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Diplomacia 360 graus – Módulo Atena – Geografia – Aula 03

Prof. João Felipe Ribeiro – 13.08.2018

DINÂMICA DO ESPAÇO AGRÁRIO MUNDIAL (3)

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

No espaço agropecuário dos EUA, ocorre a junção do capital, territorializado como tecnologia,
com um quadro natural favorável para a promoção da especialização de cultivo. No caso
daqueles cinturões agrícolas que estão localizados nas planícies centrais dos EUA, áreas onde o
solo já é naturalmente mais fértil, haverá uma grande influência das condições climáticas, que
determinarão, de certa forma, o que será cultivado. Decorre desse fator a existência de espaços
agrários de altíssima produtividade, onde a quase totalidade dos agricultores se concentra no
produto adequado para as condições naturais locais.

Outros fatores também influenciam na localização desses cinturões agropecuários. A região do


Cinturão do Leite, por exemplo, que fica ao redor dos Grandes Lagos e no Nordeste
estadunidense, está próxima das áreas metropolitanas mais populosas dos EUA, pois a produção
de produtos mais perecíveis precisa estar mais próxima dos maiores mercados consumidores.
Esse “fator proximidade” também funciona para explicar a existência de cinturões verdes nas
proximidades de grandes centros urbanos, que produzem itens mais perecíveis, como as
hortaliças e orgânicos em geral.
Os 91,6 milhões de hectares nos quais se cultivam o milho, a soja e o trigo no EUA correspondem
a 900.000 km2, que representa aproximadamente 10% do território estadunidense. Percebe-se
que a área cultivada dos EUA é bem maior, em termos percentuais, do que a área cultivada do
Brasil, que não chega aos 10% do território. Porém, se comparados com a União Europeia, os
EUA utilizam ainda pouquíssimo de seu território para a agricultura (17% de seu território).

ÍNDIA

A Índia possui a maior extensão de área cultivada do planeta (179,8 milhões de hectares), apesar
de ter aproximadamente um terço da dimensão territorial dos EUA (e menos da metade do
território brasileiro). Isso se deve às poucas limitações naturais da Índia. Com exceção do
Himalaia e de algumas regiões de deserto, a maior parte do território indiano (alternância de
planalto e planície) é cultivável.

Depois da Índia, as maiores extensões de área cultivada estão nos Estados Unidos (167,8 milhões
de hectares), na China (165,2 milhões de hectares) e na Rússia (155,8 milhões de hectares).
Somente esses quatro países totalizam 36% da área cultivada do planeta. O Brasil ocupa o 5º.
lugar, seguido pelo Canadá, Argentina, Indonésia, Austrália e México.

Seria natural supor que os 3 países com maior extensão territorial do mundo (Rússia, Canadá,
China) estivessem à frente da Índia nesse ranking, mas, devido às grandes limitações naturais
desses países, não estão. Também o Brasil e os EUA, apesar de suas dimensões continentais e
menos limitações naturais, usam muito pouco suas áreas cultiváveis, 10% e 17%
respectivamente e estão atrás da Índia.
O ESPAÇO RURAL BRASILEIRO (1)

O Brasil usa menos de 10% de seu território com a agricultura e, mesmo assim, sofre muitas
críticas mundialmente, por causa do desmatamento. É possível que, no futuro, possamos
expandir nossas áreas cultivadas sem desmatar, sobretudo por meio do crescimento vertical
das lavouras, ou seja, produzir mais via produtividade. Como a produtividade brasileira ainda é
menor do que a estadunidense em certos cultivos, como o milho, ainda há espaço para
crescimento vertical.

Já o crescimento horizontal seria o desbravamento de novas áreas, a expansão da fronteira


agrícola. Aproximadamente 60% do território brasileiro ainda é de vegetação original, sendo que
só a Amazônia intacta representa praticamente 40% do território nacional. Já o Cerrado
representa 10% do território do Brasil.

