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O Crescimento da Criança Segundo

Piaget
Índice

Introdução

Quem foi Jean Piaget

O que se entende por estádios de desenvolvimento

Estádios de desenvolvimento:

- Estádio sensório - motor

- Estádio pré - operatório

- Estádio das operações concretas

- Estádio das operações formais

Como se efectua a passagem ao estádio seguinte

Conclusão

Bibliografia

Introdução

No âmbito da disciplina de Psicologia foi- nos proposto a realização de um


trabalho - Os estádios de desenvolvimento segundo Piaget.

Neste trabalho, tentarei dar resposta às seguintes questões: "Quem foi Jean
Piaget" e "O que se entende por estádios de desenvolvimento".

Abordarei, de seguida, os quatro estádios de desenvolvimento:

o Estádio sensório- motor (dos 0 aos 18/24 meses)

o Estádio pré- operatório (dos 2 aos 7 anos )


o Estádio das operações concretas ( dos 7 aos 11/12 anos)

o Estádio das operações formais ( dos 11/12 aos 15/16 anos)

Com este trabalho pretendo alcançar os objectivos propostos.

Quem foi Jean Piaget

Jean Piaget (1896-1980) foi um psicólogo e filósofo suíço,

conhecido pelo seu trabalho pioneiro no campo da


inteligência infantil. Piaget passou grande parte de sua
carreira profissional interagindo com crianças e estudando o
seu processo de raciocínio. Os seus estudos tiveram um grande impacto sobre os
campos da Psicologia e Pedagogia.

O que se entende por estádios de


desenvolvimento

A noção de estádio é, de certo modo, artificial e surge como instrumento de


análise, indispensável para a explicação dos processos e das características que
se vão formando ao longo do desenvolvimento da criança.

A criança, à medida que evolui vai-se ajustando à realidade circundante, e


superando de modo cada vez mais eficaz, as múltiplas situações com que se
confronta.

Se uma criança de 3 anos resolve determinado problema, suscitado pelo meio,


que não conseguia aos 2 anos, é porque possui, a partir de agora uma
determinada estrutura mental diferente da anterior e, de certo modo, superior,
porque lhe permite resolver novos problemas e ajustar- se à situação.

Os sucessivos ajustamentos da criança ao meio que se vão manifestando ao


longo do seu desenvolvimento deve interpretar- se em função desses mesmos
estádios.
Os vários psicólogos da criança não são unânimes no que se refere à sucessão
dos estádios, na medida em que cada um os aplica como instrumentos da sua
própria teoria explicativa.

Piaget refere-se a estádios não numa perspectiva global, mas cada estádio não
comportando todas as funções: mentais, fisiológicas, sociais e afectivas, mas
somente funções específicas. Assim considera a existência de estádios diferentes
relativamente à inteligência, à linguagem e à percepção. Piaget refere que a
aceitação da noção de estádio exige determinados pressupostos, tais como:

-Carácter integrado de cada estádio. As estruturas construídas e específicas


de determinada idade da criança tornam- se parte integrante da estrutura
da idade seguinte;

-Estrutura do conjunto. Os elementos constituintes de determinado estádio


estão intimamente ligados entre si e contribuem conjuntamente para
caracterizar determinada conduta;

-Todo o estádio tem um nível de preparação e um nível de consecução .O


estádio não surge definido e acabado, mas evolui no sentido da sua
superação.

- As crianças podem iniciar e terminar determinado estádio em idades


diferentes. O período estabelecido para delimitar os estádios é médio.

Os estádios de Piaget colocam a tónica na função intelectual do


desenvolvimento. Ele não nega a existência e a importância de outras funções,
mas delimita e especifica o campo da sua investigação ao domínio da
epistemologia genética.

A psicologia da criança, em Piaget, quase se identifica com uma psicologia da


inteligência.

Estádios de desenvolvimento

Cada estádio é definido por diferentes formas do pensamento. A criança deve


atravessar cada estádio segundo uma sequência regular, ou seja, os estádios de
desenvolvimento cognitivo são sequenciais. Se a criança não for estimulada /
motivada na devida altura não conseguirá superar o atraso do seu
desenvolvimento. Assim, torna-se necessário que em cada estádio a criança
experiêncie e tenha tempo suficiente para interiorizar a experiência antes de
prosseguir para o estádio seguinte.

