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LEGISLAÇÃO
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SIGLAS UTILIZADAS
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Sumário
Introdução.........................................................................................................................2
1. Origem do ISS...............................................................................................................2
1.1. Conceito de Serviços..............................................................................................2
2. Objeto............................................................................................................................2
3. Competência Tributária................................................................................................2
3.1. A Responsabilidade e o Substituto Tributário........................................................2
4. Fato Gerador.................................................................................................................2
4.1. Momento da Incidência Fiscal...............................................................................2
5. Contribuinte..................................................................................................................2
5.1. Substituição Tributária do ISS...............................................................................2
6. Base de Cálculo............................................................................................................2
7. Alíquota do Imposto......................................................................................................2
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Introdução
O silêncio do Legislador nos remete a intenção de não acabar com a guerra fiscal, pois
dela beneficiam-se, certamente, inúmeros grandes prestadores de serviços, entre eles
grandes bancos e empreiteiras.
Além desta grave omissão, a Lei Complementar 116 mostra-se tímida e destinada a não
mudar muita coisa no cenário do imposto municipal que, aliás, é o único imposto do
município que incide sobre a atividade econômica propriamente dita.
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1. Origem do ISS
O imposto foi difundido com a aceitação do sistema pela União Européia, da qual
faziam parte diversos países com Alemanha, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e
Países Baixos, que recomendou e ofereceu suas características através de suas diretrizes:
Primeira e Segunda Diretrizes do Conselho da União Européia, ambas aprovadas em 11
de abril de 1967.
Vários países, em uma única lei, adotaram assim, um tributo sobre a venda de
mercadorias e de serviços. Destacam-se: França, Alemanha, Uruguai, Holanda, Bélgica,
Luxemburgo, Equador, Itália, Peru e Argentina.
O Brasil, por exceção, entendeu melhor onerar essas vendas com dois impostos diversos
o ICM (como era intitulado na época) e o ISS, atribuindo competência tributária a duas
entidades políticas diferentes (Estados para o ICM e Municípios para o ISS), dando-lhe
legislação e denominação especificas para cada um dos tributos.
Com a edição da Constituição de 1988, o ISS não perdeu a sua denominação original,
mas o ICM, com o acréscimo de mais duas atividades em seu fato gerador, atividade
estas consubstanciadas no serviço de transporte interestadual e intermunicipal e no
serviço de comunicação, este tributo foi renomeado como imposto sobre operações
relativas à circulação de mercadorias e serviços ou simplesmente ICMS.
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prestador, exceto nas hipóteses previstas em seus incisos, que indicam o local em que
será devido o imposto.
a) Linguagem Comum
b) Linguagem Jurídica
Na linguagem jurídica em geral, como anota Maria Helena Diniz, serviço quer dizer o
exercício de qualquer atividade intelectual ou material com finalidade lucrativa ou
produtiva.
Pedro Nunes, em sua obra “Dicionário de Tecnologia Jurídica”, define serviço como:
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Aires Fernandino Barreto, em monografia sobre o tema ISS, parte da idéia do trabalho,
como um fazer, um conceito mais amplo, e doutrina com propriedade:
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2. Objeto
O ISS onera a circulação de bens que não são mercadorias, isto é que não são bens
materiais ou corpóreos, os quais ocupam um lugar no espaço o imposto sobre serviços
onera a circulação de bens imateriais, incorpóreos a circulação (venda econômica) de
serviços. Onera a prestação, a título oneroso realizado por uma pessoa em favor da
outra, em que haja a transferência de um bem imaterial.
Com tal entendimento de serviços a legislação fiscal passou a conceituar essa atividade
econômica onerando-a com o imposto.
Para vários países, prestação de serviços é toda operação realizada por uma pessoa em
favor da outra (prestação), a título oneroso, diversa da transferência de domínio de um
bem material ou corpóreo, podendo consistir num fornecimento de trabalho, numa
cessão de direitos ou numa locação de bens. Prestação de serviços, assim é toda
operação realizada, mediante contraprestação, a título oneroso, distinta da transferência
de bens materiais.
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No Brasil, o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza tem por objeto a prestação
de serviços, tomado este vocábulo no seu sentido econômico. Portanto, O ISS tem por
objeto a prestação de serviços, assim considerada à operação habitual e econômica, de
uma pessoa para outra, de venda de bens imateriais, com ou sem o fornecimento de
material, lembrando que aqui a expressão “bens imateriais” também se opõe como
conceito, aos bens materiais ou corpóreos. Tudo quanto não for bem material pode ser
classificado como bem imaterial ou serviço.
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3. Competência Tributária
Competência tributária é a atribuição dada pela Constituição Federal, aos entes políticos
do Estado (união, governos estaduais e municípios) da prerrogativa de instituir tributos.
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Sob o aspecto pessoal se identificam os sujeitos da relação jurídica tributária, que são o
sujeito ativo e o sujeito passivo.
O Sujeito Ativo é aquele que tem a atribuição constitucional para criar o tributo, que
tem a titularidade do crédito tributário e o direito subjetivo de cobrar e arrecadar o
tributo.
O Sujeito Passivo é a pessoa física ou jurídica, privada ou pública que está em ligação
direta com a materialidade da hipótese legal de incidência tributária.
Sujeito passivo será contribuinte, nos termos do inciso I do Parágrafo Único do citado
artigo, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo
fato gerador.
Por outro lado o sujeito passivo será responsável, nos termos do inciso II, quando, sem
revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.
Neste sentido a responsabilidade pode ocorrer por substituição, quando a lei tributária
atribuir o dever jurídico de pagar o tributo à pessoa diversa daquela que dá origem ao
fato gerador, mas que com ela possui relação jurídica, assumindo o lugar do
contribuinte.
Por outro lado a responsabilidade será por transferência quando a lei atribuir o dever de
pagar tributo à pessoa não vinculada ao fato gerador, tendo o mesmo sido anteriormente
atribuído à outra, sendo a transferência em decorrência de fato posterior à incidência da
obrigação tributária. A responsabilidade tributária por transferência, pode ser por
solidariedade, por responsabilidade dos sucessores e por responsabilidade de terceiros.
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4. Fato Gerador
Em Direito tributário, fato gerador "é o fato ou conjunto de fatos a que o legislador
vincula o nascimento da obrigação jurídica de pagar um tributo determinado".
(definição de Amilcar Araújo Falcão, amplamente utilizada nos meios jurídicos).
(...)
Assim, a causa jurídica que dá lugar á incidência do ISS é a efetiva prestação dos
serviços definidos em Lei Complementar.
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“A lei municipal não poderá fazer incidir o imposto sobre serviço não especificado” por
Lei Complementar, diz Carlos Medeiros Silva. Já no lembrar de Ruy Barbosa Nogueira,
“a União resolveu estabelecer o critério de que os serviços tributáveis pelos municípios
seriam os constantes de uma lista que elaborou”.
