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ISSN 1413-389X Temas em Psicologia - 2008, Vol.

16, no 2, 215 – 229

Variáveis da família e seu impacto sobre o


desenvolvimento infantil

Nancy Capretz Batista da Silva


Universidade Federal de São Carlos – SP – Brasil

Célia Cristina Nunes


Universidade de São Paulo – Ribeirão Preto – SP – Brasil

Michelle Cristine Mazzeto Betti


Universidade de São Paulo – Ribeirão Preto – SP – Brasil

Karyne de Souza Augusto Rios


Universidade Federal de São Carlos – SP – Brasil

Resumo
Modelos como o bioecológico e a abordagem sistêmica orientam a investigação da família e
explicam como algumas variáveis influenciam na dinâmica deste sistema, incluindo sua relação
com o desenvolvimento infantil. O presente estudo discute o impacto de variáveis da família
sobre o desenvolvimento infantil, especificamente fatores de risco e de proteção, abrangendo
também desenvolvimento escolar. Por fim, quatro estudos são apresentados, com ênfase nos
seguintes aspectos: interação entre irmãos, apoio social, idade, adequação de recursos, interação
pai-filhos, nível educacional e sócio-econômico, problemas de aprendizagem e de
comportamento, programa de intervenção precoce, práticas educativas parentais, competência
parental, desemprego, violência doméstica, maus-tratos e abuso de drogas e de álcool. Conclui-
se que a identificação de variáveis da família que têm influência sobre o desenvolvimento das
crianças pode permitir a compreensão da dinâmica familiar bem como a especificidade do
processo de desenvolvimento dos indivíduos, possibilitando delinear intervenções que
favoreçam um adequado desenvolvimento infantil.
Palavras-chave: Psicologia da família, Desenvolvimento infantil, Fatores de risco e de
proteção, Ambiente familiar.

Family variables and their impact on child development

Abstract
Models such as Bioecology and the System Theory guide the investigation of family and
explain how some variables influence the dynamic of this system, including its relation with
children development. This study discusses the impact of family variables on child
development, specifically, risk and protection factors, covering development performance at
school, as well. Finally, four studies are introduced, with emphasis to the following aspects:
sibling interaction, social support, age, availability of resources, parent-children interaction,
educational and social-economic level, learning and behavior problems, early intervention
______________________________________
Endereço para correspondência: Rua Dom Luiz do Amaral Mousinho, 1455, apto. 34, Jardim Paulistano.
CEP 14.090-280. Ribeirão Preto – SP. Telefones: 3235-4161/9211-0381. E-mail: nancycbs@gmail.com.
Este trabalho foi apresentado em Sessão Coordenada da XXXVII Reunião Anual da SBP– Sociedade
Brasileira de Psicologia, pelas presentes autoras.
As autoras agradecem a orientação das professoras Ana Lúcia Rossito Aiello, Lúcia Cavalcanti de
Albuquerque Williams e Edna Marturano, além dos apoios CNPq e CAPES.
216 Silva, N. C. B., Nunes, C. C., Betti, M. C. M., & Rios, K. S. A.

program, parental educational practices, parental competence, unemployment, domestic


violence, violence against children, drug and alcohol abuse. It can be concluded that the
identification of family variables which influence children’s development can help the
understanding of both the family dynamic and the individuals’ development process, making it
possible to establish interventions which favor adequate child development.
Keywords: Family psychology, Child development, Risk and protection factors, Family
environment.

Partindo-se de uma apresentação inicial interações, principalmente pais-bebê e com a


de considerações de diversos pesquisadores sociedade, serão prejudicadas (Colnago,
sobre o papel da família no desenvolvimento 1991).
infantil, o presente artigo destaca alguns Dessa forma, a família é concebida
modelos teóricos para o estudo da família, como o primeiro sistema no qual um padrão
não apenas no sentido de elucidar as de atividades, papéis e relações interpessoais
pessoas, os contextos e a forma de análise são vivenciados pela pessoa em
dessa unidade básica da sociedade, mas desenvolvimento e cujas trocas dão base
também as variáveis, sejam fatores de risco para o estudo do desenvolvimento do
ou de proteção, que teriam impacto na forma indivíduo (Sigolo, 2004). Essa visão permite
como esta unidade se comporta e se perceber que a criança desenvolve
relaciona com o desenvolvimento dos relacionamentos não apenas com a mãe, mas
indivíduos. Dentro das variáveis discutidas, também com outros agentes sociais, como
atenção especial é dada ao desempenho pai, avós e irmãos, sendo tais
escolar da criança, enfatizando recursos e relacionamentos importantes no
formas de envolvimento da família. Por desenvolvimento infantil, nas suas várias
último, quatro estudos baseados nos áreas. Sigolo (2004) ainda descreve a família
modelos discutidos são apresentados, cada como “espaço de socialização infantil”, pois
um enfatizando populações diferentes, mas se constitui em “mediadora na relação entre
sempre relacionando variáveis da família e o a criança e a sociedade” (p. 189). Nas
desenvolvimento dos filhos. interações familiares “padrões de
comportamentos, hábitos, atitudes e
linguagens, usos, valores e costumes são
Importância da família transmitidos” e “as bases da subjetividade,
A família pode ser considerada o da personalidade e da identidade são
sistema que mais influencia diretamente o desenvolvidas” (p. 189).
desenvolvimento da criança (Minuchin, Da mesma forma, Szymanski (2004)
Colapinto & Minuchin, 1999), surgindo afirma que é na família que a criança
como o mais poderoso sistema de encontra os primeiros “outros” e com ela
socialização para o desenvolvimento aprende o modo humano de existir. Seu
saudável da criança e do adolescente mundo adquire significado e ela começa a
(Coatsworth, Pantin & Szapocnik, 2002). constituir-se como sujeito. Isto se dá na e
Pereira-Silva e Dessen (2003) afirmam que pela troca intersubjetiva, construída na
“as interações estabelecidas no afetividade, e constitui o primeiro
microssistema família são as que trazem referencial para a formação da sua
implicações mais significativas para o identidade. De acordo com a autora, a
desenvolvimento da criança, embora outros criança, ao nascer, já encontra um mundo
sistemas sociais (ex.: escola, local de organizado, segundo parâmetros construídos
trabalho dos genitores, clube) também pela sociedade como um todo e assimilados
contribuam para o seu desenvolvimento” (p. idiossincraticamente pela família, que, por
503). A grande maioria das crianças sua vez, também carrega uma cultura
experiencia com a família as primeiras própria. Essa cultura familiar que lhe é
situações de aprendizagem e introjeção de específica apresenta-se impregnada de
padrões, normas e valores, e se a família não valores, hábitos, mitos, pressupostos, formas
estiver funcionando adequadamente, as de sentir e de interpretar o mundo, que
Família e desenvolvimento infantil 217

