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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS

CENTRO DE CIDADANIA E AÇÃO SOCIAL – CCIAS


PROGRAMA DE ATENÇÃO AMPLIADA À SAÚDE – PAAS

I. IDENTIFICAÇÃO

Autores: Gabriel Scheuermann da Silva, Cássio Cabral e Matheus Henrique,


supervisionados pela psicóloga Vivian de Medeiros Lago, CRP 07/14275.
Interessado: Giovana Sebben, neurologista PEDIATRA DO CAPS CAPILÉ
Finalidade: AVALIAR OS ASPECTOS AFETIVOS E COGNITIVOS DO CLIENTE

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO AVALIADO:

Nome: KAUÃ DALESSANDRO CORDOSO LOPES


Data de nascimento: 07/12/2011
Idade: 07 ANOS
Escolaridade: cursando 2º ano do ensino fundamental

Nome do responsável: ANA CLÁUDIA CARDOSO


Data de nascimento: 18/10/1988
Idade: 30 ANOS
Escolaridade: Ensino médio incompleto
Profissão: do lar
Parentesco: MÃE

II. DESCRIÇÃO DA DEMANDA:

A escola que Kauã frequenta solicitou à família a elaboração de um laudo para


que ele receba atendimento na Sala de Recursos, em função de dificuldades
apresentadas na aprendizagem.
Desta forma a família procurou atendimento junto ao CAPS Capilé de São
Leopoldo, onde, atendido pela neuropediatra, recebeu encaminhamento para
avaliação psicológica no PAAS da UNISINOS, Campus de São Leopoldo, com
hipótese diagnóstica de deficiência intelectual e transtorno de déficit de atenção e

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hiperatividade, também apresentando um transtorno na


fala.
Frente a estas questões optamos pelas seguintes ferramentas:
Entrevista com os pais: Coletar o máximo de dados possíveis para elucidar
questões cognitivas, afetivas e de organização da estrutura familiar.
Hora do Jogo1: Avaliar possíveis conflitos e sintomas através do entendimento da
estrutura psíquica.
Teste House-Tree-Person2: Para avaliação de traços de personalidade, aspectos
subjetivos e intersubjetivos conflitivos e um campo afetivo-emocional como um todo.
Escala Wechsler de Inteligência para Crianças (WISC) 3: Para avaliar a
capacidade intelectual e o processo de resolução de problemas.
Escala Wechsler Abreviada de Inteligência (WASI) 4: Para avaliar aspectos
cognitivos como conhecimento verbal, processamento de informação visual,
raciocínio espacial e não verbal, inteligência fluída e cristalizada.
Entrevista com terceiro: Objetivando coletar dados referentes ao desempenho e
a sociabilidade na escola. Além disso, como forma de explorar como as demandas
entre escola, família e contexto clínico se articulam.

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Técnica utilizada para investigação psicoterapêutica e processos de avaliação psicológico com
crianças, valendo-se da experiência do jogo e da brincadeira;
2
BUCK, John. H-T-P: casa-árvore-pessoa, técnica projetiva de desenho: manual e guia de
interpretação. São Paulo: Editora Vetor, 1 ed., 2003.
3
WECHSLER, David. WISC IV – Escala Wechsler de Inteligência para Crianças – Manual
Técnico. São Paulo: Editora Casa do Psicólogo, 1 ed., 2013.
4
WECHSLER, David. WASI – Escala Wechsler Abreviada de Inteligência – Manual. São Paulo:
Editora Casa do Psicólogo, 1 ed., 2014.