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Portanto, a lista de serviços, a que se refere à Constituição (art. 156, inciso IV) e o
Decreto-lei nº 406, de 1968, são taxativos. O município não pode fazer incidir o ISS
sobre serviços não constantes da lista.
No entanto, mesmo que um determinado serviço não conste da lista a que se refere a
Constituição (art. 156, inciso IV), ainda assim permanece dentro da competência
tributária do município, salientando-se que, tal serviço não definido na lista apenas não
é alcançado pelo ISS, por estar fora do alcance do poder fiscal tributário municipal.
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5. Contribuinte
Como o ISS é um tributo sobre a circulação de bens imateriais, este onera a venda
econômica de serviço, ou penhor, a prestação de serviços realizada com caráter de
habitualidade e de modo autônomo independente, sem subordinação.
São contribuintes do ISS todas as pessoas que prestam serviços, isto é, que
forneçam trabalho, aluguem bens imóveis ou cedam direitos. Os pressupostos para a
existência do contribuinte estão consignados nos seguintes elementos: efetiva
prestação de serviços; habitualmente da atividade; e autonomia no exercício da
atividade.
Não são contribuintes do ISS as pessoas que realizam trabalho para si próprio.
No caso, inexistente venda, inexiste a circulação de serviços, elementos essenciais
para a ocorrência de fato gerador da obrigação tributária. O STF já decidiu que a
empresa imobiliária, realizando construção para si própria, ainda que para revenda,
não é tributável.
Não são contribuintes do ISS as pessoas que prestam serviços com relação de
emprego, isto é que prestam serviços de natureza não eventual e sob dependência,
sejam empregados, servidores públicos, trabalhadores domésticos, serventuários de
justiça, trabalhadores avulsos e os diretores e membros de conselhos consultivos e
fiscal das sociedades.
Não são contribuintes do ISS as pessoas que não praticam atividades em nome
próprio, como os diretores e membros de conselho consultivo e fiscal de sociedades.
Não prestam serviços na qualidade de empresa ou profissional autônomo.
Não são contribuintes do ISS as pessoas jurídicas que exerçam atividades sem
fins lucrativos, como as sociedades civis e as associações civis ambas sem fins
lucrativos, pois estas estão fora da definição legal de empresa.
O ISS somente pode ser exigido das pessoas que executam, habitualmente e de forma
autônoma, a prestação de serviço a título oneroso. Exige a lei que a incidência do
imposto se restrinja a circulação de serviços, realizados por empresa ou por profissional
autônomo.
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O referido diploma legal trouxe em seu artigo 6º duas espécies de substituição tributária
para o imposto, uma facultativa e outra obrigatória.
Não fosse assim este comando normativo estaria a admitir a possibilidade de validade
extraterritorial da lei municipal tributária, o que contraria a Constituição Federal.
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Serviços proveniente do exterior do país ou ainda cuja prestação tenha se iniciado fora
do território nacional.
Esta é uma nova hipótese de incidência não prevista na no Decreto-Lei 406/68, sendo
necessário se estabelecer esta substituição, visto que a lei municipal tributária somente
tem validade território do município, e como o prestador é o contribuinte do imposto, se
não houvesse a responsabilidade do contratante ou intermediário o tributo não seria
pago.
Portanto o prestador para ser considerado contribuinte, deve estar submetido ao mesmo
ordenamento jurídico do tomador para que a obrigação do primeiro pudesse ser
atribuída ao segundo.
7.04 - Demolição.
7.14 -(VETADO)
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7.15 -(VETADO)
Por isto, devem dispensar especial atenção, os municípios quando forem estabelecer a
substituição tributária, pois eventuais excessos podem determinar graves problemas para
contribuintes e prefeituras.
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6. Base de Cálculo
A base de cálculo do imposto é, pois, a valor bruto, sem dedução alguma, o total
auferido pelo fornecimento do trabalho (preço) pela locação do bem móvel (aluguel) a
determinado título (preço) ou pela cessão de direitos (preço), sem dedução alguma dos
materiais fornecidos pelo prestador do serviço e nem de despesas.
O ISS, portanto, recai sobre a receita bruta decorrente da prestação de serviços, sem
dedução de parcela componente alguma, nem de despesas, custos ou materiais
empregado na prestação de serviço. Os prontos socorros não podem deduzir nem o valor
dos medicamentos nem o valor dos alimentos fornecidos.
EXCEÇÃO
Exemplo:
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7. Alíquota do Imposto
A fixação de alíquota máxima era uma "omissão" que existia nas leis anteriores. Tal
omissão acarretava excessos por parte de diversas prefeituras, deixando o contribuinte à
mercê de alíquotas abusivas de 8%, 10%, ou mais. Após a edição da aludida norma esse
abuso acabou.
(..)
(...)
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A lei tributária tem vigência para o território do respectivo município, que é o titular do
imposto sobre serviços. Em princípio, essa lei devera atingir exclusivamente as
operações realizadas ou ocorridas dentro de seu respectivo território. “A priori”,
conforme propõe a II Diretriz da UE, deve-se considerar local da prestação de serviços
o lugar onde o serviço é prestado, o direito é cedido ou o bem móvel alugado seja
utilizado ou explorado.
A princípio, como o CTN silenciou quanto ao local a ser considerado como da prestação
de serviços, a incidência do ISS passou a obedecer ao princípio legal: o ISS é devido no
local da prestação, o direito cedido ou o bem alugado seja utilizado.
Mais tarde, o Ato Complementar nº 36, de 13 de março de 1967, veio regular a matéria,
mas tão somente para “empresas que realizem prestação do serviço em mais de um
Município” (art. 6º). Assim, a nova regra, do local considerado como da prestação do
serviço, passou a ser a seguinte:
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Local da execução dos serviços: serviços diversos de construção civil, cessão de mão de
obra, decoração, armazenagem, serviços congêneres de semeadura e adubação,
diversões lazer e entretenimento, transporte municipal, planejamento e organização de
feiras e exposições.
Em cada município, cujo território haja extensão de ferrovia, rodovia, postes, cubos,
dutos de qualquer natureza: serviços de locação, sublocação, arrendamento, direito de
passagem ou permissão de uso compartilhado ou não, de ferrovia, rodovia, postes,
cubos, dutos de qualquer natureza.
(...)
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RELATÓRIO
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É o relatório.
VOTO
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II - Embargos rejeitados."
3. Precedentes jurisprudenciais.
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Mas, nenhuma razão lhe assiste. Este tem ciência que não é no
Município de Curitiba que a Apelada está localizada com o seu
estabelecimento prestador de serviços, tanto que forneceu a ela o
alvará para a comercialização dos seus formulários, produzidos
em outro local e onde recolhe o tributo devido, conforme o
preceituado no artigo 12 do Dec. Lei 406/68. (grifei) Assim, a
competência para exigir o tributo é do Município, onde a empresa
acha-se instalada para o desempenho da atividade contratada e
que iniludivelmente não é o de Curitiba."