definem diferentes maneiras de trocas considerar: o microssistema como a própria


intersubjetivas e, conseqüentemente, criança; o mesossistema como o contexto
tendências na constituição da subjetividade. familiar (incluindo-se nele também a escola,
Belsky (1981) afirma que, como a a creche, os amigos da vizinhança); o
família é o ambiente imediato no qual a exossistema como o local de trabalho dos
maioria dos bebês é criada, esta deve tornar- pais, a rede de social dos mesmos, as
se a unidade central de investigação da atividades da diretoria da escola; e o
experiência humana precoce. E como muitas macrossistema como os valores culturais ou
vezes a família é constituída de relações subculturais e crenças que influenciam e
marido-esposa, somadas às relações pais- englobam todos os outros sistemas
criança, este contexto desenvolvimental (Bronfenbrenner, 1996; Gil, 1996).
deve ser conceitualizado em termos de Nota-se, assim, que a análise da família
sistemas que iluminem caminhos diretos e como contexto de desenvolvimento pode ser
indiretos de influência na família e os papéis considerada um fenômeno complexo, cuja
múltiplos dos indivíduos. Nesse sentido, a compreensão é dificultada pelo número de
investigação da interação triádica mãe-pai- condições envolvidas, internas e externas a
criança evidencia a significância da relação ela, interdependentes, e que apresentam
marital e a necessidade de estudar a efeitos cumulativos ao longo do tempo.
interação pais-criança dentro de um contexto Diante disso, Dessen e Pereira-Silva (2004)
do sistema familiar. afirmam que a Teoria Bioecológica de
Bronfenbrenner “pode proporcionar uma
visão mais aprofundada dos processos que
Modelos propostos para estudar ocorrem na família e em outros ambientes”
famílias (p.182).
Diante da importância da família para o A relação com o ambiente social mais
desenvolvimento infantil, é importante amplo tem efeitos no modo como os pais
ressaltar que os estudos na área são agem com seus filhos e interfere no tipo de
desenvolvidos baseados em pressupostos de desenvolvimento que promove. Segundo
diversos autores. Existem modelos que Brofenbrenner (1996), o desenvolvimento
visam explicar como a família deve ser psicológico da criança é afetado: (a) pela
investigada e como algumas variáveis ação recíproca entre os ambientes mais
influenciam na dinâmica familiar. Pudemos importantes nos quais a criança circula (ex.:
observar que o modelo bioecológico e a família/creche; família/escola); (b) pelo que
abordagem sistêmica, brevemente descritos ocorre nos ambientes freqüentados pelos
a seguir, têm sido amplamente utilizados pais (ex.: trabalho, organizações
atualmente, provavelmente devido à comunitárias); (c) pelas mudanças e/ou
abrangência de aspectos múltiplos e continuidades que ocorrem com o passar do
relevantes. tempo no ambiente em que a criança vive, e
que têm efeito cumulativo. Nesse sentido, de
acordo com Szymanski (2004), é ingênuo
Teoria Bioecológica de achar que medidas pontuais na família
Bronfenbrenner possam reverter uma situação que foi
Bronfenbrenner (1996) propôs um engendrada na relação com um contexto
Modelo Bioecológico do desenvolvimento mais amplo.
humano, no qual o meio ambiente ecológico,
contexto desse desenvolvimento, é
constituído por um conjunto de sistemas Modelo Sistêmico de Minuchin
interdependentes, vistos “topologicamente De acordo com Minuchin et al. (1999),
como uma organização de encaixe de a família seria um tipo especial de sistema,
estruturas concêntricas, cada uma contida na com: 1) estrutura - padrões de interação
seguinte” (p. 18). Essas estruturas são recorrentes e previsíveis que refletem as
denominadas micro, meso, exo e filiações, tensões e hierarquias sociais, 2)
macrossistema (Bronfenbrenner, 1996). padrões - definem os caminhos que a família
Nessa concepção de ambiente ecológico, em utiliza para tomar decisões e controlar o
relação ao desenvolvimento infantil, pode-se comportamento de seus membros e 3)
218 Silva, N. C. B., Nunes, C. C., Betti, M. C. M., & Rios, K. S. A.

