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MARIA DE FÁTIMA ANJOS

BIGAÍL
- ADVOGADA -

EXMO. SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL JUDICIAL


DA COMARCA DE AVEIRO
INSTÂNCIA LOCAL DE ESPINHO

MARIA TERESA ALVES PRIETO, contribuinte nº: 169259870, com

residência na Calle Valentuãna – numero 21-1B, 29601 MARBELLA e

Rua 23, nº: 321, 2º DTO. 4500-141 Espinho,

Vem, nos termos do art.º 2178º e 2169º, do Código Civil, propor

ACÇÃO DE REDUÇÃO DE LIBERALIDADES, sob a forma de Processo

Comum, contra:

MARTHA CAROLINA DE OLIVEIRA ALVES, solteira, maior,

contribuinte nº: 293877980, residente em Avª. Askatasuna, 7 P01 E,

48003, BILBAU BIZKAIA, e

ALEJANDRA RECASENS ALVES, solteira, maior, contribuinte nº:

293842914, residente na Calle Feijoo, nº: 6 – 2, 41003, SEVILHA,

Espanha,

Nos termos e com os seguintes fundamentos:

PRACETA SOEIRO PEREIRA GOMES, Nº: 90, 2º ESQ,4500-216 ESPINHO


RUA 18, Nº: 582, 1º ESQ. 4500-245 ESPINHO
TELF: 227325115 FAX: 224959832 TELM: 934314767
–2– 1 de fevereiro de 2018

I – DOS FACTOS,

A Autora é filha legítima de – JOSÉ ALVES PEREIRA MAIA – Titular

do Cartão de Cidadão nº: 09551944 0ZZ6, falecido em 14/10/2017, no

estado de Divorciado; - vide DOC. 1 e DOC. 2 que protesta juntar;

Deixando este, como Única e Universal herdeira a sua também única

filha – Maria Teresa Alves Prieto - , Autora nestes autos;

SUCEDE QUE,

No dia 04 de Setembro do ano de 2013, no Cartório Notarial António

Amaral Marques, em Aveiro, sito na Avª. 5 de Outubro, nº: 29, Loja 20,

Edificio Aveiro Centrum, foi outorgado Testamento, pelo falecido, pai da

Autora, onde, por força, diz, da quota disponível, legou, em comum e em

partes iguais, todos os seus bens, a saber:

- SITOS NA FREGUESIA DE ESPINHO:

Fracção autónoma designada pela letra I, correspondente ao

segundo andar direito, para habitação, do tipo T – Três, do Prédio em

regime de propriedade horizontal sito na Rua 23, nº: 321, inscrito na

respectiva matriz sob o artigo 3686;


–3– 1 de fevereiro de 2018

- SITOS NA FREGUESIA DE SILVALDE:

Urbano, composto de prédio assobrado, de dois pisos, destinado a

habitação e comércio, sito no lugar de Covêlos, inscrito na matriz sob o

artigo 614;

Urbano, composto de prédio assobrado, em parte, de dois pisos,

destinado a habitação, sito no indicado lugar de Covêlos, inscrito na

matriz sob o artigo 615;

Urbano, composto de casa térrea, destinada a habitação, sito no

mesmo lugar de Covêlos, inscrito na matriz sob o artigo 642;

Urbano, composto de casa térrea, destinada a habitação sito no

lugar de Covêlos, inscrito na matriz sob o artigo 643;

Rústico, composto de cultura, pinhal e mato, sito em Covêlos –

Silvalde, inscrito na matriz sob o artigo 787;

Todo o dinheiro ou valores depositados no Banco Espírito Santo, S.A.

e Banco Santander Totta, S.A., em Portugal; - conforme DOC. 3 que se

anexa;

Disposição Testamentária na forma de Legado(s), tendo como

beneficiárias as Rés, filhas da Autora e consequentemente netas do

Testador!
–4– 1 de fevereiro de 2018

Disposição Testamentária que ofende a legítima da Autora, que se

encontra de facto numa situação de deserdação;

Ora, entende-se por legítima a porção de bens de que o testador não

pode dispor, por ser legalmente destinada aos herdeiros legitimários. –

artigo 2156º, Código Civil;

Dispõem assim as normas legais de que: “ São herdeiros legitimários

o cônjuge, os descendentes e os ascendentes, pela ordem e segundo as

regras estabelecidas para a sucessão legítima.” – (sublinhado nosso) cfr.