VOTO-VISTA
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Com efeito, dispõe o art. 156, inciso III, da CF/88, que compete aos Municípios instituir
imposto sobre serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II,
definidos em lei complementar.
Se assim é, não sendo dotada a lei municipal de extraterritorialidade, resulta claro que
só no município é possível arrecadar o ISS quando aí é prestado o serviço, este o fato
gerador da exação.
Como o tributo não incide sobre a potencialidade da prestação do serviço (sic) nem
sobre a inscrição cadastra para tanto, a vinculação da exigência fiscal a um evento dessa
ordem significaria inevitável desnaturação da incidência. Por outro lado, a definição
espacial da concretização do fato imponível do ISS introduz outro problema jurídico,
além daqueles considerados acerca da questão temporal.
Roque Carrazza defende ponto de vista similar, lembrando que o art. 12 do DL 406 é
válido nos casos em que o serviço é prestado no próprio Município. Afirma o jurista: A
antinomia constitucional, porque, se de um lado prestigia o princípio da territorialidade
da tributação, harmonizando-se com o princípio da autonomia municipal (competência
para exigibilidade de seus próprios impostos), de outro, implica ofensa ao DL 406/68,
face mesmo município em que está o estabelecimento prestador. Critica o renomado
mestre a solução da norma infraconstitucional.
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Não resta a menor dúvida de que os sistemas fiscais são resultantes de larga evolução,
determinada por acontecimentos políticos, sociais e econômicos, que se desenvolvem
em cada país ou em cada território.
Todavia, o fato não impede a existência de sistemas fiscais que caminhem para relativa
unificação. Nos serviços de assistência técnica ou de cessões de direito, mormente em
território de poderes tributantes diferentes, é importante haver uma norma unitária que
servisse para os dois territórios, quanto ao local em que se considera ocorrida a
prestação dos serviços, a fim de minorar os problemas da aplicação da legislação
tributária.
O ISS acha-se estruturado dentro dos três elementos essenciais da obrigação tributária: o
fato gerador (prestação de serviços), a base de cálculo (preço dos serviços) e o
contribuinte (prestador de serviço).
O Legislador complementar não pode regular o mecanismo do ISS sem ter em mente
esses três tipos de contribuintes, que são distintos.
Por outro lado, o Legislador complementar deve baixar normas relativas ao aspecto
espacial (alterando) e temporal (criando) relativas ao fato gerador do tributo, a fim de
evitar bi tributações.
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Consequentemente, diante do novo ângulo de abordagem o ISS seria mais bem aplicado
como Imposto Sobre Circulação, exigindo-se o tributo, em todos os casos, no local da
prestação do serviço, no local onde se exerce a atividade. Neste local, também se
concretizaria o consumo do serviço, facilitando a transferência econômica da carga
fiscal ao consumidor.
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O pressuposto constitucional do ISS, assim estava no art. 24, inciso II e parágrafos 4º,
do Texto Ápice de 1967, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 01/69:
(...)
(...)
(...)
Também é indispensável a transcrição do referido art. 155, I, “b”, que dispõe o seguinte:
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I – impostos sobre:
(...)
Antes, sob a vigência da Constituição Federal de 1967/69, o ISS incidia apenas sobre
aqueles serviços que não fossem da competência da União ou dos estados e que fossem
definidos em Lei Complementar.
Em contra partida a redução da competência dos estados, para não mais poderem cobrar
o ICMS sobre os serviços com o fornecimento de mercadorias não submetidos ao ISS,
por não estarem definidos na lista, a área de abrangência do poder fiscal os municípios
foi substancialmente aumentada.
Agora, estes podem instituir esta exação sobre qualquer serviço ou de qualquer
natureza, desde que não alcancem os previstos no art. 155, I, ”b”, da Constituição
Federal, de 1988, e desde que definidos em Lei Complementar.
O ISS, desta forma, não é mais um imposto geral incidente sobre serviços gerais, mas
um sobre qualquer serviço e de qualquer natureza, ora definidos em Lei Complementar.
Assim, toda situação fática definida em Lei Complementar como submetida àquela
cobrança rigorosa, constitui-se em um dos elementos discriminadores de sua obrigação
tributária, compondo a definição de seu fato gerador. Isto se deve a fato de que, o que se
tributa com o ISS é a situação fática de efetiva prestação de serviços, a venda de
serviços, ou a circulação de bem imaterial, ou seja, o que caracteriza o fato gerador do
ISS não é simplesmente o serviço, mas a efetiva prestação de serviço definido em Lei
Complementar.
Finaliza-se este ponto dizendo, que a competência espacial para instituir o ISS é
deferida aos Municípios e ao Distrito Federal, sobre a prestação de serviços ocorrida em
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A retenção do ISS será realizada nos serviços prestados em que o imposto seja devido
no local de prestação do serviço, em conformidade com os incisos I ao XXII, artigo 3º,
da Lei Complementar nº 116/03, nos casos em que os serviços são prestados em local
diferente (outro município) do estabelecimento prestador (sede, filial, escritório).
O que não ocorre quando, por exemplo, o prestador de serviço é contratado pela
empresa para fazer a manutenção das máquinas no estabelecimento contratante, o qual
vem periodicamente ou quando chamado, e se desloca do seu estabelecimento para
prestar o serviço, não se caracterizando o contratante como tomador de serviço, neste
caso o ISS é devido no estabelecimento do prestador de serviço, mesmo que seja em
outro município, bem como não é devida qualquer retenção do ISS no município em
que é realizado o serviço.
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Nas demais prestações de serviços, não relacionadas nos itens 01 a 22, artigo 3º da LC
116/2003, o local de recolhimento do ISS deve ser o local do estabelecimento do
prestador ou na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador (matriz,
filial, escritório, etc).
A retenção está prevista no art. 6º, da Lei Complementar nº 116 de 2003. Para fins de
retenção do ISS deve ser observado o seguinte:
A retenção do ISS será realizada nos serviços prestados em que o imposto seja devido
no local de prestação do serviço, em conformidade com incisos de I ao XXII, artigo 3º
LC 116/03 ( relação acima citada), nos casos em que os serviços são prestados em local
diferente (outro município) do estabelecimento prestador (sede, filial, escritório).
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Outro fator importante para a retenção do ISS é o de que deve haver previsão de
retenção na Lei do Município em que foi prestado o serviço, caso não haja previsão não
é devida a retenção.
Na prática, a empresa prestadora de serviço deve manter cópia da Lei municipal de cada
município em que presta serviço, objetivando conhecer a legislação específica para a
emissão da Nota Fiscal com retenção ou não. Deve observar, também, se a retenção
exigida pelo município está relacionada com os serviços constantes os incisos I ao
XXII, art.3º, LC 116/03, pois poderá pagar indevidamente o ISS na sede e o imposto ser
devido no local de execução do serviço.
