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Conteúdos
Aceleração
Aceleração
A aceleração é uma das alternativas de atendimento aos alunos com Altas
Habilidades/Superdotação (AH/SD), previstas na legislação brasileira. Esta medida
administrativa tem sido objeto de muitas controvérsias que merecem ser discutidas no
nosso contexto educacional.
Persson (2009) relata que em grande parte dos países europeus a aceleração é
utilizada como parte de políticas inclusivas, em formas combinadas com o enriquecimento
curricular, ou isoladamente. Nos países que adotam a aceleração, a modalidade é a de
eliminar anos de estudo (pular de ano) ou avançar mais rapidamente de um ano a outro.
Dentre os países asiáticos, a aceleração é utilizada no Japão, Coréia e Taiwan. A China
emprega diversas formas de atendimento educacional aos alunos com AH/SD, como
classes e escolas especiais, atividades especiais dentro e fora do campus, programas de
férias e de final de semana, instrução individualizada e classes experimentais, com
algumas formas de aceleração (REYERO; TOURÓN, 2003).
1
“Pull-out programs”, em inglês.
Na América Latina o atendimento aos alunos com AH/SD ainda é bastante precário,
embora Peru, Colômbia, Venezuela e Brasil possuam legislação própria sobre esse
atendimento. Comentam Reyero e Tourón (2003) que nos países do Caribe e Centro
América, o México já conta com projetos públicos e diversas iniciativas privadas, mas
afirmam que somente em Cuba a aceleração de disciplinas e a compactação curricular são
adequadas.
O artigo Nº 47 desta mesma lei, no seu parágrafo 2 define que no ensino superior os
alunos que tiverem “extraordinário aproveitamento nos estudos, demonstrado por meio de
provas e outros instrumentos de avaliação específicos, aplicados por banca examinadora
especial” de acordo com as disposições dos sistemas de ensino, “[...] poderão ter abreviada
a duração dos seus cursos” (BRASIL, 1996, s.p.).
O que é aceleração?
Existem diferentes conceitos sobre o que seja aceleração. Segundo Reyero e Tourón
(2003), alguns autores a definem como a movimentação de um aluno ao longo do
conteúdo curricular de forma mais rápida, a uma idade inferior à convencional. Outros
autores consideram que a aceleração envolve também uma diferenciação qualitativa do
conteúdo programático, respeitando o ritmo de aprendizagem do aluno, a sua maturidade
emocional e social e o seu desejo de avançar no currículo.
A aceleração como modelo de currículo oferece aos alunos com AH/SD os mesmos
conteúdos e processos didáticos, mudando o ritmo e o acesso (SCHIEVER; MAKER, 1991)
e inclui o chamado “currículo telescópico”, que permite cobrir mais materiais do currículo
em menos tempo (por exemplo, 1 ano em 6 meses ou 2 anos em 1) e os estudos
independentes, quando os alunos estudam em seu próprio ritmo.
O conceito de que “todos devem aprender o mesmo” se mantém nos dois modelos
que oferecem “o mesmo antes e/ou mais rápido”.
O ingresso precoce à educação infantil, segundo Schiever e Maker (1991), pode ser
prejudicial, causando frustração pela desigualdade no desenvolvimento físico com os
colegas mais velhos. A criança pode cansar mais rapidamente, pode desenvolver a
coordenação motora fina em menor nível que seus colegas e pode continuar sem ter pares
No ensino médio, essas desvantagens são menores e podem ser superadas mais
facilmente.
Então, a aceleração permite que o aluno termine a sua vida escolar antes do
previsto. Para que? Porque o aluno está entediado e já domina alguns conteúdos escolares?
Quais conteúdos? De que disciplinas? De todas elas? A conclusão da vida escolar a uma
idade inferior à prevista, no contexto brasileiro, traz algum benefício para o estudante
acelerado? Essa economia de um ano ou dois no ensino básico terá reflexos no seu
A aceleração deve ser uma decisão muito bem estudada, acompanhada e tomada,
especialmente quando as demais alternativas de atendimento educacional especializado
não surtirem efeito.
