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O problema moral da experimentação com animais:

A experimentação animal é uma forma de ultrapassar limitações éticas e técnicas de


experimentação em humanos.

Contudo, o uso de animais como sujeitos de experimentação tem gerado nos últimos anos
grande controvérsia. Será eticamente legitima a experimentação com animais:

Dois dos defensores dos direitos animais, Peter Singer e Tom Regan, tentaram encontrar um
critério que justificasse a dignidade moral dos animais; questionavam-se acerca de que
características devem os animais possuir que, sendo moralmente relevantes, os tornem
merecedores de consideração moral.

Singer reconhece que os animais têm interesses que devem ser obrigatoriamente tidos em
conta quando ponderamos as consequências das nossas ações. Contudo não precisamos de
falar de direitos dos animais para que a consideração dos seus interesses seja uma obrigação
moral.

Regan defende que atribuir um estatuto moral aos animais e ter em conta os seus interesses
depende de lhes reconhecermos direitos.

Singer
O que pensa sobre a relação entre os homens e os animais?

Singer defende que o domínio dos seres humanos sobre os animais é moralmente injustificável
e que temos obrigações morais a seu respeito. Atribuir estatuto moral aos animais significa
reconhecer que merecem respeito em virtude não da nossa boa vontade ou amabilidade, mas
devido a características próprias. A atribuição de estatuto moral aos animais dá-se e de 2
modos: ou reconhecendo que têm interesses (em não sofrer e em continuar a viver) ou
reconhecendo que têm direitos.

O que é a senciencia?

A senciencia é a capacidade de sofrer e ter prazer, Singer adota esta capacidade como critério
para atribuir a um ser importância moral - consideração pelo seu bem-estar e pelos seus
interesses próprios – o que permite integrar animais e humanos numa mesma comunidade
moral, não atribuindo maior peso aos nossos interesses.

O que é o especismo?

O especismo é a atitude que consiste em não atribuir importância moral aos animais não
humanos simplesmente pelo facto de que não são membros da nossa espécie. Partindo do
principio que somos animais superiores, julgamo-nos que os outros animais nada mais são do
que coisas que estão ao nosso serviço sofram o que sofrerem com isso.

Tratando de forma diferente seres que do ponto de vista moral são iguais (todos os seres
capazes de sentir dor ou prazer têm interesse em não sofrer e em não serem mortos), o
especismo é uma forma injusta de discriminação.

O que pensa Singer acerca da experimentação animal?


Singer afirma que devemos ter o sofrimento animal em conta sempre que interesses mais
relevantes para a maioria dos envolvidos não justifiquem que se causa e dor aos animais. A
perspetiva de Singer exige que devemos considerar os interesses de todos os envolvidos e
escolher a ação cujo final apresente mais benefícios para todos os envolvidos do que prejuízos.

A experimentação com animais só é permitida no caso de haver grande probabilidade de os


benefícios no plano da saúde ultrapassarem os prejuízos e tentando reduzir o sofrimento
infligido aos animais. Não se trata de uma proibição absoluta, mas de uma ponderação das
consequências de uma ação.

Tom Regan
Direitos morais – direitos que reconhecemos a certos seres em virtude de possuírem
características moralmente relevantes.

 Negativos – direitos de não interferência – direito de não ser morto, de não ser
prejudicado, de nãos ser torturado, de não ter a sua integridade física violada.
 Positivos – direito a assistência e algum beneficio – direito à educação, à assistência
medica ou a cuidados de saúde.

Ao defender direitos dos animais, Regan refere-se a direitos morais negativos. Vai procurar
estabelecer que os animais têm direito à não interferência. Está a pensar em direitos como
não ser morto, não ser torturado e não ter a sua integridade física violada. Se os animais
tiverem estes direitos então o que atualmente fazemos aos animais viola estes direitos e é
moralmente errado.

A expressão “sujeitos de uma vida” é aplicada por Regan aos animais.

Os “sujeitos de uma vida” são seres que experimentam sensações de dor e de prazer, que têm
interesse em não sofrer e em continuar a viver. Não são coisas nem instrumentos. O facto de
algo ser sujeito de uma vida confere – lhe valor intrínseco e, portanto, dignidade moral.

Se os animais não humanos são “sujeitos de uma vida” então têm valor intrínseco e não
meramente instrumental. Não são meros recursos ao nosso dispor seja para alimentação,
investigação científica ou para diversão. Se têm valor intrínseco então têm direitos.

Segundo Regan, os “sujeitos de uma vida” têm todos iguais valores morais?

Segundo Regan, por mais admirável que seja a espécie humana nenhum sujeito de uma vida
tem mais valor do que outro. Todos têm exatamente o mesmo valor moral. O valor intrínseco
de um ser não varia conforme o grau de inteligência ou de competência intelectual.

O que são pacientes morais segundo Regan?