Já a empresa que contrata o serviço também deve ficar atenta aos casos em que é
obrigatória a retenção do ISS, bem como, também, manter cópia da Lei Municipal em
que está estabelecida, a fim de acompanhar a legislação de seu município, pois mesmo
que não faça a retenção é obrigada a efetuar o recolhimento do imposto com juros e
multas.
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O ISS devido pelas ME e EPP, optantes pelo Simples Nacional deve ser recolhido
juntamente com os demais impostos, mediante documento único de arrecadação (DAS),
que é obtido após aplicação das alíquotas e normas previstas na Lei Complementar 123,
de 14 de dezembro de 2006.
No entanto, tendo as ME e EPP valores fixados ou não, a regra geral não se aplica
quando o imposto for devido no local da prestação do serviço ou no local do
estabelecimento tomador, se este for um município distinto da sede do prestador. Neste
caso, o tomador terá que realizar a retenção do imposto na fonte, e o recolhimento
efetuado em nome do tomador e por meio de documento de arrecadação do Município,
obedecendo às normativas da Lei Complementar 116, de 31 de julho de 2003.
A prestação de serviços sujeita ao ISS, das ME e EPP optantes pelo Simples Nacional,
será realizada com a utilizarão a Nota Fiscal de Serviços, ou outro documento fiscal
autorizado pelo Município da sua circunscrição fiscal.
Para as notas fiscais onde o recolhimento do ISS será efetuado pelo próprio prestador,
com a utilização do Documento de Arrecadação do Simples Nacional - DAS é
obrigatória à inutilização dos campos destinados à base de cálculo e ao imposto
destacado, de obrigação própria, fazendo constar, no campo destinado às informações
complementares ou no próprio corpo do documento fiscal, as expressões:
Para as notas fiscais onde o houve o destaque do ISS, o recolhimento será efetuado em
nome do tomador dos serviços e com a utilização do documento de arrecadação do
município em que será efetuada a arrecadação, obedecendo as normas vigentes e datas
de recolhimento, fixadas pela legislação municipal.
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É importante salientar que no caso dos serviços prestados pelas ME e EPP, o tomador
do serviço deverá reter o valor do ISS de acordo com a legislação do município onde
estiver localizado, sendo este valor devidamente deduzido do montante a ser recolhido
na parcela do Simples Nacional correspondente.
Exemplo:
Suponhamos que a “Empresa A”, situada no município de São Paulo e optante pelo
Simples Nacional, tenha prestado serviços sujeitos ao ISS à “Empresa B”, situada no
município de Curitiba, pelo valor de R$ 10.000,00 e tributados à alíquota de 5%.
Assim teremos:
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Deve-se registrar, por oportuno, que as cooperativas não estão inseridas no capítulo
constitucional das imunidades e a previsão de “adequado tratamento tributário”, indica,
como sinal, que deverá haver um tratamento tributário incidente sobre as operações
dessas instituições, nem que seja um tratamento especial. Trata-se, portanto, de norma
de eficácia limitada, desprovida de quaisquer efeitos enquanto não regulamentadas por
legislação infraconstitucional, no caso, lei complementar.
São as cooperativas realmente uma espécie de sociedade, mas nunca uma sociedade
empresária. Trazem na sua essência a filosofia de apoio aos menos favorecidos,
possibilitando uma melhor distribuição de renda do que qualquer outro sistema possa
oferecer, sendo um meio atual de progresso para uma sociedade mais justa, baseado em
uma essência democrática. Pode-se salientar que é uma empresa possuidora de uma
dupla natureza, sendo ela a econômica e a social de seus associados.
13.1. Classificação
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objeto as mesmas ou correlatas atividades econômicas das pessoas físicas ou, ainda,
aquelas sem fins lucrativos. As cooperativas singulares se caracterizam pela
prestação direta de serviços aos associados;
Federações: São as cooperativas centrais ou federações de cooperativas, as
constituídas de, no mínimo, 3 (três) singulares, podendo, excepcionalmente, admitir
associados individuais. As cooperativas centrais e federações de cooperativas
objetivam organizar, em comum e em maior escala, os serviços econômicos e
assistenciais de interesse das filiadas, integrando e orientando suas atividades, bem
como facilitando a utilização recíproca dos serviços;
a) Do Ato Cooperativo
Os atos cooperativos nos termos definidos pelo seu art. 79 da Lei 5.764/71.
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São os atos praticados entre as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e
pelas cooperativas entre si quando associados, para a consecução dos objetivos sociais,
não sendo operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou
mercadoria. Não implica operação de mercado, estando ligadas estes atos apenas ao fim
da própria cooperativa.
Quem presta o serviço baseado em uma atividade definida em lei complementar a qual
consta na lista de serviços é o médico, sendo este a pessoa sobre a qual seria devido o
ISS. Assim, a cooperativa médica, por exemplo, não presta serviços ao cliente final, não
faz gerar o fato gerador da obrigação tributária de prestação de serviços.
A cooperativa neste caso é apenas uma sociedade meio, para atingir objetivos finais. É
como se a cooperativa ocupasse o lugar de uma secretária que faz a intermediação das
atividades entre os médicos, e o cliente final.
ESQUEMA REPRESENTATIVO
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Os atos não-cooperativos são aqueles que importam em operação com terceiros não
associados. São exemplos, dentre outros, os seguintes (Lei nº 5.764, de 1971, arts. 85,86
e 88);
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As aplicações financeiras;
Os resultados das operações das cooperativas com não associados, mencionados nos
artigos 85 e 86 da Lei nº 5.764/71, serão levados à conta do Fundo de Assistência
Técnica, Educacional e Social e serão contabilizados em separado, de molde a permitir
cálculo para incidência de tributos.
Atualmente, as cooperativas são regidas pela Lei nº 5.764/71, que define a política
nacional de cooperativismo e institui o regime jurídico das sociedades cooperativas.
A Constituição de 1988 versa, em alguns dispositivos, sobre regras gerais a respeito das
cooperativas. Prevê o inciso XVIII do artigo 5º que a criação de associações e, na forma
da lei, a de cooperativas independe de autorização, sendo vedada a interferência estatal
em seu funcionamento. A alínea c, do inciso III, do artigo 146 dispõe que a lei
complementar irá dar adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas
sociedades cooperativas. Determina o parágrafo 2º, do artigo 174, que a lei apoiará e
estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo. O inciso VI do artigo
187 indica que a política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com
participação efetiva no setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais,
bem como dos setores de comercialização, de armazenamento e de transportes, levando
em conta, especialmente o cooperativismo.
Prescreve o inciso VIII do artigo 192 que o funcionamento das cooperativas de crédito e
os requisitos para que possam ter condições de operacionalidade e estruturação das
próprias instituições financeiras.