Artº 2157º C. Civil

ACRESCE AINDA QUE,

Após o óbito do Testador, pai da Autora, foi feita já a devida

Participação do mesmo à Autoridade Tributária para a respectiva

liquidação de Imposto de Selo – NIF da Herança 744689031; - vide

DOC. 4

Pelo que, pese embora a Autora conste como Cabeça-de-Casal da

Herança, todos os Bens que dela fazem parte, encontram-se já

adjudicados às Rés, beneficiárias do Testamento e aí Legatárias; - Vide

DOC. 4 (Participação óbito AT)


–5– 1 de fevereiro de 2018

ISTO PORQUE:

São Bens da Herança os seguintes Bens Imóveis e Valores

Mobiliários:

a) Fracção autónoma designada pela letra I, correspondente ao

segundo andar direito, para habitação, do tipo T – Três, do Prédio em

regime de propriedade horizontal sito na Rua 23, nº: 321, inscrito na

respectiva matriz sob o artigo 3686;

b) Urbano, composto de prédio assobrado, de dois pisos, destinado a

habitação e comércio, sito no lugar de Covêlos, inscrito na matriz sob o

artigo 614;

c) Urbano, composto de prédio assobrado, em parte, de dois pisos,

destinado a habitação, sito no indicado lugar de Covêlos, inscrito na

matriz sob o artigo 615;

d) Urbano, composto de casa térrea, destinada a habitação, sito no

mesmo lugar de Covêlos, inscrito na matriz sob o artigo 642;

e) Urbano, composto de casa térrea, destinada a habitação sito no

lugar de Covêlos, inscrito na matriz sob o artigo 643;

f) Rústico, composto de cultura, pinhal e mato, sito em Covêlos –

Silvalde, inscrito na matriz sob o artigo 787;


–6– 1 de fevereiro de 2018

g) Todo o dinheiro ou valores depositados no Banco Espírito Santo,

S.A. e Banco Santander Totta, S.A., em Portugal; - conforme DOC. 3

que se anexa; - vide DOCS 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; e 9;

Estes imóveis foram objecto de Legado por conta da Quota disponível

e o excesso pela legítima do pai da Autora, de quem é, por sua vez,

sucessora hereditária.

10º

Posto que, esta Acção Judicial servirá para decidir da Inoficiosidade

destas deixas Testamentárias, nomeada e concretamente dos Legados e

a sua redução tendo em vista o preenchimento da legítima da Autora

(artº 2169º do CC).

11º

O Instituto da Inoficiosidade tem por fim que os herdeiros não vejam

frustradas as suas expectativas em relação a legítima, não vejam

portanto, qualquer limitação à mesma – vide artº. 2178 do C. Civil.

12º

Em concretização dessa protecção, prescreve a lei que as

liberalidades inoficiosas são redutíveis, a requerimento dos herdeiros

legitimários, ou, dos seus sucessores, em tanto quanto for necessário


–7– 1 de fevereiro de 2018

para que a legítima seja preenchida, atento o disposto no artº.2169º

do mesmo diploma legal.

“Dizem-se inoficiosas as liberalidades, entre vivos ou por morte, que

ofendam a legítima dos herdeiros legitimários.” – artigo 2168º C. Civil

Redutíveis, nos termos do disposto no 2172º do C. Civil, (Redução

das disposições testamentárias), lê-se:

1. Se bastar a redução das disposições testamentárias, será feita

proporcionalmente, tanto no caso de deixas a título de herança como a

título de legado.

2. No caso, porém, de o testador ter declarado que determinadas

disposições devem produzir efeito de preferência a outras, as primeiras

só serão reduzidas se o valor integral das restantes não for suficiente

para o preenchimento da legítima.

3. Gozam de igual preferência as deixas remuneratórias

Dispõe ainda,

Artigo 2174.º (Termos em que se efectua a redução)

“ Quando os bens legados ou doados são divisíveis, a redução faz-se

separando deles a parte necessária para preencher a legítima.”


–8– 1 de fevereiro de 2018

II – DO DIREITO,

13º

A extinção de um qualquer sujeito de relações jurídicas passíveis de

transmissão por sucessão determina - por forma a evitar hiatos na

definição da titularidade das mesmas - o chamamento imediato pela

ordem jurídica de determinados sucessíveis que, nos termos legais

(n.º1, art.4 2032.º, C. Civil) reúnam, nesse momento da abertura da

sucessão, os pressupostos da vocação sucessória, a saber, prioridade

da designação, existência e capacidade, para efeitos sucessórios;

14º

A designação sucessória, anterior ao dito chamamento, traduz-se na

indicação de um sucessível, feita antes da morte do autor da sucessão,

pela própria lei, por Testamento ou por Contrato (art.º 2026.º, Cód. cit.),

sujeita, porventura, a alterações decorrentes, de modificação da lei, pré-

morte e indignidade do designado, só se fixando, afinal, no momento do

falecimento do “de cujus”;

15º

No caso em apreço, o de cujus, dispôs de todo o seu património, sem

contemplar os legitimários, pelo que estamos perante a figura da

Inoficiosidade, respondendo a lei com a efectiva redução de

liberalidades, prevista nos artigos 2168º e seguintes do Código Civil;


–9– 1 de fevereiro de 2018

16º

Atente-se que, a qualificação como herdeiro, não está na mera

disponibilidade do autor da sucessão;

