Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
José Bleguer, década de 60: trabalhos sobre psicanálise, psicologia, grupos e instituições.
Busca por pensar a saúde mental na vida diária e não apenas no consultório.
As ações dos psicólogos nas instituições se dão sempre em uma perspectiva política (relações de poder que
crivam a vida de grupos e classes sociais)
“Utilizarei a palavra instituição como o conjunto de normas e padrões e atividades agrupadas em torno de
valores e funções sociais. Embora instituição também se defina como organização” (Bleger, 2003 p.114).
Conceito de ciência
Onde se faz ciência? Ciência se faz no laboratório? Ciência e prática são atividades separadas?
- Necessidade de incluir o sujeito que se observa na análise científica da psicologia, pois é o estudo do
homem.
- Há realidade objetiva, mas não conhecimento objetivo. O conhecimento se constrói na relação entre o
pesquisador e os pesquisados (intersubjetividade).
a) partes abstratas e abstraídas do humano (Atenção, memória, linguagem, etc.); b) Humano como um todo; c)
humano dentro de seu contexto social.
Psico-higiene
- Saída dos consultórios como necessidade social; Necessidade de ir além da clínica assistencial individualista.
- Deve haver foco no contexto que produz a doença e não apenas na cura;
- Evitar os polos da onipotência e o da impotência na psico-higiene (apenas mudanças sociais);
- A psico-higiene não visa à saúde psíquica isolada da física (não há dualismo), mas trata-se de ações no
campo psi que visam à promoção da saúde de forma integral.
a) cura e tratamento;
c) profilaxia;
d) reabilitação;
- Atua nos grupos básicos de interação: família, trabalho, escola e atividades comunitárias. Não espera os
doentes virem até ele, mas busca as pessoas em seu cotidiano;
- Níveis de tarefa:
a) instituições (como um todo; agir nas relações, objetivos, organograma, status, comunicação);
b) grupos humanos (família, grupos escolares, trabalho, etc.; atuar com grupos terapêuticos, de discussão, de
tarefa, operativos, etc.);
- atuação em momentos críticos (doenças, acidentes, desmame, gravidez, migração, etc.) e situações cotidianas
(hábitos de alimentação, escolaridade, fases do desenvolvimento, etc);
Teoria psicanalítica
- Simbiose (vínculo indiscriminado) X Relação (realidade intersubjetiva que se supõe dois em interação);
- Grupo: relação (diferenciação, normas e regras) e identidade grupal sincrética (pano de fundo);
- Excesso de estabilização do grupo (burocratização): toma forma as Organizações; Grupos deixam de ser processo e
passam a ser Organização (antiterapêutico).
- Burocratização: a manutenção da organização torna-se a meta em si mesma: “E isto ocorre não só para resguardar a
estereotipia dos níveis de interação, mas principalmente para resguardar e assegurar a clivagem, a depositação e a
imobilização da sociabilidade sincrética (ou parte psicótica do grupo)” (Bleger, p. 115).
- Organizações tendem a reproduzir o problema que tentam superar: “busca da integração dos níveis da sociabilidade
sincrética, sem com isso impedir a individuação e a interação”.
“A sociedade tende a instalar uma clivagem entre o que considera sadio e doente, entre o que considera
normal e anormal (...). A sociedade autodefende-se, não dos loucos, dos delinqüentes e das prostitutas, mas de sua
própria loucura, de sua própria delinqüência e de sua própria prostituição, e dessa maneira aliena, desconhece e trata
como se fossem alheias e não lhe correspondessem” (Bleger, 2003 p. 117).
Personalidade Grupo
Ego sincrético Personalidade grupal / sociabilidade sincrética
Ego organizado Personalidade grupal por integração / sociabilidade de
interação
Excesso de clivagem Burocratização
Psicologia Institucional
- Psicologia Institucional se propõe a atuar na instituição como totalidade e não apenas trabalhar na instituição
(psicologia na instituição).
- Psi como um técnico das relações interpessoais, dos vínculos, técnico da explicitação do implícito;
c) interpretação;
e) os efeitos de proferir a hipótese levam a mudanças que geram o recomeço deste ciclo (espiral dialética de Pichon).
Princípios do enquadramento:
- Conflitos não são patológicos, mas a ausência deles ou a incapacidade de resolvê-los sim – Estereotipia (forma
rígida e repetitiva para lidar com ansiedades); Dilema (posições inconciliáveis); Ambiguidade (amortizador e
encobridor de conflitos).
- O conflito deve se tornar (ser explicitado) um problema para podermos lidar com ele.
- Os conflitos suscitados nos níveis superiores se manifestam nos níveis inferiores. Ex: conflitos dos técnicos que se
manifestam nos pacientes; dos pais nos filhos, etc.
- Instituições como espaços em que a sociedade pode concretizar a clivagem do são e doente; normal e anormal; moral
e imoral.