O ISS tem previsão no Decreto-Lei nº 406/68, que estabelece o fato gerador, a base de
cálculo e os contribuintes do citado imposto, além dos serviços que serão tributados pela
exigência municipal. Determina o artigo 4º da Lei 5764/71 que as sociedades
cooperativas são sociedades de pessoas, tendo natureza civil, não ficando sujeitas à
falência.
Para que haja a incidência do ISS é preciso que o serviço seja prestado para terceiros e
não por conta própria. As cooperativas não sofrem a incidência do ISS, pois prestam
serviços para o associado. O artigo 4º da Lei nº 5764/71 é expresso no sentido de que as
cooperativas são constituídas para prestar serviços aos associados.
A jurisprudência já esclareceu que o ISS não incide sobre serviços prestados para a
própria pessoa e não para terceiros. O STF entendeu que a empresa imobiliária que
realiza construção para si própria, ainda que para revenda, não é tributada pelo imposto
municipal (1ª T, RE78.927-RfJ, j. 23.8.74, rel. Min. Aliomar Baleeiro, 4.10.74, p.
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7.258), ainda que tenha por objetivo a revenda (STJ, 2ª T, Resp 39.735-9-RJ, j.
21.10.96, Rel. Min. Antônio de Pádua Ribeiro, DJU 1 11.11.96, p. 43.688).
No caso de transportes, se a pessoa transporta pessoas ou bens para si próprio não presta
serviços, pois apenas o transporte para terceiros provoca a incidência do ISS (STF, TPO,
RE 101.339-7-SP, j. 14.3.84, rel. Min. Moreira Alves, JSTF-Lex 68/280).
O STF entende que a lista de serviços é taxativa e não meramente exemplificativa (TP,
RE 96.963-2-PR, j. 19.4.83, rel. Min. Alfredo Buzaid, RTJ 103/1.099). Logo, o ISS não
pode incidir sobre serviços não especificados na lista, como os de cooperativas.
Sobre o seu serviço incide o ISS, pois este imposto não incide sobre serviços prestados
com relação de emprego, mas por trabalhadores autônomos que prestam serviços com
habitualidade.
A taxa de administração cobrada pela cooperativa não representa preço do serviço, pois
a cooperativa não presta serviços a terceiros, mas para os associados. Assim, inexiste a
incidência do ISS.
Em especial quando se trata de uma federação que tem como associados outras
cooperativas, aqui tratadas como singulares, as quais (No caso de cooperativas de
serviços médicos) prestam serviços aos médicos que também são entes cooperados,
conforme ilustrado a seguir.
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Atos cooperativos são os praticados entre as cooperativas e seus associados, entre estes
e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para a consecução dos
objetivos sociais (art. 79 da Lei nº 5764/71). O ato cooperativo não implica operação de
mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria (parágrafo único
do artigo 79 da Lei nº 5764/71). Logo, sobre o ato cooperativo não se pode exigir o ISS,
pois o serviço é efetivamente prestado pelo associado a terceiros e não pela cooperativa.
A cooperativa seria contribuinte do ISS se prestasse serviço a terceiros e não aos seus
associados, desde que os serviços estivessem previstos na LC 116/2003. Entretanto, a
finalidade da cooperativa não é prestar serviços para terceiros, mas para os associados.
Não se confunde, pois, os atos da cooperativa com os atos dos profissionais que a
compõem, e que em nosso caso encontram-se no terceiro nível de associados. Os atos da
sociedade cooperativa (Federação) visam exclusivamente organizar e planejar o labor de
suas cooperadas (Singulares), conforme esquema representativo.
Esta é a atividade fim, pela qual a Cooperativa Federação nada aufere de receitas, pois
apenas propicia aos seus membros a oportunidade de operar independentemente e as
singulares em favor dos médicos cooperados que operam autonimamente. Desta forma,
diversamente da atividade de outros tipos de empresas, a sociedade cooperativa não e
prestadora de serviços, uma vez que o trabalho é executado pelos médicos cooperados.
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O art. 7 da Lei Complementar nº 116 define como base de cálculo, com exceção feita
aos serviços de construção civil (subitens 7.02 e 7.05 da nova lista de serviços) e de
cessão de direito de uso (subitem 3.04 e 7.05 da nova lista de serviços), que merecem
especial atenção por parte do legislador complementar; é justamente o preço do serviço
prestado, sem qualquer outra variável.
Neste sentido, cabe verificar que a cooperativa é sociedade prestadora de serviços a seus
associados. Qual o preço dos serviços prestados pela cooperativa, ou qual a repercussão
econômica destes serviços perante a sociedade?
Uma vez que tais sociedades têm por característica essencial o retorno do seu resultado
aos associados, bem como o custeio de suas despesas por estes, tem-se por
conseqüência a inexistência de preço pelos serviços prestados, bem como de base de
cálculo do Imposto Sobre Serviços. Inexistindo base de cálculo, impossível o
enquadramento da atividade da cooperativa na regra geral de incidência tributária do
Imposto Sobre Serviços, o que caracteriza a não incidência do mesmo.
É bem verdade que os critérios de determinação da base de cálculo do ISS não estão
expressos na lei complementar, porém, isso não significa que a base de cálculo do
imposto poderá ser manipulada arbitrariamente pelos municípios.
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Uma avaliação importante é identificar os serviços sobre os quais incidem ISS, e sua
magnitude no volume de débitos gerados.
Exemplo:
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Exemplo:
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Nem sempre será muito óbvio fazer as perguntas, e muito menos respondê-las, mas o
importante é que haja informações suficientes, compreendendo desde o departamento
fiscal como o comercial, para analisar a situação do ISS de forma individualizada, por
serviço.
O gestor tributário precisa evitar os famosos chavões do tipo “nós sempre fizemos assim
e sempre estava certo” ou “os nossos concorrentes estão há 10 anos prestando serviços e
soubemos pelos clientes deles que o ISS é de 5%, não adianta mudar”, “cuidado para
não inventar novidades, pois o pessoal do fisco vem aqui para incomodar”, etc.
A questão é saber se essa dedução continua aplicável ou se teria sido revogada como
conseqüência da revogação, pela Lei Complementar nº 116, do inciso IV do artigo 9º do
Decreto-lei nº 834 e do veto presidencial ao inciso II do parágrafo 2º do artigo 7º da Lei
Complementar nº 116, que possibilitava aos prestadores de serviços excluir da base de
cálculo do imposto o valor das subempreitadas sujeitas ao Imposto Sobre Serviços.