17º

O autor da sucessão dispõe, a lei qualifica;

Sendo da lei que se retira que a qualidade de herdeiro só pode ser

retirada em duas situações distintas, a saber, se aquele repudiar a

herança, ou se for afastado da sucessão;

E apenas pode ser afastado da sucessão por dois motivos, a saber,

por deserdação, por indignidade;

18º

Pelo que, já em vida do autor da sucessão o legitimário beneficia de

uma expectativa jurídica;

Essa expectativa jurídica não se limita a um direito a bens;

Trata-se de um direito a ser herdeiro;

Aberta a sucessão, concretiza-se o direito;

Tem direito à quota legitimária;


– 10 – 1 de fevereiro de 2018

Trata-se de posição que não é negociável; O legitimário prioritário só

a perde se repudia, ou se for deserdado ou excluído por indignidade;

Fora disto, é sempre herdeiro;

19º

Isto é, o autor da sucessão poderá dispor de qualquer dos seus bens

ou valores, mesmo que ultrapasse a legítima de outros herdeiros que a

recebem, mesmo na forma de legados, mas apenas até ao limite da

legítima dos demais herdeiros.

Desde logo daqui se infere, que legítima dos herdeiros legitimários

não pode ser ofendida, ainda que por vontade do autor da herança e

mesmo que em benefício de um dos herdeiros legitimários.

Trata-se de quota da herança que é indisponível;

20º

Assim, o Instituto da Redução das Liberalidade Inoficiosas vem

colocar um travão praticamente absoluto às doações e disposições,

feitas pelo autor da sucessão que possam atingir a legítima dos

herdeiros legitimários.

Travão absoluto na medida em que ao contrário do que acontece com

a Colação que pode ser dispensada de determinada doação, o autor da


– 11 – 1 de fevereiro de 2018

herança e da disposição testamentária ou outra, não pode renunciar

ao direito de reduzir as liberalidades.

Este Instituto impede que o autor da herança possa, como

vulgarmente se diz, deserdar por completo um herdeiro legitimário.

No entanto, esta limitação aos poderes de disposição do património

do autor da sucessão não opera de forma automática na medida em que

os herdeiros podem não querer que se proceda à redução de

liberalidades.

Assim, apenas se procede à redução de liberalidade inoficiosas a

requerimento dos herdeiros legitimários ou dos seus sucessores, meio

de que a aqui Autora se socorre agora para assumir a qualidade de

herdeira que, por força da disposição Testamentária do autor da

Sucessão, seu pai, se viu afastada;

III – DA LEGITIMIDADE e ACEITAÇÃO DA HERANÇA,

Legitimidade que decorre do 2033º, nº: 1, do Código Civil – “ Têm

capacidade sucessória, além do Estado, todas as pessoas nascidas ou

concebidas ao tempo da abertura da sucessão, não excetuadas por lei.”

A aceitação da herança ocorre quando o herdeiro aceita receber a

herança deixada pelo falecido.


– 12 – 1 de fevereiro de 2018

A aceitação da herança pode ser aceite de forma expressa ou tácita.

– 2056º, C. Civil;

Atenta interposição da presente acção judicial, bem como dos actos

practicados pela Autora, demonstrativos da sua aceitação, ainda assim

e de forma inequívoca se expressa aqui essa mesma ACEITAÇÃO, o que

faz nos termos do disposto no artigo 2056º, n:º 2 do C. Civil;

TERMOS EM QUE,

Deve a presente acção ser julgada totalmente procedente por

provada e, em consequência:

a) Reconhecerem que a Autora é herdeira legitimaria, única e

universal herdeira, na qualidade de filha, do de cujus - JOSÉ ALVES

PEREIRA MAIA -;

b) A reconhecerem que a legítima da Autora ascende a um quinhão

hereditário correspondente a 50% da herança no valor;

c) A ver reduzidas, por Inoficiosidade, as deixas testamentárias

descritas nos arts. 3º da Petição Inicial, por forma a respeitar a legítima

da Autora;

d) A reconhecerem que o preenchimento da quota disponível do de

cujus com as Legatárias, com todos os bens imóveis e valores

mobiliários que nele se encontram, viola a legítima da Autora;


– 13 – 1 de fevereiro de 2018

e) A reconhecerem que a deixa Testamentária descrita, na parte em

que prevê que a quota disponível do de cujus deverá começar a ser

preenchida com todos os bens imóveis e valores mobiliários que nele se

encontram, é de cumprimento impossível em face da posição assumida

pela Autora.

Valor: € 30.001,00 (Trinta mil e um euros)

Junta: DOCS: DOC. 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; e 9;

Comprovativo da autoliquidação da Taxa de Justiça inicial;

Procuração forense;

A ADVOGADA,

Maria de Fátima Anjos

Bigaíl

(c/assinatura digitalizada)

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