Normalmente, a criança não apresenta características de um único estádio,


com excepção do sensório - motor, podendo reflectir certas tendências e formas
do estádio anterior e / ou posterior, Ex. : uma criança que se encontre no estádio
das operações concretas pode ter pensamentos e comportamentos
característicos do pré-operatório e / ou algumas atitudes do estádio das
operações formais.

Estádio sensório- motor (0 - 18/24 meses)

A actividade cognitiva durante este estádio baseia-se, principalmente, na


experiência imediata através dos sentidos em que há interacção com o meio,
esta é uma actividade prática. Na ausência de linguagem para designar as
experiências e assim recordar os acontecimentos e ideias, as crianças ficam
limitadas à experiência imediata, e assim vêem e sentem o que está a acontecer,
mas não têm forma de categorizar a sua experiência, assim, a experiência
imediata durante este estádio, significa que quase não existe nada entre a
criança e o meio, pois a organização mental da criança está em estado bruto,
de tal forma que a qualidade da experiência raramente é significativa, assim, o
que a criança aprende e a forma como o faz permanecerá como uma
experiência imediata tão vivida como qualquer primeira experiência. A busca
visual é um comportamento sensório-motor e é fundamental para o
desenvolvimento mental, pois este tem que ser aprendido antes de um conceito
muito importante designado por permanência do objecto. À medida que as
crianças começam a evoluir intelectualmente compreendem que, quando um
objecto desaparece de vista, continua a existir embora não o possam ver, pois ao
saberem que esse desaparecimento é temporário, são libertas de uma incessante
busca visual. A experiência de ver objectos nos primeiros meses de vida e,
posteriormente, de ver os mesmos objectos desaparecer e aparecer tem um
importante papel no desenvolvimento mental. Assim, podemos afirmar que a
ausência de experiência visual durante o período crítico da aprendizagem
sensório - motora, impede o desenvolvimento de estruturas mentais. Sendo
durante este estádio que os bebés aprendem principalmente através dos sentidos
e são fortemente afectados pelo ambiente imediato, mas contudo, sendo
também neste estádio que a permanência do objecto se desenvolve, podemos
então afirmar que, os bebés são capazes de algum pensamento representativo,
muito semelhante ao do estádio seguinte, pois seria um erro afirmar que, sendo a
sua fala, gestos e manipulações tão limitadas, não haveria pensamento durante o
período sensório-motor. “Nada substitui a experiência”, é uma boa síntese do
período sensório-motor do desenvolvimento cognitivo, pois é a qualidade da
experiência durante este primeiro estádio que prepara a criança para passar
para o estádio seguinte.

Estádio Pré-operatório (2 - 7 anos)

Este estádio também chamado pensamento intuitivo é fundamental para o


desenvolvimento da criança. Apesar de ainda não conseguir efectuar
operações, a criança já usa a inteligência e o pensamento.Este é organizado
através do processo de assimilação, acomodação e adaptação.

Neste estádio a criança já é capaz de representar as suas vivências e a sua


realidade, através de diferentes significantes:

- Jogo : Para Piaget o jogo mais importante é o jogo simbólico (só acontece neste
período), neste jogo predomina a assimilação (Ex. : é o jogo do faz de conta, as
crianças "brincam aos pais", "ás escolas", "aos médicos", ...). o jogo de construções
transforma-se em jogo simbólico com o predomínio da assimilação (Ex. : Lego - a
criança diz que a sua construção é, por exemplo, uma casa. No entanto, para os
adultos "é tudo menos uma casa").

Inicialmente (mais ao menos aos dois anos), a criança fala sozinha porque o seu
pensamento ainda não está organizado, só com o decorrer deste período é que
o começa a organizar, associando os acontecimentos com a linguagem na sua
acção.

A criança ao jogar está a organizar e a conhecer o mundo, por outro lado, o jogo
também funciona como "terapia" na libertação das suas angustias. Além disto,
através do jogo também nos podemos aperceber da relação familiar da criança
(Ex. : Quando a criança brinca com as bonecas pode mostrar a sua falta de amor
por parte da mãe através da violência com que brinca com elas).