A aceleração deve envolver não apenas o aluno, mas a sua família e o(s)
professor(es) que está(ão) recebendo esse aluno para que as possíveis lacunas e os
problemas psicossociais possam ser solucionados antes de fazer a aceleração.
Essa ficha (Anexo 7), que pode ser preenchida pelo professor ao longo de
um período determinado (por exemplo, no segundo bimestre), permite ter
uma visão geral da turma toda quanto a áreas mais fortes, formas
preferidas dos alunos para mostrar seus produtos, formas de aprendizagem
e maiores interesses.
A partir dessa ficha preenchida com as informações de todos os alunos da
turma, o professor pode, por exemplo, propor atividades relacionadas aos
diferentes interesses deles, com diferentes níveis de aprofundamento para,
assim, poder atender também aos alunos com AH/SD que, na sua área de
interesse, terão um desempenho superior aos demais alunos. Suponhamos
que um professor esteja trabalhando a história de sua cidade; de acordo
com os interesses dos alunos, ele poderá distribuir as leituras e pesquisas
em grupos que tenham afinidade. Poderá, por exemplo, solicitar a um
grupo que reúna os alunos interessados em dança e música para que
pesquisem a história da sua cidade sob esse ângulo; a outro grupo cujo
interesse seja empresas e dinheiro, o professor poderá solicitar que
pesquise a história da cidade sob esse ponto de vista, e assim por diante.
Dessa forma, estará combinando o trabalho necessário para avançar no
conteúdo do seu plano de estudos e os diferentes interesses dos alunos,
incentivando o/os aluno/s com AH/SD nessa área ao aprofundamento que
eles costumam dedicar a suas áreas de interesse. Para estimular o uso de
diferentes formas de aprendizagem, o professor poderá permitir que os
alunos façam grupos de discussão, trabalhos individuais, entrevistas com
adultos, pesquisas na Internet, que escrevam textos ou mesmo propor jogos
relacionados ao tema, um roteiro organizado de estudo, enfim, diferentes
modos de favorecer as diferentes formas de aprendizagem.
Quanto à forma de manifestação, a simples autorização para apresentar o
produto de seus estudos de diferentes modos já será suficiente para que os
alunos possam se sentir à vontade para mostrar seu trabalho por escrito,
oralmente, por meio de figuras, gráficos, desenhos, de uma representação
teatral, de uma aula dialogada, de um jornal, etc.
As áreas mais fortes também podem ser contempladas num trabalho mais
flexível do conteúdo programático. Por exemplo, um aluno que tenha como
área de destaque a inteligência corporal-cinestésica e não a linguística
poderá ter mais dificuldade para expressar seus conhecimentos da forma
tradicional (oral ou escrita), mas poderá ser incentivado a olhar essa
história da cidade do ponto de vista dos esportes, da dança, ou a mostrar o
que aprendeu com uma representação teatral.
Geralmente, os alunos com AH/SD que tenham interesses afins com a
história apresentarão um trabalho mais aprofundado, mais elaborado que
seus colegas. A flexibilização, nessa abordagem, permite que esses alunos
possam “ir além”. Ela propõe mostrar e compartilhar os seus interesses com
o resto da turma e, inclusive, no caso de alunos que tenham mais
dificuldade para se relacionar com seus colegas, fomentará uma melhor
integração desses alunos com os demais (FREITAS; PÉREZ, 2012, p. 64-
65).
Além das fichas que explanamos anteriormente, outro instrumento que pode servir tanto
para identificação quanto para acompanhamento do aluno é o Portfólio do Aluno.
Segundo Renzulli e Reis (1997), trata-se de grupos muito flexíveis no que se refere
ao número de integrantes, critérios de agrupamento, duração e periodicidade (não
seriados) de alunos e adultos (docentes, diretores, funcionários, voluntários) que
compartilham interesses comuns e se reúnem durante momentos específicos (diariamente,
um turno por semana, dois turnos por mês, etc.) para desenvolver esses interesses.
Os agrupamentos podem ter duração definida e variável; podem ser fixos ou irem
mudando ao longo do tempo, de acordo com a evolução dos interesses dos alunos,
mudando de interesse, de integrantes e de coordenadores.