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Naiara Schaffazick
Orientadora:
Profª. Drª. Valéria do Monti Nascimento Cunha
Rio de Janeiro
Abril / 2009
ii
Naiara Schaffazick
Rio de Janeiro
Abril / 2009
iii
FICHA CATALOGRÁFICA
Schaffazick, N.
AÇÂO DO VENENO DE Bothrops jararacussu NA ATIVIDADE Ca2+-
ATPásica E EXPRESSÃO DAS ISOFORMAS SERCA1 E SERCA2 NO
MÚSCULO Extensor digitorum longus: EFEITO DA HEPARINA
/ Naiara Schaffazick. Rio de Janeiro: UFRJ, ICB – DFBC,
2009.
xiv, 100f.
Orientador: Valéria do Monti Nascimento Cunha
Dissertação (mestrado) – UFRJ, ICB – DFBC
(Farmacologia e Química Medicinal), 2009.
Referências Bibliográficas: f.74 - 100
1. Veneno de Bothrops jararacussu. 2. Heparina. 3.
mionecrose. 4. Bombas de Ca2+. i. Cunha, Valéria do Monti
Nascimento. Ii.Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Departamento de Farmacologia Básica e Clínica. Iii. Título
iv
AGRADECIMENTOS:
À minha Avó Ita, pelo apoio, agradeço a Deus por você existir na minha vida.
Aos meus pimpolhos João Pedro e Isabela, vocês são a minha alegria de
viver.
Ao meu irmão Jean e minha cunhada Cris pelo apoio, incentivo, e por me
mostrar que a vida vale a pena.
Aos Professores Paulo de Assis Melo e Sabrina Calil-Elias por aceitarem serem
membros da banca examinadora e principalmente pela amizade e incentivo
durante a realização desta dissertação.
Ao Professor Luis Quintas por aceitar ser o revisor, e ser membro da banca
examinadora desta dissertação. Obrigada pelas inúmeras dicas para realização
deste trabalho.
ABREVIATURAS
de rato
IgG -Imunoglobulina G
IIa -Trombina
IP3 -Inositol 1,4,5-trifosfato
IP3R -Receptor sensível a IP3
KCl -Cloreto de potássio
LHMW -Heparina de baixo peso molecular
LiCl -Cloreto de lítio
MgCl2 -Cloreto de Magnésio
Ms-Cor -Preparação microssomal de coração de rato
Na+ -Íon sódio
NaCl -Cloreto de sódio
NAD+ -Nicotinamida adenina dinucleotídeo
NaN3 -Azida sódica
NCK -Trocador Na+/Ca2+
PKA -Proteína Cinase A
PKC -Proteína Cinase C
PLA2 -Fosfolipase A2
PLA2 D49 -Toxina fosfolipase A2 com resíduos ácido aspártico na posição
49 – sem atividade catalítica
PLA2 k49 -Toxina fosfolipase A2 com resíduos de lisina na posição 49 –
com atividade catalítica
PLI -Proteína inibidora de fosfolipases
PLN -Fosfolamban
PMCA -Ca2+-ATPase de membrana plasmática
PMR1 -Bomba de Ca2+ de vias secretórias de leveduras
PMSF -Fenilmetilsulfonil fluoreto
PSS -Solução salina fisiológica
ix
Resumo
ABSTRACT
Calcium ion (Ca2+) is essential to many cellular events and its citosolic
concentration is regulated by different transport systems present in separated
organelles of eukaryotic cells. Snake venoms have myotoxins that act by
promoting the influx of ions, especially Ca2+ ions, through plasma membrane to
the intracellular space of muscle fibers. The myotoxins can also pass through
the injured membrane to alter directly or indirectly the contractility of muscle
cells. Data from literature show that the fast-twitch muscle Extensor digitorum
longus (EDL) expresses high levels of the Ca2+ pump SERCA1 isoform, and low
levels of the SERCA2 isoform, preferentially expressed in slow-twitch muscles.
As it is known that heparin, a sulfated polianion is able to antagonize the
myotoxic action of snake venoms and alter the catalytic cycle of skeletal muscle
Ca2+ pumps, and that modifications of the expression of SERCA pumps have
been already observed after administration of the toxin from Australian snake,
the aims of the present work were to investigate the expression of SERCA1 and
SERCA2 isoforms after the induction of necrosis with the venom of Bothrops
jararacussu and subsequent treatment with heparin and to evaluate the
functional viability of Ca2+ pumps during muscle regeneration as well as to
assess the direct effect of venom on the Ca2+-ATPase activity. We found that
the venom promoted the reduction of the expression of SERCA1 in the first
days (approximately 58 %) and that returned to control levels during the
regeneration process. Otherwise the expression of SERCA2 was significantly
increased during the regeneration process (600%) remaining high until the end
of regenerating cycle (207 %). Heparin was not able to antagonize the changes
of expression induced by B. jararacussu venom, neither the regenerating profile
of SERCA1 and SERCA2. Our data also show that the venom directly inhibits
the Ca2+-ATPase activity on a concentration-dependent manner. Contrary to
what was observed in the analysis of expression of SERCA pumps, heparin
was able reverse the inhibitory action of B. jararacussu venom on the Ca2+-
ATPase activity from the third day of observation. These molecular changes
suggest that the venom can drastically affect the homeostasis of Ca2+ in muscle
cells.