- Desenho : Até aos dois anos a criança só faz riscos, sem qualquer sentido,
porque, para ela, o desenho não tem qualquer significado.
A criança, aos três anos já atribui significado ao desenho, fazendo riscos na
horizontal, na vertical, espirais, círculos, no entanto, não dá nome ao que
desenha. Tem uma imagem mental depois de criar o desenho.Mas aos quatro
anos a criança já é mais criativa e começa a perceber os seus desenho e
projecta no desenho o que sente.

De um modo geral, podemos dizer que, neste estádio, o desenho representa a


fase mais criativa e diversificada da criança.

A criança projecta nos seus desenhos a realidade que ela vive, não há realismo
na cor, e também não há preocupação com os tamanhos. Nesta fase os
desenhos começam a ser mais compreensíveis pelos adultos. A criança vai
desenhar as coisas à sua maneira e segundo os seus esquemas de acção e não
se preocupa com o realismo. Também aqui a criança vai utilizar a assimilação.

- Linguagem : A linguagem, neste período, começa a ser muito egocêntrica,


pouco socializada, ou seja, a linguagem está centrada na própria criança. Ela
não consegue distingir o ponto de vista próprio, do ponto de vista do outro e, por
isso, revela uma certa confusão entre o pessoal e o social, o subjectivo e o
objectivo. Este egocentrismo não significa egoísmo moral. Traduz, "por um lado, o
primado da satisfação sobre a constatação objectiva ... e, por outro, a
deformação do real em função da acção e ponto de vista próprios. Nos dois
casos, não tem consciência de si mesmo, sendo sobretudo uma indissociação
entre o subjectivo e o objectivo ...".Isto manifesta-se através dos monólogos e dos
monólogos colectivos, (Ex. : quando num grupo de crianças estão todas a falar,
dá a sensação que estão a conversar umas com as outras, mas não, estão sim
todas a falarem sozinhas e ao mesmo tempo, ou seja, cada uma está no seu
monólogo e assim manifesta o seu egocentrismo).

O termo egocentrismo, característica descritiva do pensamento pré-operatório,


foi progressivamente sendo utilizado por Piaget, que o substitui pelo termo
descentração.

A partir dos dois anos dá-se uma enorme evolução na linguagem, a título de
exemplo, uma criança de dois anos compreende entre 200 a 300 palavras,
enquanto que uma de cinco anos compreende 2000. Este aumento do número
de vocábulos é favorecido pela forte motivação dos pais, ou seja, quanto mais
forem estimulados (canções, jogos, histórias , etc.), melhor desenvolvem a sua
linguagem. Neste estádio a criança aprende sobretudo de forma intuitiva, isto é,
realiza livres associações, fantasias e atribui significados únicos e lógicos. Se
atentarmos a uma experiência muito conhecida de Piaget em que é dado a uma
criança dois copos de água com igual quantidade de líquido, embora um alto e
estreito e outro baixo e largo, intuitivamente a criança escolhe o copo alto pois
no seu entender este parece conter mais água.

- Imagem e pensamento : A imagem mental é o suporte para o pensamento. A


criança possui imagens estáticas tendo dificuldade em dar-lhe dinamismo. O
pensamento existe porque há imagem. É um pensamento egocêntrico porque há
o predomínio da assimilação, é artificial. Na organização do mundo a criança dá
explicações pouco lógicas.

Entre os 2 e os 7 anos distinguem-se dois subestádios: o do pensamento intuitivo


e o do pensamento pré - conceptual. O pensamento intuitivo surge a partir dos 4
anos, permitindo que a criança resolva determinados problemas, mas este
pensamento é irreversível, isto é, a criança está sujeita às configurações
preceptivas sem compreender a diferença entre as transformações reais e
aparentes. No pensamento pré - conceptual domina um pensamento mágico,
onde os desejos se tornam realidade e que possui também as seguintes
características:

Animismo - A criança vai dar características humanas a seres inanimados.Este


animismo vai desaparecendo progressivamente, aqui salienta-se a importância
do papel do adulto, na medida que, a partir, sensivelmente dos cinco anos, não
deve reforçar, mas sim atenuar o animismo.

Realismo - A realidade é construída pela criança. Se no animismo ela dá vida


às coisas, no realismo dá corpo, isto é, materializa as suas fantasias. Se sonhou que
o lobo está no corredor, pode ter medo de sair do quarto.