Ao analisar a questão sob a ótica do critério fixo aplicável aos profissionais liberais e às
sociedades profissionais, entende o autor desta obra que os parágrafos 1º e 3º do artigo
9º do Decreto-lei nº 406 continuam em pleno vigor. Os mesmos fundamentos aplicam-
se à questão da construção civil. Na redação original o parágrafo 2º do artigo 9º do
Decreto-lei nº 406/68 dispunha:
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Ora, é fora de dúvida que o artigo 9º e seus parágrafos não foram revogados
expressamente, porque a eles não se refere o artigo 10 da Lei Complementar nº 116.
Aliás, tais dispositivos não só não foram revogados como foram expressamente
mantidos.
O intérprete deve, aqui, socorrer-se, entre outros processos, dos trabalhos parlamentares,
como elemento de interpretação, e verificar que o projeto aprovado na Câmara dos
Deputados continha expressamente a revogação do artigo 9º do Decreto-lei nº 406 e,
portanto, dos seus parágrafos. Tal menção, contudo, não passou no Senado Federal,
tendo sido excluído o artigo 9º dentre as disposições revogadas. Portanto, o legislador
foi claro ao manter o dispositivo.
Quanto ao Decreto-Lei nº 834, conclui-se que a lei que dá nova redação a dispositivo
anterior incorpora-se à lei original, tendo caráter autônomo em relação ao seu próprio
veículo. Por essa razão seria necessário revogar expressamente a lei anterior para se ter
revogado apenas o dispositivo alterado. Parece evidente que a nova redação do
parágrafo 2º do artigo 9º do Decreto-lei nº 406 pelo artigo 3º, inciso IV do Decreto-lei
nº 834 teve em vista apenas e tão somente sua adaptação à nova numeração da lista de
serviços aprovada, na ocasião, pelo próprio Decreto-lei nº 834.
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Decreto-lei nº 834). Não obstante, mantida a essência da norma, continuou ela sendo
aplicada aos itens de construção civil, pelo mecanismo de adaptação ou integração.
Finalmente, teorizando que a norma tivesse sido revogada e que não houvesse projeto
de lei sobre o tema, ainda assim é possível entender que os empreiteiros de construção
civil possam deduzir da sua base de cálculo o valor das subempreitadas já tributadas
pelo imposto. Faz-se necessário aqui distinguir entre preço de serviço e ingresso de
recurso. Nem todo ingresso é preço e, por isso, nem todo ingresso é tributado pelo ISS,
especialmente se trata de valor já tributado na pessoa de quem efetivamente prestou os
serviços, ou seja, na pessoa de quem praticou o fato gerador.
O artigo 1º da Lei Complementar nº 116/2003, dispõe que o ISS tem como fato gerador
a prestação de serviços constante na Lista anexa.
A locação de bens imóveis ou móveis não constitui uma prestação de serviços, mas
disponibilização de um bem, seja ele imóvel ou móvel para utilização do locatário sem a
prestação de um serviço.
Também não consta na lista de serviços anexa à Lei Complementar que a locação de
bens imóveis ou móveis como prestação de serviço. A locação de bens móveis iria fazer
parte do item 3.01 (Locação de bens móveis) da lista da Lei Complementar 116/2003,
no entanto foi vetada pelo Presidente da República.
Razões do veto
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Dessa forma a locação de imóveis, locação de carros, máquinas e outros bens não têm a
incidência do ISS por não se caracterizar serviço e não ter previsão de incidência em Lei
Complementar. Porém, se a empresa locar máquinas com operador, carros com
motorista haverá a incidência do ISS, pois há a prestação do serviço.
A empresa deve atentar para que em um contrato ceda em locação a máquina e em outro
contrato a cessão da mão-de-obra, sendo que haverá apenas a incidência do ISS sobre a
mão-de-obra.
O fato de se observar é que não inclui na base de cálculo do ISS o valor dos materiais
fornecidos que são produzidos pelos prestadores de serviço, fora do local da prestação
que ficam sujeitos ao ICMS.
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A Lei Complementar 116/2003, não inovou em nada o assunto, por isso o ISS é devido
sobre o total da mão-de-obra mais os materiais adquiridos e empregados na construção
(cimento, ferro, areia, pedra e etc), ficando de fora apenas os materiais produzidos pela
própria empresa, fora do local de serviço, sobre os quais terá a incidência do ICMS
(exemplo: placas de concreto de um barracão pré-moldado produzido pela prestadora de
serviço).
O valor dos materiais de construção não transita pela conta contábil de Receitas da
empresa contratada, pois ocorreu um simples repasse de numerários do cliente para que
a contratada adquirisse os materiais necessários à realização da construção.
Sendo, dessa forma, tributado apenas o valor do serviço, para fins de ISS, PIS,
COFINS, IRPJ e CSSL, que realmente é a receita. E o cliente, ainda, tem direito ao
crédito de 1/48 de ICMS, sobre o valor dos materiais de construção repassado
diretamente em seu nome.
JURISPRUDÊNCIA
(Resp nº 242.335-PR, STJ – 1ª Turma, unânime, Rel. Min. Garcia Vieira, publ.
21/08/00, p. 100 / Rcte Município de Curitiba; Rcda: Contribuinte)
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1. desenvolvimento de software;
2. provimento de acesso à internet; e
3. na indústria gráfica.
A regra da LC 116/2003 (artigo 1º, parágrafo 3º) é a de que os serviços listados ficam
sujeitos apenas e tão somente ao ISS, salvo se a própria lista contiver exceção no
sentido de que o ICMS seja devido sobre o fornecimento de mercadorias, em cada caso.
Salvo as exceções expressas na própria lista, apenas o ISS é devido, ainda que a
prestação envolva fornecimento de mercadorias. Portanto, os casos em que o ICMS
incide sobre mercadorias e o ISS sobre serviços são expressos e específicos. Em todos
os demais, apenas o ISS é devido, ainda que haja fornecimento de materiais.
a) Software
Os Estados, alguns deles, embora exigindo o ICMS sobre o software em geral, adotam
base de cálculo de alguma forma representativa apenas do valor do suporte físico. A LC
116/2003 adota o conceito de software como prestação de serviço puro, já que não faz
qualquer ressalva quanto à incidência do ICMS, e nem mesmo quanto a se tratar de
software de encomenda ou de prateleira. Portanto, a solução do conflito, na ótica da LC
116/2003, foi de considerar o software como prestação de serviço puro e simples.
b) Provedor de Acesso
Não nos parece possível a incidência do ISS sobre a atividade do provedor de acesso
por falta de previsão expressa
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Não nos parece possível a incidência do ISS sobre a atividade do provedor puro de
acesso, por falta de previsão expressa e específica na lista de serviços. Não obstante,
entendemos que muitas outras atividades ligadas à rede sujeitam-se ao ISS, desde que
prestadas em caráter oneroso. São desse teor o próprio fornecimento de software, a
intermediação de negócios, os jogos eletrônicos, o desenvolvimento de páginas
eletrônicas, o fornecimento de música etc.
c) Indústria Gráfica
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No caso apresentado não houveram retenções realizadas e nem foram prestados serviços
cujo ISS é devido em município diferente de onde a empresa está situada.