xiii
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ................................................................................ 1
1-Importância médica dos venenos de serpentes........................... 2
2-Composição e ações dos venenos ofídicos.................................. 3
3-Degeneração/regeneração do músculo esquelético.....................9
4-Heparina...................................................................................... 10
5-Controle da homeostasia do Ca2+ Intracelular............................13
6-.Ca2+-ATPases..............................................................................19
6.1.Ca2+-ATPase de membrana plasmática ............................... 20
6.2. Ca2+-ATPase de vias secretórias......................................... 23
6.3. Ca2+-ATPase de retículo sarco(endo)plasmático .................24
6.3.1.Reguladores endógenos da bomba. ..........................28
6.3.2.Drogas inibidoras ..................................................... 29
OBJETIVOS .................................................................................. 32
METODOLOGIA ............................................................................ 34
1-Administração do veneno e tratamento com a heparina
(HMWH).......................................................................................... 35
2-Obtenção do homogeneizado do músculo Extensor digitorium
longus (EDL) de camundongo ou rato...........................................37
3-Ensaio de SDS-PAGE & Western Blot.........................................39
4-Medida da atividade Ca2+ ATPásica do EDL de camundongos
tratados com heparina, após a administração do veneno de B.
jararacussu......................................................................................40
5-Medida da atividade (Ca2++ Mg2+) ATPásica de EDL de rato......41
6-Dosagem de proteína...................................................................41
7-Preparo das soluções de Ca2+..................................................... 42
8-Reagentes....................................................................................42
xiv
9-Tratamento estatístico..................................................................42
RESULTADOS .............................................................................. 43
1-Expressão das isoformas SERCA1 e SERCA2, no músculo EDL,
após a injeção perimuscular do veneno B. jararacussu e posterior
tratamento com a Heparina.............................................................44
2-Efeito do veneno bruto de B. jararacussu na atividade
Ca2+- ATPásica................................................................................57
3-Avaliação da atividade Ca2+- ATPásica durante o processo de
regeneração muscular.....................................................................58
DISCUSSÃO ..................................................................................60
CONCLUSÕES ............................................................................. 70
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................72
INTRODUÇÃO
2
Bothrops 90,5%
Micrurus 0,4%
Crotalus 7,7%
Lachesis 1,4%
Figura 1. Distribuição dos acidentes ofídicos no Brasil (1990 – 1993), segundo o gênero da
serpente causadora do acidente. (Ministério da Saúde, 2001).
Figura 2. Ação esquemática mecanismo de ação das miotoxinas (Adaptado de Lomonte et.al.,
2003)
sendo esta última o maior grupo de miotoxinas (Harris & Cullen, 1990; Mebs &
Ownby, 1990; Melo & Ownby, 1999).
Cardiotoxinas:
São proteínas de baixa massa molecular, 6 a 7 KDa, possuem de 60 a 62
resíduos de aminoácidos interligados por 4 pontes dissulfeto. Apresentam uma
variedade de ações em diferentes tipos de células: causam hemólise,
despolarização e contratura nas células musculares esqueléticas com
conseqüente necrose (Harvey, 1985; Fletcher & Lizzo, 1987). Essas miotoxinas
foram inicialmente assim chamadas por sua ação in vivo, sobre o coração,
causando arritmias cardíacas (Condrea, 1974). As cardiotoxinas alteram a função
dos canais de sódio, semelhante à crotamina e à miotoxina a. No entanto, os
efeitos morfológicos não se assemelham aos induzidos por essas toxinas, mas
são similares aos produzidos pelas miotoxinas com e sem atividade PLA2 (Ownby
et al, 1993). As cardiotoxinas são proteínas altamente básicas, com grande
porção da sua superfície carregada positivamente. O sítio real de interação das
cardiotoxinas com as membranas musculares ainda é desconhecido, porém, são
sugeridos: (a) sítios de membrana carregados negativamente, (b) sítios de
ligação de cálcio e (c) proteínas integrais da membrana (Harvey, 1985). Os
8
possíveis modos de ação das cardiotoxinas incluem: (1) ação direta sobre a
membrana plasmática, promovendo a ruptura da mesma, acompanhada pela
despolarização, (2) ação indireta por meio da ativação das fosfolipases C
endógena do tecido ou (3) uma combinação de dois mecanismos e (4) inibição da
Na+/K+ATPase, seguida pelo aumento da concentração intracelular de Na+ e de
edema celular por influxo passivo de água para célula (Ownby, et al., 1993).