Segundo Regan não só agentes morais têm direitos morais, há indivíduos como crianças de
pouca idade e os deficientes mentais, a quem são reconhecidos direitos morais e que não
cumprem os requisitos para serem agentes morais – pacientes morais (inclui grande parte dos
animais não humanos). Assim a comunidade moral é constituída por agentes morais e
pacientes morais.
Carl Cohen
O animal é um agente moral?

Não, os animais estão excluídos da comunidade moral porque não são seres racionais, sendo
incapazes de compreender regras morais e o que são deveres e responsabilidades morais.
Como não pertencem a uma comunidade humana, não faz sentido em falar em direitos e
deveres dos mesmos.

Em que situação uma pessoa deixa de ser agente moral? O que é um paciente moral?

Uma pessoa muito afetada pela doença de Alzheimer ou num estado de senilidade avançado
não é propriamente um agente moral: é incapaz de distinguir direitos de deveres, não
compreende o que é certo e errado, mas tem direitos. É por isso um paciente moral, continua
a ter valor intrínseco por ser pessoa e temos a obrigação de a tratar com respeito porque
integra o mundo humano, onde possui direitos, apesar de a pessoa ter deixado de ser útil ou
de ser incapaz de distinguir o certo e o errado.

Problema aperfeiçoamento biológico.


Gostaria de ser mais inteligente? Mais forte? Gostaria de viver durante mais tempo e com boa
saúde? De escolher o sexo e aparência duma criança da qual vai ser um dos progenitores? Há
quem garanta que os avanços da ciência adiarão o envelhecimento e a decadência do corpo.
Poderemos ainda recuperar a visão e melhorar a memória. Quem não gostaria de ter todas
estas vantagens sem precisar de trabalhar para as obter?

1.ª Objeção «Devemos dar prioridade ao que é natural face ao artificial porque o que é natural
é, em geral bom, e o que não é natural é mau.» Receia-se que haja desigualdade entre os seres
humanos aperfeiçoados e os que «ficam para trás». Um igual estatuto moral depende de uma
mesma natureza humana. Se se aperfeiçoar essa natureza, não a farão em todos os seres
humanos. Logo, uns «serão mais iguais do que outros» ou deixaremos de ter um igual estatuto
moral.

2.ª Objeção «Ao querermos aperfeiçoar a natureza humana estamos a “brincar a Deus” e, por
isso, a ser arrogantes.» Esta é uma das objeções mais usadas: o argumento do «brincar a
Deus». Modificar e intervir na natureza humana é arrogância perante o Criador. No entanto,
este argumento só será plausível para os crentes e dificilmente convencerá os ateus ou
agnósticos. Esta segunda objeção é habitualmente reforçada pela ideia de que a natureza é
boa e sábia. Seja num contexto religioso seja num contexto secular, julga-se que cabe à própria
natureza e não ao ser humano a tarefa do aperfeiçoamento. E nós, humanos, devemos aceitar
só o que a natureza nos deu?

3.ª Objeção «As intervenções técnicas da engenharia genética na natureza humana são muito
caras e só os mais favorecidos poderão beneficiar delas. Por outro lado, não aceitar as
contingências da lotaria genética e fazer com que a natureza humana seja o resultado de
escolhas controladas artificialmente reduziria o peso de valores como a humildade e a
solidariedade. A valorização dos dons naturais de um atleta e de um cantor é algo de que não
devemos prescindir.» Esta é uma questão de justiça social que implicitamente reconhece que
o aperfeiçoamento é uma coisa boa. Se a intervenção das biotecnologias for no sentido de
criar seres humanos superiores interferindo no genoma tal como ele é, o risco de desigualdade
é claro. Podemos antever uma elite de pós-humanos com mais aptidões mentais, mais
capacidade atlética, vidas mais longas e melhores, mais capacidade para criar riqueza e, desde
logo, a propensão para se tornarem dominantes. A divisão entre humanos e pós-humanos, os
beneficiários do aperfeiçoamento, criaria um fosso e um conflito grave.

Contra este cenário, a aceitação dos dons da natureza é valorizada por pensadores como
Michael Sandel, por exemplo, que não descarta as intervenções terapêuticas, mas opõe-se a
técnicas de aperfeiçoamento. Uma coisa é intervir na natureza para a restaurar, para restaurar
a saúde ou para curar, outra é querer mudar essa natureza em nome de uma ideia de natureza
humana perfeita.
Este pensador considera que se devem valorizar as capacidades naturais humanas, o
empenho, por exemplo, de um atleta que usa e trabalha o que a natura, por sorte, lhe deu. Se
cada um de nós pudesse determinar as suas capacidades com base no aperfeiçoamento
artificial, então cada indivíduo deveria os seus sucessos e fracasso só a si mesmo, e este
conceito asfixiante de responsabilidade reduziria a solidariedade social.

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