propriedades que organizam a estabilidade e características familiares, que por sua vez,
a mudança. Para Minuchin (1990), “uma modelam as interações nesse sistema.
forma viável de estrutura familiar é
necessária para desempenhar suas tarefas
essenciais e dar apoio para a individuação ao O impacto de variáveis da família
mesmo tempo em que provê um sentido de sobre o desenvolvimento infantil:
pertinência” (p. 21). fatores de risco e de proteção
Dessa forma, a Teoria Sistêmica Percebe-se que os modelos citados
constitui um dos principais arcabouços aqui, os quais auxiliam o estudo de famílias
teóricos para a compreensão da família consideram diversos fatores, entre eles: os
como um sistema complexo. Isso significa sistemas nos quais os indivíduos estão
focalizar a família como um sistema inseridos, como o complexo sistema familiar
composto por vários subsistemas, como é constituído e como são as características
marido-esposa, genitores-filhos, irmãos- familiares que modelam os padrões de
irmãos, avós-netos (Dessen & Pereira-Silva, interação que ocorrem nesse sistema. Nesse
2004). sentido, variáveis mais ou menos distais
devem ser consideradas. A seguir, são
brevemente comentadas algumas variáveis
Turnbull e a Abordagem Sistêmica que têm recebido atenção em estudos sobre
A. P. Turnbull e H. R. Turnbull (2001) famílias e sobre o desenvolvimento infantil.
também analisam a família seguindo a Para isso, faz-se necessária a discussão sobre
abordagem sistêmica. Segundo esses fatores de risco e proteção para o
autores, a família é uma unidade constituída desenvolvimento da criança.
por vários elementos que estabelecem Fatores de risco para desenvolvimento
diferentes níveis de interação entre si. infantil podem ser descritos como
Assim, a família pode ser classificada como características da criança, da família e do
um sistema interacional, composto por ambiente que diminuem a probabilidade da
vários subsistemas. Numa família nuclear criança tornar-se competente e ter senso de
tradicional, podem existir até quatro bem estar (Erikson & Kurz-Riemmer, 1999)
subsistemas: o conjugal – que compreende e, portanto, que aumentam a probabilidade
as interações entre marido e esposa; o de ocorrência de resultados negativos e
parental – configurado pelas interações indesejáveis (Reppold, Pacheco, Bardagi &
entre pais e filhos; o fraterno – em que se Hutz, 2002).
estabelecem as interações entre os irmãos, e Os fatores de risco para o
o da família estendida – que engloba as desenvolvimento infantil incluem: história
interações com outros membros da família, de desenvolvimento dos pais, personalidade
como avós e tios (A.P. Turnbull, & H.R. dos pais, habilidades parentais (Barnett,
Turnbull, 2001). 1997; Gil, 1996, Hallahan & Kauffman,
Os autores enfatizam que a qualidade 2003), abuso de álcool e drogas, gravidez na
de tais interações familiares depende de dois adolescência (D´Affonseca & Williams,
fatores fundamentais: a coesão – que se 2003), depressão parental (Gil, 1996;
refere à ligação emocional que os membros Webster-Stratton, 1998), baixo nível
da família estabelecem e mantêm uns com educacional, altos níveis de estresse,
os outros, e ao nível de independência de monoparentalidade, presença de atividade
cada um dentro do sistema – e a criminal, doenças psiquiátricas, falta de
adaptabilidade – a capacidade da família apoio social, condições inadequadas de
para mudar frente a estresses situacionais e habitação, saúde, educação, alimentação,
desenvolvimentais. Além disso, A. P. (D´Affonseca & Williams, 2003; Evans,
Turnbull e H. R. Turnbull (2001) destacam o 2004; Gil, 1996; Hallahan & Kauffman,
papel que a cultura desempenha sobre o 2003; Marinho, 2003; Sigolo, 2004;
sistema familiar. De acordo com os autores, Webster-Stratton, 1998; Williams & Aiello,
fatores culturais como localização 2004), idade da criança (Pleck, 1997),
geográfica, religião, status sócio-econômico, temperamento da criança, déficits ou
orientação sexual e eventuais necessidades dificuldades neurofisiológicas da criança,
especiais da família, influenciam as níveis subclínicos de transtorno de conduta e
Família e desenvolvimento infantil 219