A maior parte desses 40% do território já sem vegetação original é utilizada por uma pecuária
extensiva, que ocupa enormes áreas cultiváveis e que não são aproveitadas para lavoura. A
pecuária brasileira ocupa hoje praticamente 20% do território nacional. Não se trata
necessariamente de um uso territorial necessário para a produção, mas sim um traço de poder.

Brasil será maior exportador agrícola mundial em 2024


O Brasil assumirá a liderança das exportações mundiais do setor agrícola em 2024, consolidando
assim os avanços que o setor registrou no país nos últimos anos, afirmaram nesta quarta-feira a
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento da Europa (OCDE) e Organização das
Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

A continuação do crescimento da safra até 2024 será baseada na melhora da produtividade


(crescimento vertical) e da expansão das lavouras (crescimento horizontal), destacaram as duas
entidades em um capítulo dedicado ao Brasil no relatório anual de Perspectivas Agrícolas.

As plantações ocuparão uma área total 69,4 milhões de hectares em 2024, o que representa um
crescimento de 20% em relação à média do período entre 2012-2014 e um aumento anual de
1,5%. Boa parte dessa expansão ocorrerá por meio da cana-de-açúcar (com alta de 37%), do
algodão (35%) e das oleaginosas (23%), especialmente a soja.

Quanto à produtividade, as entidades projetam que o Brasil melhorará, principalmente, o


rendimento de suas lavouras de trigo e arroz. Haverá avanços de menor impacto no caso do
algodão, das oleaginosas e da cana-de-açúcar. A soja seguirá sendo o principal produto agrícola
do Brasil, atualmente segundo maior exportador mundial, atrás apenas dos Estados Unidos.
Segundo o relatório, os embarques da oleaginosa devem render em 2024 cerca de US$ 22,8
bilhões, um valor menor do que o recebido pelo país atualmente.

As entidades explicam que esse montante seria reduzido porque o consumo interno deve
crescer 27% nos próximos 10 anos, implicando na redução dos volumes exportados. Em 2013,
os embarques de soja renderam de US$ 23 bilhões, equivalente a 26% do total dos produtos
agrícolas vendidos pelo Brasil ao exterior. (...)

http://exame.abril.com.br/economia/noticias/brasil-sera-maior-exportador-agricola-mundial-
em-2024 (01-07-2015)
→ No espaço rural brasileiro coexistem dois sistemas distintos: uma agricultura moderna e
produtiva lado a lado com outra de produtividade baixa.

→ Ainda há um enorme gap de produtividade de milho no Brasil, se comparado com os EUA.


A participação brasileira no comércio mundial de milho ainda é muito pequena.

NASA confirma dados da Embrapa sobre área plantada no Brasil

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, apresentará dados da NASA,


agência especial norte-americana, em Berlim, Alemanha, demonstrando que o Brasil utiliza
apenas 7,6% de seu território com lavouras, somando 63.994.479 hectares.

O ministro foi convidado para discursar na abertura do painel “Moldar o Futuro da produção
animal de forma sustentável, responsável e produtiva”, no Fórum Global para Alimentação e
Agricultura (GFFA), a realizar-se durante a Semana Verde Internacional, no período de 18 a 20
de janeiro.

Em 2016, a Embrapa Territorial já havia calculado a ocupação com a produção agrícola em 7,8%
(65.913.738 hectares). Os números da NASA datam de novembro de 2017, indicando percentual
menor, mas segundo o chefe geral da Embrapa Territorial, Evaristo Miranda, doutor em
Ecologia, é normal a pequena diferença de 0,2% entre os dados brasileiros e norte-americanos.

Os números da NASA, e também os da Embrapa, serão utilizados pelo Ministro Blairo Maggi para
rebater a crítica recorrente da comunidade internacional de que os “agricultores brasileiros são
desmatadores”.