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III. PROCEDIMENTOS:

01.10: Entrevista semiestruturada com a mãe, com duração de 50 minutos;


08.10: Hora do jogo, com duração de 50 minutos;
15.10: Aplicação de teste House-Tree-Person (HTP), com duração de 40 minutos e
Hora do Jogo com duração de 10 minutos;
22.10: Observação da interação entre mãe e filho, com acesso aos brinquedos
disponíveis na sala de atendimento;
12. 11: Aplicação de teste Escala Wechsler de Inteligência para Crianças (WISC-IV),
com duração de 50 minutos;
Coleta de dados na escola: três entrevistas semiestruturadas com representantes da
escola de Kauã, sendo a entrevista com a professora da sala de recursos exercida
no dia 16 de outubro na escola E.E.E.M. Caic Madezatti (20 minutos), com a vice-
diretora e a monitora exercida no dia 28 de outubro na E.E.E.F. Dr. João Daniel
Hillebrand (15 minutos) e com a professora de Kauã no dia 05 de outubro na
E.E.E.F. Dr. João Daniel Hillebrand (15 minutos).

III. ANÁLISE:

Para melhor organização do presente documento, a análise será dividida em


resultados e integração dos dados. Na primeira seção, serão relatadas as
informações advindas por meio dos procedimentos acima dispostos. Na seção
“integração dos dados” serão discutidos os dados coletados, a partir da
compreensão psicodinâmica do caso.

RESULTADOS

Dados obtidos por meio da entrevista com os responsáveis:


A entrevista foi realizada apenas com a mãe, pois o pai não pôde comparecer
em nenhuma das datas marcadas. A mãe contou que já tinha dois filhos antes da
gravidez do Kauã, que não foi planejada, e teve mais uma filha após. Ela trouxe

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exames neurológicos, que não apresentaram


anormalidades.
Kauã mamou até os três meses, começou a caminhar com 1 ano e meio e teve
dificuldades em aprender a falar, sua primeira palavra foi apenas aos 3 anos, idade
em que parou de usar fraldas e iniciou na creche. Começou a frequentar a escola
aos 6 anos, onde passou a socializar melhor. A mãe relatou dificuldade em
compreender o que o filho diz, e também a dificuldade do Kauã entender e lembrar
as ordens da mãe. Se não consegue realizar atividades, logo desiste. Frequentou a
APAE em 2017. Kauã gosta de brincar de jogo da memória e quebra-cabeças, mas
mostra dificuldade em aceitar a derrota nos jogos.
Dados obtidos por meio dos encontros com a criança:
Esse campo de análise se dá tranversalmente durante todos os encontros no
quais Kauã se fez presente, seja por meio da hora do jogo e a interação com a mãe,
seja pela sua disponibilidade para aplicação dos testes WISC e HTP.
Em linhas gerais, ele apresentou-se curioso em relação aos brinquedos, porém
com indisponibilidade para se manter em uma brincadeira, construir uma narrativa
ou concluir uma tarefa de algum jogo. Apesar de não construirmos uma avaliação
que delimite a apresentação de algum quadro psicopatológico específico, muitos dos
fenômenos observados reforçam a hipótese de um transtorno de um transtorno de
déficit de atenção e hiperatividade. Dentre os sintomas observados, destacam-se a
dificuldade para manter a atenção em tarefas lúdicas, enfatizadas pela troca
constante de brincadeiras sem muita interação e exploração narrativa; no que diz
respeito aos dados coletados pela entrevista, apresenta dificuldades para se
envolver em tarefas de aula; preenche além disso outros critérios diagnósticos
coletados a partir das entrevistas com a representantes educacionais e a partir das
observações diretas do processo de avaliação. Apesar disso, é importante destacar
que esses critérios demandam uma análise mais minuciosa do caso por meio de
uma investigação longitudinal. Opta-se por destacar ainda no diagnóstico diferencial,
com mais ênfase, o transtorno específico da aprendizagem e o transtorno do
desenvolvimento intelectual, por se tratarem de demandas muito acentuadas pelo
ambiente acadêmico.
Avaliação cognitiva:

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O processo de avaliação das habilidades cognitivas de