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Desde então restou pacificado que para fins de incidência do ISS importa o local onde
foi concretizado o fato gerador, como critério para a fixação de competência do
Município arrecadador e exigibilidade do crédito tributário, ainda que se releve o teor
do artigo 12, alínea "a" do Decreto-Lei nº 406/1968.
Como dito, a decisão que pacificou e uniformizou o entendimento do STJ foi proferida
pela Primeira Seção nos Embargos de Divergência nº 130.172. Nesse julgado,
interpretando o artigo 12 do Decreto-Lei n. 406/68, ficou decidido que para fins de
cobrança do ISS, considera-se o local onde se realizou o fato gerador (prestação do
serviço) e não o do estabelecimento do prestador.
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Consolidou-se assim uma jurisprudência que vem norteando os demais casos da espécie
julgados pela Seção. Note-se que o Superior Tribunal de Justiça faz interpretação
diferente da literalidade do artigo 12 do Decreto-lei nº. 406/1968, sem, entretanto,
declará-lo inconstitucional de forma expressa. O problema é que esse entendimento não
leva em conta que o referido artigo 12 do Decreto-lei nº 406/1968 foi revogado pela Lei
Complementar nº. 116/2003.
Por isso a relevância da Decisão ora destacada nesse Boletim (Agravo de Instrumento
nº. 903.224, interposto contra decisão do TJ/MG que não admitiu recurso especial).
Parece que, finalmente, o STJ admitiu que aquela interpretação foi consolidada à luz de
legislação pretérita, agora revogada.
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- Não esta sujeita à incidência do ISS a empresa que, em terreno seu constrói imóveis,
por conta própria, para revenda.
Recurso Improvido.
A regra geral sobre a competência para instituir o tributo (ISS) e a do local onde se situa
o estabelecimento prestador, excepcionando-se os casos de Construção Civil, em que a
competência tributária se desloca para o local da prestação.
- Não se conhece de recurso especial cuja matéria não tenha sido devidamente pré-
questionada.
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I – A empresa que, em terreno seu, constrói imóveis, por conta própria, para renda, não
esta sujeita ao pagamento do ISS. Aplicação das SUM. 282/STF e SUM. 356/STF e do
ART. 255 e parágrafos do RISTJ.
I - Acórdão que firmou o entendimento de não ter sido o Parág. 2º, do Art. 9, do DEL.
406, de 1966, com a redação dada pelo DEL. 834/69, recepcionado pela nova ordem
constitucional, não pode ser apreciado pela via do Recurso Especial, por enfrentar tema
posto na Carta Magna.
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IV - Matéria de natureza constitucional que se tornou básica para o que foi decidido.
Impossibilidade de enfrentar os dispositivos infraconstitucionais vinculados ao
disciplinamento supra em recurso especial, em face da preponderância daquela decisão.
III - O mandado de segurança preventivo não deve ser transformado em via processual
para se discutir a interpretação da lei em tese.
IV - Empresa que apenas afirma, com base em seu estatuto em seu estatuto social, ser
exploradora do ramo de construção civil , não tem direito líquido e certo, em sede de
mandado de segurança preventivo, de se ver afastada da atividade fiscal cobradora de
ICMS sobre material de construção adquirido em outro Estado. Há necessidade que, no
curso do mandado de segurança preventivo, comprove que adquiriu mercadoria em
outro Estado, que tal mercadoria será empregada em obra que está construída e se a
referida sobra existe, ou se tem , para o futuro, contrato de tal espécie a cumprir.
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A lei federal (art. 12, D. L. 406/68) pretende que o ISS pertença ao Município que
recebe a prestação do serviço, fato gerador do tributo.
DECIDO. O apelo raro não merece prosperar. A jurisprudência desta corte, consolidada
no âmbito das duas Turmas de Direito Público, firmou-se no mesmo sentido da r.
decisão recorrida, como se pode ver dos julgados a seguir transcritos, assim sumariados:
"PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO – ISS – Serviços de Construção Civil – I
Negativa de Vigência de Lei Federal não Configurada – Divergência Jurisprudencial
não comprovada – Presidentes. O Município competente para a cobrança do ISS é
aquele em cujo território se realizou o fato gerador, em atendimento ao princípio
constitucional implícito que atribui àquele Município, o poder de tributar os serviços
ocorridos em seu território.
Á lei federal (art. 12, D. L. 406/68) pretende que o ISS pertença ao Município que
recebe a prestação do serviço, fato gerador do tributo.
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A Lei Municipal não pode ser dotada de extraterritorialidade, de modo a irradiar efeitos
sobre um fato ocorrido no território de Município onde não se pode ter voga.
1 – Da base de cálculo do ISS não deve ser deduzido o valor dos materiais de
construção utilizados pela prestadora do serviço. 2 – A base de cálculo para apuração do
total do tributo devido é o custo do serviço em sua totalidade. 3 – Embargos de
declaração recebidos para o suprimento de omissão apontada no acórdão. 4 – Acórdão
complementado em qualquer modificação em sua conclusão. (STJ – EDResp
123.528/SP – 1ª T – Rel. Min. José Delgado – DJ 16.03.98, p. 41).
Tributário. ISS. Serviços acessórios prestados por bancos. Não incidência. Lista
anexa ao decreto-lei nº 406/68. Taxatividade.
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Os serviços bancários não incluídos na lista anexa ao decreto-lei nº 406/68 não possuem
caráter autônomo, pois inserem-se no elenco das operações bancárias originárias,
executadas, de forma acessória, no propósito de viabilizar o desempenho das
Atividades-fim inerentes as instituições financeiras.
Precedentes do C. STF.
Recurso Improvido.
Depósito Bancário. Não constitui serviço em si, capaz de surgir como fato
gerador de tributo municipal.
Não está sujeito ao referido imposto. Se tributável fosse, como instrumento das
operações de crédito subseqüentemente realizadas, somente poderia ser objeto de
incidência do imposto federal. Recurso Extraordinário da Prefeitura, não conhecido.
Acórdão nº 68.672. Real. Luiz Gallotti. DJU de 12.06.70. Natureza: Recurso
Extraordinário.
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O tratamento fiscal mais favorecido, relativo ao imposto sobre serviços, previsto nos § §
1º e 3º, do art. 9º do Dec. – Lei nº 406/68, modificado pelo Dec. –Lei nº 834/69,
somente é concedido quando a sociedade civil é constituída por profissionais habitados
de uma mesma categoria. Procedentes do S.T.F. RE conhecido e provido. Acórdão nº
99.266-9. Rel. Min. Rafael Mayer. DJU de 13.05.83.