Fosfolipases A2 miotóxicas:
É o maior grupo de miotoxinas e exibe um amplo espectro de atividades
incluindo efeitos miotóxicos, neurotóxicos, cardiotóxicos, anticoagulantes,
agregante paquetário, hipotensivo e inflamatório. Pode ser subdivivida ainda em
duas subfamílias, com base na similaridade seqüencial e estrutural: (1) toxinas
com o resíduo ácido aspártico na posição 49, as miotoxinas PLA2 D49, com
atividade catalítica e (2) toxinas com a lisina na posição 49, as miotoxinas PLA2
K49 desprovida de atividade catalítica (Mebs & Ownby, 1990; Melo & Ownby,
1999; Murakami et al., 2005). A indução de necrose e apoptose pela PLA2 K49
está diretamente associada com o aumento de Ca2+ citosólico, seguindo
perturbação da membrana plasmática, juntamente com envolvimento da
mitocôndria. A resposta de proliferação celular depende de um limite de influxo
de Ca2+ através da membrana plasmática, sendo associado com unidades
funcionais constituída pela Ca2+-ATPase de retículo sarcoplasmático (SERCA),
receptor de ryanodina e mitocôndria, que regulam a oscilação da concentração
de Ca2+ citosólico (Mora et al., 2006).
As PLA2 são enzimas-chave no controle, regulação, produção e liberação
de precursores lipídicos, servindo como mensageiros fundamentais de processos
altamente regulados, como crescimento, adesão, apoptose, secreção,
homeostase e regulação imune.
Estas PLA2 afetam somente fibras musculares sem lesionar outras
estruturas teciduais, tais como tecido conectivo, nervos e vasos, podendo levar a
perda tecidual permanente, lesão incapacitante e morte (Murakami et al., 2005).
Foi isolado do veneno de B. jararacussu por Oliveira et al., 2008 uma proteína
9
4. Heparina:
No Brasil o único medicamento oficialmente aprovado pelo Ministério da
Saúde para o tratamento de acidentes ofídicos é o soro antiofídico ou antiveneno,
que é apropriado para cada tipo de serpente. O antiveneno usado no tratamento
do empeçonhamento por serpentes do gênero Bothrops, como o B. jararacussu,
é o soro antibotrópico (SAB). Este é produzido a partir do sangue de cavalos
imunizados com uma mistura de venenos, como por exemplo: B. alternatus, B.
cotiara, B. jararaca, B. jararacussu, B. moojeni, B. neuwiedii e B. pradoi. Este
soro não é específico, mas após a coleta num anticoagulante apropriado (citrato
de sódio), é purificado por centrifugação para eliminar elementos celulares,
proteínas não-imunes, especialmente a albumina, sendo descartadas por
precipitação com sulfato de amônio. As imunoglobulinas são digeridas usando
pepsina para produção do fragmento F(ab’)2 ou papaína para a produção do
pequeno fragmento F(ab) e então o soro é embalado para fins comerciais, e mais
raramente liofilizado. A ação dos antivenenos é baseada na formação do
complexo antígeno–anticorpo. A dose recomendada em empeçonhamentos é
baseada na identificação das serpentes, no tempo entre a picada e a
administração do antiveneno, e também na evolução clínica e características do
local onde o veneno foi inoculado (Chippax & Goyffon, 1998). O soro antiofídico
antagoniza os efeitos pró-coagulante e hemorrágico do veneno e previne o óbito,
mas não previne completamente o dano tecidual, como a mionecrose (Dos-
Santos et al.,1992; Johnson & Ownby, 1993; Melo et al., 1993).
Um grupo de substâncias que vem sendo estudado com o objetivo de se
antagonizar os danos causados por venenos de serpentes nos tecidos é a classe
12
Figura 4. Estrutura química da heparina. A molécula do polímero contém várias destas cadeias
(JORDAN et al.,1982).
14
Means, 2000). Além das proteínas ligadoras de Ca2+, diversos tipos de proteínas
cinases Ca2+-dependentes são responsáveis pela propagação do sinal
dependente do Ca2+. (Berridge et al., 2000).
Ao serem associados todos os processos, de acordo com cada tipo celular,
o sinal de Ca2+ pode ser de diferentes formas, sendo as mais freqüentes
denominadas “sparks” (centelhas ou faíscas), “puffs” (sopro) ou “waves” (ondas)
(Figura 6). A resposta celular global ocorrerá em função da extensão da área e
da(s) região(ões) ou organela(s) intracelulares alcançadas por este fluxo
transitório (Bootmam & Berridge, 1995; Chin & Means, 2000).