performance acadêmica e intelectual da desenvolvimento não é determinado por uma


criança (Hallahan & Kauffman, 2003). seqüência de estágios fixos, mas sim a partir
A pobreza, por sua vez, configura-se de processos de reorganização de velhos e
como o fator de risco mais grave a atingir a novos elementos. De acordo com Erikson
família (Williams & Aiello, 2004), porque (1976), alguns períodos do desenvolvimento
por si só pode acarretar e gerar outros são considerados sensíveis, em que
fatores de risco como a história de determinadas influências têm um maior
desenvolvimento dos pais e suas habilidades impacto. O autor situou entre seis e doze
parentais, além de limitar as oportunidades anos a crise evolutiva decorrente do desafio
para ajustamento infantil positivo. Morar em da produtividade, quando a criança quer
bairros e estudar em escolas com alta ganhar reconhecimento social por meio de
densidade de pares desviantes e áreas sua capacidade de se preparar para produzir
urbanas com muitos crimes pode levar pais no mundo adulto. Trata-se de uma fase em
habilidosos a falhar no papel de agentes de que não só o contexto físico e social se
prevenção de problemas de comportamento alarga e diferencia, mas também as
em seus filhos (Marinho, 2003). expectativas do meio social tornam-se mais
Pesquisas recentes têm dado enfoque exigentes, a dependência é menos tolerada e
aos fatores que protegem ou minimizam a o suporte está menos disponível. A
ação dos fatores de risco, os chamados exposição ao julgamento dos outros passa a
fatores de proteção, os quais envolvem as ser percebida com mais clareza em função
características da criança, da família e do das aquisições cognitivas, provocando nas
ambiente mais amplo que criam uma crianças a motivação para corresponder às
barreira contra o impacto dos fatores de cobranças da família, da escola e do grupo
risco e aumentam as possibilidades da de companheiros, muitas vezes conflitantes
criança se tornar competente e ter senso de (Marturano & Loureiro, 2003).
bem estar (Erikson & Kurz-Riemer, 1999; Nesse contexto, o ingresso no ensino
Reppold et al., 2002). fundamental constitui um ponto de transição
O apoio social (Thoits, 1995) tem sido importante na vida da criança, haja visto que
definido como um dos mais importantes inúmeras mudanças ocorrem
fatores de proteção da família, surgindo simultaneamente, requerendo por parte da
como recurso contra os efeitos de estressores criança adaptações elaboradas, como o
e como promotor da recuperação de crises desempenho acadêmico, o ajustamento ao
situacionais ou desenvolvimentais ambiente escolar, a capacidade de se dar
enfrentadas pelas famílias (Dunst & Leet, bem com os companheiros e a adesão às
1994; Hassall & Rose, 2005; A.P.Turnbull regras da sociedade para o comportamento
& H.R. Turnbull, 2001). A qualidade do moral e conduta pró-social (Masten &
ambiente domiciliar também constitui-se Coatsworth, 1998).
um fator muito importante a ser investigado Com o acúmulo dessas demandas novas
para intervir junto à família na promoção do e complexas, muitas crianças podem
desenvolvimento infantil (Aiello, 2005; encontrar dificuldades para superar os
Bradley, Corwyn, McAdoo & Coll, 2001; desafios que lhes são colocados (Marturano,
Erickson & Kurz-Riemer, 1999; Martins, 1997). Nesse sentido, a família tem o
Costa, Saforcada & Cunha, 2004; Novak, importante papel de prover condições de
1996). adaptabilidade diante de crises, normativas
ou não, pelas quais as crianças passam,
podendo propiciar condições mais
O ambiente familiar e o favoráveis ao seu desenvolvimento escolar.
desenvolvimento escolar da criança Pesquisas indicam que desde os
Segundo a visão ecológica de primeiros anos escolares, o envolvimento
desenvolvimento, o indivíduo constrói-se a dos pais – definido como a extensão com
partir de suas interações com o ambiente, ao que estes se interessam em instruir e
mesmo tempo em que o ambiente o modifica participar ativamente da vida escolar dos
(Brofrenbrenner, 1996). Partindo desse filhos – é positivamente associado com o
pressuposto, o indivíduo pode ser bom desempenho escolar (D'Avila-Bacarji,
considerado como um ser ativo, cujo Marturano & Elias, 2005a, 2005b) e com o
220 Silva, N. C. B., Nunes, C. C., Betti, M. C. M., & Rios, K. S. A.

melhor ajustamento da criança na escola circunstâncias familiares desestabilizadoras