Decreto-lei nº 406/68, art. 9º, § 3º (redação do decreto-lei nº 834/69). O art. 9º, § 3º c/c
o art. 1º do DL 406/68 (redação do DL 834/69), assegura tributação do ISS, na forma
fixa, quer às sociedades uni-profissionais, quer às pluriprofissionais. Precedentes do
STF. RE não conhecido. Acórdão nº 96.475-4. Rel. Min. Rafael Mayer. DJU de
04.06.84.
Cuida-se de recurso especial interposto com base no Art. 105, III, "a" e "c", da
CF, contra Acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, assim
ementado:
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Argumentou, ainda, que o v. arresto hostilizado considerou válida a Lei nº 2.080/93 (lei
municipal), em detrimento ao mencionado Decreto-lei nº 406/68, com forma da lei
complementar, violando flagrantemente o princípio constitucional da hierarquia das leis.
Prima facie, verifica-se que o acórdão recorrido analisou o tema de modo a confrontar a
legislação municipal em face da Carta Política, aplicando princípios nela previstos.
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"Direito Tributário. ISS. Sociedades uniprofissionais. Base de cálculo fixada pelos arts.
29 e 8º da Lei Municipal nº 691, de 24.12.84, em consonância com a Lei Complementar
nº 406/68, art 9º, § 3º, recepcionada, no particular, pela C.F. de 88. Não incidência da
Lei Municipal 2080/93." (fl. 137).
Prima facie, verifica-se que o acórdão recorrido analisou o tema de modo a confrontar a
legislação municipal em face da Carta Política, aplicando princípios nela previstos.
De ver é, portanto, que a matéria refoge à análise desta sede, a quem foi confiada a
missão de unificar o direito federal (art. 105, III, da CF/88)."
Não tendo os sócios habitação para o pleno exercício das atividades da sociedade de
profissionais liberais, esta não pode gozar da benesses do decreto 406/68, Art. 9., par. 3.
Recurso provido.
As sociedades, cujos serviços constam dos itens 1, 4, 8, 25, 52 88, 89, 90, 91 e 92 da
lista anexa ao decreto-lei nº 406/68, ficam sujeitas ao recolhimento do ISS na forma
privilegiada, definida pelo artigo 9º, parágrafo 3º do referido decreto-lei.
Recurso impróvido.
As sociedades, cujos serviços constam dos itens 1, 4, 8, 25, 52, 88, 89, 90, 91 e 92 da
lista anexa ao decreto-lei nº 406/68, ficam sujeitas ao recolhimento do ISS na forma
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16.5. Cooperativas
ISS. Cooperativa.
É devido ISS por sociedade corretora de câmbio, com base no item 58, da lista de
serviços (na redação dada pelo Decreto-Lei nº 834/69) a que se refere o art. 8º, do
Decreto-Lei nº 406/68, uma vez que a atividade profissional por ela prestada ao
comprador do câmbio (e que é o fato gerador do ISS) não se confunde com a operação
de câmbio, que se realiza entre partes contratantes (e cujo fato gerador é o previsto no
art. 63, II, do CTN). Embora com a intermediação obrigatória de firma individual ou
sociedade corretora devidamente autorizadas pelo Banco Central do Brasil. Recurso
Extraordinário conhecido e provido. Acórdão nº 88.648-6. Rel. Min. Moreira Alves.
DJU de 01.06.79. Natureza: Recurso Extraordinário.
ISS. Cooperativa.
Não incidência sobre sua atividade, bem analisada atuação que desenvolve, não
exercendo recrutamento, colocação ou fornecimento de mão de obra. Dispositivo do art.
20 do Código Civil não pré-questionado. Procedentes da Corte. RE não conhecido.
Acórdão nº 97.059-2. DEJU de 13.05.83. Rel. Min. Oscar Corrêa. Natureza: Recurso
Extraordinário.
16.6. Imunidade
Estão protegidos pela imunidade do art. 19, III, "d", da CF, quanto ao imposto municipal
de serviços, os editores que publicam revista técnicas ou científicas.
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Não perdem as instituições de ensino pela remuneração de seus serviços, desde que
observem os pressupostos dos incisos, I, II e III do art. 14 do CTN. Na expressão
"instituições" se incluem os estabelecimentos de ensino, que não proporcionem
percentagens, participação em lucros ou comissões a diretores e administradores. RE
não conhecido. Acórdão nº 93.463-4. Rel. Min. Cordeiro Guerra. DJU de 14.05.82.
Natureza: Recurso Extraordinário.
Não se aplica tal isenção a serviços de construção contratados com a Petrobrás. Acórdão
nº 06.06.80. Natureza: RE.
Não se aplica tal isenção a serviços de construção contatados com a Petrobrás. Acórdão
nº 90.810-2. Rel. Min. Decreto Miranda. DJU de 06.06.80. Natureza: RE.
Serviços aerofotogramétrica.
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Tributo devido no local da prestação dos serviços – Recurso provido para este fim. Ap.
325.525-4ª Câm. Rel. BENINI CABRAL – J. 29.8.84- v. u. JTACSP.
Contribuintes e Responsáveis
Aquele é o prestador do serviço (Decreto-Lei nº 406, de 31.12.68, art. 10), mas a lei
pode atribuir a responsabilidade pelo pagamento do tributo a terceiro, vinculado ao fato
gerador (Lei nº 5.172, de 24.1066 – Código Tributário Nacional – art. 128). Há por
concluir que, definido o contribuinte no citado art. 10 do decreto-lei nº 406, nenhum
óbice se criou à legislação municipal reguladora para estabelecer os casos de extensão
ou substituição da responsabilidade tributária, nos termos do princípio geral
estabelecido no supra transcrito art. 128. (ac. Da 6ª Câmara do TAC-SP, JTA 18/22).
16.9. Leasing
Uma decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no fim de agosto de
2008 inovou na disputa sobre a incidência do Imposto Sobre Serviços nas operações de
leasing e manteve uma cobrança movida pelo município de gaúcho Santo Antônio da
Patrulha contra a Volkswagen Leasing. Pela primeira vez, o tribunal manifestou-se sobre
a questão do local de incidência do tributo e entendeu que a cobrança deve ocorrer no
município onde o veículo financiado foi entregue, em Santo Antonio, e não naquele
onde está a sede da instituição, em São Paulo.
A discussão sobre o local de arrecadação do ISS sobre operações de leasing não era
abordada no STJ por motivos processuais, ele acabou afastado pela discussão da própria
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Atuando na mesma causa para outros bancos de leasing, advogados afirmam que a
decisão da primeira turma foge à regra do que já foi proferido no STJ. Até agora, as
decisões negaram como um todo conhecer das decisões dos tribunais, pois uma vez que
a corte não conhece o julgamento da questão da incidência, a disputa do local de
tributação fica imediatamente prejudicada e não é julgada. Segundo os juristas, no
momento a disputa sobre a incidência do ISS do leasing aguarda julgamento no pleno
do Supremo, em um recurso sob a relatoria do ministro Eros Grau.
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