19
2+
Figura 6. Tipos de liberação de Ca dos reservatórios intracelulares. a. Os canais sensíveis a
inositol-1,4,5-trifosfato (IP3R) e a rianodina (RyR) são distribuídos pela superfície dos retículos
endo(sarco)plasmático (RE/RS). b. Em resposta a pequenos estímulos ocorre a abertura
2+
individual de canais de Ca , denominadas “Blip” (IP3R) e “Quark” (RyR). c. Estímulos mais
intensos acarretam a modulação de grupos de canais, sendo denominadas “Puff” (IP3R) e “Spark”
(RyR). d. Quando algumas células estão totalmente estimuladas, eventos pontuais descritos em c
levam esta estimulação aos canais vizinhos através do fenômeno de “liberação de Ca2+ induzida
2+ 2+ 2+
por Ca ”, promovendo então as ondas de Ca intracelular. e. Essas ondas de Ca podem
2+
atravessar as junções gap, em alguns tecidos, gerando as ondas de Ca intercelulares. Adaptado
de Berridge et al., (2000).
20
6. Ca2+-ATPases:
O término de certos eventos celulares dependentes de Ca2+ está
diretamente relacionado à redução das concentrações de Ca2+ citoplasmático.
Neste processo, o principal mecanismo envolvido é o transporte ativo realizado
pelas bombas de Ca2+. Há três tipos de bombas, uma situada na membrana
plasmática (PMCA), outra no retículo sarco(endo)plasmático (SERCA) e outra
localizada no complexo de Golgi e vias secretórias (SPCA). Essas enzimas são
ATPases do tipo P. Isso significa que formam um intermediário fosforilado
(aspartil fosfato) durante o ciclo catalítico e transportam Ca2+ contra o seu
gradiente eletroquímico com gasto de ATP. As bombas de Ca2+ da família PMCA
permitem a extrusão de Ca2+ do citossol para fora da célula, já as bombas de
Ca2+ da família SERCA transporta o mesmo íon para o lúmen do retículo
sarco(endo)plasmático, e as bombas de Ca2+ do tipo SPCA transportam o Ca2+
para dentro dos estoques intracelulares do complexo de Golgi e vias secretórias
(Schatzmann, 1989; Grover, 1985; Callewaert et al., 2003). É importante
mencionar que as isoformas PMCA apresentam uma homologia de
aproximadamente 30% com a isoforma SERCA, e que seus pesos moleculares,
suas estequiometrias entre Ca2+ transportado e ATP hidrolisado, e suas
regulações, além das localizações celulares, são bem distintos.
21
(O’Donnel & Owen, 1994; Carafoli, 1991; Monteithe & Roufogallis, 1995). A
ativação da bomba PMCA pela CaM aumenta a afinidade pelo Ca2+ e a
velocidade de transporte deste cátion em função de mudanças conformacionais
produzidas na região C-terminal ou no domínio de ligação de CaM - (K0,5 ~ 4-20
µM) para (K0,5 ~ 0,2 – 0,7 µM) (Wang et al., 1992; Carafoli, 1994; Marín et al.,
1999). Quando a CaM está ausente, a porção da bomba que contém o sítio de
ligação para CaM pode interagir com a porção citosólica da própria bomba,
inibindo a atividade ATPásica, então a autoinibição é revertida pela ligação da
CaM. (Figura 7)
Existem moléculas que estimulam a atividade das isoformas PMCA, tais
como: a vitamina D, o hormônio tireoideanos, fosfolipídios ácidos e proteínas
cinases A e C e a calmodulina. Já são conhecidos também inibidores não-
seletivos dessas isoformas, tais como: o ortovanadato, o IP3, fosfolipases, os
clássicos antagonistas de CaM (trifluoperazina, tamoxifeno, calmidazolio) e os
lantanídeos (Roelofsen & Schatzmann, 1977; Popescu et al., 1986; Walters,
1989; Missiaen et al., 1989; Lopes et al., 1990; Falchetto et al., 1991; Carafoli,
1991; Falchetto et al., 1992; Wuytack & Raeymaekers, 1992; Carafoli, 1994;
Monteith & Roufogalis, 1995; Herscher & Rega, 1996, Carafoli e Brini, 2000)
Entretanto, mais recentemente foi descoberto um novo grupo de substâncias que
inibem seletivamente as isoformas da família de bombas de Ca2+ PMCA, as
caloxinas (Szewczyk et al, 2008).