(Ferreira & Marturano, 2002). De acordo podem fragilizar a criança frente às
com King (1998), a configuração de exigências da escolarização.
recursos relevantes para o desempenho Embora não haja nenhuma
escolar muda à medida que a criança se demonstração de relações de causa e efeito,
desenvolve e os efeitos do ambiente familiar os relatos supracitados são compatíveis com
têm sido identificados nos diferentes níveis uma concepção sistêmica, em que o
de ensino, até a universidade. Alguns dos desenvolvimento escolar não se apresenta
principais recursos estão relacionados ao isoladamente, seja como uma questão
tipo de estimulação oferecida no lar pela pedagógica, seja como uma capacidade
família, envolvimento dos pais com a individual. Ao contrário, as habilidades
escolarização da criança, a coesão da família podem e devem ser pautadas em contextos
e a organização do ambiente familiar de desenvolvimento da criança, levando em
(Bradley, Caldwel & Rock, 1988). conta fatores relacionados ao núcleo
Na tentativa de compreender os familiar, à escola e ao meio social.
processos por meio dos quais o ambiente
familiar afeta o desempenho escolar da
criança, Bradley et al. (1988) observaram Pesquisando as variáveis de
que o uso de materiais e jogos apropriados impacto da família sobre o
no segundo ano de vida da criança parece desenvolvimento infantil
relacionado ao desempenho, especialmente
Apoio social da família e a interação
em leitura, durante o ensino fundamental. Os
entre irmãos de indivíduos com
autores observaram também que quando os
deficiência mental
pais fazem arranjos para que seus filhos se
envolvam em experiências sociais e culturais A análise da família segundo a
enriquecedoras durante o ensino perspectiva sistêmica, conforme apresentado
fundamental, as crianças alcançam melhor anteriormente, possibilita identificar vários
desempenho escolar, são mais orientadas subsistemas nos quais os membros
para a tarefa e apresentam melhor estabelecem relações de diferentes níveis
ajustamento social na escola. Marturano entre si, dentre os quais se destaca o
(1999) por sua vez, afirma que o progresso subsistema fraterno. O relacionamento com
no aprendizado escolar, indicado seja pela os irmãos desempenha fundamental
compatibilidade entre a idade e a série ou importância para o desenvolvimento do
pela qualidade da produção escrita, está indivíduo, não só no início da vida, mas
associada à supervisão e à organização das também durante a idade adulta, já que a
rotinas no lar, a oportunidade de interação ligação com um irmão ou irmã é a mais
com os pais e à oferta de recursos no duradoura dos relacionamentos familiares
ambiente físico. (A.P.Turnbull, & H.R.Turnbull, 2001).
Entremostrando o reverso desse quadro, Contudo, as características do
alguns levantamentos sobre o contexto de relacionamento entre irmãos ainda são
desenvolvimento de crianças com confusas e incertas (Baumann, Dyches &
dificuldades no aprendizado escolar Braddick, 2005; Sharpe & Rossiter, 2002), e
identificaram uma elevada porcentagem de quando são consideradas as particularidades
crianças cuja história de vida era marcada das famílias, torna-se mais complexa a
por adversidade múltipla e crônica (Bradley análise desse relacionamento. Uma dessas
et al., 1988; Marturano, 1999). Dentre as particularidades envolvidas nas famílias,
principais adversidades, Chazan, Laing e como fator de influência sobre a ligação
Davies (1994) citam fatores como doença entre os irmãos, é a presença de um membro
mental em um dos pais, desarmonia conjugal com necessidades especiais.
e modelos de comportamento desviante. Os Existem vários fatores que delineiam a
autores enfatizam que o acúmulo dessas forma como os irmãos respondem à
adversidades, em contexto de pobreza, presença de um indivíduo com necessidades
aumenta significativamente o risco para especiais na família, bem como o nível de
problemas nas áreas de educação, relacionamento que será estabelecido entre
comportamento e delinqüência. Assim, estes irmãos. Dentre tais fatores, estão o
Família e desenvolvimento infantil 221

apoio social − disponível à família e Os resultados das interações entre os


percebido por ela − e a idade dos irmãos. irmãos sugeriram que a diferença mais
Hastings (2003), por exemplo, evidente entre os grupos foi relacionada à
examinou o papel do apoio social disponível categoria de comportamento ajudante, tendo
às famílias de crianças autistas (com idade sido a taxa de ocorrência desta categoria
entre 4 e 16 anos) e como este apoio poderia maior para G1, resultado este apoiado pelos
afetar os irmãos, considerando-se também a relatos da entrevista. Em se tratando das
severidade da deficiência da criança. Mães escalas, foi observada diferença
de 78 crianças autistas apontaram o apoio estatisticamente significativa entre os grupos
social percebido e os indicadores de apenas para a escala que avaliava a atividade
ajustamento (problemas emocionais, de ser mãe ou pai, revelando-se assim
problemas de conduta, hiperatividade, menores índices deste tipo de apoio para G1.
problemas com os pares) dos irmãos com Assim, é possível conjeturar que, como as
desenvolvimento típico (com média de idade famílias de G1 recebiam menos apoio deste
de 6,7 anos). Os resultados revelaram que o nível, havia uma maior demanda de ajuda
apoio social funcionou como moderador do requerida pelo filho com necessidades
impacto da severidade do autismo sobre o especiais, que talvez fosse suprida pelo
irmão, ou seja, ele representou um fator de irmão. Então, os irmãos menores com
proteção para as famílias analisadas. desenvolvimento típico acabavam por
Adicionalmente, os irmãos de famílias de desempenhar o papel de ajudante em maior
crianças com autismo menos severo foram escala que os irmãos dos participantes
apontados como apresentando menores adultos com deficiência mental.
problemas de ajustamento quando estava O estudo chama a atenção para
disponível maior apoio social à família. investigações futuras com maior número de
Em vista disso, Nunes e Aiello (2008), participantes, que busquem analisar a
conduziram um estudo, de caráter descritivo, relação entre a interação de díades de irmãos
tendo como objetivos: 1) caracterizar a e o gênero dos mesmos e a severidade da
interação entre díades de irmãos, divididas deficiência de um dos membros das díades.
em dois grupos – um com o irmão deficiente
mental com idade entre 10 e 14 anos (G1) e A família da criança com Síndrome
outro grupo com idade entre 21 e 24 anos de Down: Comparando a interação do
(G2); 2) comparar os desempenhos nas pai e da mãe
interações dos dois grupos, e 3) avaliar se há Segundo a perspectiva sistêmica da
diferenças nos grupos na interação dos família, ainda é possível identificar o
irmãos, quando se considerava o nível de subsistema pai-filho, o qual vem ganhando
apoio social da família, bem como a cada vez mais atenção. Isso se deve às
adequação de recursos disponíveis a ela. mudanças na sociedade, que trazem uma
Para isso, foram realizadas sessões de nova forma de organização da família e um
observação de interações entre os irmãos em novo olhar sobre a participação do homem
situações de jogo e do cotidiano familiar. neste contexto. Como salienta Jablonski
Tais sessões foram analisadas registrando-se (1999), a sociedade apresenta hoje novas
as seguintes categorias de comportamento expectativas quanto aos deveres dos homens
desempenhadas pelo irmão com como pais e quanto a novos padrões
desenvolvimento típico em direção ao irmão atitudinais e comportamentais. Mas levando-
deficiente: professor, líder, ajudante, ação se em conta um dos fatores discutidos
positiva, ação negativa, companheiro de anteriormente que influenciam a interação
brincadeira e ausência de interação. Além pais-criança, observa-se que “há evidências
disso, os irmãos com desenvolvimento típico de que pais pertencentes a classes sociais
responderam instrumentos de auto-relato mais desfavorecidas detêm uma visão mais
que contemplavam informações sobre o tradicional quanto aos papéis que devem
relacionamento fraterno e sobre suas desempenhar” (Jablonski, 1999, p. 67).
percepções acerca do irmão deficiente; aos Desta forma, o autor atribui um
cuidadores foram aplicadas três escalas para descompasso entre as fortes influências
a avaliação do apoio social da família e dos socializadoras de atitudes igualitárias e os
recursos disponíveis a ela. comportamentos masculinos.
222 Silva, N. C. B., Nunes, C. C., Betti, M. C. M., & Rios, K. S. A.