O estudo da NASA demonstra que o Brasil protege e preserva a vegetação nativa em mais de
66% de seu território e cultiva apenas 7,6% das terras. A Dinamarca cultiva 76,8%, dez vezes
mais que o Brasil; a Irlanda, 74,7%; os Países Baixos, 66,2%; o Reino Unido 63,9%; a Alemanha
56,9%.

Evaristo Miranda explica que o trabalho conjunto da NASA e do Serviço Geológico (USGS) dos
Estados Unidos fez amplo levantamento com o mapeamento e o cálculo das áreas cultivadas do
planeta baseados em monitoramento por satélites. Durante duas décadas, a Terra foi
vasculhada, detalhadamente, em imagens de alta definição por pesquisadores do Global Food
Security Analysis, que comprovaram os dados antecipados pela Embrapa.
As áreas cultivadas variam de 0,01 hectare por habitante – em países como Arábia Saudita, Peru,
Japão, Coréia do Sul e Mauritânia – até mais de 3 hectares por habitante no Canadá, Península
Ibérica, Rússia e Austrália. O Brasil tem uma pequena área cultivada de 0,3 hectare por
habitante, e situa-se na faixa entre 0,26 a 0,50 hectare por habitante, que é o caso da África do
Sul, Finlândia, Mongólia, Irã, Suécia, Chile, Laos, Níger, Chade e México.

O levantamento da NASA também dispõe de subsídios sobre a segurança alimentar no planeta,


com a medição da extensão dos cultivos, áreas irrigadas e de sequeiro, intensificação no uso das
terras com duas, três safras e até áreas de cultivo contínuo. Não entram nesses cálculos áreas
de plantio florestal e de reflorestamento, que são as terras dedicadas ao plantio de eucaliptos.
No Brasil contaram-se apenas as lavouras.

De acordo com o estudo, a área da Terra ocupada por lavouras é de 1,87 bilhão de hectares. A
população mundial atingiu 7,6 bilhões em outubro passado, resultando que cada hectare, em
média, alimentaria 4 pessoas. Na realidade, a produtividade por hectare varia muito, assim
como o tipo e a qualidade dos cultivos.

“Os europeus desmataram e exploraram intensamente o seu território. A Europa, sem a Rússia,
detinha mais de 7% das florestas originais do planeta. Hoje tem apenas 0,1%. A soma da área
cultivada da França (31.795.512 hectares) com a da Espanha (31.786.945 hectares) equivale à
cultivada no Brasil (63.994.709 hectares)”, explica o especialista da Embrapa.

A maior parte dos países utiliza entre 20% e 30% do território com agricultura. Os da União
Europeia usam entre 45% e 65%. Os Estados Unidos, 18,3%; a China, 17,7%; e a Índia, 60,5%.

“Os agricultores brasileiros cultivam apenas 7,6%, com muita tecnologia e profissionalismo”,
assegura Evaristo Miranda.

As maiores áreas cultivadas estão na Índia (179,8 milhões de hectares), nos Estados Unidos
(167,8 milhões de hectares), na China (165,2 milhões de hectares) e na Rússia (155,8 milhões de
hectares). Somente esses quatro países totalizam 36% da área cultivada do planeta. O Brasil
ocupa o 5º. lugar, seguido pelo Canadá, Argentina, Indonésia, Austrália e México.

https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/30972114/nasa-confirma-dados-da-
embrapa-sobre-area-plantada-no-brasil (29/12/17)

COMPARAÇÃO DAS ÁREAS PLANTADAS (hectares)


2010 2011
TOTAL 61.152.148 62.959.757
Soja 23 293 098 24.070.954
Cana 9.080.769 8.674.271
Milho (1a safra) 7.406.874 7.575.434
Arroz 2.709.653 2.752.238
Feijão (1a safra) 2.019.715 2.272.943
Café 2.155.572 2.132.134
Trigo 2.176.978 2.033.320
Mandioca 1.773.300 1.779.034
Laranja 843.088 796.124
1. O CENSO AGROPECUÁRIO
USO DA TERRA PELAS 5 MILHÕES DE PROPRIEDADES RURAIS

→ Essa grande quantidade de matas e florestas no espaço das propriedades rurais brasileiras
decorre do Código Florestal, que impõe ao agricultor a manutenção de reservas legais em suas
fazendas.