23
2+ 2+
Figura 8. Mutações em humano da doença de Hailey – Hailey na Ca -Mn ATPase (hSPCA1), o
D350 é sítio catalítico para a formação do intermediário fosforilado. (Adaptado de Ton & Rao,
2004)
25
pelo Ca2+e ATP). A isoforma SERCA2b tem alta afinidade pelo Ca2+ e baixa
velocidade de “turnover” e transporte de Ca2+. A isoforma SERCA3 tem uma
afinidade reduzida pelo Ca2+ e alta afinidade por ortovanadato, as isoformas
SERCA1 e SERCA2a apresentam a mesma sensibilidade. O domínio de ligação
do nucleotídeo parece ser crítico na determinação destas diferenças (Carafoli &
Brini, 2000). Quando a bomba transporta Ca2+ para dentro do retículo, transporta
juntamente H+ para fora por ciclo, provocando alcalinização do lúmen do retículo
(Carafoli & Brini, 2000). As diversas isoformas da SERCA apresentam diferentes
respostas ao pH (Wolosher et al., 1997). Em pH neutro, todas as isoformas da
SERCA possuem praticamente a mesma afinidade pelo Ca2+. Um decréscimo do
pH de 7,0 para 6,0 diminui a afinidade ao Ca2+ em todas as isoformas. Com
SERCA1 este efeito é de 5 a 10 vezes menor do que o observado com todas as
outras isoformas. A acidificação do meio diminui a velocidade máxima de
hidrólise e de captação de Ca2+ nas diferentes isoformas SERCA (Wolosher et
al., 1997). Dependendo da isoforma SERCA, o pH também regula a velocidade
do efluxo passivo de Ca2+. A velocidade do efluxo passivo de Ca2+ ou
extravasamento de Ca2+ através de canais de Ca2+ presentes em vesículas do
músculo esquelético e cardíaco (ou através da própria bomba de Ca2+) é a
mesma em pH 6,0 e 7,0 (Engelender & De Meis, 1996). Em contraste, a
velocidade do efluxo de Ca2+ das vesículas de plaqueta e de cerebelo aumenta
duas vezes devido à acidificação do meio. É proposto que as diferenças cinéticas
entre as isoformas do tipo SERCA devem refletir diferentes adaptações à acidose
celular, como a que ocorre durante a isquemia (Wolosher et al., 1997).
28
2+ 2+
Figura 10. Modelo de transporte de Ca pela Ca -ATPase de retículo sarcoplasmático
(Adaptado de Martonosi & Pikula, 2003).
29
OBJETIVOS
35
METODOLOGIA
37
(HMWH):
Camundongos
suíços
25.0±
±5.0g
15 min
Heparina I.V.
10µg/g em 100µL PSS
4 horas
Heparina I.V.
10µg/g em 100µL PSS
Após 1, 3, 7 e 21 dias
Dissecação do EDL e
Obtenção do
Homogeneizado Tecidual
Ultracentrifugação 108.000 x g / 1 h
Ressuspensão
(Meio de ressuspensão: Sacarose 250 mM, Tris 5 mM, PMSF 0,2 mM,
Antipaína 2 µg/ml, Aprotinina 5 µg/ml, pH 7,3-7,4)
Freezer
Camundongos
Dosagem de Proteína (método de Lowry)
N2
Ratos
Membrana de
Nitrocelulose
bloqueio
lavagens
ac-primário
ac-secundário
Imunomarcação
6-Dosagem de proteína:
O conteúdo de proteína das preparações de homogeneizado
ultracentrifugado de EDL de camundongos ou ratos foi determinado através do
método de Lowry et al.,(1951), usando-se albumina sérica bovina como padrão.
O teor de proteína das amostras foi estimado pela equação da reta de regressão
linear dos padrões e expresso em mg de proteína.mL-1.
44
8-Reagentes:
O veneno de Bothrops jararacussu foi gentilmente cedido pelo Instituto Vital
Brazil (Niterói-RJ), enquanto a heparina de alto peso molecular (HMWH - PM
20000-30000 Da, extraída da mucosa intestinal do porco, conforme informação
do fabricante) e o anticorpo primário anti-SERCA2, foram obtidos da Sigma
Chemical Co. St. Louis. E.U.A. O anticorpo primário anti-SERCA1 foi obtida da
Calbiochem, e o anticorpo secundário foi adquirido da Promega. Os sais e
reagentes utilizados foram todos de grau analítico.
9-Tratamento estatístico:
Os dados do ensaio de atividade ATPásica foram apresentados sob a
forma de média ± erro padrão da média (EPM) em valores absolutos. As
comparações estatísticas foram feitas pelo Prism GraphPad (Software, Inc.),
neste caso os dados foram tratados pelo método de variância (“One-way ANOVA,
Tukey’s test”) e a significância p<0,05.
Os dados dos western blotting foram apresentados na forma de média ±
erro padrão da média (EPM) em valores percentuais. As comparações
estatísticas foram realizadas pelo programa SigmaStat 9.0. Neste caso os dados
foram tratados pelo método de análise de variância (“Two-way ANOVA,
Bonferroni t-test”), estudando, assim, duas variáveis: o efeito tempo
(regeneração) e o efeito do tratamento com heparina.