De acordo com Pruett (2000), a mais freqüente foi ‘Brincadeiras com


conexão pai-criança é inata e a ausência objetos’ e as interações ocorreram
paterna é fator de risco para: atividade predominantemente de forma ‘Conjunta’,
sexual precoce e uso precoce de drogas; com transição ‘Direta’ de uma atividade
maiores taxas de fracasso escolar; abandono para outra, com ‘Sincronia’, ‘Supervisão’,
escolar; suicídio na adolescência e ‘Amistosidade’ e ‘Liderança’.
delinqüência juvenil. Baruffi (2000) relata Na família cujas interações tiveram
que o pai que interage positivamente com menor Sincronia, Supervisão, Liderança e
seus filhos contribui com o desenvolvimento brincadeira Conjunta em relação às outras
psico-afetivo deles, com a construção de famílias, os pais tinham nível sócio-
suas personalidades, e constitui a primeira econômico e educacional baixo e
autoridade social. Essa interação também apresentaram o menor número de
contribui com o desenvolvimento comportamentos em interação com o filho.
intelectual, social e emocional das crianças Por outro lado, outra família com alto nível
(Engle & Breaux, 1998); com a competência educacional apresentou a maior
cognitiva, a empatia, o foco de controle porcentagem na forma Conjunta de brincar,
interno e a formação de uma menor crença pais com maior número de comportamentos
sexualmente estereotipada (Lamb, 1997) e; nas interações com sua filha e esta com
contra desajustes psicológicos e estresse maior número de comportamentos na
(Flouri & Buchanan, 2003). Soma-se ainda o interação com sua mãe em comparação às
fato de pais com interações positivas com demais famílias.
seus filhos descreverem estes como mais Concluiu-se que esses pais, no geral,
engajados socialmente, obedientes e com foram adequados em interação com seus
relação harmoniosa consigo mesmo filhos, ainda que as interações tenham sido
(Caldera, 2004). mais amistosas com o pai e mais
Apesar da reconhecida importância do conflituosas com a mãe. O nível educacional
pai, no Brasil, são poucos os estudos que e o sócio-econômico foram apontados como
visam conhecer as características das suas variáveis a serem consideradas em futuros
relações com seu filho com necessidades estudos. Esses dados podem dar subsídios
especiais. De fato, a família do indivíduo para intervenções com famílias em prol de
com necessidades especiais “moldará seus um melhor desenvolvimento dos filhos,
valores, sua concepção do mundo e sua considerando diferentes fatores para pais e
auto-imagem” (Glat, 1996, p. 112) e tem mães.
“necessidades especiais de atendimento,
decorrentes da sua condição de ser mãe, pai, Características do ambiente familiar
irmão ou irmã de um indivíduo reconhecido de crianças encaminhadas para
e tratado como deficiente” (Omote, 1996, p. atendimento psicológico devido a
516). dificuldades escolares
Assim, Silva (2007) realizou um estudo Dentre todos os diferentes ambientes
para descrever as interações do pai e da mãe sociais em que o indivíduo se encontra
com seu filho com Síndrome de Down em inserido ao longo do seu desenvolvimento, o
situação de brincadeira e compará-las. ambiente familiar é visto como poderoso
Participaram dez famílias e foram utilizados agente primário de socialização, que
o Protocolo de Categorias de Análise das influencia não só a formação da
Filmagens de Interação (Buonadio, 2003) e personalidade, como também as motivações,
o Sistema Definitivo de Categorias além de ser responsável em transmitir
Observacionais (Pereira-Silva, 2003) para valores, crenças e normas de uma cultura. A
análise das filmagens de interação. Os partir de uma visão ecológica na qual o
resultados indicam que “olhar na direção da indivíduo e o ambiente estão em constante
criança” foi o comportamento positivo de interação e modificabilidade, diversos
maior freqüência nas interações; nenhum recursos e/ou eventos estressores presentes
genitor corrigiu comportamentos no ambiente familiar têm sido apontados
inadequados e o comportamento negativo de como variáveis importantes para a
maior freqüência foi “comentários aprendizagem durante os anos da escola
negativos”. Além disso, o tipo de atividade fundamental (Bradley et al., 1988;
Família e desenvolvimento infantil 223

