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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA ÚNICA

DA COMARCA DE MONTANHA - ES

Auto de Prisão em Flagrante: xxxxxxxxxxx

xxxxxxxxxx, brasileiro, solteiro, portador do CPF nº. xxxxxxxx,


identidade nº xxxxxxx SSP/ES, residente e domiciliado na Avenida
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, por suas advogadas que estas subscrevem, vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência requerer

LIBERDADE PROVISÓRIA SEM FIANÇA

nos termos dos artigos 5º, inciso LXVI da Constituição Federal c/c artigo 310,
inciso III e 321, do Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito
a seguir expostos.

I - DOS FATOS

O acusado foi preso em flagrante delito pela prática de tráfico de entorpecentes, nos
termos do artigo 33, caput da Lei 11.343/06, em 26 de julho de 2018, por volta da
meia-noite, onde fora surpreendido ao descer do ônibus por policiais que o
esperavam, por conta de uma denúncia realizada ao COPOM de Vitória/ES,
relatando que o mesmo estava carregando duas malas contendo drogas.

Verifica-se que os policiais ao realizarem as buscas não encontraram a enorme


quantidade de drogas aduzida na denúncia, mas sim um pequeno montante de
droga e a quantia de R$ 28,00 (vinte e oito reais).

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II - DO DIREITO

Em primeiro lugar, vale ressaltar que o acusado é pessoa integra e possui bons
antecedentes, bem como nunca respondeu qualquer tipo de processo criminal
anteriormente, possui residência fixa e é sócio em uma plantação de tomate,
conforme declaração anexa de seu sócio Rodrigo.

Nobre julgador, a regra em nosso ordenamento jurídico penal é que o individuo


responda o processo em liberdade, conforme o principio da presunção da
inocência firmado no artigo 5º, inciso LVII, da CF/88.
A Carta Magna garante o direito à liberdade provisória, insculpido em seu artigo
5º, inciso LXVI, vejamos:

LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a


lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;

Ademais, o caso em tela não revela quaisquer requisitos que importem numa
manutenção da prisão preventiva, delineados no artigo 312 do CPP, pois o
acusado não apresenta qualquer risco para a ordem pública ou econômica desta
Comarca, também não existe o perigo de frustração da Lei Penal eis que o
acusado é primário, possui residência fixa na Avenida Antônio Paulino, nº 1974,
Bairro Cipreste, Montanha/ES, possui ocupação licita e contribui com a
manutenção de sua família.

Embora o acusado tenha sido surpreendido com uma certa quantidade de


substância entorpecente, não há nenhuma menção a outros elementos
que, isolados, servem para denotar a periculosidade exacerbada do mesmo na
traficância, a ponto de justificar o emprego da cautela máxima. Assim, as
circunstâncias apresentadas, por si só, não podem ensejar a imposição da
prisão preventiva, se outras medidas menos invasivas se mostram suficientes
e idôneas para os fins cautelares, especialmente para o objetivo de evitar a
prática de novas infrações penais (art. 282, I, CPP).

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Vale mencionar que as prisões cautelares vêm sendo repudiadas pelos Tribunais
Superiores, porquanto, importam sempre no cumprimento antecipado da pena,
violando-se aqui princípios constitucionais.

Nessa linha, segue recente entendimento do Superior Tribunal de Justiça:

HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO.


TRAFICO DE DROGAS. PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO
INSUFICIENTE. NÃO DEMONSTRADA A IMPRESCINDIBILIDADE DA
MEDIDA. PARECER PELO NÃO CONHECIMENTO.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. HABEAS CORPUS NÃO
CONHECIDO. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. 1. (...) 3. A privação
antecipada da liberdade do cidadão acusado de crime reveste-se de caráter
excepcional em nosso ordenamento jurídico (art. 5º, LXI, LXV e LXVI, da
CF). Assim, a medida, embora possível, deve estar embasada em decisão
judicial fundamentada (art. 93, IX, da CF), que demonstre a existência da
prova da materialidade do crime e a presença de indícios suficientes da
autoria, bem como a ocorrência de um ou mais pressupostos do artigo 312
do Código de Processo Penal. 4. Nem mesmo a quantidade de drogas
apreendidas - comprimidos de ectasy (equivalentes a um peso médio de
5,0g), 1 unidade de LSD e 21,3g de maconha - não pode ser considerado
determinante para o total afastamento da acusada do meio social. 5.
Trata-se de acusada primária, com 20 anos de idade, e não há qualquer
dado indicativo de que esteja envolvida de forma profunda com a
criminalidade, circunstâncias essas que, considerando a ausência da
demonstração de periculosidade do agente, acena para a possibilidade
de acautelamento deste caso por meio de outras medidas mais
brandas. (...) Ordem concedida de ofício para revogar a prisão
preventiva da paciente, mediante a aplicação de medidas cautelares
previstas no art. 319 do CPP, a serem estabelecidas pelo Juiz de
primeiro grau, salvo se por outro motivo estiver presa.

(STJ - HC: 432435 SC 2018/0001614-9, Relator: Ministro REYNALDO


SOARES DA FONSECA, Data de Julgamento: 05/06/2018, T5 - QUINTA
TURMA, Data de Publicação: DJe 12/06/2018)

Nobre Julgador é sabido que a finalidade específica do cárcere cautelar deve


ser a de possibilitar o desenvolvimento válido e regular do processo penal.

Vale dizer, somente há de ser decretado quando houver nos autos elementos
concretos que indiquem a real possibilidade de obstrução na colheita de
provas, ou a real possibilidade de reiteração da prática delitiva, ou quando o
agente demonstre uma intenção efetiva de não se submeter à aplicação da lei
penal, o que não se verifica na espécie. Ausentes, portanto, razões que
justifiquem a prisão preventiva do acusado, com base nas

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hipóteses excepcionais do art.312 do CPP, sendo possível o acautelamento
por meio de outras medidas mais brandas.

Ademais, a prisão preventiva somente será determinada quando não


for cabível a sua substituição por outra medida cautelar e quando realmente
mostre-se necessária e adequada às circunstâncias em que cometido o delito
e às condições pessoais do agente. Exegese do art. 282, § 6º, do CPP.

No caso em tela, mostra-se devida e suficiente a imposição de


medidas cautelares alternativas, dada a apreensão de reduzida quantidade
de substancias entorpecentes e as condições pessoais do agente, primário,
sem maus antecedentes e que possui filho com 16 anos de idade.

Portanto Excelência, diante do alegado é clarividente que não existe qualquer risco
para a instrução criminal, pois diante dos fatos não há que se falar em qualquer
prejuízo para elaboração de provas ou a real possibilidade de reiteração da
prática delitiva.

III - DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer a Vossa Excelência:

a) Ante o exposto, requer que nos termos do art. 321 do CPP, a


concessão de liberdade provisória sem fiança, em virtude da
ausência dos requisitos autorizadores da prisão preventiva.
Requer ainda a aplicação das medias cautelares previstas no
art. 319 do CPP, caso seja conveniente.

b) A oitiva do Representante do Ministério Público;

c) A expedição de alvará de soltura colocando-se o INDICIADO em


liberdade, que antecipadamente se compromete a comparecer a
todos os atos do processo, quando intimado.

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Nesses Termos,
Pede Deferimento.

Montanha, 02 de agosto de 2018.

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