Os resultados foram representados graficamente através do programa de
computador SigmaPlot 9.0.
45
RESULTADOS
46
A B
1,5
Unidades Arbitrárias
1,0
0,5
* *
0,0
Veneno
Controle Veneno +
Heparina
Figura 15. Expressão da isoforma SERCA 1, 24h após a indução de necrose pelo veneno B. jararacussu (1µg/g), e
tratamento com HMWH (10 µg/g). O painel A mostra as bandas específicas imunomarcadas, após a adição do
anticorpo primário (anti - SERCA 1 - dil. 1:4000) e do anticorpo secundário (dil. 1:18000), Cont (grupo controle),
Ven (grupo veneno), V+H (grupo veneno + Heparina). O painel B mostra a quantificação por análise densitométrica
da expressão da isoforma SERCA1, * indicam diferença estatisticamente significativa (p<0,05, Two-way ANOVA,
Bonferroni t-test, n ≥ 3).
48
A B
1,5
Unidades Arbitrárias
1,0
* *
0,5
0,0
Veneno
Controle Veneno +
Heparina
Figura 16. Expressão da isoforma SERCA 1, 3 dias após a indução de necrose pelo veneno B. jararacussu
(1µg/g), e tratamento com HMWH (10 µg/g). O painel A mostra as bandas específicas imunomarcadas, após a
adição do anticorpo primário (Anti -SERCA 1 - dil. 1:4000) e do anticorpo secundário (dil. 1:18000), Cont (grupo
controle), Ven (grupo veneno), V+H (grupo veneno + HMWH). O painel B mostra a quantificação por análise
densitométrica da expressão da isoforma SERCA1, * indicam diferença estatisticamente significativa (p<0,05, Two-
way ANOVA, Bonferroni t-test, n ≥ 3).
49
A B
1,5
Unidades Arbitrárias
1,0
0,5
0,0
Veneno
Controle Veneno +
Heparina
Figura 17. Expressão da isoforma SERCA 1, 7 dias após a indução de necrose pelo veneno B. jararacussu
(1µg/g), e tratamento com HMWH (10 µg/g). O painel A mostra as bandas específicas imunomarcadas, após a
adição do anticorpo primário (anti -SERCA 1 - dil. 1:4000) e do anticorpo secundário (dil. 1:18000), Cont (grupo
controle), Ven (grupo veneno), V+H (grupo veneno + Heparina). O painel B mostra a quantificação por análise
densitométrica da expressão da isoforma SERCA1.
50
A B
1,5
Unidades Arbitrárias
1,0
0,5
0,0
Veneno
Controle Veneno +
Heparina
Figura 18. Expressão da isoforma SERCA 1, 21 dias após a indução de necrose pelo veneno B. jararacussu
(1µg/g), e tratamento com HMWH (10 µg/g). O painel A mostra as bandas específicas imunomarcadas, após a
adição do anticorpo primário (anti -SERCA 1 - dil. 1:4000) e do anticorpo secundário (dil. 1:18000), Cont (grupo
controle), Ven (grupo veneno), V+H (grupo veneno + Heparina). O painel B mostra a quantificação por análise
densitométrica da expressão da isoforma SERCA1.
51
1,5
Veneno + Heparina (direita)
Veneno + Heparina (esquerda)
Unidades Arbitrárias
1,0 -----------------------------------------------------------------------------------------
# #
0,5
# #
0,0
1 dia 3 dias 7 dias 21 dias
Figura 19. Expressão da isoforma SERCA1, 1, 3, 7, 21 dias nos animais após administração de
veneno de B. jararacussu na pata direita (1µg/g - Injeção perimuscular) e posterior tratamento
com HMWH (10 µg/g – I.V), anticorpo primário (Anti - SERCA 1 - dil. 1:4000) e do anticorpo
secundário (dil. 1:18000), # indica diferença estatisticamente significativa (p<0,05, Two-way
ANOVA, Bonferroni t-test, n ≥ 3) em relação ao grupo controle 1 UA.
52
A B
1,5 1,5 Controle
Controle Veneno + Heparina
Veneno
Unidades Arbitrárias
Unidades Arbitrárias
c
1,0 1,0 c
b,c b,c
a,b
0,5 0,5
* a,b
a a
*
* *
0,0 0,0
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
Dias Dias
Figura 20. Curso temporal da isoforma SERCA1 após a indução de necrose pelo veneno B. jararacussu (1µg/g) e
tratamento com HMWH (10 µg/g). (A) veneno e (B) veneno + heparina. * indica diferença estatisticamente
significativa no fator necrose/tratamento (p<0,05, Two-way ANOVA, Bonferroni t-test, n ≥ 3) em relação ao controle;
a,b,c indicam diferença estatisticamente significativa no fator tempo (p<0,05, Two-way ANOVA, Bonferroni t-test, n
≥ 3).