Brofrenbrenner, 1996; Marturano, 1999, consumo dispostos pelas famílias


2005). Neste contexto, Mazzetto-Betti assemelhavam-se em todos os grupos.
(2007) objetivou verificar aspectos do Porém, com relação aos recursos do
ambiente familiar que possam estar ambiente, verificou-se que o ambiente
relacionados com o desenvolvimento escolar familiar das crianças com desempenho
de crianças encaminhadas para o Sistema acadêmico inferior à média da população
Único de Saúde (SUS) devido a problemas geral e que tinham problemas de
de aprendizagem. Especificamente, comportamento (IC) mostrou-se com menos
pretendeu-se caracterizar, quanto a variáveis recursos que o ambiente das crianças dos
do contexto familiar, subgrupos que demais grupos. As comparações entre
apresentam interesse clínico quanto ao grupos quanto aos indicadores de
desempenho escolar e problemas de adversidade ambiental apontaram que as
comportamento. crianças que apresentavam problemas de
Com base nos estudos de D'Avila- comportamento eram expostas em maior
Bacarji et al. (2005a, 2005b), são descritas freqüência e intensidade a eventos adversos.
como características do ambiente familiar: Os resultados não indicaram diferenças
escolaridade dos pais, bens de consumo, significativas quanto à instabilidade
recursos e adversidades em que as crianças ambiental entre as crianças com desempenho
são expostas no ambiente. Foram acadêmico compatível com a série escolar e
consultados 200 prontuários de crianças de crianças que apresentam baixo desempenho
seis a 12 anos de idade, encaminhadas para o acadêmico.
SUS devido ao baixo rendimento escolar, a Esses resultados sugerem que os
partir dos quais se formaram quatro grupos: recursos presentes no ambiente familiar
IC = desempenho acadêmico inferior à funcionam como fatores protetores do
média da população geral e problemas de desenvolvimento escolar. Entretanto, o
comportamento (n = 40); INC = número elevado de adversidades e os poucos
desempenho acadêmico inferior à média da recursos podem contribuir para a
população geral e sem problemas de vulnerabilidade das crianças, dificultando o
comportamento (n = 34); MC = desempenho ajustamento escolar. Ademais, denotou-se a
acadêmico dentro da média da população importância de uma avaliação cuidadosa
geral e problemas de comportamento (n = junto às famílias por parte dos profissionais
13); MNC = desempenho acadêmico dentro ligados aos serviços de saúde, a fim de
da média da população geral e sem determinar o nível de complexidade das
problemas de comportamento (n = 14). ações requeridas caso a caso, evitando o
Para a composição dos grupos, foram encaminhamento desnecessário ao
utilizados dois instrumentos: Teste de atendimento psicopedagógico de crianças
Desempenho Escolar – TDE (Stein, 1994), que têm as habilidades esperadas para sua
utilizado para medir a variável desempenho série escolar e que não apresentam
escolar e a Escala Comportamental Infantil problemas de comportamento. A
A2 de Rutter – ECI (Graminha, 1994), preocupação dos adultos com eventuais
utilizada para verificar problemas de dificuldades no processo de adaptação à
comportamento das crianças. Para a escola comporta apoio informativo à família
investigação de características do ambiente na própria comunidade. Quando a família
familiar, foram empregados os seguintes está inserida em um contexto adverso, é
instrumentos: Inventário de Recursos do preciso estar atento ao bem estar psicológico
Ambiente Familiar – RAF (Marturano, do principal cuidador da criança, oferecendo
2006), utilizado para a sondagem dos escuta para alívio das tensões e suporte para
recursos do ambiente familiar e a Escala de enfrentamento dos problemas do dia a dia,
Eventos Adversos – EEA (Marturano, pois este adulto pode ser o principal
1999), que contém uma lista de 37 itens mediador do processo de ajuda em grande
descritivos de eventos adversos que podem parte dos casos de encaminhamento a
ter ocorrido nos últimos 12 meses ou serviços de saúde. Outra questão importante
anteriormente na vida da criança. e que merece destaque refere-se à
Os resultados apontaram que a possibilidade de assessorar a família em seus
escolaridade da mãe e do pai e os bens de esforços de apoio ao desenvolvimento dos
224 Silva, N. C. B., Nunes, C. C., Betti, M. C. M., & Rios, K. S. A.