Finalismo - Existe uma relação entre o finalismo e a causalidade. A criança ao


olhar o mundo tenta explicar o que vê, ela diz que se as coisas existem têm de ter
uma finalidade, no entanto, esta ainda é muito egocêntrica. Tudo o que existe,
existe para o bem essencial dela própria. Também aqui o adulto reforça o
finalismo. Vai diminuindo progressivamente ao longo do estádio, apesar de
persistir mais tempo que o animismo, devido às atitudes e respostas que os
adultos dão às crianças.

Com o decorrer do tempo, os pais terão de ensinar, à criança, novos conceitos, de


modo que futuramente ela não tenha dificuldade em aprendê-los.
Artificialismo - É a explicação de fenómenos naturais como se fossem
produzidos pelos seres humanos para lhes servir como todos os outros objectos: o
Sol foi aceso por um fósforo gigante; a praia tem areia para nós brincarmos.

Piaget, considerou a irreversibilidade uma das características mais presentes no


pensamento da criança pré-operatória, para melhor entendermos este ponto,
tomemos em conta a seguinte experiência:

Piaget questionou uma criança de quatro anos : "Tens uma irmã? Sim, e a tua
irmã tem uma irmã? Não, ela não tem uma irmã, eu sou a minha irmã". Através
das respostas dadas pela criança Piaget apercebeu-se da grande dificuldade
que estas têm em compreender a reversibilidade das relações. No seu entender,
a criança não tem mobilidade suficiente para compreender que quando uma
determinada acção já está realizada podemos voltar atrás. Desta forma,
podemos dizer que as estruturas mentais neste estádio são amplamente intuitivas,
livres e altamente imaginativas.

Para concluir a abordagem a este estádio é importante referir que a criança ao


contactar com o meio de forma activa está a favorecer a sua aprendizagem de
uma forma criativa e original.

Este estádio é fundamental pois a criança aprende de forma rápida e flexível,


inicia-se o pensamento simbólico, em que as ideias dão lugar á experiência
concreta. As crianças conseguem já partilhar socialmente as aprendizagens fruto
do desenvolvimento e da sua comunicação.

Estádio das operações concretas (7 - 12 anos)

Para Piaget é neste estádio que se reorganiza verdadeiramente o pensamento.


Como já referi no estádio anterior as crianças são sonhadoras, muito imaginativas
e criativas. É a partir deste estádio (operações concretas) que começam a ver o
mundo com mais realismo, deixam de confundir o real com a fantasia. É neste
estádio que a criança adquire a capacidade de realizar operações. Podemos
definir operação como a acção interiorizada - realizada no pensamento,
componivel - composta por várias acções ; reversível - pode voltar ao ponto de
partida. A criança já consegue realizar operações, no entanto, precisa de
realidade concreta para realizar as mesmas, ou seja, tem que ter a noção da
realidade concreta para que seja possível à criança efectuar as operações.
Para compreendermos qual o aspecto fundamental do período que estamos a
analisar, voltamos a referir a experiência dos copos de água. Se no estádio
anterior a criança não conseguia perceber que a quantidade era a mesma
independentemente do formato do copo, neste estádio elas já percebem que a
quantidade (volume) do líquido é a mesma, pois já compreendem a noção de
volume, bem como peso, espaço, tempo, classificação e operações numéricas.

- Espaço - organiza-se pela organização diferenciada dos vários espaços. A


criança vai conhecendo os vários espaços nos quais interage, organizando-
os. Também aqui está presente a reversibilidade do real, onde o conceito de
espaço está relacionado com o conceito de operação. O espaço isolado por
si só não existe.

- Tempo - não há reversibilidade do real, o tempo existe apenas no nosso


pensamento, os acontecimentos sucedem-se num determinado espaço, e o
tempo vai agrupando-os.

- Peso - para que a criança domine este conceito é fundamental que


compare diversos objectivos para os poder diferenciar.

- Classificação - primeiro a criança tem que agrupar os objectos pela sua


classe e tamanho, depois os classificar e consequentemente adquirir
conceitos.

