica, construtibilidade e facilitação de fluxo
da produção dos projetistas. O autor do artigo indica que este método pode vir a ser
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É função do compatibilizador:
É função do compatibilizador:
c) Fazer com que o memorial descritivo dos projetos atenda aos requisitos de
estética, durabilidade e de manutenção acessível.
SOLANO (2005) propõe um método no qual três aspectos devem estar garantidos:
construtibilidade, operacionalidade e possibilidade de manutenção futura.
b) Criar regras para compatibilizar, contendo ordem e itens. Como por exemplo:
verificar a revisão dos documentos que referenciaram o desenho; verificar se o
projetista atendeu as regras de padronização dos documentos; verificar se a
base dos projetos é a revisão mais atual liberada, sendo este o referencial para
os demais documentos; sobreposição de projetos no desenho à compatibilizar;
trabalhar a análise dos desenhos em malhas 10x10cm; anotar as
desconformidades e solicitações no layer do coordenador; salvar arquivo com a
revisão no título e divulgar entre os participantes;
FABRICIO (2002) ainda afirma que com o paralelismo das atividades é possível
alcançar a “maximização da manufaturabilidade através da simplificação de produtos,
eliminação de etapas e interfaces de processos.” Com esse diálogo é reduzida a perda de
informações, visto que a interação acontece a todo tempo, ao invés de pontualmente como
no processo seqüencial.
PRETTI (2013, apud BRASILIANO, 2000) ressalta que com a integração de todos os
agentes responsáveis pelo processo, a equipe deve responder em conjunto pelo sucesso ou
fracasso do produto:
Além disso, pode-se incluir como meta a busca da sinergia entre as várias áreas:
‘empresa x empresa’, ‘empresa x fornecedor’ e ‘empresa x cliente’, propiciando assim
projetos com maior conteúdo aproveitável, capazes de intervir de forma positiva na
produtividade, custo e qualidade no processo de produção do produto.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não é uma tarefa simples optar por um dos dois métodos de compatibilização de
projetos, principalmente em virtude de não haver estudos empíricos que possam sustentar a
opção por um ou outro método.
estimular o trabalho em equipe por meio de incentivos, tais como gratificação por metas
alcançadas.
REFERÊNCIAS
ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR ISO 9000: Sistema de gestão da
qualidade – Fundamentos e vocabulário. Rio de Janeiro, 2000.