A Lavoura divulga dados preliminares do Censo Agropecuário 2017 do IBGE

O Censo Agro 2017 identificou, até o momento, 5.072.152 estabelecimentos agropecuários no


Brasil, em uma área total de 350.253.329 hectares. Em relação à mesma pesquisa feita em 2006
(a última realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE), essa área cresceu
5%, o equivalendo a 16,5 milhões de hectares, o que corresponde à toda área do Estado do Acre,
apesar da redução de 2% (103.484 unidades) no número de estabelecimentos.(...)

Entre os estabelecimentos com mil hectares ou mais, houve um aumento tanto em número
(mais 3.287) quanto em área (mais 16,3 milhões de hectares). Sua participação na área total
passou de 45% para 47,5%, de 2006 para 2017.

Já os estabelecimentos entre cem e mil hectares viram sua participação na área total cair de
33,8% para 32% (menos 814.574 ha) e tiveram uma diminuição de 4.152 unidades.(...)

AUMENTO DAS ÁREAS DE MATAS NATURAIS

Em relação ao uso da terra nos estabelecimentos agropecuários, entre os anos de 2006 e 2017,
observou-se a redução de 31,7% na área utilizada para lavouras permanentes, como frutas e
café, por exemplo. Já a área destinada a lavouras temporárias, como grãos e cana de açúcar,
cresceu 13,2%.

Também houve uma redução de 18,7% nas áreas de pastagem natural e um crescimento de
9,1% nas regiões destinadas a pastagens plantadas.

O Censo ainda mostra uma elevação da quantidade de hectares destinada às matas naturais
(11,4%), que são as florestas naturais, e às plantadas (79,2%), que são destinadas à silvicultura.

http://www.sna.agr.br/a-lavoura-divulga-dados-preliminares-do-censo-agropecuario-2017-do-
ibge/
2- A EXPANSÂO DA FRONTEIRA AGRÍCOLA

AS ZONAS PIONEIRAS DO BRASIL – Leo Waibel

Segundo o recenseamento de 1940 a área economicamente explorada no Brasil apurada pelo


censo (área recenseada), compreende 2 milhões de km2, ou seja, 23% da área total do país.
Destes, apenas 188.000 km2, ou seja, 2,2% são de área cultivada e 830.000 km2, ou cerca de
10% são utilizados como pastagens. O restante, isto é, 77% do território nacional, ou não são
economicamente utilizados, não são utilizáveis, ou então estão na mão de “intrusos”, que
escapam ao levantamento estatístico. Em todo caso, pode-se dizer que mais da metade da área
do Brasil está inexplorada do ponto de vista agrícola e praticamente despovoada, e isto num
país de dimensões de um continente e no qual não ocorrem desertos ou cadeias de montanhas.

Com estes valores o Brasil representa um caso único entre todos os grandes países do globo.
Acresce ainda o fato de estar no hemisfério sul, bem afastado da atmosfera politicamente
inflamada do hemisfério norte. Assim é compreensível que a atenção de todo o mundo esteja
atualmente voltada para o Brasil. Representa ele a última grande reserva de terras disponíveis
do mundo ocidental, e assume do ponto de vista puramente espacial uma posição semelhante
à que tinham os Estados Unidos da América do Norte há 150 anos. Por estes motivos tanto no
interior do país quanto no exterior, tem sido manifestada a opinião de que o Brasil promete ser
um segundo Estados Unidos.

Publicado pela Revista Brasileira de Geografia- Ano 8- N.o 4- Out-Dez de 1955

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