- Operações numéricas - primeiro a criança aprende o conceito de número e


seriação, por volta dos sete anos, depois a classificação da realidade, mas
essa classificação vai variando conforme a aprendizagem que ela vai
fazendo ao longo do tempo.

Apesar de neste estádio a criança já conseguir efectuar operações


correctamente, precisa ainda de estar em contacto com a realidade, por isso o
seu pensamento é descritivo e intuitivo /parte do particular para o geral). Ao
longo deste período já não tem dificuldade em distinguir o mundo real da
fantasia. A criança já interiorizou algumas regras sociais e morais e, por isso, as
cumpre deliberadamente para se proteger. É nesta fase que a criança começa a
dar grande valor ao grupo de pares, por exemplo, começa a gostar de sair com
os amigos, adquirindo valores tais como a amizade, companheirismo, partilha,
etc., começando a aparecer os lideres.

Progressivamente a criança começa a desenvolver capacidade de se colocar


no ponto de vista do outro, descentração cognitiva e social. Nesta fase deixa de
existir monólogo passando a haver diálogo interno. O pensamento é cada vez
mais estruturado devido ao desenvolvimento da linguagem. A criança tem já
mais capacidade de estar concentrada, e algum tempo interessada em realizar
determinada tarefa.

Estádio das operações formais (11/12 - 15/16 anos)

A transição para o estádio das operações formais é bastante evidente dadas


as notáveis diferenças que surgem nas características do pensamento. É no
estádio operatório formal que a criança realiza raciocínios abstractos, não
recorrendo ao contacto com a realidade. A criança deixa o domínio do
concreto para passar às representações abstractas. É nesta fase que a criança
desenvolve a sua própria identidade, podendo haver, neste período problemas
existências e dúvidas entre o certo e o errado. A criança manifesta outros
interesses e ideais que defende segundo os seus próprios valores e naquilo que
acredita.

O adolescente pensa e formula hipóteses, estas capacidades vão permitir-lhe


definir conceitos e valores, por exemplo estudar determinada disciplina, como a
geometria descritiva e a filosofia. A adolescência é caracterizada por aspectos
de egocentrismo cognitivo, pois o adolescente possui a capacidade de resolver
os problemas que por vezes surgem á sua volta.

Como se efectua a passagem ao estádio


seguinte

Por vezes, as crianças observam os adultos ou outras crianças mais velhas


quando estão a resolver o problemas. Notam que o fazem de uma maneira
diferente da sua, por meio de regras que pertencem a outro estádio
desenvolvimento e, por isso, sentem-se perdidas. Mas este sentimento, que se
deve à disparidade entre elas e os mais velhos na resolução de problemas, tem os
seus pontos benéficos. A criança procura então reduzir a distância que a separa
das outras, mais velhas e, por isso, aprende novas regras. Se a criança for
suficientemente madura imitará o modelo de acção usado pelos mais velhos e,
por consequência, iniciará a sua entrada no estádio seguinte. A aprendizagem
de conceitos novos e de esquemas de comportamento pode pois ser efectuada
socialmente, pela observação de outras pessoas.

Conclusão

Foi- me bastante útil a realização deste trabalho uma vez que me permitiu
pensar num tema que apesar de fazer parte da nossa identidade enquanto
pessoa que vive em sociedade, nunca tinha sido alvo de investigação e
aprofundamento da minha parte.

Devo realçar que de acordo com a definição de estádios de desenvolvimento


apresentada neste trabalho, o crescimento é mais qualitativo do que quantitativo
e que se caracteriza por grandes saltos em frente, seguidos por períodos de
integração, mais do que por mudanças de grau lineares. A criança geralmente
pensa de acordo com o estádio apropriado à sua idade, mas por vezes é capaz
de um pensamento próprio do estádio seguinte, pois é a criança que está a
evoluir por si sem pressões do exterior.

Espero ter conseguido alcançar os objectivos a que me propus.

Bibliografia

- Bringuier, J., Conversas com Jean Piaget, Bertrand, Lisboa, 1978.

- Piaget, Jean, Psicologia e Epistemologia, Dom Quixote, Lisboa, 1989.

- Piaget, J., Inhelder, B., A imagem mental na criança, Livraria Civilização, Porto,
1984.