53
A B
8
7
Unidades Arbitrárias
4 *
*
3
0
Veneno
Controle Veneno +
Heparina
Figura 21. Expressão da isoforma SERCA 2, 24h após a indução de necrose pelo veneno B. jararacussu (1µg/g), e
tratamento com HMWH (10 µg/g). O painel A mostra as bandas específicas imunomarcadas, após a adição do
anticorpo primário (anti -SERCA 2 - dil. 1:1500) e do anticorpo secundário (dil. 1:18000-30000), Cont (grupo
controle), Ven (grupo veneno), V+H (grupo veneno + HMWH). O painel B mostra a quantificação por análise
densitométrica da expressão da isoforma SERCA2, * indica diferença estatisticamente significativa (p<0,05, Two-
way ANOVA, Bonferroni t-test, n ≥ 3).
54
A B
7 *
Unidades Arbitrárias
6 *
5
0
Veneno
Controle Veneno +
Heparina
Figura 22. Expressão da isoforma SERCA 2, 3 dias após a indução de necrose pelo veneno B. jararacussu
(1µg/g), e tratamento com HMWH (10 µg/g). O painel A mostra as bandas específicas imunomarcadas, após a
adição do anticorpo primário (anti -SERCA 2 - dil. 1:1500) e do anticorpo secundário (dil. 1:18000-30000), Cont
(grupo controle), Ven (grupo veneno), V+H (grupo veneno + HMWH). O painel B mostra a quantificação por análise
densitométrica da expressão da isoforma SERCA2, * indica diferença estatisticamente significativa (p<0,05, Two-
way ANOVA, Bonferroni t-test, n ≥ 3).
55
A B
7
Unidades Arbitrárias
5 * *
4
0
Veneno
Controle Veneno +
Heparina
Figura 23. Expressão da isoforma SERCA 2, 7 dias após a indução de necrose pelo veneno B. jararacussu
(1µg/g), e tratamento com HMWH (10 µg/g). O painel A mostra as bandas específicas imunomarcadas, após a
adição do anticorpo primário (anti -SERCA 2 - dil. 1:1500) e do anticorpo secundário (dil. 1:18000-30000), Cont
(grupo controle), Ven (grupo veneno), V+H (grupo veneno + HMWH). O painel da B mostra a quantificação por
análise densitométrica da expressão da isoforma SERCA2, * indica diferença estatisticamente significativa (p<0,05,
Two-way ANOVA, Bonferroni t-test, n ≥ 3).
56
A B
8
7
Unidades Arbitrárias
2 *
1
0
Veneno
Controle Veneno +
Heparina
Figura 24: Expressão da isoforma SERCA 2, 21 dias após a indução de necrose pelo veneno B. jararacussu
(1µg/g), e tratamento com HMWH (10 µg/g). O painel A mostra as bandas específicas imunomarcadas, após a
adição do anticorpo primário (anti -SERCA 2 - dil. 1:1500) e do anticorpo secundário (dil. 1:18000-30000), Cont
(grupo controle), Ven (grupo veneno), V+H (grupo veneno + HMWH). O painel B mostra a quantificação por análise
densitométrica da expressão da isoforma SERCA2, a,b indica diferença estatisticamente significativa (p<0,05, Two-
way ANOVA, Bonferroni t-test, n ≥ 3).
57
6
#
5
#
4
*#
3
2
*
*
1 --------------------------------------------------------------------------------------
0
1 dia 3 dias 7 dias 21 dias
Figura 25: Expressão da isoforma SERCA2, 1, 3, 7, 21 dias nos animais após administração
veneno de B. jararacussu na pata direita (1µg/g - Injeção perimuscular) e posterior tratamento
com HMWH (10 µg/g – I.V), Anticorpo primário (Anti - SERCA 1 - dil. 1:4000) e anticorpo
secundário (dil. 1:18000). * indica diferença estatisticamente significativa (p<0,05, Two-way
ANOVA, Bonferroni t-test, n ≥ 3) em relação ao grupo veneno + heparina (direita). # indica
diferença estatisticamente significativa (p<0,05, Two-way ANOVA, Bonferroni t-test, n ≥ 3) em
relação ao grupo controle 1 UA.
58
Unidades Arbitrárias
6 * 6 b
5 b * 5 *
c
4 b 4
*a *
3 3 a
*c *
2 2
d
1 1
0 0
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
Dias Dias
Figura 26. Curso temporal da isoforma SERCA2 após a indução de necrose pelo veneno B. jararacussu (1µg/g) e
tratamento com HMWH (10 µg/g). (A) veneno e (B) veneno + tratamento com heparina. * indica diferença
estatisticamente significativa no fator necrose/tratamento (p<0,05, Two-way ANOVA, Bonferroni t-test, n ≥ 3) em
relação ao controle; a,b,c indicam diferença estatisticamente significativa no fator tempo (p<0,05, Two-way
ANOVA, Bonferroni t-test, n ≥ 3).
