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Estupro
Tanto o homem quanto a mulher podem ser sujeitos ativo ou passivo do crime.
Entende-se por ato libidinoso toda prática que tem por fim satisfazer o apetite sexual
sendo de forma obscena e lesiva ao pudor mínimo. E por conjunção carnal entende-se
como a introdução completa ou incompleta do pênis no canal vaginal, não sendo
considerado para tal a cópula vulvar e nem o sexo oral ou anal. Assim, o ato libidinoso é
gênero do qual a conjunção carnal é espécie.
A violência nesse crime pode ser presumida ou efetiva: é efetiva a violência quando
existe concurso da força física ou o emprego de meios impossibilitando (drogas,
anestésicos etc.) a vítima de reagir; a violência presumida trata-se de uma determinação
legislativa correspondente ao crime de estupro de vulnerável (art. 217).
1.1.2. Perícia
A metodologia do exame de conjunção carnal a fim de averiguar se houve coito
vagínico deve ser feita levando em conta aspectos históricos (circunstâncias do crimes
informadas pela vítima) e exames subjetivos (condições psíquicas da vítima) e objetivos
(aspectos gerais da vítima, como peso, altura, lesões e alterações corporais sugestivas e
violência e exame de sua região genital).
No caso do exame de ato libidinoso diverso da conjunção carnal deve ser feito um
exame histórico e subjetivo, aos molde dos modelos anteriores, e um exame objetivo
(exame da ânus, na cavidade bucal, sobre a introdução de objetos etc.).
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém,
mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação
da vítima:
Em vez do agente valer-se da coação física ou moral este usa de meios fraudulentos,
induzindo alguém ao erro, fazendo-o aceitar com o fato ilícito numa espécie de “estelionato
sexual”.
É um delito de rara ocorrência.
Um exemplo de fraude sexual seria a de um curandeiro que induz as suas vítimas a
manterem relações sexuais com ele como forma de curar uma enfermidade.
Nessa forma de delito a perícia resume-se em comprovar a conjunção carnal ou o
ato libidinoso.
Assédio sexual
3. Infanticídio
Código Penal (Decreto-Lei nº 2848/1940)
Infanticídio
Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante
o parto ou logo após:
3.1. Perícia
O exame pericial será orientado na busca dos estados de natimorto, o de feto
nascente, o de infante nascido ou de recém-nascido (diagnóstico do tempo e vida), a vida
extrauterina (diagnóstico do nascimento com vida), a causa jurídica de morte do infante
(diagnóstico do mecanismo de morte), o estado psíquico da mulher (estado puerperal) e a
comprovação do parto pregresso.
O Natimorto é definido como o feto morto durante o período perinatal. O feto
nascente apresenta todas as características do infante nascido, menos a faculdade de ter
respirado. O infante nascido é aquele que acabou de nascer, respirou, mas não recebeu
nenhum tratamento especial. E o recém-nascido compreende um estágio que vai desde os
primeiros cuidados pós-parto até o sétimo dia de nascimento.
A principal prova de vida extrauterina é a respiração autônoma, aferida por meio da
docimásia. Existem dois grupos de docimásias, as pulmonares e as extrapulmonares.
Dentro dos grupos das docimásias pulmonares se inserem a docimácia hidrostática
pulmonar de Galeno (baseis-se na densidade do pulmão que respirou o do que não
respirou), diafragmática de Ploquet (observa-se a horizontalidade diafragmática), óptica ou
visual de Bouchut (simples inspeção do pulmão), táctil de Nerio Rojas (observa-se a textura
do pulmão), histológica de Balthazard (observação microscópica do pulmão) entre outras.
Entre as docimásias extrapulmonares destacam-se a docimásia gastrintestinal de
Breslau (observar a presença de ar no tubo digestivo), auricular de Vreden (presença de ar
ou não na cavidade timpânica), pneumo-hepática de Puccinotti (valor da quantida
sanguínea no fígado e no pulmão), ponderal de Pulcquet (relação do peso do pulmão com
o restante do corpo), bacteriana de Malvoz (observa-se a presença de certas bactérias no
sistema gastrintestinal) entre outras.
Além das docimásias ainda existem as provas ocasionais que englobam a presença
de lesões, de substâncias alimentares no tubo digestivo, idícios de recém-nascimento e a
presença de corpos estranhos nas vias respiratórias.
As únicas causas de morte que interessam ao infanticídio são as causas criminosas
(decorrentes da ação das mais diversas energias), sendo irrelevantes as causas naturais
ou acidentais.
Ainda deve ser considerado o estado psíquico da parturiente, que deve ser de grave
perturbação psicológica em decorrência do estado puerperal para configurar crime de
infanticídio.
Por fim, resta a perícia também a avaliar o tempo decorrido desde o parto. Exames
do aspecto dos órgãos genitais externos, das mamas, das paredes abdominais e o estado
geral da mulher.