Kauã se concentra, em especial, na aplicação do teste WISC, no qual de antemão,
demonstrou não apresentar um escore representativo para um caso de déficit
intelectual. Corrobora também com esse dado, a postura de Kauã durante a
aplicação do teste, demonstrando ansiedade e inquietude para resolução e análise
das respostas, o que sugeriu que uma boa parte dos erros na escolha das figuras
passavam pelo grau de concentração que ele investia para responder. Ele
apresentou-se inquieto na maioria do tempo de aplicação do teste, sugerindo seu
término em algumas ocasiões.
Em contraponto, e especificamente identificado durante o processo de avaliação
psicológica, se reconhece a expressividade que sua dificuldade de fala apresenta,
porém até então não se tem acesso às avaliações da fonoaudióloga, o que faz com
que não possamos fazer um diagnóstico mais consistente em relação à fala.
Acredita-se porém, por meio das interações e observações, que sua dificuldade na
fala passe por fenômenos mais gerais de linguagem, pois discursos extensos e o
nível de complexidade da fala de seus interlocutores revelam uma dificuldade
explícita de compreensão por parte dele.
Avaliação área afetivo-emocional:
A identificação dos fenômenos do campo afetivo e emocional estão delimitados
nesse processo de avaliação psicológica pela interação dos encontros e pelo teste
HTP. Em linhas gerais, percebe-se por meio da síntese interpretativa do teste, uma
centralidade dependente da figura da mãe, o que não por um lado não expressa a
falta de autonomia em relação à mãe, mas uma necessidade de apoio ligados aos
sentimentos de incapacidade, de desvalor que as figuras desenhadas sugerem.
Essa organização afetivo-emocional corrobora, em certo nível de complexidade das
diferentes investigações do processo de avaliação, com as dificuldades
apresentadas no ambiente escolar, visto que apresenta-se como espaço de
valorização por meio do desempenho, o que agencia também as demandas de
sociabilidade de uma forma mais ampla.
Ainda com base no teste, e suportado pela observação dos encontros, enfatiza-
se a relevância da comunicação como componente importante para dar conta das
necessidades básicas. Essa dinâmica aparece nos desenhos a partir de uma
interpretação de incapacidade para satisfazer essas necessidades, o que nos leva a

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delimitar a dificuldade de comunicação à uma demanda


básica de entrelaçamento simbólico e social. Por essas questões, corrobora-se que
as dificuldades de aprendizagem de Kauã não estejam ligadas apenas a um
transtorno de aprendizagem específico ou um transtorno de desenvolvimento
intelectual, mas se integram em um circuito afetivo-emocional exacerbado.
Dados coletados por meio de terceiros:
Dentre as três pessoas referenciadas à escola que participaram desse processo
de avaliação psicológica (professora integral, professora da sala de apoio e
estagiária de inclusão) constrói-se uma dinâmica geral em torno da capacidade de
desenvolver atividades que envolvam escrita e a comunicação com coerência
discursiva e complexidade de acordo com sua idade. Essas atividades enfatizam o
deslocamento de sua capacidade integrativa em relação ao plano de aula para o ano
letivo que frequenta (2° ano). Essa desadaptação acadêmica aparece especialmente
na hora de cumprir tarefas que envolvam uma aprendizagem adquirida por meio do
entrelaçamento simbólico e do desenvolvimento linguístico e matemático. Além
disso, demonstra irritabilidade e insatisfação quando recebe uma tarefa que não
consegue resolver, o que leva a indagar o caso novamente entrelaçado às suas
demandas e conflitos no âmbito afetivo-emocional e as dificuldades de
aprendizagem mais explícitas no ambiente escolar como processo de
retroalimentação.
No que diz respeito ao nível de sociabilidade apresentado no ambiente escolar,
demonstra, segundo as falas das professoras, certa interação com os colegas e um
avanço significativo de aproximação com os colegas de um ano para outro, bem
como avanço na autonomia com as demandas de higiene básica.

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São Leopoldo, 15 de novembro de 2019.

Acadêmica de Psicologia
UNISINOS Acadêmica de Psicologia
UNISINOS

Acadêmica de Psicologia
Acadêmica de Psicologia UNISINOS
UNISINOS

Vivian de Medeiros Lago Rosana Cecchini de Castro


CRP 07/14275 Coordenadora do PAAS

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