59
6 a,b
a
Atividade Ca2+- ATPásica
5
-1 -1
µmol Pi. mg . h
4
+
2 b,c
1
c
0
Bj Bj Bj
Controle
0,1µ
µg/ml 1µ
µg/ml 10µ
µg/ml
Figura 27. Efeito do Veneno bruto de B. jararacussu (Bj) na atividade Ca2+ -ATPásica, no músculo
de contração rápida Extensor digitorum longus (EDL) de rato. Os valores são a média das
2+
atividades estimuladas pelo Ca ± EMP; a,b,c indica a diferença estatisticamente significativa
(p<0,05, One way ANOVA, Tukey’s test, n = 6).
60
A 5 B
5
3 3
2 2
1 1
* * 0
*
0
Controle Veneno Veneno Veneno Veneno
Veneno Controle Veneno
+ + + +
Heparina Heparina Heparina Heparina
(direita) (esquerda) (direita) (esquerda)
C D
5 5
Atividade Ca2+- ATPásica
Atividade Ca2+- ATPásica
4 4
µmol Pi. mg-1. h-1
-1
µmol Pi. mg . h
-1
3 3
2 2
1
* 1
0 0
Veneno Veneno Veneno Veneno
Controle Veneno + + Controle Veneno + +
Heparina Heparina Heparina Heparina
(direita) (esquerda) (direita) (esquerda)
2+
Figura 28. Atividades Ca -ATPásica no músculo de contração rápida Extensor digitorum longus (EDL) de
camundongos, 24h(A), 3 dias (B), 7 dias (C) e 21 dias (D) após a indução de necrose pelo veneno B. jararacussu
(1µg/g), e posterior tratamento com HMWH (10 µg/g). Os valores são a média das atividades ± EMP; * indica a
diferença estatisticamente significativa (p<0,05, One way ANOVA, Tukey’s test, n ≥ 3).
62
DISCUSSÃO
63
uma leve recuperação (figura 20). Nossos dados estão de acordo com o trabalho
de Mendler et al. (1998), onde demonstraram uma diminuição significativa de
SERCA1 nesse mesmo dia do processo necrose/regeneração induzida pela
notexina.
No sétimo dia após a indução de necrose a expressão da isoforma
SERCA1 já retorna aos níveis controles, nos grupos veneno e veneno + heparina,
esse retorno aos níveis controle, neste período, pode ser um retorno da isoforma
SERCA1b já que o anticorpo utilizado não distingue SERCA1a da SERCA1b,
podendo então o músculo voltar aos padrões de genes fetais. Dados da literatura
mostram que o processo de regeneração muscular estará completo antes da
quarta semana, quando são induzidos por venenos de serpentes (Fletcher et al.,
1997). Sabendo disso coletamos os músculos EDL, 21 dias após a indução de
necrose e posterior tratamento intravenoso com heparina, e observamos a
manutenção da expressão de SERCA1 como em 7 dias. Nossos dados estão de
acordo com Bigard et al. (2001) que demonstraram que após a indução de
necrose pela serpente Naja nigricollis, durante o processo de regeneração do
músculo contração rápida plantaris, a expressão de SERCA1 está igual aos
níveis controles na quarta semana após a injúria.
Durante a regeneração do músculo EDL, a expressão da isoforma
SERCA1 é semelhante na ausência ou na presença da heparina, um antagonista
conhecido das ações miotóxicas de venenos de serpentes (Higginbotham &
Karnella, 1970; Tinoco, 1972; Melo & Suarez-Kurtz, 1988a, 1988b; Melo et al.,
1993; Lomonte et al.,1994; Melo & Ownby, 1999; Boechat et al., 2001; Oshima-
Franco et al., 2001; Arruda et al., 2002; Calil-Elias et al., 2002a; De Oliveira et
al., 2003). Em nossos experimentos, a heparina é administrada por via
intravenosa, por isso quaisquer ações desse polianionte sulfatado sobre a
expressão de SERCA1 deveriam aparecer em nossos resultados. Entretanto,
observa-se que a heparina não altera o nível de expressão de SERCA1 durante a
regeneração muscular no período de tempo utilizado.
Os nossos resultados revelam que os níveis de expressão de SERCA1
são regenerados dentro do perfil descrito na literatura (Fletcher et al., 1997)
67
Figura 29: Representação esquemática da ação das miotoxinas (Adaptado de Montecucco et al.,
2008).
73
CONCLUSÕES
74
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
76
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100