filhos, a fim de otimizar os recursos do De forma geral, os resultados indicaram


ambiente familiar que facilitam a que a intervenção foi eficaz em aprimorar
aprendizagem escolar e o desenvolvimento práticas educativas parentais, além de ter
global da criança. sido uma oportunidade de expansão da rede
social para as famílias participantes,
Intervenção precoce com famílias de tornando-se um fator protetivo para o
baixa renda e prevenção de surgimento de problemas de comportamento
problemas de comportamento em infantil. As mães com maior freqüência, no
crianças pré-escolares programa parental, foram as que alcançaram
Rios (2006) realizou um estudo cujo resultados mais positivos com a intervenção,
objetivo consistiu em desenvolver e avaliar demonstrando empoderamento de suas
os efeitos de um programa de intervenção práticas parentais.
precoce para famílias de baixa renda, Adicionalmente, os resultados
visando prevenir o surgimento de problemas apontaram que todos os participantes
de comportamento em crianças pré- estavam inseridos em um contexto de alto
escolares, por meio do aprimoramento de risco para desenvolvimento de problemas de
práticas educativas parentais associadas ao comportamento em crianças, caracterizadas
desenvolvimento de condutas pró-sociais e por baixa escolaridade, alto índice de
minimização do uso de práticas educativas desemprego, baixo nível educacional, baixo
parentais associadas ao desenvolvimento de nível socioeconômico, rede social pouco
problemas de comportamento. desenvolvida, violência doméstica, maus-
Participaram do estudo cinco mães e tratos na infância e abuso de drogas e álcool.
seus respectivos filhos com idade entre seis Sugere-se para futuros programas a
meses e três anos de idade. O estudo foi aplicação de um questionário antes do início
realizado no Centro Comunitário do Bairro e da intervenção, a fim de identificar
nas casas das famílias. A coleta de dados foi reforçadores para a população-alvo do
realizada por meio de entrevistas com os estudo, a oferta de serviços conjugados, tais
pais e aplicação dos seguintes instrumentos: como consultas com fonoaudiólogos,
Escala de Senso de Competência Parental fisioterapeutas, médicos (esses profissionais
(Johnston & Mash, 1989), Escala Parental poderiam criar uma rede de informações
(Arnold, O’Leary, Wolff, & Acker, 1993), sobre a família, gerando uma atuação
Inventário de Potencial para Abuso Infantil profissional mais relevante para as
(Milner, 1986), Questionário de Avaliação necessidades da família e aumentando os
do Temperamento (Cameron & Rice, 2005) ganhos para esta) e uso de mais fases de
e Questionário de Satisfação do Cliente follow-up com intuito de verificar a
(desenvolvido a partir de modelo de Moura, manutenção dos ganhos obtidos com a
2001). Além disso, foram realizadas intervenção ao longo do tempo.
observações da interação mãe-filho com
uma família. Com os dados das observações,
os estilos de interação da família foram Considerações finais
avaliados por meio do Protocolo Revisado Com base no que foi exposto, fica
de Observação da Família (FOS-RIII; evidente a relevância da identificação de
Sanders, Waugh, Tully & Hynes, 1996). variáveis da família que têm influência sobre
A fase de intervenção consistiu em 10 o desenvolvimento das crianças, posto que
sessões semanais com uma hora e meia de pode permitir a compreensão da dinâmica
duração que abordaram os seguintes temas: familiar bem como a especificidade do
desenvolvimento infantil, habilidades de processo de desenvolvimento dos
comunicação parental, técnicas de disciplina indivíduos. Tal identificação oferece
adequadas, violência doméstica, monitoria também a possibilidade de se delinear
parental positiva e comportamento moral. intervenções que favoreçam um adequado
Para isso foram utilizadas as seguintes desenvolvimento infantil.
estratégias: vídeos, dinâmicas, discussões, É possível perceber que, além de a
role-play, técnicas de relaxamento, manejo análise da família como contexto de
de raiva, solução de problemas, tarefas de desenvolvimento poder ser considerada um
casa, entre outros. fenômeno complexo, a fase de
Família e desenvolvimento infantil 225

desenvolvimento escolar da criança, mais Especificamente, no Brasil, há uma


especificamente, também salienta a carência de estudos que procurem estudar
importância da família, ao ressaltar a intervenções com famílias de risco e de
influência de seus fatores, possibilitando ou aspectos relevantes para a formulação de
prejudicando a adaptação a esse contexto. modelos de intervenção que sejam mais
eficazes para a realidade brasileira. Mas isto
Considerando diferentes aportes
pode ser possível, visto que há modelos que
teóricos, atribuir à família caráter de sistema
apontam fatores relevantes a se considerar e
complexo, composto por vários subsistemas,
estudos já conduzidos indicam algumas
cuja qualidade das interações depende de
dicas e caminhos que podem ser
coesão e adaptabilidade é essencial, assim
interessantes no processo de intervir junto a
como a apreciação do papel dos fatores
famílias.
culturais.
Da mesma forma, conhecer quais
fatores de risco operam na diminuição da
probabilidade de a criança se tornar Referências
competente e ter senso de bem estar e,
portanto, no aumento da probabilidade de Aiello, A. L. R. (2005). Instrumentos para
ocorrência de resultados negativos e avaliação do ambiente familiar visando à
indesejáveis é parte do processo de inclusão. CD de Resumos da 57ª Reunião
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é a descrição dos fatores de proteção que Arnold, D. S.; O’Leary, S. G.; Wolff, L.; &
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Behavior, (Extra Issue), 53-79. Enviado em Maio de 2008
Revisado em Agosto de 2009
Aceite final Janeiro de 2010
Publicado em Maio de 2010

Nota das autoras:


Nancy Capretz Batista da Silva – Mestre em Educação Especial, Doutoranda em Educação Especial,
Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP. Célia Cristina Nunes – Mestre em Educação
Especial, Doutoranda em Psicologia, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP. Michelle Cristine
Mazzeto Betti – Mestre em Psicologia, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP. Karyne de Souza
Augusto Rios – Mestre em Educação Especial, Doutoranda em Educação Especial, Universidade Federal
de São Carlos, São Carlos, SP.

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