- Sites da Internet:

www.piaget.org/

www.unige.ch/piaget

www.jpiaget.com.br

www.sapo.pt/piaget
www.oikos.org/piagethom.htm

www.edusurfa.pt/piaget

Piaget e o Construtivismo

Piaget vai incidir os seus estudos na área do comportamento intelectual e


cognitivo da criança e do adolescente.

Este defende que o conhecimento é um processo dinâmico há


permanentemente interacção entre o sujeito e o objecto. Na sua perspectiva,
não é possível separar o sujeito do objecto, como não é possível imaginar um
organismo vivo independente do meio, este processo de interacção decorre em
etapas sequenciais que Piaget designa por estádios de desenvolvimento
(sensório-motor vai do nascimento até aos 18 meses; pré-operatório começa com
a linguagem e vai até aos 7 anos; operações concretas vai dos 7 aos 12 anos, a
criança é capaz de raciocinar sobre objectos manipuláveis; operações formais
surge por volta dos 12 anos, a criança é capaz de raciocinar sobre hipóteses,
sobre proposições).

Para Piaget, conhecer é agir e transformar os objectos. O conhecimento não se


reduz ao simples registo feito pelo sujeito dos dados já organizados no mundo
exterior. O sujeito apreende e interpreta o mundo, através das suas estruturas
cognitivas. Mas o sujeito não se encontra apetrechado com estruturas inatas.
Essas estruturas são formadas graças à actividade do sujeito no contacto com o
meio que está em devir permanente. O processo de conhecimento é o processo
de construção de estruturas.

Piaget utiliza a observação naturalista para observar naturalmente as pessoas no


seu meio, isto é, no meio em estão habituadas a frequentar e o método clínico
tenta-se compreender um caso clinico concreto. Conclusão: o comportamento
do indivíduo, a inteligência, resulta de uma construção progressiva do sujeito em
interacção com o meio.

Críticas
- os gestaltismo pelo papel passivo que atribuem ao sujeito e por não
apresentarem uma perspectiva genética do conhecimento.

- Refuta radicalmente a concepção behaviorista, dado que consiste que


o comportamento não pode ser explicado pela formula EèR. O sujeito é
activo, atribuindo significados aos estímulos. A uma visão associacionista
contrapôs uma concepção construtivista através do processo de
assimilação (da experiência à mente)/acomodação (da mente à nova
experiência).

Evolução do conceito de comportamento

As situações do dia-a-dia, vividos ou observados por ti servem para pôr em causa


o rigoroso determinismo estímulo-resposta defendido pelos behavioristas.

Perante uma mesma situação, é grande a possibilidade de surgirem respostas,


reacções diferentes, Por exemplo, quando ocorre um acidente (S), as respostas
dos sujeitos que o presenciam não são as mesmas: um pode socorrer a vítima (RI),
outro procurar um telefone para pedir assistência (R2), outro, impressionado,
afastar-se do local (R3), etc.

Além disso, o mesmo sujeito, perante a mesma situação, pode, em momentos


diferentes, comportar-se de forma distinta.

Por outro lado, situações diferentes podem desencadear o mesmo tipo de


resposta: uma criança pode chorar (R) porque caiu (Sl), porque a mãe lhe
recusou um gelado (S2), porque perdeu um brinquedo (S3)...

Uma das criticas mais contundentes ao conceito dos behavioristas foi


apresentado por Piaget que propunha uma interpretação mais dinâmica do
comportamento. Para estes psicólogos, o comportamento é a manifestação de
uma Personalidade (P) numa dada situação (S). O esquema explicativo que
propõem é mais adequado aos comportamentos humanos, dado que tem em
conta quer as determinantes do meio quer a personalidade do sujeito.
O comportamento depende da interacção entre a situação e a personalidade
do sujeito. A dupla seta, reflecte o carácter dinâmico da relação: não se pode
encarar a personalidade independentemente da situação. Produto de um
processo complexo, no qual intervêm factores internos e externos, a
personalidade constrói-se no contexto do meio, nas diferentes situações vividas
pelo sujeito. Por outro lado, o modo como a situação é encarada, interpretada,
depende também da personalidade e das experiências anteriores do indivíduo.

O que é importante para explicar um comportamento é o modo como o


indivíduo integra os dados da situação, tendo em conta a sua personalidade e a
sua experiência.

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